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GÊNERO

Vertentes do
feminismo: conheça as
principais ondas e
correntes!
Por Julia Botelho

Publicado em: Atualizado em:


11/02/2022 11/02/2022

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Imagem: pexels.com

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Nesse texto, o Politize! te explica sobre o que é


o feminismo e quais são as suas principais
ondas e vertentes!

Ao decorrer dos anos, as mulheres passaram


por várias lutas para conquistar direitos e
igualdade de gênero. Lutaram pelos direitos
trabalhistas, pelo direito ao voto e contra as
opressões dentro do ambiente familiar.
Combater o sistema estrutural no qual oprimia e
dominava seus corpos com o intuito de manter
como mulheres dentro de casa para cuidar dos
Elhos e dos afazeres domésticos, inviabilizando
suas vidas políticas e o trabalho fora de casa.

Por meio das lutas feministas, vários outros


movimentos ganharam visibilidade no combate
como causas das mulheres. Com a evolução da
sociedade e do modelo estrutural vigente,
outras questões foram levantadas, surgindo
novas vertentes do feminismo, que procuram
corrigir as diferenças sociais e políticas de cada
grupo.

Antes de explorar as vertentes do feminismo,


vamos entender um pouco sobre o que é o
conceito?

O que é o Feminismo?
O feminismo é um movimento que luta pela
igualdade social e de direitos para as mulheres
e busca combater o modelo social baseado no
patriarcado e os abusos e a violência contra as
mulheres.

A primeira onda do
movimento feminista
A primeira onda feminista teve início no 6nal do
século XIX, conduzido por mulheres do Reino
Unido e dos EUA, brancas e de classe média.
Essas mulheres buscavam os princípios
incorporados pela Revolução Francesa, de
liberdade, igualdade e fraternidade, visto que
eles eram apenas aos homens. Para além disso
esse grupo de mulheres visavam a conquista de
igualdade jurídica, como o direito ao voto e os
critérios a casamentos arranjados. Elas queriam
uma relação mais proporcional e equilibrada no
casamento.

Leia também: A conquista do direito ao voto


feminino

Na incessante luta pela igualdade, duas


importantes pensadoras intelectuais
colaboraram na realização de documentos pela
busca de direitos:

A primeira delas é a francesa Olympe de


Gouges, quem escreveu o panSeto “A
declaração dos direitos da mulher
cidadã“, em 1791, o qual estipulava
direitos iguais como mulheres.
Além da francesa, Mary Wollstonecraft –
feminista, nascida em Londres que
publicou o texto “Reinvindicação dos
direitos das mulheres” em 1792, onde
contestava pensadores iluministas do
século XVIII, que tinha como intenção a
submissão das mulheres.
Gouges, Wollstonecraft e várias outras
mulheres que lutavam na reinvindicação de
seus direitos, não alcançaram os direitos por
qual lutavam. Foi apenas no século seguinte, na
Inglaterra, no ano de 1897, por meio do
movimento sufragista – que buscava o direito
ao sufrágio feminino (direito ao voto), que as
mulheres conseguiram maior visibilidade.

A educadora Millicent Fawcett, em 1987,


fundou a União Nacional pelo Sufrágio Feminino
no qual formulava requerimentos formais para a
Assembleia Legislativa. A luta pelo sufrágio no
Reino Unido também se associou as mulheres
trabalhadoras para combater a exploração da
época.

Dentre as mulheres que participaram do


movimento, Emily Davidson fez história. A
feminista, em 1913, se jogou debaixo do cavalo
do rei da Inglaterra, ocasionando na sua morte.
Foi a partir desse acontecimento que o
movimento ganhou força.

Contudo, o que realmente mudou a concepção


dos políticos a favor do voto foi a Primeira
Guerra Mundial. Com a mudança dos homens
para o campo de batalha, houve uma grande
diminuição da mão-de-obra masculina e como
consequência como mulheres assumiram
vários lugares exclusivos dos homens, como
nas fábricas e nos escritórios. O papel que a
mulher apresentava na sociedade mudou dos
conSitos da guerra. O voto feminino só foi
permitido em 1918, no Reino Unido e, em 1919
no Estados Unidos.

Leia também: Movimento Sufragista: o que foi e


qual o impacto no Brasil?

