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PETER ~.

TAUB
STEPHEN B. BAKER

ATLAS DE
CIRURGIA PLÁSTICA
T222r Taub, Peter J.
Rinoplastia [recurso eletrônico] : atlas de cirurgia plástica/ Peter
J. Taub, Stephen B. Baker ; t radução: Gilson Matos ; revisão técnica:
Gustavo de A. Pereira Filho. - Dados eletrônicos. - Porto Alegre:
AMGH,2013 .

Editado também como livro impresso em 2013.


ISBN 978-85-8055-231-7

1. Rinologia. 2. Cirurgia plástica. 3. Rinoplastia . I. Baker,


Stephen B. II. Título.

CDU 616.211-089.844

Cata logação na publicação: Ana Paula M . Magnus - CRB 10/2052


P ETER .J . T A U B , M O, FACS , FAAP
Professor, Surgery and Pediatrics
Associate Program Director
Division of Plastic and Reconstructive Surgery
Mount Sinai Medical Center and Kravis Children's Hospita l
Director, Craniomaxillofacial Surgery
Co-Director, Mount Sinai Cleft & Craniofacial Center
New York, New York

STEP H E N B . BAKER, MO, DOS , FACS


Program Direct or and Associate Professor
Depart ment of Plastic Surgery
Georgetown University Hospital
Washington, DC

ATLAS DE
CIRURGIA PLÁSTICA

RINOPLASTIA

Tradução:
Gilson Matos

Revisão técnica:
Gustavo de A. Pereira Filho
Cirurgião plástico. Membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Mestrando em Patologia dos Enxertos no Programa de Pós-graduação em Patologia da
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

Versão impressa
desta obra: 2013

AMGH Editora Ltda.


2013
Obra originalmente publicada sob o título Rhinoplasty, 1st Edition
ISBN 0071590498 / 9780071590495

Original edition copyright ©2012, The McGraw-Hill Companies, Inc., New York, New York 10020. All rights reserved.

Portuguese language translation copyright ©2013, AMGH Editora Ltda., a Grupo A Educação S.A. company. All rights
reserved.

Gerente editorial: Letícia Bispo de Lima

Colaboraram nesta edição:

Editora: Caroline Vieira

Assistente editorial: Mire/a Favaretto

Arte sobre capa original: VS Digital

Preparação de originais: Rebeca dos Santos Borges

Leitura final: Ariane Borba Cios

Editoração: Techbooks

Nota
A medicina é uma ciência em constante evolução. À medida que novas pesquisas e a experiência clínica ampliam o nosso
conhecimento, são necessárias modificações no tratamento e na farmacoterapia. Os autores e coautor desta obra consulta-
ram as fontes consideradas confiáveis, em um esforço para oferecer informações completas e, geralmente, de acordo com
os padrões aceitos à época da publicação. Entretanto, tendo em vista a possibilidade de falha humana ou de alterações
nas ciências médicas, os leitores devem confirmar estas informações com outras fontes. Por exemplo, e em particular, os
leitores são aconselhados a conferir a bula de qualquer medicamento que pretendam administrar, para se certificar de que
a informação contida neste livro está correta e de que não houve alteração na dose recomendada nem nas contraindicações
para o seu uso. Essa recomendação é particularmente importante em relação a medicamentos novos ou raramente usados.

Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à


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e outros), sem permissão expressa da Editora.

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IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
Aos meus vários mentores no decorrer dos anos, especialmente ao
Dr. Kawamoto, que me ensinou muito daquilo que se encontra neste texto e me deu a inspiração
para descobrir o restante.
Peter ). Taub

A minha família, Margie e Stephen, por seu amor infinito, descontração e apoio.
Aos meus pacientes, que confiaram a mim seus cuidados, permitindo-me crescer como cirurgião.
Aos meus residentes, que me desafiam e alegram minha jornada.
Stephen B. Baker
Coautor

Jay Meisner, MD, FACS


Clinicai Assistant Professor, Surgery
Moun t Sinai Medical Center
Chief, Plastic and Reconstr uctive Surgery
Bronx Veteran's Adrninistration Hospital
New Yor k, New Yor k
Codificação
Prefácio

A r inoplastia é um dos maiores desafios que um cir ur- nicas evoluem constantemente, os métodos mais recentes
gião pode enfrentar. Entre uma série de procedimentos, devem ser continuamente incorporados àqueles que já se
ela exige muita experiência para aprender e uma carreira encontram bem estabelecidos e que são aqui descritos.
para dominar. Os vários componentes anatômicos estão É importante salienta r que a necessidade de revisão
inter-relacionados e a manipulação de uma á rea tem efei- após uma rinoplastia primária é esperada: a taxa de re-
tos sobre um ou mais componentes. As d iversas técnicas visão relatada nos EUA • após a rinoplastia primária va-
cirúrgicas podem alterar não apenas a forma, mas tam- ria de 8 a 15%. 1,2 Logicamente, a incidência será maior
bém a função. Um ótimo resultado estético significa pou- no início da carreira do cir urgião e deve d iminuir com
co se houver comprometimento da função nasal normal. o tempo, experiência e, principalmente, com a crítica
Até mesmo uma breve explanação sobre a rinoplastia de seus resultados. Os cirurgiões experientes que reali-
exacer bará as grandes expectativas dos pacientes. Assim, zam cirurgia revisionai em geral atingem um alto nível
as expectativas do cirurgião devem ser ainda maiores. de satisfação entre seus pacientes. Mesmo assim, podem
Na área da r inoplastia, existe um número ilimitado de ocor rer complicações até mesmo em uma cir urgia tec-
manobras e intervenções possíveis, que são dominadas n icamente bem realizada. O cirurgião que assume sua
apenas com o entendimento profundo da anatomia e da própria revisão ou de outro colega precisa conhecer, de
patologia, além de um plano de tratamento muito bem modo especia l, modificações cirúrgicas primárias e ter
elaborado. um plano de como obter melhorias.
O texto e as ilustrações a seguir são um esforço
conjunto de cir urgiões e artistas, que buscam ofere- Peter J. Taub, MD, FACS, FAAP
cer as informações relevantes de forma bem didática: Stephen B. Baker, MD, DDS, FACS
o objetivo principal é servir de ponto de partida para
que est udantes, residentes e cirurgiões possam entender REFER~NCIAS
o procedimento. O livro está organizado em seções que 1. Rees TD. Postoperative considerations and complications.
discorrem sobre anatomia, configuração cirúrgica, pas- ln: Rees TD, editor. Aesthetic Plastic Surgery. Philadelphia,
sos cirúrgicos relevantes e informações práticas impor- PA: WB Saunders; 1980.
tantes relacionadas ao tratamento do paciente. 2. McKinney P, Cook JQ. A criticai evaluation of 200 rhino-
Durante a anamnese, o cirurgião deve estar atento plasties. Ann Plast Surg. 1981;7:357-361.
para as preocupações do paciente, avaliando se elas são 3. Lintz JE. Análise comparativa das rinoplastias aberra e fe-
reais ou imaginárias e então criando um plano de trata - chada no tratamento da ponta nasal. Revista Brasileira de
mento bem elaborado, a fim de ter a confiança de que Cirurgia Plástica. 2009;3:286-29.
pode seguir esse plano.
Este atlas serve como um guia bem ilustrado dos
problemas comuns com que a maioria dos pacientes se
apresenta. Está organizado por localização anatômica e • N. de R.T. No Brasil, a taxa de revisão ap6s rinoplastia primária
aborda detalhadamente as inúmeras manobras utilizadas varia de 5,7 a 18%, dependendo da série, do autor da pesquisa e da
3
para modelar as diferentes partes do nariz. Como as téc- via de abordagcm.
Sumário

1 Anatomia nasal: sustentação óssea 2


2 Estrutura: suporte cartilaginoso 6
3 Vascularização: aporte arterial 8
4 Inervação nasal 10
5 Músculos nasais 12
6 Planejamento do tratamento: estética facial 14
7 Planejamento do tratamento: função nasal 26
8 Preparação cirúrgica 32
9 Abordagens básicas 34
10 Remoção de material da cartilagem da orelha para enxerto 44
11 Remoção óssea da calota craniana para enxerto 48
12 Remoção de osso e cartilagem costal para enxerto 52
13 Remoção de material da crista ilíaca para enxerto 56
14 Paciente com redução das áreas doadoras de enxerto 58
15 Giba dorsal 60
16 Aumento do dorso 68
17 Redução da raiz 74
18 Aumento da raiz 76
19 Aumento da projeção da ponta nasal 78
20 Redução da projeção da ponta nasal 82
21 Aumento da rotação da ponta 86
22 Redução da rotação da ponta 92
23 Cartilagens laterais superiores: técnicas de enxerto 96
24 Ponta larga: técnicas de sutura 100
25 Cartilagem lateral inferior: técnicas de enxerto 104
26 Alongamento do nariz curto 108
27 Osteotomias nasais: manipulação da largura 110
28 Modificação da base alar 116
29 Modificação da relação alar-columelar 120
30 Modificação do septo 124
31 Modificação dos cornetos 128
32 Fechamento e curativo 132
33 Informação e consentimento do paciente 134
34 Codificação 138
Apêndice 144
Índice 153
RINOPLASTIA
CAPÍTULO 1 Anatomia nasal:
,.., ,
sustentaçao ossea

• A estr utura óssea do nariz é composta de dois os- aproxima do osso frontal, torna-se mais espessa do
sos semirretangulares oblíquos que se estendem que na parte inferior.
aproximadamente ao longo de um terço do dorso • Na porção caudal, as bordas dos ossos nasais
nasal (Figuras 1-1 e 1-2). A cúpula óssea - a parte sobrepõem-se à extensão craniana dos pares de
mais robusta do nariz - fornece sustentação e es- cartilagens laterais superiores. De forma similar, o
tabilidade. septo, na linha média, origina-se na parte externa
• Nos adultos, o comprimento médio dos ossos na- da pirâmide óssea, mas continua abaixo dela na
sais é de aproximadamente 20 mm. Esses ossos são porção proximal.
mais largos na região da sutura nasofrontal (em • A superfície externa de cada osso começa como
torno de 14 mm) e mais estreitos no ângulo naso- uma estrutura côncava, tor nando-se convexa na
frontal (em torno de 10 mm). A porção mais espes- porção inferior. Ela também é convexa da porção
sa encont ra-se na parte superior, próxima à sutu- medial à lateral. A topografia da superfície interna
ra nasofrontal, medindo, em média, 6 mm, sendo é o oposto da superfície externa e, portanto, con ve-
mais fina na parte inferior. xa na porção superior, côncava na porção infer ior
• As osteotomias devem ser planejadas para atraves- e côncava de um lado ao outro.
sar as zonas intermediárias ou de transição da es- • Cada um dos ossos nasais é recoberto pelo mús-
pessura óssea. Da região piriforme até a radix, ao culo prócero e pela porção transversa do músculo
longo do processo nasal da maxila, não ultrapassa nasal.
2 ,5 mm de espessura e pode ser osteomizada com
• Cada osso nasal é perfurado no centro por um fo-
osteótomos pequenos' .
rame, que contém um pequeno t ributário venoso.
• Cada osso nasal a rticula-se com outros quatro os-
• O osso lacrimal sit ua-se na parte posterior à arti-
sos na face: o osso fronta l na parte superior, o osso culação do osso nasal e da maxila. É o menor e
etmoide na parte superolateral, a maxila na par-
mais frágil osso da face e está localizado na porção
te lateral ao longo da abertura piriforme e o osso
anter ior da órbita.
nasal contralateral na parte medial. A articulação
- Ele se articula com quatro ossos, inclusive com
lateral entre o osso nasal e a maxila, na ver dade,
os ossos fronta l e etmoide, maxila e concha na-
não se localiza no vale entre o nar iz e o complexo
mala r, mas estende-se até a parede nasal lateral. O sal inferior. A superfície lateral, em frente à ór-
que é denominado osteotomia dos ossos nasais, na bita, é d ividida pela crista lacrimal posterior em
verdade, atravessa o processo nasal da maxila . A uma porção anterior e outra posterior.
extensão superior de cada osso é densa e serrilha- - Na porção anterior à cr ista encontra-se o sul-
da, for mando uma a rticulação estreita com uma co lacrimal, que se une ao processo frontal da
incisura no osso frontal. Diferentemente, a borda maxila. A parte superior dessa fossa contém o
inferior é fina, mas apoiada na parte inferior por saco lacr imal, enquanto a parte inferior contém
inserções sobrepostas, com os pares de cartilagens o canal nasolacrimal.
laterais superiores. A borda lateral ta lvez seja a • Isso é relevante, uma vez que as osteotomias
mais importante, já que é nessa região que os ossos do nariz atravessam o processo nasal da ma-
geralmente sofrem fraturas e onde as osteotomias xila, podendo haver lesão se a osteotomia for
controladas são realizadas. Aqui, o osso é serri- excessivamente poster ior. A superfície medial,
lhado de forma semelhante. Ao longo da porção que se defronta com o nariz, possui um sulco
superior, ele é chanfrado de forma que a borda é longitudinal, que corresponde à crista lateral.
orientada para dentro, enquanto o contrário ocor- A área anterior ao sulco forma parte do mea-
re na parte inferior. A borda medial a rticula -se com to médio do nariz e a área posterior articula-
o osso nasal contralateral e, à medida que ela se -se com o etmoide.
R INOPLASTIA 3

~ -- - - - - - - - - - - - - - - - - Osso esfenoide

~ - - - - - - - - - - - Forame supraorbital

Osso t emporal
/
Osso zigomático

Processo nasal da maxila

Osso nasal

Figura 1-1 Articulação dos ossos faciais com os ossos nasais.

Osso nasal

Osso lacrimal

Concha nasal média

Concha nasal infe<ior

Espinha nasal anterior


Figura 1-2 Ossos nasai s e estruturas int ernas da cavidade nasal.
4 PETERj. T AUB E STEPHEN 8. BAKER

• As conchas nasais, ou cornetas, são "prateleiras" etrnoide. Eles servem para proteger os seios do
do osso, q ue se estendem das paredes nasais late- conta to direto com o fluxo de ar nasal pressu-
rais e se ondulam no interior das passagens de ar rizado.
(Figuras 1-2 e 1-3). Elas servem para fazer o fluxo - Os cornetas superiores são estruturas menores
do ar inspirado na mucosa superficial ser constante que protegem o bulbo olfatório. Eles protegem
e regular. A mucosa é composta por células ciliadas os axônios nervosos, atravessando a placa cri-
pseudoestratificadas. briforme até o nariz.
Os cornetas inferiores são os maiores e os res- - Os três cometes são inervados por receptores de
ponsáveis pela maior parte da deflexão do fluxo dor e de temperatura por meio do nervo trigê-
de ar, umidificação, aquecimento e filtragem. O meo (V par craniano).
volume de fluxo de ar inalado percorre os cor-
netos inferiores e médios. REFER~NCIA
- Os cornetas médios são tão longos quanto os 1. Harshbarger R, Sullivan PK. Lateral nasal osteotomies:
inferiores, mas não tão anteriores. Os cornetas !1nplications of bony thickness on fracture patterns. Ann
médios cobrem as aberturas dos seios maxilar e l'last Surg. 1999;42:365.
R INOPLASTIA 5

Concha nasal inferior

Concha nasal média

Concha nasal superior

Espinha nasal anterior

Placa horizontal do
osso palatino

Processo palatino
da maxila
Forame incisivo

Figura 1-3 Topografia int erna da cavi dade nasal lateral.


CAPÍTULO 2 Estrutura:
suporte cartilaginoso

• A estr utura cartilaginosa do nariz é composta por longo do terço anterior. Eles diver?em, poste-
pares de cartilagens latera is super iores e infer iores r iormente, a um ângulo de 30 a 45°.
que se estendem a partir da extremidade da pirâmi- • As cartilagens superiores fixam-se às inferiores de
de óssea. Cada par de cartilagens tem um formato várias maneiras. Em geral, as extremidades caudais
diferente (Figura 2-1 ). das cartilagens superiores formam uma conexão
• As cartilagens laterais superiores são relativamen- espiral• ou em formato de "mãos" unidas com as
te planas e formam as paredes laterais caudais da extremidades cefálicas das cartilagens inferiores.
pirâmide nasal. A borda medial de cada cartilagem As duas extremidades também podem juntar-se,
situa-se contra o septo na linha média. A borda la- raramente sobrepondo-se.'
teral fica próxima à abertura piriforme no in terior • O septo cartilaginoso na linha média divide o in-
das paredes laterais do nariz. Seu ângulo com o terior do nar iz em dois vestíbulos (Figura 2-3 ). É
septo na linha média forma a válvula nasal interna. composto por cartilagem hialina na parte anterior
• As cartilagens latera is inferiores• possuem uma es- e de osso nas porções inferior e posterior. Forma
trut ura mais intrincada. Elas são fa ixas curvadas uma estrutura central sobre a qual a borda superior
posicionadas ao redor das bordas narinárias e sua das cartilagens latera is superiores apoia-se. Abaixo
função é manter a competência na válvula nasal do septo está o vômer, e na parte posterior está a
externa (Figura 2-2). Cada uma das cartilagens é junção com a placa perpendicular do etmoide. Sua
composta por três partes, ou ramos ••. margem caudal possui um ângulo septal poster ior
- Os ramos mediais aproximam-se entre si na linha definido, um ângulo septal médio e um ângulo sep-
média, no interior da columela . tal anterior. Esses ângulos são importantes para a
- Os ramos médios situam-se dentro da ponta do definição da ponta nasal.
nariz. O ângulo entre o ramo media l e médio é • As cartilagens sesamoides menores e o tecido fibro-
de aproximadamente 20 a 25 % . so denso ficam entre o ramo lateral e a abertura
- Os ramos laterais são relativamente planos com- pir iforme.
parados às porções média e media l. Eles proje-
tam-se para fora na columela. Os dois dômus REFER~NCIA
cartilaginosos são separados entre si por 3 a 4
1. Daniel RK. The nasal tip: Anatomy and aesthetics. Plast
mm e por um ângulo de 70 a 80º. A partir do Reconstr Surg. 1992;89:2 l 6.
joelho latera l, os ramos laterais em geral loca-
lizam-se paralelamente às bordas narinárias ao

• N. de R.T. Comumente chamadas de cartilagens alares.


• • N. de R.T. Frequentemente chamados de crus (quando alguém
se refere a 1 ramo) ou crura (quando se refere a 2 ramos}. • N . de R.T. Arca conhecida como scroll.
R INOPLASTIA 7

Processo lateral
superior da cartilagem
do septo nasal

Cartilagem alar menor

Tecido fibroadiposo Ramo médio

Ramo médio
Ramo medial

Ramo lateral

Ramo medial Ramo lateral


Figura 2-1 Cart ilagens nasais.

Tecido fibroadip oso alar

Cartilagem do septo

Espinha nasal anterior


da maxila
Seio frontal
Fieura 2-2 Visão inferior das cartilagens laterais inferiores.

Placa perpendicular
do osso etmoide

Osso nasal

Cartilagem
alar

Processo p alatino

Canal incisivo
Figura 2-3 Posição lateral do septo nasal.
CAPÍTULO 3 Vascularização:
aporte arterial

• O aporte vascular e os vasos linfáticos do nariz en- - A a rtéria palatina maior origina-se da artér ia
contram-se na parte superficial da musculat ura. A maxilar da carótida externa. Ela faz o percurso
dissecção durante a rinoplastia no plano adequado até a parte inferior anterior do septo nasal via
do tecido areolar abaixo dos músculos preserva o forame incisivo do palato duro.
aporte sanguíneo aos vasos perifér icos e minimiza - A artéria labial superior origina-se da artéria fa-
a equimose e edema no pós-operatório. cial do sistema carotídeo externo. Ela supre pre-
• Exter namente, a artéria etmoidal anter ior e a arté- dominantemente as porções anteriores do vestí-
ria labial superior, bem como os ramos nasais da bulo.2 Os cinco sistemas arteria is que suprem o
artéria infraorbital e o ramo angular da artéria fa- septo encontram-se em um ter ritório de super-
cia l, provêm vascularização ao nariz (Figura 3-1 ). posição arterial, na porção anterior do septo,
O ramo infraorbita l da artéria maxilar interna e chamada de "plexo de Kiesselbach".
os ramos oftálmicos do sistema carotídeo interno • Um plexo submucoso cuja profundidade chega até
suprem as regiões mais dorsais. a mucosa nasal é drenado para as veias esfenopala-
• A artéria nasal lateral é um ramo da artéria angu- tina, facial e oftálmica, fornecendo drenagem veno-
lar e é considerada a contribuição mais importante sa a partir das porções internas do nariz. Externa-
para o a porte sanguíneo cutâneo da ponta nasal. mente, o sangue drena para a veia facial através de
Essa artéria está localizada 2 a 3 mm acima do sul- seus tributá rios nasais angula r e lateral.
co ala r. Se uma excisão da base alar for realizada • O plexo venoso tem um papel importante na regu-
em uma rinoplastia aberta, é importante certificar- lação do calor do corpo. O ar é aquecido quando
-se de que a incisão não ultrapasse o sulco alar.' entra pelo nariz e o calor é trocado com o meio
• Internamente, o aporte vascular das paredes me- ambiente.
diais e laterais da cavidade nasal (Figuras 3-2 e 3-3) • É importante ressaltar que as veias do nariz ligam-
origina-se de vários sistemas arteriais: -se com o seio cavernoso do sistema nervoso cen-
- A artéria etmoidal anterior origina-se da artéria t ral por meio de condutos desvalvulados. Portanto,
oftálmica do sistema carotídeo interno e divide- há risco potencial de uma infecção nasal ascender
-se em ramos mediais (septais) e laterais, a fim até o cérebro e as meninges.
de suprir a cavidade nasal. Junto com a artéria • Os vasos linfáticos do nariz d renam a mucosa su-
etmoidal posterior, ela supre predominantemen- perficial posteriormente até os linfonodos na retro-
te as porções superiores do vestíbulo lateral. faringe e anteriormente até os gânglios submandi-
- De forma semelhante, a a rtéria etmoidal poste- bula res ou cervicais profundos no pescoço.
rior or igina-se da artéria oftálmica do sistema
carotídeo interno e divide-se em artérias nasais REFER~NCIAS
mediais (septais) e laterais posteriores.
1. Bafaqeeh SA, Al-Qattan MM. Simultaneous open rhino-
- A artéria esfenopalatina origina-se da artéria plasry and ala r base excision: Is there a problem with the
maxila r da carótida externa e também se divide blood supply of the nasal tip and columellar skin? Plast
em ramos mediais (septais) e laterais. Ela supre Reconstr Surg. 2000;105:344.
as porções posterior e inferior do septo e do ves- 2. Hollinshead W, Rosse C. Textbook o( Anatomy. 4th ed.
tíbulo lateral, respectivamente. Philadelphia, PA: Harper and Row; 1985:980- 981.
R INOPLASTIA 9

'l--- - - - - 1 - - Artéria supraorbital

r-- -1t-- - - - - - r- Artéria supratroclear

-'t---Artéria nasal dorsal


--'"-+-- Artéria oftálmica

Músculo nasal
·a ,---,=-,::-~- - Artéria infraorbital
~ '.::;:i,...~ 1-- Artéria transvetsa da face
• ~ ...:..--. -- Artéria nasal lateral

Figura 3-1 Aporte art eri al para o nariz.

\
Ramo septal nasal da
artéria etmoidal posterior

Ramo septal postetior da Ramoseptal


artéria esfenopalatina nasal da artéria
etmoidal anterior

Ramo nasal lateral da


artéria etmoidal postetior Ramo nasal
lateral anterior
Ramo septal post erior da artéria
etmoidal ant erior
Artéria nasal
ext erna
Figura 3-2 Aporte arterial interno até o septo nasal. postetior

Ramo alar do
ramo nasal
latetal da
extetna -..~~;....,~~),_l~ artéria facial
Figura 3-3 Aport e arterial até o si stema turbinado.
CAPÍTULO 4 1nervação nasal

• A inervação da mucosa nasal pode ser dividida ao interna para fornecer sensação ao vestíbulo nasal
longo de uma linha oblíqua, indo de posterossupe- lateral.
rior para anteroinferior. • As asas externas são inervadas através de ramos do
- A mucosa anterossuperior é suprida predomi- nervo infraorbital a partir da divisão maxila r do
nantemente pelo nervo oftá lmico, primeira di- nervo trigêmeo.
visão do nervo trigêmeo (V N C), através dos • O cheiro é transmitido pelos nervos olfatórios,
nervos etmoidais anterior e posterior. que percorrem as porções superiores do septo
- A mucosa posteroinferior é suprida predomi- e as paredes laterais do vestíbulo (Figuras 4-2 e
nantemente pelo nervo maxila r, segunda divisão 4-3 ). Os nervos individuais passam pela placa
do nervo trigêmeo (V NC), através do nervo na- cribriforme ao longo do assoalho da fossa ante-
sopalatino na parte medial e do nervo palatino rior.1,2
maior na parte lateral.
• Externamente, o dorso é suprido pela divisão of- REFERÊNCIAS
tálmica do nervo trigêmeo através do nervo infra- 1. Hollinshead W, Rosse C. Textbook of Anatomy. 4th ed.
troclear e de um ramo do nervo etmoidal anterior Philadelphia, PA: Harper and Row; 1985:980- 981.
(Figura4-1 ). 2. Hollinshead WH. Anatomy for Surgeons: The Head and
• O nervo etmoidal anterior, ramo do nervo nasoci- Neck. 3rd ed. Philadelphia, PA: J.B. Lippincott Company;
liar, percorre verticalmente um sulco na superfície 1982:245- 248.
R INOPLASTIA 11

Ramo nasal do
nervo infraorbit al
Ramo nasal inferior do
nervo infraorbital

Figura 4-1 Inervação das estruturas nasais ext ernas.

Ramo nasal
lateral do nervo
etmoidal anterior

Ramo nasal
externo do nervo
Gânglio etmoidal anterior
ptetigopalatino

Forame incisivo
Ramo nasal
post erior do nervo
palatino maior

Nervo olfatório (1)


Nervo palatino menor Ramo nasal int erno
Nervo palatino maior mediano do nervo
Figura 4-2 Inervação da cavidade nasa l lateral. etmoidal anterior

\!
I u ......
Nervo nasopalatino (V2)
Figura 4-3 1nervação do septo nasal.
CAPÍTULO 5 Músculos nasais

• A musculatura do nariz pode ser d ividida, confor- • O depressor do septo é um pequeno par de múscu-
me sua função, em elevadores, depressores, com- los localizado nos lados direito e esquerdo do septo
pressores e dilatadores (Figura 5-1 ). nasal. Situa-se entre a mucosa oral e a musculatura
• O prócero, um elevador, é um músculo piramidal do lábio superior. Alguns pacientes com hiperativi-
pequeno que se localiza na parte profunda da arté- dade do músculo depressor queixam-se de ponta
ria e do nervo orbital superior. O prócero origina- nasal caída, elevação e encurtamento do lábio su-
-se da fáscia que recobre a parte inferior dos ossos perior, e de maior exposição da gengiva maxilar ao
nasais e a parte superior da cartilagem nasal lateral, sorrir. Um músculo depressor do septo "hiperativo"
insere-se na pele sob a parte inferior da testa entre que contribui para o rebaixamento da ponta nasal é
as sobrancelhas (as fibras do prócero decussarn-se diagnosticado pelo "teste do sorriso" (i. e., a ponta
com aquelas do músculo frontal) e sua função é pu- do nariz é rebaixada sua vem ente quando o paciente
xar a pele entre as sobrancelhas para baixo, auxi- sorri). A divisão desse músculo é descrita corno tra-
liando na abertura das narinas.' tamento em pacientes com o resultado positivo no
teste do sorriso:1
• O múscu lo levantador do lábio e da asa na-
sal origina-se do processo frontal da maxila ao • O único dilatador de importância é o dilatador na-
longo do nariz. Parte desse músculo está locali- sal. Sua porção anterior origina-se na cartilagem
zada na pele nasal e na extremidade superior da alar e insere-se na pele próxima à margem da nari-
na, enquanto a porção posterior encontra-se abai-
cartilagem lateral inferior, mas a maioria desce
xo do músculo levantador do lábio superior. Tam-
obliq uamente até a pele e o músculo do lábio su-
bém se origina das cartilagens alares, bem corno da
perior. A porção nasal desse músculo serve para
margem da incisura nasal da maxila e insere-se na
alargar as narinas, e a porção labial para baixar
pele próxima à margem da narina.
a ponta do nariz.1'2
• O orbicula r da boca origina-se na maxila e na
• O nasal é um músculo semelhante a um esfíncter
mandíbula, insere-se na pele em torno dos lábios e
que se origina da maxila próximo à fossa canina e tem a função de enrugar os lábios.
divide-se em duas porções: a porção alar e a porção
transversa (Figura 5-2).
- A porção alar vai até a narina e entra na pele,
REFER~NCIAS
atravessando a circunferência posterior do ramo 1. Figallo E, Acosta J. Nose muscula r dynamics: The tip trigo-
num. Plast Reconstr Surg. 2001;108(5):1118- 1126.
lateral. Serve para expandir a narina em sua
porção alar. 2. Hollinshead WH. Anatomy for Surgeons: The Head and
Neck. 3rd ed. Philadelphia: J.B. Lippincorr Company;
- A porção transversa desse músculo projeta-se 1982:296- 297.
para cima, inserindo-se na extremidade superior 3. Rohrich RJ, Huynh B, Muzzaffar AR, et a i. Importance
da cartilagem lateral superior e na extremidade of the depressor septi nasi muscle in rhinoplasry: Anato-
inferior do osso nasal. Sua função é comprimir o mie study and clinicai application. l'last Reconstr Surg.
nan z na sua porção transversa. 2000;105:376.
RINOPLASTIA 13

Músculo prócero
Músculo corrugador - - - _ _ ;

Osso nasal

Cartilagem nasal
lat eral superior

Músculo nasal
(parte transversa)

Músculo levantador do
lábio superior e da
asa nasal
Posterior J Músculo dilatador nasal
Anterior

Cartilagem do septo nasal


Músculo levantador do ---:--=?
lábio superior
Músculo zigomático menor - ---=-.:..,;;,,,

Músculo depressor do septo


Músculo orbicular da boca - - - - - -

Figura 5-1 Músculos do nariz.

