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ENEM

“A baixa
representatividade
feminina na política
brasileira”

2023
Textos
motivadores
Texto II
No Brasil, a Câmara dos Deputados possui apenas
15% de mulheres; e o Senado Federal,12%. Em Texto III
âmbito municipal, 900 municípios não tiveram
sequer uma vereadora eleita nas eleições de 2020.
O voto feminino no Brasil
O País está atrás de todas as nações da América completou 90 anos em
Latina, com exceção do Paraguai e do Haiti. Até no fevereiro, mas a legislação de
Afeganistão, governado pelo Taleban, o Parlamento 1995, a qual determina que
tem 27% de mulheres. pelo menos 30% das
https://www.camara.leg.br/noticias/800827- candidaturas dos partidos
especialistas-lamentam-baixa-representatividade- deva ser de mulheres, não
feminina-na-politica/ (Adaptado)
tem sido cumprida, pois, além
de não serem financiadas,
muitas dessas candidaturas
são fictícias: trata-se de
“candidaturas laranjas”, de
mulheres que na prática não
fazem qualquer campanha.
https://www.almg.gov.br/aco
mpanhe/noticias/arquivos/20
22/03/16_direitos_mulher_re
presentacao_politica
(Adaptado))
Texto IV Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45% da população
economicamente ativa no Brasil é composta por mulheres, que são a maioria do eleitorado: 53%.
Ainda assim, segundo uma pesquisa da consultoria Ipso feita em 2019, três em cada dez pessoas no
Brasil não se sentiam confortáveis em ter uma mulher como chefe. A equidade entre os gêneros deve
tornar-se um valor. Somente assim teremos mais igualdade entre homens e mulheres em todos os
âmbitos da vida.
https://vocesa.abril.com.br/coluna/armando-lourenzo/por-que-ainda-temos-poucas-mulheres-na-lid
eranca/

Texto V Segundo a Harvard Kennedy School, com a liderança feminina na política, as mulheres se
tornam mais engajadas na discussão cívica. E mais: as minorias se tornam mais propensas a
denunciar os crimes cometidos contra elas, e o nível educacional das adolescentes, bem como suas
aspirações de carreira, aumenta. É essencial, pois, a atuação dos próprios governos - não apenas em
prol de uma campanha mais participativa das mulheres, mas também com vistas a uma
conscientização dos próprios eleitores e partidos sobre o impacto positivo dessa igualdade de
representação na política. https://gerenciamentopolitico.com.br/entenda-porque-precisamos-de-
mais-mulheres-na-politica/ (Adaptado)

Texto VI "Há diversos estudos, brasileiros e de outros países, que mostram que mulheres em
espaços de decisão atuam com mais envolvimento em questões de interesse público, como saúde e
educação. Além disso, há dados provando que nações com mais políticas mulheres têm taxas de
corrupção menores", afirma a cientista política Mari Abreu.
https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/11/14/mulher-tem-que-votar-em-mulher-
especialistas-em-genero-e-politica-opinam.htm (Adaptado)
Texto VII Com a promulgação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 18/2021, "o
montante do fundo de financiamento de campanha e da parcela do fundo partidário
destinada a campanhas eleitorais encampadas por mulheres, bem como o tempo de
propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas
candidatas, deverá ser de no mínimo 30%.
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/03/31/regras-beneficiando-
mulheres-na-politica-serao-incluidas-na-constituicao (Adaptado)

PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita
formal da língua portuguesa sobre o tema “A baixa representatividade feminina na
política brasileira” apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

Autoria: Maria Aparecida Custódio


Introdução

No Brasil, a baixa representatividade


feminina na política ainda consiste em um
problema. Sobre isso, consoante informações da
...., ... . Nesse sentido, para mudar essa
realidade, é necessário ____a_____ e
_____b______.
Desenvolvimento

Em primeira análise, (afirmar algo sobre a), visto que


(justificar por que “a” é um problema e como se relaciona
ao tema). Nessa perspectiva, um exemplo de tal cenário
(inserir um repertório que confirme/exemplifique o que foi
mencionado). Em decorrência disso, (mostrar as
consequências).

