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Todo movimento político tem uma funcionalidade, que remete a questões de

empoderamento, luta e resistência. Os Movimentos sociais inserem-se na política com esse


proposto, proporcionar dar visibilidade aos invisíveis, isso fica nítido principalmente quando
analisamos artigos tão bem elaborados como o em questão da Doutora Vilenia Venancio Porto
Aguiar, que destaca muito bem esse papel das mulheres nos movimentos sociais e em
especial os rurais. Ela destaca em Mulheres Rurais em Movimento, que as CEBs ( Comunidades
Eclesiais de Base) foram extremamente importante na construção destes movimentos, que
envolveram mulheres do campo e da sociedade como um todos, surgindo assim outras
diversas organizações, como citado pela autora: “ foram inspirados na Teologia da Libertação,
que, buscando defender os interesses sociais e econômicos dos socialmente desprivilegiados e
materialmente carentes”. Foi nítido a força dessas organizações entre os anos 70, no cultivo de
força e igualdade, e as pastorais segundo Venâncio, tornaram através as CEBs uma espécie de
“líder” na luta por espaço publico feminino. As lutas políticas, baseadas na liberdade,
igualdade de gênero e por mais oportunidades, ganha força ainda mais a partir do “Novo
Sindicalismo” surgindo a CUT ( Central Única dos Trabalhadores) e consequentemente os
Movimentos Rurais, puderem estar ainda mais estruturado, e com êxito na existência de novos
movimentos como os Das Margaridas que buscavam ainda segundo a autora, “A principal
demanda das mulheres desses movimentos, nesse período, foi o seu reconhecimento político
como trabalhadoras rurais”. Não podemos aqui deixar de lembrar que movimentos como
estes surgem também num sumario de intolerância, falta de respeito e empatia com as
mulheres trabalhadoras no cânone da sociedade desde o descobrimento do Brasil. E que
também, eram vistas no campo e para muitos outros sindicatos como também para seus
esposos apenas como ajudantes, dona da casa, do cuidado dos filhos etc. A partir destas
organizações sindicalistas inclusivas, tendo mulheres como precursora destes movimentos
que em 1986 nasce o primeiro encontro nacional de trabalhadoras rurais em Barueri SP,
sendo um dos marco na luta da visibilidade feminista sindicalista. E um dos movimentos pelo
visto que mais se destacou, até mesmo por questões de revolta popular e também na
perspectiva de cobrar ao poder público a responsabilidade pela morte de uma das mulheres
mais empoderada destes movimentos Margarida Maria Alves em 12 de agosto de 1983, foi a
Marcha das Margaridas, que considero, após análise de outros movimentos sociais, como um
dos maiores visto no país na causa trabalhista por igualdade de gênero e das famílias na
sociedade, ela através de muita força e determinação lutou por direitos a terra, a salários
dignos e igualdade de gênero.

De quatro em quatro anos mulheres se reúnem em Brasília para lembrar das ações de
Margarida, mas também para demonstrar que a luta feminista continua reexistindo as
atrocidades capitalista e Machista. Cabe aqui ainda colocar que de um modo geral, essas
ações têm revelado que as mulheres rurais vêm avançando gradativamente, e crescendo em
todo mundo. Várias Margaridas nascem diariamente, seja na luta por trabalho digno, por,
questões de gênero como são os movimentos de Maria da Penha a qual foi muito íntima de
Margarida Maria Alves. Esses movimentos estão unificados, pois as lutas podem ser por causas
diferentes, mas a ideologia é a mesma Igualdade e respeito. Foi assim na luta contra o golpe
em 2016, foi também assim com a morte de Mariele. Caminhar nas ruas, colocar cartazes,
trazer a mídia nacional para esse embate, fortalecer a causa, as caminhadas em Brasília, na
Cinelândia, de advogadas e sociedade em geral que ver nas lutas de classe uma forma de
buscar igualmente, devem ser respeitadas e reconhecidas em busca de direitos políticos e
social de excelência.
Após o golpe que retirou do poder legítimo Dilma Roussef, a extrema direita se instalou ainda
mais forte no país, após A redemocratização e inicio do Golpe Militar. Jair Bolsonaro é a prova
viva deste movimentos antidemocrático, que procuram invisibilidade ainda mais nossas
causas. Precisamos ter “cabeça aberta” pensamentos inovadores tais como de pensadoras
como SIMONE DE BEAUVOIR, Uma das principais Feminista da história, que nos coloca a
pensar o tempo todo sobre o papel da mulher na sociedade, esse “Segundo Sexo” não é
nada frágil. E podemos ainda ser tão empoderadas como a maravilhosa Djamila Ribeiro “O
feminismo deve contemplar todas as mulheres, é necessário perceber que não dá pra lutar
contra uma opressão e alimentar outra”. É grande o desafio que se apresenta,
principalmente no que tange as lutas feministas neste país, que serve o capitalismo, o
sexismo e as potencias mercantilista. A corrente positiva gerada lá atrás por mulheres das
Marchas da Igualdade, seja perpetuada para sempre na sociedade e na identidade de
novas Margaridas.

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