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Movimentos Feministas,

Feminismo Negro,
Transfeminismo

Jaqueline Garske Ferreira


TRANSENEM
Ondas do Feminismo

“Assim como uma onda marítima é formada por um conjunto de fenômenos,


podemos pensar as ondas do feminismo de maneira mais orgânica e não
como algo que desponta, repentinamente, na realidade social e, certo tempo
depois, desaparece. Podemos pensá-las de maneira mais contínua,
geradas pela ação de milhares de mulheres, de diferentes locais, etnias,
gerações e visões de mundo.” (Ilze Zirbel, 2021)
PRIMEIRO ONDA
● Final do século XIX e início do século XX, identificados com a luta pela isonomia (direitos iguais) e pelo sufrágio
(voto).
● Sociedades democráticas que beneficiavam pequenos grupos (homens brancos e donos de propriedades)

Algumas pautas:

Melhores condições de trabalho assalariado

autodeterminação sexual

acesso a algumas profissões

acesso à educação formal e a um currículo escolar que não fosse voltado às atividades domésticas

reforma do direito matrimonial


Ida B. Wells Barnett, feminista sufragista
estadunidense, co-fundadora do The National
Association of Colored Women – NACW, 1896, e
do Alpha Suffrage Club – 1913)
Manifestação pelo direito ao voto em Hyde Park, Londres.
SEGUNDA ONDA
No período das guerras mundiais, muitas mulheres assumiram postos de trabalhos considerados masculinos.
Apesar de alguns avanços, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 que reconheceu a
igualdade entre os sexos, assim como a igualdade entre os cônjuges, houve uma forte campanha para que as
mulheres voltassem a serem “do lar” no pós-guerra.

● Lutas por emancipação do domínio colonialista intensificaram-se em muitos países da África, do Caribe e
do sudoeste asiático
● Na década de 1960, a população estadunidense se viu diante da luta pelos direitos civis, protagonizada
por uma grande parte da sua população (mulheres e negros).
● Na América Latina, por sua vez, golpes de Estado aconteciam e havia grupos de resistência.
● Nos países que investiram no ensino universal, vinha uma geração de mulheres instruídas sobre o
feminismo. Estudos sobre as mulheres e Estudos Feministas começaram a ser organizados.
O segundo sexo, publicada por Simone de Beauvoir em 1949.

● Intelectuais homens se consideravam representantes da humanidade,


sendo a categoria “mulher” algo diferente de si e inferior.
● Denúncia do essencialismo - a suposta essência da mulher era produto da
dominação masculina.
Mulheres do Terceiro Mundo
Nós não podemos viver
sem nossas vidas

A luta contra a ditadura foi um dos


elementos centrais dos feminismos
latino-americanos.
Slogan cunhado por Carol Hanisch

● anticolonialismo
● luta anti-racista
● valorização do trabalho doméstico,
● licença-maternidade,
● lesbianismo
● direitos reprodutivos (acesso a métodos contraceptivos, direito a aborto seguro, lutas contra
programas de esterilização compulsória de mulheres negras e pobres),
● violência doméstica, assédio, estupro, etc.

Crítica feminista da sociedade e a ideia de opressão.


TERCEIRA ONDA
Feministas latinas, negras, revolucionárias, proletárias, lésbicas, pró-sexo, antipornografia, trans (dentre outras)
fomentaram o debate feminista por todo o século XX,

Avanço das novas tecnologias da comunicação - maior visibilidade no início da década de 1990, ao lado das
feministas brancas e de classe média que as mídias tradicionais colocavam em evidência.

Questões do assédio, da misoginia, das agressões sexuais e dos estupros apareceram como motor de várias
manifestações virtuais e de rua pelo mundo (Índia, Canadá, Chile, EUA, China, Filipinas).

No Brasil: #MeuPrimeiroAssédio, #MeuAmigoSecreto e #AgoraÉQueSãoElas

Globalmente: #MeToo
Feminismo Negro

“Eu não posso ser uma militante


antirracista sem pensar na dimensão
heteropatriarcal do racismo. Eu não
posso ser feminista sem reconhecer o
papel que o capitalismo e o racismo
tiveram em moldar o patriarcado.” -
Angela Davis, no evento “Democracia em
Colapso?”, em São Paulo (2019).
Transfeminismo

uma novíssima linha de pensamento e ação feminista de terceira onda,


herdeira do feminismo negro, que nega o caráter biologicista culturalmente
atribuído ao gênero, reconhece a interseccionalidade das identidades, critica
a hierarquia de opressões e, consequentemente, aponta para a necessidade de
se criticar o sexo biológico como elemento orientador dos discursos sociais,
incluindo os científicos, e das políticas públicas. Em termos políticos, o
transfeminismo é uma prática que valoriza as contribuições de todas as
pessoas para a discussão dos direitos e a produção de saberes sobre os corpos,
ao mesmo tempo em que empodera as falas, escritos e participação das
pessoas trans (Jesus apud Silva, p. 21-22, 2016).
Jaqueline Gomes de Jesus
Professora, Psicóloga e Escritora.
Referências
https://www.blogs.unicamp.br/mulheresnafilosofia/ondas-do-feminismo/

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