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ANTIFEMINISMO NA LUTA PELA EMANCIPAÇÃO DAS MULHERES: O FEMEN

BRAZIL REVISITA O ESSENCIALISMO


Júlia Francisca Gomes Simões Moita1

Resumo
Estudar o Femen como nova manifestação do "feminismo essencialista" (ou antifeminismo),
situando-a dentro da teoria feminista, é o objetivo deste trabalho. De origem ucraniana, a
organização de mulheres Femen se internacionalizou e aportou no Brasil. Liderado por jovens
mulheres, o grupo tem como bandeiras o combate à prostituição e à exploração do corpo feminino.
O discurso das ativistas, porém, suscitou a reação imediata de outras organizações feministas. A
existência de uma essência feminina, a sacralidade do corpo da mulher, a superioridade biológica da
fêmea: tais ideias estão presentes na militância do Femen. E nos remetem a polaridades que
pensávamos superadas dentro do movimento. Durante a segunda onda feminista, algumas teóricas,
como Shulamith Firestone, trouxeram a questão das diferenças biológicas entre homens e mulheres
como ferramenta para a compreensão do sexismo. Algumas radicais insistiram quanto à
superioridade biológica da mulher, notadamente Valerie Solanas, e acabaram criando uma corrente
identificada como femista (ou antifeminista). A desconstrução das categorias biológicas é um
consenso dentro do feminismo. Atualmente, trabalha-se, inclusive, com a desconstrução das
categorias culturais.
Palavras-chave: ativismo feminista; essencialismo; movimentos sociais; teoria feminista

A trajetória do movimento Femen/Brazil foi rápida e cheia de controvérsias. Fundado em


2012, o grupo se organizou como uma filial do Femen/Ucrânia e logo tornou-se conhecido tanto
entre as feministas quanto entre os consumidores de cultura de massas. Em abril deste ano (2013) a
filial brasileira foi desativada pelo comando ucraniano2.
O Femen é um grupo que apareceu na Ucrânia em 2008 visando combater o turismo sexual
e a prostituição no país. Marcado pela performance, as ativistas misturam política e teatro para
realizar suas ações. Quase sempre seminuas, elas atuam em espaços públicos de forte apelo
simbólico (monumentos nacionais, parlamentos, praças públicas), afirmam que o elemento erótico
contido nos protestos é intencional e visa chamar a atenção da mídia para as causas em combate.

1
Mestre em Ciências Sociais pela UFSCar e professora assistente da Universidade Federal de Uberlândia
(FACIP/UFU).
2
Os motivos alegados pela matriz seriam relativos à desvio de dinheiro. As representantes brasileiras, negam. FEMEN
confirma fim da filial no Brasil. O Globo, 20/05/2013. http://oglobo.globo.com/mundo/femen-confirma-fim-da-filial-
no-brasil-8445251
BARBOSA, Dennis e CARVALHO, Eduardo. Matriz do Femen na Ucrânia rompe com líder do grupo no Brasil. G1,
18/05/2013. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/05/matriz-do-femen-na-ucrania-rompe-com-lider-do-grupo-
feminista-no-brasil.html

1
Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2013. ISSN 2179-510X
Fortemente internacionalizado, o movimento está presente em dezenas de países, sempre repetindo
o modus operandi original.
A controvérsia também é internacional. Em todos os países, o Femen sofre críticas severas
de setores conservadores da mídia, de ativistas que não consideram legítimo o uso da nudez e de
feministas que rechaçam o Femen como uma organização dentro do campo do feminismo.
“Não são feministas”, mais de uma militante afirma em textos, posts e entrevistas.
Reabrem, assim, um debate que assombra a teoria feminista desde a segunda onda do movimento e
diz respeito à existência de uma essência feminina que estaria presente nas mulheres, obviamente, e
que seria superior às características tipicamente masculinas.

