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No século 19, o feminismo

CONTEXTO HISTORICO DO teve um novo recomeço, em


FEMINISMO FEMINISMO: É possível um contexto diferente: o da
encontrar na historiografia sociedade liberal europeia
dos séculos 15 e 18 o que emergia. O núcleo
aparecimento de temas irradiador do feminismo
dedicados à denúncia da emancipacionista foi a
condição de opressão das Inglaterra, e a luta centrava-
mulheres, tendo como se na obtenção de igual de
principais fatores a igualdade jurídica (direito de
superioridade e a dominação voto, de instrução, de
imposta pelos homens. exercer uma profissão ou
Porém... inda não se pode
a
poder trabalhar). O
atribuir aos mais variados aparecimento do feminismo
escritos que surgiram nesse emancipacionista está
período o rótulo ou o associado às contradições
conceito de "feminista". Por que permeavam a sociedade
outro lado, os estudiosos do liberal da época.
tema creditam ao contexto
social e político da
Revolução Francesa (1789)
Feminismo contemporâneo Conflito que fez surgir o Projetos e principais revindicaçoes:
O movimento feminista feminismo: - Mulheres devem ganhar salários
contemporâneo surgiu nos iguais aos dos homens no
A forma como foram definidas desempenho da mesma função;
Estados Unidos, na segunda as datas do ressurgimento do
metade da década de 1960, - Mulheres não devem ser
feminismo de 'Segunda Onda',
discriminadas no mercado de
e se alastrou para diversos na década de 1970, no Brasil, trabalho e suas oportunidades não
países industrializados entre reflete interpretações oriundas devem ser limitadas aos papéis de
de diferentes lugares. A gênero que a sociedade impõe
1968 e 1977. A reivindicação
narrativa de 'origem' desse sobre elas;
central do movimento
feminismo foi resultado de - Não é obrigação da mulher cuidar
feminista contemporâneo é a
disputas de poder entre diversos da casa, dos filhos e do marido. Os
luta pela "libertação" da grupos feministas e entre estes afazeres domésticos e cuidado com
mulher. O termo "libertação" e os diversos personagens
as crianças devem ser de igual
responsabilidade para homens e
deve ser entendido como envolvidos na luta contra a mulheres;
uma afirmação da diferença ditadura militar, instalada no
- Nenhuma mulher é uma
da mulher, sobretudo em país entre 1964 e 1985. As
propriedade. Nenhum homem tem o
termos de alteridade. Com dicotomias entre 'lutas gerais e direito de agredir fisicamente ou
base nessa ideia, o lutas específicas', de um lado, e verbalmente uma mulher, ou ainda
entre 'verdadeiramente determinar o que ela pode ou não
movimento feminista busca fazer;
feministas e não-feministas', de
novos valores.
outro, presentes nessas - O corpo da mulher é de direito
disputas, falam de poderes e de somente da mulher. A ela cabe viver
conflitos. a sua sexualidade como bem
entender, decidir como vai dispor de
seu corpo e da sua imagem, com gordas, heterossexuais, lésbicas, bi, pessoas merecem ter sua
quem ou como vai se relacionar; com ou sem deficiências. Nenhuma identidade respeitada;
de nós deve ser invisível na mídia,
- Qualquer ato sexual sem nas histórias e na cultura; - Se duas mulheres decidem viver
consentimento é estupro. Nenhum juntas (ou dois homens), isso não é
homem tem o direito de dispor -A voz das mulheres precisa ser da conta de ninguém e o Estado
sexualmente de uma mulher contra valorizada. A opinião das mulheres, deveria reconhecer legalmente
a vontade dela; suas vivências, ideias e histórias essas uniões;
não podem ser descartadas ou
- Nunca é culpa da vítima; consideradas menores pelo fato de - Não existe tal coisa como “mulher
serem mulheres; de verdade”. Todas as mulheres são
- Assédio de rua é uma violência. A bem reais, independente de se
mulher tem o direito ao espaço - O espaço político também é um encaixar em algum padrão;
público (e também ao transporte direito da mulher. Devemos ter
público) sem ser constrangida, direito ao voto, a sermos votadas, - Mulheres não existem em função
humilhada, ameaçada e intimidada representadas politicamente e a de embelezar o mundo. Muito
por assediadores; termos nossas questões menos em função da aprovação
contempladas pelas leis e políticas masculina;
- A representação da mulher na
mídia não pode nos reduzir a públicas; - Amar o próprio corpo e se sentir
estereótipos que nos desumanizam - Papéis de gênero são construções bem com a própria aparência não
e ajudam a nos oprimir; sociais e não verdades naturais e deve depender dos padrões de
- Mulheres não são produtos. Não universais. Nenhum papel de gênero branquitude e magreza que a
podem ser tratadas como deve limitar as pessoas, homens ou sociedade racista e gordofóbica
determinou como “beleza”;
mercadoria, isca para atrair homens, mulheres, ou ainda permitir que um
moeda de troca ou prêmio; gênero sofra mais violência, seja - Mulher não “tem que” nada, se não
mais discriminado, tenha menos quiser. Isso vale para ser “amável”
- A representação das mulheres direitos e considerado menos gente; ou falar palavrão, fazer sexo ou não
deve contemplar toda a sua fazer, se depilar ou não depilar, usar
diversidade: somos negras, brancas, - Mulheres trans são mulheres e, cabelo grande ou curto, "encontrar
indígenas, transexuais, magras, portanto, são pessoas. Todas as
um homem” ou ficar solteira, sair
com vários caras ou preferir Ideologia do feminismo: O Feminismo Cultural derivou-se
mulheres, ter filhos ou não ter, Feminismo é um conjunto de do Feminismo Radical. Trata-se de
gostar de maquiagem ou não (e por movimentos políticos, uma ideologia de "natureza
aí vai em todas as regras que sociais, ideologias e filosofias que feminina" ou "essência feminina"
cagam ou possam vir a cagar sobre que tenta legitimar aquilo que
têm como objetivo comum: direitos
nossas vidas). feministas culturais consideram
equânimes (iguais) e uma vivência
humana por meio do como atributos subestimados da
empoderamento feminino e da mulher.[1] Ela é também uma teoria
libertação de padrões patriarcais, que valoriza as diferenças das
baseados em normas de gênero. mulheres em relação aos homens.
[2]
 Afirma-se isto porque se baseia
em uma visão essencialista das
diferenças entre mulheres e homens
e defende a independência e
desenvolvimento institucional, o que
levou feministas a se retirarem da
prática de políticas públicas para um
foco em "estilo de vida" individual.
[3]
 Alice Echols (uma historiadora
feminista e teórica cultural) atribui a
Brooke Williams, membro do grupo
feminista Redstockings, a introdução
do termo "feminismo cultural" em
1975 ao descrever a despolitização
do Feminismo Radical.[3]

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