- Músculo nasal (parte transversa)

Levantador do
lábio superior e - - - -- - - ~
··
Posterior
=>,-- - - Anterior
J Músculo dilatador nasal
da asa nasal

Músculo nasal
(parte transversa) - -+-- - - - - - - " - - - - - - - - Músculo depressor do septo

Figura 5-2 M úscul os profundos do nariz com alguns músculos voltados para trás.
CAPÍTULO 6 Planejamento do
tratamento: estética facial

A ENTREVISTA - Caso positivo, essa dificuldade é sazonal ou es-


• A consulta pré-operatória, e geralmente a de revi- porádica?
são, é essencial para o sucesso da cirurgia de ri- - Quais medicamentos o paciente torna e com que
noplastia. Vários pontos importantes precisam ser frequência?
abordados pelo cirurgião durante a consulta. A • Várias manobras realizadas na rinoplastia podem,
motivação do paciente em relação à cir urgia é de na verdade, levar à obstrução das vias aéreas. Nes-
extrema importância . Qual a razão do interesse do ses casos, procedimentos profiláticos precisam ser
paciente na cirurgia? O paciente vai se submeter incluídos no plano de tratamento, e o paciente ne-
ao procedimento por urna questão de a utoirnagern cessita ser alertado sobre a possibilidade de urna
ou em resposta a pressões externas? É importan- nova ou, então, persistente obstrução das vias aé-
te que o paciente esteja motivado internamente a reas. Em sit uações em que os objetivos estéticos (p.
realizar a cirurgia de rinoplastia, com seus riscos ex., estreitamento do nar iz) possam ser limitados
e complicações inerentes e que não esteja se sen- por problemas funcionais, é preferível errar em ter-
tindo pressionado por outra pessoa. Também é im- mos de função a criar problemas nas vias aéreas na
portante que o paciente não faça a cir urgia para tentativa de obter resultados estéticos.
reconquistar um relacionamento amoroso ou para • Para que os objetivos do paciente sejam atingidos
ser readmitido em um emprego. com sucesso, é importante que o paciente informe
• Histor icamente, autores e artistas representam claramente as alterações desejadas. Eventualmente,
o rosto "nor mal" de várias formas. No que d iz um paciente externará urna preocupação do tipo
" Não estou satisfeito com meu nariz". Nesse caso,
respeito ao nar iz, sua estrutura é descrita em
o cirurgião deve estar apto a identificar os aspec-
compr imentos, larguras e ângulos tanto absolu-
tos corno relativos. Na verdade, não existe um tos do nariz que se desviam do padrão estético.
Quando essas características são cuidadosamente
nariz nor mal, mas valores e relações considera-
apresentadas ao paciente, em geral há concordân-
dos normais para a maioria das pessoas. Em vez
cia imediata e esclarecimento sobre os objetivos do
de submeter cada possível paciente a urna gama
tratamento. O cirurgião deve sentir que não está
de medidas, o cirurgião deve estar familiarizado
influenciando o paciente . O resultado depende-
com aquelas que são importantes e decidir quais
rá da anatomia e da fisiologia apresentadas pelo
são mais úteis. Após a aná lise facial, quaisquer
paciente. t. importante que o paciente perceba as
desvios dos padrões nor mais devem ser discuti-
limitações em termos de resultados atingíveis em
dos com o paciente a fim de determinar seu grau
certos indivíduos.
de motivação em relação ao tratamento. Em ge-
• De for ma semelhante, o cirurgião deve estar apto
ral, os desejos do paciente devem ter p rioridade
a identificar as á reas de preocupação. Um dos as-
sobre o esforço do cirurgião em seguir as "nor-
pectos mais fundamenta is durante a consulta de
mas" estabelecidas da cirurgia de rinoplastia. A
rinoplastia é assegurar que o cir urgião entenda os
rinoplastia requer um olhar estético, bem como
objetivos do paciente e que esses objetivos sejam
um lápis bem apontado .'
realistas. As imagens computadorizadas são urna
• O cir urgião deve identificar os problemas funcio- ferramenta útil na determinação dos objetivos do
nais e as preocupações estéticas e estabelecer uma paciente e serão d iscutidas neste capítulo. O ci-
lista de prioridades. t. importante instr uir o pacien- rurgião também deve avaliar honestamente sua
te sobre os fatores que podem interferir nos objeti- habilidade em obter o resultado. É pr udente ser
vos planejados e estabelecer expectativas realistas conservador na cirurgia de rinoplastia no in ício da
em relação à cirurgia . carreira. Isso talvez signifique repassar um caso di-
• É fundamental perguntar ao paciente sobre quais- fícil a um cirurgião mais experiente ou ficar na sua
quer problemas funcionais ao planejar os passos da zona de conforto para evitar erros ir reparáveis. É
cirurgia. melhor retomar para uma pequena revisão do que
- Existe um histórico de dificuldades respiratórias? criar a necessidade de uma revisão maior.
R INOPLASTIA 15

O EXAME
• Os seis aspectos pré-operatórios padrão na rinoplastia são visão frontal (Figura 6-1), oblíqua* (Figuras 6-2 e
6-4), e lateral** (Figuras 6-3 e 6-5), bem corno a visão inferior (Figura 6-6).

Figura 6-1 Figura 6-2 Figura 6-3

Figura 6-4 Figura 6-5 Figura 6-6

• N . de R.T. Também chamada de 3/4.


•• N. de R.T. Também chamada de perfil.
16 P ETERj . T AUB E STEPHEN 8. BAKER

• Vários achados em um exame físico podem limitar ao dorso nasal. Os pontos de definição da pon-
o resultado pretendido, independentemente da habi- ta são um marco importante para a avaliação e
lidade do cirurgião. Apesar da habilidade com que ocorrem no ponto de transição entre os ramos me-
o osso e a cartilagem de sustentação sejam manipu- diais e laterais das cartilagens laterais inferiores.
lados, o resultado estético final do nariz baseia-se Nas fotografias, os pontos de defin ição da pon-
em como a pele sobrejacente se posiciona sobre a ta são identificados como dois pontos br ilhosos
estrut ura de sustentação. Tanto as peles finas como que refletem uma fonte externa de luz. A projeção
as grossas podem predispor a resultados subótimos. da ponta , posição e distância ent re os marcos, o
Uma pele grossa posicionada sobre um osso e uma ângulo de divergência entre os ramos e o compri-
cartilagem bem t rabalhados esconderá o detalhe nes- mento dos ramos mediais e laterais também de-
sas estrut uras de sustentação. Em contrapartida, em vem ser avaliados. A espessura da pele do nariz e
uma pele fina não há o que fazer, já que todas as a resistência de cada secção da cartilagem alar são
imperfeições podem ficar visíveis. Os nós de sut ura, avaliadas por meio da visualização e da palpação.
bem como irregular idades menores, podem se tornar A projeção e a rotação da ponta na.sal são mais
muito aparentes, necessitando de cirurgia revisionai. bem avaliadas a partir da visão lateral. A ponta
• Visão fronta l: A partir da visão frontal do paciente, nasal talvez seja a característica mais definidora
devem-se identificar vários marcos e relações im- de um nariz. Em uma sér ie aleatória, os pontos
portantes. de definição da ponta estavam separados 8,9 +/ -
4
- Dimensões faciais: A face pode ser dividida em 1,6 mm entre si. O trajeto dos ramos laterais das
várias partes como forma de avaliar as áreas de cartilagens laterais inferiores deve ser verificado.
desequilíbrio. Verticalmente, a distância de uma Em alguns pacientes, os ramos laterais divergem
linha imaginária horizontal na altura da linha da borda alar em um ângulo maior que 30 a 45°,
capilar até outra linha horizonal que cr uza asso- considerados normais. Essa variação anatômica
brancelhas define o terço superior da face. O ter- produz uma ponta arredondada geralmente des-
ço facial médio é a d istância de uma linha entre crita como uma deformidade em "parênteses" na
as sobrancelhas até o subnásio, e o terço facial visão frontal.5 Além das implicações estéticas, o
infer ior vai do subnásio até a parte inferior do malposicionamento dos ramos laterais predispõe
queixo. Embora tenham sido tradicionalmente ao risco de lesão durante uma incisão intracartila-
6
definidos como terços faciais, o terço inferior é ginosa padrão. A ponta " quadrangular" deve-se
um pouco maior do que o terço méd io, e o terço a um aumento no ângulo de divergência entre o
médio é um pouco mais longo do que o terço su- joelho das cartilagens laterais inferiores (mais de
23
perior. • Horizontalmente, quintos idênticos po- 30º), um alargamento do arco domai (mais de 4
7
dem ser cr iados por linhas verticais que cr uzam mm), ou uma combinação de ambos.
os cantos laterais e mediais de cada olho. - A hiperatividade do músculo depressor do septo
Largura alar: A largura do nariz na base a lar contribui para a ponta nasal caída. Isso pode ser
deve aproximar-se da amplitude entre os cantos d iagnosticado no pré-operatório, obser vando
mediais (Figura 6-7). Bases alares largas podem o paciente em repouso e ao sorrir. A contração
necessita r de excisão da pele e/ou tecido mole. muscular piora a deformidade, indicando a ne-
Largura nasal: A largura do nariz em relação cessidade de manejo desse par de músculos por
• • 8
aos ossos nasais e a base alar devem ser avalia- cirurgia.
das. Em geral, a la rgura dos ossos nasais em sua - Desvio nasal: O grau de desvio nasal deve ser
base deve ser de quatro quintos da largura da avaliad o em cada paciente de rinoplastia . Inú-
base alar. Ossos nasais lar gos podem necessitar meros pontos podem ser usados para denotar a
de osteotomia e fratura . lin ha média nasal: glabela média, linha média
- Linhas estéticas dorsais: Tão importante quanto do dorso nasal, ponta nasal, depressão do arco
qualquer componente da avaliação nasal, o ci- de cupido central, linha média dentária maxilar
rurgião deve estar atento à aparência das linhas e linha média do queixo. Em quase todos os pa-
estéticas dorsais (Figura 6-8). Por definição, elas cientes, esses pontos não se encontram em uma
se or iginam nas cristas supraor bitais próximas à linha vertical reta. É indispensável informar o
extremidade medial da sobrancelha e convergem paciente sobre esses desvios antes da cirurgia.
ao longo da área glabela r. Elas são mais estrei- Isso é particularmente importante em pacientes
tas ao nível dos ligamentos dos cantos mediais e, com assimetria facial sutil que se queixam de
então, d ivergem gradualmente, ter minando nos desvio nasal, mas desconhecem sua assimetria
pontos de definição da ponta. facial subjacente. Esses pacientes reclamam de
- Ponta nasal: A aparência da ponta deve ser avalia- desvio nasal mesmo quando a metade inferior
da separadamente, uma vez que está relacionada do nariz está coberta e a metade superior do
R INOPLASTIA 17

Figura 6-7 Largura alar com aproximação da distância entre os cantos mediais.

Figura 6-8 Linhas estéticas d orsais.


18 P ETERj . T AUB E STEPHEN 8. BAKER

nariz está relacionada às marcas da linh a média primário .11 É urna das principais causas do dese-
facial superior. Entretanto, quando a metade su- quilíbrio nasal, em que a parte superior do nariz
perior do nariz é escondida e a metade inferior aparenta ser pequena demais em relação à par-
é comparada à linha média facial inferior, ela te inferior. A junção entre o osso e a cartilagem
parece ser simétrica. Nesses pacientes, a linha pode ser avaliada identificando a extremidade
média do nariz segue a assimetria da face e é dos ossos lateralmente e palpando seu trajeto ao
impossível endireitar o nariz sem comprometer longo da extensão medial.
a estética facial. - Ângulo nasofrontal: Este ângulo é formado pela
• Visão lateral: Na visão lateral, os marcos devem in- intersecção de linhas entre o dorso nasal e urna
cluir a glabela, a raiz (násio), ângulo nasofrontal, linha paralela à glabela abaixo da testa (Figura
supraponta, pontos de definição da ponta, lóbulo 6-1 O). Em pacientes do sexo feminino, o ângulo
da infraponta, columela, ângulo ou junção colume- ideal é de aproximadamente 134°; já em pacien-
lar-labial e sulco ou junção alar-facial (Figura 6-9). tes masculinos, o âny,ulo mede um pouco menos,
- Raiz (násio} : Este ponto é definido corno a jun- em torno de 130°.12' 0 Em ambos os sexos, a me-
ção do osso frontal e do dorso nasal. Duas me- dida pode variar de acordo com a etnia.
d idas são usadas para descrever a ra iz: projeção - Projeção da ponta nasal: A análise meticulosa
anterior e nível. O násio deve projetar-se em tor- da projeção da ponta é importante porque a
no de 15 mm anterior ao nível do canto medial projeção final da ponta determina a altura do
e 11 mm anterior à superfície corneal, ou a uma dorso (Figura 6-11). Por essa razão, a projeção
distância de 4 a 6 mm atrás de urna linha verti- da ponta é obtida antes da modificação dorsal.
cal que tangencia a glabela. O nível ideal da raiz A aparência da ponta deve ser avaliada em se-
deve aproximar-se da extremidade tarsal ou da parado, já que está relacionada ao dorso nasal
dobra da pálpebra superior. 9•10 e ao lábio superior. Vários métodos podem ser
- Dorso: Na visão lateral, a análise do dorso na- empregados para medir a p rojeção da ponta,
sal inicia no násio. Na porção inferior ao násio, e a utilização desses métodos pode auxiliar na
o par de ossos nasais pode assumir várias for- determinação da etiologia subjacente do proble-
mas, tanto natura lmente corno em consequência ma. Medida desde a prega alar até a ponta na-
de traumatismo. A giba dorsal congênita geral- sal, a projeção da ponta deve apresenta r mais ou
mente consiste em osso na metade superior e em menos dois terços da distância do comprimen-
cartilagem na metade inferior. Os ossos podem to do nariz (Figura 6-12). Uma segunda medi-
ter inserção alta ou baixa na face, ser superfi- da serve para verificar se o grau de projeção da
ciais ou largos, côncavos ou convexos, retos ou ponta aproxima-se da largura da base alar. Por
com desvios. Sua junção forma o dorso na por- fim, se a projeção do lábio superior for normal
ção medial. A "desproporção baixa da raiz" é (ver relação orrognática nasal), uma linha ver-
um termo que se refere a uma linha dorsal que, tical é estabelecida, tangenciando o lábio supe-
quando vista de um ângulo lateral, inicia abaixo rior; considera-se que a projeção nasal é normal
do nível da margem da pálpebra superior quan- quando 50 a 60% do nariz for anterior a essa
do os olhos do paciente são mantidos no olha r linha (Figura 6-11 ). u,,,,,s
RINOPLASTIA 19

Figura 6-9 Marcos importantes do perfil fa-


cial lateral (R, raiz; A, sulco alar; P, ponta; E,
estorna; M , menta).

A
Ângulo nasofrontal
Mulheres 134°

Proj eção nasal


A = 50-60% de A+ B
Figura 6-11 Estimativa da projeção de pon-
ta nasal normal.

Figura 6-1 O Ângulo nasofrontal normal em


pacientes do sexo feminino.
20 P ETERj. TAUB E ST EPHEN 8. BAKER

- Comprimento do nariz: O comprimento ideal columela deveria ser observada acima e abaixo
do nariz medido da raiz até os pontos de defi- dessa linha. As causas de excesso de colurnela
nição da ponta deve aproximar-se da distância incluem borda alar muito alta, colurnela muito
entre o estorna e o rnento 16 (Figura 6-9). Outra baixa ou uma combinação de ambas. O trata-
aproximação para o comprimento normal do mento adequado começa com a identificação da
nariz é que a relação entre comprimento nasal etiologia e o manejo específico da causa. Por ou-
e projeção nasal deve ser de aproximadamente tro lado, pacientes com muito pouca colurnela
1:0,6 (presum indo-se que a projeção da ponta apresentam uma borda a lar baixa, urna colurne-
seja normal). O comprimento do nariz pode ser la retra ída ou uma combinação de ambas.
afetado pelo ângulo nasofrontal. Se o ângulo na- - Relação queixo-lábio: O lábio inferior e o nariz
sofrontal for anterior e superior, o nariz pode têm um papel importante na estética do queixo.
parecer mais longo. Todavia, se o ângulo naso- Várias ferramentas podem ser utilizadas para
frontal for posterior e inferior, o nariz pode pa- avaliar a projeção do queixo. Se o comprimento
recer mais curto. A raiz pode ser alterada a fim nasal for ideal, urna linha pode ser traçada do
de tratar esse problema. dorso médio do nariz na porção inferior e tan-
- Ângulo nasolabial (rotação da ponta): A extensão gencial ao lábio superior. O queixo deve medir
caudal do septo e a espinha nasal anterior da ma- em torno de 3 mm na porção posterior a essa
xila na linha média são muito importantes para linha de acordo com Byrd. 18 Outro método é
determinar o ângulo entre a base nasal e o lábio traçar um linha na porção inferior e perpendi-
superior (Figura 6-13). Essa relação é criada pela cular à horizontal de Frankfurt que é tangencial
intersecção de urna tangente ao longo do trajeto ao lábio inferior. O queixo deve estar na porção
da colurnela e de urna segunda tangente ao longo posterior a essa linha nas mulheres e nela ou li-
do lábio superior. Esse ângulo mede aproximada- geiramente anterior a ela nos homens. Urna aná-
mente 100 a 105° nas mulheres e 90 a 95° nos lise final é a linha de Riedel. Essa linha conecta
hornens. 17 Os fatores que influenciam esse ângu- os pontos mais proeminentes dos lábios superior
lo incluem a maxila superior, o volume de tecido e inferior. O ponto mais saliente do queixo deve
mole do lábio superior e a inclinação da dentição . ponto nessa 11·n ha.19
ser o terceiro
central. O aspecto do ângulo nasolabial deve ser - Relação ortognática nasal: Quando um pacien-
avaliado em repouso e ao sorrir. Um ângulo na- te apresenta preocupações com o tamanho do
solabial agudo e urna ponta que não recua para nariz, é importante avaliar a posição das man-
sua posição prévia após suave pressão para baixo díbulas e a oclusão dos dentes. Não é incomum
indicam perda de sustentação da ponta nasal. um paciente com queixa de nariz proeminente
- Relação alar-columelar: A visão lateral também ter, na verdade, urna mandíbula pequena ou um
é urna forma favorável de avalia r a relação entre ponto de queixo posterior. A retração dos incisi-
a borda alar e a columela (Figura 6-14). Ambas vos superiores que resulta da compensação den-
as estruturas devem estar curvadas, um pouco tária permite que o lábio superior caia em sua
distantes urna da outra, apresentando um aspec- posição posterior, causando a ilusão de um nariz
to oval de aproximadamente 2 a 3 mm na ins- de projeção exacerbada. Ao avançar a mandíbu-
peção lateral. Se fosse realizada uma bissecção la ou o queixo, conforme indicado, geralmente
axial dessa abertura, a mesma quantidade de se reduz a aparência de projeção excessiva.
RINOPLASTIA 21

Figura 6-12 Avaliação do comprimento nasal.

Ângulo nasolabial ideal


Mulhetes 100º

Figura 6-13 Ângulo nasolabial ideal em


pacientes do sexo fem inino.
22 PETERj. TAUB E ST EPHEN 8. BAKER

Figura 6-14 Aparência lateral adequada da colu mela.


R INOPLASTIA 23

estreita que a distância entre os cantos mediais.


A ponta nasal quadrangula r é caracterizada por
um aspecto amplo e retangular do complexo do
lóbulo da ponta.
• Nem todas as etnias têm as mesmas aparências
normativas. A variação da anatomia nasal deve ser
reconhecida e compreendida.
Nariz africano: O nariz africano é caracteriza-
do por um dorso largo e superficial, com uma
raiz baixa. O comprimento nasal é mais curto
e a largura interalar é maior. A ponta exibe me-
nos projeção e, em razão da pele mais espessa, a
ponta geralmente não tem definição. O ângulo
columelar-labial é agudo.2'
Nariz asiático: O nariz asiático é caracterizado
por uma ponte nasal baixa e um dorso pouco
projetado. Os pacientes japoneses podem ser os
únicos entre os asiáticos a terem um dorso con-
vexo. A projeção da ponta é menor que aquela
dos narizes caucasianos e é caracterizada por ser
Figura 6-1 5 arredondada e mal definida, normalmente sem
uma quebra da supraponta. O ângulo nasolabial
• Visão inferior: Na visão basal, os marcos devem é mais agudo e a base alar tende a ser mais larga
incluir o lóbulo inferior, a columela, a parede alar que os padrões caucasianos. A abertura da asa
lateral, o triângulo de tecido mole, assoalho da na- do nariz também pode ser mais saliente em co-
rina, ângulo ou junção nasolabial, sulco ou junção reanos devido a variações no músculo dilatador
alar-facial e os pontos de definição da ponta. nasal. 22
Base alar: A inspeção do nariz a partir da visão Nariz latino : O típico nariz latino foi descrito
inferior, com o pescoço estendido e o paciente por Ortiz-Monasterio como tendo pele espessa,
olhando fixamente para cima, é a melhor manei- uma cúpula osteocartilaginosa estreita, susten-
ra de avaliar a base nasal (Figura 6-1 S). A base tação mínima da ponta, uma columela curta e
nasal consiste em estruturas pares e ímpares. A uma base alar larga.23 Contudo, o termo "latino"
columela encontra-se na porção central e con- inclui um grupo de d iversidade étnica significati-
tém os ramos mediais das cartilagens laterais va. Nos EUA, considerando a miscigenação cul-
inferiores. A base nasal deve ter a configuração tural que é peculiar ao país, o típico nariz latino
aproximada de um triângulo equilátero e a na- não está necessariamente associado a todos os
rina deve ter mais ou menos 50 a 60º em rela- pacientes latinos. Daniel descreveu suas observa-
ção à linha vertical que cruza a columela. Ela ções da diversidade latina em um consultório da
é delimitada pelos triângulos moles na porção Califórnia e descobriu que o nariz latino apre-
anterior, pelas paredes laterais, pelas bases ala- senta um contínuo entre o nariz caucasiano e
res e pelo assoalho da narina. Os triângulos mo-
aquele do mestiço ou nariz caribenho. Portanto,
les localizam-se na porção anterior aos ramos
o tratamento deve ser personalizado, levando em
médios e são compostos por pele externamente ,
conta o paciente e seus deseios.
, 24
em oposição à mucosa internamente. Eles não
contêm elementos cartilaginosos. O assoalho da Nariz médio-oriental: A rinoplastia é uma ci-
narina estende-se da porção terminal da borda rurgia popular entre pacientes do Oriente Mé-
alar na junção da face até a columela. Ele pode dio e é importante entender as nuances do nariz
ser plano ou enrugado. O formato das narinas é médio-oriental. O dorso tende a ser largo, com
bastante variável e geralmente assimétrico. Sua uma giba dorsal, e a raiz é geralmente alta e su-
orientação é amplamente oblíqua, mas pode ser perficial. A ponta tende a ser indefinida e sem
mais horizontal ou vertical. A relação ideal entre projeção. A ponta caída é comum entre esses pa-
narina e lóbulo inferior deve variar de 60:40 a cientes. Uma pele sebácea espessa recobre essa
55:45. 20 O ponto mais largo entre as bordas ala- anatomia, tornando a rinoplastia do nariz no
res em geral é de muitos milímetros superior e Oriente Médio um grande desafio.25
lateralmente à extensão lateral da prega do asso- • De forma semelhante, os narizes masculinos e fe -
alho nasal. A la rgura da base alar deve ser mais mininos possuem diferenças normativas.
24 PETERj . T AUB E STEPHEN 8 . B AKER

- O násio em mulheres deve ser mais baixo e mais • Após o exame d ireto e com fotografias, o primeiro
superficial do que nos homens. passo é desenvolver um lista de problemas que de-
- O dorso nas mulheres deve ser reto ou ligei- vem ser priorizados. O segundo passo é colar uma
ramente mais baixo que uma linha traçada da folha de acetato transparente (adquirida em qual-
ponta nasal até a ra iz. quer fornecedor de materiais dentários ou loja de
- A inflexão supra-apical (supratip break) é dese- arte) sobre as fotos do paciente e marcar a lápis as
jada no nariz feminino, mas pode feminilizar o d imensões nasais ideais ou desejadas. Por fim, com
nariz masculino caso seja exagerado. base nos objetivos cirúrgicos e habilidades do ci-
- As mulheres toleram uma base nasal e distância r urgião, estabelecer um plano de cirurgia. Pode ser
interalar mais estreitas .
17 útil realizar a cir urgia menta lmente e registra r os
• Deve-se fotografar todos os pacientes antes da passos sequencia lmente em uma folha de papel que
cirurgia. As imagens bidimensionais permitem re- possa ser levada para a sala de cir urgia e colocada
fletir logicamente sobre a estética facia l e em geral junto às fotos. Esse plano cirúrgico então poderá
identificam preocupações que não são observadas ser verificado durante a cirurgia para garantir que
imediatamente no exame físico. Seis visões-padrão nenhum passo seja negligenciado. O sequencia-
devem ser obtidas para todos os pacientes: uma vi- mento pré-operatório também aumenta a eficiên-
são frontal quadrada, duas visões oblíquas opostas, cia da cirurgia, permitindo que todos os envolvi-
duas visões latera is opostas e uma visão inferior, dos na cirurgia saibam quais são os passos a seguir
colocando-se a ponta nasal entre as sobrancelhas e tenham os materiais adequados disponíveis em
para uma comparação padrão (Figuras 6-1 a 6-6). tempo hábil. Para os cirurgiões mais inexperientes,
É importante utilizar iluminação padronizada, dis- um plano cirúrgico conservador deve ser escolh ido.
tância objeto-filme e configurações da câmera.26 Devem-se eliminar procedimentos inatingíveis, não
Em câmeras SLR digitais avançadas, podem ser fei- realistas ou indesejáveis.
tos ajustes para criar uma relação 1:1 e compensar • A rinoplastia em pacientes masculinos é comum,
alguma variação usando software digital de quarto já que os homens também querem melhorar a apa-
escuro como Adobe LightroomTM(Adobe Systems rência ou função do nariz. Enquanto as mulheres
Incorporated, San Jose, CA). são mais abertas em relação à cir urgia plástica, os
• As imagens digitais e morpbing podem ser úteis para homens tendem a ser mais reservados. De forma se-
auxiliar o paciente a compreender suas preocupa- melhante às mulheres, os homens podem reclamar
ções e objetivos. É bastante comum a imagem bidi- de insatisfação com a aparência de seu nariz. Eles
mensional permitir ao cirurgião identificar anorma- podem querer alterar o tamanho ou formato de um
lidades estéticas que pareciam menos evidentes no ou mais componentes-chave. Os homens também
exame físico. O paciente deve ser informado de que apresentam problemas respiratórios (p. ex., ron-
uma imagem computadorizada transformada não é co) associados com seu nariz. Não obstante a se-
garantia do resultado, mas sim uma imagem com melhança das técnicas, os objetivos da rinoplastia
o objetivo de mostrar que o paciente e o cirurgião nos homens são diferentes. O acrônimo "SIMON"
têm os mesmos objetivos em mente. Não se deve (solteiro, imaturo, masculino, obcecado, narcisis-
prosseguir com a cirurgia a menos que o cir urgião ta ) tem sido usado para denotar sinais indicativos
sinta-se confiante e que os objetivos do paciente de pacientes do sexo masculino difíceis.17 Se esses
sejam entendidos claramente, podendo ser obtidos sinais estiverem presentes, deve-se considerar uma
de forma realista. Se após essas técnicas o paciente consulta com um psiquiatra.
não conseguir expressar claramente o que gostaria • O cirurgião deve sempre estar atento a pacientes
de mudar, é aconselhável não aceitar tratá-lo. O ci- com transtorno dismórfico corporal (TDC). Antes
rurgião jamais terá sucesso corrigindo algo que o de considerar uma correção cir úrgica, o cirurgião
paciente não consegue identificar. Historicamente, deve ser capaz de identificar o problema com o
havia um receio de que uma imagem digita l levaria qual o paciente está preocupado e sentir-se apto a
a um maior número de processos por erro médico, tratá -lo de forma segura. Os pacientes preocupa-
porque o paciente não recebia o resultado "garan- dos excessivamente com um problema, que o cirur-
tido"; entretanto, esses receios não têm respaldo.27 gião não consegue reconhecer, podem apresentar
Na verdade, alguns cirurgiões experientes acreditam elementos de TDC. Esses pacientes geralmente não
que o morpbing digital tradicional possa reduzir as ficam satisfeitos com os resultados pós-operatórios
expectativas do paciente e levar a uma maior satis- ou podem focar em outra preocupação, que pode
fação com o resultado real.28 ou não estar baseada em fatos.
RINOPLASTIA 25

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CAPÍTULO 7 Planejamento do
tratamento: função nasal

• Função nasal: Por inúmeras razões, respirar pelo pulmonar. Aumentos crônicos na resistência vascu-
nariz é mais benéfico do que respirar pela boca. A lar levam à hipertensão pulmonar. Na expiração,
umidificação ocorre à medida que o ar passa do o ar sai pelo nariz, cruzando uma área transversal
nariz para os pulmões. Na verdade, 90o/o da umi- menor, que cria pressão de retorno na árvore respi-
dificação ocorre antes de o ar atingir os pulmões ratória. Isso mantém os alvéolos terminais abertos
através dos cometes (Figuras 7-1 e 7-2 ). O ar pode por mais tempo, levando a uma troca gasosa mais
ser aquecido até 25 a 30ºC durante a inspiração longa. A perda muito rápida de dióxido de carbo-
e o nariz tem um grande papel na termorregula- no, como ocorre na hiperventilação, altera o pH
, 4
ção.1'2 A filtragem de material particulado ocorre sangu1neo.
nas vibrissas nasais, no interior das narinas, onde • Ciclo nasal: Normalmente, há um aumento cícli-
grandes partículas podem ficar presas. A colisão co e contração da mucosa nasal que ora ocorre em
um processo pelo qual partículas menores são fil- uma narina, ora em outra: quando um lado apre-
tradas, e as áreas onde isso ocorre são a válvula senta ingurgitamento, o outro contrai-se. Esse ciclo
nasal interna e a nasofaringe posterior. O sistema pode levar entre 1 e 5 h e sua finalidade é desco-
mucociliar também tem um papel muito importan- nhecida.'
te na filtragem de material particulado. 3 • História: Muitos fatores são considerados na eluci-
• Fisiologia do nariz: Quando respira-se pelo nariz, o dação da etiologia de sintomas de obstrução nasal:
ritmo regular do ciclo respiratório é mantido. Estí- duração, frequência, lateralidade e sazonalidade.
mulos aferentes a partir das terminações nervosas Deve-se questionar o paciente sobre possível his-
do nariz fazem o percurso até o cérebro para con- tória de traumatismo, alergias e medicamentos. Os
trolar o ritmo e a taxa de respiração. Além disso, sintomas sazonais ou geográficos são típicos de
o cérebro sente o efluxo de dióxido de carbono e um transtorno cujo melhor tratamento é médico.
responde por meio da manutenção de um tom nor- A obstrução apenas na inspiração profunda ou na
mal na vasculatura pulmonar e por uma produção respiração pesada é característica de um colapso
normal de muco. A respiração bucal desvia dessas da válvula nasal interna, enquanto uma obstrução
terminações nervosas, afetando o ciclo respiratório constante indica uma obstrução mecânica fixa,
e estimulando o cérebro a produzir maiores quanti- como o aumento no tamanho do corneto ou o des-
dades de muco, aumentando a resistência vascula r vio do septo.
RINOPL.ASTIA 27

Concha nasal superior

Concha nasal média ---,{-;-:.....:.:~~7-:l

Cartilagem lateral inferior

Nasofannge - - - ,-Hr-

Figura 7-1 Anatom ia da parede nasal lateral.

