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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA


DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL – DESSO
BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINAS: CLASSES E MOVIMENTOS SOCIAIS E DIREITOS HUMANOS E
DIVERSIDADE HUMANA
DOCENTES: Dra. Andrea Lima da Silva e Silvana Mara de Moraes dos Santos

(Todas as discentes cursam ambas as disciplinas)


Ana Paula Alves de Souza
Elidiane Barbosa Bezerra
Hellen Paulino de Almeida
Letícia Ferreira de Lima Silva
Maralinne Vitória Armando Ferreira
Maria Izabela de Freitas Claudino
Rhania Beatriz Cosme de Lima

MOVIMENTO FEMINISTA: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Natal/ RN
2023
O Movimento Feminista se configura como uma importante ferramenta de luta contra
as opressões que nós mulheres sofremos diariamente nessa sociedade capitalista, machista,
patriarcal e racista simplesmente pelo fato de sermos mulheres. O Movimento Feminista
permite que nos organizemos para lutar contra as formas de violência e de exploração que
marcam nossas vidas.
O feminismo, enquanto práxis crítica e transformadora, busca combater todas as formas
de descriminação em suas raízes, como afirma Ávila e Ferreira (2023),

O feminismo faz a crítica ao sistema capitalista/patriarcal/racista e


heteronormativo e a crítica à teoria crítica que não considerou as mulheres
como sujeito histórico e assim desconsiderou também as relações sociais de
sexo/gênero e suas imbricações com as de classe e de raça. É importante
salientar que o movimento feminista local e mundial, nos últimos anos, tem
resgatado com mais força o conceito de patriarcado em suas lutas como
fundamental para sustentação política e teórica nos seus enfrentamentos aos
sistemas de poder local e global. (p. 18-19).

O modo de produção capitalista, no qual estamos inseridas, se sustenta pela exploração


da força de trabalho, da exploração do homem pelo homem, segundo Marx. Dessa forma a
sociedade capitalista é dividida em classes sociais antagônicas, burguesia e proletariado, no
entanto, essas não são as únicas formas de divisão existentes na sociedade, todas as pessoas que
compõem a classe burguesa não são iguais, assim como as que compõem o proletariado também
não são. A classe trabalhadora é heterogênea, onde precisamos considerar recortes como
raça/sexo, ao discutir um projeto anticapitalista e que vise a garantia dos direitos humanos para
todos, pois segundo Cisne (2015),

Se consideramos que são pessoas reais que corporificam a classe, não


podemos negar a existência de componentes como sexo e “raça” /etnia
nas relações de classe, já que, assim como a classe, as pessoas não são
homogêneas, ainda mais em uma sociedade desigual. Da mesma forma,
não podemos negar o componente classe nas relações sociais de sexo e
étnico-raciais. [...] As relações de classe são atravessadas pelas relações
de poder e dominação do sexo masculino sobre o feminino. (p. 26-27)

A importância do Feminismo para os Direitos Humanos

Os Direitos Humanos são um conjunto de normas que visa garantir aos individuos os
direitos inalienáveis, como o direito à justiça, à igualdade e à liberdade, são direitos que o sujeito
tem apenas por existir, ou seja, todos aqueles que nascem com vida deve ter esses direitos
assegurados. Esses direitos ao contrário dos direitos fundamentais, que são reconhecidos pela
Constituição de um Estado Nacional, são de alcance internacional.
Os movimentos feministas tem grande importância na garantia desses direitos, foram
decisivos na Declaração Universal dos Direitos Humanos promulgada pelas Nações Unidas,
em 1948, pois foi elemento central de reconhecimento das mulheres e de seus direitos como
cidadãs.
O combate ao machismo e a estrutura dessa sociedade patriarcal é muito maior hoje do
que a anos atrás, os temas que são de interesse e de garantia dos direitos das mulheres são
discutidos hoje, mais do que já fora em outros momentos, e isso se dá graças aos movimentos
feministas, no qual as mulheres se articulam em grupos, partidos, organizações não
governamentais, etc.
Para ilustrar melhor, vamos relembrar as conquistas feministas no Brasil ao longo da
história:

• 1827 - Meninas são liberadas para frequentar a escola;


• 1832 - A obra "Direitos das Mulheres e Injustiça dos Homens", de autoria de Nísia
Floresta, é publicada;
• 1879 - Mulheres conquistam o direito de acesso às faculdades;
• 1910 - O primeiro partido político feminino é criado;
• 1932 - Mulheres conquistam o direito ao voto;
• 1962 - É criado o Estatuto da Mulher casada, pela Lei nº 4.212/1962, permitiu que
mulheres casadas não precisassem da autorização do marido para trabalhar;
• 1974 - Mulheres conquistam o direito de portarem um cartão de crédito, pela Leu de
Igualdade de Oportunidade de Crédito;
• 1977 - A Lei do Divórcio é aprovada;
• 1979 - Mulheres garantem o direito à prática do futebol;
• 1985 - É criada a primeira Delegacia da Mulher;
• 1988 - A constituição Brasileira passa a reconhecer a mulher como iguais aos homens;
• 2002 - "Falta de virgindade" deixa der motivo para anular o casamento;
• 2006 - É sancionada a Lei Maria da Penha, de nº 11.340/2006;
• 2015 - É aprovada a Lei do Feminicídio, de nº 13.104/2015;
• 2018 - A importunação Sexual feminina passou a ser considerada crime pela Lei nº
13.718/2018);
• 2021 - É criada a lei para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a
mulher, Lei nº 14.192/2021;

Todas essas conquistas se deram graças às lutas feministas, em que mulheres foram as
ruas em busca de direitos igualitários e para poderem expressar suas opiniões.

REFERÊNCIAS

ÁVILA, Maria Betânia; FERREIRA, Verônica. Luta por direitos em perspectiva anti-sistemica:
uma reflexão a partir da práxis do movimento feminista. In: CORDEIRO, Natália
(org.). Crítica Feminista Alargando a Democracia. Recife: Provisual, 2023. p. 12-33.
Disponível em: https://soscorpo.org/?p=17697. Acesso em: 25 jun. 2023.

CISNE, Mirla. Feminismo e consciência de classe no Brasil. São Paulo: Cortez, 2015.

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