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O caso da Alemanha:
- A grande perdedora foi a Alemanha, considerada pelas
cláusulas do Tratado de Versalhes, responsável pela guerra. Perdeu
1/7 do seu solo e foi cortada em duas. Perdeu 1/10 da sua
população, todas as suas colónias, a frota de guerra, parte da frota,
as minas de carvão do Sarre e foi obrigada a reparar
financeiramente os prejuízos causados pela guerra.
- As perdas geográficas e económicas, os Aliados, feriram o
forte orgulho alemão, aniquilando a sua capacidade militar: o
exército foi desprovido de artilharia pesada e de carros de assalto,
ficou reduzido a 100 mil homens; o serviço militar cessou de ser
obrigatório; o Estado-Maior alemão foi extinto; a margem esquerda
do Reno sofreu a ocupação aliada e a desmilitarização.
- O isolamento da Alemanha chegou ao ponto de ser vedada a
estrada na Sociedade das Nações, organismo destinado a
salvaguardar a paz e segurança internacionais.
O declínio da Europa:
- A Primeira Guerra, deixou uma Europa arruinada no plano
humano e material: a população ativa foi substancialmente ceifada;
os campos não produziam; as fábricas, as minas e as frotas
estavam destruídas. As economias europeias registaram grandes e
naturais dificuldades de reconversão. A adaptação à paz foi lenta e
o desânimo instalou-se no Velho Continente.
- A Europa, durante a guerra tornou-se extremamente
dependente dos Estados Unidos, continuou a importar bens e
serviços americanos e viu o endividamento agravar-se. Os
dirigentes europeus recorreram à emissão massiva de notas, por
não ser acompanhada de um aumento, provocando uma
desvalorização monetária e uma inflação galopante.
- A situação atingiu entre os vencidos da guerra, ao
pagamento de pesadas indemnizações. Em 1923, na Alemanha, a
desvalorização do marco era de tal ordem que as notas se
utilizaram como combustível, para as crianças, para as crianças
brincaram ou para forrar paredes.
Revolução de Outubro:
- Em 24 e 25 de outubro, ocorreu uma nova revolução. As
bolcheviques conhecidas por Guardas Vermelhos, controlaram
pontos estratégicos da cidade, assaltaram o Palácio de Inverno e
derrubaram o Governo Provisório. O II Congresso dos Sovietes,
reunido em Petrogrado, o poder ao Conselho dos Comissários do
Povo, por bolcheviques. Lenine ocupou a presidência, Trotsky a
Pasta da Guerra e Estaline a das Nacionalidades.
- Pela primeira vez na História, os representantes do
proletariado conquistavam o poder político. Como Marx sugerira:
recorrendo à luta de classes e à revolução. O novo Governo iniciou
funções com a publicação dos decretos revolucionários sobre: a
paz convidava o povo beligerante à negociação; a terra, abolindo
então sem indemnização, a grande propriedade, entregando-a
sovietes camponeses; o controlo operário, atribuindo aos
operários das empresas a superintendência e a gestão da respetiva
produção; as nacionalidades conferindo a todos os povos do
antigo Império Russo o estatuto de igualdade e o direito à
autodeterminação. Daí dizer-se que os primeiros tempos da
Revolução de Outubro se viveram sob o signo da democracia dos
sovietes.
A emancipação feminina:
- No século XX, a emancipação feminina revestiu duas facetas
distintas: a alteração dos padrões de conduta, a permitir à mulher
uma maior liberdade de atuação e novas formas de sociabilidade; e
a luta pela igualdade jurídica, adquiriu especial relevância o
direito e ao voto. A mulher adquire, uma visibilidade até aí
impensável: sai para ir às compras, para tomar chá e refrescos,
para ir à praia, para dançar num clube noturno. A convivência entre
os sexos torna-se mais livre e ousada e a prática do desporto abre-
se também ao sexo feminino. Alguns exemplos de símbolos de
liberdade, eram o vestuário feminino transfigura-se: o espartilho
desaparece, as sais sobem, caiam direitas e fluidas, sem
constrangerem os movimentos. O cabelo curto, de corte a direito,
torna-se o último grito da moda.
