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Esse artigo tem como objetivo levantar questões sobre o Tratado de Versalhes, indicadas
no livro As consequências econômicas da paz de John Maynard Keynes. Será através do
mesmo que produziremos a nossa análise ao darmos foco nas sanções aplicadas à
Alemanha.
Observando desde já que essas sanções são em sua maioria de cunho econômico, mas que
todas as sanções tiveram alguma consequência para os desencadeamentos da Segunda
Guerra Mundial e que se estendem ate hoje.
Importando ter em vista que a Inglaterra e a França estavam interessadas em obter
“facilidades” nos recursos energéticos, tecnológicos e hídricos da Alemanha. No decorrer
do nosso artigo vamos direcionar o trabalho nos motivos reais que levaram aos países da
Tríplice Entente até 1917 em limitar a Alemanha e no que restou dela no traçado da paz
na Europa.
Keynes ainda ressalta a participação do continente americano no Tratado, porém nesse
artigo não estaremos revelando diretamente a participação do Brasil e de outros países da
América no Tratado, mas vamos canalizar nesse momento da investigação a contribuição
dos Estados Unidos da América, por isso nos concentraremos apenas nos capítulos 3 e 4.
Em 28 de junho de 1919, a Primeira Guerra Mundial chegou oficialmente ao seu fim, a
partir da assinatura do Tratado de Versalhes. Firmado entre as potências aliadas e
associadas, entre elas: Estados Unidos da América, Império Britânico, França, Itália e
Japão e a derrotada Alemanha. Mas será que esse tratado era realmente de paz? Ou apenas
retaliações? Ou apenas uma manobra articulada pela França e pela Inglaterra para
prejudicar a Alemanha em suas reconstruções?
São muitas perguntas, mas a resposta é apenas uma: a Alemanha é única responsável pela
Segunda Guerra Mundial (Hobsbawm, cap.1; p.43), como Hobsbawm afirma no seu livro
a Era dos Extremos, Será mesmo? Keynes, nos mostrar que não foi bem assim, tudo
começa com o Tratado de Versalhes e a tentativa dos Aliados de prejudicar a Alemanha
de todas as formas possíveis, principalmente da França.
O Tratado de Versalhes sinaliza o desequilíbrio presente no mundo europeu em 1919.
Hoje podemos reconhecer que as sanções impostas aos alemães alimentaram a ascensão
do partido nazista, e consequentemente, impulsionaram a Segunda Guerra Mundial.
Porém, as potências europeias no período pós-guerra não conseguiram prognosticar as
consequências que o tratado iria promover para as próximas gerações. O que vemos é que
até hoje as consequências do Tratado geram conflitos e discussões e ao longo desse artigo.
Keynes....
E no capítulo 4, ele aponta duas críticas: a primeira, ele mostrava que o tratado impedia
economicamente que a Europa se recuperasse; e segundo, os aliados descumpriram os
acordos em prol de uma retaliação a Alemanha.
“O sistema econômico alemão, tal como existia antes da guerra, dependia de
três fatores principais: I. O comércio exterior, representado por sua marinha
mercantil, suas colônias, seus investimentos estrangeiros, suas exportações e
as conexões externas de seus comerciantes; II A exploração de seu carvão e
ferro e as indústrias construídas sobre eles; III Seu sistema de transporte e
tarifa. Destes, o primeiro, embora não menos importante, foi certamente o mais
vulnerável. O Tratado visa a destruição sistemática dos três, mas
principalmente dos dois primeiros.” (KEYNES, 1920, p. 43, cap.4)
O primeiro mapa representa a Europa antes da Primeira Guerra Mundial e o segundo mostra as alteraçoes
político-territoriais produzidas pelo Tratado de Versalhes.
Da paz as consequências...
Contudo Keynes, membro da comitiva inglesa de negociações para a paz, que discordou
frontalmente dos termos impostos à Alemanha, referindo-se ao Tratado de Versalhes
como a imposição de uma “paz cartaginesa”. Foi então, que o livro As consequências
econômicas da paz publicado no fim de 1919, que chegou como um tsunami na Europa e
nos Estados Unidos. A “paz de Versalhes” foi uma reedição da “paz cartaginesa”, ou seja,
da humilhação imposta por Roma, em que até o solo da velha colônia fenícia era coberto
de sal, para que nada mais aí pudesse ser semeado e crescer.
1920: Entrava em vigor o Tratado de Versalhes | Fatos que marcaram o dia | DW | 10.01.2017
“Até hoje, o Tratado de Versalhes fomentou e criou toda uma série de focos de
crise. Por exemplo, o conflito do Alto Ádige, entre a Itália e a Áustria, que gira
em torno da fixação da fronteira norte da Itália no passo de Brennero. Ou o
conflito do Oriente Médio, entre os israelenses e os árabes, que tampouco
aceitam o Tratado de Versalhes e as suas fronteiras, resultantes da nova divisão
do Império Otomano.” (MAREK, 2017, p. 2)
Conclusão
Representantes de Reino Unido, França e Itália durante a Conferência de Paz de Paris, que produziu o Tratado de Versalhes
Referencias
HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX/ Eric Hobsbawm; tradução
Marco Santarrita – São Paulo: Companhia das letras, 1995.