A segunda onda do
movimento feminista
Já a Segunda Onda do feminismo se inicia na
década de 1960 e vai até a década de 1980.
Naquele momento, mulheres já haviam
adquirido direitos legais e políticos na maior
parte dos países, mas na prática ainda não
atingiu a igualdade pela qual elas lutavam.
Desta maneira, nesse segundo momento do
movimento feminista, as mulheres buscam
trazer questionamentos sobre o objetivo de ser
mulher e sobre a sua subordinação no
cotidiano, buscando por uma nova forma de
concepção sobre liberdade e igualdade.

O modelo patriarcal da época procurava manter


as mulheres dentro de casa para cuidar dos
Elhos e dos afazeres domésticos, bem como
não possibilitava a igualdade de acessos como
ao trabalho remunerado e aos estudos em
universidades. Como os homens detinham todo
o controle político, social e das propriedades, as
relações públicas eram de subordinação.

A partir dessa percepção de política e do


modelo patriarcal e do questionamento sobre a
vida no âmbito privado, sobre o trabalho
doméstico e reprodutivo, as mulheres
reivindicam
Libras mais oportunidades de trabalho
para+oAcessibilidade
âmbito familiar e menos submissão do
homem, elas não queriam viver apenas para
cuidar da casa e ter Elhos.

Tal papel subserviente foi imposto pelo


patriarcado, homens de posses e terras que
queriam passar a possuir os corpos, o tempo e
as atividades das mulheres. Assim, delegaram
as funções domésticas à mulher, como
cuidados com o lar e com os Elhos, pois se
tinha uma ideia de fragilidade do sexo feminino.

Leia também: O que é patriarcado?

A terceira onda do
movimento feminista
A terceira onda do feminismo acontece a partir
de 1990 e se inicia por conta das diferenças
entre as mulheres e seus objetivos. Essa onda
busca combater os preconceitos de classe,
impulsionando o movimento negro e a
discriminação do sexismo presente em diversos
lugares.

Uma das principais representantes da terceira


onda é uma feminista e ativista Rebecca
Walker, que escreveu em 1992 um artigo que
identiEca os combates de classe, raça e
sexualidade. Outra ativista importante é
Jennifer Baumgardner, que publicou o livro
“Manifesta” em 2000, no qual falava sobre
justiça, bissexualidade e estupro.

A terceira onda busca o rompimento da mulher


sobre um grupo único que luta contra as
mesmas injustiças e parte do mesmo lugar,
tentando pleitear e mostrar as diferenças de
raça, classe e região. Essa onda é importante
pois aborda como muitas mulheres não
conseguiram lutar pelos seus direitos nos
outros movimentos feministas, por se tratar de
um movimento majoritariamente protagonizado
por mulheres de classe média até então.

A terceira onda foca e ressalta grupos como os


de mulheres negras e lésbicas, é aqui que
identiEcamos as diversidades femininas. O
movimento foi signiEcativo para a criação de
novas vertentes do feminismo, aprimorando
novos padrões.

Sobre a quarta onda do feminismo, temos um


texto exclusivo sobre o tema, con6ra: Quarta
onda do feminismo: entenda as características
do movimento feminista no século 21

Por que o feminismo


existe?
O feminismo é fundamental para resolver as
questões relacionadas às desigualdades de
gênero que foram construídas cultural, social e
historicamente. Ao longo dos séculos,
testemunhamos a incessante luta das mulheres
na busca por princípios e igualdade.

O feminismo se associa a essa luta contra uma


sociedade imposta que explora uma única
classe com a proposta de manutenção do
trabalho. Tal exploração serve como
mecanismo da mão-de-obra para manter o
capitalismo, por isso é necessário falar sobre o
feminismo, a violência, os interesses políticos
do estado, o empobrecimento da população e
as questões de gênero.

Diante das diferenças sexuais, a sociedade


criou o gênero feminino e o gênero masculino,
o homem e a mulher, atribuindo funções
diferentes para cada um deles. Temos os
papéis direcionados para mulheres, como
“cuidar dos Elhos e da casa” e, direcionados aos
homens, como “manter o sustento da família” e
“garantir o domínio da propriedade”.

Essas diferenças existem devido ao modelo


patriarcal e machista, no qual coloca a Egura
feminina como frágil, sempre necessitando de
uma dependência masculina. Isso vem de uma
construção histórica e cultural. A questão de
gênero sempre foi levada em conta na
manutenção dessa estrutura.

