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Simone de Beauvoir

Nascida na França em 1908, Beauvoir foi


uma das maiores vozes femininas da
história da filosofia. Suas obras trouxeram
as discussões de gênero para outro
patamar e são usadas como referência até
hoje para diversos debates nos
movimentos feministas.
Beauvoir tinha verdadeira paixão
pelo conhecimento seja pelas
letras, matemática, filosofia ou
artes... A autora passou grande
parte da infância e adolescência se
dedicando aos estudos, e isso a
levou a Universidade de Surbonne,
Onde dá início a sua produção
teórica e e também onde conhece
seu companheiro Sartre.
Para além do escândalo que o relacionamento não-
monogâmico deles causou na sociedade da época, o
encontro dos filósofos rendeu também grandes produções
acadêmicas e profissionais, já que ambos eram
existencialistas, militantes etc. Juntos fundaram o
jornal/revista “Tempos Modernos”.
Em suas obras, Beauvoir inaugura
um diálogo que ainda não havia
sido abordado de maneira tão
densa. Questões como papeis
sociais, determinismo biológico
como justificativa para exploração
de mulheres, entre outros.
Observação:

Fonte: QG Feminista
Em sua mais famosa obra, “O Segundo
Sexo”, Simone busca as raízes do sistema
de dominação masculino e suas
implicações sociais na vida das mulheres.
Ela entende que a realidade social feita
para e pelos homens interpreta a mulher
apenas em oposição ao homem, como o
“segundo sexo”, o “outro”. Sendo assim, o
homem permanece sempre sendo o
ponto referencial.
“Não se nasce mulher, torna-se mulher”
Sendo o homem o quadro de
referência, a autora afirma que a ideia
de gênero feminino é uma mera criação
social e não um dado biológico. Essa
criação é realizada pelo homem e
perpetua no imaginário social dos
sujeitos. Ou seja, a ideia da existência
da mulher enquanto ser é adquirida a
partir do ponto de vista masculino. Mas
afinal, o que é ser mulher?

Texto de apoio: https://medium.com/qg-feminista/sobre-sentir-se-como-uma-mulher-b5a713a8a8ac - Sobre se sentir como


uma mulher, de Amy Eileen Hamm.
Beauvoir questiona diversos paradigmas que até os dias atuais não foi possível desconstruir
completamente, no entanto, uma das heranças que a teoria Beauvoiriana nos trouxe foi a ideia
de que o “pessoal é político”. Isto é, de que maneira a vida privada de uma mulher pode
refletir a desigualdade de gênero? Simone entende que o homem foi socialmente construído
para ser a figura pública, que encara os holofotes e as relações interpessoais, enquanto das
mulheres espera-se o contrário, a domesticidade. Como podemos exemplificar isso?
Mulher feminilidade

Beauvoir problematiza também a


forma como as mulheres lidam
com o próprio corpo,
entendendo ele como algo a ser
protegido, frágil, que precisa
de auxílio para existir e
permanecer nos padrões de
feminilidade.
O FEMINISMO HOJE e o legado de beauvoir
FEMINISMO NEGRO
Entendendo as diferenças raciais entre as
mulheres e portanto as diferentes pautas que
cada uma busca na luta feminista, eis que surge
o feminismo negro. Um dos principais nomes
dessa corrente é Angela Davis, a militante e
autora feminista americana viveu um dos
momentos mais emblemáticos da história do
movimento negro quando participou dos
Panteras Negras. Hoje ela é professora emérita
da Universidade da Califórnia.
FEMINISMO MARXISTA
O feminismo marxista acredita que a opressão
contra as mulheres não tem início na figura
masculina, mas sim na opressão de classe dado
pelo sistema capitalista. Sendo assim, a luta das
mulheres deve ser voltada para a derrubada do
capitalismo, de forma coletiva, para então
conseguirem sua natural emancipação. Nessa
corrente, o homem não tem papel central de
“inimigo”, pois ele também é vítima do sistema
opressor capitalista. Um dos principais nomes
dessa corrente é a Heleith Saffioti.
FEMINISMO INTERSECCIONAL
São feministas que acreditam que para entender
as opressões e violências contra mulheres é
preciso realizar dois recortes: o de raça e o de
classe. As representantes dessa corrente não
necessariamente são negras. Existem indígenas,
por exemplo, que fazem parte dessa vertente,
por serem mulheres não-brancas. A maior
representante brasileira que temos dessa corrente
é a filósofa Djamilla Ribeiro
FEMINISMO DESCOLONIAL
María Lugones, filósofa argentina, é a
maior representante do “Feminismo
Descolonial”. A corrente feminista
busca entender a relação entre
colonizadores e colonizadas e de que
maneira essa hierarquia violentou e
violenta mulheres não-brancas e sul-
americanas.
FEMINISMO RADICAL
Essa corrente busca a raiz de toda a opressão,
onde tudo começou. Segundo essa vertente, essa
raiz se localiza na concepção de gênero.
Enquanto existir gênero irá existir opressão,
hierarquia e misoginia e consequentemente o
sistema patriarcal que, literalmente, explora
corpos e vidas de mulheres. Um dos principais
nomes quando se fala de feminismo radical é
Andrea Dworkin.
FEMINISMO LIBERAL
O feminismo liberal busca a igualdade de
gênero entre homens e mulheres. Esse
feminismo normalmente é liderado por
mulheres bem sucedidas profissionalmente,
que ocupam lugares predominantemente
masculinos e que lutam por liberdade
individual, sexual e igualdade de salários.

(Embora não se intitule como feminista liberal, pode-se


observar no comportamento de Anitta traços do que
defende essa corrente feminista.)
TRANSFEMINISMO
Buscando construir um espaço que entendesse
a dialogasse com as demandas ímpares de ser
uma mulher trans na sociedade, surgiu o
transfeminismo. Essas mulheres buscam
erradicar violências físicas e psicológicas que as
atinge de maneira diferente e drástica,
sobretudo no Brasil, onde uma pessoa trans é
morta a cada 3 dias. Maria Clara Araújo é uma
mulher trans, estudante de pedagogia e uma das
principais referências nesse tema.

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