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Mundo no entreguerras: ordem instável

1. Diplomacia: Tratado de Versalhes e demais


- Balcanização do antigo império Austro-Húngaro – desorganização econômica.
- A questão alemã : problema não resolvido.
- Marginalizado da ordem mundial – alimento o nazismo .
- Sujeito a severas penalidades pelos vencedores;
- Mas potencialmente uma grande nação: população bem maior que a francesa /
também a industrial:
- Manteve sua integridade territorial e política.
-Rede de comunicações internas estava intacta, como também suas usinas químicas
e elétricas, suas universidades e institutos técnicos.
- Ausência de equilíbrio de forças no continente para conter a Alemanha era visível:
a Rússia se afastara /a Áustria- Hungria desaparecera e só restava a França e a
Inglaterra/ Os EUA seguiam sua política isolacionista ( com relação a Europa).

2. Perdas populacionais da guerra, seus custos materiais e seus


desdobramentos políticos e sociais.

- 8 milhões de mortos e 7 milhões ficaram incapacitados( sua maioria em pleno


auge de sua vida produtiva).
- Baixas da população civil também por “causas resultantes da guerra” – 5 milhões.
- Déficit de nascimento durante os anos da guerra foi destacável
- Destruição de moradias, plantações, ferrovias, rebanhos, vastas áreas inutilizáveis
para agricultura.
- Perdas militares em equipamento.
- produção mundial de manufaturas em 1920 ainda era 7% inferior a 1913,
produção agrícola era de apenas metade do que havia sido no período anterior à
guerra.

3. Financiamento da guerra, seus desdobramentos e a crise de 1929.

- Guerra financiada com empréstimos externos/ não com impostos ( na suposição de


que o inimigo derrotado seria obrigado a pagar a conta).
- Inflação com resultados desastrosos (aumento da dívida pública).
- Insolúvel “ciranda” de devedores e credores alimentada no tempo da guerra:
Todos os aliados europeus deviam a Inglaterra e em menores proporções à França: e
estas duas tinham pesadas dívidas com os Estados Unidos / países europeus
esperavam a Alemanha pagar para pagar aos credores.
- transferência do centro financeiro do mundo de Londres para os Estados unidos;
um país menos dependente do comércio exterior e bem menos integrada na
economia mundial , com inclinações protecionistas e opinião pública contrária ao
seu envolvimento político com a Europa.

4. Ascensão dos regimes nazi-fascistas.


- Expansionismo como base da política externa; programa de recuperação
econômico.
- “Imperialismo social” – resposta para os problemas sociais e políticos: tanto na
Alemanha como na Itália.

5. Política de apaziguamento c/ Alemanha no período de ascensão do nazismo.

- equivoco pensar que as potências capitalistas não tentaram negociar com a


Alemanha nazista: negociar com o expansionismo alemão (ensaio de 1929 –
Locasno).
- Marco o Tratado de Munique (1938), seu desdobramento o tratado germânico
soviético.
- Alemães sempre jogaram com o Ocidente a possibilidade de aproximação com a
Rússia/ Jogou com o anticomunismo também.

6. Rivalidade entre os Estados Unidos e o Japão no Extremo Oriente.

- Situação do Japão semelhante à Alemanha (daí a aproximação entre ambos).


- Tensões emergiram após a 1a guerra: necessidade de limitar a marinha de guerra
japonesa.
- Necessidades de matérias-primas para a expansão industrial.
- Dependia de exportações externas/ petróleo dos Estados Unidos.
- Expansionismo para a China/ Sudeste asiático.
- Represália norte-americana: boicote/ só fez alimentar as pretensões imperialistas
do Japão, receio de perdas de mercados.
EUROPA 1919
MANDATOS NO MÉDIO ORIENTE E ÁFRICA

1. Mandato Francês da Síria


2. Mandato Francês do Líbano
3. Mandato Britânico da Palestina
4. Mandato Britânico da Transjordânia
5. Mandato Britânico da Mesopotâmia (Iraque)
6. Togolândia britânica
7. Togolândia francesa
8. Camarões Britânicos
9. Camarões francês

10. Ruanda-Urundi
11. Território de Tanganica
MANDATOS NO PACÍFICO

1. Mandato japonês sobre as ilhas do Pacífico 3 Mandato australiano de


Nauru
2. Mandato da Nova Zelândia sobre a Samoa Ocidental 4. Mandato australiano da
Nova Guiné
TRATADO DE VERSALHES
(28 de junho de 1919)

1a PARTE: Pacto da Sociedade das Nações

- Fundamento da organização: a manutenção da paz.


