Você está na página 1de 23

Neuropsicologia

Copyright © 2021 Delinea Tecnologia Educacional


Neuropsicologia

Apresentação da Disciplina

Seja bem-vindo(a) à disciplina Neuropsicologia. Nesse curso, vamos entender


essa sub área da neurociência que investiga, de forma multidisciplinar e
minuciosa, o funcionamento do sistema nervoso. Vamos aprender que o estudo
neuropsicológico compreende as bases biológicas e os substratos neuroquímicos
das habilidades e capacidades psicológicas, cognitivas, emocionais e
comportamentais.

O neuropsicólogo é um profissional que atua na compreensão e busca de


evidências sobre as formas de aprender, memorizar, comunicar, enfim,
sobre as facilidades e dificuldades neurológicas de cada ser humano. Com
base nesses dados, pode-se indicar um diagnóstico, formular estratégias de
intervenção e reabilitação, fazer diagnóstico diferencial e ter um prognóstico da
situação. Vamos conhecer ao longo de quatro unidades as origens filosóficas
e históricas da neurociência, que embasa o escopo teórico e os objetivos da
neuropsicologia, a história evolutiva e genética do sistema nervoso, assim como
seu funcionamento eletroquímico e plástico. Por fim, compreenderemos as
principais funções cognitivas e seus substratos neurobiológicos.

Objetivo de aprendizagem

O objetivo dessa disciplina é incitar no aluno o desenvolvimento da capacidade


de descrever, analisar, interpretar e orientar os problemas de origem psicológica
a partir de uma ótica anatomoclínica. Além disso, você compreenderá os
substratos biológicos da cognição, das emoções e do comportamento,
considerando o aspecto biopsicossocial dessas esferas. Com isso, poderá
desenvolver habilidades para a atuação neuropsicológica. O estudo em tela
orientará sua capacidade investigativa e científica na direção da construção e
aplicação de conhecimentos e da necessidade de atuar de forma interdisciplinar.

3
Neuropsicologia

Introdução da Unidade

Caro estudante, seja bem-vindo(a) à primeira unidade da disciplina


Neuropsicologia. Nela, você irá compreender a premissa de que a capacidade
mental possui um substrato neural. Ou seja, o tecido nervoso é a base de todas
as nossas habilidades e capacidades psicológicas. Desse modo, vamos conhecer
o conjunto mínimo de eventos e processos cerebrais correlacionáveis aos
comportamentos, à cognição e às emoções (MOGRABI; MOGRABI; LANDEIRA-
FERNANDEZ, 2010).

Diante disso, devemos compreender o histórico e as origens dessa ciência, assim


como conhecer a neuroanatomia básica e funcional do sistema nervoso, com
foco sistema nervoso central.

Objetivos específicos de aprendizagem


• Conhecer um pouco do histórico do estudo neurocientífico que embasa
a neuropsicologia.
• Compreender aspectos anatômicos do SN.
• Conhecer superficialmente a relação entre as áreas e as funções do cérebro.

4
Neuropsicologia

Unidade 1

Introdução à Neuropsicologia

Apesar de o termo neurociência ser relativamente novo, o estudo do sistema


nervoso é antigo. Inicialmente, os estudos foram realizados com base em
proposições filosóficas, seguido da busca por evidências científicas. A análise do
cérebro após a morte permitiu conhecer a anatomia desse órgão e compreender
o substrato orgânico de alterações percebidas em vida. Com os avanços das
neurociências, o estudo do cérebro lesionado e in vivo (por meio de técnicas de
imagem, eletroencefalograma) permitiu conhecer mais sobre os fundamentos do
sistema nervoso (HERCULANO-HOUZEL, 2008; MOGRABI; MOGRABI; LANDEIRA-
FERNANDEZ, 2010; DURMARD, 2016).

O que é a neuropsicologia?

Origens e primeiros estudos

A base teórico-filosófica da neurociência recai sobre a crença de que há um


substrato neural para as capacidades mentais (DURMARD, 2016; MOGRABI;
MOGRABI; LANDEIRA-FERNANDEZ, 2010). Nesse sentido, indícios do uso de
técnicas de trepanação pela cultura asteca demonstram uma compreensão
rudimentar do papel do cérebro (DURMARD, 2016). As primeiras teorias
versavam sobre a existência de uma mente que manifestaria espíritos animais
por meio do cérebro (HERCULANO-HOUZEL, 2008; DURMARD, 2016).

§ 1. Trepanação

Técnica que realiza incisões no crânio para curar dores de cabeça e


livrar o paciente de espíritos dos maus causadores de alterações de
comportamento (DUMARD, 2016).

5
Neuropsicologia

§ 2. Estudo post-mortem

Método anatomoclínico que envolve a busca de um nexo causal


(associação ente os sinais clínicos e padrões de alterações cerebrais).
Composta de dois estágios: (1) exame clínico aprofundado do paciente,
ao longo de um período extenso, e (2) necropsia do cérebro e da medula
espinhal após a morte da pessoa (MOGRABI; MOGRABI; LANDEIRA-
FERNANDEZ, 2010).