“A questão de gênero é importante


em qualquer canto do mundo. É
importante que comecemos a
planejar e sonhar um mundo
diferente. Um mundo mais justo. Um
mundo de homens mais felizes e
mulheres mais felizes, mais
autênticos consigo mesmos. E é
assim que devemos começar:
precisamos criar nossas Elhas de
uma maneira diferente. Também
precisamos criar nossos Elhos de
uma maneira diferente.”

A feminista Chimamanda Ngozi


Adiche em seu livro “Sejamos Todos
Feministas”.

Por que não devemos


considerar o
movimento feminista
único?
O feminismo abarca vários grupos de mulheres
em tempos cronológicos diferentes, assim
como vimos na primeira e segunda onda. As
mulheres enfrentam desigualdades, mas em
diferentes aspectos.

As mulheres ao redor do mundo continuam


passando por um cenário de desigualdade
desproporcional em relação aos homens, ainda
precisando evidenciar e enfrentar esses
problemas. Cada grupo de mulheres possui
uma realidade diferente, que pode se dar por
causas Enanceiras, territoriais e raciais, por
exemplo. Cada movimento feminista tem uma
forma de ação que condiz com sua existência.

No livro “Mulheres, Raça e Classe” de Angela


Davis, ela relata várias diferenças na busca de
direitos e igualdade da mulher branca e da
mulher negra. Um exemplo foi no movimento
sufragista, no qual as mulheres negras não
eram consideradas qualiEcadas para o
movimento, eram invisíveis na busca por
direitos. As mulheres negras também sofriam
maior violência em relação as mulheres
brancas, as leis alcançavam apenas as Elhas
dos homens de propriedade. Era muito comum
a dominação dos corpos das mulheres negras
como um direito de propriedade pelos homens.

Outra mulher que apresentou essas diferenças


foi a abolicionista e ativista dos direitos das
mulheres Sojourner Truth, que discursou na
Convenção pelos Direitos das Mulheres, em
1851, nos Estados Unidos. Ela relatou os
benefícios das mulheres brancas diante das
mulheres negras, visto que as negras exerciam
maior atividade braçal por serem consideradas
intelectualmente medíocres.

A seguir, vamos explorar algumas das principais


correntes do feminismo.

O que é o Feminismo
Liberal?
É uma das vertentes mais antigas do
feminismo. Tem como objetivo a política de
modi6cação e a busca por igualdade por meio
da legislação. Essa vertente surgiu na
Revolução Francesa, com Mary Wollstonecraft
na luta por direitos iguais aos homens.

É uma vertente criticada por não tratar de


outras questões sociais evidentes como raça e
classe social, e não trabalham sobre
circunstâncias que trazem opressão ou
perpetuação do modelo de estrutura social.

A escritora Brasileira, Taylisi Leite, trouxe em


seu livro “Crítica ao Feminismo Liberal: Valor-
clivagem e marxismo feminista” algumas
críticas a esse feminismo. Esse movimento
acredita nas políticas públicas do estado como
forma única de alcançar a garantia de direitos
como inclusão e dignidade para mulheres. Ela
aErma que a luta contra o machismo não seria
apenas transformar a forma política, e que não
seria o direito jurídico que garantiria a inclusão
de pessoas.

O que é o Feminismo
Marxista ou Socialista?
O feminismo marxista ou socialista preserva a
centralidade do trabalho, no qual a economia
estaria diretamente ligada com as
desigualdades entre homens e mulheres. Essa
vertente procura mostrar, através do
capitalismo e da propriedade privada, as
diferentes formas em que as mulheres são
oprimidas.

De acordo com essa vertente, as desigualdades


apresentadas por homens e mulheres e, toda a
exploração e dominação que elas sofrem, estão
relacionadas diretamente com a economia e o
capitalismo, que criam uma estrutura social de
dominação. As mulheres só alcançariam a
igualdade e liberdade através de uma
reestruturação absoluta do sistema capitalista.

A socióloga, Heleieth Sapoti em seu livro “A


mulher na sociedade de classes: mito e
realidade” argumenta:

“Os determinantes da vida social da


mulher são encarados, pois, por
Marx, como decorrências de um
regime de produção cujo
sustentáculo é a opressão do
homem pelo homem; de um regime
que aliena, que corrompe tanto o
corpo quanto o espírito. Logo, a
solução está contida na superação
dessa fase de desenvolvimento
histórico (ou pré-histórico) da
humanidade. A ideia de que a
mulher, assim como o próprio
homem, só atingirá a verdadeira
liberdade no regime socialista se
apresenta, aliás, como invariância de
todo o socialismo chamado
cientíEco”.