Célula aérea etmoidal -----r.

Concha nasal média

- - Septo
Seio maxilar
1 - - - Concha nasal inferior

Palato duro

Figura 7-2 Secção transversal da cavidade nasal.


28 P ETERj. TAUB E ST EPHEN 8. BAKER

• Exame externo: O exame da morfologia nasal mostrar se essas válvulas permanecem aberras
pode revela r possíveis fontes de obstrução do fluxo ou entram em colapso na inspiração, indicando
de ar. o grau em que as cartilagens laterais inferiores
- As cartilagens laterais inferiores fornecem sus- provêm sustentação alar adequada.
tentação às bordas ala res e servem para manter - A manobra de Cottle é um teste adicional para
as válvulas nasais externas abertas (Figura 7-3). identificar o comprometimento da válvula na-
Quaisquer anormalidades ou colapso dessa vál- sal interna (Figura 7-4). Pede-se ao paciente para
vula nasal externa, durante a inspiração, devem inspirar e expirar pelo nariz enquanto uma das
ser observadas e avaliadas. Deve-se observar a narinas fica fechada . Essa respiração é feita com
posição estática do septo, vista de baixo para e sem tração lateral na bochecha. Qualquer d i-
cima. O desvio caudal pode ser percebido pela ferença na facilidade de respiração é verificada,
visualização da extremidade caudal do septo no e uma melhora "significativa" na respiração é
interior de qualquer uma das narinas. O desvio tida como um teste positivo. Gruber e colabora-
nasal na visualização frontal também pode indi- dores relataram maior precisão no diagnóstico
car desvio obstrutivo do septo. do comprometimento da válvula nasal, usando
- A pele sobre a válvula nasal interna também deve fitas d isponíveis no mercado para afastar isola-
ser avaliada com e sem inspiração profunda. A damente as cartilagens laterais superiores e in-
incursão medial dessa pele pode indicar colapso feriores, para avaliar separadamente .as válvulas
da válvula interna. Uma simples observação deve •
internas •
e externas, respectivamente.•
R IN OPLASTIA 29

Cavidade nasal externa


Ramo medial

Cartilagem lateral inferior

Ramo lateral

Cartilagem lateral
superior

Cartilagem do -!----'-" - --
septo nasal

Tecido fibroadiposo Espinha nasal anterior da maxila


Figura 7-3 Base nasal vista de baixo para c ima (visão inferior).

Manobra de Cottle

Figura 7-4 M anobra de Coctle para identificar o colapso da válvu la interna.


30 P ETERj. TAUB E ST EPHEN 8. BAKER

• Exame intranasal: Usando um espéculo nasal e • Alguns cirurgiões rotineiramente medem o fluxo
iluminação adequada, a anatomia interna do na- de ar e pressão nasais durante a respiração no pré-
riz deve ser sempre avaliada. Isso deve ocorrer e pós-operatório pela rinomanometria. Esta serve
antes e depois do uso de um vasoconstritor, como para quantificar a resistência existente e a melho-
a oximetazolina. A presença de tecido cicatricial, ra após a cirurgia. Pacientes sintomáticos geral-
formação de membranas ou estreitamento deve mente apresentam valores acima de 0,3 Pa/mL/s.6
ser identificada, pois pode afetar o fluxo aéreo na A rinomanometria ativa mede o fluxo e a resis-
válvula nasal externa ou interna. O ângulo que as tência do ciclo respiratório normal.7 Amostras de
cartilagens laterais superiores formam com o septo dados são obtidas a partir de um sensor inseri-
também deve ser verificado (Figura 7-5). Um ângu- do no interior do vestíbulo nasal, na nasofarin-
lo de 15° ou mais é tido como adequado para fluxo ge ou na orofaringe. A rinometria acústica é um
de ar não obstruído. O exame do paciente durante tipo mais recente de rinometria não invasiva que
a inspiração pode fornecer evidências adicionais de mede o fluxo de ar com base em reflexos acús-
uma função comprometida. ticos. 8 Em geral, pode haver obstrução nasa l em
- A posição do septo mais central deve ser veri- consequência de hipertrofia da mucosa, alteração
ficada, tomando cuidado para descrever quais- da anatomia nasal ou uma combinação de ambas.
quer defeitos ou deformidade. As deformidades Uma obstrução causada pela mucosa é sugerida
do septo podem estar no plano anteroposterior, pela diminuição da resistência após o uso de um
no plano sagital ou em ambos. A borda caudal descongestionante nasal.
pode estar localizada no centro da espinha nasal
anterior ou lateral a ela. A margem caudal pode
ser palpada pela pele columelar sobrejacente REFERÊNCIAS
e pelo tecido mole. Um cotonete é usado para 1. Ballenger JJ. Symposium: The nose versus the environment.
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suficiente para coleta do enxerto. A presença, o 2. Weiner JS. Nose shape and climate. Am J Phys Anthropol.
tamanho e a localização de quaisquer perfura- 1954;12(4) :615- 618.
ções no septo também devem ser documentadas. 3. Howard B, Rohrich R. Understanding the nasal airway:
- Os cornetas comprometem um grande volume Principies and practice. Plast Reconst,r Surg. 2002;
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da área superficial da mucosa nasal e desempe-
4. Cottle MH. Nasal breathing pressures and cardiopulmo-
nham um importante papel na respiração. Exis-
nary illness. Eye Ear Nose Throat Mon. 1972;51(9): 331-
tem três cornetas no plano superior-inferior. O 340.
corneto inferior é o mais visível no exame do
5. Gruber RP, Lin AY, Richards T. A predictive test and clas-
vestíbulo, sendo o principal responsável pela al- sification for valvular nasal obstruction using nasal strips.
teração do fluxo de ar nasal. Os cornetas médio Plast Reconstr Surg. 2010 Jul;126(1):143-145.
e superior são mais difíceis de visualizar. 6. Bailey B, ed. Nasal function and evaluation, nasal obstruc-
• O edema dos cometes nasais, em razão de alergia rion. ln: Head and Neck Surgery: Otolaryngology. 2nd ed.
ou exposição a irritantes ambientais, pode levar ao New York, NY: Lippincott-Raven; 1998:335- 344,376,
bloqueio das vias aéreas. O tratamento da causa 380- 390.
subjacente pode reduzir o edema, mas em geral, 7. Kerr A, ed . Rhinology. ln: Scott-Brown's Otolaryngology.
medidas mais drásticas são indicadas. Normalmen- 6th ed. Oxford: Butterworth-Heinemann; 1997. Active
te, como os cornetas são essenciais para a respi- 8. Grymer LF. Reduction rhinoplasty and nasal patency:
ração, apenas pequenas quantidades de tecido dos Change in the cross seccional area of the nose evaluated by
cometes devem ser removidas. acoustic rhinometry. Laryngoscope. 1995; 105 :4 29.
R INOPLASTIA 31

Cúpula nasal interna

Cartilagem
lateral superior

Septo nasal

Tecido
fibroso

Palato duro da maxila


Figura 7-5 Cavidade nasal ao nível da válvula nasal interna mostrada acima.
CAPÍTULO 8 Preparação cirúrgica

• A rinoplastia é melhor realizada na posição su pina solução vasoconstritora, uma seringa de 10 mL com
ou com a cabeça para cima em um leito de sala de ci- lidocaína 1 % com 1/100.000 de adrenalina e uma agu-
rurgia ou em uma cadeira cirúrgica flexionada . Uma lha de calibre 25 de 1 polegada e meia. O espéculo é
almofada redonda é colocada no occiptal para apoiar usado para confirmar os achados pré-operatórios do
a cabeça e um rolo é colocado transversalmente atrás exame intranasal.
dos ombros, para estender o pescoço suavemente. Os • Os pelos do nariz são a parados com tesoura (ou com
braços ficam ao lado do corpo com uma proteção sob um bisturi nº15) para melhorar a visualização e evitar
os cotovelos para evitar lesão no nervo ulnar devido à que fiquem presos no interior das incisões. Os vestíbu-
compressão prolongada. los são preparados com uma solução ant imicrobiana,
• A iluminação é de extrema importância, já que certas como a solução de iodo diluído. A lidocaína com adre-
estruturas podem ficar escondidas na sombra debaixo nalina é injetada na columela, paredes nasais laterais,
do tecido mole sobrejacente. Luzes sobre a mesa de ci- dorso, ponta, dentro do nariz e no septo, em caso de
rurgia geralmente são insuficientes, por isso recomen- necessitar uma septoplastia. É importante injetar antes
da-se usar um fotóforo. Isso permite que o cirurgião da preparação cirúrgica e da colocação de campos es-
direcione um feixe de luz sobre a área de trabalho. Os téreis para que a adrenalina tenha surtido efeito total
aparelhos de sucção/irrigação com iluminação embu- antes da incisão. Os autores normalmente injetam em
tida na ponta também podem ser úteis. torno de 8 a 1O mL. Imediatamente após a injeção, o
• A anestesia para a rinoplastia é determinada de acordo nariz terá aparência amorfa, mas quando a preparação
com a preferência do cirurgião, bem como com a ne- e o posicionamento estiverem completas, o fluido terá
cessidade de procedimentos auxiliares. A anestesia local sido absorvido e redistribuído, fazendo o nariz retornar
com ou sem sedação intravenosa pode ser perfeitamente à sua anatomia normal. As narinas são preenchidas com
adequada para muitos pacientes e pode ser administra- tampões de algodão embebidos em agente vasoconstri-
da de forma segura. Esse tipo de anestesia é geralmente tot Uma solução de 4 % de cocaína• pode ser usada de
indicado para modificação de tecidos moles, mas não forma segura na maioria dos casos. Os tampões são dei-
para osteotomias. O propofol intravenoso pode ser usa- xados nas narinas por 7 a 1 O minutos e removidos no
do e dosado em um nível de sedação adequado, ou seja, início do procedimento. Pode ser útil cortar os barban-
sem perder a respiração espontânea. Muitos pacientes tes presos aos tampões, para que não sejam removidos
e cirurgiões preferem a anestesia geral, pois ela mini- acidentalmente durante a preparação. Se a solução de
miza a sensação do paciente durante o procedimento cocaína não estiver disponível ou não se queira utilizá-
e permite ao anestesiologista controlar de forma segu- -la, pode-se usar oximetazolina como substituto. A in-
ra a pressão arterial do paciente, reduzindo a perda de jeção adicional de uma solução anestésica/vasoconstri-
sangue. Se houver a possibilidade de sangrarnento, uma tora também é recomendada caso haja necessidade de
via aérea protegida é vantajosa, pois reduz o risco de manipulação do septo. A hidrodissecção da mucosa do
laringospasmo. O paciente sedado respira espontanea- septo a partir da cartilagem é realizada com uma seringa
mente e o reflexo de tosse protetora é mitigado. Se o e com uma agulha de calibre 25 imediatamente antes da
sangue ou irrigação chegar às pregas vocais, pode haver dissecção.
indução de laringospasmo, produzindo uma emergência • Ao redor dos tampões, a face é preparada com uma
nas vias aéreas. Com uma via aérea segura, essa possível solução padrão, como iodo povidona ou clorexidina.
complicação pode ser evitada. A necessidade de retirar Deve-se tomar cuidado para evitar a queratite de ex-
eventual osso ou cartilagem de um local remoto, como posição com lubrificação oftalmológica segura antes
calota craniana ou costela, também faz a anestesia geral da preparação, evitando acúmulo de líquido em torno
ser uma preferência. Se a anestesia geral for escolhida, dos olhos. Se a cavidade oral não precisar ser manuse-
o tubo endotraqueal (TET) ou a máscara laríngea em ada, ela pode ser isolada do campo cirúrgico com um
via aérea (MLVA) é preso(a) com fita adesiva para que curativo transparente esterilizado. Geralmente, prote-
não interfira na exposição da ponta ou osteotomias. Um ções esclerais não são necessárias na rinoplastia. Um
TET ou MLVA preso no canto da boca pode puxar a micropore pequeno cortado ao meio mantém os olhos
comissura oral e, consequentemente, a ponta nasal, re- fechados, permitindo acesso ao nariz medial para ava-
sultando em desvio da ponta, que pode atrapalhar o ci- liação clínica e acesso de osteotomia. Se houver inten-
rurgião enquanto ele avalia a simetria da ponta. ção de se usar um enxerto do osso craniano, toda a
• Além de configurar os instrumentos cirúrgicos sobre cabeça precisa ser preparada e a área sobre a incisão
uma mesa esterilizada maior, é preciso utilizar uma pe- proposta deve ser infiltrada. Se houver necessidade de
quena mesa de preparação. Esta deve incluir um espé-
culo, tesouras pequenas, Bacitracin, bem como solução • N. de R.T. Comumente usada nos EUA. N o Brasil, geralmente
antimicrobiana, tampões de algodão embebidos em utiliza-se nafazolina 1 % .
RINOPLASTIA 33

enxertos de osso/cartilagem costal, uma área separada ser realizada com a osteotomia controlada dos os-
sobre o peito precisa ser preparada e infiltrada. sos nasais. O formão de Rubin pode ser usado para
• Diferentemente de outros procedimentos, os instrumen- evitar uma redução óssea desigual.
tos usados na rinoplastia são altamente especializados e - Osteótomos nasais:• Os osteótomos nasais clássicos
desenvolvidos par a manobras cirúrgicas específicas. vêm em um jogo: lado direito e lado esquerdo. Cada
Espéculo nasal: Diferentes tamanhos devem estar um deles é curvado para auxiliar na osteotomia de
disponíveis para examinar o nariz sob anestesia no posição baixa à média ou alta. Dependendo do fabri-
início do procedimento e permitir a retração do te- cante, um lado do sulco é afiado e o outro é cego. A
cido mole durante o procedimento. intenção disso é minimizar o traumatismo da pele, já
Bisturis n°11 e n°15. que a borda principal segue na direção superior, ao
Tesoura de íris:• Úteis para a dissecção das carrila - longo da maxila. Geralmente, a lesão não deslocada
gens laterais inferiores e excisão da porção cefálica da mucosa interna cicatriza sem sequelas.
para redução de volume e definição da ponta. Osteótomo simétrico com protetor para reduções
Afastador duplo delicado: Útil para separar os maiores do dorso ósseo.
ramos mediais das cartilagens laterais inferiores e O material de sutura depende muito da preferência
manipular o septo caudal. pessoal. Alguns preferem material absorvível, já que
Afastador de bola dupla e de gancho duplo grande: a sutura desa parece com o tempo e está menos pro-
Útil quando colocado na borda nasal para a ex- pensa a uma possível "expulsão". Outros preferem
material não absorvível, como náilon transparente
posição da mucosa nasal distal, para identificar o
trajeto da incisão intranasal. ou Prolene, que conferem sustentação a longo prazo
e podem ser palpáveis ou levar a granulomas de su-
- Elevador de Cottle: Instrumento longo e estreito com
tura. Para enxertos de cartilagem, a sutura 5-0 PDS
pá circular pequena, com pontas afiadas em uma ex-
oferece boa sustentação a longo prazo, mas acaba
tremidade. É usado para dissecar a mucosa ou peri-
sendo reabsorvida, reduzindo a incidência de com-
côndrio ou periósteo da cartilagem ou osso. O eixo é plicações relacionadas com a sutura. Suturas 4-0 e
marcado em incrementas de 1 cm para que possa ser
5-0 são adequadas para cartilagens. As incisões da
usado na medição de certas profundidades. borda podem ser fechadas com catgut cromado 5-0 e
Afastador Aufricht: Afastador angulado de largura a columela pode ser fechada com Vicryl 5-0 e náilon
adequada para exposição do dorso nasal ósseo e 6-0 para tecido subcutâneo e pele, respectivamente.
cartilaginoso. Na exposição do dorso, notar que as
A placa flexível de PDS (Mentor Worldwide LLCJ é
estruturas adjacentes são deslocadas. um material novo feito de polidioxanona, um ma-
Elevador de Goldman: Elevador grosso e reto com terial reabsorvível degradado por hidrólise e absor-
pontas cegas usado para fraturar os ossos nasais. vido pelo corpo. A polidioxanona vem sendo usada
Elevador de Freer: Instrumento pequeno e fino usado há anos para defeitos ósseos.' Esse material encon-
para elevar o periósteo a partir do osso subj acente. tra-se atualmente disponível como placa flexível em
Pinça de Brown-Adson: Fórceps de dentes peque- diferentes espessuras: 0,15, 0,25 e 0,5 mm. As lâmi-
nos para manuseio de cartilagem, pois dentes múl- nas mais finas são úteis, pois servem como suporte
tiplos e pequenos minimizam grandes perfurações. para unir pequenas estacas de cartilagem em uma
Bisturi Ballinger (lâmina basculante): Usado para estaca maior. As lâminas mais espessas possuem
excisão das porções centrais da cartilagem do septo rigidez suficiente para endireitar cartilagens defor-
após a mucosa ser elevada a partir de um dos lados madas, reforçar cartilagens fracas ou serem usadas
do septo. A lâmina faz o contato entre o canto caudal como enxerto de extensão do septo para auxiliar no
e superior da porção da cart ilagem a ser ressecada; posicionamento da ponta, podendo ser reforçadas
empurrando-se o cabo na direção posterior (preser- com suturas de ponta e enxertos adicionais.
vando 1 cm do septo dorsal), atinge a extremidade • Dicas:
anterior do etmoide; mudando a direção da lâmina, A preparação para rinoplastia utiliza instrumentos
faz-se uma pressão inferior sobre o cabo e, finalmen- exclusivos, e cada cirurgião terá uma configuração
te, puxa-se a lâmina na direção anterior ao longo do pessoal. É útil ter uma fotografia plastificada da
vômer, para cortar a extremidade inferior remanes- configuração do instrumento para as enfermeiras
cente do septo e colocar o material de enxerto. consultarem, a fim de garantir que todos os instru-
Raspas: Instrumentos com ponta dentada dispo- mentos estejam disponíveis e configurados da for-
nível em diversos modelos. Raspas de empuxo e ma desejada. Isso vale tanto para a mesa principal
tração•• agem como seu próprio nome indica. As como para a mesa de preparação auxiliar.
últimas raspam o osso a partir de uma estrutura fixa
(p. ex., dorso ósseo) ao serem empurradas através
da superfície. As primeiras apenas funcionam na REFER.~ NCIA
direção de empuxo. Uma redução suave ou mode- 1. Hollinger JO, Battistone GC. Biodegradable bone repair
rada é melhor realizada com uma raspa para evitar materiais: Synthetic polymers and cerainics. C/in Orthop
uma redução excessiva. Uma redução maior pode Relat Res. 1986;207:290.
• N . de R.T. Normalmente utiliza-se a tesoura de converse. • N. de R.T. Existem também ostc6tomos retos finos para fratura
•• N. de R.T. Chamadas de raspas de dupla ação. externa, a qual não causa lesão de mucosa.
CAPÍTULO 9 Abordagens básicas

• O cirurgião destro deve ficar do lado direito da até a porção vertical ao longo da junção mu-
mesa de cirurgia para facilitar o manuseio das na - cocutânea atrás dela (Figu ra 9-3). Isso ajuda a
rinas direita e esquerda com a cabeça em uma po- manter a integridade da columela, minimizando
sição neutra ou suavemente virada de um lado a a contratura e a visibilidade da cicatr iz. É útil
outro. marcar esse ângulo de 90º para assegurar sua
• Abordagem aberta: A rinoplastia aberta consiste precisão.
na exposição das estruturas subcutâneas pela in- - A fim de permitir a exposição adequada, as in -
cisão da pele através da columela, continuando cisões da mucosa ao longo das bordas mediais
a incisão ao longo da junção mucocutânea atrás da columela precisam ser estendidas ao redor
da columela, para cima atrás dos triângulos mo- das bordas alares das narinas. Isso costuma
les e, então, ao redor da extremidade caudal das ocorrer ao nível do aspecto inferior do ramo
cartilagens laterais inferiores. Na técnica descrita, a lateral da cartilagem lateral inferior, mas pode
cobertura nasal inteira é elevada para que as mano- ser realizada em diferentes níveis (Figura 9-4).
bras específicas possam ser realizadas para reestru- A posição dessa incisão está associada às carti-
turar e remodelar o nariz. lagens laterais inferiores subjacentes. A incisão
- A escolha de incisão através da columela é feita mais comum é a incisão da borda,• paralela à
com base na preferência, e a incisão ocorre na borda inferior do ramo lateral da cartilagem la -
porção mais estreita . Alguns cirurgiões preferem tera! infer ior. É importante notar que essa inci-
uma incisão escalonada (Figura 9-1 ), enquanto são segue a cartilagem lateral infer ior, portanto,
outros preferem uma incisão em formato de asa ela deve prosseguir no sentido da cabeça (dis-
de gaivota (Figura 9-2). Em geral se evita uma tante da extremidade da narina), já que prosse-
linha reta, pois a cicatriz normalmente fica mais gue lateralmente. Essa direção superolateral da
visível. Um bist uri n°15 é usado para as porções cartilagem lateral inferior pode ser vista como
horizontais da incisão e pode ser usado para uma crista através da pele vestibula r. As incisões
toda a incisão. A ponta pontiaguda de um bis- feitas no interior da cartilagem lateral inferior
t ur i nº l 1 geralmente é prefer ível para a porção ("incisões inrracartilaginosas"), paralelas a esse
vertical, com a incisão feita com um movimento eixo principal, ou ao longo da borda superior da
de punhalada controlado. Deve-se tomar cui- cartilagem lateral inferior, logo at rás da borda
dado para não danificar os ramos mediais sub- inferior da cartilagem lateral superior ("incisões
jacentes das cartilagens laterais inferiores. Eles intercartilaginosas"), são utilizadas quando uma
geralmente estão próximos à superfície da pele e técnica fechada é escolhida.
sujeitos à lesão durante a incisão da pele.
- É importante criar uma transição de 90" da por-
ção horizontal da incisão através da columela • N . de R.T. Chamada de incisão marginal.
R INOPLASTIA 35

Figura 9-1 Incisão escalonada através da colu- Figura 9-2 Incisão em formato de asa de gaivota.
mela.

Figura 9-3 Transição anterior a lateral da incisão da columela.

Figura 9-4 Porção da borda alar da incisão ao longo da margem inferior da


cartilagem lateral inferior.
36 P ETERj. TAUB E ST EPHEN 8. BAKER

- Assim que as incisões são feitas, utiliza-se uma d issecção de tecido mole deve ser realizada di-
tesoura de íris* afiada por debaixo da incisão retamente na superfície da cartilagem e todo o
columelar, da direita para a esquerda, em um tecido mole deve ser elevado a partir dela. Esse
plano entre a cartilagem subjacente e o tecido plano facilita um campo cirúrgico seco e mini-
subcutâneo. Coloca-se um dedo protegido por miza a ocorrência de hematomas no pós-opera-
luva sobre a pele da columela e, apalpando a tório. O tecido mole entre as cartilagens laterais
ponta da tesoura, à medida que ela cruza de um inferiores é excisado à medida que a dissecção
lado a outro, se determinará a profundidade prossegue em direção à ponta nasal.
correta, pois a tesoura será palpável debaixo da - Ao usar um gancho com dois dentes* e um dedo
pele se for mantida superficialmente à cartila- para everter a pele, o excesso de tecido fibroa-
gem. Ao abrir as pontas da tesoura suavemente, diposo pode ser removido da ponta, se neces-
obtém-se o plano correto. As pontas da tesou- sário. Deve-se tomar cuidado para não danificar
ra devem sair pelo lado esquerdo da columela o plexo subdérmico; um cautério leve deve ser
na incisão vertical já feita com o bisturi (Figura usado para controlar o sangramento, protegen-
9-5). A pele é então cortada completamente com do a pele sobrejacente. Um cautério com ponta
a tesoura, protegendo a cartilagem abaixo e re- de agulha regulado entre 1Oe 15 funciona bem.
traída na porção superior. - A d issecção do dorso é frequentemente realizada
- Deve-se tomar cuidado para não prender a com tesoura, mantendo as pontas sobre o septo
ponta fina da columela, e sim, retraí-la com um dorsal na porção caudal e os ossos nasais à me-
gancho d uplo delicado à medida que os tecidos d ida que o cirurgião avança em direção à gla-
moles subjacentes são divididos. O plano acima bela. Os tecidos moles são elevados a partir das
das cartilagens laterais inferiores é identificado estruturas de sustentação do dorso, devendo-se
e percorrido na porção superior até a ponta. evitar a dissecção lateral em excesso se houver a
Colocando as pontas da tesoura diretamente necessidade de osteotomias. Deve-se deixar al-
sobre a superfície das cartilagens e afastando-as guma inserção dos tecidos moles nos ossos a fim
suavemente, os tecidos moles irão determinar o de mantê-los no lugar após a fratura. Um osso
plano correto, que fica logo acima do pericõn- nasal livremente dissecado corre maior risco de
drio (Figura 9-6). Lateralmente, a dissecção pode mau posicionamento após a fratura.
ser iniciada colocando as pontas de uma tesou- - Uma vez totalmente liberado, um afastador Au-
ra de íris curva perpendicular à linha de incisão fricht pode ser inserido no espaço sobre o dorso
e abrindo-a suavemente. Uma ponta deve ficar para obter exposição às estruturas da linha mé-
logo abaixo da extremidade caudal da cartila- dia. Um gancho duplo largo pode ser colocado
gem lateral inferior; e a outra, na extremidade embaixo dos triângulos moles e empurrado na
oposta da incisão. Essa manobra deve facilitar a porção inferior, para conferir maior exposição.
entrada no plano adequado de dissecção. A cor • Técnica fechada ("endonasa/"): A técnica endo-
branca das cartilagens laterais inferiores deve nasal deve abranger as mesmas estruturas e áreas
estar bem visível. Os ramos médios e laterais anatômicas de interesse que a técnica aberta. Ela
normalmente são mais densos que os ramos me- deve permitir a exposição do dorso e das cartila-
diais, facilitando a identificação (Figura 9-7). A gens nasais. Também deve permitir a exposição e

• N. de R.T. Pode utilizar-se também a tesoura de converse. • N . de R.T. Chamado de gancho duplo.
RINOPLASTIA 37

Figura 9-5 Tesoura de íris fi na sob a pele e sobre as cartilagens


laterais inferiores.

