Você está na página 1de 1

II SEMANA ACADÊMICA DA PSICOLOGIA

A Psicologia e suas pluralidades

Reforçamento Positivo em Grupo de Leitura


(Relato de Experiência / Formação em Psicologia)
Carla Patrícia Janones Soares ; Ian Patrício de Souza e Souza ; Gustavo Corrêa Miller ; Leonardo
1 1 1
1 1 1
José Araújo Barbosa ; Lucas Rangel Tófalo Ferreira ; Otávio Augusto Carboni de Queiroz ; Ana
Carolina Rimoldi de Lima 2

1 Acadêmicos(as) do Curso de Psicologia, 2 Orientadora Docente da UEMG

INTRODUÇÃO FREQUÊNCIA DE LEITURA POR SEMANA (EM MÉDIA)


Criança antes da intervenção durante a intervenção relação
As consequências dos comportamentos vão determinar, de 1 50 páginas 600 páginas ↑ 1200%
alguma forma e em algum grau, se os comportamentos que
2 88 páginas 250 páginas ↑ 284%
as produziram serão emitidos com mais ou menos frequência.
O nosso trabalho teve como objetivo estimular e incentivar a 3 25 páginas 175 páginas ↑ 700%
leitura de crianças, de 6 a 12 anos, que participavam do 4 50 página 288 páginas ↑ 576%
projeto semanal “Clube de Leitura Infantil” da Biblioteca
5 30 páginas 155 páginas ↑ 516,7%
Municipal Senador Camilo Chaves, em Ituiutaba-MG, através
Não tinham o hábito
da aplicação de reforços positivos. 6 139 páginas surgiu
de leitura
Não tinham o hábito
7 114 páginas surgiu
MÉTODO de leitura
tabela 1 – Comparativo de frequência de leitura antes e durante a intervenção
Utilizamos um reforçamento direto – dar doce para cada livro
lido – e a técnica de economia de fichas - a cada 50 páginas
lidas eles ganham um adesivo de estrela no caderno e quem CONSIDERAÇÕES FINAIS
obtivesse mais estrelas ganharia um prêmio. A nossa
intervenção teve duração de quatro semanas, distribuídos em Apesar do comportamento alvo ter aumentado a sua frequência,
seis encontros (três para o Clube de Leitura matinal e três para ao retirarmos os reforços, o comportamento tenderá à extinção
o vespertino), um encontro final para a premiação em uma operante, contudo pode ser que o comportamento não retorne
data futura. As fichas foram esquematizadas em 3 etapas: ao seu nível operante, ou seja, pode ser desenvolvida resistência
• A criança, de cada turno, que mais acumulou estrelas na à extinção. Não voltamos na biblioteca para acompanhar como
ficou a leitura das crianças sem os estímulos apetitivos de
primeira semana (intervalo de tempo entre o 1º e o 2º
ganhar o doces e o status de quem mais leu durante aquele
encontro) recebeu um chocolate no segundo encontro;
intervalo de tempo, porém, elas podem manter uma leitura mais
• A criança, de cada turno, que mais acumulou estrelas na
intensa do que antes da intervenção (nível operante). Como um
segunda semana (intervalo de tempo entre o 2º e o 3º
comportamento pode manter-se sem seus reforços, sendo
encontro) recebeu um chocolate no terceiro encontro;
controlados apenas pelas contingências e a economia de fichas
• A criança, de cada faixa de idade*, que mais acumulou
objetiva instalar e manter comportamentos desejáveis,
estrelas durante o projeto (intervalo de tempo entre o 1º e
podemos dizer que existe a possibilidade de que as duas
o encontro final) recebeu uma caixa de bis no último
crianças que não liam, mantenham o comportamento de ler,
encontro. tanto por resistência quanto por aprendizagem de um novo
*Para a premiação final, por motivos de diferença de idade, dividimos em 2 comportamento no seu repertório. Contudo não podemos
grupos, contento as crianças dos dois turnos: o grupo 1 continha as crianças dos afirmar nada, uma vez não acompanhamos o pós-intervenção.
6 aos 10 anos; o grupo 2 continha as crianças de 11 e 12 anos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES REFERÊNCIAS


BORGES, Nicodemos B. Análise Aplicada do Comportamento:
Como essas crianças já frequentavam a biblioteca, foi possível
utilizando a economia de fichas para melhorar desempenho.
obter o que elas leram e foi possível fazer a média de quantas
Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. Vol. VI
páginas elas liam por semana antes da nossa intervenção e
nº 1, p. 031-038, 2004.
comparar com a média de leitura durante a intervenção. Ao
analisar os dados é possível concluir que a nossa aplicação de CABALLO, Vicente E. Manual de Terapia e Modificação do
reforços positivos e economia de fichas foi eficiente e fez com Comportamento. São Paulo: Livraria Santos Editora, 2007.
que o comportamento alvo (leitura) ficasse mais frequente nas MOREIRA, Marcio B.; MEDEIROS, Carlos A. Princípios Básicos de
crianças que já liam e surgiu em crianças que não tinham esse Análise do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2014.
comportamento anteriormente a intervenção.

Você também pode gostar