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Provinha de Ciência

Política
1. DESCREVA OS TIPOS DE PESQUISA DE OPINIÃO DE ACORDO COM
CHARAUDEAU.

Charaudeau divide as pesquisas em três, a de intenção de que as perguntas não tratam de


comportamentos e sim de declarações de comportamentos, ele afirma que a pesquisa de
intenção é um ato em perspectiva, e que pode ocorrer uma possível mudança de
posicionamento de determinado comportamento. A de preferência que compara dois
elementos (das classes de pessoas, objetos, comportamentos) e que as desse tipo são
raramente utilizadas nas pesquisas eleitorais, pois essas não se convertem em intenção de
voto, pois se distingue da de intenção, ela trata muito mais de expressar uma inclinação a
favor de uma dessas duas pessoas, devido a impressão que se têm, como simpatia,
confiança, confiabilidade e carisma. E por último a de avaliação que fica por procurar saber
como os cidadãos se colocam a partir de determinadas problemáticas na sociedade, a
pesquisa de avaliação é mais conforme a uma democracia participativa como coloca o autor e
revela o estado de uma consciência cidadã.
2. COMO AS PESQUISAS FORMATAM A OPINIÃO PÚBLICA?
O autor declara que as pesquisas de avaliação constituem por sua vez, atos de formatação de um
pensamento no qual não se sabe o que representa ao reduzir uma diversidade a uma
homogeneidade, esse modo de formatação constrói, um não julgamento, uma opinião artificial, fonte
de pensamento único que entretanto, pode dar a ilusão de representar uma opinião real. Os efeitos
podem ser um dispositivo (amostra, difusão e interpretação) que pode trabalhar como um espelho,
um espelho que dá a opinião a ilusão de se ver ideias dominantes. Ela nos remete como num
espelho, a imagem do que seria a nossa opinião, mesmo que não acreditemos nisso, e nos institui
como “sujeito de pensamento” “Assim se constrói a doxa como opinião que se torna “bom senso”. E
quanto mais a doxa se expande, mais, mais ela suscita adesão.” (Charaudeau, 2016. p.144) , ele
afirma que quanto mais um juízo de valor, que é a doxa se coloca como opiniões majoritárias ela se
torna mais provável de as pessoas aceitarem e tomarem essa opinião como a melhor opção a ser
seguida. Ele também assegura que o uso das sondagens por parte dos políticos para sua campanha,
faz com que a opinião que está formatada tenha a tarefa de espelho no qual vê a si mesma e a
agrega verdade a ela "Assim como a rainha má da branca de neve que se vê bela no espelho de
tanto se olhar, o cidadão acaba se conformando à imagem que lhe é imposta." (Charaudeau, 2016. P.
144), transformando a opinião particular em opinião coletiva, sucumbindo nesta última, levando a
acreditar que compartilham de um posicionamento em comum, mantido por falsas aparências,
causando uma ilusão.
3. COMO CHARAUDEAU CONCEBE AS CRISES DO POVO E DAS ELITES?
A massa não constitui mais uma amálgama homogênea de indivíduos com opinião e comportamentos únicos.
A massa explodiu numa multiplicidade de grupos que tomaram consciência da sua existência, dos seus
direitos e, assim, do seu direito de reivindicar. À medida que o nível de vida aumenta, a educação se
desenvolve e que o saber se expande, a consciência cidadã torna-se mais esclarecida porém ao mesmo
tempo mais complexa. Essa crise de confusão e da perda de identidade gera este sentimento de não
pertencimento e de não se ter mais nada a transmitir, daí surge a ausência de deveres e de valores entre
gerações, dos pais para filhos, dos adultos para os jovens etc.

