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FISIOLOGIA
Introdução
A fisiologia é uma das ciências da saúde que busca explicar como ocorrem
as ações do corpo humano. A curiosidade por saber como a “máquina
humana” funciona sempre despertou interesse do homem, e há registros
de estudos sobre o corpo humano desde as mais remotas civilizações.
Neste capítulo, você vai estudar os aspetos históricos da evolução da
fisiologia humana. Também vai ver os conceitos básicos dessa ciência e
identificar como a fisiologia se relaciona com outras ciências.
História da fisiologia
Embora seja uma ciência do mundo moderno, a história da fisiologia vem de
longos tempos. Registros apontam que, na Grécia Antiga, o filósofo grego
Aristóteles (384 a.C.–322 a.C.) já fazia especulações sobre como funcio-
nava o corpo dos seres vivos. No entanto, coube a outro grego, Erasístrato
(310 a.C.–250 a.C.), o título de pai da fisiologia humana, pois foi ele quem
aplicou as leis da física aos estudos das funções corporais (FOX, 2007).
Erasístrato, junto com Herófilo (335 a.C.–280 a.C.), foi o responsável por
fundar a escola de anatomia de Alexandria. Nessa escola, ambos dissecavam
corpos em busca dos mistérios do funcionamento do corpo. Cabe ressaltar
que, antes da escola de Alexandria, todo o conhecimento sobre corpos vinha
das experiências com animais.
2 Introdução à fisiologia
Entre os principais estudos propostos por Erasístrato estava a importância dos átomos
para o corpo, a descrição do funcionamento do cérebro, do cerebelo e dos ventrículos
cerebrais, além das válvulas cardíacas e, por fim, a distinção de funcionamento entre
veias e artérias (FOX, 2007).
Era nítida para ele a semelhança entre a ação das secreções da divisão auto-
nômica simpática e os efeitos de extratos das glândulas suprarrenais. Passou
então a investigar a influência de perturbações emocionais sobre a liberação
dessas substâncias (mais tarde identificadas como noradrenalina e adrenalina),
e a explorar seus efeitos na fisiologia corporal. Sua conclusão – hoje conhe-
cida como “reação de luta-ou-fuga” – foi que intensos estados emocionais
estimulam a secreção de adrenalina pela glândula adrenal, que, agindo nos
tecidos periféricos, prepara o organismo para uma ação vigorosa em estados
de emergência (BRITO; HADDAD, 2017, p. 100−101).
Fica claro que o estudo da fisiologia humana vem passando por constantes
descobertas ao longo dos tempos, e cada vez mais rápidas. Com o avanço da
tecnologia, a tendência é que novos estudos cheguem ao conhecimento do
público.
Temos quatro classes principais de células, de acordo com suas funções e o tipo
de tecido que as compõem. Elas são os neurônios, as células musculares, as células
epiteliais e as células conjuntivas.
As doenças são caracterizadas em dois grupos gerais de acordo com sua ori-
gem: aquelas em que o problema surge a partir de uma insuficiência interna
ou falha de algum processo fisiológico normal, e aquelas que se originam de
alguma fonte externa. As causas internas de doenças incluem o crescimen-
to anormal de células, que pode originar cânceres ou tumores benignos, a
produção pelo próprio corpo de anticorpos contra os seus próprios tecidos
(doenças autoimunes) e a morte prematura de células ou a falha de processos
celulares. As doenças hereditárias também são consideradas como tendo causas
internas. As causas externas de doenças incluem substâncias químicas tóxicas,
traumas físicos e microrganismos externos invasores, como vírus e bactérias.
Figura 1. Homeostasia.
Fonte: Silverthorn (2013, p. 10).
Mudança na
variável regulada Ponto de ajuste
(↑ glicemia) (glicemia normal)
↑
Retroalimentação
negativa
↑
Estímulo inicial
Resposta fisiológica
Resultado
Hipófise
Secreção de LH
Retroalimentação
positiva
Ovários
↑Secreção de estrógeno
Estímulo inicial
Resultado
Figura 3. Retroalimentação positiva.
Fonte: Adaptada de Stanfield (2013).
Isaac Newton foi um cientista que se dedicou a várias áreas da ciência, como física, mate-
mática, química e mecânica. Suas leis explicaram as forças envolvidas na física e como elas
se comportam no movimento humano. Ao todo, Newton propôs três leis: a primeira lei
trata da inércia; a segunda trata da massa e aceleração; e a terceira trata da ação e reação.
A ciência que explica o movimento humano por essas leis chama-se biomecânica.
Ficou interessado em saber mais sobre fisiopatologia? No link a seguir você encontra
um vídeo muito interessante sobre o assunto.
https://qrgo.page.link/HTERS
Neste capítulo você viu que a história da fisiologia vem de longos tempos.
Registros apontam que, na Grécia Antiga, o filósofo grego Aristóteles já fazia
especulações sobre como funcionava o corpo dos seres vivos. No entanto,
coube a outro grego, Erasístrato, o título de “pai da fisiologia humana”, pois
foi ele quem aplicou as leis da física aos estudos das funções corporais.
Até o período Renascentista, os grandes estudos sobre a fisiologia humana
foram realizados pelo médico e filósofo italiano Cláudio Galeno. Ele deu
início a estudos sobre a contração muscular e ainda realizou o detalhamento
anatômico do corpo (esqueleto e músculos) e de suas funções.
No século XX, Walter Cannon começou a abordar, em seus estudos, a
manutenção da constância fisiológica, desenvolvendo o conceito de homeos-
tase. Além disso, ele sugeriu que muitos mecanismos de regulação fisiológica
tinham um único objetivo: a manutenção da constância interna.
Você também viu que a fisiologia é o estudo do funcionamento normal de
um organismo e de suas partes, incluindo todos os processos físicos e químicos.
O organismo é formado por células, divididas em quatro classes principais
de acordo com suas funções e o tipo de tecido que as compõem. As classes
são: neurônios, células musculares, células epiteliais e células conjuntivas.
Introdução à fisiologia 13
MARTINI, F. et al. Anatomia e fisiologia humana: uma abordagem visual. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2014.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condiciona-
mento e ao desempenho. 8. ed. Barueri, SP: Manole, 2014.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
STANFIELD, C. L. Fisiologia humana. 5. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
Leituras recomendadas
SILBERNAGL, S.; DESPOPOULOS, A. Fisiologia: texto e atlas. 7. ed. Porto Alegre: Artmed,
2009.
WARD, J.; LINDEN, A. Fisiologia básica: guia ilustrado de conceitos fundamentais. 2. ed.
Barueri, SP: Manole, 2014.