- Este fenómeno de mudança extrema chama-se flapper-
termo que designa a rapariga estouvada que desafia todas as
regras- marca os loucos anos 20. A luta pela igualdade jurídica
assumiu um lugar central no movimento feminista.
- O movimento feminista organizado remonta ao século XIX.
Por volta de 1850, centravam-se no direito das mulheres casadas à
propriedade dos seus bens (nem mesmo lhes era reconhecida a
liberdade de dispor do seu salário), à tutela dos filhos (em caso de
viuvez o poder parental era exercido por um parente masculino) ao
acesso à educação e ao trabalho socialmente valorizado. As
primeiras feministas lutaram por alterações jurídicas que
terminassem com o estatuto de eterna menoridade que a sociedade
burguesa oitocentista reservava à mulher.
- Cerca de 1900, o direito de participação na vida política
(direito ao voto) passou a assumir um papel importante nas
reivindicações femininas. Organizaram-se numerosas associações
de sufragistas, com um enorme espírito de militância
desencadeando uma luta pelo voto feminista. Emmeline Pankhurst
viria a marcar o feminismo do princípio do século. A oposição que
lhes deparava, as sufragistas inglesas procuraram atrair a atenção
pública que incluíam longas e ruidosas, marchas públicas, piquetes,
apedrejamentos de polícias e montras, irrupções intempestivas no
Parlamento, greve de fome.
- Em Portugal, fundou-se em 1909 a Liga Republicana das
Mulheres Portuguesas, e mais tarde, o Conselho Nacional das
Mulheres Portuguesas (1914), perseguiram objetivos idênticos aos
das congéneres europeias e o esforço de mulheres prestigiadas
(ex: Carolina Beatriz Ângelo). Com exceção, de um pequeno
punhado de países, como a Austrália ou a Finlândia, as pretensões
políticas femininas chocaram, até à Primeira Guerra Mundial,
com uma forte oposição, sendo alvo da censura e do escárnio dos
poderes políticos e da própria sociedade. As convulsões da
guerra vieram alterar este estado de espírito. Os homens nas
trincheiras, as mulheres viram-se livres das suas tradicionais
limitações como donas de casa, assumindo a autoridade do lar e o
sustento da família. Podiam ser vistas a trabalhar nas fábricas de
armamento, a conduzir carrinhas e autocarros, a fazer reparações
elétricas, a carregar materiais pesados. No campo, também o
trabalho masculino e mesmo na frente de batalha tornaram-se
imprescindíveis, os cuidados de enfermagem, com risco da própria
vida.
-Este esforço reforçou a autoconfiança feminina e granjeou-
lhe a valorização social que até aí lhe faltava. Nas décadas ao
final do conflito, em grande parte as mulheres adquiriram o direito
de intervenção política «, consolidaram a posição jurídica na família
e viram aberto o acesso a carreiras profissionais prestigiadas.
A técnica revoluciona o quotidiano e as
mentalidades:
- Os transportes e os meios de comunicação que mais
contribuíram para alterar o estilo de vida e as mentalidades. Henry
Ford tornou o automóvel um bem de consumo corrente. Era
agora possível residir nos subúrbios e trabalhar nas cidades; nos
dias de lazer; os passeios de automóvel e os piqueniques tornaram-
se rotina; o gosto pela velocidade e uma sensação de liberdade
inteiramente nova impregnaram os espíritos.
- Este alargar de horizontes que a revolução automóvel foi
reforçado pela criação das primeiras carreiras aéreas de
passageiros, que deram passos de gigante após a 1ª Guerra
Mundial. Ao mesmo tempo que o automóvel e o avião encurtavam
distâncias físicas, outras tecnologias revolucionárias
aproximavam os cidadãos do mesmo país e do mundo inteiro.
