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SOBRE O MÉTODO

Este método é destinado ao uso em aulas presenciais de bateria,


ou seja, com o apoio do professor. Tem como objetivo estabelecer
uma base sólida aos iniciantes no instrumento, explorando
exercícios com partituras que fazem o estudante entender o
funcionamento musical e desenvolver a coordenação motora.
Contém um resumo teórico básico e especifico sobre os
elementos que serão usados neste livro.
Com o estudo correto, este método proporciona ao aluno um
conhecimento sobre o funcionamento do pulso e as subdivisões
musicais, o que facilitara o desenvolvimento de técnicas avançadas e
o aprendizado de variados estilos musicais

Fernando Tubarão

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BENEFÍCIOS DO ESTUDO DA BATERIA

Tocar bateria oferece muitos benefícios físicos, mentais, sociais,


tanto a adultos quanto a crianças. Aprender bateria ajuda em
muitos fatores de sua vida, como foco e a capacidade de superar
desafios ajudando a tornar-se um músico e, acima de tudo, uma
pessoa melhor. Enquanto estamos em período de treinos e estudos,
uma série de coisas acontecem em nosso cérebro e em nosso
organismo, que ajudam até a prevenir doenças, fora o
desenvolvimento da concentração, foco e capacidade de resolver
problemas. Tocar bateria potencializa o aprendizado em diversas
áreas de conhecimento como matemática, ciências e história, por
exemplo, com o estudo da bateria, o aluno tem aproximação com os
conceitos da ciência do som, passa a entender como o som é
gerado, como se propaga, como as vibrações de diversos tipos de
materiais como madeira, metal ou plástico em diferentes
frequências podem gerar tipos diferentes de sons. Tocar um
instrumento motiva o aluno a conhecer a história do universo onde
ele está envolvido, entender as origens do instrumento e dos estilos
musicais. Também ao aprender novos e diferentes ritmos você tem
a oportunidade de fazer uma imersão na cultura do país ou região
de onde aquele ritmo ou estilo é originário.

É muito importante que além das aulas presenciais o


aluno mantenha uma rotina diária de estudo para que
possa desenvolver as habilidades necessárias para tocar
qualquer instrumento.

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Breve história da bateria
No começo dos anos 1900, bandas e orquestras tinham de
dois a três percussionistas. Um tocava o bumbo, outro
tocava a caixa e outro tocava os blocos de madeira e efeitos
sonoros. Mas com a invenção do pedal todas essas pessoas
tornaram-se desnecessárias, pois uma só conseguia tocar a
caixa e o bumbo.
O primeiro pedal prático foi inventado por volta de 1900
por, Willian F. Ludwig, o primeiro modelo era de madeira e
logo depois, com o aumento da procura, passou a ser
desenvolvido o modelo do pedal em aço que foi vendido
para milhares de bateristas e serviu de base para criação dos
modelos mais avançados que temos hoje.
Outra invenção aparentemente simples que possibilitou o
surgimento da bateria foi a estante para caixa, pois antes os
bateristas tocavam com a caixa pendurada nos ombros presa
por correias ou usavam cadeiras para apoiá-las.
Uma vez que pedais e suportes para caixas estavam
disponíveis, um único baterista poderia executar o trabalho
antes feito por três pessoas. E assim nasceu a bateria, ou
“trap set” como foi chamada inicialmente.
Hoje, em evolução constante, a bateria recebe cada vez
mais atenção de fábricas e engenheiros, que pesquisam
junto aos bateristas como desenvolver os melhores modelos
de cascos, baquetas, ferragens e pratos. Inúmeras fábricas
crescem a cada dia no mundo e nós como admiradores
desse instrumento devemos estar atualizados sobre essa
evolução, buscando a cada dia conhecer mais o
instrumento.

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TIPOS DE BATERIA
A bateria é composta por tambores e pratos, sua
formação básica de tambores é caixa, bumbo, tom e
surdo. A formação dos pratos é chimbal, prato de ataque
e prato de condução.
Porém o kit de bateria pode ser personalizado
conforme a necessidade de cada baterista com variações
das peças básicas além de percussão e efeitos.