Os filósofos sempre buscaram explicar a forma como pensamos. Aristóteles


apostou no coração como centro do intelecto. Platão elegeu a medula como
parte essencial da cognição e o cérebro como base da razão (DURMARD,
2016). Demócrito e Hipócrates, o pai da medicina, afirmaram que o cérebro é
sede dos pensamentos, da razão, do julgamento e da inteligência (DURMARD,
2016). Herophilus e Erasistratus apresentaram, à partir de estudo anatômico,
descrições do papel do cérebro na cognição, na consciência e no comportamento
(HERCULANO-HOUZEL, 2008).

Quinhentos anos depois, utilizando estudos post-mortem, o anatomista e


médico romano Galeno apresenta uma descrição detalhada dos ventrículos
cerebrais: três cavidades dentro do cérebro com localização anterior, mediana
e inferior. O sistema nervoso para Galeno era composto por partes dotadas de
compartimentos preenchidos por fluidos, e dentro deles haveria os espíritos
animais. Nota-se em sua teoria uma percepção embrionária da localização da
cognição no encéfalo (HERCULANO-HOUZEL, 2008; DURMARD, 2016).

As versões da doutrina dos ventrículos mantiveram-se por quase 14 séculos.


O ventrículo anterior foi associado às sensações, à capacidade de fantasiar,
imaginar e à visão de senso comum. A cavidade mediana foi atrelada às
impressões processadas pelo pensamento analítico e à capacidade de
discernimento. Por fim, a cavidade posterior foi conectada à capacidade de
armazenamento (memória). Alguns nomes importantes desse período foram:
o bispo sírio Nemesius, o teólogo e filosofo africano Santo Agostinho, o médico
persa Abu ‘Ali al’Husain ibn ‘Abdullah ibn Sina (Avicena), o polímata italiano
Leonardo da Vinci, o enciclopista alemão Gregor Reisch, o médico e anatomista
inglês Thomas Willis (HERCULANO-HOUZEL, 2008).

Versalius, um médico belga, considerado o pai da anatomia moderna, e


Leonardo da Vinci questionaram a doutrina ventricular ao demonstrar a
semelhança entre os ventrículos dos animais e dos humanos, inviabilizando
sua associação com as funções mentais superiores. Contudo, esses autores não

6
Neuropsicologia

avançam na correlação neural das funções psíquicas, apresentando apenas


descrições detalhadas dos ventrículos cerebrais (HERCULANO-HOUZEL, 2008).

René Descartes, um francês, pai do pensamento cartesiano, insere a existência


de “tubos” (nervos) que levariam os fluidos (espíritos animais) até a glândula
pineal e, posteriormente, até os músculos. Um avanço tímido, visto que
apresenta a localização equivocada da pineal, já apresentada por Galeno
(HERCULANO-HOUZEL, 2008).

Apesar de ainda adotar um discurso ventricular e hidráulico, Thomas Willis foi


o primeiro autor desse período a sugerir que “os ventrículos eram apenas um
resultado acidental das dobras do cérebro”, o que os impede de ser a fonte da
cognição. No século XIX, ocorre uma mudança significativa nas concepções.
Trata-se da superação da doutrina dos ventrículos e transferência das funções
mentais para o córtex (HERCULANO-HOUZEL, 2008).

Nesse período, o anatomista austríaco Francis Gall e seu discípulo Johann


Spurzhein produzem um desenho bem realista das zonas anatomicamente
definidas do córtex. Em decorrência de diferenças anatômicas visíveis,
Gall associa funções/faculdades específicas às partes do cérebro e postula
modificações morfológicas a partir da atividade, ou seja, após o desenvolvimento
das faculdades mentais, as regiões do córtex correlatas aumentariam, gerando
uma mudança no formato do crânio.

Saiba mais
A frenologia é uma pseudociência que relaciona o
formato do crânio ao comportamento. Para interagir
com o mapa frenológico de Gall/Spurzheim, acesse o
link: https://url.gratis/boqygs

Apesar de intensamente criticadas por cientistas e vistas como uma ameaça


à ideia de unidade da alma pela Igreja, as teorizações de Gall e Spurzhein
originaram a frenologia e foram a base da localização funcional (HERCULANO-
HOUZEL, 2008). No mesmo sentido, François Leuret, discípulo de Gall, apoiado
por Pierre Gratiolet, perfilhou a relevância anatômica das circunvoluções.
Julien Legallois e David Ferrier apresentaram resultados experimentais que
demonstram a relação funcional entre áreas e tecidos a partir do estudo de
lesões cerebrais cirúrgicas bem delimitadas e alterações funcionais em animais.

