Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Programa de Pós-Graduação em História


Saberes históricos: teoria, ensino e mídias

História Pública, Ensino de História e Mídias


Carga Horária: 60h. Créditos: 04
Horário: Sexta-feira, 14:00h – 18:00h
Professora: Isabel Cristina Martins Guillen

Ementa: Memória e história na contemporaneidade; história e Tempo presente; história pública; usos políticos
do passado; dever de memória e temas sensíveis; lugares de memória e patrimônio.

Objetivos: O curso tem como objetivo discutir as imbricações epistemológicas entre a memória e história em
torno do conceito de lugar de memória e história pública. Destaque-se as imbricações políticas e culturais
entre os jogos de memória na construção e definição dos lugares de memória no mundo contemporâneo, como
uma história pública tem sido construída nesse contexto, bem como as políticas públicas em torno do
patrimônio cultural.

Cronograma das aulas:


Dia Aulas Atividades
04/02 04 Apresentação do programa.
Enzo Traverso. O passado, modos de usar. História, Memória e Política.

11/02 08 Aula 1. Memória e história na contemporaneidade.


Textos 1. HARTOG. François. Tempo e patrimônio. Varia História, 2006;
Texto 2. HUYSSEN, Andreas. Passados presentes. In: Seduzidos pela memória.
História e tempo presente
Texto3. CEZAR, Temístocles. Tempo presente e usos do passado. In: VARELLA, Flávia.
Tempo presente e usos do passado.
Texto 4. FERREIRA, Marieta de Moraes. Demandas sociais e história do tempo
presente. In: VARELLA, Flávia. Tempo presente e usos do passado.
18/02 12 Aula 2. História pública
Texto5. LIDDINGTON, Jill. O que é história pública? Os públicos e seu passado. In:
Almeida, J. R. de Introdução à história pública.
Texto6. SANTHIAGO, R. Duas palavras e muitos sentidos in: MAUAD, A. M. História
Pública no Brasil.
Texto7. SCHITTINO, Renata. O conceito de público e o compartilhamento da história
in: MAUAD, A. M. História Pública no Brasil.

25/02 16 Aula assincrona


04/03 20 Aula 3. Ensino de História e história pública.
Texto 8. PENNA, F. A. e Silva, R. As operações que tornam a história pública.in:
MAUAD, A. M. História Pública no Brasil.
FERREIRA, R. Qual a relação entre história pública e ensino de história?; MENESES, J.
Todo patrimônio é uma forma de história pública? BAUER, C. Qual o papel da história
pública frente ao revisionismo histórico?; QUADRAT,S. É possível uma história pública
dos temas sensíveis no Brasil?; MATTOS, H. que diferença faz a perspectiva da história
pública nos estudos sobre a escravidão. In: MAUAD, A. M. Que história pública
queremos?
11/03 24 Aula 4. Usos políticos do passado.

1
Texto 9. HARTOG & REVEL. Note de conjoncture historiographique. In: Les usages
politiques du passé.
Texto 10. LEVI, G. Le passé lointain. Sur l´usage politique de l´histoire. In: Les usages
politiques du passé.
Usos políticos do passado.
Texto 11. KNAUSS, Paulo. Uma história para o nosso tempo: historiografia como fato
moral. História Unisinos, v. 12, n. 2, p. 140-147, 2008.
Texto 12. BAUER, Caroline Silveira; NICOLAZZI, Fernando Felizardo. O historiador e
o falsário. Usos públicos do passado e alguns marcos da cultura histórica
contemporânea. Varia História, v. 32, n. 60, p. 807-835, 2016.
18/03 28 Aula 5. A problemática dos Lugares de Memória e o patrimônio
Texto 13. NORA, Pierre et al. Entre memória e história: a problemática dos lugares.
Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 10,
1993.
Texto 14. GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado. História, memória e patrimônio.
Universidade e lugares de memória. Rio de Janeiro: UFRJ, Fórum de Ciência e Cultura,
Sistema de Bibliotecas e Informação, 2008.
Texto 15. GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado. História, memória e patrimônio. Revista
do Patrimônio, n.34, 2011