Veremos agora alguns exemplos de kits de bateria.

Kit básico com dois tons, prato de ataque e


condução.

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Bateria com 1 tom,
muito usada no jazz e
blues, mas pode ser usada
em outros estilos.

Bateria com 5 tons, 2 surdos


(um do lado esquerdo), 3 pratos
de ataque.

Outro exemplo com 3 tons


e 2 surdos além de octobans
do lado esquerdo.
Há também um prato china
do lado direito.

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Bateria com 2 bumbos, muito usada no rock e heavy metal.

Exemplo de pratos de
efeito, splash e china,
também instrumentos de
percussão.

Bateria eletrônica, que simula a


bateria acústica além de conter
efeitos sonoros.
Uma bateria eletrônica é geralmente formada por um
conjunto de pads montados sobre um rack em
disposição similar à de uma bateria acústica.
Os pads são discos com uma superfície de borracha ou
tecido que simulam os tambores de uma bateria.
Cada pad possui um ou mais sensores que geram sinais
elétricos, esses sinas são transmitidos através de cabos
até um módulo eletrônico, que produz o som.
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PRATOS
Cada prato da bateria tem funções específicas, veremos agora
quais são os tipos de pratos e algumas de suas funções.

O tamanho dos pratos é descrito em polegadas.

Chimbal- Dois pratos que podem ser tocados


com a baqueta ou com os pés, sua função
principal é de conduzir o ritmo da música.

Prato de ataque- Geralmente mede 16 polegadas,


mas seu tamanho pode variar, sua principal
função é marcar o inicio de trechos musicais,
outra função é acentuar convenções do arranjo.

Prato de condução- Mede 20 polegadas, podendo


variar seu tamanho, sua principal função é
conduzir o ritmo.

Ainda existem os pratos de efeito como o


splash, china, bell, stash entre outros.

Splash- prato bem pequeno e China- Prato que simula o


com som rápido, mede entre som do gongo chinês.
6 até 12 polegadas.

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TIPOS DE BAQUETAS
Neste quadro temos os 4 tipos de baquetas mais comuns.

Cada tipo de baqueta e vassourinha é usado conforme o


estilo musical, tipo de som e volume que o músico quer
tirar do instrumento.

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PEDAL DE BUMBO
Para tocar o bumbo usamos o pedal que pode ser simples ou duplo.
A escolha entre eles é feita conforme o estilo musical que será tocado.

Pedal simples Pedal duplo

Para tocar o bumbo, devemos ter consciência


de estarmos usando a técnica correta.
São varias as técnicas usadas como heel up,
heel down, pivot, gangorra ,etc…,mas no início
usaremos apenas duas, heel down e heel up.

O pé esquerdo, em um primeiro
momento, usaremos apenas para fechar
os pratos de chimbal, depois, em um nível
mais avançado, usaremos para tocar os
pratos e também para criar efeitos de
chimbal aberto. As técnicas usadas são
algumas das que usaremos no bumbo.

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BASE TEÓRICA
Música é a arte de combinar os sons.

Elementos da Música

Harmonia - É a combinação dos sons tocados


simultaneamente, é tocada pelo teclado, piano, violão,
guitarra entre outros.
Melodia - É uma sequência de sons em intervalos ou sons
tocados individualmente. A melodia é a parte mais
destacada da música e geralmente fica a cargo do cantor,
sax, violino entre outros. Pode ser tocado também pelos
instrumentos harmônicos, um solo de guitarra por exemplo
é uma melodia.
Ritmo - É a pulsação regular em que se insere a melodia e
a harmonia. Na bateria tocamos o ritmo.
Pauta
Pauta ou pentagrama - conjunto de 5 linhas e 4 espaços onde
são escritas as notas musicais.

Estas linhas são contadas de baixo para cima.