Em segunda análise, (afirmar algo sobre B), já que


(justificar por que e como “b” se relaciona ao tema). Nesse
viés, (inserir repertório sociocultural que
confirme/exemplifique o que foi mencionado).
Consequentemente, (mostrar as consequências).
Conclusão - ENEM:
proposta de intervenção

Diante do exposto, torna-se indispensável combater a


baixa representatividade da mulher na política brasileira.
Nesse contexto, o (agente) deve (ação), por meio de
(modo/meio), para que (efeito) e, com isso, (desdobramento
do efeito). Ademais, cabe ao (agente) (ação), por intermédio
de (modo/meio), com intuito de (efeito) e, assim,
(desdobramento do efeito).
REFLEXÕES
A Emenda Constitucional (EC) nº 117/2022
determinou a aplicação, em campanhas de mulheres,
do mínimo de 30% dos recursos do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha (FEFC) e da parcela do
Fundo Partidário destinada às eleições, bem como do
tempo de propaganda gratuita em rádio e televisão a
ser distribuído pelas siglas às respectivas candidatas.

https://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2022/M
aio/tse-autoriza-que-recursos-para-participacao-
feminina-na-politica-nao-utilizados-
sejamempregados-nas-eleicoes-subsequentes
(Adaptado)

O fortalecimento e a participação das mulheres nos


espaços de poder e decisão são dois dos eixos
prioritários de atuação das políticas para mulheres, e
a sub-representação política do segmento feminino é
um dos fatores que impede a equidade de gênero.
Assim, promover a formação política e incentivar a
ocupação das mulheres em cargos de liderança
política possibilita uma democracia mais sólida e
representativa.
https://www.naosecale.ms.gov.br/mulheres-na-
politica/#:~:text=As%20mulheres%20encontram
%20grandes% 20dificuldades,al%C3%A9m%20de
%20enfraquecer%20a%20democracia. (Adaptado)
BREVE HISTÓRICO

1880: a dentista Isabel de Mattos Dillon, na evocação da Lei


Saraiva (que permitia aos detentores de títulos científicos votar),
solicitou seu direito ao voto.

1894: Santos, no litoral paulista, promulga o direito das


mulheres ao voto. A medida foi derrubada no ano seguinte.

1824: "Cidadão" era só homem. A mulher não podia votar,


nem ser eleita. Podia trabalhar em empresas privadas, mas não
podia ser funcionária pública.

1905: três mulheres se alistaram e votaram, em Minas Gerais,


mas foi um caso isolado.

1932: voto feminino se tornou um direito nacional.


1933: a médica paulista Carlota de Queirós é eleita a primeira
deputada federal do País. “Cabe-me a honra, com a minha simples
presença aqui, de deixar escrito um capítulo novo para a história do
Brasil: o da colaboração feminina para a história do País”, disse em seu
primeiro pronunciamento na Câmara em 13 de março de 1934.

1965: os direitos e obrigações eleitorais foram igualados entre homens


e mulheres.

1994: Roseana Sarney é a primeira mulher escolhida pelo voto popular


para chefiar um estado, o Maranhão.

2011: a primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff, tomou


posse. E, no Parlamento, foram eleitas as primeiras vice-presidentes da
Câmara dos Deputado e do Senado.

Andressa Pellanda https://politica.estadao.com.br/blogs/legis-ativo/a-


participacao-das-mulheres-na-politica-no-brasil-o-direito-de-votar-de-
sermos-representadas-e-de-participar-da-tomada-de-decisao/)
Embora comumente se diga que as mulheres brasileiras ganharam
o direito ao voto no código eleitoral de 1932, é importante
destacar que, enquanto o voto era obrigatório para os homens
alfabetizados (excetuado os mendigos, analfabetos), o código
previa que:
    Art. 121. Os homens maiores de sessenta anos e as mulheres em
qualquer idade podem isentar-se de qualquer obrigação ou serviço
de natureza eleitoral.