O feminismo essencialista

Durante a segunda onda, as feministas se debateram em torno de algumas questões que se


tornaram clássicas do movimento e outras que desapareceram ou foram superadas. A discussão a
respeito do que é uma mulher teve, talvez, o desdobramento mais intenso dentro da teoria feminista.
“Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”, a ideia, sintetizada na célebre frase de Simone
de Beauvoir, indica que desde o início, as feministas estiveram inclinadas a pensar o feminino como
construção cultural e não determinação biológica. Se isso é verdade, o binômio natureza/cultura
logo apresentou um vencedor: a cultura. Dessa forma, o desafio era retirar a mulher da natureza já
que as polaridades sempre consideravam o arranjo original. Donna Haraway3 afirma que por trás
desse binômio estaria o discurso de apropriação da natureza pela cultura e, logo, daqueles que
vivem nas fronteiras do binarismo. De fato, as próprias teorias sobre a subordinação da mulher,
muitas vezes, apontam para o domínio do macho através do trabalho (Engels, 1984).

Uma tentativa de retirar a mulher da natureza pode ser observada na obra da canadense
Shulamith Firestone4. Geralmente classificada como feminista radical, considera que as diferenças
biológicas e anatômicas são fundamentais para a compreensão da desigualdade entre homens e
mulheres. O aparelho reprodutivo, de acordo com estas teóricas, seria o fundamento da
subordinação, sendo as mulheres "prisioneiras da biologia". Tais discussões desembarcam,
inevitavelmente, em uma crítica contundente da família nuclear heterossexual, e em alternativas
para a reprodução (cuidado coletivo com as crianças, reprodução artificial etc).

3
HARAWAY, Donna. Gênero para um dicionário marxista: A política sexual de uma palavra. Campinas: Cadernos
Pagu, n. 22, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cpa/n22/n22a09.pdf

4
FIRESTONE, Shulamith. A dialética do sexo: um estudo da revolução feminista. Rio de Janeiro: Labor do Brasil,
1976.

2
Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2013. ISSN 2179-510X
... para assegurar a eliminação das classes sexuais, é preciso a revolução da classe baixa (as
mulheres) e a tomada do controle da reprodução: a restituição às mulheres da propriedade
de seus próprios corpos, bem como do controle feminino da fertilidade humana,
incluindo tanto a nova tecnologia quanto todas as instituições sociais de nutrição e da
educação das crianças. (FIRESTONE, 1976, p. 21)

O controle do corpo é fundamental no discurso de Firestone e é apenas através do domínio


da técnica que isso pode ser conseguido. Assim, as possibilidades de escape das mulheres passam,
necessariamente, pela superação dos limites biológicos. Sem nunca atualizar sua obra, não sabemos
de que maneira Firestone leu as diversas transformações trazidas pela medicina reprodutiva. A
questão do corpo, entretanto, manteve-se presente no movimento feminista e alguns grupos
contemporâneos ainda discutem a autonomia da mulher frente ao seu próprio corpo. A luta pelo
direito ao aborto é um exemplo bastante claro desse embate. Outros vieses também incorporaram a
discussão a respeito do corpo, a Marcha das Vadias5 é um exemplo de grupo que discute os limites
do controle da mulher sobre sua aparência. O próprio Femen percebe, durante a prática feminista,
que o corpo da mulher está submetido a inúmeros controles (inclusive das próprias feministas).
Valerie Solanas6 opta por outro caminho ao enfrentar as diferenças biológicas entre
homens e mulheres. Talvez a mais controversa teórica da segunda onda, Solanas foi “expulsa” da
teoria feminista ao ter seu trabalho classificado como antifeminista/femista pelo cânone. Sua
principal obra, Manifesto SCUM (1967), leva ao extremo a guerra dos sexos. Solanas considera a
superioridade feminina como condição para a aniquilação do sexo masculino. Sem qualquer
cuidado para situar as diferenças no campo da história e da cultura, afirma que os homens possuem
um gene defeituoso (cromossom Y) e que seriam biologicamente incompletos. Ao contrário de
Shulamith Firestone, a abordagem de Solanas não tem legitimidade dentro da teoria feminista. Para
resolver tal impasse, as teóricas criaram o termo "femista", que seria um contraponto a machista. As
teorias femistas são antifeministas, uma vez que advogam a superioridade do sexo feminino.

Ao conduzir a discussão, Solanas parece acreditar que existiriam valores masculinos e


femininos e sua proposta não seria a simples aniquilação de um dos sexos, mas o triunfo dos valores
femininos. No esquema da autora, as características sociais indesejáveis desapareceriam com o fim
dos homens.