Figura 9-6 Elevação do tecido mole a partir do pericôndrio da cartila-


gem lateral inferior.

Figura 9-7 Exposição da ponta nasal acima das cartilagens laterais in-
ferio res.
38 P ETERj. TAUB E ST EPHEN 8. BAKER

manipulação da cartilagem do septo ou para re- da cartilagem lateral inferior (Figura 9-1O). Eles
construção ou coleta. podem ser colocados fora do invólucro da pele
- Uma incisão transfixante é realizada através da para melhor visualização e fácil manipulação.
mucosa nasal, caudal ao septo nasal, dentro do As porções das cartilagens laterais inferiores
vestíbulo nasal (Figura 9-8). Se não houver ne- podem ser ressecadas e suturas podem ser fei-
cessidade de remodelar a ponta, pode-se usar tas - dentro de cada cartilagem e entre as duas
uma incisão hemitransfixante, que poupa a mu- cartilagens - , para alterar o formato e forma da
cosa nasal oposta e expõe apenas o septo. ponta nasal (Figura 9-1 1).*
- As porções externas do nariz são desenluvadas - Uma incisão intracartilaginosa também pode ser
com incisões infra• e intercartilaginosas bilate- usada para realizar uma redução fechada das
rais, em torno dos ramos laterais das cartilagens porções cefálicas das cartilagens laterais infe-
laterais inferiores. Elas são estendidas medial- riores. Com uma agulha de calibre 25 e azul de
mente acima da válvula nasal e ao redor do ân- metileno, a incisão proposta pode ser marcada.
gulo do septo para atingir a extensão superior A agulha é inserida através da pele da borda alar
da(s) incisão(ões) transfixante(s). e dentro da narina, 6 a 8 mm acima da borda
- Por meio dessas incisões, o tecido mole sobre o inferior da cartilagem, tomando-se cuidado para
dorso e cartilagens laterais superiores pode ser deixar cartilagem suficiente para a sustentação
dissecado em um plano subpericondral com da borda. Inserida na pele, cartilagem e muco-
uma tesoura (Figura 9-9). Para separar o dorso sa, a agulha é embebida no corante e retirada
em suas partes componentes, pode-se usar um do nariz. Isso também é feito ao longo da borda
bisturi para dividir a mucosa e as cartilagens alar, até que vários pontos tenham sido atingi-
laterais superiores do septo. Todavia, a cicatri- dos ao longo da mucosa. A incisão proposta é
zação pode resultar em feridas e constrição da vista ao longo da mucosa nasal interna e finali-
válvula nasal interna. Portanto, deve-se optar zada com um bisturi inserido através da mucosa
pela preservação da mucosa. As estruturas dor- e da cartilagem, parando antes de atingir a pele.
sais, uma vez livres, podem ser removidas juntas A retração e a proteção podem ser obtidas se
ou separadas acima da mucosa. for colocado um gancho duplo na extremidade
- Para manipular a ponta nasal, as incisões infra- da borda alar e a mucosa pressionada para fora
cartilaginosas e intercartilaginosas pares criam com o dedo protegido por luva. Assim que a car-
dois retalhos bipediculados da mucosa nasal e tilagem é atravessada ao longo do comprimento

• N. de R.T. Também chamada de marginal. • N . de R.T. Chamada de técnica de delivery.

Figura 9-8 Incisões infra e incercartilaginosas no vestíbulo.


R INOPLASTIA 39

Figura 9-9 Dissecção do dorso nasal usando a técnica endonasal (fechada).

'

Figura 9-10 Exposição de um retalho bipediculado da mucosa e


cartilagem nasal usando a técnica endonasal.

Figura 9-11 Ressecção cefálica e pontos in-


terdomais na cartilagem lateral inferior usando
a técnica endonasal.
40 PETERj. TAUB E STEPHEN 8. BAKER

proposto da incisão, a d issecção pode prosseguir quanto a dissecção é iniciada. Assim que esse
na porção superior acima e abaixo da porção plano estiver estabelecido, o elevador Cottle é
mais cefálica da cartilagem a ser ressecada. usado para dissecar em uma direção posterior
• Exposição do septo: Se o septo precisar ser mani- ao longo da extremidade superior do septo
pulado ou ressecado para obtenção de material de dorsal. Essa dissecção é cega, já que o eleva-
enxerto, isso pode ser feito de várias formas, depen- dor Cottle cria túneis diretamente sob as car-
dendo da abordagem usada (aberta ou fechada) . tilagens laterais superiores. Após esses túneis
- Remoção de material do septo na rinoplastia terem sido criados bilateralmente, um bisturi
aberta: n°15 é inserido adjacente ao septo e logo abai-
• Abordagem caudal: O septo caudal pode ser xo da cartilagem lateral superior, com a pon-
identificado, separando-se as cartilagens late- ta afiada d irecionada para a parte superior.
rais inferiores durante uma abordagem aber- O bisturi é elevado para separar o aspecto
ta (Figura 9-12). Após separar as estrut uras li- medial da cartilagem lateral superior, do sep-
gamentares entre os ramos mediais e médios, to dorsal até os ossos nasais. Nesse ponto, o
a retração expõe a porção caudal da cartila- elevador Cottle é usado na posição mais pos-
gem do septo. Um toque leve do cautério em terior para estabelecer o amplo descolamen-
ponta de agulha (configurado em 10) expõe a to subpericondrial do septo, nos dois terços
cartilagem sob o pericôndrio, ajudando a es- posteriores do septo, onde essa dissecção é
tabelecer um plano de dissecção seco. A mu- relativamente fácil. Após os dois terços pos-
cosa do septo encontra-se fortemente aderida teriores da mucosa do septo terem sido eleva-
na porção anterior e a dissecção deve prosse- dos, a dissecção prossegue cuidadosamente na
guir com cuidado (Figuras 9-13 e 9-14). Essa direção anterior até ser completada. Contanto
abordagem também per mite ao cirurgião que haja espaço suficiente, um espéculo pode
acesso para sut urar as cartilagens médias e ser colocado em um dos lados do septo para
med iais ao septo caudal, caso o reposiciona- afastar a mucosa dissecada do septo, facilitan-
mento da ponta seja necessário. É importante do a exposição ao campo cirúrgico.
restabelecer a sustentação da ponta no fecha- • Eventualmente, em uma rinoplastia aberra, o
mento, usando suturas crurais mediais e/ou cir urgião pode optar por retirar a cartilagem
um enxerto de apoio columelar (strut). do septo de forma semelhante àquela descrita
• Abordagem dorsal: O septo também pode ser a seguir para a rinoplastia fechada. Isso pode
visualizado de cima, separando as cartilagens ser a plicado em uma ponta complexa, reque-
laterais superiores de suas inserções no septo rendo exposição direta , mas não o acesso ao
(Figura 9-1S). O septo dorsal é identificado dorso inteiro.
anterior às cartilagens laterais superiores, e a - Retirada de enxerto do septo na rinoplastia fe-
extremidade dorsal é incisada com um cauté- chada:
r io com agulha na ponta para criar exposição • Quando a manipulação ocorre pela narina,
seca à cartilagem. Uma dissecção subpericon- a incisão da mucosa é feita na extremidade
drial é iniciada com um elevador Cottle afia- caudal ou posterior a ela (Figura 9-16). Isso é
do 3 a 4 mm abaixo da extremidade dorsal facilmente identificado, desviando a columela
do septo. É útil empregar uma pinça de Bro- para a esquerda. Uma vez feita a incisão da
wn-Adson para estabilizar o septo frágil, en- mucosa, um elevador de Freer ou Cottle é usa-
R INOPLASTIA 41

Figura 9-12 Abertura do pericôndrio sobre o septo.

Figura 9-13 Dissecção da mucosa do septo a


partir da direção caudal.
Figura 9-14 Dissecção caudal do septo em corte
transversal.

Figura 9-1S Dissecção dorsal do septo em


corte transversal.
42 PETERj. TAUB E STEPHEN 8. BAKER

do para dissecar a mucosa no lado direito do - Na porção posterior ao septo cartilaginoso está a
septo. A dissecção deve prosseguir na porção placa perpendicular do osso etrnoide. Essa placa
posterior à placa perpendicular do etmoide, pode ou não ser desviada, mas pode servir de ma·
que oferecerá uma sensação diferente da car- teria( de enxerto. Geralmente, é forte o suficiente
tilagem, e na porção inferior ao vômer (Figura para sustentar a cartilagem esculpida do septo.
9-17). Assim que o lado direito for dissecado, Antes de sua utilização, é preciso perfurá -la com
a extremidade mais afiada do elevador Freer urna broca de calibre estreito a fim de permitir o
ou Cottle pode ser usada para fazer a incisão crescimento para dentro e minimizar seu mau po·
no septo em direção vertical, 1 cm a partir da sicionarnento e reabsorção. As perfurações tam·
extremidade caudal. A mucosa nasal no lado bérn podem ser usadas para segurar as suturas.
esquerdo contralateral deve ser preservada. O • Armadilhas:
lado oposto da cartilagem do septo é dissecado - A pele col urnelar fica bem próxima das bases
de forma semelhante para isolar a cartilagem das cartilagens laterais inferiores. Deve-se tornar
do septo. Em dissecções difíceis, pode ser im- cuidado ao utilizar o bisturi nessa área, garan·
possível evitar lacerações na mucosa do septo. tindo que a tesoura deslize sobre a cartilagem
Contanto que essas lacerações sejam pequenas para não danificá-la.
e ocorram apenas em um dos lados da mucosa, - Os pacientes não caucasianos são propensos à
não deverá haver perfuração do septo. Entre- formação de cicatrizes indesejáveis na colurne-
tanto, se as lacerações ocorrerem em cada um la. Pode haver desenvolvimento de sinéquias e
dos lados que se opõem entre si, haverá perfu- membranas no vestíbulo nasal ao longo das in-
ração do septo se as lacerações na mucosa não cisões da mucosa. O fechamento preciso da pele
forem reparadas. Nesse caso, os reparos podem é de extrema importância.
ser feitos pela sutura da mucosa lacerada até
Não se deve contar com a remoção de gordu-
a mucosa intacta adjacente. Com a mobiliza-
ra dos tecidos moles para melhorar a defini-
ção adequada da mucosa, cada lâmina do es-
ção da ponta nasal e deve-se evitar dano ao
péculo nasal pode ser colocada entre o septo e
p lexo subdérrnico pela remoção agressiva de
a mucosa para exposição. Em seguida, pode-se
gordura . Em pacientes com pele mais grossa
retirar o enxerto de cartilagem desejado. Após
e glabra, a remoção de gordura da ponta terá,
a finalização da incisão anterior, a incisão su-
na maioria das vezes, pouca influência no re·
perior pode ser feita com tesoura cir úrgica ou
finamento.
bisturi de Ballenger (lâmina basculante), para-
lelamente ao dorso nasal, cuidando para que
• Dicas:
reste ao menos 1 cm de cartilagem caudal para - Deve-se dar muita atenção à transição entre a
sustentação. As incisões posteriores e inferio- porção cutânea horizontal da incisão e a por-
res geralmente são obtidas com melhor êxito, ção vertical da mucosa da incisão na columela.
usando-se o bisturi de Ballenger. O enxerto é Deve-se obter um ângulo reto, marcado no pré-
removido com urna pinça para cartilagem. As- -operatório e reconstruído meticulosamente ao
sim que a cartilagem apropriada for retirada, final do procedimento.
urna ou mais sut uras de colchoeiro cromadas - Um afastador duplo largo deve ser usado para
devem ser feitas no septo, para minimizar o de- expor a porção intranasal da incisão.
senvolvimento de hematoma no espaço morto - A área no triângulo mole é a mais difícil de vi·
entre os lados da mucosa nasal. sualizar. A exposição é otimizada se for usado
- Sempre que a cartilagem do septo é retirada, pelo um dedo para everter essa área com um gancho
menos 1 cm de cartilagem precisa ser mantido cutâneo.
intacto nas bordas caudal e dorsal para preser- - Pode ser mais fácil d issecar a partir da porção
var a sustentação nasal. Se ocorrer urna fratura medial e lateral até a região do triângulo mole.
nessa cartilagem durante a dissecção, será neces- Então, o triângulo mole é evertido e as duas ex-
sário suturá-la para manter sua integr idade. A tremidades da dissecção são unidas sob visuali-
folha de PDS é útil para reforçar esses reparos. zação direta.
Quando um volume menor de cartilagem do - Os dois terços posteriores do septo são mais fá·
septo for necessário, urna porção localizada ceis de dissecar e, portanto, é um bom local para
pode ser removida. Nesses casos, todo o enxerto iniciar a dissecção.
pode ser visualizado e retirado 1 cm abaixo da - É importante realizar a redução dorsal antes da
borda dorsal com um bist uri, em vez de se usar septoplastia para garantir 1 cm de cartilagem do
um bisturi de Ballinger. septo nas bordas dorsal e caudal.
R INOPLASTIA 43

Figura 9-16 Incisão intersepto-columelar.

__; '

Figura 9-17 Extensão da d issecção da mucosa do septo.


CAPÍTULO 10 Remoção de material
da cartilagem da orelha
para enxerto

• Indicações: A orelha fornece urna fonte prontamente sobrejacente é móvel demais sobre a cartilagem. A
disponível de cartilagem para a sustentação estru- abordagem anterior é útil na retirada de enxertos
tural do nariz. A cartilagem da concha é útil para a compostos para correção da retração ala r.
sustentação das paredes laterais e bordas alares (Fi- • Abordagem: Para uma abordagem posterior, a inci-
gura 10-1 ). Também pode ser usada para enxertos são da pele é feita com um bisturi, estendendo-o até o
expansores quando a cartilagem do septo não estiver nível da cartilagem, tomando-se o cuidado para não
disponível. Ela é menos rija e, portanto, mais maleá- cortar a própria cartilagem. A dissecção sobre a carti-
vel do que a cartilagem do septo ou costal; contudo, lagem prossegue com uma tesoura fina em um plano
ambas precisam ser adelgaçadas de acordo com a es- relativamente avascular, a fim de permitir uma gran-
pessura e maleabilidade adequadas. Caso seja neces- de exposição. Após verificar a posição da resecção
sário maior rigide-L, a cartilagem da orelha pode ser planejada, tanto na visualização anterior como pos-
reforçada com folha de PDS, que pode ser suturada terior, o bisturi é usado para cortar a cartilagem. Ao
ao enxerto. Os enxertos de pele e cartilagem com- fazer isso, um dedo deve ser colocado sobre o aspecto
postos podem ser retirados da raiz da hélice para a anterior da orelha. O cirurgião deve sentir urna perda
reconstrução de defeitos de espessura tota l da bor- de resistência quando a cartilagem for dividida, mas
da alar. Uma raspagem suave da superfície convexa antes de a pele ser cortada. O dedo adequadamente
pode formar urna curvatura a partir da cartilagem posicionado avalia a profundidade da incisão para
para imitar o contorno natural da borda alar. que a pele sobre a superfície contralateral não seja
• Marcações: A cartilagem da orelha pode ser re- violada. Obviamente, é necessário ter cuidado para
tirada por meio de uma abordagem anterior ou não cortar o dedo com essa manobra. Uma vez no
posterior com camuflagem adequada da incisão. A plano correto, um elevador Freer ou tesoura de te-
incisão posterior é marcada como uma linha cur- notomia poderá ser usado para dissecar o espaço no
vilínea sobre a metade da orelha posterior (Figu - lado oposto da cartilagem. Uma incisão maior da
ra 10-2). A incisão em uma abordagem anterior é cartilagem poderá ser feita sob a visualização d ireta
feita na margem superior da concavidade da con- com a tesoura ou com o bisturi. O enxerto é removi-
cha, abaixo da antélice. Ao retirar a cartilagem da do e mantido em gaze umedecida com soro fisiológi-
concavidade da concha, deve-se ter cuidado para co até o uso. Uma hemostasia adequada é obtida, a
evitar a destruição da raiz da hélice, pois esta se ferida é irrigada e a pele é fechada em camada única.
funde com a concavidade da concha (Figura 10-3). • Manejo pós-operatório: Um curativo de compres-
Uma estaca grande de cartilagem da concha pode são deve ser colocado na concavidade da concha e
ser retirada em formato de feij ão para minimizar a atrás dela, para minimizar o acúmulo de líquido no
distorção da anatomia da concha. Os enxertos de período pós-operatório imediato. Um curativo com
pele e cartilagem compostos devem ser retirados da gaze e vaselina pode ser moldado dentro da concavi-
porção proximal da raiz da hélice, onde o avan- dade da concha e atrás da estrutura da hélice sobre a
ço da extremidade distal permite um fechamento incisão. Além disso, uma gaze seca deve ser enrolada
primário. Quando se deseja uma estaca grande de ao redor da cabeça por 24 h, quando poderá ser tro-
cartilagem, usa-se uma abordagem posterior, em cada e qualquer sangue subcutâneo poderá ser nota-
razão do plano areolar subcutâneo frouxo, que fa- do. Alternativamente, uma gaze de XeroformTM pode
cilita a dissecção e a exposição. Entretanto, quando ser dobrada no formato de duas pequenas bolas,
um enxerto de pele e cartilagem composto é neces- sendo uma colocada na porção anterior ao local da
sário, geralmente prefere-se a abordagem anterior, retirada e a outra, na porção posterior. Um colchoei-
em razão da inserção justa entre a cartilagem e a ro de Prolene 3-0 é usado para a compressão leve da
pele da orelha anterior. Quando a abordagem pos- pele - apertada o suficiente, mas também froux a o
terior é usada para um enxerto composto, a pele suficiente para não estrangular. Se um curativo com-
R INOPLASTIA 45

Figura 10-1 Extensão da remoção da cartilagem da concha.

-------

Figura 10-2 Incisão posterior usada para retirada de cartilagem.


46 PETERj. TAUB E STEPHEN 8. BAKER

Enxerto de cartilagem

Figura 10-3 Área doadora da carti lagem e enxerto resultante.


RINO PL.ASTIA 47

pressivo não for feito, é provável que haja formação • Dicas:


de hematoma, que poderá causar a destruição da car- - A raiz da hélice deve ser identificada e mar cada
tilagem e o desenvolvimento de urna deformidade em no pré-operatório. O enxerto de cartilagem, co-
forma de urna couve-flor na orelha. O líquido pode lhido da concavidade da concha, terá um forma-
servir também corno fonte para infecção. to de feijão com urna indentação, de onde a raiz
• Armadilhas: da hélice é deixada in situ.
- A definição anatômica adequada da concavida- - Não esmagar a cartilagem da orelha para "ama-
de da concha será perdida se a raiz da hélice for ciá-la" . O esmagamento produz urna apar ência
dissecada durante a retirada de enxerto. Essa es- pedregosa e irregular e pode calcificar.'
trut ura chave deve ser identificada e mar cada no
pré-operatório.
- É importante aplicar urna pressão leve no pós- REFERÊNCIA
-operatório e fazer um acompanhamento pós-ope- 1. Gruber R, Pardun J, Wall S. Grafring the nasal dorsum with
ratório cuidadoso para eliminar qualquer líquido. tandem ear carrilage. l'last Reconstr Surg. 2003;112:1110.
CAPÍTULO 11 Remoção óssea da calota

craniana para enxerto

• Indicações: A calota craniana é uma excelente op- cicatricial pós-operatória resultante. A quantidade
ção para enxertos quando há necessidade de osso desejada de osso é delineada no periósteo com o
para reconstrução. Pode ser retirada de forma se- eletrocautério.
gura para reconstruir um nariz com sustentação • Retirada cortical parcial: Para osso mais fino, o
estrutural deficiente . O crânio adulto consiste em periósteo deve ser mantido intacto para que possa
tábuas, externa e interna, de osso cortical denso, unir fragmentos menores de osso. Um osteótomo
separado pelo espaço d iploico, uma camada de largo e afiado é direcionado para o crânio e avan-
osso esponjoso. Tanto a tábua externa inteira do çado a um grau de aproximadamente 45°. O enxer-
osso como uma camada mais fina da tábua externa to produzido irá se fragmentar e tenderá a enrolar
pode ser obtida de forma segura como material de em si mesmo, mas deve ser o suficiente para áreas
enxerto . onde é necessário um osso delgado que não precise
• Marcações: O melhor local para a retirada do osso sustentar peso.
do crânio são as áreas laterais mais planas do osso • Retirada cortical total: Para obter uma tábua com-
parietal. Deve-se tomar cuidado para não retirar o pleta do osso craniano, perfura-se um canal fino
osso sobre a linha média, a fim de evita r séria lesão com uma broca de fissura em torno da periferia da
no seio sagital intracraniano . Uma leve incisão em área de osso desejada (Figura 11-2). É aconselhá-
formato de zigue-zague é feita para lelamente ao vel certificar-se de que o cabelo esteja lubrificado
feixe neurovascular supraorbita l para minimizar a e aderido ao couro cabeludo e utilizar o eixo mais
parestesia pós-operatória e a visibilidade da inci- curto possível na furadeira . Além disso, um afasta-
são, especialmente quando o cabelo estiver molha- dor maleável pode ser colocado entre o eixo rotati-
do (Figura 11-1). vo da furadeira e o cabelo. O cirurgião precisa ficar
• Abordagem: A pele do couro cabeludo não precisa atento para evita r que fios soltos de cabelo fiquem
ser tricotomizada antes da incisão, mas a lubr ifi- presos na furadeira durante essa etapa da retirada.
cação cirúrgica é útil para manter o cabelo aderi- A dimensão desejada do enx erto é determinada e
do ao couro cabeludo. Deve-se infiltrar anestésico perfurada até o nível do espaço diploico. A inspe-
com adrenalina, deixando a substância agir por um ção cuidadosa da a rquitetura óssea determinará a
tempo antes do início do procedimento. A incisão profundidade adequada. O espaço diploico tende
da pele é feita com um bisturi, e a dissecção pros- a sangrar mais facilmente do que o osso cortical
segue até o per iósteo com um eletrocautério para sobrejacente, e a visualização é mais fácil quando
reduzir o sangramento. A incisão da pele, no tecido o osso é bem ir rigado enquanto o cirurgião está
que abriga o cabelo, pode ser chanfrada para di- fazendo a perfuração. A tábua poster ior do osso é
minuir o dano aos folículos capilares e a alopecia mantida intacta para prevenir lesão durai.
R INOPLASTIA 49

Figura 11-1 Localização da incisão do couro cabeludo


para retirada de osso craniano.

Figura 11 -2 Esta imagem ilustra a incisão por meio do periósteo da


calota craniana com o elecrocautério.
50 PETERj. TAUB E STEPHEN 8. BAKER

Após o uso da broca de fissura para delineamento • Manejo pós-operatório: Se um dreno for mantido
do enxerto, uma broca cilíndrica é usada ao longo da no pós-operatório, ele geralmente pode ser remo-
extremidade externa do osso para criar um chanfro até o vido no d ia seguinte. O curativo compressivo pode
espaço interdiploico (Figura 11-3). Esse chanfro permite ser removido no consultório durante a primeira
a colocação tangencia l do osteótomo durante a retira· consulta pós-operatória.
da, reduzindo a chance de exposição intracraniana. O • Armadilhas:
enxerto é cuidadosamente removido com uma série de - A arquitetura normal do crânio adulto pode não
osteótomos retos ou curvados, colocados paralelamente estar desenvolvida em pacientes mais jovens e as
à superfície do osso, para minimizar a penetração da tá· camadas corticais individuais podem ser finas
bua interna (Figura 11 ·4). demais em pacientes idosos, restringindo o uso
Deve-se tomar cuidado para não talhar em excesso de enxerto de osso craniano nessas pessoas.
o osso de uma área isolada do enxerto, mas sim avançar - Há o desenvolvimento de alopecia cicatricial de-
o osteótomo igualmente por todas as porções do enxerto, vido à lesão dos folículos subcutâneos nas mar·
movimentando o osteótomo para cima e para baixo du- gens da ferida.
rante a retirada. Isso minimizará a fratura acidental da las-
- A lesão da dura-máter subjacente é uma grande
ca de osso desejada. Também deve-se tomar cuidado para
preocupação. Deve-se tentar manter o ângulo
impedir que o enxerto salte para fora do campo cirúrgico, do osteótomo tangencial à calota craniana. Os
uma vez que as últimas conexões com o espaço diploico es- osteótomos curvados que ficam próximos à par·
tão osteomizadas. Quando o enxerto for removido, o osso te inferior do córtex externo são úteis.
craniano subjacente deve ser inspecionado e palpado para
- Enxertos ósseos são propensos à reabsorção e
verificar a integridade da tábua posterior (Figura 11-5).
têm uma sensação rígida.
A hemostasia é obtida por meio do eletroca utério ou por
uma quantidade conservadora de cera de osso. • Dicas:
• Exposição intracraniana acidental: A suspeita de - Uma incisão chanfrada cuidadosa e o uso gene-
violação da tábua posterior e de lesão durai requer roso de anestésico local com adrenalina, para
maior exposição da dura-máter e reparo primário reduzir a necessidade de eletroca utério, irá mi·
de quaisquer lacerações. Isso deve ser feito em con- nimizar o risco de alopecia.
junto com um neurocirurgião. O osso ao redor da - A cauterização agressiva dos tecidos que abri-
violação acidental pode ser removido de forma se- gam os cabelos deve ser evitada.
gura com um saca-bocado de Kerrison ou cureta. - Deve-se tomar cuidado para perfurar adequa·
Ele pode ser substituído assim que a dura-máter damente os cantos do enxerto desejado, pois
for reparada com suturas de náilon 4-0 trançadas essas áreas comumente apresentam resistência à
e interrompidas. As áreas onde a dura-máter não remoção.
pode ser reparada com fechamento primário po· Usar lubrificante cirúrgico nos cabelos, na
dem necessitar de material de reposição autógeno periferia da incisão, para mantê-los distantes,
ou aloplástico recoberto por cola de fibrina. evitando que eles se prendam no eixo da fu-
• Fechamento: Um dreno fino com autossucção pode radeira.
ou não ser usado, dependendo da qualidade da feri- - A extremidade de corte do ostéotomo deve ser
da. O couro cabeludo é fechado em camadas: uma mantida o mais plana e paralela possível da su-
sutura interrompida para a gálea e outra sutura in- perfície da calota craniana no espaço diploico.
terrompida ou contínua para a pele. A sutura contí- - A cera de osso pode ser usada para controlar
nua e autotravada permite melhor hemostasia. o sangramento nas bordas da calota craniana;
Adiciona-se um curativo compressivo padrão ao no entanto, é um corpo estranho e seu uso deve
redor da cabeça para minimizar o acúmulo de líquido ser minimizado para reduzir o risco de infecção
debaixo do couro cabeludo. pós-operatória.
R INOPLASTIA 51

~ ........··:·
,,._
.
- Tábua externa
·- Tábua interna
Pia-máter
Cérebro

Figura 11-3 Broca cilíndrica para criar uma borda chanfrada até o espaço d iploico.

Figura 11-4 Direção horizontal do osteótomo.