- Redução e contenção do armamento mundial.- Compromisso de
todos os países membro de se solidarizarem contra qualquer
agressão externa a integridade territorial e independência política
dos integrantes da Sociedade.
- Aceitação dos integrantes da organização do poder de
arbitragem da Sociedade nos conflitos internacionais envolvendo
seus membros.
- Obrigação a todo país membro da necessidade de comunicação à
sociedade de todo tratado ou compromisso internacional
celebrado no futuro.
- Definição da ação Sociedade por meio de uma Assembleia e por
um Conselho, sem poder de veto sobre as decisões da
Assembleia, constituído das principais Potências Aliadas e
Associadas.
- Aplicações dos princípios e compromissos da organização às
colônias e territórios que “em consequência da guerra, deixaram
de se encontrar debaixo soberania dos Estados que anteriormente
os governavam, e que são habitados por povos não capazes ainda
de se dirigirem por eles mesmos nas condições particularmente
difíceis do mundo moderno. O bem-estar e o desenvolvimento
destes povos constituem uma missão sagrada de civilização e
convém incorporar, no presente Pacto, garantias para o
comprimento dessa missão” (Art 22).

2a PARTE: Estabelece à fixação das fronteiras entre a


Alemanha e a Bélgica, Luxemburgo, França, Suíça, Áustria,
Tcheco-eslováquia, Polônia e Dinamarca.
3A PARTE: cláusulas políticas europeias.
- Proibição à Alemanha de manter ou construir fortificação nas margens
do rio Reno e mobilizar tropas para esta região (Arts. 42 e 43).
- Consideração de qualquer transgressão da Alemanha com relação às
margens do Reno como um ato perturbador da paz mundial (Art. 44).
- Cessão à França da propriedade inteira e absoluta das minas de
carvão situadas na bacia do Sarre, como compensação pela destruição
das minas de carvão do Norte da França na 1a Guerra (Art.45).
- Renuncia da Alemanha, em favor da Sociedade das Nações do
governo do território do Sarre por 15 anos. Determinação de um
plebiscito, após este prazo, para definir sob que soberania ficará a
população da região submetida (Art. 48 e 49) .
- Reintegração a França dos territórios anexados pela Alemanha em
1919(Art. 51).
- Reconhecimento da Alemanha do Estado austríaco, Tcheco e Polonês
(Arts. 80,81 e 87)
- Renúncia da Alemanha em favor das potências Aliadas dos direitos e
títulos sobre a cidade de Dantzig e seu território (Art. 100).

PARTE 4: Diretos e interesses alemães fora da Alemanha.

- Renuncia em Favor das Potências aliadas e Associadas de todos os


seus direitos e títulos sobre possessões do Ultramar(Art. 119).

PARTE 5: Cláusulas militares, navais e aéreas.

- Redução do exército da Alemanha para 160 mil homens, como também


do número de suas divisões de infantaria e cavalaria (Art. 160).
- Dissolução do estado-maior alemão e de todas as outras formações
similares (Art. 162)
- Sujeição da produção de armas e de munição de guerra à aprovação
das principais potências Aliadas e associadas (art. 168).

- Proibição de fabricação e importação de carros brindados, tanques ou


qualquer outro instrumento similar pela Alemanha (Art. 171).
- Abolição do serviço militar e obrigatório na Alemanha (Art. 173).
- Redução da frota alemã e proibição da existência de submarino na
composição da mesma (At. 181).
- Proibição da aviação militar e naval nas forças militares da Alemanha
(Art. 198).

6a PARTE: Sanções.

- As potências vitoriosas submetem a acusação pública (julgamento) o


imperador Guilherme II, por “ofensa suprema contra a moral
internacional e a autoridade sagrada dos tratados” (Art. 227).

7a PARTE: Reparações.

- Reconhecimento da Alemanha da “culpa de Guerra” (ou seja, de ser


responsável, junto com seus aliados, pela agressão que resultou na
guerra) e de sua total responsabilidade por todas as perdas e danos
sofridos tanto pelas potencias vitoriosas quanto pelos seus aliados no
curso do conflito (Art. 231).
- Exigência das potências vitoriosas e de seus associados de que a
Alemanha se comprometa a reparar todos os danos causados a
população e aos bens dos países agredidos e dos seus aliados de
guerra (Art.233).

PARTE 15: Cláusulas diversas.


- A Alemanha compromete-se a reconhecer o pleno valor dos Tratados
de paz e Convenções adicionais que serão concluídos com as potências
que tenham combatido ao lado da Alemanha e a reconhecer os novos
Estados nas fronteiras que lhes serão fixados (Art.434)
FASCISMO
PROBLEMA DA DEFINIÇÃO