7
Neuropsicologia

Em sentido oposto, Pierre Flourens e Friederich Goltz expõem, a partir de


estudos com ablações em animais, um modelo teórico globalizado, no qual
todas as regiões cerebrais participam juntas das funções mentais superiores
(HERCULANO-HOUZEL, 2008; DURMARD, 2016). A base anatômica da
organização cerebral é analisada de duas formas opostas: de um lado estão os
localizacionistas e, de outro lado, os globalistas.

Localizacionista
Para os localizacionistas, existem áreas bem
delimitadas no tecido neural, sendo que cada
uma exerce uma capacidade distinta e específica.

Globalista/Conexionista
Os globalistas postulam a existência de
propriedades sistêmicas originadas das
correlações entre as funções cerebrais e a
interação entre as áreas (MOGRABI; MOGRABI;
LANDEIRA-FERNANDEZ, 2010).

Vale ressaltar que os métodos utilizados por Flourens e Goltz foram criticados
pelos neurofisiologistas, pelo uso da técnica de cortes seriados de Flourens e
pela ablação delimitada de Goltz. Em acréscimo, um evento proeminente, em
favor do localizacionismo, ocorreu em 1961. Paul Broca descreveu um paciente
com comprometimento específico na produção da fala que pronunciava
somente uma sílaba duas vezes (“tan tan”), apesar da cognição preservada. Após
a morte do paciente, Broca realizou a necropsia cerebral, identificando uma
lesão específica no giro frontal inferior esquerdo. Essa área e esse quadro foram,
permanentemente, associados ao médico, dando origem às terminologias: área
de Broca e afasia de Broca (HERCULANO-HOUZEL, 2008; MOGRABI; MOGRABI;
LANDEIRA-FERNANDEZ, 2010; DURMARD, 2016).

No mesmo sentido, Karl Wernicke investigou o cérebro de pessoas que


apresentavam déficit de compreensão, de elaboração do discurso e de

8
Neuropsicologia

associação entre a palavra e seu significado. Utilizando o mesmo método de


Broca, o neuropatologista identificou alterações morfológicas na parte posterior
do lobo temporal superior. Tal área, atualmente, é conhecida como área de
Wernicke (DURMARD, 2016). Em prol do localizacionismo, foram realizados
estudos com pacientes lesionados no pós-guerra, com o uso do procedimento
Montréal em pacientes epilépticos (uso de estimulação elétrica para o local de
ocorrência dos ataques) e estudos citoarquitetônicos. O neuropsiquiatra Karl
Kleist, o neurocirurgião Wilder Penfield e o neuropsiquiatra Korbinian Brodmann
construíram detalhados mapas de processamento sensorial (DURMARD, 2016).
Ainda em voga estão o mapa citoarquitetônico de Brodmann e o homúnculo de
Penfield (HERCULANO-HOUZEL, 2008).

Karl Lashey e Shepherd Franz posicionaram-se de forma contrária ao


localizacionismo. Utilizando técnicas de ablação em animais, propuseram duas
leis sobre o funcionamento cerebral:

§ Lei da equipotencialidade

Uma proposta holística, que postula a capacidade aparente de qualquer


tecido intacto do cérebro realizar as funções perdidas por alguma lesão, ou
seja, a capacidade de compensação.

§ Lei de ação de massa

Propõe que a redução da eficiência de funções complexas relaciona-se


mais ao tamanho da lesão ou à quantidade de dano causado do que de
sua localização específica (DURMARD, 2016; HERCULANO-HOUZEL, 2008).

Tais leis são a base da reabilitação neuropsicológica e parecem ser os primórdios


do entendimento da neuroplasticidade. Autores como o alemão Hermann Munk
buscaram conciliar as duas visões. De um lado, corroborando a visão global nas
funções intelectivas e, de outro, confirmando o funcionamento específico e o
local das funções sensoriais (HERCULANO-HOUZEL, 2008).

Já que a correlação entre o córtex e as funções mentais parece estabelecida,


passa a ser necessário adentrar o tecido e compreender mais sobre seu
funcionamento interno. Após Theodor Schwann demonstrar que a célula é a
unidade básica dos tecidos, Camillo Golgi descobriu uma inovadora técnica
de coloração das células que permite o estudo minucioso da organização
morfológica das células do cérebro (HERCULANO-HOUZEL, 2008). Até então,
existiam duas teorias explicativas sobre a estrutura interna do sistema nervoso:

9
Neuropsicologia

§ Teoria Reticular.

O sistema nervoso funciona como uma teia densa formado por fios que se
bifurcam e se recombinam, um emaranhado único de células.

§ Teoria Neuronal.

Comprovada a partir de pesquisas do histologista espanhol Santiago


Ramón y Cajal, entende que o sistema nervoso é composto por um
conjunto de células especializadas e organizadas ordenadamente por
região e função, formando um sistema complexo.

