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Curso ZeroUm

Turmas EsPCEx
Redação – Prof.ª Camila S. M.

PROPOSTA 12
Leia os textos abaixo.

Texto I

Representatividade: “Quanto mais grupos distintos participando da esfera política, melhor”

Cientista política e professora da UFRGS Maria Lucia Moritz discute a presença de mulheres
e pessoas negras na política

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, no Rio Grande do Sul, cerca de 8,5
milhões de pessoas estão aptas votar nas eleições de 2022, sendo que pouco mais de 52%
são mulheres. Em 2018 eram 8,3 milhões de eleitores aptos, um crescimento de 6,2%. O
estado é o 5º maior colégio eleitoral do país. A representatividade das mulheres no espaço
de poder, mesmo sendo mais da metade do eleitorado, é muito aquém do ideal.

Um exemplo disto pode ser visto no parlamento no Rio Grande do Sul, que
historicamente é dominado por homens brancos. Da mesma forma, chama atenção a
ausência de negros e negras no Legislativo estadual. Atualmente a Assembleia Legislativa
do RS tem 55 legisladores, sendo 45 homens e somente 10 mulheres. Pelo quadro das
candidaturas do pleito de 2022 a realidade tende a alterar pouco.

Para a professora Maria Lucia Moritz, do Departamento de Ciência Política da UFRGS,


a baixa representatividade observada nos parlamentos tem vários motivos, estruturais e
institucionais: “Tradicionalmente, identificamos que as mulheres se constituem uma minoria
política, e que estão à margem das esferas de poder e dos espaços de representação
política. Por isso foi necessário a aprovação da lei de cotas. Mas, mesmo com a lei, a
participação não tem sido efetiva o suficiente para reverter essa desvantagem política de
gênero.

Mesmo que esse ano se tenha 33% de mulheres candidatas, pode-se ver que esse
valor é apenas um pouco acima do mínimo exigido por lei (30%). Em 2009, essa lei de cotas
passou por uma adequação, quando efetivamente se passou a obrigar os partidos passaram
a terem a proporcionalidade fr 70% para um sexo e 30% de candidaturas para outro sexo. A
partir de 2010 é que os partidos tiveram que manter essa proporcionalidade, tiveram
obrigação de segui-la. Até então os partidos conseguiam burlar essa proporcionalidade.

Nós temos razões bem consolidadas que explicam a desvantagem das mulheres na
política. Tem a ver com o nosso desenho institucional, com o financiamento de campanha e
com o tempo livre. Ou seja, as mulheres, em função de suas duplas ou triplas jornadas de
trabalho, ficam sem condições de se dedicar à atividade político-partidária trabalhando do
jeito que trabalham, com tantas tarefas e funções a desempenhar.

Essa desigualdade na divisão sexual do trabalho faz com que as mulheres fiquem
sobrecarregadas. Ao decidirem entrar na política, elas tem muito menos tempo para se
dedicar a isso. E esse é um tempo necessário para que ela consiga vivenciar o partido e
desempenhar as tarefas partidárias para se cacifar e ter experiência de se lançar
posteriormente e converter essa candidatura em mandato.”

Disponível em
<https://www.brasildefato.com.br/2022/09/23/representatividade-quanto-mais-grupos-distintos-participando-da-esfera-politi
ca-melhor>
Texto II
O teórico e pesquisador espanhol José A. Sánchez destaca o conceito de
representatividade como um cruzamento das noções de “representação mental” e
“representação mimética”, no qual alguém se torna imagem ou símbolo de algo. Para o autor,
é: o reunir os traços ou características que se consideram comuns de um conjunto de coisas
ou pessoas, ou que definem um grupo ou uma série de coisas ou pessoas. Trata-se do alto
grau de coincidência entre como nos representamos mentalmente ou imaginariamente algo e
a realização dessa imaginação em um objeto, situação ou pessoa.
A representatividade, nessa perspectiva, pode ser compreendida como um conceito
estético que se situa no âmbito da imaginação e da observação. Nesse entendimento, eu me
imagino, represento-me mentalmente, e minhas principais características nessa
representação são encontradas, coincidentemente, em um outro indivíduo. Esse indivíduo se
torna, dessa maneira, representativo da minha pessoa. Quando falamos de uma coletividade,
a representatividade se dá a partir daquelas características que são percebidas comumente
em um grupo, como, por exemplo, a cor da pele.

DESS, Conrado. Notas sobre o conceito de representatividade. Urdimento – Revista de Estudos em Artes Cênicas,

Florianópolis, v. 1 n. 43, abr. 2022.

Texto III

Importância da representatividade
O entretenimento, a arte, a comunicação e o esporte são aliados importantes para
mostrar que pessoas com deficiência física são capazes e a representatividade pode
promover a desconstrução de preconceitos e permitir que a pessoa possa buscar referências
através do outro e se inserir cada vez mais nesses espaços.
O que se observa, seguindo a linha de pensamento da pasta, é que a proporção de
pessoas com alguma deficiência física ocupando funções diversas na sociedade ainda é
pequena, uma vez que apenas 28% das pessoas com deficiência em idade de trabalhar se
posicionam na força de trabalho brasileira, conforme os dados divulgados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a Pesquisa Nacional de Saúde, de
2019.Vale ressaltar que, entre as pessoas sem deficiência, o índice daquelas posicionadas no
mercado de trabalho sobe para 66%.
Logo, de acordo com a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça, é essencial
expandir cada vez a participação de pessoas com deficiência em lugares e funções comuns a
qualquer pessoa. "À medida que presenciam alguém com as mesmas características
sentem-se representadas, porém, é necessário que essa representatividade fuja do lugar de
“vítimas” ou “coitados” por parte da sociedade, para que seja possível a quebra de
preconceitos e o entendimento de que deficiência não é sinônimo de incapacidade", segundo
a pasta.
Disponível em
<https://conexaoto.com.br/2022/10/11/seciju-reforca-a-importancia-da-representatividade-de-pessoas-com-deficiencia-fisic
a>

Representatividade: uma ferramenta social para a construção identitária

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