Tábua externa
(enxerto)

Tábua inte rna

Figura 11-5 Enxerto removido da tábua externa do osso cran iano e área doadora resultante.
CAPÍTULO 12 Remoção de osso
e cartilagem costal
para enxerto

• Indicações: A costela é uma área doadora de enxer- tilaginosa será mais macia e a porção óssea, mais
to útil, pois permite que o cirurgião retire o osso e a dura. Não deve ser difícil identificar um ponto de
cartilagem por meio da mesma incisão. transição definido. A dissecção deve continuar na
• Marcações: O osso no interior da costela situa-se porção medial ou lateral ao ponto de transição,
na porção lateral, já a cartilagem está na porção dependendo do tipo de enxerto necessário. Alguns
medial (Figura 12-1). O ponto onde a transição cirurgiões preferem manter o pericôndrio na car-
ocorre não pode ser avaliado pela simples palpação tilagem e dissecar em um plano superficial a ele;
sobre a pele. Qualquer incisão sobre o peito pode outros preferem dissecar abaixo do pericôndrio.
ser adaptada na porção medial ou lateral para se Em uma extremidade da margem de dissecção, a
ajustar às necessidades do cirurgião (primeiro os- costela é cuidadosamente envolvida, pois sabe-
so-lateral, primeiro cartilagem-medial). Nas mu- -se que a pleura situa-se nas adjacências imedia-
lheres, uma incisão inferior ao sulco submamário tas da superfície inferior da costela (Figura 12-2).
(SS) dá acesso à costela, ao mesmo tempo, preser- Um cautério ponta de agulha com configuração
vando a estética; no entanto, esse local pode ne- 10-15 fornece boa exposição durante a cauteriza-
cessitar de alteração com base em outros fatores. ção, mantendo a dissecção seca. A dissecção inicia
Nos homens, a incisão também pode ser feita no nas extremidades superior e inferior da costela e
SS ou diretamente sobre a costela a ser retirada. É prossegue na porção posterior em direção à pleu-
preferível que a extensão da incisão seja menor que ra, com uma distância de aproximadamente dois
a extensão desejada do enxerto. A frouxidão da terços da espessura da costela. Nesse ponto, o ci-
pele do peito permite que a incisão seja deslocada rurgião deve ficar a uma distância segura da pleu-
sobre a costela em todas as direções, possibilitando ra e ter uma boa visualização para iniciar a disse-
a dissecção por meio de uma incisão menor. Se ne- cação sob o aspecto profundo da costela, usando
cessário, a incisão pode ser estendida. um elevador periósteo (Figura 12-3). Assim que a
• Método de retirada da cartilagem: A incisão (em costela tiver sido dissecada circunferencialmente,
torno de 5 cm de comprimento) é feita na pele um afastador Doyen ou um elevador maleável é
dos tecidos moles até o periósteo das costelas. colocado sob ela e, então, um bisturi pode ser usa-
O músculo reto pode ser encontrado e dividido do para cortá-la, protegendo a pleura subjacente
ou retraído na porção medial antes de chegar ao com um afastador maleável. Após a secção trans-
periósteo ou pericôndrio. A junção entre o osso e versal da cartilagem, a extremidade medial pode
a cartilagem pode ser identificada, pressionando ser elevada delicadamente, expondo o tecido até
levemente a ponta de um cautério ou de uma lâ- a costela e permitindo uma maior dissecção sob
mina nºl 1 para dentro da costela. A porção car- visualização direta.
R IN OPLASTIA 53

6' cartilagem
costal

Pericôndrio

7,t-- - - - - l~ - - Inc isão da pele


6 (acima da prega inframamária)

Figura 12-1 Possíveis áreas para retirada de cartilagem e/ou de osso para enxerto.

Músculos abdominais
retos (divididos) --\..l~

Pericôndrio

Músculos
intercostais externos

Músculos abdominais retos


Figura 12-2 Exposição da costela a partir dos t ecido s m o les
adjacentes.
Cartilagem costal

- ••
Pulmão



Pericôndrio NeNo int ercostal, anterior, veia

Figura 12-3 Di ssecção c ircunferencial cuidadosa da cart ilagem


costal.
54 P ETERj. TAUB E ST EPHEN 8. BAKER

• Deformação da cartilagem: Os enxertos de cartila- sucção para eliminar o ar. A pleura é reparada ao
gem estão propensos à deformação em d iferentes redor do dreno com urna sutura em bolsa. Duran-
graus. A extensão e a duração da deformação ativa te a elevação da pressão inspiratória pelo ventila-
após a retirada variam na literatura. Contudo, sem- dor (manobra de Valsalva), o dreno é removido
pre ocorre um pouco de deformação, e a maioria enquanto a sut ura é realizada. A ferida pode ser
gera lmente acontece durante a primeira hora de- novamente irrigada com soro fisiológico ou água e
pois do corte. Alguns princípios básicos podem mi- a presença de ar pode ser observada.
nimizar as complicações associadas à deformação • Manejo pós-operatório: Urna gaze e um curativo
da cartilagem. O pericôndrio deve ser removido e o sernioclusivo podem ser colocados sobre a incisão.
enxerto retirado de urna porção central da costela. É aconselhável obter um raio X do tórax no pós-
A porção mais estreita da costela deve ser usada -operatório na sala de recuperação, a fim de iden-
e um corte balanceado deve ser feito para equali- tificar a presença de ar no espaço pleural. Caso a
zar as forças intrínsecas sobre o enxerto. Conside- cavidade pleural tenha sido penetrada acidental-
rando que a maior parte da deformação ocorre na mente, o paciente deverá ser observado, e raios X
primeira hora após a manipulação, o enxerto deve sequenciais do tórax deverão ser feitos para excluir
ser retirado logo e reser vado para que o grau e o a possibilidade, ou fazer o acompanhamento, de
formato da deformação possam ser avaliados antes um pneumotórax pós-operatório .
de sua colocação. ' ,2, 3 • Armadilhas:
• Método para retirada de osso: A abordagem usa- - Dissecar cuidadosamente em torno da costela
da para a porção óssea da costela é corno a que para evitar lesão na pleura. Urna dissecção mais
foi descr ita anter iormente, mas ligeiramente mais profunda deve ser feita sob visualização direta
lateral. Após a dissecção circunferencial da costela com a costela retraída para fora da ferida tanto
óssea, os tecidos moles podem ser mais dissecados quanto for possível.
lateralmente com um elevador periósteo curvo de - Pode haver deformação da cartilagem semanas
Doyen. Isso é mais eficaz no osso do que na car- após o procedimento, comprometendo a sime-
tilagem. As extremidades ósseas do segmento a tria do resultado final.
ser retirado podem ser cortadas com urna serra - Se for necessária a retirada de enxerto costo-
ou com costótornos, mas deve-se tornar cuidado
condral, deve-se ter cuidado para evitar lesão na
para proteger os tecidos mais profundos com um junção costocondral.
afastador maleável. Logo que uma extremidade
• Dicas:
livre é identificada, deve-se colocar urna gaze seca
- A dissecção in icia l da costela deve prossegui r na
ao redor da extremidade para a tração medial da
costela. Essa tração medial permite que o elevador parte superior, para minimizar o sangrarnento
Doyen e o costótornos avancem mais posterior- em vasos costais, que percorrem o aspecto infe-
rior da costela.
mente, facilitando a retirada do osso adequado. A
ir rigação contínua é empregada se urna serra for - Em um paciente submetido à retirada prévia de
utilizada para cortar o osso. Não há necessidade costela, deve-se usar a mesma cicatriz se houver
de substituir uma costela ressecada (ou porção de urna costela palpável na á rea da incisão.
cartilagem) com material de enchimento. O osso - O controle da dor pós-operatória poderá ser obti-
separado deve ser reaproximado e um dreno deve do com urna bomba para analgesia, que adminis-
ser colocado. A pele e os tecidos moles são fecha- tra urna dose baixa e contínua de anestésico local.
dos em camadas. - Os pacientes mais velhos apresentarão cartila-
• Pneumotórax: Deve-se tornar cuidado na retirada gem calcificada, necessitando de urna d issecção
para evitar lesão na pleura subjacente e no pul- medial a fim de obter urna cartilagem utilizável.
mão . Antes do fechamento, a ferida deve ser irr i- Urna tomografia limitada do ester no com ima-
gada com soro fisiológico durante urna manobra gens axiais (e reformatação coronal) do ester no
de Valsalva, e a formação de bolhas de a r deve ser e das junções costocondrais é útil para determi-
verificada. Pode haver um fluxo inicial de bolhas a nar o grau e a extensão da calcificação.4
partir de bolsas de ar de dentro da própria ferida; - É útil remover apenas a cartilagem necessária
entretanto, a formação constante de bolhas indica para o enx erto. Se 75% da parte superior for
dano parenquirnatoso no pulmão, necessitando de retirada e 25 % da parte inferior for mantida in-
um dreno de tórax. Se não houver fluxo constante tacta, a deformidade de contorno da área doa-
de ar, mas a pleura for violada, todo o ar precisa- dora pode ser minimizada.
rá ser removido da cavidade pleural. Um dreno de - A cartilagem remanescente pode ser colocada
pequeno calibre de borracha vermelha é colocado subcutanearnente na incisão da costela para uso
na pleura danificada e conectado a urna bomba de fut uro. Se a costela não for necessária para urna
R INOPLASTIA 55

futura cirurgia, ela poderá ser removida sob 2. Adams W, Rohrich R, Gunter J, et ai. The rate of warping
anestesia local no consultório. Todavia, se ela in irradiated and nonirradiated homograft rib cartilage: A
for necessária para urna revisão, o paciente será controlled comparison and clinicai i1nplications . Plast Re-
poupado de urna segunda retirada dolorosa. constr Surg. 1999;103:265- 270.
3. Gunter JP, Clark CP, Friedman R. Internai stabilization of
autogenous rib grafes in rhinoplasty: A barrier to cartilage
REFER~NCIAS warping. I'last Reconstr Surg. 1997;100:161.
1. Weber S, Cook TA, Wang TD. l rradiated costal carrila- 4. Marin VP, Landecker A, Gunter JP. Harvesting rib cartila-
ge in augmentation rhinoplasty. Oper Techn Otolaryng. ge g rafes for secondary rhinoplasty. Plast Reconstr Surg.
2007;18:274- 283. 2008;121:1442.
CAPÍTULO 13 Retirada de material da
crista ilíaca para enxerto

• Indicações : A crista ilíaca fornece osso adequado hor izontal inferior. A tábua externa da asa ilíaca
em pacientes que necessitam de enxerto ósseo. A é removida para obtenção de material de enxerto
crista ilíaca é urna área doadora de osso, que pode (Figura 13-3 ). De forma semelhante, a tábua inter-
ser usada corno alternativa ao crânio ou costela. na também pode ser utilizada. Se a opção for pela
Ela também possui urna medula esponjosa interna tábua inter na, deve-se tornar cuidado para não
circundada por osso cortical. Tanto a tábua exter- danificar as est ruturas pélvicas, que se situam na
na corno a interna do córtex podem ser retiradas porção medial a ela. Um afastador de Taylor é útil
para o enxerto. para proteger o peritônio durante a visualização do
• N euroanatomia: Deve-se ter cuidado para evitar o córtex medial. Após a obtenção d a hernostasia, a
nervo cutâneo femoral latera l, que inerva a pele da ferida é bem irrigada e um dreno de sucção fecha-
coxa lateral. Ele sai do abdome na porção medial à da pode ser usado. Pode-se, também, injetar Fluff
espinha ilíaca anterossuperior, indo até o ligamen- Avitene0 • com urna seringa de pera, no local da
to inguinal e ao sulco entre os músculos sartório e retirada para hernostasia adicional. Se poupado,
ilíaco. A lesão no nervo, chamada de "síndrome de o per iósteo sobre o defeito pode ser reparado. Os
Bemhardt", deve ser evitada no momento de reti- tecidos subcutâneos e a pele são reparados em ca-
rada de mater ial da crista ilíaca. O nervo ilioingui- madas. Um carecer subcutâneo separado pode ser
nal situa-se entre os músculos oblíquo abdominal colocado para infusão de anestésico.
externo e oblíquo abdominal interno ao nível do • Manejo pós-operatório: Não é necessário nenhum
rebordo pélvico. Ele fornece iner vação sensitiva à cuidado específico no período pós-operatório, após
raiz do pênis, escroto e aspecto anterornedial da a retirada da crista ilíaca. Se um dreno for usado
coxa. Ele pode ser lesionado durante a retirada do no local de retirada, ele poderá ser mantido até que
córtex interno da crista ilíaca. Há relato de lesão a produção de líquido residual seja mínima. Os pa-
nos nervos cluneais superiores no momento de re- cientes podem repousar em seus leitos por um ou
tirada do osso da crista ilíaca posterior. Os nervos dois dias, devido ao desconforto antecipado. Corno
cluneais superiores cutâneos se cr uzam sob o liga- não há violação da integridade estr utural da articu-
mento inguinal na porção lateral da virilha, pró- lação do quadril, a suave amplitude de movimento
ximo à espinha ilíaca anterossuperior. Portanto, a pode ser retornada imediatamente após a cirurgia.
incisão deve ser feita na porção lateral da espinha. • Armadilhas:
• Abordagem: A incisão é marcada 1 cm posterior Alteração na sensibilidade ao redor do sítio doa-
da espinha ilíaca anterossuperior, para preservar dor é urna das complicações da retirada da cris-
as inserções musculares e minimizar o desconforto ta ilíaca mais cornurnente relatadas.
associado à sua dissecção (Figura 13-1 ). A incisão - Enxertos ósseos estão propensos à reabsorção e
também é feita a 1 cm na porção lateral à crista ilí- apresentam urna sensação rígida.
aca, para que o fechamento final não fique direta- • Dicas:
mente sobre essa crista óssea. A incisão é feita atra-
- É necessário conhecimento da anatomia dos
vés da pele até os tecidos subcutâneos. O periósteo
nervos mencionados para evitar lesões.
sobre a crista ilíaca é rebatido para trás a partir
do osso, na tentativa de mantê-lo intacto para o - Deve-se tomar cuidado dur ante a retirada do
fechamento posterior sobre o osso. A borda supe- osso para que urna porção utilizável da crista seja
rior d a crista pode ser preser vada para minimizar disponibilizada para o contorno. Frat uras múlti-
a ir regula ridade de contorno pós-operatório. Urna plas no enxerto resultarão em um segmento mui-
osteotornia horizontal é realizada 0,5 a 1 cm abai- to pouco satisfatório para a sustentação nasal.
xo da borda superior, e duas osteotornias paralelas
são feitas abaixo desta (Figura 13-2). As margens
• N . de R.T. Curativo hemostático de colágcno microfibrilar usado
do enxerto são completadas com urna osteotornia nos EUA.
RINOPL.ASTIA 57

Espinha ilíaca superior anterior

Area doadora
da crista illaca

Figura 13-1 Anatam ia da coxa lateral.

Figura13-2 Remoção de uma porção da crista ilíaca. Músculo glúteo máximo

Osso esponjoso

Osso
cortical

Figura 13-3 Osso cortical da crista ilíaca retirado da tábua externa e a área doadora resultante.
CAPÍTULO 14 Paciente com redução das
áreas doadoras de enxerto

• Indicações: Existem cinco possíveis áreas doadoras estabilização e extensora do septo quando sutura-
de tecido autógeno na rinoplastia secundária (ou da ao dorso, com extensão entre os ramos latera is
terciária): cartilagem da orelha, cartilagem do sep- inferiores. A ponta pode ser suturada à folha para
to, cartilagem da costela, osso craniano e osso ilía- controlar a projeção e rotação.5
co. Os pacientes que esgotaram as áreas doadoras • Osso: Em raros casos, o osso é usado para indica-
tradicionais ou ficaram descontentes com os proce- ções tradicionalmente tratadas com cartilagem. O
dimentos anteriores de doação podem necessitar de osso é propenso à reabsorção e há uma sensação
opções alternativas. A cartilagem do septo é ótima de ser frágil, tornando -o um material de enxerto
porque é forte e plana, facilitando sua modelagem menos desejável na maioria das rinoplastias. O
em enxertos resistentes à deformação. A cartilagem osso cortical pode ser afinado e perfurado, permi-
da orelha não tem sustentação estrutural e a carti- tindo que seja usado como enxerto expansor em
lagem da costela é propensa à deformação, além de um paciente com pouca disponibilidade de cart i-
ser um local doloroso para o procedimento. A car- lagem.6
tilagem autógena é a primeira escolha; entretanto,
quando não há disponibilidade, outras opções são
necessárias. REFER~NCIAS
• Cartilagem irradiada: A cartilagem irradiada é 1. Adams W, Rohrich R, Gunter J, et a i. The rate of warping
abundante e evita o uso de área doadora. Alguns in irradiated and nonirradiated homograft rib cartilage: A
relatam que a cartilagem irradiada é reabsorvida e controlled comparison and clinicai implications. Plast Re-
propensa à deformação até 4 semanas após o cor- constr Surg. 1999;103:265- 270.
te.' Contudo, o mesmo estudo não demonstrou di- 2. Weber S et a i. Irradiated costal carrilage in augmentation
ferença na deformação entre cartilagens irradiadas rhinoplasty. Oper Techn Otolaryng. 2007;18:274-283 .
e não irradiadas. Outros estudos mostram o uso 3. Strauch B, Wallach SG. Reconstruction with irradiated
homograft costal cartilage . Plast Reconstr Surg. 2003;
prolongado com reabsorção mínima e característi-
111 :2405.
cas aceitáveis de deformação.2•3•4
4. Lefkovits G. Nasal reconstruction with irradiated homo-
• Placa flexível de po/idioxanona: Tra ta-se de um graft costal cartilage. Plast Reconstr Surg-<orresponden-
polímero reabsorvível usado principalmente como ce. 2004;113:1291.
sutura e é aprovado pela Food and Drug Adminis- 5. Boenisch M, Mink A. Clinicai and histological results of
tration (FDA) para uso em diferentes espessuras de septoplasty with a resorbable implant. Arch Otolaryngo/
folha (Figura 14- 1). As pequenas porções de carti- Head and Neck Surg. 2000;126:1373 .
lagem que seriam descartadas, podem ser aproxi- 6 . Prado A, And rades P, Guerra C, Wisnia P. Cortical and par-
madas e suturadas à folha, produzindo uma por- tially cancellous bone spreader grafts: An alternative for
ção utilizável maior de material de enxerto. Além the treatment of cartilage depleted noses. Pias/ Reconstr
disso, a folha pode ser usada como uma estaca de Surg. 2008;121:2136.
R INOPLASTIA 59

Figura 14-1 Perfil cirúrgico lateral mostrando o uso da folha de polid ioxanona.
CAPÍTULO 15 Giba dorsal

• Definição: A giba dorsal é observada geralmente tografias 1:1. Para os pacientes submetidos a uma
a partir do perfil lateral, mas precisa ser avaliada abordagem aberta, a incisão na columela pode ser
a partir de todos os perfis (Figura 15- 1 ) . Em ge- marcada no pré-operatório.
ral, um perfil dorsal desejável para um paciente • Abordagem: O dorso pode ser manipulado por téc-
masculino deve ser uma linha relativamente reta n ica aberta ou fechada, dependendo da preferência
desde a ra iz até a ponta. Nas mulheres, uma leve do cirurgião. Todavia, a redução isolada do dorso
depressão (mais ou menos 2 mm) abaixo dessa li- provavelmente não necessitará de técnica aber-
nha com uma depressão distal antes da ponta (in- ta . Na técnica fechada, o dorso pode ser exposto
flexão supra -apical) pode ser mais adequada . No por uma incisão intercartilaginosa. Caso a técnica
seu aspecto mais superior, o dorso é constituído aberta seja escolhida, a incisão columelar é feita e
por pares de ossos nasais. Na porção caudal, o dor- extendida a ambas narinas na forma de incisões
so tem formato de " T" , sendo formado pelo septo marginais à borda alar.
na linha média e por pares de cartilagens laterais - Uma vez acima dos ramos media is das cartila ·
superiores. Uma giba dorsal pode ser oriunda da gens laterais inferiores, os tecidos na linha mé-
altura excessiva do osso nasal, da altura excessiva d ia acima do septo dorsal e dos ossos nasais são
da cartilagem do septo ou, mais provavelmente, da d issecados com tesoura . É importante estabele-
combinação de ambas. cer um plano de dissecção logo acima do periós-
• Indicações: Os pacientes com uma "giba" ou dorso teo e do pericôndrio, à medida que se prossegue
com projeção demasiada são candidatos à redução com a dissecção. Isso ajuda a manter o campo
dorsal. Essa redução pode ser realizada como um seco, maximiza o tecido mole sobre o dorso a
procedimento isolado ou junto a outras manobras fim de esconder pequenas ir regularidades e mi-
de remodelagem do nariz. n imiza o tecido entre a dissecção e o dorso. Na
- É importante avaliar a posição da raiz no pré- porção inferior, o septo dorsal é identificado e
-operatório. Um nar iz com uma giba dorsal encontra-se móvel sob suas inserções na cartila-
aparente, decorrente de uma raiz baixa, pode gem lateral superior.
ser melhor tratado por meio do aumento dor- - Uma pequena dissecção lateral é importante para
sal entre a giba e a raiz, a fim de elevar a raiz a suavizar ou melhorar o contorno do dorso e evi-
uma posição ideal. Um observador sem conheci- tar uma aparência achatada. No entanto, uma
mento suficiente não perceberá a posição baixa dissecção lateral muito agressiva deve ser evitada
da raiz e reduzirá a gi ba dorsal na tentativa de se há intenção de realizar osteotomias dos ossos
definir melhor a ponta nasal. A redução dorsal nasais. Deve-ser deixar um pouco de inserção de
nesse cenário comprometeria gravemente a esté- tecido mole nos ossos para mantê-los no lugar
tica nasal e seria contraindicada. após a fratura. Um osso nasa l dissecado livre-
• Marcações: Alguns cirurgiões optam por marcar mente corre o risco de mau posicionamento após
a quantidade desejada de redução na pele sobre o a fratura . Se a resecção dorsal for excessiva, a
dorso e consultam essa marcação enquanto redu- colocação de enxertos expansores (livres ou do-
zem os ossos e cartilagens. A quantidade de redu- brados a partir das extremidades media is das car-
ção é baseada no exame pré-operatório e nas fo- tilagens latera is superiores) deve ser considerada.
R INOPLASTIA 61

Figura 15- 1 Deform idade de giba dorsal e sua correção.


62 P ETERj. TAUB E ST EPHEN 8. BAKER

• Técnica: A redução do dorso é realizada separan- - À medida que o dorso for ressecado, a pele deve
do-o em suas partes componentes, sobretudo, ao ser frequentemente reposicionada para confir-
nível cartilaginoso, onde as cartilagens laterais su- mar se a redução está adequada. Urna sutura
periores repousam sobre o septo dorsal. A redução simples pode ser usada para fechar temporaria-
do osso é feita independentemente da cartilagem e mente a incisão colurnelar, a fim de reposicio-
pode tanto precedê-la, corno sucedê-la. nar com precisão o invólucro dos tecidos moles.
- O método para redução óssea depende da quan- Um dedo umedecido é urna maneira excelente
tidade de osso a ser removida (Figura 15-2). Para de detectar irregularidades sutis que podem ser
reduções menores, o dorso ósseo pode ser remo- negligenciadas em razão de edema. No transo-
vido com urna raspa (Figura 15-3). Um osteóto- peratório, a ponta deve projeta r-se acima da al-
rno com protetor é usado quando urna quanti- tura do dorso para que se obtenha urna inflexão
dade maior de osso precisa ser retirada (Figura supra-apical leve. Em pacientes com pele mais
15-4). Deve-se tornar cuidado para que o oste- grossa, essa distância deve ser um pouco maior.
ótorno passe pela porção relativamente superfi- Urna vez reduzido, o dorso deve ser inspecio-
cial e não produza fragmentos na raiz. Depois nado e palpado para identificar a presença de
do uso do osteótorno, as raspas são usadas para um teto aberto. Caso apresente um teto aberto,
alisar o contorno dorsal. Além de reduzir e alisar deve-se realizar a osteotornia dos ossos nasais
o dorso central, as raspas devem ser conduzidas para fechar o teto e recriar o formato piramidal,
na direção oblíqua, ao longo das extremidades descrito a seguir.
laterais, para refinar as linhas estéticas dorsais.
R INOPLASTIA 63

Figura 15-2 Planejamento de redução do dorso ósseo.

Figura 15-3 Redução do dorso ósseo com uma raspa. Nota-se que o dorso cartila-
ginoso já foi reduzido.

Figura 1 5-4 Redução do dorso ósseo com um osteótomo.


64 PETERj . T AUB E STEPHEN 8 . B AKER

- Assim que o dorso ósseo for reduzido, um cau- - As extremidades mediais das cartilagens laterais
tério com ponta fina ajustado em potência baixa super iores devem ser reduzidas separadamente
ou um bistur i pode ser usado para incisar a su- para evitar a ressecção excessiva. É importante
perfície dorsal infer ior para identificar o plano realizar uma redução igual ou menor das carti -
subpericondrial sobre o septo (Figura 15-5). A lagens latera is superiores em relação ao septo,
extremidade dorsal do septo é suavemente presa para criar uma curvatura natural do dorso. A
com uma pinça de Adson-Brown, enquanto um ressecção excessiva da cartilagem latera l supe-
elevador de Cottle afiado é usado para iniciar r ior resultará em uma deformidade em forma -
a dissecção subpericondria l a partir da direção to de "V" invertido. Isso não é incomum, pois
anteroposterior ao longo do aspecto dorsal do quando o assistente puxa a pele dorsal com um
septo . O elevador é avançado na porção proxi- afastador para dar espaço a fim de visualização
mal sob as cartilagens laterais superiores, crian- adequada, as cartilagens laterais superiores libe-
do um túnel subpericondrial (Figura 15-6). Logo radas são puxadas na direção superior e anterior,
que o túnel for criado em ambos os lados do obtendo-se uma posição mais artificial (Figura
septo, um bist uri n"15 pode ser in troduzido de 15-8). A ressecção que talvez pareça conservado-
forma adjacente ao septo, com a ponta afiada ra pode, na verdade, ser excessiva com a cartila-
virada para cima, sendo elevado suavemente gem nessa posição. A ressecção excessiva leva ao
para s~rarar as cartilagens laterais superiores do colapso funcional da válvula interna e a uma de-
septo. ,. Uma vez separadas, as cartilagens late- formidade não nat ural em formato de " V" inver-
rais descolarão do septo da linha média. tido. Após a ressecção adequada, as cartilagens
- Após a separação do dorso caudal em pares de laterais superiores devem ser sut ura das na car-
cartilagens laterais superiores e septo dorsal, a tilagem do septo para restabelecer a estrutura e
redução do componente do septo é realizada sustentação. A loja subperiosteal deve ser irriga-
com um bisturi ou com uma tesoura afiada (Fi- da com soro fisiológico para eliminar quaisquer
gura 15-7). Em qualquer um dos casos, uma pin- restos de fragmentos de osso e/ou cartilagem. A
ça de Adson-Brown pode ser usada para segura r incisão columelar é fechada temporar iamente
o septo mais inferior, conferindo maior estabili- com uma sut ura subcutânea simples para medir
dade. Se um bisturi for escolhido, deve-se tomar a suavidade do dorso com um dedo umedecido.
cuidado para não lesionar o envelope cutâneo • Manejo pós-operatório: M icropore fino pode ser
adjacente. Um bisturi nº 11 com a ponta que- usado para min imizar o desenvolvimento de edema
brada é fácil de usar e a ponta cega minimiza a e de espaço morto após a redução do dorso. Uma
chance de lesão acidental. ta la externa pode ou não ser usada.
R IN OPLASTIA 65

Figura 15-5 Separação do dorso cart ilaginoso em suas partes


componentes.

Figura 15-6 Criação do túnel bilateral na submucosa.

Figura 15-7 Remoção do dorso cartilaginoso com tesoura.