5
Movimento de origem canadense. Aparece no início do século XXI como reação a um comentário sobre um estupro.
O comentário seria a respeito da roupa da vítima (provocativa demais). Durante as marchas é comum que as
participantes estejam seminuas justamente para enfatizar que “meu corpo, minhas regras”.
6
SOLANAS, Valerie. SCUM Manifesto. Disponível em http://scummanifesto.wordpress.com/. Acesso em: 2013-07-07.

3
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A maioria dos homens, em sua imensa covardia, projetam nas mulheres suas fraquezas
intrínsecas; as apontam como fraquezas femininas e acreditam terem as forças femininas. A
maioria dos filósofos, não tão covardes, reconhecem certas deficiências no homem; mas
seguem sem admitir o fato de que estas deficiências existem somente nos homens. Então, dão
à condição masculina o nome de Condição Humana... (SOLANAS, versão online)

Para alterar este estado de coisas, Solanas conclama as mulheres à luta. Imagina que um
exército de ativistas será necessário, e as nomeia de SCUM, que seriam as mulheres que não
submergiram totalmente na cultura do macho e poderiam, então, conduzir a revolução.

Embora Valerie Solanas seja rechaçada por teóricas e ativistas, o tema da feminização do
mundo encontrou eco, inclusive, nas teorias feministas mais moderadas. Algumas autoras (Friedan,
1983; Oliveira, 1991) questionam os valores ocidentais capitalistas e afirmam que estes seriam
masculinos, uma vez que as mulheres não participaram da esfera pública na qual eles foram
forjados. Desta feita, feminizar o mundo significaria que as características atribuídas às mulheres
passariam a ter espaço no mundo público e no trabalho. Ao contrário do que pode parecer, a teoria
em questão não pode ser acusada de antifeminista. Isso porque tais valores seriam culturais e as
mulheres teriam tais valores simplesmente porque exerceram determinadas funções ao longo da
história7.

O essencialismo no Femen

Quando entramos no site do Femen/Ucrânia8, encontramos as linhas gerais do movimento e


algumas diretrizes nos chamam a atenção:

FEMEN - é a nova Amazonas, capaz de minar as fundações do mundo patriarcal através do


intelecto, do sexo, da agilidade, promover a desordem e trazer a neurose para o mundo dos
homens9. (FEMEN. Tradução minha.)

7
De qualquer maneira, tal visão nos leva ao beco sem saída do conceito de gênero, que substitui sexo e passa a
apresentar os mesmos problemas que ele. (ver HARAWAY, Donna. Obra citada.)

8
http://femen.org/. O site brasileiro foi tirado do ar quando a filial nacional foi desativada, mas a maior parte do
conteúdo era traduzido.
9
No original: FEMEN - is the new Amazons, capable to undermine the foundations of the patriarchal world by their
intellect, sex, agility, make disorder, bring neurosis and panic to the men's world.

4
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A recuperação do essencialismo é clara no objetivo acima. As ativistas se referem ao mundo
dos homens como um mundo que também dever ser destruído (talvez não no sentido referido por
Solanas) e desordenado. As mulheres estariam aptas a desancar o patriarcado e é interessante notar
que o intelecto feminino é a primeira característica citada. Assim, mesmo que a Amazonas tenha
sido evocada (e pode funcionar aqui como o elemento fronteiriço entre natureza e cultura), é o
intelecto que promoveria a transformação. Não podemos esquecer que o binômio emoção/razão
deriva diretamente de natureza/cultura.
A retórica utilizada pelo Femen para a captação de militantes também são passíveis de serem
comparadas à ideologia de Valerie Solanas:

Ativistas do FEMEN - são soldadas ajustadas moral e fisicamente, que a cada dia executam
ações com alto grau de dificuldade e provocação10. (FEMEN. Tradução minha.)

A apropriação do discurso militar pelas ativistas é um dos pontos mais controversos da


atuação do Femen. Ingressar no grupo não é apenas uma questão de vontade, mas envolve um
processo seletivo (envio de foto, entrevista, monoprotesto – que seria um protesto solitário realizado
pela candidata). Após a aprovação, o Femen promove o treinamento das ingressantes. De acordo
com a ex-líder brasileira, Sara Winters é um “treinamento moral, psicológico e físico” (Nascimento,
2013).
É impossível não estabelecer ligação com a doutrina SCUM, de Valerie Solanas. Tal como
as ativistas da Europa oriental, Solanas previa o treinamento de mulheres que deveriam se
comportar como soldados.