A instância cidadã vivencia uma crise porque se encontra imersa em diferentes contradições sociais próprias
a uma sociedade do consumo. Essas contradições provocam uma perda do sentimento identitário, uma
dificuldade em definir seu pertencimento. As elites, por sua vez, porque têm perdido a confiança do povo e
criam uma percepção falsa de sua imagem enquanto políticos, acabam P. 181– 181 Atauan Soares de
Queiroz 181 gerando problemas de decisão. Muitas vezes, acreditam que basta apenas tomar a decisão para
comunicá-la ao povo, sem qualquer processo de negociação. Assim como defende Charaudeau, a decisão
não deve ser o começo, mas o resultado de um processo mais amplo de diálogo e debate. Por isso, há a
necessidade de uma democracia participativa, em que o povo é consultado periodicamente, fazendo
conhecer suas necessidades e dando sua opinião. No entanto, o autor reconhece que, à medida que o
antagonismo entre povo e elite em situação de crise se acentua, a desconfiança numa democracia
participativa cresce simultaneamente. Diante de tal impasse, é importante reconhecer que a política não é
uma ocupação como qualquer outra, mas um lugar de atividade que requer saber e experiência.
4. COMO SE PODE CONCEBER A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO INDIVÍDUO (ETHOS)?

Portanto, o ethos é formado pela identidade social de locutor juntamente com a


identidade discursiva de enunciador. Um fator importante é o cruzamento de
olhares: o olhar do outro sobre aquele que fala, e o olhar daquele que fala sobre a
maneira como ele pensa que o outro o vê. Assim, o sujeito aparece, ao olhar do
outro, com uma identidade psicológica e social (de locutor) que lhe é atribuída e
lhe dá legitimidade para falar, e, ao mesmo tempo, mostra-se mediante a
identidade discursiva que ele constrói para si no ato da fala.
5. COMENTE A UTILIZAÇÃO DA RAZÃO DE ESTADO COMO ESTRATÉGIA DE JUSTIFICAÇÃO E
SUAS CONSEQUÊNCIAS.

A razão de Estado é um tipo de justificação por razão superior, na qual o político


agiu de determinada forma para “preservar” uma identidade coletiva, integridade
nacional, etc. É um argumento que foi utilizado para justificar guerras e a
opressão de minorias, como no nazismo, fascismo e movimentos de segregação
racial. Outro exemplo é o legalismo, uma justificação em nome da lei,
independente da moral e outras esferas. Além disso, há o realismo, justificação
que exclui toda posição radical, ressaltando as limitações de uma ideia, de um
projeto, as quais podem torná-lo inviável ou realizado precariamente. Evoca um
pragmatismo e afirma que o resultado adquirido vale mais que resultado algum.
6. O QUE É O ETHOS DE IDENTIFICAÇÃO E COMO É UTILIZADO NO DISCURSO POLíTICO?

No ethos de identificação, o cidadão, mediante um processo de identificação


irracional, funda sua identidade na do político. O sujeito vai emitir imagens
heterogêneas e vagas, destinadas a tocar o maior número de indivíduos (Charaudeau,
2011, p. 137). Dentro do ethos de identificação, há o ethos de "potência”, que remete à
imagem de “força da natureza” e de virilidade sexual, muitas vezes por meio de
intimidação e violência verbal. Há também o ethos de "caráter”, que emite “força do
espírito”, remete a uma personalidade forte, por meio da vituperação, provocação,
polêmica, advertência, controle de si, coragem, orgulho, firmeza e moderação. Isso é
muito visto em debates, ao emitir opiniões próprias, questionar sem receios, provocar
o adversário, mas sempre com uma expressão calma e equilibrada.
7. ELABORE COMO A MALÍCIA PODE SER UTILIZADA NA CONSTRUÇÃO DO ETHOS.