25/03 32 Aula 6. Dever de Memória


Texto16. HEYMANN, Luciana. O devoir de memoire na França Contemporânea.
Texto 17, MOTTA, Rodrigo Patto Sá. História, Memória e as disputas pela representação
do passado recente. Patrimônio e memória, v. 9, n. 1, p. 56-70, 2013
01/04 36 Aula 7. A escravidão, o dever e os lugares de memória. Políticas públicas da
UNESCO
Texto 18. CHIVALLON, Christine. L'émergence récente de la mémoire de l'esclavage
dans l'espace public: enjeux et significations. Revue d’histoire moderne et
contemporaine, n. 5, p. 64-81, 2005.
Texto 19. ARAUJO, A. L.. Doze anos de escravidão e o problema da representação das
atrocidades humanas. Afro-Ásia, (50), 257-262. (2014)
Araújo, A. L. Caminhos atlânticos. Memória, patrimônio e representações da escravidão
na Rota dos Escravos. Varia Historia, 25(41), 129-148. (2009).

08/04 40 Aula 08. A escravidão, o dever e os lugares de memória no Brasil.


Texto 20. MATTOS, Hebe; ABREU, Martha; GURAN, Milton. Por uma história pública
dos africanos escravizados no Brasil. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, vol. 27, nº 54,
p. 255-273, julho-dezembro de 2014.
Texto 21. ABREU, Martha; MATTOS, Hebe; VIANNA DANTAS, Carolina. Em torno
do passado escravista: as ações afirmativas e os historiadores. Antíteses, v. 3, n. 5, 2010.
Texto 22. VASSALLO, Simone; CICALO, André. Por onde os africanos chegaram. o
Cais do Valongo e a institucionalização da memória do tráfico negreiro na região
portuária do Rio de Janeiro. Horizontes Antropológicos, n. 43, p. 239-271, 2015.
15/04 Feriado
22/04 44 Aula assíncrona
29/04 48 Debate: Ensino de História e Mídias
06/05 52 Debate: Ensino de História e Mídias
13/05 56 Apresentação de projeto de História Pública e ensino de História
14 – 60 Apresentação de projeto de História Pública e ensino de História
15/05 Avaliação do Curso

2
AVALIAÇÃO

A avaliação será continuada, ao longo do curso. As notas serão atribuídas nos trabalhos escritos: relatório das
leituras efetuada ao longo do curso; relatório do Debate: Ensino de História e Mídias; exposição do projeto de
História Pública e Ensino de História

BIBLIOGRAFIA

ABREU, Martha; MATTOS, Hebe; VIANNA DANTAS, Carolina. Em torno do passado escravista: as ações
afirmativas e os historiadores. Antíteses, v. 3, n. 5, 2010.
ABREU, Regina e CHAGAS, Mário (orgs.). Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro:
DP&A, 2003.
ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; MENESES, Sônia (org). História pública em debate. Patrimônio, educação e
mediações do passado. São Paulo: Letra e Vozes, 2018.
ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira (org). São Paulo: Letra e Voz, 2011.
ARAÚJO, A. L. (2009). Caminhos atlânticos. Memória, patrimônio e representações da escravidão na Rota
dos Escravos. Varia História, 25(41), 129-148.
ARAUJO, A. L. (2014). Doze anos de escravidão e o problema da representação das atrocidades humanas.
Afro-Ásia, (50), 257-262.
ARAUJO, A. L. (Ed.). (2013). Politics of Memory: Making Slavery Visible in the Public Space. Routledge.
ARAÚJO, Ana Lúcia. Public Memory of Slavery: Victims and Perpetrators in the South Atlantic. Amherst,
New York: Cambria Press, 2010. 466p.
ARAUJO, Ana Lúcia. Welcome the diaspora: Slave trade heritage tourism and the public memory of slavery.
Ethnologies, v. 32, n. 2, p. 145-178, 2010.
ASSMANN, Aleida. Espaços da recordação. Formas e transformação da memória cultural. Campinas:
Ed.UNICAMP, 2011.
BONNIOL, Jean-Luc. Les usages publics de la mémoire de l'esclavage colonial. Matériaux pour l’histoire de
notre temps, n. 1, p. 14-21, 2007.
BOTTE, Roger. De l'esclavage et du daltonisme dans les sciences sociales. Avant-propos. Journal des
africanistes, v. 70, n. 1, p. 7-42, 2000.
BRIGGS, Asa; BURKE, Peter. Uma história social da mídia. De Gutenberg à internet. Rio de Janeiro, Zahar,
3ª ed. rev e ampl, 2016.
CHIVALLON, Christine. Bristol et la mémoire de l'esclavage. Changer et confirmer le regard sur la ville. In:
Les Annales de la recherche urbaine. Persée-Portail des revues scientifiques en SHS, 1999. p. 100-110.
CHIVALLON, Christine. L'émergence récente de la mémoire de l'esclavage dans l'espace public: enjeux et
significations. Revue d’histoire moderne et contemporaine, n. 5, p. 64-81, 2005.
CHIVALLON, Christine. Mémoires antillaises de l'esclavage. Ethnologie française, v. 32, n. 4, p. 601-612,
2002.
CHIVALLON, Christine. Mémoires de l'esclavage à la Martinique. Cahiers d'études africaines, n. 1, p.
235-261, 2010.
CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: UNESP, 2001.
CHOMSKY, Noam. Mídia. Propaganda política e manipulação. São Paulo, Editora WMF Martins Fontes,
2013
DELGADO, Lucília de Almeida Neves; FERREIRA, Marieta de Moraes. História do tempo presente. Rio de
Janeiro: FGV, 2014.
DUMOULIN, Olivier. O papel social do historiador. Da cátedra ao tribunal. Belo Horizonte: Autêntica, 2017
DUPUY, Francis; LUCAS, Rafael. Esclavage, marronnage et commémorations: les enjeux de la mémoire.
Cahiers d’histoire. Revue d’histoire critique, n. 89, p. 9-12, 2002.
FARGE, Arlette. Lugares para a história. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