O grupo, muitas vezes, é acusado de racismo. As manifestantes geralmente apresentam o


estereótipo europeu (brancas, loiras etc). A ausência de diversidade, aliada a ações que visam as
mulheres do Oriente Médio, foram determinantes para que o etnocentrismo das ativistas fosse
escancarado:

Nós construiremos uma imagem nacional de feminilidade, maternidade e beleza, baseada na


experiência do movimento de mulheres Euro-Atlânticas11. (FEMEN. Tradução minha)

Nada poderia ser mais contraditório para um movimento que se afirma como internacional.
É importante notar, entretanto, que a Ucrânia é um país cuja identidade foi solapada pela antiga
URSS. Ainda hoje a influência russa é bastante forte e alguns grupos nacionalistas se utilizam da
identidade européia ocidental como forma de resistência.

10
No original: Activists of FEMEN - are morally and physically fit soldiers, who every day make civil actions of the
high degree of difficulty and provocativity.
11
No original: We build up a national image of femininity, maternity and beauty based on the Euro-Atlantic women’s
movements experience.

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À primeira vista, o movimento parece fortemente marcado por antifeminismo e discursos
essencialistas sessentistas, mas outras abordagens12 apontam que o suposto essencialismo do Femen
seria apenas uma maneira performática de denunciar antigas desigualdades. Ao invés de referendar
tais discursos e práticas, as ativistas estariam zombando deles. É o que sustenta Jessica Zychowicz,
em seu intrigante ensaio sobre as ativistas ucranianas. Segundo ela, o Femen se utiliza das novas
tecnologias e promove performances para a cultura de massas. Ela não nega a aproximação do
grupo com a segunda onda do movimento feminista, mas considera que elas são da terceira onda e
que está tensão em classificar as ativistas pode expandir nossa percepção acerca do que são as
práticas feministas.

Conclusão

Longe de esgotar o assunto, o presente trabalho apenas se interessa pelo resgate de algumas
categorias presentes no movimento durante a segunda onda e fortemente criticadas pelas principais
teóricas feministas.
Se por um lado temos a desconstrução da categoria gênero pelas teóricas, por outro temos a
essência feminina como base de organização de movimento de mulheres pelo mundo. As simetrias
com a obra de Valerie Solanas e, menos, Shulamith Firestone nos faz crer que os recortes operados
pelo Femen (e alguns outros movimentos recentes) nos obrigam a retornar às teorias feministas
clássicas.

Referências

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BEAUVOIR, Simone. O Segundo Sexo (volumes I e II). São Paulo: Difusão Européia do Livro,
1960.

12
ZYCHOWICZ, Jessica. Two Bad words: FEMEN & feminism in independent Ukraine. Antropology of East Europe
Review, 29. Fall, 2011.

6
Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2013. ISSN 2179-510X
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8
Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2013. ISSN 2179-510X
Antifeminism in the struggle for the emancipation of women: Femen Brazil revisits essentialism

Abstract
To study Femen as a new manifestation of "essentialist feminism" (or antifeminism), situating it
within feminist theory, is the purpose of this work. Of Ukrainian origin, the Femen women's
organization became international and arrived in Brazil. Led by young women, the group's causes
include fighting against prostitution and the exploitation of the female body. The discourse of
Femen activists, however, elicited an immediate reaction from other feminist organizations. The
existence of a feminine essence, the sacredness of the female body, female biological superiority:
such ideas are present in Femen’s activism. They refer to polarities which were thought to have
been overcome within the movement. During the second feminist wave, some theorists such as
Shulamith Firestone have brought the issue of biological differences between men and women as a
tool for understanding sexism. Some radicals, notably Valerie Solanas, insisted on the biological
superiority of women and created a current identified as "femist" (or antifeminist). The
deconstruction of biological categories is a consensus within feminism. Lately, the deconstruction
of cultural categories has also been attempted within the movement.
Keywords: feminist activism; essentialism, social movements, feminist theory

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Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2013. ISSN 2179-510X

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