Para Charaudeau a malícia denota saber jogar com o ser e o parecer, desse
modo, o político não precisa necessariamente possuir todas as virtudes a qual ele
defende, mas aparentar tê-las. Essa atitude, é ditada pelo fato de todos os
políticos possuírem adversários de diferentes espécies, principalmente em
períodos eleitorais. Para realizar certos projetos não podem revelar todas as suas
intenções, às vezes, será necessário fingir ir em uma direção para depois tomar o
caminho oposto. Nessa perspectiva, a mídia possui grande espaço devido ao seu
poder de alcance na sociedade moderna, a qual está fora do controle dos
políticos, podendo noticiar algo que lhe seja inconveniente, portanto, é necessário
que esteja preparado para lidar com essa circunstância.
8. QUAL É A IMPORTÂNCIA DO ETHOS DE HUMANIDADE NA VIDA POLÍTICA?

O ethos da humanidade constitui igualmente um aspecto importante no imaginário


coletivo, visto que aproxima o político da população, distanciando-o, por um momento,
de sua figura de autoridade. Desse modo, Charaudeau analisa quatro figuras que são
fundamentais para a humanização do político, assim, causando sentimento de
identificação com a massa. A primeira figura refere-se ao sentimento, nesse caso, é
preciso ter um certo cuidado, pois os sentimentos não são fáceis de serem manipulados,
especialmente, para não transparecer uma imagem de fraco e na política é preciso saber
controlar os sentimentos. Portanto, o momento mais propício para demonstrar
vulnerabilidade é em ocasiões de calamidade pública: catástrofes naturais, acidente,
fome e doença; que fazem com que os políticos se encontrem no local e dirijam palavras
de compaixão para as vítimas, manifestando sua própria aflição e prometendo ajuda.
9. COMO PERSEU ABRAMO DESCREVE AS MANIPULAÇÕES EXISTENTES NA IMPRENSA
BRASILEIRA?

A manipulação da realidade, pela imprensa, ocorre de várias e múltiplas formas. É


importante notar que não é todo o material que toda a imprensa manipula sempre. Se fosse
assim – se pudesse ser assim – o fenômeno seria autodesmistificador e autodestruidor por
si mesmo, e sua importância seria extremamente reduzida ou quase insignificante. Essa
característica geral pode ser observada quando se procura tipificar as formas mais usuais
de manipulação. E isso permite falar em padrões de manipulação observáveis na produção
jornalística. Perseu Abramo descreve o significado político da manipulação da grande
imprensa, ele aborda que a imprensa manipula a informação e a verdade das informações
de acordo com seus interesses, como também de acordo com a relação indireta da
realidade. os padrões de manipulação são: Ocultação, Fragmentação, Inversão e Indução.
10. HÁ INTERESSES POLÍTICOS NA MANIPULAÇÃO QUE SE VERIFICA NA IMPRENSA
BRASILEIRA?
11. DE QUE MODO A MANIPULAÇÃO DA IMPRENSA BRASILEIRA PODE IMPACTAR NA OPINIÃO PÚBLICA?

O poder de credibilidade e convencimento que a grande mídia possui é grande.


12. COMENTE A CONCEPÇÃO DE DEMOCRACIA DELIBERATIVA DE HABERMAS

A Democracia deliberativa, criada pelo alemão Jürgen Habermas, constitui-se como


um modelo ou processo de deliberação política democrática caracterizado por um
conjunto de pressupostos teórico-normativos que incorporam a participação da
sociedade civil na regulação da vida coletiva.Trata-se de um conceito que contraria
o liberalismo e está fundamentalmente ancorado na ideia de que a legitimidade das
decisões e ações políticas deriva da deliberação pública da maioria,pelos cidadãos,
em geral, livres e iguais] É fundamental levar em conta que, em princípio, o conceito
de "deliberação" pode se relacionar a dois tipos de situação: uma primeira, na qual
o que está em jogo é, de fato, o poder de decidir (isto é, quando uma decisão se
mostra mandatória); uma segunda situação, relativa preferencialmente à disposição
dos agentes em discutir, com a finalidade de aprimorar suas perspectivas de mundo
(sem, necessariamente, precisar ser tomada uma decisão).

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