- Cerca de 1910 mais de 6 milhões de americanos já tinham
instalado nas suas casas o telefone de Bell, que veio acentuar mais
a sensação de rapidez e imediatismo que impregnava o novo
século. O impacto do telefone foi enorme, nos mais variados
setores: melhorou a eficiências da administração pública, permitiu
acudir rapidamente a todo o tipo de emergências, beneficiou
empresas e negócios. Contribuiu, juntamente com a revolução nos
transportes e outras inovações técnicas, para a rápida difusão das
notícias.
As vanguardas:
- No início do XX, Paris era o centro incontestável da arte
europeia. A ousadia dos impressionistas, escândalo tinha causado
na década de 1870, reforçando o prestígio da cidade. Em comum
uma reivindicação essencial: o artista é livre para criar, não está
submetido nem às regras das academias nem às formas de
Natureza.
- Arte não reproduz o mundo tal como ele aparenta ser,
mas como o artista o vê e sente. Completa liberdade da criação
artística, que modificou o próprio conceito de arte.
O fauvismo:
- Constituiu a primeira vaga de assalto da arte moderna
propriamente dita. Rebento em 1905, por pintores pouco
conhecidos Henri Matisse, André Derain, Maurice de Vlaminck,
Georges Rouault. As telas que se encontravam na sala eram, de
facto, chocantes, com um colorismo muito intenso, aplicando de
forma aparentemente arbitrária, tornava-as, à 1ª vista obras
estranhas quase selvagens.
- O fauvismo foi um movimento marcadamente francês com
intenções de índole social ou psicológica.
Características:
- Primitivismo, os artistas do fauvismo utilizam
massivamente as cores puras em obras;
- Foge dos padrões tradicionais;
- Pintura não tradicional;
- Não tinham caráter crítica, político, social, como
em outros movimentos artísticos;
- Simplificação das formas;
- Cores vibrantes(laranja, amarelo, vermelho,
roxo).
Expressionismo:
- Nasce quase ao mesmo tempo em diversas cidades alemãs,
como uma tentativa de abalar o conservadorismo. Mas nasce
também como um grito de revolta individual contra uma
sociedade excessivamente moralista e hierarquizada.
- Em 1905, paralelamente ao nascimento do Fauvismo em
França, quatro jovens estudantes que fundaram um grupo artístico
revolucionário a que chamam Die Brucke. Os artistas de Die
Brucke defendiam uma arte impulsiva, fortemente individual,
que representasse o impulso artístico. Recorriam então à utilização
de grandes manchas de cor, intensas e contrastantes, aplicadas
livremente, tinha também uma temática pesada.
Características:
- Uso de cores fortes e contrastantes;
- Deformação da figura;
- Uso de pinceladas marcantes;
- Valorização da arte primitiva e gravura;
- Grossas camadas de tinta;
- Temas sombrios;
- Emoção como centro da mensagem.
O cubismo:
- Nasceu cerca de 1908 pela mão de Pablo Picasso e do seu
amigo francês Georges Braque. Os dois pintores centraram-se na
representação dos volumes, que reduziram as formas
geométricas, sobrepostas numa aparente anarquia. A verdadeira
novidade do Cubismo não estava, porém, na geometrização, mas
na destruição completa das leis da perspetiva.
Características:
- Geometrização das formas;
- Alteração da perspetiva tradicional;
- Distorção da realidade;
- Diferentes pontos de vista;
- Preferência por linha cortadas ou cruzadas;
- Cores frias.
Abstracionismo:
- Desde o fim do século XIX, a arte foi tornando-se
progressivamente mais abstrata. Nasceu então em 1910 o
abstracionismo.
- Kandinsky e com muitos outros pintores do seu tempo
deixando-se seduzir pelas cores fortes e vibrantes, considerava
então que as cores e as formas têm em si uma força expressiva
própria. Tal como a música, as abstrações de forma e de cor
constituem uma linguagem universal.
- Existiam duas vias principais desta vanguarda:
abstracionismo sensível ou lírico que apelava à cor e às
emoções, procurando exprimir a interioridade do pintor. O
abstracionismo geométrico busca uma expressão intelectualizada
do mundo exterior.