* Definição diversa e frequentemente contraditória. Devido a complexidade e


pluralidade dos enfoques.
* Destacam-se três usos ou significados principais do termo:
1) Referência ao núcleo histórico original. Constituído pela historicidade do
fascismo italiano.
2) Dimensão internacional que o fascismo alcançou. Estudo voltado para o
fenômeno na Alemanha e Itália ( analogia entre ambos).
● Ampliar o termo a todos os movimentos e regimes que compartilham com
aquele que foi definido como fascismo histórico, de um certo núcleo de
características ideológicas , critérios de organização e finalidades políticas.
● Tendência atual é a definir o fascismo histórico: cujo histórico se desenrola
na Europa entre os anos 1919 e 1945 e que está essencial e especificamente
representado no fascismo italiano e no nacional-socialismo alemão. Em
geral, se entende por fascismo um sistema autoritário de dominação que é
caracterizado:
1) pela monopolização da representação política por parte de um partido
único de massa, hierarquicamente organizado;
2) Por uma ideologia fundamentada no culto de um chefe, na exaltação da
coletividade nacional, no desprezo dos valores do individualismo liberal e no
ideal de colaboração das classes em oposição frontal ao socialismo, dentro
de um sistema de tipo corporativista.
3) Por objetivos do tipo imperialista
4) Pela mobilização das massas e pelo seu enquadramento em organizações
tendentes a uma socialização política planificada funcional ao regime
5) Pelo aniquilamento das oposições, mediante o uso da violência e do terror.
6) Por um aparelho de propaganda baseado no controle da informação e dos
meios de comunicação de massa.
7) Por um crescente dirigismo estatal no âmbito de uma economia que
continua a se fundamentalmente privada .
8) Por uma tentativa de integrar nas estruturas de controle do partido ou do
Estado, de acordo com a lógica totalitária, a totalidade das relações
econômicas, sociais políticas e culturais.
II-TEORIAS SOBRE O FASCISMO

As Teorias podem ser divididas em dois grandes grupos: as singularizastes e


generalizantes.
A singularizante. Vale-se de fatores estritamente ligados às particularidades de
uma determinada realidade nacional e rejeitam toda tentativa de generalização de
um contexto específico a outro. Caso específico da Itália e não extensivo a outras
localidades da Europa na mesma época

Generalizante. Fenômeno fascista supranacional que apresentou nas diversas


formas que se revestiu de características essencialmente análogas, resumíveis
num conjunto de fatores homogêneos.

A SINGULARIZANTE

* Que fatores internos típicos de cada país explicam o advento do


fascismo.
* Dentro desta escola se ressalta muito mais as diferenças* que
similitudes entre o fenômeno italiano e os de outros países europeus no
entreguerras. Poucos assim chegaram a ver no fascismo a antecipação
de uma crise mais geral que revolucionaria a Europa.
A GENERALIZANTE

- Comum esforço para compreender as raízes do fascismo, e de modo


mais geral, dos fenômenos autoritários próprios das sociedades
industrializadas e de massa. Principais tendências interpretativas:
a) Fascismo como ditadura aberta da burguesia (ligada a crise do
capitalismo liberal e o advento do monopolista e financeiro, seria
uma expressão política dessa mudança).
b) Fascismo como totalitarismo (nesse caso incluiu também o
comunismo). Definição das características do Estado Totalitário
(morfologia): uma ideologia oficial tendente a abarcar todo o âmbito
da existência humana, um partido de massa único tipicamente
dominado por um só homem, controle social (policial) com base no
terror e violência, o monopólio quase completo dos meios de
comunicação de massa, controle monopolizado do aparelho bélico,
controle centralizado da economia.
* ressalte-se, ainda, os fatores imprescindíveis para o despontar do
totalitarismo: regime de democracia de massa e sociedade industrial(
comunicação de massa sua base)
c) Fascismo como via de modernização (= caminho para o
capitalismo).
d) Fascismo como regime e movimento associado a pequena burguesia
/classe média .

CONTEXTO COMUM ALEMÃO E ITALIANO:


Contexto imediato:
- Guerra e seus desdobramentos políticos, sociais e econômicos,
- O Estado liberal e democrático não soube enfrentar este cenário.
Contexto de longo prazo:
- Política de massa( democracia)
- Fragilidade do Estado liberal e democrático
- Contexto do capitalismo avançado (peculiaridade dos casos alemães e
italiano)
- Presença de uma esquerda socialista com capacidade de chegar ao
poder
- Peculiaridade do desenvolvimento do capitalismo nesses países:
tardio, mas quando se deu foi um processo acelerado e profundo com
desdobramentos sociais significativos.

DIFERENÇA NO MOVIMENTO NO SEU CAMINHO AO


PODER:
- Já no caminho para poder:
- Depois do fracasso nas urnas passaram a moderar suas propostas (o radicalismo
delas) em busca de alianças políticas;
- Aliança com grupos políticos tradicionais (velhos grupos dirigentes liberais ou
autoritários) no poder que eles tanto criticavam/ classe Burguesa e latifundiária.
- Programa fascista radical foi mudado em alguns pontos: Anticapitalismo e no
caso italiano postura contrária à monarquia e Igreja.
- No poder também tiveram de moderar em relação aos grupos que os levaram ao
poder. Porém ao se estalarem no poder não precisavam tanto moderar seus atos e
proposta.

MOVIMENTO FASCISTA E OS GRUPOS SOCIAIS QUE O


APOIARAM ORIGINALMENTE:
- Principalmente a classe media e pequena burguesia ( maioria).
- Desempregados e ex-combatentes (maioria).
- Apoio da classe trabalhadora (urbana e rural) não ligada aos partidos e
sindicatos (minoria).
- Intelectuais, burguesia e classe proprietária ( minoria).

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