No século XX, os estudos de Cajal confirmam a Teoria Neuronal e demonstram


a existência de espaços entre as células do cérebro, ou seja, as sinapses (nome
dado por Charles Sherrington). Estudos de Gustav Fritsch e Eduard Hitzig, com
animais, de Harvey Cushing e de Wilder Penfield, com humanos, utilizando
microestimulação elétrica que permite um localizacionismo por inclusão,
estabelecem a correlação entre o potencial elétrico e as funções mentais.
Kandel, Schwartz, Jessell, em 1991, realizam um experimento premiado que
avalia potenciais elétricos em células isoladas, explicando neuroquimicamente
as atividades psicológicas complexas (memória e aprendizagem) (HERCULANO-
HOUZEL, 2008). Esse tema será discutido na próxima unidade.

Saiba mais
Para se aprofundar nas bases e no histórico da
Teoria Neuronal, leia a tese “A teoria Neuronal de
Santiago Ramón y Cajal”, de Francisco Ferreira (2013),
disponível no link: https://url.gratis/wNNoUt

Objetivos e escopo de trabalho

Quando a neurologia convoca a psicologia a estudar os substratos das funções


mentais superiores e investigar as funções cerebrais com base na morfologia,
cria-se a neuropsicologia. O termo foi citado pela primeira vez por Willian Osler

10
Neuropsicologia

em uma conferência em 1913, sendo consolidado por Donald Olding Hebb em


1949 (DURMARD, 2016).

Contudo, é Alexander Romanovich Luria quem é considerado o pai da


neuropsicologia. Direcionado pela descoberta das mudanças ocorridas no
sistema nervoso (visual e motor) após a invenção da escrita e os estudos com
pacientes lesionados, o psicólogo postulou que as funções mentais se organizam
em sistemas funcionais complexos e dinâmicos dotados de plasticidade e
mecanismos compensatórios. Apesar de muito relevante, o impacto das
teorizações de Luria é insípido na atualidade (CAMARGO; BOLOGNANI;
ZUCCOLO, 2010).

Em termos teóricos, a neuropsicologia é baseada tanto nos avanços da


neurociência quanto na noção de modularidade. Esse conceito, retirado
da ciência cognitiva, estabelece a relação entre sistemas psicológicos e
computadores. Para a teoria modular, a estrutura da mente seria composta por
módulos independentes e inatos dotados de regras e processos próprios dentro
de um sistema em três fases: entrada, processamento central e saída. O sistema
funciona de forma hierárquica e ordenada. Ou seja, a informação que entra
no cérebro é trabalhada de alguma forma e produz um resultado (MOGRABI;
MOGRABI; LANDEIRA-FERNANDEZ, 2010).

Saiba mais
Para aprofundar nas bases epistemológicas da teoria
modular da mente, veja o artigo de Candiotto (2008),
disponível no link: https://url.gratis/HdHkNa

No caso do Brasil, o surgimento da neuropsicologia foi tardio. Somente na


década de 1980, com a fundação da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia
(SBNp), é que a área se torna oficial. Em 2005, o Conselho Federal de Psicologia
(CFP), por meio da Resolução nº 002/2004, regulamentou a profissão como
especialidade da psicologia (DURMARD, 2016). De todo modo, o escopo e os
objetivos do trabalho são os mesmos. A neuropsicologia seria a superação dos
limites da teoria cognitiva buscados nos correlatos anatômicos e na capacidade
de adaptação e compensação com um olhar biopsicossocial (CAMARGO;
BOLOGNANI; ZUCCOLO, 2010). Para tanto, realiza avaliação neuropsicológica.

11
Neuropsicologia

Avaliação neuropsicológica

As técnicas de avaliação neuropsicológica visam identificar, a partir da


análise dos resultados obtidos em instrumentos psicológicos, a configuração
funcional da pessoa, relacionando os dados a possíveis alterações neurológicas
(DURMARD, 2016). Apesar de somente psicólogos poderem aplicar a maioria
dos testes utilizados na avaliação neuropsicológica, os profissionais da educação
e da saúde podem utilizar os modelos neuropsicológicos para entender as
dificuldades e as potencialidades cognitivas do indivíduo. Vale ressaltar que
a análise dos escores obtidos nos testes neuropsicológicos deve ser feita
por profissionais treinados, seguindo as normas técnicas estabelecidas e
correlacionando os achados clínicos às premissas da neuropsicologia (DURMARD,
2016).

Várias etapas são necessárias para construir o caso e compreender a forma


de funcionamento daquele sujeito. Uma investigação pregressa com histórico
clínico, familiar e escolar é essencial e deve ser coletada em uma entrevista
inicial, chamada de anamnese. Posteriormente, nas etapas avaliativas, será
investigado o desempenho em relação às funções cognitivas (DURMARD, 2016;
CAMARGO; BOLOGNANI; ZUCCOLO, 2010).