Características:
- Arte não representacional;
- Ausência de objetos reconhecíveis;
- Arte subjetiva;
- Oposição ao modelo renascentista e à arte
figurativa;
- Valorização de formas, cores, linhas e texturas.
Futurismo:
- Em 1909 enquanto o Cubismo se desenvolvia em França, o
poeta italiano Filippo Marinetti, a partir de Milão, desenvolveu o
futurismo.
- O manifesto de Marinetti é um hino à vida moderna que
rejeita o passado e glorifica o futuro. A máquina, conquista e
emblema do mundo moderno, assume o lugar central de ídolo dos
futuristas, com ela a velocidade devotam um verdadeiro culto.
Características:
- Dinamismo;
- Valorização do homem;
- Exaltação da tecnologia;
- Uso de cores vibrantes e contraste;
- Movimento e velocidade;
- Onomatopeias;
- Versos livres.
Dadaísmo:
- Nasceu em Zurique, em 1916 desenvolveu-se também em
outros polos, como Nova Iorque, Berlim e Paris.
- Aplicaram-se assim em destruir os fundamentos da arte
criando a antiarte. Através do culto do absurdo: assemblages, as
composições ao acaso, tudo servia para negar a arte e o seu
valor.
- Tentavam criar a antiarte, os dadaístas provocavam grande
agitação nos meios artísticos com panfletos e artigos obscenos,
insultos ao público que visitava, curioso, as suas exposições e
espetáculos desconcertantes em que montavam pequenas peças
sem nexo.
Características:
- Ausência simétrica;
- Rompimento dos modelos tradicionais;
- Anarquismo e niilismo (negação, descrença);
- Aversão à guerra;
- Crítica aos capitalismos e ao consumismo;
- Conteúdos sem lógica;
- Caráter pessimistas e irônicos.
Surrealismo:
- Por volta de 1912, o dadaísmo chega ao fim da sua
evolução. Sob a influência de Freud e da psicanálise, o movimento
iniciado por Breton. Desde modo, o “modelos” da arte”, que
erradamente tinha sido na realidade exterior, deslocava-se para o
mundo da interioridade, era agora procurando na mente do
artista. O surrealismo não se prende com questões formais.
- Cada um exprime-se à sua própria maneira, cada um
encontra a via pessoal de acesso ao seu próprio psiquismo.
Características:
- Imagens imprevisíveis;
- Livre expressão do pensamento;
- Automatismo e espontaneidade;
- Influência de Freud;
- Figuras disformes e justapostas;
- Valorização do inconsciente.
Em síntese:
- Até ao século XX, a pintura permaneceu fiel ao “principio da
realidade” representando um mundo de aparência e objetos
reconhecíveis. As vanguardas vieram romper com este universo
plástico:
- Libertaram a figuração da sujeição ao modelo:
Distorcendo as formas e utilizando arbitrariamente as cores, sem
atender à sua fidelidade. Assumida por fauves e expressionistas,
tornou-se uma característica comum a todas as correntes.
- Desconstruíram o espaço pictórico: desde o
renascimento segundo as leis da perspetiva. Os esbatimentos dos
volumes e da profundidade, presentes nas telas fauvistas e
expressionistas anunciando o regresso da pintura à sua natureza
bidimensional. Ao cubismo a desarticulação completa das regras
da figuração.
- Adotaram novos objetos temáticos: índole abstrata
ou projetos peço inconsciente humano. Pela primeira vez, a pintura
desliga totalmente os seus temas da realidade sensível.
- Alargaram o universo da pintura: ao introduzirem
aspetos desde sempre;
e tinham sido alheios, como o movimento e o tempo, esboçados
pelo cubismo e plenamente desenvolvidos pelo Futurismo.
- Introduziram um conjunto vasto de novos materiais
artísticos: aumentando significativamente o potencial plástico e
expressivo da pintura. Iniciada pelo Cubismo, adotada também
pelos movimentos posteriores.