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Primeira Onda Feminista

Por Antonio Gasparetto Junior

Mestrado em História (UFJF, 2013)

Graduação em História (UFJF, 2010)

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A Primeira Onda Feminista estava preocupada com a instalação da


igualdade de direitos entre homens e mulheres.

O Feminismo se consolidou como um discurso de caráter


intelectual, filosófico e político que busca romper os padrões
tradicionais, acabando assim com a opressão sofrida ao longo da
história da humanidade pelas mulheres. O movimento ganhou muita
força, sendo endossado tanto por homens quanto por mulheres que
defendem a igualdade entre os sexos. Há uma teoria que divide
esse movimento feminista em três fases, cada qual marcada por
suas conquistas e interesses.
A chamada Primeira Onda Feminista teria ocorrido no século XIX e
avançado pelo começo do século XX. Este período aborda uma
grande atividade feminista desenvolvida no Reino Unido e nos
Estados Unidos. Foi o momento em que o movimento se consolidou
em torno da luta pela igualdade de direitos para homens e
mulheres. Estas se organizaram e protestaram contra as diferenças
contratuais, a diferença na capacidade de conquistar propriedades
e contra os casamentos arranjados que ignoravam os direitos de
escolha e os sentimentos das mulheres.

Ainda no final do século XIX, a Primeira Onda Feminista ganhou


destaque em seu ativismo e passou a contestar de forma mais
significativa a questão do poder político. As mulheres, até então,
eram proibidas de votar e eleger seus representantes, mas o pleno
interesse de participar das escolhas políticas não deixou de ser
evidenciado até se alcançar o direito desejado. Enquanto isso,
continuavam as campanhas pelos direitos sexuais, econômicos e
reprodutivos.

Este primeiro momento de onda feminista foi bastante extenso e,


por se tratar de algo que rompia com os padrões históricos das
sociedades, levou mais tempo para alcançar as conquistas.
Somente no correr do século XX que os resultados foram
aparecendo gradativamente. O voto só foi permitido às mulheres a
partir de 1918, no Reino Unido. Ainda assim, só tinham tal direito as
mulheres com mais de 30 anos. Já nos Estados Unidos a
manifestação das mulheres ligava-se a outros fatores históricos
também. Muitas das que integraram a Primeira Onda Feminista
foram defensoras do fim da escravidão no país antes mesmo de
lutar por seus direitos. A conquista do voto só aconteceu no ano de
1919.
Naturalmente, o momento em questão só passou a receber a
designação de Primeira Onda Feminista posteriormente, com o
advento de uma Segunda Onda Feminista. As terminologias foram
cunhadas para identificar as diferenças das campanhas ocorridas
em cada época, identificar as lutas que eram guiadas por motivos
característicos de cada situação. Por exemplo, na Primeira Onda
Feminista ainda não havia preocupação com questões referentes
ao aborto, mas estava presente uma grande preocupação nas
condições do casamento, já que eram negociações entre famílias
que não envolviam a opinião da mulher que estaria envolvida no
matrimônio. Assim, as mulheres buscavam o direito pelo próprio
corpo, respeitando seus sentimentos e desejos.

Fontes:

ALVES, Branca Moreira & PITANGUY, Jacqueline. O que é


feminismo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.

FARIA, Nalu & NOBRE, Miriam. Gênero e desigualdade. São


Paulo : Sempreviva Organização Feminista, 1997.

BEAUVOIR, Simone de. Segundo sexo. São Paulo: Difel, 1955.

Texto originalmente publicado em


https://www.infoescola.com/historia/primeira-onda-feminista/

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Segunda Onda Feminista

Por Antonio Gasparetto Junior

Mestrado em História (UFJF, 2013)

Graduação em História (UFJF, 2010)

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Sempre abrir.

A Segunda Onda Feminista é reconhecida por estar compreendida


no período que se estende da década de 1960 até a década de
1980.

O Feminismo se consolidou como um discurso de caráter


intelectual, filosófico e político que busca romper os padrões
tradicionais, acabando assim com a opressão sofrida ao longo da
história da humanidade pelas mulheres. O movimento ganhou muita
força, sendo endossado tanto por homens quanto por mulheres que
defendem a igualdade entre os sexos. Há uma teoria que divide
esse movimento feminista em três fases, cada qual marcada por
suas conquistas e interesses.

A Segunda Onda Feminista é uma continuidade da Primeira Onda


Feminista, com as mulheres se organizando e reivindicando seus
direitos. Entretanto há características que distinguem as duas fases.
Enquanto no primeiro momento as mulheres lutavam por conquista
de direitos políticos, no segundo momento as feministas estavam
preocupadas especialmente com o fim da discriminação e a
completa igualdade entre os sexos.

A Segunda Onda Feminista, já marcada pela conquista anterior de


direitos, tem seu início no começo da década de 1960. As
feministas ganharam espaço mais uma vez e conseguiram ser
ouvidas pela sociedade. Esse segundo movimento durou até a
década de 1980 e recebeu o slogan “O pessoal é político”, que foi
criado pela feminista Carol Hanisch. A nova fase identificava o
problema da desigualdade como a união de problemas culturais e
políticos, encorajando as mulheres a serem politizadas e
combaterem as estruturas sexistas de poder.

Foi também no começo da década de 1960, especificamente em


1964, que apareceu a frase “Liberação das Mulheres”. Esta foi
usada pela primeira vez nos Estados Unidos e acabou se tornando
fundamental para todo movimento feminista. Após a Primeira Onda
Feminista criticar os contratos matrimoniais que não incluíam os
interesses e sentimentos das mulheres, a Segunda Onda Feminista
passou a criticar a ideia de que as mulheres teriam satisfação em
apenas cuidar dos filhos e do lar. Esta nova observação incendiou o
cenário social, especialmente nos Estados Unidos, que foi invadido
por mulheres que queriam trabalhar, sustentarem-se e serem
respeitada com igualdade de capacidade.

