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Teorias FEMINISTAS

Prof. Dra. Mayse Rooke


Feminismo?

Feminista?
“Feminismo é um movimento para acabar
com o sexismo, exploração sexista e opressão”
– Bell Hooks, 2000
Marcos importantes a partir da luta feminista no Brasil

1827 – meninas são liberadas para frequentar a escola

1879 – mulheres podem ter acesso ao ensino superior

1892 – primeira mulher eleita a deputada federal

1932 – conquista do direito ao voto

1974 – mulheres solteiras passaram a poder solicitar empréstimos ou


portarem cartão de crédito no próprio nome, sem a obrigatoriedade de
possuírem um avalista homem.
Marcos importantes a partir da luta feminista no Brasil

1977 – aprovação da lei do divórcio

1988 – a constituição brasileira passa a reconhecer as mulheres como


iguais aos homens em direitos.

2002 – falta de virgindade deixa de ser um motivo reconhecido para a


solicitação de anulação do casamento

2010 – a primeira mulher eleita presidenta da república


História do movimento feminista

Feminismo - organização política das mulheres em torno de pautas


socialmente importantes

Cada momento histórico tem suas particularidades — e as mulheres


de cada momento histórico tinham demandas diferentes o que gerou
o que chamamos de ondas do feminismo

Será que aconteceu/acontece em todos os continentes?


A Liberdade Guiando o Povo de Eugène Delacroix
(1830)

O Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci (1490)


Renascimento: século XIV - XVI Iluminismo: século XVIII - XIX

○ Movimento intelectual de valorização


da razão
● Homem: autor do próprio destino
■ Intenção: libertar-se do
○ Declínio do dogmatismo religioso medo, opressão, injustiça

○ Valorização da racionalidade e ■ Ideais: construção de um


ciência governo constitucional e
separação igreja-estado:
○ Liberdade de ideias mudar estrutura política e
nova ordem social
Primeira onda Feminista
Primeira onda feminista

1. A primeira onda: voto feminino – Movimento Sufragista

A primeira onda, que podemos localizar temporalmente do fim do século XIX até
meados do século XX, foi caracterizada pela reivindicação, por parte das mulheres,
dos diversos direitos que já estavam sendo debatidos — e conquistados — por
homens de seu tempo.

O sufrágio feminino foi negado no início das eras democráticas,


em razão de uma organização sexista da política, que mantinha
o domínio político nas mãos dos homens e excluía as mulheres
com base na prerrogativa preconceituosa de que as mulheres
eram incapazes de atuar no meio político.
Primeira onda feminista

O que o direito a votar garantiria?

As primeiras reivindicações feministas foram, então, por esses direitos que, à


época, eram os considerados básicos: o voto, a participação política e na vida
pública - às mulheres cabiam os espaços privados.

Mulheres
INTELECTUAIS
Mulheres
OPERÁRIAS
Primeira onda feminista

• Quem eram as protagonistas da primeira onda?

Eram mulheres da classe trabalhadora, lutando contra as péssimas condições de


vida e trabalho a que estavam submetidas.

A retórica predominante da primeira onda é o liberalismo e o universalismo. As


mulheres defendiam que homens e mulheres, por serem iguais (principalmente nos
quesitos moral e intelectual), deveriam ter iguais oportunidades (de estudos, de
trabalho, de desenvolvimento, de participação política, de posições, enfim). É um
feminismo que prega igualdade de acesso a direitos.

Declarava-se como um movimento UNIVERSALISTA: TODA MULHER DEVE TER


DIREITOS.
Primeira onda feminista

• Universalista?

Mulheres brancas cis heterossexuais, chamadas de pensadoras REFORMISTAS

Objetivo: Criar mobilidades sociais de classes.

Essas mulheres poderiam se libertar da dominação masculina no mercado de trabalho e


escolher mais livremente o próprio estilo de vida. Poderiam contar com o fato de existir
uma classe mais baixa de mulheres exploradas e subordinadas para fazer o trabalho
sujo, o trabalho que elas não queriam mais fazer!

Mulher NEGRA
Segunda onda Feminista
Segunda onda do feminismo

A segunda onda (meados de 1960) que se caracterizou por uma fase de luta por
direitos reprodutivos e discussões acerca da sexualidade.

A movimentação feminista daquela época foi pautada na teoria radical que versa
sobre a nossa condição de exploradas por conta do nosso sexo e das nossas
funções reprodutivas.

Questionou-se a família nuclear tradicional burguesa considerada “normal”.

Aqui começam as distinções entre sexo e gênero!