Figura 15-8 Remoção do dorso cartilaginoso e cart ila-


gens laterais superiores puxadas para uma posição falsa-
mente superior devido ao afastador.
66 P ETERj. TAUB E ST EPHEN 8. BAKER

• Armadilhas: A redução do dorso nasal pode resul- pode-se fazer urna sutura na inflexão supra-api-
tar em complicações óbvias, principalmente irregu- cal. Durante a cirurgia, a pele é fechada tempo-
laridade, correção excessiva ou insuficiente. rariamente e a região da inflexão supra-apical é
- A redução insuficiente resulta na persistência marcada com azul de metileno, da pele até a car-
relativa da deformidade. O exame lateral do tilagem subjacente. O nariz é aberto novamente
dorso, durante a redução, minimiza a incidência e uma sutura é feita desde a derme profunda até
de redução insuficiente do dorso. A ressecção a cartilagem subjacente, conforme indicado pelo
insuficiente é tratada com redução adicional do azul de metileno. Essa sutura ajuda a minimizar
osso, cartilagem ou ambos. o espaço morto. Também emprega-se um dreno
Pode ocorrer lesão/a vulsão da cartilagem lateral vascular no final do processo, a fim de eliminar
com raspagem agressiva ao longo de urna linha qualquer resíduo de sangue antes da colocação
reta. Esse possível problema pode ser min imiza- da tala. A ressecção cefá lica inadequada das car-
do ao se colocar a raspa em um ângulo ligeira- tilagens laterais inferiores causará volume su-
mente mais oblíquo. pra-apical e é tratada por ressecção adicional. Se
A deformidade em teto aberto (open roof) re- uma deformidade na inflexão su pra-apical for
sulta da redução de osso suficiente para expor percebida no pós-operatório, o tratamento in i-
os três componentes da pirâmide óssea. Urna cial nas primeiras 4 semanas é a cobertura com
deformidade em teto aberto é mais bem tratada fita adesiva. Se não houver resposta em 6 a 8
pela osteotornia lateral dos ossos nasais para fe- semanas do pós-operatório, injeções profundas
char a abertura . Se o osso dorsal for removido de esteroides podem ser empregadas (0,2 a 0,4
em excesso, urna porção dele também pode ser rnL de 20 mg/rnL, de triancinolona). Se, após um
substituída corno enxerto para cobrir o teto e ano, a deformidade persistir, pode-se fazer urna
arredondar o dorso. correção cirúrgica.3
Urna deformidade em formato de "V" invertido - A projeção inadequada da ponta resulta em
resulta do colapso ao nível da válvula nasal in- uma ponta que é baixa demais, dando a ilusão
terna. A estabilidade da cúpula cartilaginosa su- de urna deformidade supra-apical, pois quando
perior depende não só da largura da cúpula ós- a ponta estiver colocada na posição ideal, a de-
sea, mas também da altura e da largura do septo formidade supra-apical é corrigida.
e das cartilagens laterais superiores que formam - A redução da giba dorsal fa rá com que o nariz
o teto.4'5 A ressecção dessa parte do teto, que pareça mais largo e possivelmente aumentará a
contém a confluência das três estruturas, deses- rotação cefálica da ponta. As osteotornias nasais
tabiliza a posição das cartilagens laterais supe- devem ser consideradas quando for realizada a
riores, permitindo que elas deslizem na direção redução da giba dorsal.
medial. Isso compromete o fluxo de ar nas vál- - Nariz em sela: A redução excessiva do dorso re-
vulas internas. A redução do fluxo de ar pode sultará em urna altura dorsal baixa e em urna
ser evitada pelo reconhecimento da deformidade aparência exageradamente côncava no perfil la-
e pela colocação de enxertos dorsais expanso- teral. Também pode produzir urna deformidade
res, a fim de manter a sustentação. A redução em teto aberto na confluência dos ossos nasais
conservadora das cartilagens latera is superiores e do septo. Reduzir o dorso em pequenos incre-
é recomendada. mentes e verificar a altura após cada tentativa é
- Deformidade da inflexão supra-apical: A defor- o melhor método para prevenir a ressecção ex-
midade da supraponta, também conhecida como cessiva. Nesse caso, é melhor usar urna raspa do
deformidade em bico de papagaio, é o volume que um osteótorno, especialmente quando está
pós-operatório do dorso logo acima da ponta. se dando os primeiros passos na rinoplastia. Se
As etiologias dessa deformidade são ressecção for observada urna ressecção excessiva no mo-
excessiva do septo dorsal caudal, ressecção mento da rinoplastia primária, deve-se recolo-
inadequada do septo dorsal caudal, ressecção car uma porção do tecido ressecado no dorso,
inadequada das cartilagens laterais inferiores com estabilização interna ou externa. Prender
cefálicas e/ou projeção inadequada da ponta. urna tala moldável sobre a pele permitirá que o
A ressecção excessiva do septo leva ao espaço tecido cicatrize no dorso. A reconstrução secun-
morto, que se enche de sangue, e evolui para te- dária do nariz em sela envolve a adição de ma-
cido fibroso, criando um volume indesejado na terial de reposição para aumentar o dorso (ver
região da inflexão supra-apical. Para minimizar "Aumento do Dorso", Capítulo 16). As opções
o espaço morto, utiliza-se fita adesiva (rnicropo- autógenas incluem cartilagem, osso ou fáscia. As
re) sobre a tala no pós-operatório. Além disso, fontes de osso incluem as costelas, o crânio ou
a crista ilíaca. As fontes de cartilagem incluem
R INO PLAST IA 67

as costelas, orelha ou septo nasal. O material de meiro . Isso garante que 1 cm de cartilagem do
reposição deve ser posicionado a partir do pon- septo dorsal e caudal seja preservado.
to mais superior da ressecção até a área supra- Q uando houver cartilagem lateral superior su-
·apical. Os ramos médios das cartilagens laterais ficiente na extremidade medial, ela pode ser
inferiores devem ser projetados acima do nível voltada para dentro e servir de enxerto autoex-
do material, para criar uma transição suave e pansor para min imizar a chance de colapso da
uma quebra leve supra-apical. válvula in terna.
- Inter-relação dimensional: A redução do dorso A injeção de corticosteroides não é indicada
afeta outras regiões do nariz que precisam ser para nenhum tipo de deformidade supra-apical,
consideradas. As linhas dorsais estéticas podem por vários meses após a rinoplastia primária.
ser alteradas, necessitando de enxertos expansores
para restaurar o teto nasal dorsal. A redução da
pirâmide nasal pode dar origem a um trapezoide REFER~NCIAS
nasal, dando ao dorso uma aparência mais larga e 1. Ponsky D, Eshraghi Y, Guyuron B. The frequency of sur-
gerando a necessidade de osteotomias nasais para gical maneuvers during open rhinoplasty. Plast Reconstr
o estreitamento estético ou para o fechamento de Surg. 2010 Jul;126(1):240-244.
um teto aberto. Se a giba for removida e a largu- 2. Rohrich RJ, Muzaffar AR, )anis JE. Component dorsal
hump reducrion: The importance of mainrain ing dorsal
ra do dorso reduzida, existirá uma boa chance de
aesrhetic lines in rhinoplasry. Plast Reconstr Surg. 2004
que a ponta precise ser refinada e reduzida para Oct;l 14(5):1298- 1308.
reestabelecer a harmonia com as novas dimensões
3. Guyuron B, DeLuca L, Lash R. Supratip deformiry: A cio-
do dorso. A redução do dorso também pode afetar ser look. Plast Reconstr Surg. 2000;105: 1140.
o comprimento do nariz, a posição da columela, o 4. Sheen, JH . Spreader graft: A method of reconstrucring rhe
contorno das narinas, o tamanho da base alar e as roof of the middle nasal vaulr following rhinoplasry. Plast
va'! vui as nasais
..internas.67&
'' Reconstr Surg. 1984;73:230.
• Dicas : 5. Constantian MB, Clardy RB. The relative importance of
- A presença de uma ra iz baixa deve ser identifi- septal and nasal valvular surgery in correcring airway obs-
cada no pré-operatório. Isso reduzirá a chance truction in primary and secondary rhinoplasry. Plast Re-
de se ter que reduzir ainda mais um dorso já bai- constr Surg. 1996;98:38.
xo. Nesses pacientes, o dorso deve ser elevado 6. Constanrian MB. Four com1non anaromic variants rhar
predispose to unfavorable rhinoplasty results : A study
por segmentos ou por completo, e a quantidade
based on 150 consecutive secondary rhinoplasties. Plast
de redução da ponta deve ser limitada.6
Reconstr Surg. 2000 Jan;lOS( l ):316-331; discussion 332-
- Para minimizar a possibilidade de colapso da 333.
válvula nasal in terna, as cartilagens laterais su- 7. Constantian MB. Disrant effects of dorsal and tip grafring
periores devem ser preservadas ao máximo. in rhinoplasry. Plast Reconstr Surg. 1992;90:405 .
- Quando a redução do dorso for combinada com 8. Constantian MB. An alternare strategy for reducing the
septoplastia, a redução deve ser realizada pri- large nasal base. Plast Reconstr Surg. 1989;83:41.
CAPÍTULO 16 Aumento do dorso

• Indicações: Pacientes cuja altura do dorso ósseo e/ costelas. Em pacientes com áreas doadoras insufi-
ou cartilaginoso não é adequada podem necessitar cientes ou que precisam de maior elevação, o enxerto
de aumento do dorso (Figura 16-1). Em geral, um ósseo de várias fontes (costela, calota craniana, crista
dorso desejável para um paciente do sexo masculi- ilíaca) poderá ser utilizado. Geralmente, a cartilagem
no deve conter uma linha razoavelmente reta da raiz é preferida em detrimento do osso, pois este é duro,
até a ponta . Em mulheres, uma leve depressão (mais frágil e propenso à reabsorção. Na ausência de teci-
ou menos 2 mm) abaixo dessa linha inflexão supra- do adequado e/ou no desejo de evitar morbidade da
·apical pode ser mais adequada. Um "nariz em sela" área doadora, materiais aloplásticos biocompatíveis,
pode ser consequência de traumatismo prévio, in- como polietileno e politetrafluoroetileno (PTFE),
cluindo necrose da cartilagem de sustentação do sep- têm sido usados .'·2 A escolha do implante fica a cri-
to secundária ao uso de cocaína. O manejo requer a tério do cirurgião e deve ser baseada na segurança
adição de material de sustentação para reconstruir a do paciente.
estrutura deficiente e reelevar os tecidos moles rebai- • Marcações: Nenhuma marcação específica é necessá-
xados. Vários materiais de reposição foram descri- ria, porém as contribuições relativas dos ossos nasais
tos, mas os autores têm uma grande preferência por e das cartilagens laterais superiores e do septo devem
tecido autógeno. O tecido autógeno oferece maior ser analisadas no pré-operatório. A área específica de
resistência à infecção do que o material aloplástico, deficiência e uma estimativa aproximada dos limites
que é propenso à infecção e extrusão a longo prazo. da loja de tecidos moles também devem ser avalia-
A cartilagem é um bom material de reposição, já que das. As incisões externas em uma técnica aberta são
é autógena e disponível no septo, nas orelhas e nas semelhantes àquelas descritas anteriormente.
R IN OPLASTIA 69

' '

Figura 16-1 Dorso baixo e correção por aumento.


70 PETERj. TAUB E STEPHEN 8. BAKER

• Abordagem: A modificação do dorso pode ser reali· a ponta, um enxerto costocondral é muito útil. Sua
zada por uma abordagem aberta ou endonasal, mas porção proximal é osso, então ele permite a coloca-
a fim de visualizar o leit o receptor, recomenda-se o ção de um parafuso de fixação e funde-se nos ossos
uso de técnica aberta (Figu ra 16-2). Tanto na técni· nasais subjacentes. A porção distal é cartilagem e
ca aberta como na fechada, realiza-se urna dissecção tem a consistência natural dos dois terços distais do
com tesoura sobre o septo até a raiz (Figura 16-3). A nariz cartilaginoso. Como ela é congruente com a
loja de tecido mole sobre o dorso deve ser alargada o porção óssea, a deformação é reduzida. Devido ao
suficiente para facilitar a colocação do enxerto, mas tamanho maior desse enxerto, recomenda-se apro-
não tão larga a ponto de causar um mau posiciona· fundar a raiz para que a porção proximal do enxer-
mento indesejável. O dorso do nariz deve ser sufi- to não comprometa o ângulo nasofrontal. Esse en-
cientemente raspado para criar urna superfície osse- xerto também pode ser afixado à estaca colurnelar
5
ocartilaginosa à qual o enxerto possa incorporar-se. para maior sustentação, caso seja indicado.
• Há várias opções para a reposição com enxerto: - Cartilagem fragmentada: A cartilagem de qualquer
- Cartilagem do septo: A cartilagem do septo pode área pode ser retirada e reduzida a partículas de
ser usada para aumento do dorso em até 2 mm. 0,5 a 1,0 mm, que são armazenadas em solução
Ent retant o, a cartilagem do septo é frequentemen- antibiótica diluída. A cartilagem fragmentada é co-
te usada para outros enxertos ou não está dispo- locada na fáscia retirada do temporal por meio de
nível. Quando disponível, ela é retirada facilmente urna incisão no couro cabeludo. A fáscia é suturada
por urna septoplastia, podendo então ser moldada em um tubo e a cartilagem é injetada na fáscia com
e suturada na posição desejada. 3 urna seringa de 1 mL sem a ponta . Esse tubo com
- Cartilagem da orelha: A cartilagem da orelha é urna cartilagem preenchida com fáscia é inserido na loja
opção para as deficiências de 3 a 6 mm. Ela é retira· dorsal. A cartilagem particulada também pode ser
da facilmente e seu uso permite que qualquer septo injetada ao redor dos enxertos de costela para ali-
disponível seja utilizado para outros enxertos. Se a sar as bordas. • Nenhum desses métodos é propenso
concha inferior e a concha superior forem retiradas, à reabsorção, mas os enxertos descobertos podem
um retalho reto de cartilagem poderá ser retirada e tornar-se palpáveis ou visíveis. Não se recomenda
retalhos menores podem ser suturados a um retalho envolver a cartilagem em Surgicel®, pois seu uso
maior. Se a curvatura da cartilagem da orelha for demonstrou aumentar a reabsorção da cartilagem.
um problema, uma folha de polidioxanona pode Essa técnica funciona bem, já que qualquer fonte
servir de plataforma rígida para aplainar a cartila- de cartilagem pode ser empregada, permitindo tam-
gem da orelha e servir de base aos quais vários reta- bém o uso de sobras de cartilagem. A deformação
lhos de cartilagem podem ser suturados.' não é um problema e o complexo cartilagem-fáscia
- Cartilagem da costela: A cartilagem da costela pode pode ser moldado até 10 a 14 dias depois da cirur-
gia, para manter as dimensões ideais.6• 7
ser retirada em diversas dimensões e geralmente é
abundante em pacientes mais jovens e de meia ida- - Cartilagem condral irradiada: A cartilagem irra-
de. Pode haver um pouco de calcificação nos pa- diada é abundante e evita o uso de urna área do-
cientes mais velhos, mas uma tomografia compu- adora . Alguns autores relatam que a cartilagem
tadorizada (T CJ pode identificar essa calcificação irradiada é reabsorvida e propensa à deformação
no pré-operatório. A costela é retirada conforme mesmo após 4 semanas do corte.8 Contudo, o mes-
descrito anteriormente (Capítulo 12) e é esculpida mo estudo não revelou nenhuma diferença quanto
na dimensão adequada. O enxerto deve ser molda- à deformação entre as cartilagens irradiadas e não
do no formato de um caiaque, estreito na direção irradiadas. Outros estudos demonstraram seu uso
cefálica e caudal, com sua maior dimensão no local a longo prazo com reabsorção mínima e caracte-
da cúpula osseocartilaginosa. O principal problema rísticas aceitáveis de deformação.9 ·'º·"
com a cartilagem da costela é a deformação. Um • Técnica:
fio de Kirschner pode ser colocado no enxerto para - Modelagem do enxerto: Após a retirada, o enxer-
resistir a essa tendência. Recomenda-se esculpir o to pode ser manipulado por meio de seu corte ou
formato geral do enxerto, para inserir o fio de Kirs- modelagem de seus contornos, com um bisturi ou
chner antes de prosseguir ao detalhamento dimen- broca, conforme o tamanho desejado. As lixas fi-
sional final. Eventualmente, um enxerto pequeno nas para rinoplastia também são úteis para o ali-
esculpido em detalhes pode se romper durante a samento e modelagem dos enxertos. Pode-se criar
colocação do fio de Kirschner; portanto, é preferí- urna concavidade na superfície inferior para estabi-
vel colocar o fio enquanto o enxerto ainda tem um lizar o enxerto e maximizar o contato com o dorso
certo volume.
- Enxerto costocondral: Quando existe a necessidade • N . de R.T. Este enxerto é chamado de "turkish delight" na lite-
de urna grande quantidade de material da raiz até ratura.
RINOPLASTIA 71

I'
,
I
\

Figura 16-2 Abordagem do dorso via incisão transcolumelar.

Figura 16-3 Criação de uma loja dorsal, logo acima do periósteo, para colocação do enxerto.
72 PETERj. TAUB E STEPHEN 8. BAKER

subjacente. As bordas podem ser chanfradas, para - No pós-operatório, o enxerto também pode mi-
permitir que o enxerto se fixe melhor aos tecidos grar se a dissecção da loja for muito extensa.
moles circundantes (Figura 16-4). Vários retalhos - O aumento do dorso pode fazer o nariz parecer
de cartilagem também podem ser empilhados para mais estreito, causando a rotação inferior da pon-
obter uma altura maior. ta . A ponta pode necessitar de uma sutura para
- Colocação do enxerto: O enxerto pode ser coloca- rotação após o aumento do dorso.
do no lugar por meio de uma sutura transcutânea • Dicas:
amarrada sobre um suporte, podendo ser removida - A dissecção da loja deve ser feita diretamente sobre
depois de 1 a 2 semanas. A sutura inicia através da o osso para minimizar qualquer tecido mole entre
pele, logo acima da loja, para colocação do enxerto o enxerto e o osso subjacente e para maximizar o
e é recuperada através da incisão de acesso. A su- aporte sanguíneo do retalho de pele sobre o enxerto.
tura em uma agulha reta funciona bem para esse - A loja do enxerto deve ser limitada ao tamanho do
propósito. Ela é passada através da pele e do enxer- enxerto, para minimizar o risco de mau posiciona-
to e depois, novamente pela porção supraperiosteal, mento.
até o dorso e para fora da pele, na porção lateral
- As bordas do enxerto, sejam de cartilagem, osso
ao lado oposto da sutura. Ela é amarrada sobre
ou materia l aloplástico, devem ser "suavizadas»
uma almofada de gaze petrolato • para fixação. Se
por meio de sua chanfradura para que se moldem
alguma irregularidade for palpável ou visível após
às paredes laterais nasais e tecidos moles adjacen-
a colocação do enxerto, ele pode ser removido e
tes. As bordas agudas serão vistas especialmente
modificado, ou as irregularidades menores podem
debaixo de um envelope de pele fina.
ser cobertas com pequenos retalhos de fáscia. Even-
tualmente, um pedaço de AlloDermTM pode ser co- - Uma sutura pode ser ancorada à extremidade do
enxerto, passada através da pele na região do ná-
locado sobre o dorso para alisar o contorno final.
sio e amarrada sobre um suporte para auxiliar no
- Fixação do enxerto: A fixação adicional do enxerto
posicionamento do enxerto e minimizar o mau
pode ser realizada de diversas maneiras. 12 A forma .. " . ,,. .
pos1c1onamento no pos-operaton o.
menos invasiva é a colocação de fita adesiva sobre
a pele. Embora não seja a melhor opção, o enxerto
será mantido no lugar se a loja demonstrar pouca REFER~NCIAS
mobilidade. A fixação temporária do enxerto no 1. Sajjadian A, Naghshineh N, Rubinstein R. Current status
osso subjacente pode ser feita com um ou dois fios of grafts and implants in rhinoplasty: Part II. Homologous
Kirschner, ou um ou dois parafusos de titânio. Os grafts and allogenic implants. Plast Reconstr S«rg. 201 O;
125(3):99e-109e.
fios Kirschner são passados através da pele para
2. Peled Z, Warren A, Johnston P. The use of alloplastic mate-
dentro do enxerto e do osso frontal subjacente,
riais in rhinoplasty surgery: A meta-analysis. Plast Reconstr
tomando cuidado para não passar a ponta longe S«rg. 2008;121:85- 92.
demais. Um parafuso de 8 ou 10 mm de compri- 3. Gunter J, Rohrich R. Augmentation rhinoplasty: Dorsal on-
mento também pode ser colocado através de uma lay grafting using shaped autogenous septal cartilage. Plast
pequena incisão vertical na região da glabela, sobre Reconstr Surg. 1990;86:39.
a porção superior do enxerto ósseo (Figuras 16-5 e 4. Gruber R, Pardun J, Wall S. Grafting the nasal dorsum with
16-6). A incisão não precisa ser longa e geralmente tandem ear cartilage. Plast Reconstr Surg. 2003;112:1110.
cicatriza sem deixar marca perceptível. Um furo é 5. Daniel R. Rhinoplasty and rib grafts: Evolving a flexible ope-
rative technique. Plast Reconstr Surg. 1994;94:597.
feito no enxerto e no osso subjacente. O parafuso é
6. Daniel RK, Calvert J. Diced cartilage grafts in rhinoplasty
inserido ao longo do mesmo trajeto, sem visualiza-
surgery. Plast Reconstr S«rg. 2004;113:2156.
ção direta do furo. Um segundo parafuso pode ser 7. Erol O. The Turkish delight: A pliable graft for rhinoplasty.
colocado através da mesma incisão e no enxerto Plast Reconstr S«rg. 2000;105:1838.
ligeiramente abaixo do primeiro parafuso. 8. Adams W, Robrich R, Gunter J et ai. The rate of warping in
- ,W.anejo pós-operatório: Uma tala de gesso ou de irradiated and nonirradiated homograft rib cartilage: A con-
plástico moldável deve ser colocada sobre um trolled comparison and clinicai implications. Plast Reconstr
curativo padrão com fita adesiva sobre o dorso. S«rg. 1999;103:265- 270.
9. Weber S et al. Jrradiated costal cartilage in augmentation rhi-
Ela é mantida no lugar por aproximadamente 2 se-
noplasty. Oper Techn Oto/aryng. 2007;18:274-283.
manas para permitir a cicatrização do tecido mole
10. Strauch B, Wallach SG. Reconstruction witb irradiated homo-
ao redor do enxerto. graft costal cartilage. Plast Reconstr S«rg. 2003; 111 :2405.
• Armadilhas: 11. Lefkovits G. Nasal reconstruction witb irradiated homo-
- Enxertos de cartilagem podem ser colocados em graft costal cartilage. Plast Reconstr Surg.-<:orrespondence.
uma posição bem baixa ou bem alta em relação à 2004;113:1291.
glabela e ao násio. 12. Gunter JP, Clark CP, Friedman RM. Internai stabilization of
autogenous rib cartilage grafts in rhinoplasty: A barrier to
• N. de R.T. Gaze vasilinada pode ser utilizado, bem como Adoptic*. cartilage warping. Plast Reconstr S«rg. 1997;100:161- 169.
R INOPLASTIA 73

Figura 16-4 Aumento do dorso com enxerto. Observe a superflcie inferior levemente oca do en-
xerto para min imizar a mobilidade e maximizar o contato da superfície.

Figura 16-5 Fixação do enxerto


de osso dorsal nasal com micropa-
rafuso.

Figura 16-6 Enxerto dorsal no lugar, fixado na raiz e coberto d istalmente pelas cartilagens laterais inferiores.
CAPÍTULO 17 Redução da raiz

• Pacientes com protrusão anterior excessiva dos os- bre todo o dorso pode ser usada para minimizar
sos nasais na área do násio são candidatos à redu- a formação de edema sobre a área de ressecção e
ção da raiz (Figura 17-1). manter o contorno.
• Marcações: Nenhuma marcação específica é neces- • Armadilhas:
sária; entretanto, uma estimativa aproximada da - Como vários músculos percorrem a região da
quantidade de redução deve ser estabelecida. raiz, pode ocorrer sangramento em uma área
• Abordagem: Várias incisões podem ser usadas para de difícil visualização direta, em uma dissecção
a manipulação da ra iz. Por meio de uma técnica extensa.
aberta, a ra iz pode ser acessada via incisão colu- - Se houver planos de osteotomias laterais adi-
melar e dissecção padrão sobre as cartilagens late- cionais dos ossos nasais, deve-se tomar cuida-
rais inferiores e dorso. Usando a técnica fechada, do para preservar algumas inserções laterais
uma incisão intercartilaginosa intranasal estendida do tecido mole nos ossos nasais, para que as
ao longo do aspecto caudal do septo cartilaginoso osteotomias não deixem fragmentos soltos de
pode ser empregada para expor o dorso. osso.
• Técnica: A dissecção prossegue ao longo da linha mé- - A redução conservadora da ra iz, que é segura,
dia dorsal com uma tesoura. Ao nível dos ossos na- geralmente não obtém diminuição significativa
sais, um elevador de Freer pode ser utilizado para a da projeção anterior do tecido mole sobrejacen-
dissecção em um plano subperiosteal. A proeminên- te. Todavia, uma redução mais agressiva pode
cia óssea no ângulo nasofrontal pode ser reduzida, causar a violação do seio frontal, lesão na muco-
usando uma série de raspas ou, se d isponível, uma sa subjacente ou redução excessiva.
broca com protetor, que é exposta apenas no seu as- - A redução da raiz pode dar a ilusão de uma dis-
pecto inferior de corre' (Figura 17-2). Em geral, uma tância in tercantal aumentada e pode aumentar o
raspa curva imita a anatomia natural da raiz que comprimento do nariz.
permite a redução mais controlada e eficaz (Figura • Dicas:
17-3). O osso também pode ser removido com um
- A infiltração adequada da ra iz com anestésico
saca-bocado de Lempert para a manipulação dos as-
local com adrenalina e um período de tempo su-
pectos mais superiores da raiz. No final da redução, ficiente entre a injeção e a manipulação minimi-
a loja de tecido mole deve ser irrigada com soro fisio-
zam o sangramento durante a dissecção.
lógico estéril para remover qualquer fragmento solto
de osso ou de tecido mole, podendo ser combinada - O paciente também precisa estar ciente de que
com outros procedimentos nasais, se indicados. O fe- a quantidade de redução do tecido mole não se-
chamento é realizado de forma padrão. gue o osso na mesma quantidade e que a quanti-
dade de redução acaba sendo limitada.
• A redução da raiz na porção superior (em direção
à cabeça) do nariz aumentará o seu comprimento,
pois move o násio para a porção superior. REFERtNCIA
• No pós-operatório, um curativo com fita adesiva 1. Guyuron B. Guarded burr for deepening of the nasofrontal
sob uma tala de plástico moldado ou de gesso so- juncrion. Plast Reconstr Surg. 1989;84:513.
R IN OPLASTIA 75

Figura 17-1 Raiz alta e sua correção.

Figura 17-2 Redução da raiz com raspa de


tração reta.

Figura 17-3 Esquema mostrando a redução da raiz


com raspa de empuxo curva.
CAPÍTULO 18 Aumento da raiz

• A concavidade na área da raiz não é uma preocu- rnento pós-operatório. Isso pode ser feito por meio
pação incomum . Os enxertos de raiz são usados de urna sutura transcutânea amarrada sobre um re-
para aumentar um ângulo nasofrontal deficiente forço e removida depois de 1 a 2 semanas. A sutura
ou para mover o ponto de quebra da raiz para a começa na pele, na parte superior à loja do enxer-
porção superior (Figura 18-1). Uma raiz baixa pode to, sendo passada para fora por incisão de acesso.
contribuir para o aspecto de um nariz curto, mas A sutura é passada através do enxerto no lado ex-
sua melhora é obtida por meio do aumento da raiz. terno do nariz, pela região subcutânea de volta ao
• Em uma fotografia lateral do paciente, o cirurgião dorso e para fora da pele, na porção lateral até o
deve estimar a quantidade de correção necessária. outro lado da sutura (Figura 18-2). Um fio mais fir-
Não há necessidade de marcações específicas; en- me pode ser colocado entre a pele e o enxerto corno
tretanto, a área planejada para a loja subcutânea forma alternativa de fixação. Um simples curativo
do enxerto pode ser delineada na pele. A altura fi- pode ser suficiente se for utilizada uma fita adesiva
nal da raiz precisará ser determinada na mesa de sobre a pele dorsal. O reforço e/ou o fio em geral é
. . deixado no local durante uma semana, em média,
c1rurg1a.
• A criação de uma loja na região da raiz ocorre pela a fim de permitir a fixação do enxerto e evitar uma
dissecção sobre o dorso. O dorso pode ser acessa- cicatriz causada pela sutura' (Figura 18-3).
do por uma abordagem endonasal ou nasal aberta. • O aumento da raiz na porção superior do nariz
Na abordagem aberta, a raiz é acessada via incisão fará com que o nariz pareça mais curto. Por outro
columela r na pele e pela dissecção padrão sobre as lado, um násio baixo que é aumentado por um en-
cartilagens laterais inferiores e sobre o dorso. Na xerto de raiz aumentará o comprimento do nariz.2
técnica fechada, pode-se utilizar uma incisão inter- • Armadilhas:
cartilaginosa intranasal ao longo do aspecto cau- - A criação de uma loja subcutânea muito grande
dal do septo cartilaginoso, a fim de expor o dorso. para o enxerto, sem fixação no local, por um
Uma tesoura é usada para remover o tecido mole período de tempo devido a uma d issecção mui-
do dorso subjacente. Ao nível da raiz, um eleva- to larga provavelmente resultará em migração e
dor de Freer é usado para completar a dissecção mau posicionamento do enxerto.
em um plano subperiosteal. A loja do tecido mole - O aumento da raiz pode acentuar urna distância
deve ser irrigada com soro fisiológico estéril, antes intercantal estreita, comprometendo a estética
da colocação do enxerto, para remover quaisquer facial.
fragmentos soltos.
• Dicas:
• O aumento da raiz pode ser realizado com mate-
- A dissecção da loja deve ser limitada, e devem-se
rial autógeno ou aloplástico. O material autógeno
utilizar algumas técnicas para manter o enxerto
é recomendado e pode ser obtido de várias fontes,
no local. Após urna colocação ideal do enxerto,
como septo, costela ou orelha. A cartilagem do
ele deverá ser fixado no local, corno indicado an-
septo é um material ideal para o enxerto, quando
disponível. A cartilagem deve ser levemente esma- teriormente.
gada para que seja mais maleável e tenha menor
probabilidade de visualização através da pele mais REFER~NCIAS
fina que recobre a raiz. Dois ou mais pedaços de 1. Becket D, Pastornek NJ. T he radix graft in cosmetic rhino-
enxerto podem ser sobrepostos e suturados um ao plasty. Arch Facial Plast Surg. 2001;3: 115.
outro para aumentar a altura. O enxerto deve ser 2. Guyuron B. Dynainics in rhinoplasty. Plast Reconstr Surg.
"fixado" no lugar para reduzir o mau posiciona- 2000;105:2257.
R INOPLASTIA 77

Figura 18-1 Déficit na região da raiz com correção por meio


de enxerto de cartilagem.

'
Figura 18-2 Colocação de um enxerto de raiz usando uma
sutura de reforço.