Por fim, deve-se realizar uma entrevista devolutiva que informa ao indivíduo,
seus familiares e profissionais do caso uma posição sobre os resultados
e desdobramentos da solicitação. A avaliação, em geral, está atrelada à
necessidade de um diagnóstico que pode ser solicitado pelo médico, profissional
da área de saúde e da área de educação ou, ainda, pelo próprio indivíduo. Os
resultados permitirão a estimativa do prognóstico, orientando o tratamento e
os protocolos de intervenção ou reabilitação. Há ainda a possibilidade de uso de
testes para pesquisas e para fins de perícia judicial (DURMARD, 2016; CAMARGO;
BOLOGNANI; ZUCCOLO, 2010).

Neuroanatomia básica

O sistema nervoso, um órgão de alta complexidade anatômica, pode, em um


primeiro nível, ser dividido em duas partes: o sistema nervoso central (SNC)
e o sistema nervoso periférico (SNP). Em um segundo nível de análise, os
sistemas nervosos se dividem em encéfalo e medula espinhal, no caso do SNC,
e em nervos e gânglios, no caso do SNP. Vale ressaltar que ambos os sistemas
possuem fibras e células nervosas, apesar de o SNP apresentá-lo de forma mais

12
Neuropsicologia

aglomerada e compacta (LENT, 2008; MACHADO; HAERTEL, 2013). A estrutura


básica desses sistemas é estudada pela descrição de suas partes essenciais.
Compreender o sistema de classificação dessas estruturas e as terminologias
utilizadas para descrever os aspectos anatômicos básicos é crucial para a
neuropsicologia.

FIGURA 1 -SISTEMA NERVOSO


FONTE: PLATAFORMA DEDUCA (2021).
#PraCegoVer : A figura representa uma cabeça humana de perfil, com destaque para o cérebro.

Sistema nervoso central (SNC)

O SNC é um conjunto de componentes que são protegidos por caixas ósseas (o


crânio e a medula espinhal). Esse sistema é composto por duas partes principais:
o encéfalo e a medula espinhal. O encéfalo é composto pelo cérebro, pelo
cerebelo e pelo tronco encefálico.

O cérebro é porção mais rostral do encéfalo e divide-se em dois hemisférios


(duas metades simétricas), separados por um sulco longitudinal profundo e
ligados por fibras nervosas que formam o corpo caloso. O tecido do cérebro é
visualmente separado em regiões com tonalidades diferentes: uma substância
cinzenta (local de alta concentração de corpos celulares dos neurônios) e uma
substância branca (que contém poucas células neurais e, principalmente,
a parte do neurônio que possui mielina, um tipo de gordura que reveste as
fibras nervosas) (LENT, 2008; MACHADO; HAERTEL, 2013). O córtex é o tecido

13
Neuropsicologia

externo do órgão, composto por substância cinzenta e formado por dezenas


de dobraduras, com sulcos e fissuras que intuem aumentar a extensão do
tecido. A estrutura final apresenta giros e circunvoluções que, combinadas,
formam os lobos cerebrais: frontal, parietal, temporal, occipital e a ínsula
(localizada internamente no sulco lateral). Internamente, nota-se a formação de
aglomerados celulares de substância cinzenta, conhecidos como núcleos da base
(LENT, 2008). .

FIGURA 2 - CARACTERÍSTICAS DO TECIDO CEREBRAL: SUBSTÂNCIA CINZENTA E BRANCA, GIROS,


SULCOS E LOBOS
FONTE: LENT (2008).
#PraCegoVer: A figura representa o cérebro de três ângulos diferentes, para mostrar a localização
e as características do tecido cerebral: substâncias cinzenta e branca, núcleo, córtex, sulco longitu-
dinal, giros, sulcos, sulco lateral, lobo frontal, lobo parietal, lobo temporal, lobo occipital.

Evolutivamente falando, o cérebro é dividido em duas partes: o telencéfalo, mais


recente e formado pelo córtex (os lobos) e pelos núcleos da base; e o diencéfalo,
mais antigo e formado pelo tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo.

14
Neuropsicologia

FIGURA 3 - ESTRUTURAS DO DIENCÉFALO E DOS NÚCLEOS DA BASE


FONTE: MACHADO E HAERTEL (2013) E COSENZA (2013).
#PraCegoVer: A figura representa as estruturas do diencéfalo e dos núcleos da base. No primeiro
desenho, podemos ver ao centro tálamo e hipotálamo, além de estria ventricular, sulco hipo-
talâmico, lâmina terminal, quiasma óptico, infundíbulo, tuber cinéreo, comissura das habênulas,
comissura posterior, glândula pineal, aqueduto cerebral, corpo mamilar. No segundo desenho,
podemos ver ventrículo lateral, núcleo caudado, 3º ventrículo, núcleo lentiforme, núcleo amigdaloi-
de, 4º ventrículo.

O cerebelo é também conhecido como pequeno cérebro, pela semelhança


anatômica externa. Possui dois hemisférios e é composto por fissuras
longitudinais. Sua localização é mais posterior. O tronco encefálico é a porção
rostrocaudal do SNC e é formada pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo. Na
aparência, o bulbo e a medula parecem contíguos. Dessa área saem os pares de
nervos cranianos que irão inervar diferentes partes do corpo. .