Segunda onda do feminismo

Uma das táticas desenvolvidas pelas feministas desse período era a


conscientização das mulheres por meio de atividades coletivas, possibilitando e
favorecendo o empoderamento das mulheres enquanto coletividade – sororidade

As feministas de segunda onda foram as primeiras a apontar que, apesar de todas


as diferenças entre todas as mulheres do mundo, ainda há algo que nos une a todas,
indiscriminadamente: a opressão com base no sexo.
Segunda onda do feminismo

Pautas: a crítica à jornada dupla/tripla de trabalho das mulheres, à diferença de


ganhos econômicos entre homens e mulheres, e à divisão sexual do sistema
educacional e do mercado de trabalho.

Autoras: Simone de Beauvoir e Betty Friedan


Terceira onda Feminista
Terceira onda do feminismo

Período de discussões sobre interseccionalidade (influência da pós-modernidade)

Em 1989, Kimberlé Creenshaw introduziu o conceito de interseccionalidade


enquanto uma ferramenta para que mulheres atingidas por vários tipos diferentes
de opressão (raça, classe, sexualidade) pudessem analisar sua condição.

Evitar universalizar o conceito de mulher (oposto aos pensamentos da 1ª e 2ª


onda) e reconhecer as diferentes variedades de identidades e experiências de
mulheres.

São diferentes opressões!


Terceira onda do feminismo

Tentativa de apropriação de termos misóginos e pejorativos contra mulheres.

Exemplo: palavra “vadia”. A terceira onda entende que “vadia” e seus sinônimos
são utilizadas pelos homens como forma de reprimir e de repreender mulheres
que vivem como querem (inclusive sexualmente); usar esse termo como forma de
empoderamento seria retomar espaços de liberdade.

O mesmo seria aplicado às questões da pornografia e a exposição do corpo de


forma sexualizada. Mostrar o corpo seria revolucionário da forma como alguns
veem dentro dessa onda. Para feministas históricas de outras fases, isso seria
apenas uma forma diferente de buscar satisfazer a demanda patriarcal.
E hoje?

As mulheres de hoje estão vivendo num mundo diferente das mulheres antes do
feminismo (se identificando ou não com suas pautas, a vida das mulheres foi
modificada nos últimos anos).

Até mesmo as expressões “feminismo” e “igualdade de gênero” estão pouco a


pouco deixando de ser palavrões para serem jargões midiáticos e às vezes se
tornando esvaziadas.

A forma como a próxima onda de feministas vai responder a tudo isso é decisiva
para o futuro do próprio movimento feminista.
Quarta onda Feminista??
Quarta onda?

Algumas teóricas do movimento já falam da possibilidade de uma nova onda em


curso, ligada ao uso das mídias e tecnologias de internet como forma de
modificar o papel social da mulher.

Questões ligadas ao corpo, ao gênero, à raça têm ganhado mais espaço nas
discussões.

Como ainda estão em curso, estamos observando o movimento enquanto sofre a


modificação. Precisamos observar!
Feminismos
FEMINISMOS

Feminismo LIBERAL:

Individualista, no sentido de colocar o empoderamento de uma mulher como


responsável pela mudança no mundo/machismo/patriarcado.

Garantir direitos, mas não necessariamente lutar para enfrentar as desigualdades


(raciais, explorações no trabalho, etc).

Feminismo MARXISTA/SOCIALISTA:

Inclui outros fatores como responsáveis de opressão (não nega a existência e


influência do machismo para isso, por exemplo), o foco principal é em como o
capitalismo/propriedade privada oprime a mulher.

Crítica: não discursa sobre marcadores de RAÇA.


FEMINISMOS

Feminismo RADICAL:

Surge na 2ª onda, parte do princípio que o Patriarcado precisa ser destruído para
as mulheres se igualarem aos homens.

“Nascer homem/nascer com pênis te libera de experienciar violências e injustiças,


enquanto nascer mulher/nascer com vagina te impõe passar por atrocidades.”

Transfóbico? Qual a resposta para isso?

TRANSFEMINISMO
FEMINISMOS

Feminismo NEGRO:

Mulheres negras ainda lutam pela sua existência! Como pensar em lutar por direitos
iguais aos dos homens? (A mulher branca luta pelos seus direitos, enquanto seus
filhos são cuidados por uma mulher negra)

Feminismo INTERSECIONAL:

Mulheres são diversas! Não existe uma única forma de ser mulher! Não existe
Hierarquia de opressão! Mas de qual lugar parte a fala dessa mulher?

Gênero, raça, classe, deficiência....


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

o FUCHS, Jessica Janine; HINING, Ana Paula Silva; TONELI, Maria Juracy.
Psicologia e cisnormatividade. Psicologia & sociedade, 33, 2021.
o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul. Nota técnica acerca
da produção de documentos psicológicos em situações de
alteração/adequação do nome no registro civil e de procedimentos de
modificação corporal de pessoas transexuais e travestis. Porto Alegre,
2016.
MATERIAIS COMPLEMENTARES
OBRIGADA!

Contato Eletrônico: mayse.rooke@anhembi.br

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