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Entre muitas mulheres que lutaram por esse direito, algumas tiveram um
grande destaque. Entre as principais colaboradoras pela busca da igualdade
política podemos citar, Leolinda Figueiredo Daltro, que em 1909 fundou o PRF
(Partido Republicano Feminino), composto unicamente por mulheres, que
mesmo não tendo direitos políticos nessa época, teve grande importância para
que as mulheres ganhassem força na luta política. Outra personagem
responsável por dar início a um novo ciclo político onde às mulheres pudessem
escolher seus representantes, foi Bertha Lutz, reconhecida nacionalmente e
mundialmente. Estava a frende da FBPF (Federação Brasileira pelo Progresso
Feminino) e teve sua primeira vitória ao instituir o voto feminino no Estado do Rio
Grande do Norte em 1927. (BESTER, 2016).
Com a necessidade de ocupar seu merecido espaço na sociedade, em
1832 surge o movimento sufragista no Brasil com as primeiras manifestações
das mulheres. O intuito desse movimento foi garantir que a classe feminina
tivesse o direito legal de votar, para que então as mulheres pudessem participar
ativamente da política, e escolher os governantes que melhor as
representassem. (BESTER, 2016).
Faz-se necessário citar uma das mais importantes conquistas das mulheres
em sua trajetória: a vitória eleitoral da primeira deputada federal em 1933. A
médica Carlota Pereira Queiroz, responsável por impulsionar os movimentos que
lutavam para garantir os atuais direitos femininos e foi à única mulher a assinar
a constituição de 1934 ao lado de outros 525 constituintes. Teve como suplente
a feminista supracitada, Bertha Lutz, juntas foram às únicas representantes
mulheres dentro da assembleia constituinte. Através de articulações com o
movimento feminista, criou anteprojetos de constituição, incluindo a proteção de
alguns direitos como a maternidade, nacionalidade ou estado-civil, em busca por
uma igualdade de gênero. Em sua fala, ela diz:
“Subo hoje à tribuna, para vencer mais uma etapa da nossa evolução
política e iniciar definitivamente a vida activa da mulher parlamentar no
Brasil. Além de representante feminina, única nesta Assembléia, sou,
como todos os que aqui se encontram, uma brasileira, integrada nos
destinos do seu paiz e identificada para sempre com os seus
problemas” (Carvalho, 2017, p. 138 apud QUEIROZ, 1934, p. 4 apud
SOW, 2010, p. 84).
O CNDM foi uma forma de manter uma relação entre o movimento feminista
e os parlamentares constituintes em um período de redemocratização política.
Foi responsável por juntamente com as feministas, atuar na campanha da
constituinte, reivindicando que fossem legalizados os anseios desse movimento,
se tornando um conciliador entre os governantes e as mulheres. (AMÂNCIO,
2013)
Com base nisso, Bonavides afirma, “só há uma saída possível para
estabelecer o poder consentido no Estado moderno: O governo democrático com
base representativa.” (BONAVIDES, 2010, p. 294). Extraindo o sentido dessa
citação, pode-se dizer que enquanto se houver uma política que representa
quase de forma absoluta apenas os homens, não será possível viver literalmente
em uma democracia.
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Mesmo sabendo que muitas propostas vão ser barradas por conta dos
elementos citados anteriormente, se as deputadas formulassem mais propostas
para aumentar e fortalecer os direitos femininos teriam mais chances de cada
vez mais propostas irem a plenário, e mais propostas serem aceitas.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
AMÂNCIO, Kerley Cristina Braz. “ Lobby do Batom”: uma mobilização por direitos
das mulheres”. Revista Trilhas da História. Três Lagoas, v.3, nº5 jul-dez,
2013.p.72-85.
TSE. “Cota de 30% para mulheres nas eleições proporcionais deverá ser
cumprida por cada partido até 2020”. Disponível em:
http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias tse/2019/Marco/cota-de-30-para-
mulheres-nas-eleicoes-proporcionais-devera-ser cumprida-por-cada-partido-
em-2020. Acessado em 25/05/2019
ONU. “Direitos Humanos das Mulheres”. Equipe das Nações Unidas no Brasil,
2018.