A exceção prevista no artigo, na prática, definia que as mulheres


votariam se assim o quisesse seus pais,  no caso das mulheres
solteiras, ou seus maridos, no caso das casadas. A constituição de
1946 definiu que o voto era obrigatório, exceto para as mulheres
“que não exerciam atividades remuneradas”, ou seja, a maioria das
mulheres casadas continuavam submissa à vontade de seus
maridos. Foi apenas no código eleitoral de 1965 que os direitos e
obrigações eleitorais foram igualados entre homens e mulheres.
A autorrepresentação das mulheres na política é
fundamental, tanto para que atuem como
protagonistas de suas próprias lutas, quanto para, de
fato, equilibrar os espaços e as relações de poder.
Dra. Ana Paula Massonetto (doutora em
administração pública e formada em Direito)

Janaina Paschoal - ex-deputada estadual


em São Paulo
"Entendo que a divisão sexual do trabalho
doméstico incide nas possibilidades de
participação política das mulheres porque
corresponde à alocação desigual de recursos
fundamentais para essa participação, em
especial o tempo livre e a renda", escreve a
cientista política Flávia Birolli.
Ou seja, uma divisão desigual das tarefas do lar
entre homens e mulheres [faz] com que elas
tenham menos tempo para se dedicar a Tabata Amaral -
É deputada federal por São
carreiras profissionais e, por consequência, Paulo, eleita pelo PDT. Foi a
obtenham uma renda menor. O mesmo não sexta candidata mais votada
no estado, com 264 mil votos,
ocorre com eles. Dispensados das atribulações nas eleições de 2018.

da vida privada, o tempo sobra – e uma renda e


prestígio maiores são possíveis. Essa diferença
de renda pode chegar até 25,6%, de acordo com
pesquisa da Comissão Econômica das Nações
Unidas para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
https://revistagalileu-globo-com (Adaptado)
Muitas mulheres ainda têm dificuldades de ocupar cargos
de poder, serem eleitas ou terem voz ativa nas tomadas de
decisões políticas. Isso acontece devido à exclusão histórica
das mulheres na política e que reverbera, até hoje, no
nosso cenário de baixa representatividade feminina no
governo. Esse cenário se observa em todas as esferas do
poder do Estado. Desde as câmaras dos vereadores até o
Senado Federal, essa taxa de representatividade ainda
permanece muito baixa, mesmo em um cenário no qual 51%
dos eleitores são mulheres.
https://www.politize.com.br/mulheres-na-politica/
(Adaptado)
Hillary Clinton
Foi candidata na disputa presidencial dos Estados Unidos,
pelo Partido Democrata. E ela não chegou nesse patamar
sem bons motivos: além de ser ex-primeira-dama, também
foi senadora durante 8 anos, pelo estado de Nova York.
Depois disso, Hillary também ocupou o cargo de secretária
de Estado, o que significa que era a segunda pessoa mais
importante do governo norte-americano, depois do
presidente Obama.

Corazón Aquino, chamada de Cory


Assumiu o controle da oposição ao governo ditatorial de
Ferdinand Marcos, nas Filipinas, após o exílio e execução do
marido. Foi presidente das Filipinas entre 25 de fevereiro de
1986 e 30 de junho de 1992. Foi a líder do movimento que
derrubou a ditadura em seu país, sendo considerada a
heroína desse movimento, sendo a primeira mulher a ocupar
a chefia de Estado de um país asiático.
Angela Merkel
É uma política alemã que serviu como Chanceler da Alemanha
de 2005 a 2021 e foi líder do partido de centro-direita União
Democrata-Cristã de 2000 a 2018. 

Aung
ex-governante Mianmar e vencedora do prêmio Nobel da Paz,
foi sentenciada a uma nova pena de 6 anos de detenção por
corrupção pelo regime militar que deu um golpe de Estado em
2021. Essa não é a primeira pena dela; ela já tinha uma outra
condenação a 11 anos de prisão.
Sheikh Hasina Wajed
A primeira ministra de Bangladesh é a única mulher
líder que faz parte da Organização dos Estados
Membros de Cooperação Islâmica. Hasina conseguiu
fazer com que Bangladesh alcançasse a maior
pontuação dos países do Sul da Ásia no World
Economic Forum's Gender Gap, um índice que avalia a
participação das mulheres na política e economia de
seu país.

Marielle Franco
Foi uma socióloga, política, feminista e defensora
dos direitos humanos brasileira. Filiada ao Partido
Socialismo e Liberdade, elegeu-se vereadora do Rio
de Janeiro para a Legislatura 2017-2020, durante a
eleição municipal de 2016, com a quinta maior
votação. Denunciava constantemente abusos de
autoridade por parte de policiais contra moradores
de comunidades carentes.

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