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Clave - Símbolo que vem no início da pauta e indica as
linhas de cada nota musical. Cada linha ou espaço indica
uma peça da bateria.
Usaremos a clave de percussão para indicar o local das
peças no pentagrama.

As peças da bateria serão distribuídas na


bateria desta forma.

Tempo - Toda música tem uma pulsação com velocidade


constante, podemos dizer que essa pulsação é o tempo da
música, ou os tempos, pois podem ser 2 ou mais. Em outras
palavras, tempos são os números que contamos quando
estamos tocando.

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COMPASSOS
O significado de compasso pode se resumir a divisão
da música em partes menores igualmente espaçadas.
Essa divisão é baseada no tempo (andamento) da
música.

Os compassos são separados pelas barras de compasso.

SINAIS DE REPETIÇÃO

Ritornelo – Indica o retorno a um determinado trecho.

Símile - Repete o compasso anterior

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FIGURAS MUSICAIS
Figuras musicais são valores que indicam a DURAÇÃO
DO SOM. É através delas que sabemos, se um
determinado SOM (nota) ou SILÊNCIO (pausa) tem
uma duração longa ou curta.
Na música são usados 7 valores de notas.

Neste método vamos usar apenas 3 valores


VALE 1 TEMPO OU UMA NOTA POR
SEMÍNIMA TEMPO

VALE MEIO TEMPO OU DUAS


COLCHEIA NOTAS POR TEMPO

VALE ¼ DE TEMPO OU 4 NOTAS


SEMICOLCHEIA POR TEMPO

Quadro comparativo.

Na sequência, faremos exercícios que ajudarão a


entender como funcionam as figuras na prática
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Fórmulas de compasso
São dois números que vem no início do primeiro
compasso da partitura.

Superior - indica a quantidade de tempos


por compasso.

Inferior- indica a unidade de tempo.

2 tempos por compasso.

3 tempos por compasso.

4 tempos por compasso.

Existem outras fórmulas de compasso, porém, precisa de


um estudo teórico mais aprofundado para seu
entendimento, então até aqui usaremos as fórmulas mais
simples, pois nosso primeiro objetivo é tornar o estudo o
mais prático possível.
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TEMPOS MUSICAIS

A principal função do baterista em uma música e a


marcação do tempo, essa marcação deve ser em ritmo
constante, mantendo sempre a mesma velocidade, ou seja,
sempre a mesma distância entre um tempo e outro, essa
velocidade é medida em BPM (batidas por minuto), e é
marcado por um aparelho chamado metrônomo.

METRÔNOMO

O metrônomo é um aparelho que através de pulsos


(sonoros) de duração regular, indica um andamento
musical. Ele pode ser utilizado para fins de estudo ou
interpretação musical.

Metrônomo mecânico -Consiste num pêndulo cujas


oscilações, reguladas pela distância de um peso na haste do
pêndulo, podem ser mais lentas ou mais rápidas, sendo que
a cada oscilação corresponde um tempo do compasso

Metrônomo eletrônico – Aparelho em que o tempo


do compasso é indicado por um sinal eletrônico ou o
piscar de um LED.

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A BATERIA
PRATO

TOM 1 TOM 2

CHIMBAL
SURDO
CAIXA
BUMBO

COMO SEGURAR AS BAQUETAS

O professor auxiliará em aula sobre os detalhes de postura e


posicionamento. 16

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Exercício na caixa usando semínimas e colcheias.

Obrigatório contar os tempos

Atenção na
forma correta
de segurar as
baquetas.
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Exercícios usando colcheias e
semicolcheias.
Atenção no posicionamento
das baquetas.

Obrigatório contar os tempos

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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Primeiro ritmo passo a passo.

1 e 2 e 3 e 4 e

1 e 2 e 3 e 4 e

1 e 2 e 3 e 4 e

1 e 2 e 3 e 4 e

1 e 2 e 3 e 4 e

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Condução em colcheia

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Semicolcheia usando caixa ,tom e surdo.