A maior participação das mulheres no mercado de trabalho gerou


um novo questionamento que perdura até hoje. A discriminação não
é tão intensa quanto antes, no sentido de que havia um bloqueio às
mulheres para ocupar cargos, mas é verificável ainda que a
remuneração pelo trabalho de mulheres que desempenham as
mesmas funções de homens é menor. Um desafio que ainda
precisamos superar.

O movimento iniciado na década de 1960 com a Segunda Onda


Feminista refletiu-se rapidamente na historiografia, que rapidamente
focou seu olhar em tal contestação social. Os micros historiadores,
membros de uma nova escola historiográfica à época, logo
atentaram para a importância e o impacto do movimento feminista,
oferecendo a ele vários trabalhos.

A Segunda Onda Feminista coincidiu ainda com uma terceira e


nova fase que viria acrescentar novos pontos de contestação aos
direitos das mulheres.

Fontes:

ALVES, Branca Moreira & PITANGUY, Jacqueline. O que é


feminismo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.

FARIA, Nalu & NOBRE, Miriam. Gênero e desigualdade. São


Paulo : Sempreviva Organização Feminista, 1997.

BEAUVOIR, Simone de. Segundo sexo. São Paulo: Difel, 1955.

Texto originalmente publicado em


https://www.infoescola.com/historia/segunda-onda-feminista/

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Terceira Onda Feminista

Por Antonio Gasparetto Junior

Mestrado em História (UFJF, 2013)

Graduação em História (UFJF, 2010)

A Terceira Onda Feminista é identificada a partir da década de 1990


e representa uma redefinição das estratégias da fase anterior.

O Feminismo se consolidou como um discurso de caráter


intelectual, filosófico e político que busca romper os padrões
tradicionais, acabando assim com a opressão sofrida ao longo da
história da humanidade pelas mulheres. O movimento ganhou muita
força, sendo endossado tanto por homens quanto por mulheres que
defendem a igualdade entre os sexos. Há uma teoria que divide
esse movimento feminista em três fases, cada qual marcada por
suas conquistas e interesses.
A chamada Primeira Onda Feminista teria ocorrido no século XIX e
avançado pelo começo do século XX. Este período aborda uma
grande atividade feminista desenvolvida no Reino Unido e nos
Estados Unidos. Foi o momento em que o movimento se consolidou
em torno da luta pela igualdade de direitos para homens e
mulheres. Estas se organizaram e protestaram contra as diferenças
contratuais, a diferença na capacidade de conquistar propriedades
e contra os casamentos arranjados que ignoravam os direitos de
escolha e os sentimentos das mulheres.

A Segunda Onda Feminista é uma continuidade da Primeira Onda


Feminista, com as mulheres se organizando e reivindicando seus
direitos. Entretanto há características que distinguem as duas fases.
Enquanto no primeiro momento as mulheres lutavam por conquista
de direitos políticos, no segundo momento as feministas estavam
preocupadas especialmente com o fim da discriminação e a
completa igualdade entre os sexos.

Já a Terceira Onda Feminista se apresentou como meio para


corrigir as falhas e as lacunas deixadas pela fase do movimento que
veio antes. Esse novo momento, marcado a partir do início da
década de 1990, serviu também para retaliar algumas iniciativas da
Segunda Onda Feminista. A terceira fase procurou contestar as
definições essencialistas da feminilidade que se apoiavam
especialmente nas experiências vividas por mulheres brancas
integrantes de uma classe média-alta da sociedade.

A Terceira Onda Feminista é fortemente marcada por uma


concepção pós-estruturalista, refletindo claramente abordagens
micropolíticas preocupadas em responder o que é e o que não é
bom para cada mulher. O início dessa terceira fase do movimento
tem raízes ainda no meio da década de 1980, embora sua locação
história seja reconhecida a partir da década de 1990. Ela estava
inserida em um contexto de novas perspectivas também das
Ciências Humanas, como é o caso da Micro-História, que logo
reconheceu a importância do movimento de organização das
mulheres e o tratou de forma mais detalhada. Além disso, com o
próprio questionamento do padrão branco de classe média-alta das
feministas, mulheres negras começaram a se destacar no
movimento e negociar seus espaços para revelar as diferenças
vividas por mulheres com diferentes condições sociais e étnicas.

Como pode-se notar até aqui, a Terceira Onda do Feminismo foi


marcada por diversos questionamentos internos. O olhar crítico das
feministas sobre o próprio movimento que integravam permitiu o
florescimento de novas ideias e a redefinição de estratégias que
apresentaram falhas nos momentos anteriores. Da mesma forma, a
Terceira Onda do Feminismo apresentou também o chamado
Feminismo da Diferença, que argumenta haver sim diferenças
significativas entre os sexos. Diferentemente de uma ideia global e
massificadora que dizia ser uma construção social todo tipo de
desigualdade entre homens e mulheres.

Fontes:

ALVES, Branca Moreira & PITANGUY, Jacqueline. O que é


feminismo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.

FARIA, Nalu & NOBRE, Miriam. Gênero e desigualdade. São


Paulo : Sempreviva Organização Feminista, 1997.

BEAUVOIR, Simone de. Segundo sexo. São Paulo: Difel, 1955.

Texto originalmente publicado em


https://www.infoescola.com/historia/terceira-onda-feminista/

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