3
FONSECA, Maria Cecília Londres. O patrimônio em processo. História da política federal de preservação no
Brasil. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2009.
GAGNEBIN, Jeanne-Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Editora 34, 2006.
GONÇALVES, José Reginaldo Santos. A retórica da perda. Os discursos do patrimônio cultural no Brasil.
Rio de Janeiro, UFRJ, 1996.
GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado. História, memória e patrimônio. Revista do Patrimônio, n.34, 2011
GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado. História, memória e patrimônio. Universidade e lugares de memória.
Rio de Janeiro: UFRJ, Fórum de Ciência e Cultura, Sistema de Bibliotecas e Informação, 2008.
GUIMARÃES, Roberta Sampaio. A utopia da Pequena África. Projetos urbanísticos, patrimônio e conflitos
na zona portuária carioca.
HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo: Centauro, 2004.
HARTOG, François. Le présent de l’historien. Le débat. Histoire, politique, société, n. 158, janv./févr. 2010.
HARTOG, François. Regimes de Historicidade. Presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte:
Autêntica, 2013.
HARTOG, François; REVEL, Jacques. Note de conjoncture historiographique. In ______. (Ed.). Les usages
politiques du passé. Paris: Éditions de l’École des Hautes Études en Sciences Sociales, 2001. pp. 13-24.
HARTOG. François Como escrever a história da França hoje. História Social, Campinas, n. 03, 1996.
HARTOG. François. Tempo e patrimônio. Varia História, v. 22, n. 36, 2006.
HARTOG. François. Tempo, história e a escrita da história: a ordem do tempo. Revista de História, USP, n.
148, 2003.
HAYDEN, Dolores. The power of place. Urban landscape as public history.
HEYMANN, L. Q. ; ARRUTI, J. M. . Memória e reconhecimento: notas sobre as disputas contemporâneas
pela gestão da memória na França e no Brasil. In: Márcia de Almeida Gonçalves; Helenice Rocha; Luís
Reznik; Ana Maria Monteiro. (Org.). Qual o valor da História hoje? 1ed.Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012,
v. 1, p. 96-119.
HEYMANN, Luciana. O"devoir de mémoire" na França contemporânea : entre a memória, história, legislação
e direitos. Rio de Janeiro: CPDOC, 2006. 27f.
HUYSSEN, Andreas. Seduzidos pela memória: arquitetura, monumentos, mídia. Rio de Janeiro: Aeroplano,
2002.
KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro,
Contraponto, 2006.
LALIEU, Olivier. “L’invention du dévoir de mémoire”, Vingtième Siècle. Revue
LEDOUX, Sébastien. Le devoir de memoire. Une formule et son histoire. Paris: CNRS Editions, 2016.
LOWENTHAL. David. Como conhecemos o passado. Projeto História. São Paulo (17) Nov. 1998.
LOWENTHAL. David. The heritage crusade and the spoil of history. New York, Cambridge University Press,
1998.
LOWENTHAL. David. The past is a foreign country. New York, Cambridge University Press, 2009 (1985)
MALERBA, J. Acadêmicos na berlinda ou como cada um escreve a História? Uma reflexão sobre o embate
entre historiadores acadêmicos e não acadêmicos no Brasil à luz dos debates sobre Public History. História da
Historiografia. Ouro Preto, n. 15, agosto 2014, p. 27-50.
______. Os historiadores e seus públicos: desafios ao conhecimento histórico na era digital. Revista Brasileira
de História. São Paulo, 2017.
MATTOS, Hebe Maria; ABREU, Martha. Em torno das" Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africanas"-Uma conversa
com historiadores. Revista Estudos Históricos, v. 21, n. 41, p. 5-20, 2008.
MATTOS, Hebe. " Remanescentes das comunidades dos quilombos": memória do cativeiro e políticas de
reparação no Brasil. Revista USP, n. 68, p. 104-111, 2006.
MATTOS, Hebe. O herói negro no ensino de história do Brasil: representações e usos das figuras de Zumbi e
Henrique Dias nos compêndios didáticos brasileiros. In: SOIHET, Rachel (org.). Cultura Política e Leituras
do Passado: historiografia e ensino de história. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, p. 203-228, 2007.
MATTOS, Hebe. Recriando passados. Afro-Ásia, n. 44, 2017.