TOM 1 TOM 2

CAIXA SURDO

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Semicolcheia com marcação no bumbo

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ANOTAÇÕES

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Viradas
Estudo básico sobre viradas na bateria

Virada de 1 tempo

Virada de 2 tempos

Virada de 4 tempos

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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Ritmos com condução em semicolcheia

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Condução em colcheias com variações no bumbo e
caixa em semicolcheia.

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Condução em semínima.

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ANOTAÇÕES

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Tercina
Indica o uso de 3 notas por tempo (quiáltera de 3).

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VIRADAS USANDO TERCINAS

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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VIRADAS OU PREPARAÇÕES
Geralmente as músicas são divididas em partes
simétricas de 4, 8 ou 16 compassos, e uma das
principais funções das viradas é mostrar a mudança de
uma parte para outra. Portanto, precisamos tomar
cuidado para não colocarmos viradas em lugares
inadequados, atrapalhando o cantor ou a melodia da
música.

1 2 3 4

VIRADA

1 2 3 4 5 6 7 8
VIRADA

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

VIRADA

Outra função das viradas é destacar algum detalhe


do arranjo em lugares pré definidos e específicos
de cada música.

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DESENVOLVENDO AS VIRADAS

Virada no tempo 4.

Virada nos tempos 3 e 4.

Virada usando os 4 tempos (compasso inteiro).

Exemplo de viradas usando 1 , 2 e 4 tempos com condução em


semicolcheia.

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Viradas de um tempo

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Viradas de 2 tempos.

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Viradas de 4 tempos.

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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INICIANDO OS RUDIMENTOS
Rudimentos são movimentos básicos necessários para tocar ritmos usados em
muitas composições da música ocidental. Estudá-los de maneira aplicada
proporciona uma técnica apurada para desenvolver a coordenação, sensibilidade e
destreza entre as mãos.
Os rudimentos estão para os bateristas assim como as escalas estão para os
guitarristas e baixistas. Eles oferecem também infinitas possibilidades de frases e
idéias musicais.

Toque alternado
D E D E D E D E D E D E D E D E

D E D E D E D E D E D E D E DE

E D E D E D E D E D E D E D E D

E D E D E D E D E DE D E D E D

Toque duplo
D DE E DD E E DD EE D D E E

E E DD E E DD E E DD E E DD

D DE E DDE E D DE E DD E E

E E DD EE DD E E DD E E D D

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PARADIDLE
D E D D E D E E D E D D E D E E

D E D D E D E E D E D D E D EE

D E D D E D E E D E D D E D E E

D E D D E D E E

DEDD EDEE D EDD EDEE

DEDD EDEE DEDD EDEE

D E D D E D E E

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Alguns bateristas que são referência no Brasil e no mundo.

No Brasil
Kiko Freitas, Cuca Teixeira, Albino Infantozzi, João Barone,
Rubinho Barsotti, Aquiles Priester, Elóy Casagrande, Giba
Favery, Alexandre Aposan, Duda Neves, Vera Figueiredo,
Carlos Balla, Ricardo Confessori, Douglas Las Casas, Igor
Cavalera .

No mundo
Buddy Rich, Neil Peart, Mike Mangini, Ringo Star, Dave
Weckel, Tony Royster Jr, Dennis Chambers, Akira Jimbo,
Mike Terrana, Chris Slade, Roger Taylor, Matt Sorum, Alex
Van Halen, Eric Carr, Buddy Rich, Charlie Watts, Nicko
McBrain , Ian Paice, John Bonham, Billy Cobham, Jojo
Mayer, Virgil Donati.

Marcas de bateria
Pearl, Mapex, Yamaha, Tama, Dw, Sonor, Ludwig, Odery,
Gretsch,Sonor.
Marcas de pratos
Sabian, Zildjian, Paiste, Octagon,Istanbul, Menil.
Marcas de baquetas
Vic Firth, Zildjian, Promark, Liverpol, C. Ibañes.

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