FIGURA 4 - ESTRUTURAS DO DIENCÉFALO E DOS NÚCLEOS DA BASE


FONTE: COSENZA (2013).
#PraCegoVer: A figura representa os ventrículos e as áreas do encéfalo. No primeiro desenho,
temos: ventrículo lateral (corno anterior), 3º ventrículo, ventrículo lateral (corno inferior), ventrículo
lateral (corno posterior), aqueduto cerebral e 4º ventrículo. No segundo desenho, temos: mesen-
céfalo, ponte, bulbo, giro frontal superior, aderência intertalâmica, sulco do cíngulo, corpo caloso,
septo pelúcido, forame interventricular, área subcalosa (área septal), comissura anterior, lâmina
terminal, tálamo, quiasma óptico, hipotálamo (na parede do 3º ventrículo), sulco hipotalâmico,
hipófise, corpo mamilar, lóbulo paracentral, sulco do corpo caloso, sulco parieto-occipital, fórnix,
teto do 3º ventrículo, sulco calcarino, pineal, comissura posterior, colículos, cerebelo, aqueduto
cerebral, 4º ventrículo, teto do 4º ventrículo.

15
Neuropsicologia

O SNC é oco, devido à origem embrionária tubular. Esse espaço formará na


medula espinhal o canal central, e no encéfalo os ventrículos (MACHADO;
HAERTEL, 2013). Este último já foi abordado na seção anterior.

FIGURA 5 - MEDULA ESPINHAL: CARACTERÍSTICAS EXTERNAS E INTERNAS


FONTE: COSENZA (2013).
#PraCegoVer: A figura representa as características externas e internas da medula espinhal. No
desenho mais à esquerda, temos representação de todas as vértebras, indicando, de cima para
baixo: C10, C8, T5, T10, L1, cauda equina, S1, Co1. No desenho à direita, temos um recorte para
visualizar as estruturas internas: sulco mediano posterior, sulco intermédio posterior, sulco lateral
posterior, fascículo cuneiforme, fascículo grácil, canal central da medula, sulco lateral anterior,
fissura mediana anterior, funículo anterior, raiz anterior do nervo espinhal, funículo lateral, gânglio
espinhal, raiz posterior do nervo espinhal, funículo posterior.

A medula espinhal fica alojada dentro da coluna vertebral, é envolvida por


membranas conjuntivas (meninges) e possui um cumprimento menor do que
sua caixa protetora. Dela saem os feixes de fibra que conduzem informações que
efetivam a comunicação do SNC com as demais partes do corpo. Cada segmento
da coluna dará origem a dois conjuntos de filetes nervosos (pares de nervos
espinhais): as raízes dorsais, que são sensoriais, e as raízes ventrais, que são
motoras (LENT, 2008; MACHADO; HAERTEL, 2013; COSENZA, 2013). O tecido da
medula espinhal apresenta um formato central em H composto por substância
cinzenta.

Sistema nervoso periférico (SNP)

O SNP, diferente do SNC, encontra-se distribuído por todo o organismo. Atua


na transmissão de informações de dupla via com o SNC, as quais podem ser
aferentes (nervos sensoriais que captam os estímulos) ou eferentes (nervos
motores que enviam informações aos músculos e glândulas) (MACHADO;
HAERTEL, 2013).

16
Neuropsicologia

A composição desse sistema inclui aglomerados de corpos celulares chamados


de gânglios viscerais (órgãos internos), sensoriais (órgãos do sentido) e
espinhais; feixes de fibras nervosas protegidos por tecido conjuntivo chamados
de nervos cranianos (ligados ao encéfalo) e espinhais (ligados à medula), que
podem ser sensitivos, motores ou mistos; e terminações nervosas sensoriais e
motoras que são as ramificações externas do sistema, estando presente na pele,
nos músculos e nos órgãos dos sentidos (LENT, 2008; MACHADO; HAERTEL, 2013;
COSENZA, 2013).

O SNP regula as funções do organismo em busca da homeostase e divide-se em


sistema nervoso visceral (SNV) e sistema nervoso somático (SNS). O primeiro
é uma via eferente e atua no controle do meio interno, as vísceras, e o segundo
uma via aferente, que se ocupa da interação com o meio externo, a “vida de
relação” (COSENZA, 2013). O sistema nervoso visceral é também conhecido
como sistema nervoso autônomo (SNA) e possui dois tipos: o sistema
nervoso simpático (SNAs) e o sistema nervoso parassimpático (SNAp). As
diferenças entre eles referem-se a: posição dos neurônios do gânglio, tamanho
dos axônios pré e pós-ganglionares, visibilidade a olho nu. O neurotransmissor
pós-glanglionar gera modificações fisiológicas importantes (COSENZA, 2013;
DURMARD, 2016). O efeito desses sistemas nas vísceras é oposto: o SNAs tem
ação mais generalizada e mobiliza reservas para o gasto de energia, podemos
associá-lo aos mecanismos de fuga ou luta, enquanto o SNAp possui ação mais
localizada e relaciona-se a situações de repouso para assimilação e restituição de
reservas energéticas (COSENZA, 2013).

