O presente relatório tem como objetivo contemplar a metodologia
utilizada na criação deste arranjo, salientando a produção de materiais, o
porquê e como determinados instrumentos vão atuar em momentos específicos e como será o fluxo da música escolhida – Escravos de Jó – a fim de elucidar a ideia do nosso arranjo. É importante ressaltar que esta apresentação seguirá regras, estabelecidas pelo grupo, uma vez que é a proposta da atividade, contudo, numa atuação pedagógica profissional, é importante deixar essa elaboração e realização menos normativa e mais à vontade dos alunos para que eles possam explorar os instrumentos, suas habilidades e o som. A cantiga “Escravos de Jó” fora escolhida uma vez que tem uma letra simples, todos os integrantes a conheciam e ela tem um ritmo constante, o que facilita na hora de explorar variações para o arranjo uma vez que existe um entendimento basal do que devemos fazer. A música foi dividida em três frases musicais – “Escravos de Jó / Jogavam caxangá”; “Tira / Põe / Deixa ficar”; “Guerreiros com guerreiros fazem / Zig / Zig / Zá” – e a música será repetida três vezes (três fases), totalizando nove partes para serem elaboradas (três frases por fase, em três fases). Durante toda a música, o tambor ditará a pulsação da música ao ser tocado nos momentos que for cantado as sílabas mais tônicas das frases. As duas primeiras frases serão tocadas com os mesmos instrumentos, porém a cada vez que a música recomeçar, ela será acelerada. Na primeira frase (que corresponde à primeira, à quarta e à sétima parte) teríamos uso do chocalho além da voz dos 4 intérpretes. Na segunda frase (referente à segunda, à quinta e à oitava parte) serão inseridos outros instrumentos, alterando o timbre, e terá mudança na densidade das vozes. No momento em que falar “tira” o chocalho seria cessado e apenas 2 pessoas (subgrupo A) cantariam; o momento que falar “põe” seria cantado pelos outros 2 membros do grupo (subgrupo B) e entraria o uso de latinhas como instrumento de percussão; e, no momento “deixa ficar” todos os instrumentos seriam utilizados (tambor, chocalho e latinhas) juntamente com todas as vozes. Para a terceira frase, cada vez que ela fosse cantada seria diferente. Na terceira parte, ainda com uso de todos os instrumentos, nos momentos que se falasse “zig”, será batido uma palma e no momento do “zá” será batido uma palma mais forte. Na sexta parte, no momento “guerreiros com guerreiros” dois membros do grupo vão parar de tocar os instrumentos, se levantar, pegar dois palitos de churrasco e encenariam que lutariam; além da preservação das palmas da parte três, nesses momentos das palmas, os palitos se encontrariam, como se os guerreiros (intérpretes) estivessem duelando. Para a nona e última parte não teria uso de instrumentos; todos os quatro alunos ficarão em pé e farão uma brincadeira de bater palmas enquanto cantam. Será utilizado também dois recursos para diferencias uma frase sonora da outra e cada repetição da música. Para cada fase (repetição da música), como antecipado na apresentação das duas primeiras frases, será mais rápida que a anterior, ou seja, a primeira fase será lenta, a segunda será mais rápida e a terceira será bem rápida. Já sobre as frases, ela terá intensidades diferentes, ou seja, a primeira frase será cantada com um volume menor, a segunda frase será um pouco mais intensa e a terceira frase terá o maior volume. Os materiais utilizados são o tambor caseiro, duas latinhas de milho/ervilha, dois palitos de churrasco e o chocalho. Para fazer o tambor, foi utilizado uma lata de leite em pó com uma bexiga (tamanho 9) esticada e presa por elástico na boca da lata a fim de criar uma película tensa, porém flexível; como baquetas foram utilizados dois palitos de churrasco com isopor nas pontas. As latinhas serão percutidas por colher e o chocalho foi feito colando dois potes de iogurte com grãos dentro. Durante a primeira reunião para definir o arranjo, foi descoberto que ao bater um palito de churrasco contra o outro, emite sons diferentes se tiver isopor nas pontas ou não – os palitos com isopor emitiram um som mais oco e com maior volume – porém não utilizamos este recurso no arranjo final. Este arranjo foi elaborado em três etapas. A escolha da música foi em concesso por um grupo na rede social WhatsApp, a elaboração do arranjo e definição dos instrumentos foram feitos pessoalmente na casa da Rosana e no dia da apresentação (6 de dezembro de 2022) será realizado antes do horário da aula um ensaio. Do primeiro parágrafo até o posterior a este, foi produzido antes deste último encontro, então nos reservamos o direito de realizar alguma mudança para a apresentação. Nosso arranjo pretende utilizar das técnicas de variação da densidade vocal (partes dois, cinco e oito), variação rítmica (mudança de uma fase para outra), utilização de mais de um timbre (presença e utilização dos instrumentos, vozes e palmas), variação da intensidade vocal (progressão das frases dentro de uma fase). A partir do ensaio do dia 6 de dezembro de 2022, algumas mudanças foram necessárias. Os instrumentos de conservaram os mesmos, mas as demarcações de frases se modificaram. O tambor que seria tocado apenas nos momentos mais tônicos, fora tocado em todas as silabas, deixando a pulsação ainda mais demarcadas, com exceção da sexta parte (a terceira frase da segunda fase) em que ao invés de apenas dois membros do grupo duelarem, duas duplas foram formadas, e uma delas utilizou as baquetas como símbolo de espadas, logo, neste momento, não houve percussão. Outra modificação que teve foi na transição de uma fase para outra; durante o ensaio percebeu-se que o jeito de bater a colher nas latinhas modificava o som produzido, então em cada fase a colher foi batida de uma forma diferente fazendo com que o maior volume e mais alto, enquanto a primeira batida foi de menor volume e um som mais baixo (grave) e a segunda batida foi algo entre esses quatro extremos.