O que é o Feminismo
Interseccional?
O feminismo interseccional tem como objetivo
o estudo do sistema de opressão e reconhece
os diversos grupos sociais, visto que as
mulheres possuem condições diferentes das
outras. Essa vertente entende as diferentes
lutas das mulheres diante das suas
particularidades. Temos como exemplo as
lutas das mulheres negras lésbicas que são
diferentes das lutas das mulheres negras.

Esse movimento visa agenciar diversos


marcadores sociais, como gênero, raça,
sexualidade e classe, para conseguir identiEcar
através da individualidade de cada mulher o
problema que o feminismo irá combater.

A teórica que Ecou conhecida pelo


desenvolvimento da teoria interseccional foi
Kimberlé Williams Crenshaw, professora
estadunidense, especialista em questões de
raça e gênero. Ela identiEcou as opressões e
discriminações das mulheres, diante das
identidades minoritárias através da estrutura
social, observando as opressões que sentiam
por conta de suas classes e sexualidades.

Leia também: O que é interseccionalidade?

O que é o Feminismo
Negro?
O feminismo negro surgiu por conta das lutas
constantes contra a violência dos homens e por
conta do racismo.

Na busca por direitos iguais, as mulheres


brancas lutavam em combate ao machismo e
ao sistema patriarcal, enquanto as mulheres
negras sofriam com relações de trabalho pois,
muitas vezes, quando tentavam viabilizar as
suas narrativas em relação ao trabalho escravo,
eram invisibilizadas no meio do feminismo
tradicional.

Ainda podemos enxergar esses problemas nos


dias atuais, visto que as mulheres negras
apresentam um salário inferior ao das mulheres
brancas, por exemplo.

A Elósofa estadunidense Angela Yvonne Davis,


que luta por direitos da população negra e das
mulheres negras nos Estados Unidos, apresenta
em seu livro “Mulheres, Raça e Classe”, a
seguinte passagem:

“Proporcionalmente, as mulheres
negras sempre trabalharam mais
fora de casa do que suas irmãs
brancas. O enorme espaço que o
trabalho ocupa hoje na vida das
mulheres negras reproduz um
padrão estabelecido durante os
primeiros anos da escravidão. Como
escravas, essas mulheres tinham
todos os outros aspectos de sua
existência ofuscados pelo trabalho
compulsório. Aparentemente,
portanto, o ponto de partida de
qualquer exploração das vidas das
mulheres negras na escravidão seria
uma avaliação de seu papel como
trabalhadoras. O sistema escravista
deEnia o povo negro como
propriedade.”

Leia também: Feminismo Negro no Brasil:


história, pautas e conquistas

O que é Ecofeminismo?
O ecofeminismo tem relação direta com a
natureza e os animais, visa a luta contra a
exploração do meio ambiente e a consagração
das diversas formas de vida. Suas ideias tratam
sobre as redundâncias entre a mulher, natureza
e ciência, que normalmente traz a autoridade do
homem como ser que possui um “controle
natural” sobre os demais.

Essa vertente tem como objetivo lutar contra a


manutenção do modelo patriarcal através da
igualdade entre homens, mulheres e o meio
ambiente, evidenciando a importância de todos
os seres vivos.

A ecofeminista, Elósofa e física, Vandana Shiva,


escreveu o livro “Monoculturas da Mente” no
qual traz a exploração do meio ambiente pelos
homens e os riscos que isso pode causar. No
seguinte trecho sobre a Convenção da
Biodiversidade, ela escreve:

“O que está em jogo para nós é o


próprio alicerce de nossa
subsistência e de nossa civilização.
Os governos do Terceiro Mundo
precisam garantir que as emendas e
interpretação da Convenção sejam
feitas de tal forma que a
sobrevivência de nossas diversas
comunidades e espécies com as
quais convivemos não sejam
sacriEcadas. Para nós do terceiro
mundo, a proteção às plantas é
sinônimo de proteção às pessoas
que foram suas guardiãs ao longo
da história”.

Leia também: Ecofeminismo: você sabe o que


é?

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