Qual a relação entre neuroanatomia e


neuropsicologia?

Conforme discutido ao longo desta unidade, a base teórico-filosófica da


neuropsicologia está atrelada à premissa de que o processamento da
informação possui um substrato neural (DURMARD, 2016; MOGRABI; MOGRABI;
LANDEIRA-FERNANDEZ, 2010; CAMARGO; BOLOGNANI; ZUCCOLO, 2010).
Sendo assim, a neuroanatomia, com a definição das partes, das características
e do funcionamento das partes do sistema nervoso, é essencial para a
neuropsicologia.

17
Neuropsicologia

Saiba mais
Para compreender mais sobre neuroanatomia e
sua relação com as funções, assista aos vídeos com
legenda de Suzanne Stensaas, disponíveis no link:
https://url.gratis/c5miwd

Neuroanatomia funcional básica

O SNC é responsável pelo processamento das informações e elaboração de


respostas. Mesmo com a elaboração dos mapas topográficos por Penfield e
Broadmann, as correlações funcionais das áreas ainda exibe controvérsias. Há
consensos quanto à localização de funções primárias, mas muitos dissensos para
as funções superiores complexas.

Funções cognitivas e as áreas do SNC

As funções executivas parecem ser as funções cognitivas mais evidentes


no momento. Trata-se da capacidade de fazer planejamentos, ser flexível e
autorregular seus processos mentais e comportamentais. O funcionamento
adequado dessas funções parece estar associado à integridade e à integração de
áreas dos lobos frontais, especialmente o córtex pré-frontal. Contudo, estudos
de imagem têm acrescentado uma “rede executiva” associada à alça córtico-
subcortical, envolvendo o funcionamento integrado do córtex pré-frontal, dos
hemisférios e do cerebelo (LENT, 2008). Processos como memória, aprendizagem
e atenção, essenciais para a neuropsicologia, serão desenvolvidos na Unidade 4.

Emoções e o SNC

Machado e Haertel (2013, p. 261) definem emoção como um “sentimento


subjetivo que suscita manifestações fisiológicas e comportamentais”.
Biologicamente, pode ser vista como “um conjunto de reações químicas e
neurais subjacentes à organização de certas respostas comportamentais básicas
e necessárias à sobrevivência dos animais” (LENT, 2008, p. 254).

18
Neuropsicologia

Inicialmente associada ao circuito de Papez, as emoções foram localizadas no


sistema límbico por MacLean. Esse é composto pelo eixo hipotálamo-cortical
(respectivamente, expressão objetiva e experiência subjetiva emocional) do
circuito de Papez, combinado a regiões como a amígdala, o septo e o córtex pré-
frontal. A amígdala está associada ao medo condicionado, ao comportamento
social, à identificação de expressões faciais e aos julgamentos sociais. O septo,
especialmente, no eixo septo-hipocampal, parece estar envolvido nos processos
ansiogênicos. O córtex pré-frontal processa a tomada de decisões, o estilo afetivo
individual e a regulação emocional (LENT, 2008; MACHADO; HAERTEL, 2013).

Outras áreas associadas a esses circuitos são o giro do cíngulo e a ínsula. O


córtex insular direciona a atenção para estados corporais internos, permitindo
a interpretação das sensações subjetivas dos estados emocionais. O giro do
cíngulo sobrepõe dor física e dor social e parece funcionar como um detector de
conflito, uma espécie de “sistema de alarme” neural (LENT, 2008).

Comportamento e o SNC

Lent (2008) apresenta evidências clínicas e experimentais do papel integrativo do


hipotálamo nas respostas endócrinas, autonômicas e comportamentais. Associa,
assim, essa estrutura à homeostase e ao controle neural do comportamento. De
forma mais específica, é a zona medial do hipotálamo que organiza as respostas
comportamentais, especialmente a necessidade de sobrevivência do indivíduo.

A motivação, a vontade e a capacidade de ação estariam associadas à mesma


estrutura, contudo envolvendo a zona lateral. Esse circuito estaria envolvido
em comportamentos de preservação, como ingestão hídrica, comportamento
reprodutor, de defesa e alimentar (LENT, 2008; MACHADO; HAERTEL, 2013). O
núcleo accumbens, ou corpo estriado ventral, está presente nos processos de
motivação, especialmente na relação entre emoção e motricidade voluntária
(LENT, 2008).

Em termos estritamente motores, Cozensa (2013) apresenta os tratos motores


descendentes, o sistema medial do tronco encefálico, especificamente os tratos
vestibuloespinhais e reticuloespinhais, como cruciais para os movimentos
integrados do corpo. Movimentos isolados estariam relacionados ao sistema
lateral do tronco encefálico, enquanto o controle e a amplitude do sistema
corticoespinhal promoveriam os movimentos delicados e distais.

