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MAÍRA DANTAS BISPO

NEUROPSICOLOGIA

TÓPICOS ESPECIAIS EM NEUROLOGIA E PSICOLOGIA

A Neuropsicologia tem início no século XIX, porém ainda no antigo Egito


já existia uma preocupação acerca do cérebro e da mente. Contudo foi a partir
do XIX através de Osler que os avanços foram vistos através de estudos de
lesões neurológicas (FUENTES et al., 2014). Desse modo a Neuropsicologia é
a ciência ligada ao estudo e resolução correlacionados ao comportamento das
disfunções cerebrais.
Em seguida será relatado uma linha do tempo com as principais
contribuições para a evolução da Neuropsicologia. Em meados dos anos 1820,
Flourens diz que funções mentais dependiam do cérebro como um todo e não
apenas de partes. Foi através de pesquisas com animais que foi possível a
observação da evolução do tratamento de lesões cerebrais. Na mesma época,
porém em 1825, Bouillard realizou estudos e pesquisas que concluíram que
lesões no lobo frontal eram responsáveis pela perda da fala. A descoberta de
parte cerebral responsável pela fala, que seria o hemisfério esquerdo, ficou no
mérito de Paul Broca em 1861. Já a compreensão da fala foi Carl Wernicke em
1874, descobriu a localização que fica no giro temporal superior esquerdo.
Contudo, naquela época os estudiosos eram divididos por categorias a
partir de suas crenças e estudos, eram os Holistas e Localizacionistas, esses
por sua vez foram citados no parágrafo anterior, onde eram responsáveis por
identificar a localização de partes cerebrais e suas respectivas funções. Mas
existia uma oposição a esses pesquisadores que eram os Holistas, o estudioso
que defendia esse modelo era o médico Jean Pierre Flourens, ele acreditava
que as funções mentais não eram dependentes de partes, mas uma parte
dependia da outra, dessa forma consideraria o cérebro como um todo, com a
mesma potencialidade.
Dessa forma o século XIX foi o momento de discutir sobre dois modelos
de pensamentos acerca da atividade cerebral, onde os Localizacionistas
defendiam as áreas e a funcionalidade de cada uma delas, configurando
atividades independentes, mas os Holistas negavam a ausência de 3
especificidades funcionais, isso fez com que os pesquisadores
Localizacionistas fortalecessem suas concepções e assegurando suas
descobertas.
O responsável em mostrar a Neuropsicologia para o “mundo” foi Sir
William Osler em 1913, quando em uma conferência fez a pronúncia deste
termo. Dessa forma a Neuropsicologia passa a ser considerada uma área
científica a ser estudada a partir de estudo de caso de pacientes, por exemplo
o caso clínico de Leborgne, um paciente que perdera a faculdade para a
linguagem articulada, foi através dele que se pode notar falhas ao ter achados
clínicos inconclusivos, levando assim a uma revisão da metodologias
(FRANCILEUDO; ESPINDOLA, 2010).
Foi então após a Segunda Guerra Mundial que se passou a usar testes
psicológicos para investigar as funções cerebrais, os pioneiros de pesquisas
para tal foram Hans-Lukas Teuber, Brenda Milner, Arthur Benton e Ward
Halstead. Estes estudos, que formaram a base para o campo científico da
Neuropsicologia humana, focalizavam danos cerebrais causados por acidentes
da natureza, combates em guerra e cirurgias. Com grande contribuição para a
Neuropsicologia pode ser citado a avaliação psicométrica, ressaltando-se que a
escolha dos pacientes era por meio de padrões estabelecidos.

Na literatura ainda encontra controvérsias a respeito do termo


Neuropsicologia, como mostra a seguir:

“O termo foi cunhado por Hebb em 1949 no título do livro The Organization of
Behavior: a neuropsychological theory, não sendo, no entando, definido nem
ao menos citado no texto. No entanto, de acordo com Engelhardt et al.
(1995a), o termo neuropsicologia foi utilizado pela primeira vez em 1913, em
uma conferência proferida por Sir William Osler, nos Estados Unidos. Porém
seu desenvolvimento começou nos anos 40, com os trabalhos de Hebb. De
qualquer forma, em 1957 o termo designava uma subárea das neurociências,
tendo alcançado divulgação científica nos anos 60, com os trabalhos de
Lashley “(DE TONI; ROMANELLI; DE SALVO, 2005, p.48).

Entretanto, a Neuropsicologia é a fusão da neurologia com a psicologia,


com objetivo de estudar comportamentos decorrente de lesões cerebrais, na
atualidade é possível associar-se estudos a neurociência cognitiva. Contudo, o
princípio da Neuropsicologia é estudar a memória, a linguagem, e a
consciência, uma correlação com sistema nervoso, comportamento e cognição
(PINHEIRO, 2005).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DE TONI, P. M., ROMANELLI, E. J., Y DE SALVO, C. G. A evolução da


Neuropsicologia: da antiguidade aos tempos modernos. Psicologia
argumento, 23(41), 47-55, 2005. Acesso em: 10/09/2017. Disponível em:
<https://www.academia.edu/33369402/A_EVOLU
%C3%87%C3%83O_DA_NEUROPSICOLOGIA_DA_ANTIG
%C3%9CIDADE_AOS_TEMPOS_MODERNOS_History_of_neuropsychology_f
rom_antiquity_to_the_present >

FRANCILEUDO, F. A.; ESPINDOLA, C. R. Neuropsicologia e Bioética: um


ensaio sobre o diálogo interdisciplinar., Prainha, 11 Dezembro 2010. 12.

FUENTES, D. et al. Neuropsicologia: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre:


ABDR, 2014.

PINHEIRO, M. Aspectos Históricos da Neuropsicologia: subsídios para a


formação de educadores. Educar em revista, (25), 2005. Acesso em:
07/09/2017. Disponível em: http://www.redalyc.org/html/1550/155016226011/

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