Figura 18-3 Curativo de reforço usado para manter o enxer-


to de cartilagem no local.
CAPÍTULO 19 Aumento da projeção
da ponta nasal

• Indicações: Pacientes que não têm projeção da Na abordagem nasal aberta, uma incisão-pa-
ponta nasal podem ser candidatos a técnicas que drão é feita através da columela, estendida até
aumentam a projeção da ponta, por meio da co- um dos lados e com continuação caudal até as
locação de suturas ou enxertos nas estr uturas da margens inferiores das cartilagens latera is infe-
ponta nasal (Figu ra 19-1 ). Nota-se que a projeção riores. A ponta nasal é d issecada conforme des-
inadequada da ponta não pode ser melhorada sim- crito anteriormente.
plesmente com a redução do dorso. Uma fotografia • Técnicas : Recomenda-se um método graduado
lateral real mostrará melhor a necessidade de au- para obtenção do aumento da ponta nasal, com
mentar a projeção da ponta. - de suturas ate, estacas e enxertos. 1·2
progressao
• Marcações: Não são necessárias marcações espe- - Suturas da ponta: O método mais simples de au-
cíficas na pele no pré-operatório. Contudo, um mentar a projeção da ponta é com a remoção de
plano bem elaborado de cir urgia deve ser traçado, qualquer tecido in terdomal interveniente e com
incluindo uma abordagem em camadas para obter a sutura dos ramos médios entre si com suturas
o resultado desejado. dos ramos mediais. Pode-se obter uma projeção
• Abordagem: A ponta nasal pode ser acessada por maior com suturas interdomais ou intradomais.
uma abordagem endonasal ou nasal aberta . O complexo da cartilagem lateral inferior tam-
Na abordagem endonasal, são realizadas inci- bém pode ser elevado e suturado ao septo ou a
sões intercartilaginosas e marginais bilaterais, um enxerto de extensão septa l anterior.
permitindo que as cartilagens laterais inferiores Estaca columelar: Caso se queira uma projeção
sejam liberadas da pele que recobre a ponta na- maior, uma estaca de cartilagem pode ser colo-
sal. Como dois retalhos bi pediculares, elas são cada em uma loja entre os ramos mediais das
trazidas para fora do envelope da pele da ponta cartilagens laterais inferiores para fornecer uma
nasal para que sejam melhor visualizadas e ma- estrutura de suporte, onde as cartilagens laterais
nipuladas. As suturas podem ser colocadas den- inferiores podem se reconectar. Uma loja de ta -
tro de cada cartilagem lateral inferior ou passa- manho adequado é criada na base da columela
das de uma cartilagem lateral inferior à outra.• para assentar o enxerto de cartilagem, que fica
entre as placas laterais da columela. O enxer-
• N. de R.T. Chamados de pontos transdomais e intcrdomais. to pode ser temporariamente mantido no lugar
R IN OPLASTIA 79

Figura 19-1 Ponta nasal com projeção insuficiente e sua subsequente correção.
80 P ETERj. TAUB E ST EPHEN 8. BAKER

com duas agulhas de calibre 25, de 1,5 polega- • Armadilhas:


das, colocadas horizontalmente no ramo medial - Se uma estaca columelar for colocada ao nível
até o enxerto do ramo medial oposto (Figura da espinha nasal anterior, ela pode ficar frou-
19-2). Pode-se, então, realizar uma sutura 4-0 de xa e criar uma sensação de estalo ao mover-se
náilon transparente ou PDS, por meio das três através da espinha nasal anterior. Isso pode ser
estruturas, com os nós feitos entre o enxerto e evitado, usando uma estaca flutuante que não
o ramo medial em um dos lados da columela. chegue até a espinha ou prendendo o enxerto
Devem-se usar duas ou três sut uras para evitar a contra a espinha.
rotação indesejada da extensão superior ou infe- - A pele em uma abordagem aberta deve ser sutu-
rior do enxerto. rada temporariamente, enquanto a projeção da
- Enxertos de ponta: Para aumentar a projeção ponta é avaliada. Se a ponta for avaliada com a
ainda mais, um enxerto apical pode ser sutura- pele puxada sobre a cartilagem, mas não fecha-
do sobre a ponta. Se optar por uma abordagem da totalmente, o cirurgião ficará desapontado
endonasal, o enxerto pode ser colocado por com a perda de projeção que ocorre com o fe-
meio de uma incisão mar ginal na porção ca u- chamento completo da pele.
dal à borda inferior dos ramos mediais. Em uma • Dicas:
abordagem aberta, o enxerto deve ser suturado - As cartilagens laterais inferiores podem ser ex-
no local para reduzir o mau posicionamento postas por uma abordagem endonasal ou nasal
pós-operatório. O material de enxerto pode ser aberta . Todavia, a modificação bem-sucedida da
obtido de diversas fontes, incluindo septo na-
ponta nasal complexa pode ser melhor obtida
sal, caixa torácica ou cavidade da concha. Ele pela abordagem aberta.
é moldado ao critério do cirurgião. Geralmente,
- A violação da mucosa nasal subjacente ao colo-
um "escudo" pentagonal é criado e localizado
car as suturas intradomais • nos ramos mediais,
na linha média na porção caudal à ponta nasal
pode ser d ifícil de evitar. As suturas podem ser
verdadeira (Figura 19-3). Um enxerto localiza-
colocadas mais facilmente se o arco dos ramos
do mais acima também pode ser usado. Para
médios for achatado com um dedo antes de co-
uma cartilagem mais firme, o enxerto pode ser
locar a sutura .
fragmentado para amaciá-lo. As bordas também
devem ser chanfradas para minimizar a visibili- - Para minimizar o deslocamento de uma estaca
columelar, a loja para a estaca não deve se esten-
dade sob a pele. Suturas simples são colocadas
nos cantos do enxerto, na estrutura subjacente der até a espinha nasal anterior a menos que seja
da ponta . Os enxertos apicais podem ser adi- necessária uma grande quantidade de projeção
cionados às técnicas de sutura ou estacas colu- da ponta. Nesses casos, uma abordagem da mu-
cosa intraoral permite o acesso para prender a
mela res, e vários enxertos podem ser colocados
base do enxerto à espinha nasal anterior.
sobrepostos uns aos out ros, ou justapostos uns
aos outros para atingir uma ótima projeção e - É útil guardar o tecido fascial removido das car-
definição da ponta. tilagens da ponta. Pode ser proveitoso cobrir os
enxertos de ponta para reduzir a probabilidade
• Manejo pós-operatório: O nariz é fechado pelo
de visibilidade do enxerto.
método padrão tomando-se o cuidado para não
romper a estrutura da ponta nasal. Um curativo
com Steri-strip0 (tipo de fita adesiva) gradativa- REFER~NCIAS
mente mais longa colocada através do dorso, des- 1. Roh rich RJ, Muzaffar AR. Primary rhinoplasty. ln :
de a raiz até a inflexão supra-apical, e uma Steri- Achauer BM, Eriksson E, Vander Kolk C, et ai., eds. Plastic
0
·Strip longa colocada na parte inferior da parede Surgery: Indications, Operations, and Outcomes. Volu1ne
lateral, através da columela e de volta até a ou- 5. St. Louis, MO: Mosby; 2000:2631- 2672.
tra parede latera l, são suficientes para manter a 2. Tebbets JB. Shaping and positioning of the nasal t ip wi-
ponta nasal no lugar. Caso se queira utilizar uma thout surgical disruption: A systematic approach. Plast Re-
tala juntamente com as fitas adesivas, ele pode ser constr Surg. 1994;94(1):61-77.
moldado conforme a necessidade e adicionado
por cima. • N . de R.T. Também chamadas de transdomais.
RINOPLASTIA 81

Figura 19-2 Fixação temporária da estaca columelar com agu lhas de calibre 25 durante a colocação das suturas.

Figura 19-3 Enxerto em escudo suturado no local.


CAPÍTULO 20 Redução da projeção
da ponta nasal

• Indicações: Pacientes com aumento da projeção • Marcações: Não são necessárias marcações especí-
da ponta nasal podem ser candidatos a algumas ficas no pré-operatório. Contudo, um plano bem
intervenções específicas, para d iminuir a projeção elaborado de cirurgia deve ser traçado.
da ponta e melhorar o equilíbrio facial (Figura 20· • Abordagem: As manobras para diminuir a proje-
1 ). Isso, em geral, é difícil de obter, e é preciso de- ção da ponta são melhores na abordagem aberta.
terminar cuidadosamente o problema do paciente Na abordagem endonasal, a incisão intersepto-co-
no pré-operatório. Os fatores específicos que po- lumelar un i e bilateral causará o rompimento das
dem contribuir para o aumento da projeção in- conexões entre os ramos mediais e o septo caudal.
cluem o comprimento dos ramos mediais ou late- A continuação da incisão da mucosa lateralmente,
rais das cartilagens latera is inferiores, a distância como incisão intercartilaginosa, desprenderá ainda
das placas columelares dos ramos mediais até a mais os ramos laterais da margem caudal das car-
espinha nasal anterior, as conexões entre os ramos tilagens latera is superiores. Na abordagem aberta,
mediais e o septo caudal e as conexões entre os uma incisão-padrão é realizada pela parte central
ramos laterais e a borda caudal das cartilagens la· da pele columelar, com extensão para as incisões
terais superiores. marginais na borda bilateral para a ótima exposi-
ção dos componentes da ponta nasal.
R INOPLASTIA 83

Figura 20-1 Ponta nasal com projeção excessiva e sua correção.


84 P ETERj . T AUB E STEPHEN 8 . B AKER

• Técnicas: Para reduzir a projeção da ponta, é im- pacientes. A perda de projeção da ponta pode
portante tratar das estruturas anatômicas que con- aumentar o alargamento alar, sendo tratado de-
tribuem para a sustentação da ponta nasal. Essas pois que a ponta estiver em sua posição final.
estruturas incluem a pele sobre as cartilagens la- Se houver alargamento alar, uma ressecção alar
terais inferiores, a posição das cartilagens laterais poderá ser necessária.
inferiores, as inserções fibrosas entre as cartilagens • Manejo pós-operatório: Um Steri-strip® colocado
laterais superiores e inferiores e aquelas entre as na parte inferior de urna parede lateral através da
cartilagens laterais inferiores e o septo caudal. Re- columela, subindo de volta pela outra parede late-
comenda-se o uso de um método graduado para a ral, é suficiente corno curativo para manter a colu-
redução da projeção da ponta, conforme descrito rnela reposicionada no lugar.
. 1,2
a seguII. • Armadilhas:
- Liberação dos ramos mediais: Para deformidade A redução na projeção da ponta nasal pode fa-
mínima, a liberação dos ligamentos e a coloca- zer o dorso parecer alto demais, necessitando de
ção de suturas entre os ramos médios e o septo redução dorsal.3
caudal irão retrair um pouco o complexo das
- A retração alar pode ocorrer após a ressecção da
cartilagens laterais inferiores. Se for necessária
borda cefálica das cartilagens laterais inferiores.
urna retração maior, manobras alternadas serão
necessárias. - O alargamento alar pode resultar da redução
da projeção da ponta. Se isso ocorrer, deverá ser
- Ressecção cefálica: A excisão de urna porção da
tratado na cirurgia.
margem cefálica da cartilagem lateral inferior
romperá ainda mais a sustentação da ponta na- • Dicas:
sal (Figura 20-2). Após a desconexão da ponta - Um exame pré-operatório cuidadoso deve
das estruturas mais superiores, a projeção se dá identificar a(s) estrutura(s) anatôrnica(s) mais
pelo comprimento e pela força das cartilagens envolvida(s) no aumento da projeção da ponta.
laterais. Uma sutura dos ramos mediais e do - Se houver retração alar após a ressecção das
septo pode ser utilizada para manter a ponta em margens cefálicas das cartilagens laterais infe-
uma posição mais posterior (Figura 20-3). riores, o pedaço de cartilagem removido pode
- Enxerto de extensão septal (ver Capítulo 23): ser preservado e usado para a sustentação da
Um enxerto de extensão septal pode ser usado cartilagem lateral inferior remanescente. Urna
corno urna estrutura estabilizadora em que a loja é dissecada sob a borda superior e o pedaço
ponta pode ser suturada para reforçar o grau de removido é suturado novamente sob a porção
projeção desejado. remanescente com uma sutura interrompida
- Transecção dos ramos : O encurtamento dos ra- com PDS 5 -0. lsso serve para fortalecer a susten-
mos la tera is das cartilagens la tera is inferiores tação da borda alar e harmonizá-la com a carti-
reduzirá a projeção desses elementos da ponta lagem lateral superior.
nasal. Isso é obtido por meio da liberação da
cartilagem da pele e da mucosa nasal, fazendo REFER~NCIAS
um corte transversal, sobrepondo a cartilagem 1. Rohrich RJ, Muzaffar AR. Primary rhinoplasty. ln :
lateral inferior e suturando novamente as extre- Achauer BM, Eriksson E, Vander Kolk C, et ai., eds. Plastic
midades em sua posição sobreposta (Figura 20- Surgery: Indications, Operations, and Outcomes. Volume
4 ). A transecção da cartilagem para diminuir a 5. St. Louis, MO: Mosby; 2000:2631- 2672.
projeção da ponta pode ser realizada ao nível 2. Tebbets JB. Shaping and positioning of the nasal tip wi-
dos ramos mediais ou laterais. Os ramos laterais thout surgical d isruption: A systematic approach. l'last Re-
são geralmente manipulados antes dos ramos constr Surg. 1994;94(1):61- 77.
mediais, porque oferecem uma contribuição 3. Guyuron B. Dynamic interplays during rhinoplasty. Clin
maior para a sustentação da ponta em muitos l'last Surg. 1996;23:223- 231.
R INOPLASTIA 85

Figura 20-2 Ressecção da borda superior da cartilagem la-


teral inferior.

Figura 20- 3 Redução na projeção da ponta nasal por sutura


das placas columelares mediais.

Figura 20-4 Ressecção dos ramos laterais e sobreposição das extremida-


des submetidas à transecção.
CAPÍTULO 21 Aumento da rotação
da ponta

• Indicações: Pacientes com pouca ou nenhuma ex- crita como uma forma de tratamento para os pa-
posição das narinas provavelmente têm rotação cientes com resultado positivo no teste do sorriso.'
descendente excessiva do nariz ou da ponta nasal • Marcações: Não são necessárias marcações especí-
(Figura 21-1 ). A quantidade de rotação é descrita ficas no pré-operatório. Contudo, um plano bem
mais adequadamente pelo ângulo entre o nariz e o elaborado de cirurgia deve ser traçado. O grau esti-
lábio superior. O valor normal para o ângulo naso- mado de mudança no ângulo nasolabial é útil para
labial nas mulheres é de aproximadamente 100 a prever as manobras necessárias para realizar essa
105°, enquanto nos homens é de aproximadamente mudança.
95 a 100º. Os pacientes que têm esse ângulo agudo • Abordagem: Os principais fatores que contribuem
demais podem ser candidatos a técnicas que girem para o ângulo nasocolumelar são a extremidade
a ponta para cima. A posição do nariz é determina- caudal do septo e a espinha nasal anterior da ma-
da pelos elementos que estabilizam a ponta nasal. x ila. Raramente, os ramos médios da cartilagem la-
Esses elementos incluem a pele sobre as cartilagens teral inferior desempenham um papel significativo.
laterais inferiores, a posição das cartilagens laterais Ambas as estruturas podem ser acessadas por uma
inferiores, as inserções fibrosas entre as cartilagens a bordagem fechada ou aberta. Na abordagem aber-
laterais superiores e inferiores e aquelas entre as ta, a pele é descolada para liberar as cartilagens la-
cartilagens laterais inferiores e o septo caudal. Os terais inferiores de forças restritivas. Os complexos
ramos laterais, com uma posição mais oblíqua na das cartilagens laterais inferiores individuais podem
ponta nasal e com borda alar, contribuem para a ser separados pela dissecção, através do tecido mole
menor rotação da ponta. A hiperatividade do mús- solto entre eles, para permitir a visualização do sep-
culo depressor do septo também pode contribuir to caudal. A espinha anterior é encontrada pela dis-
para a menor rotação da ponta nasal, especialmen- secção na porção inferior ao osso maxilar. Na abor-
te quando a pessoa sorri. Um músculo depressor dagem fechada, uma incisão intersepto columelar
do septo "hiperativo" que contribui para a ponta unilateral ou uma transecção completa permite a
nasal caída é diagnosticado pelo "teste do sorriso" exposição semelhante dessas estruturas.
(i. e., a ponta nasal baixa levemente quando opa- • Técnica: Pequenos aumentos na rotação da ponta
ciente sorri). A divisão desse músculo tem sido des- podem ser obtidos pela simples excisão da borda
R INOPLASTIA 87

Figura 21-1 Ponta nasal com sub-rotação e sua correção.


88 PETERj. TAUB E STEPHEN 8. BAKER

cefálica das cartilagens laterais inferiores (Figura - Outra forma de girar a ponta nasal é pela tran-
21 -2). A ressecção de uma porção da borda cefálica secção do complexo dos ramos laterais. A pele
dos ramos laterais das cartilagens laterais inferio- sobre o aspecto lateral dos ramos laterais pode
res é uma maneira de reduzir as inserções fibrosas ser descolada e as inserções da cartilagem lateral
entre os ramos laterais e as cartilagens laterais su- inferior nas cartilagens acessórias podem ser sub-
periores. Além disso, o espaço criado pela excisão metidas à transecção vertical. Para manter ou au-
permite que as porções mais inferiores da cartila- mentar a quantidade de rotação da ponta nasal,
gem girem na d ireção anti-horária para preencher pode haver necessidade de um enxerto em estaca
o espaço. Os paquímetros são usados para medir columelar. O enxerto deve ser retirado de uma
a quantidade de cartilagem a partir do aspecto ce- fonte que forneça uma cartilagem mais reta e
fálico da cartilagem lateral inferior, que deve ser mais densa (septo, costela), em vez da orelha, que
preservada para manter a sustentação da válvula possui mais contornos e é mais maleável. O mate-
nasal externa. Em geral, não se deve deixar menos rial de enxerto é colocado entre os ramos mediais
de 4 a 6 mm para sustentação. Uma lâmina nº 15 das cartilagens latera is inferiores e suturado em
é utilizada para realizar a incisão da cartilagem em ambos para sustentação intrínseca. Um enxerto
sua extensão longitudinal, tomando-se o cuidado de extensão septal também pode ser usado para
para evitar lesões na mucosa nasal subjacente. A controlar a rotação da ponta. A cartilagem deve
porção a ser ressecada é presa com uma pinça por ser reta, grande, rígida e capaz de ser presa ao
uma das extremidades e removida com bisturi ou septo e aos ramos mediais e médios. A extremida ·
tesoura fina. Deve ser mantida no campo cirúrgico de septal pode ser presa com suturas PDS, e a ro-
com gaze umedecida em soro fisiológico, caso seja tação da ponta é estabelecida e presa pela sutura
necessário usá-la como enxerto. do enxerto de extensão septal aos ramos médios.
- As cartilagens laterais inferiores também podem Esse enxerto mantém a projeção desejada. A car-
ser giradas superiormente por meio de suturas tilagem do septo é ideal porque é forte e reta. A
colocadas entre os ramos med iais e o septo para cartilagem de costela pode se deformar e a carti-
fixar as cartilagens laterais inferiores em uma lagem da orelha é muito mole. Uma folha de PDS
posição mais cefálica (Figura 21-3). Essa sutura de 0,5 mm pode ser usada para conferir rigidez à
prende a ponta nasal e é conectada ao septo an- cartilagem de orelha ou minimizar a deformação
terocaudal. À medida que é apertada, ela gira a da cartilagem de costela.
ponta no sentido anti-horário. O nó é colocado - Um septo caudal saliente ou fraco afeta a rota·
no ângulo desejado de rotação da ponta. ção da ponta. Vários milímetros de septo caudal
R INOPLASTIA 89

Figura 21 -2 Ressecção cefálica das cartilagens lacerais inferiores.

Figura 21-3 Rotação da ponta por meio de sutura do septo caudal.


90 P ETERj. TAUB E ST EPHEN 8. BAKER

podem ser ressecados para produzir mudanças dorso encurta, e a quantidade de exposição das
na projeção da ponta (Figura 21-4). Se isso for narinas aumenta .
realizado em uma posição mais anterior, o au- - A ressecção da porção cefálica dos ramos late-
mento na rotação da ponta será obtido. Se isso rais das cartilagens laterais infer iores rompe as
ocorrer em uma posição mais posterior, próxi- inserções fibrosas das cartilagens laterais supe-
mo à espinha nasal anterior, um aprofundamen- r iores, podendo enfraquecer a sustentação da
to maior da região infranasal será obtido, resul- ponta.
tando em um ângulo nasolabial mais agudo. - A ressecção do septo caudal pode girar a ponta
- Orna espinha nasal fraca que produz um ângulo nasal para cima . Essa alteração pode ser deseja-
nasolabial agudo pode ser aumentada com um da, mas, do contrário, deve ser prevista .
enxerto de cartilagem colocado entre as cartila- - Qualquer tecido colocado ao longo da abertura
gens laterais inferiores, que se estendem caudal- piriforme pode se tornar visível quando o pa·
mente até os ramos mediais da cartilagem lateral ciente sorrir ou restringir a animação facial.
inferior. Esse enxerto pode ir até um pouco antes - O material aloplástico pode migra r ou tomar-se
da espinha nasal anterior ou pode ser sut urado exposto, necessitando de remoção e de substitui-
a ela para evitar sua migração. Alguns cirurgiões
ção, se desejado.
optam por aumentar a maxila ao longo do as-
• Dicas:
pecto inferior da abertura piriforme com uma
camada de fáscia a utógena ou material a loplás- - Ao realizar a ressecção cefálica, a partir das car-
tico (ProPlast ou GoreTex). Essa técnica em ge- tilagens latera is inferiores, é importante medir a
ral requer uma abordagem por meio da incisão partir do aspecto inferior da cartilagem e deixar
do sulco gengivobucal superior. pelo menos 4 a 6 mm de cartilagem remanescen-
te . É importante que a porção remanescente, e
- Finalmente, um ou mais fascículos do depressor
não a porção removida, seja simétrica.
do septo podem ser desprendidos de sua origem
na espinha nasal anter ior e inserção no septo - Se indicado, a ressecção do septo caudal deve
(Figura 21-5). Isso pode ser realizado por uma ser realizada antes da retirada de material para
abordagem intranasal, na qual as fibras muscu- enxerto do septo, evitando que o remanescente
lares podem ser removidas da placa columela r caudal do septo seja mais estreito do que o reco-
mendado (1 cm).
do ramo media l e da cartilagem do septo . Além
d isso, a separação das fibras musculares da es- - Além do aumento do septo caudal com um en-
pinha nasal anterior pode ser feita pela aborda- xerto, pode-se colocar pedaços separados de
gem intranasal existente ou por uma incisão do cartilagem sob a pele da columela para obter
sulco gengivobucal. maior correção, se necessário.
• Maneio pós-operatório: Um Steri-strip® colocado - Deve-se evitar o aumento com material aloplás-
na parte inferior de uma das paredes latera is atra · tico, se possível, já que existem alternativas se-
vés da columela, subindo de volta pela outra pare- guras e confiá veis.
de lateral, é suficiente como curativo para manter o
complexo ponta-columela reposicionado no lugar REFER~NCIA
• Armadilhas: 1. Rohrich RJ, Huynh B, Muzzaffar AR, et ai. lmportance
- A rotação da ponta nasal deve ser sempre con- of the depressor septi nasi muscle in rhinoplasty: Anato-
siderada cuidadosamente. À medida que a pon- mie study and clinicai application. Plast Reconstr Surg.
ta gira no sentido cefálico, o comprimento do 2000;105:376.
RINO PL.ASTIA 91

Figura 21-4 Ressecção do septo caudal.

Cartilagem lateral inferior

Músculos depressor do septo bisseccionados

Figura 21-5 Transecção do músculo depressor do septo.


CAPÍTULO 22 Redução da rotação
da ponta

• Indicações: Pacientes com rotação ascendente au- • Abordagem:


mentada do nariz têm um nariz curro e uma quan- - Assim como no nariz com sub-rotação, a pele
tidade excessiva de exposição das narinas (Figura sobre as cartilagens laterais inferiores deve ser
22-1). Felizmente, esse não é um dos problemas descolada para liberar a cartilagem de algo que
mais encontrados. A análise da face envolve a ins- possa restringir o movimento desejado.
peção lateral do ângulo nasolabial. Como já men- - A ressecção conservadora da porção cefálica
cionado, o ângulo nasolabial normal nas mulheres da cartilagem lateral inferior serve para mane-
é de aproximadamente 100 a 105°, enquanto para jar o excesso de volume comumente observado
os homens é de aproximadamente 95 a 100º. Ou- nesses pacientes. Com a realização de uma in-
tra medida importante é o ângulo nasofacial, que cisão intersepto columelar bilateral completa
fica entre a linha nasal dorsal e o plano facial. Nes- na abordagem fechada, é possível tratar dos
se caso, os valores são de aproximadamente 36° dois principais fatores que interferem no ângulo
para os homens e 34° para as mulheres. nasolabial, ou seja, o septo caudal e a espinha
• Marcações: Não são necessárias marcações especí- nasal anterior. Raramente, os ramos médios da
ficas no pré-operatório. Contudo, um plano bem cartilagem lateral inferior desempenham um pa-
elaborado de cirurgia deve ser traçado. Pode-se em- pel significativo.
pregar uma abordagem fechada ou aberta para a - As cartilagens laterais inferiores são liberadas
rotação anti-horá ria do nariz. de suas inserções (1) nas cartilagens laterais
R IN OPLASTIA 93

Figura 22-1 Ponta com rotação excessiva e sua correção.


94 PETERj. TAUB E STEPHEN 8. BAKER

superiores com ressecção cefálica limitada, (2) - Além disso, uma ou mais suturas, a partir do sep-
no septo caudal por meio de uma incisão in- to caudal, podem ser passadas até pontos mais
terseptocolumelar, e (3) na abertura piriforme anteriores nas cartilagens laterais inferiores para
por uma incisão vertica l na região das carti- a orientação mais posterior dessas estruturas.
lagens sesamoides. Um enxerto de extensão • Manejo pós-operatório: Uma tira de fita adesiva
septal com cartilagem retirada do septo, ou da colocada na parte inferior d e uma parede lateral
costela, e fixado ao septo dorsal e aos ramos através da columela, subindo de volta pela outra
mediais, serve para empurrar a ponta inferior- parede lateral, é suficiente como curativo para
mente e causar a desrotação do nariz (Figu ra manter a colurnela reposicionada no lugar.
22-2). A cartilagem do septo é ideal, uma vez • Armadilhas:
que a cartilagem da orelha geralmente não é - A rotação da ponta nasal no sentido horário
forte o suficiente e a cartilagem costal tende pode fazer as narinas alargarem-se para fora. Se
a deforma r-se. Uma folha de PDS de 0,5 mm
necessário, isso pode ser corrigido com a ressec-
pode ajudar a reforçar a cartilagem fraca e a ção bilateral limitada da base alar.
reduzir a deformação.
- O dorso precisará ser avaliado, após a rotação
- A separação das cartilagens laterais inferiores
no sentido horário, porque pode necessitar de
umas das outras na linha média e a dissecção do
redução para manter o equilíbrio estético.
tecido solto interveniente permitem a visualiza-
ção do septo caudal. Para dar espaço aos ramos • Dicas:
mediais rotacionados das cartilagens laterais - A progressão gradual determinará a quantidade
inferiores, o aspecto posterior do septo caudal de rotação necessária para otimizar o resultado
talvez deva ser ressecado. Isso também reduzirá estético.'·2
o ângulo nasolabial. - À medida que a ponta nasal gira para baixo, o
Continuando inferiormente até a maxila, é dorso pode tornar-se mais proeminente e poderá
possível identificar a espinha nasal anterior. necessita r de redução, conforme descrito ante-
Na abordagem fechada, urna incisão intersep- riormente.
tocolurnelar uni ou bilateral perm ite a exposi-
ção semelhante dessas estruturas. Corno alter- REFER~NCIAS
nativa, pode-se usar urna incisão gengivobucal 1. Roh rich RJ, Muzaffar AR. Primary rhinoplasry. ln:
limitada na linha média. Uma espinha nasal Achauer BM, Eriksson E, Vander Kolk C, et ai., eds. Plastic
saliente, que produz um ângulo nasolabial ob- Surgery: Jndications, Operations, and Outcomes. Voluine
tuso, pode ser minimizada pelo encurtamento 5. St. Louis, MO: Mosby; 2000:2631- 2672.
de seu comprimento ou pelo aprofundamento 2. Tebbers JB. Shaping and positioning of the nasal rip wi-
de sua superfície anterior com um saca-boca- thour surgical disruprion: A systemaric approach. Plast Re-
do (Figura 22-3). constr Surg. 1994;94(1):61- 77.
R INOPLASTIA 95

/
1-- Espinha excisada
1

Figura 22-2 Rotação da ponta nasal no sentido horá-


rio via excisão e colocação de enxerto.

Figura 22-3 Redução da espinha nasal anterior com saca-bocado.