19
Neuropsicologia

Conclusão

§ 1. Primeiras teorias – doutrina dos ventrículos

A consciência e a cognição estão no cérebro, mais especificamente nos


ventrículos.

§ 2 .Nasce a neurociência – as funções mentais estão


localizadas no córtex

Franz Gall e Joham Spurzheim demonstram a importância das


circunvoluções cerebrais e dão origem ao localizacionismo experimental.

§ 3.Neurociência – localizacionismo versus globalismo

Estudos de Julien Legallois, David Ferrier, Paul Broca, Karl Wernicke


corroboram a hipótese localizacionista, enquanto Pierre Flourens,
Friederich Goltz, Karl Lashey e Shepherd Franz apostam em uma visão
holista, globalista.

§ 4. Neurociência e os avanços tecnológicos – Teoria


Reticular versus Teoria Neuronal

A célula neuronal é descoberta por Ramón y Cajal, provando a Teoria


Neuronal e a existência de bilhões de células conectadas por sinapses. O
córtex ganha status e passa a ser a zona privilegiada de atenção, por seu
papel no funcionamento de todo o corpo humano.

§ 5. Neurociência, cognição e consciência

Estudos relacionam as emoções a uma consciência de corpo inteiro, o que


parece se intensificar. Os avanços permitem observar o funcionamento do
cérebro durante as tarefas cognitivas, dando origem à neuropsicologia.

20
Neuropsicologia

§ ESCOPO DA NEUROPSICOLOGIA

Devido à compreensão da existência de um substrato neural, portanto


anatômico, para as capacidades mentais, a neuropsicologia busca,
por meio de testes psicológicos e instrumentos clínicos, identificar o
funcionamento cerebral e o processamento da informação. Assim, poderá
elaborar hipóteses diagnósticas, direcionando o prognóstico, o tratamento
e as formas de intervenção ou reabilitação do indivíduo.

Telencefalo
Cérebro - controle e
coordenação da
informação
Sistema Nervoso Encéfalo Diencéfalo
Central: processamento
da informação e Cerebelo
elaboração de Mesencéfalo
respostas Medula
Espinhal
Tronco
Ponte
Encefálico

Bulbo
Sistema Sistema Nervoso
Nervoso Simpático - fuga
ou luta
Sistema nervoso
visceral/autônomo
Sistema Nervoso
Parassimático -
Sistema nervoso repouso
somático - "vida de
Sistema Nervoso Cranianos
relação"
Periférico: intermedia a
relação do SNC com o Nervos
mundo e vice-versa
Espinhais

Sensoriais

Partes Gânglios

Viscerais

Sensoriais
Terminações
Nervosas
Motoras

FIGURA 6 - NEUROANATOMIA BÁSICA E FUNCIONAL

Resumo da Unidade

Atualmente, as teorias da neuropsicologia apostam completamente na


correlação neural das funções psíquicas, congregando as perspectivas
localizacionistas e globalistas dentro de uma Teoria Neuronal. O uso de estudo

21
Neuropsicologia

de pacientes lesionados combinado a modelos animais, medições de células


únicas e neuroimagem levaram ao avanço das neurociências, permitindo um
refinamento gradual dos conceitos de localização e conexão cerebral, assim
como a compreensão de temas difíceis, como as emoções (DURMARD, 2016;
MOGRABI, MOGRABI, LANDEIRA-FERNANDEZ, 2010).

Vídeo
Acesse a câmera do seu celular e aponte para o QR
Code ao lado para assistir ao vídeo "Neuropsicologia
- Unidade 1".
Disponível em: https://vimeo.com/562965977

22
Neuropsicologia

Referências

CAMARGO, C. H. P. de; BOLOGNANI, S. A. P.; ZUCCOLO, P. F. O exame


neuropsicológico e os diferentes contextos de aplicação. In: MALLOY-DINIZ, L. et
al. (org). Avaliação neuropsicológica. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 77-92.

COSENZA, R. M. Fundamentos de Neuroanatomia. 4. ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2013.

DURMARD, K. Neuropsicologia. Massachusetts: Cengage Learning, 2016.

HERCULANO-HOUZEL, S. Uma breve história da relação entre o cérebro e a


mente. In: LENT, R. (org.). Neurociência da mente e do comportamento. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 1-17.

LENT, R. Neurociência da mente e do comportamento. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2008.

MACHADO, A, B. M; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional. São Paulo:


Atheneu, 2013.

MOGRABI, D. C.; MOGRABI, G. J. C.; LANDEIRA-FERNANDEZ, J. Aspectos históricos


da neuropsicologia e o problema mente-cérebro. In: MALLOY-DINIZ, L. et al.
(org.). Avaliação neuropsicológica. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 19-28.

23

Você também pode gostar