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1ª guerra mundial distingue-se dos conflitos anteriores pela sua duração, pela
extensão geográfica e por ter sido uma guerra total. Entre 1914-1918,
beligerantes de todos os continentes participaram no conflito, agrupados em 2
coligações:
− Os Aliados: Sérvia, França, Grã-Bretanha, Rússia, Japão, Itália, Grécia,
Portugal, Roménia, Estados Unidos;
− As Potências Centrais: Império Austro-húngaro, Império Alemão, Império
Otomano, Bulgária.
Depois de 4 anos de destruição e morte a guerra chega ao fim no dia 11 de
novembro de 1918, com a capitulação da Alemanha. Armistício assinado entre
os generais aliados e alemães, numa carruagem em Rethondes, na floresta de
Compiège.
Os políticos subiam ao palco das negociações. Destaca-se o papel do
presidente americano Wilson, que em janeiro de 1918 (1 ano antes), numa
mensagem endereçada ao Congresso americano, apresentara os princípios que
deveriam nortear uma convivência internacional pacífica: prática de uma
diplomacia transparente; liberdade de navegação e de trocas; redução dos
armamentos; respeito para com as nacionalidades; criação de uma liga das
nações. Os “14 pontos” de Wilson serviriam de base aos trabalhos da
Conferência de Paz, mas os atores políticos europeus também tinham o seu
guião pós-guerra.
O caso da Alemanha
A grande perdedora foi mesmo a Alemanha, considerada pelas cláusulas do
Tratado de Versalhes, responsável pela guerra.
Viu-se amputada de 1/7 do seu solo e cortada em 2, já que o corredor de
Danzig (da polónia) separou a Prússia oriental do restante território alemão.
Perdeu 1/10 da sua população, todas as suas colónias, a frota de guerra, parte
da frota mercante, as minas de carvão do Sarre (para a França durante 15
anos) e foi obrigada a reparar financeiramente os prejuízos criados pela guerra.
Como se não bastasse as perdas geográficas e económicas, os Aliados
entenderam ferir o forte orgulho alemão, aniquilando a sua capacidade militar:
o exército, desprovido de artilharia pesada e de carros de assalto, ficou
reduzido a 100 mil homens; o serviço militar cessou de ser obrigatório; o
Estado Maior alemão foi extinto; a margem esquerda do rio Reno (Renânia)
sofreu a ocupação aliada e a desmilitarização.
O isolamento da Alemanha chegou ao ponto de lhe ser vedada a entrada na
sociedade das nações, organismo destinado a salvaguardar a paz e segurança
internacionais.
As Revoluções de 1917
A revolução de fevereiro
Num ambiente de descontentamento e oposição ao czarismo, sucederam-se,
na capital do Império, Petrogrado entre 23 e 27 de fevereiro grandiosas
manifestações de mulheres, acompanhadas de greves dos operários da cidade.
Reunidos numa Assembleia Popular, denominada Soviete, os operários
incentivavam ao derrube do Czar, contando com a adesão de milhares de
militares. Desprovido de apoios, Nicolau II abdicou a 2 de Março a favor do
irmão, o Grão-Duque Miguel, mas este recusou a Regência. O czarismo chegou
ao fim e a Rússia tornou-se uma República.
Objetivos do povo da revolução de Fevereiro:
• Alterar o regime político;
• Empreender reformas políticas e sociais para resolver os problemas mais
prementes, causadores de contestação e instabilidade;
• Retirar a Rússia da guerra.
Consequências imediatas da revolução de fevereiro:
• Formação de um governo provisório, por iniciativa da Duma e com o
apoio dos setores moderados.
• Derrube do czarismo.
• Instalação de uma República.
Os destinos da Rússia ficaram nas mãos do Governo provisório, liderado pela
burguesia liberal. Dirigido Lvov e, depois, por Kerensky, empenhou-se na
instauração de uma democracia parlamentar e na continuação da guerra com a
Alemanha.
Medidas que o governo provisório tomou de cariz de demoliberal:
• Instituir o sufrágio universal;
• Abolir as discriminações sociais;
• Conceder a Amnistia Geral aos presos políticos;
• Convocação de uma Assembleia constituinte;
Controlados pelos bolcheviques, sobretudo após o regresso em Abril de
Lenine, à Rússia, o soviete de operários, camponeses, soldados e marinheiros
por proliferaram por todo o território.
Descontentes com as reformas superficiais e adiadas do governo provisório e
com a permanência da Rússia na guerra, os bolcheviques pretendiam uma
revolução que culminasse num regime socialista e sociedade sem classes.
Logo que chegou, Lenine, divulgou as “teses de Abril”, documento que incluía
as seguintes reivindicações dos Sovietes e aslinhas orientadoras da ação
política revolucionária: retirada imediata da guerra, derrube do Governo
provisório, entrega do poder aos Sovietes, confiscação da grande propriedade.
Esta tensão entre o Governo provisório e os Sovietes mergulhou a Rússia numa
autêntica dualidade de poderes. Antevia-se uma nova revolução.
A revolução de outubro
Em 24 e 25 de Outubro, Petrogrado, assistiu a uma nova revolução. Milícias
bolcheviques, conhecidas por guardas Vermelhos, controlam pontos
estratégicos da cidade (pontes, Correios, gares ferroviárias), assaltaram o
Palácio de Inverno e derrubaram o governo provisório neles sediado.
O segundo Congresso dos Sovietes, reunido em Petrogrado, entregou de
imediato o poder ao Conselho dos Comissários do povo, composto
exclusivamente por bolcheviques. Lenine ocupou a Presidência, Tortsky a pasta
da guerra e Estaline a das nacionalidades.
Para responder às aspirações das massas populares e às reivindicações dos
Sovietes, o novo Governo iniciou funções com a publicação dos Decretos
Revolucionários sobre:
• A paz: Convidando os povos beligerantes à negociação.
• A Terra: Abolindo sem indenização a grande propriedade, entregando-a
a Sovietes camponeses.
• O controlo operário: Atribuindo aos operários das empresas a
superintendência e a gestão da respetiva produção.
• As nacionalidades: Conferindo a todos os povos do antigo Império russo,
o estatuto de igualdade e o direito à autodeterminação.
Inspiradores e beneficiários diretos destes decretos, os Sovietes converteram-
se nos grandes protagonistas da revolução. Daí dizer-se que os primeiros
tempos da Revolução de Outubro se viveram sob o signo da democracia dos
Sovietes.
A guerra civil