4
MATTOS, Hebe; ABREU, Martha. “Remanescentes das Comunidades dos Quilombos”: memória do
cativeiro, patrimônio cultural e direito à reparação. Iberoamericana (2001-), v. 11, n. 42, p. 145-158, 2011.
MATTOS, Hebe; ABREU, Martha; GURAN, Milton. “Por uma história pública dos africanos escravizados no
Brasil”. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, vol. 27, nº 54, p. 255-273, julho-dezembro de 2014;
MAUAD, Ana Maria e outros (org) História Pública no Brasil. Sentidos e itinerários. Rio de Janeiro, Letra e
Voz, 2016
MAUAD, Ana Maria; SANTHIAGO, Ricardo; BORGES, Viviane Trindade (org). Que história pública
queremos? São Paulo: Letra e Voz, 2018.
MENESES, Sônia. Uma história ensinada para Homer Simpson: negacionismos e os usos abusivos do passado
em tempos de pós-verdade. Revista História Hoje, v. 8, n. 15, p. 66- 88, 2019
NICOLAZZI, Fernando. Os historiadores e seus públicos: regimes historiográficos, recepção da história e
história pública. Revista História Hoje, v. 8, n. 15, p. 203-222, 2019.
NOIRET, S. História Pública Digital. Liinc em Revista, v. 11, n. 1, 2015
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História. São Paulo: PUC-SP. n.
10, 1993.
POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos. Rio de Janeiro: FGV, v.2, nº 3,
1989.
POLLAK, Michel. Memória e identidade social. Estudos históricos, Rio de Janeiro, vol. 5, n. 10, 1992, p.
200-212
PONDÉ VASSALLO, Simone. Entre vidas objetificadas e vítimas da escravização: a trajetória das ossadas do
Cemitério dos Pretos Novos, no Rio de Janeiro. Sexualidad, Salud y Sociedad-Revista Latinoamericana, n. 25,
2017.
PORTO JR, Gilson (org). História do tempo presente. Bauru: EDUSC, 2007.
POULOT, Dominique. Uma história do patrimônio no Ocidente. São Paulo, Estação Liberdade, 2009.
ROBIN, Régine. A memória saturada. Campinas: Ed. Da UNICAMP, 2016.
ROUSSO, Henry. A última catástrofe. A história, o presente, o contemporâneo. Rio de Janeiro: FGV, 2016.
ROUSSO, Henry. Vers une mondialisation de la mémoire, Vingtième Siècle. Revue d'histoire, vol. no 94, no.
2, 2007, pp. 3-10.
SAMUEL, Raphael. Theatres of memory. Past and present in contemporary culture. Londres: Verso, 1996.
SARLO, Beatriz. Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. São Paulo:
TODOROV, Tzevetan. Les abus de mémoire. Paris: Arléa, 1995.
TRAVERSO, Enzo. O passado, modos de usar. História, memória e política. Lisboa: Edições Unipop, 2012
VARELA, Flávia et all. Tempo presente e usos do passado. Rio de Janeiro: FGV, 2012.
VASSALLO, Simone; CICALO, André. Por onde os africanos chegaram. o Cais do Valongo e a
institucionalização da memória do tráfico negreiro na região portuária do Rio de Janeiro. Horizontes
Antropológicos, n. 43, p. 239-271, 2015.

Você também pode gostar