CAPÍTULO 23 Cartilagens laterais
. , .
superiores: tecn1cas
de enxerto

• A porção cartilaginosa do dorso contém a zona de lar é realizada na porção superior e lateral ao longo
transição entre as cartilagens laterais superiores e o da borda alar infracartilaginosa. A dissecção acima
septo da linha média. Em corte transversal, não é das cartilagens laterais inferiores e ao longo do dor-
um ângulo agudo, mas uma curva bem sustentada so, na linha média, pode ser estendida lateralmente
e gradual. Com a ressecção do septo dorsal, pode para identificar as cartilagens laterais superiores.
haver um colapso do terço médio à medida que as Uma junção clara entre o septo na linha média e as
cartilagens latera is superiores se encontram em di- cartilagens laterais superiores é difícil de avaliar. Se
reção ao septo de forma mais aguda. Na ausência o septo caudal for acessado pela separação das car-
de cartilagens laterais superiores estruturalmente tilagens laterais inferiores e pela dissecção ao longo
sadias, pode haver colapso ou assimetria da pare- do septo em um plano submucoso, as cartilagens la-
de nasal lateral, necessitando de uma reconstrução terais superiores podem ser identificadas pela proje-
com enxerto de cartilagem de qualidade semelhan- ção da mucosa mais próxima ao dorso.
te. Os enxertos de expansão• são indicados para • Técnica: Cartilagem suficiente para a sustentação
reconstruir linhas estéticas dorsais comprometidas, estrutural é retirada do septo, caso esteja disponí-
deformidades de teto aberto e desvios nasais.' vel. Isso deve ser determinado na consulta pré-ope-
• Avaliação e marcações: Não há necessidade de ratória. A cartilagem costal também pode ser usada
marcações específicas para o planeiamento e co- para esse propósito, sendo preferida por alguns. A
locação de enxertos de cartilagem, para sustenta- cartilagem da concha geralmente é mais convoluta,
ção do terço médio cartilaginoso. A presença de mais delgada e mais macia, sendo menos ideal para
desvio nasal, de deformidade de teto aberto ou de enxertos de expansão. Contudo, com a introdução
comprometimento da linha estética dorsal deve ser da placa flexível de PDS (MentorTM) como mate-
identificada. Os enxertos serão colocados em um rial de reforço, seu uso pode ser expandido nessa
dos lados do septo dorsal. Caso o colapso da car- indicação.
tilagem lateral superior tenha causado a perda de - A cartilagem do septo pode ser retirada por meio
uma linha estética dorsal, o enxerto septal pode ser de uma incisão isolada e unilateral da mucosa,
colocado na porção mais dorsal para restaurar o deixando a porção mais dorsal do septo intac-
preenchimento perdido. Os enxertos de expansão ta para posterior posicionamento dos enxertos.
também podem ser moldados para se estenderem Ocorre, então, a transecção da porção caudal do
além do ângulo septal anterior, como enxerto de septo, preservando a mucosa contralateral para
extensão septal. Nesse caso, o enxerto de expan- minimizar o risco de perfuração. A dissecção pros-
são serve como estaca estável, no qual o comple- segue nas porções posterior e inferior, em ambos
xo da ponta da cartilagem lateral inferior pode ser os lados do septo. Um remanescente de pelo me-
suturado para controlar a rotação e a projeção da nos 1 cm é preservado para manter a sustentação
ponta nasal. A cartilagem do septo é ideal para en- da metade inferior do nariz (Figura 23-1). A car-
xertos de expansão; entretanto, cartilagem de cos- tilagem do septo também pode ser retirada pela
tela ou orelha podem ser usadas, se a cartilagem do abordagem caudal entre os ramos mediais das car-
septo não estiver disponível. A natureza inerente da tilagens laterais inferiores (Figura 23-2).
deformação da cartilagem de costela pode ser van- - A cartilagem costal é retirada das porções mais
tajosa na correção do desvio nasal.2 mediais da caixa torácica, conforme descrito an-
• Abordagem: As cartilagens laterais superiores po- teriormente.
dem ser acessadas por rinoplastia fechada ou aber- - A cartilagem da concha pode ser reforçada com
ta. Na abordagem aberta, uma incisão transcolume- placa flexível de PDS para conferir rigidez e eli-
minar a cur vatura, expandindo sua aplicação
• N. de R.T. Chamados de spreader grafts. como enxerto de expansão ou de extensão.
R INOPLASTIA 97

Enxertos de expansão

Cartilagem do
septo retirada
Figura 23-1 Septo nasal retirado para uso como enxertos de expansão.

Figura 23-2 Uso de lâmina de Ballinger para retirada da cartilagem do septo. Os afastadores de Ribbon protegem a mucosa.
98 P ETERj. T AUB E ST EPHEN 8. B AKER

- Após a retirada de materia l de enxerto suficien- próprios enxertos de expansão, para aumentar
te, uma ou duas suturas de colchoeiro absorví- o ângulo da válvula interna.
veis de catgut 4-0 devem ser colocadas através - O material de enxerto de sobre posição, que é
do septo da mucosa. Se a mucosa não for apro- usado para camuflar a deficiência de cartilagem
ximada, haverá espaço potencial para acúmulo lateral superior, deve ser fragmentado ou chan-
de sangue e fluidos. frado nas suas extremidades para minimizar o
- Para os enxertos de expansão, a cartilagem re- risco de visibilidade. Ele pode ser suturado no
tirada é colocada sobre uma superfície de corte seu aspecto medial, para evitar migração pós-
esterilizada para que dois enxertos iguais sejam -operatória.
confeccionados. A melhor forma de se obter isso • Manejo pós-operatório: Um splint nasal interno
é com uma lâmina n• 15 nova. O tamanho dos composto por material reabsorvível ou não reab-
enxertos devem medir 20 a 25 mm de compri- sorvível deve ser usado no pós-operatório. Mate-
mento e 3 a 4 mm de altura e largura. rial reabsorvível inclui esponja Gelfoam; material
- Os enxertos de expansão são posicionados em não reabsorvível inclui gaze simples de petróleo ou
ambos os lados do septo dorsal, na porção me- gaze de petróleo com bismuto (Xeroform®). Em
d ial às cartilagens laterais superiores (Figura 23- pacientes com material não rea bsorvível, deve-se
3). A extremidade superior de cada enxerto deve usar an tibióticos para minimizar o risco de infec-
ficar sob a extremidade caudal da cúpula óssea ção e de síndrome do choque tóxico.
(Figura 23-4 ). Na técnica fechada, dois túneis • Armadilhas:
são criados em cada lado do aspecto mais dorsal - A preservação da mucosa nasal é importante e
do septo. Se uma loja apertada for criada, é pro- deve-se tomar cuidado na d issecção das carti-
vável que não haja a necessidade de suturas. Na lagens latera is superiores e do septo nasal. Isso
técnica aberta, duas ou três suturas manterão os pode ser feito com um elevador de Freer ou de
enxertos no lugar. Como ambas as agulhas de Cottle, cuidando para manter o contato entre a
sutura passam por cinco camadas (cartilagem ponta do instrumento e a cartilagem.
lateral superior direita, enx erto de expansão - A ressecção excessiva das cartilagens laterais su-
direito, septo, enxerto de expansão esquerdo periores, na tentativa de reba ixar o dorso nasal
e cartilagem lateral superior esquerda), é útil cartilaginoso, enfraquecerá ainda mais a susten-
estabilizar a estru tura usando duas agulhas de tação do terço médio.
calibre 25 por meio de todos os componentes
• Dicas:
do septo dorsal - uma cranial e outra caudal (Fi-
gura 23-5). Cada enxerto de expansão pode ser - Mudanças pequenas e graduais, nas cartilagens
suturado independentemente, com a aproxima- latera is superiores, devem ser realizadas para
ção das cartilagens latera is superiores realizada evitar a ressecção excessiva.
após a colocação dos enxertos de expansão. Os - Uma vez que os enx ertos de expansão estão
enxertos são suturados no lugar com duas ou posicionados ao longo do septo e mantidos no
três suturas transparentes, com monofilamento lugar com d uas agulhas de calibre 25, é útil su-
5-0 permanente ou suturas de PDS. Uma sutura turar a extremidade caudal primeiro, já que ela é
em geral não é suficiente, pois ela permite que os mais fácil de visualizar.
enxertos girem no plano sagital. Os nós podem - Se o(s) enxerto(s) estiver(em) bem suturado(s)
ser amarrados entre uma das camadas para di- no lugar, em gera l é seguro deixar as osteoto-
minuir sua palpabilidade. Antes da finalização, mias laterais e as fraturas para o final, especial-
o dorso reconstruído deve ser verificado para mente se as osteotomias forem completas e a
confirmar que está liso e que nenhuma das ex- força necessária para mover os ossos nasais for
tremidades do enxerto é palpável sob o envelope menor.
da pele nasal dorsal.
- Os enxertos de autoexpansão • podem ser usa- REFERÊNCIAS
d os quando uma quantia significativa de septo 1. Sheen JH. Spreader graft: A method of reconstructing the
cartilaginoso estiver reduzida e quando houver roof of the middle nasal vault following rhinoplasty. Plast
excesso de cartilagem latera l superior acima da Reconstr Surg. 1984;73:230.
extremidade superior do septo. Essa cartilagem 2. Byrd HS, Andochick S, Copit S. Septal extension grafes:
redundante é dobrada mediaimente em direção A method for cont rolling rip projecrion and shape. Plast
ao septo e suturada a ele.' Nesse caso, as car- Reconstr Surg. 1997;100:999.
tilagens laterais superiores servem como seus 3. Seyhan A. Method for middle vault reconstrucrion in pri-
mary rhinoplasty: Upper lateral cartilage bending. Plast
• N. de R.T. Chamados de spreader flaps . Reconstr Surg. 1997;100: 1941-1943.
R INOPLASTIA 99

'
Figura 23-3 Colocação e função dos enxertos de expansão.

Figura 23-4 Septo dorsal com en-


xertos de expansão no lugar.

Figura 23-5 Uso de agulhas de seringa para estabilizar os enxertos de expansão.


CAPÍTULO 24 Ponta larga:
técnicas de sutura

• Indicações: Diferentemente da excisão, as técnicas recaída. Pode-se usar urna sutura com rnonofila-
para sutura de cartilagem têm a vantagem de não rnento permanente, corno o náilon transparente ou
serem destrutíveis e serem reversíveis. Em pacien- urna sutura absorvível de longa ação, corno poli-
tes com cartilagens laterais inferiores deformadas dioxanona (PDS). As suturas de ação curta corno
ou rnalposicionadas, a reconstrução é necessária e, categute simples e suturas trançadas, corno poli-
em certa medida, depende de suturas colocadas nos glactina (Vicryl0 ), não são recomendadas.
dornos das cartilagens, entre os dornos dos ramos • Suturas para estreitamento da ponta:
médios e/ou das cartilagens até as estruturas cir- - Urna sutura de placa colurnelar medial é urna
cunvizinhas. As suturas são frequentemente usadas sutura de colchoeiro que aproxima os ramos
para alterar a curvatura ou a posição da cartilagem mediais. O tecido mole interveniente geralmente
(Figura 24-1 ). As manobras são comuns em dornos é dissecado antes da colocação da sutura para
la rgos demais ou em dornos situados muito distan- otimizar o grau de estreitamento colurnelar e
tes entre si. Os pacientes em que essas manobras minimizar a protrusão inferior da colurnela (co-
são particularmente úteis são aqueles com pontas lurnela pendente) .
largas ou quadrangulares. Técnicas semelhantes - Urna sutura entre os ramos med iais e o septo é
podem ser empregadas para deflexões laterais do usada para aumentar ou diminuir a projeção e
septo. rotação da ponta nasal. Os ramos mediais são
• Marcações: No pré-operatório, a posição dos três isolados e urna sutura é passada através dos ra-
componentes das cartilagens laterais inferiores deve mos mediais e do septo caudal, para manter a
ser identificada sob o envelope da pele. Os ramos ponta na posição desejada. Se as suturas forem
mediais estendem-se predominantemente até a ex- colocadas através dos ramos posteriores e mo-
tensão longitudinal da colurnela. Eles podem ou não vidas anteriormente, a ponta tem sua projeção
contribuir para a exposição excessiva da colurnela na aumentada e passa por rotação cefálica (senti-
visão lateral. Os ramos médios talvez sejam os mais do anti-horá rio). Se os ramos mediais anteriores
visíveis e formam os pontos de definição da ponta na são presos na porção posterior ao septo caudal,
visão frontal. Os ramos laterais podem estender-se a projeção da ponta diminui e sua rotação ocor-
ao longo das bordas alares e virar para cima. re no sentido caudal (horário).
• Abordagem: O acesso às cartilagens laterais infe- - Urna sutura dos ramos médios é semelhante à
riores pode ser obtido por urna abordagem aberta sutura dos ramos med iais, mas é colocada em
ou fechada da ponta nasal. Entretanto, muitos ci- urna posição mais anterior, próxima à ponta.
rurgiões acreditam que a exposição maior ocorre Isso serve para dar maior estreitamento da pon-
por meio da abordagem aberta . Relatos recentes ta e sustentação do que a sutura dos ramos me-
descrevem abordagens combinadas que poupam o d iais.
paciente de urna incisão transcolurnelar, mas per- - Urna sutura intradornal vai até o arco domai,
mitem a visualização adequada da ponta nasal. ' A na porção anterior ao revestimento vestibular
anatomia das cartilagens laterais inferiores deve ser (Figura 24-2). Urna sutura com rnonofilarnento
avaliada cuidadosamente para determinar se a pa- transparente é colocada em padrão de colcho-
tologia é devida ao alargamento do arco do domo, eiro com os nós mantidos mediaimente, onde
à grande divergência entre os dois dornos ou a urna são menos propensos à palpação. Os pontos de
combinação de arnbos.2 ,3 entrada e saída devem ser espaçados adequada-
• Técnica: A escolha da sutura para modificação da mente. Pontos próximos demais não permitirão
ponta é pessoal. O material deve passar facilmente a dobra suficiente dos ramos, enquanto aqueles
através da cartilagem, causando o mínimo de trau- que acumulam cartilagem interveniente exces-
matismo, e durar o tempo suficiente para evitar a siva causarão urna deformação muito grave.
RINOPLASTIA 101

Pré-operatório Pós-operatório

Figura 24-1 Ponta nasal quadrangular e sua correção com sutura interdomal e ressecção cefálica.

( }

Figura 24-2 Sutura de colchoeiro horizontal intradomal usada para estreitar os


ramos médios.
102 P ETERj . T AUB E 5T EPHEN 8 . B AKER

Deve-se tomar cuidado para que a sutura não tura também resultará no aumento da projeção
prenda a mucosa vestibular subjacente. Os efei- da ponta.•
tos dessa sutura são estreitamento da ponta, - Sequência de sutura: A sequência de colocação
tamanho lobula r aumentado, maior projeção de suturas estabiliza o nariz central primeiro
da ponta e estreitamento interdornal. A conca- com a colocação de suturas nos ramos mediais
vidade dos ramos laterais que ocorre nessa su- e médios, conforme indicado. Essas suturas esta-
tura pode ser observada, podendo ser necessário bilizam a base da ponta. As suturas domais são
um enxerto de borda alar para evitar a retração colocadas, sendo seguidas de suturas nos ramos
ala r ou o comprometimento da válvula nasal laterais, se necessário. A sutura septal dos ramos
externa. A localização exata da sutura interdo- mediais é colocada para estabelecer a projeção
rnal afetará os ramos; portanto, a colocação é nasal, seguida de sutura para rotação da ponta.
importante. Urna colocação cefálica resulta em - Relação ponta-dorso: Em geral, os dornos das
uma rotação ligeiramente ascendente dos ramos cartilagens laterais inferiores devem projetar-se
laterais. A colocação média estreita os domos 6 a 8 mm acima do nível do septo dorsal.
sem rotação, ao passo que a colocação caudal • Manejo pós-operatório: Recomenda-se o uso de
resulta no deslocamento ligeiramente descen- um curativo-padrão com Steri-strips® ao longo
dente dos ramos. Essa sutura é indicada quando do dorso e em volta da ponta, como curativo pós-
a distância interdomal é ideal, mas os arcos do- -operatório.
mais são largos demais. • Armadilhas:
- Uma sutura interdornal é urna sutura de colcho- - A definição da ponta é difícil de obter no pa-
eiro horizontal entre os domos, que aproxima o ciente com pele grossa e glabra. Em contraparti-
ponto mais anterior de cada ramo. Essa sutura da, deve-se tornar cuidado no paciente com pele
estreita a ponta e aumenta o comprimento (Fi- fina devido ao risco de necrose de retalhos cutâ-
gura 24-3). Essa sutura é mais eficaz na apro- neos muito finos.
ximação dos domos que a sutura intradornal.
- Após a colocação de suturas para estreitar a
Assim corno na sutura intradornal, a localização
ponta nasal, as bordas alares devem ser exami-
exata da sutura interdornal afeta rá os ramos;
nadas para assegurar que não estejam elevadas.
portanto, a colocação é importante. A colocação
cefálica resultará novamente em ligeira rotação - A colocação de urna sutura intradomal pode
ascendente dos ramos laterais. A colocação mé- causar a deflexão dos ramos laterais para uma
dia estreita os domos sem rotação e a colocação porção excessivamente medial, levando ao co-
caudal resulta em um deslocamento ligeiramen- lapso da válvula nasal externa. O problema
te descendente dos ramos. Essa sutura é usada pode ser corrigido, sustentando os ramos late-
rais com um enxerto de estruturação alar (alar
quando os arcos domais têm um formato ótimo,
batten graft).
mas são muito distantes entre si. A sutura pode
ser usada isoladamente ou junto com a sutura - Em todas as suturas, deve-se tornar cuidado
intradomal. para não perfurar demais a cartilagem com pas-
- Urna sutura dos ramos laterais é colocada como sagens excessivas das suturas e para não danifi-
cá-la com tração excessiva.
sutura de colchoeiro horizontal que vai desde a
porção cefálica de um ramo lateral, por meio do - Nas suturas interdornais, uma ponta muito pon-
septo caudal, até o ramo lateral oposto, sendo tiaguda pode ocorrer se os domos ficarem muito
amarrada sobre o septo na tensão desejada. A próximos entre si.
finalidade dessa sutura é estreitar os ramos late- - Nas suturas dos ramos laterais, pode haver
rais e alongar o nariz. achatamento ou curvatura excessiva se a sutura
- Uma sutura que abrange os ramos laterais é for apertada demais.
urna sutura de colchoeiro que se estende sobre - Nas suturas dos ramos e do septo pode ocorrer
as porções convexas dos ramos laterais (Figura sub-rotação ou super-rotação, ou projeção ex-
24-4). No final da sutura de colchoeiro deve ser cessiva ou deficiente, se a sutura não for coloca-
espaçada 3 a 4 mm para suportar a tensão ade- da no lugar ideal.
quada. À medida que ela é apertada, a convexi- • Dicas:
dade dos ramos laterais subjacentes é achatada - A reconstrução da ponta deve ser escolhida para
ou transformada em côncava, se desejado. A o paciente adequado. Q uaisquer efeitos indese-
raspagem da cartilagem do lado oposto da al- jados da colocação da sutura devem ser conside-
teração desejada facilita a deformação. Essa su- rados, além daqueles desejados.
R INOPLASTIA 103

- Nas suturas entre os ramos laterais, o estreita- REFER.ÊNCIAS


mento excessivo deve ser considerado e evitado. 1. Bravo FG, Schwarze HP. Closed-open rhinoplasry with ex-
- Os enxertos das bordas alares devem ser inseri- tended lip dissection: A new concept and classificarion of
dos quando vários métodos de sutura da ponta rhinoplasry. Plast Reconstr Surg. 2008 Sep;l22: 944-950.
forem empregados, já que as válvulas externas 2. Weber S, Cook TA, Wang TD. lrradiated costal cartilage in
tornam-se fracas e a asa pode parecer côncava augmentation rhinoplasry. Oper Techn Oto laryng.
e retraída. 3. Rohrich RJ, Adams WP Jr. The boxy nasal tip: Classifi-
cation and management based on alar cartilage suturing
- Ao colocar suturas de colchoeiro sobre ramos techniques. Plast Reconstr Surg. 2001 Jun;l0?(?):1849-
laterais convexos, é útil achatar a cartilagem 1863.
com o dedo para reduzir o risco de a sutura per- 4. Guyuron, Bahman RA. Nasal tip sutures part li: The inter-
furar a mucosa vestibular. play. Plast Reconstr Surg. 2003;112: 1130.

Figura 24-3 Suturas intradomais e incerdomais


para a obtenção da definição da ponta nasal.

Figura 24-4 Sutura dos ramos lat erais para a conversão da


área côncava em convexa.
CAPÍTULO 25 Cartilagem lateral inferior:
técnicas de enxerto

• Indicações: Certos pacientes podem ter cartila- to em guarda-chuva estaca colurnelar vertical
gem lateral inferior insuficiente, em anormalidades combinada com um enxerto de sobreposição
funcionais ou estéticas. Nesses casos, a cartilagem tipo onlay horizontal), enxerto de sobreposição
autógena fornece a substituição ou o aumento ade- de ponta (enxerto horizontal colocado sobre os
quado da cartilagem para a ponta deficiente, fraca dornos alares), entre outros. Essas são todas as
ou deformada. A cartilagem pode ser retirada do variantes de enxertos de cartilagem colocados
septo (se disponível), da orelha, ou da margem cos- na ponta nasal em locais d iferentes.'
tal para a colocação corno enxerto nesses pacien- - Um dos enxertos mais colocados nas cartilagens
tes. Em outros pacientes, a incisura da borda alar laterais inferiores é a estaca colurnelar (Figura
pode ser manejada, colocando-se um enxerto para 25-3). Ela pode ser usada para aumentar a pro-
cobrir a área da incisura. jeção ou reduzir a rotação da ponta, endireitar
• Avaliação e marcações: Embora não haja a neces- os ramos laterais inferiores mediais com desvio
sidade de marcações específicas, deve-se realizar e conferir maior sustentação caudal do nariz.
urna análise dimensional extensiva da projeção e O enxerto é confeccionado no formato de um
da rotação de ponta nasal existente do paciente. retângulo longo. A base pode ou não repousar
Existem muitos enxertos de ponta descritos na lite- sobre a espinha nasal anterior. Alguns cirurgiões
ratura, e aqueles mais úteis, bem corno suas indica- evitam o contato do aspecto inferior do enxerto
ções, serão descritos nesta seção. com a espinha nasal para evita r qualquer sensa-
• Abordagem: A região da ponta pode ser acessada ção ou "estalo" indesejado do enxerto.4 A estaca
por técnica aberta ou fechada. A abordagem aberta colurnelar é suturada no lugar entre os ramos
utiliza urna incisão transcolurnelar com extensão mediais das cartilagens laterais inferiores para
ao longo de cada borda alar distalrnente à extre- fornecer sustentação à ponta. O aspecto superior
midade inferior das cartilagens laterais inferiores. pode estender-se ligeiramente acima dos dornos
• Técnica: A origem do nome do enxerto em escudo dos ramos médios para aumentar ou manter a
deve-se a sua forma grosseiramente triangular. É projeção da ponta nasal, mas não deve exercer
usado para conferir definição e projeção da ponta tensão excessiva na pele que recobre a ponta na-
nasal (Figuras 25-1 e 25-2). O formato e o tamanho sal. Caso se queira um grau maior de projeção
do enxerto são determinados a partir da anatomia da ponta, a estaca pode ser presa à maxila an-
do paciente. O comprimento é determinado a par- terior na linha méd ia da espinha nasal anterior.
tir da junção do lóbulo e da colurnela até um ponto Um fio de Kirschner de 0,035 polegadas pode
acima da projeção desejada. A largura no aspecto ser inserido longitudinalmente em mais ou me-
inferior é ligeiramente mais estreita que aquela da nos três quartos do comprimento do enxerto. A
colurnela. A largura no aspecto superior é determi- extremidade livre do fio de Kirschner é aparada
nada de forma que não produza urna ponta muito e colocada em uma abertura de 12 mm feita a
estreita ou muito quadrangular.' Se o enxerto for partir da linha média, adjacente à espinha nasal
muito angulado, as ext remidades devem ser chan- anterior. Com o fio de Kirschner inserido no ori-
fradas para minimizar a exposição. Se for muito fício perfurado, o enxerto está seguro e pode ser
rígido, ele pode ser amolecido por meio de esmaga- moldado na posição desejada, tornando-se um
mento suave antes de ser suturado no lugar. excelente ponto de ancoragem, a partir do qual o
Enxertos de ponta adicionais podem ser coloca- cirurgião pode prender a ponta.5
dos na porção superior ao enxerto em escudo, - No caso de colapso da válvula externa - tanto
para melhor definir a ponta nasal e melhorar unilateral, corno bilateral - os enxertos de estru-
sua projeção.2 Vários enxertos foram descritos: turação ala r podem ser posicionados sobre a su-
enxerto de ponta (pequeno enxerto colocado perfície dorsal de urna ou ambas as cartilagens
entre os pontos de definição da ponta), enxer- laterais inferiores (Figuras 25-4 e 25-5}. Os en-
R INOPLASTIA 105

Figura 25-1 Posição do enxerto em escudo. Figura 25-2 Enxerto em escudo.

Figura 25-3 Agu lhas de calibre 25 para facilitar a colocação d o enxerto de escaca columelar.
106 P ETERj . T AUB E 5T EPHEN 8 . BAKER

xertos não precisam ser totalmente rígidos, mas sob um envelope de pele fina leva a uma expo-
devem conferir resistência à pressão inspiratória sição não natural das margens do enxerto. Se
negativa criada durante a inalação. Os enxertos isso acontecer, o enxerto deve ser removido an-
de estruturação alar gera lmente medem de 10 a tes de fechar a incisão e reduzido gradualmente,
15 mm de comprimento e de 3 a 4 mm de largu- obtendo sustentação, mas não prejudicando a
ra. Se for necessário usar enxertos bilaterais, eles visibilidade.
devem ser simétricos. Para problemas isolados • Dicas:
da vá!vula externa, uma abordagem fechada é - A modificação precisa da ponta talvez seja rea-
suficiente. A borda superior da cartilagem late- lizada de uma maneira mais eficaz por meio de
ral inferior é identificada e uma loja subcutânea uma abordagem externa, embora muitos cirur-
é criada pela dissecção em um plano logo acima giões possam obter sucesso com uma aborda-
da superfície da cartilagem.6 gem fechada. Se a última opção for escolhida, a
- Um enxerto de borda alar é usado para tra ta r loja para o enxerto de ponta deve ser minimiza-
ou prevenir a retração ou colapso a lar. Esses en- da para evitar migração. Na abordagem aberta,
xertos são colocados logo acima da borda ala r e a colocação cuidadosa e a sutura dos enxertos
paralelamente a ela. Uma pequena incisão é feita no lugar são de extrema importância.
e os enxertos são inseridos por meio de uma loja - Se o paciente tiver pele fina e houver preocupa-
subcutânea. Em casos de retração alar grave, um ção com a exposição do enxerto, um pequeno
enxerto de apoio nos ramos laterais geralmente pedaço de fáscia da região temporal pode ser
é mais eficaz e pode ser usado além de, ou no usado para cobrir a ponta composta recons-
lugar de, um enxerto de borda alar.7 truída.
- Um enxerto de expansão ala r é um enxerto re-
tangular que é colocado entre o lado profundo
das cartilagens laterais inferiores e a pele vesti- REFERÊNCIAS
bular. Esse enxerto é suturado a cada ramo late- 1. Kamer FM, Churukian MM. Shield graft for the nasal tip.
ral e serve como apoio profundo para manter a Arch Otolaryngol. 1984;110(9):608- 610.
distância entre os domos alares. Isso é útil para 2. Sheen JH, Sheen AP. Aesthetic Rhinoplasty. 2nd ed. St.
tratar uma ponta pinçada e também melhorar a Louis, MO: Mosby; 1987:506- 529.
função da válvula nasal interna e externa.8 3. Gunter JP, Landecker A, Cochran CS. Frequently used
g rafes in rhinoplasty: Nomenclature and analysis. Plast
- Os enxertos de sobreposição dos ramos laterais
Reconstr Surg. 2006;118: 14e.
são usados para tratar deformidades dos con-
4. Gunter JP. Personal approaches: Gunter's approach. ln JP
tornos alares a partir de ramos laterais intactos, Gunter RJ Rohrich, Adams WP Jr. ln: Da/las Rhinoplasty:
mas deformados. Eles são colocados sobre os Nasal Surgery by the Masters. 1st ed. St Louis, MO: Quali-
ramos latera is de maneira superficial. Se forem ty Medical Publishing; 2002:1049.
bilaterais, eles precisam ser simétricos. Como as 5. Gunter JP, Clark CP, Friedman RM. Internai stabilization
irregula ridades podem tornar-se aparentes, o en- of autogenous rib cartilage grafes in rhinoplasty: A barrier
xerto requer chanframento cuidadoso ou frag- to cartilage warping. Plast Reconstr Surg. 1997;100:161.
mentação periférica.9 6. Toriumi D, Josen J, Weinberges M. Use of ala r batten grafes
• Manejo pós-operatório: Internamente, um tampão for correction of nasal valve collapse. Arch Otolaryngol
nasal pode ser colocado na porção anterior do ves- Head and Neck Surg. 1997;123:802.
tíbulo, caso se queira sustentação temporá ria para 7. Rohrich RJ, Raniere J, Ha R. The ala r contour graft: Cor-
a margem a lar. Externamente, um Steri-strip®, co- rection and prevenrion of alar ri1n deformities in rhino-
locado na parte inferior de uma parede lateral atra- plasty. I'last Reconstr Surg. 2002;109:2495.
vés da columela, subindo de volta pela outra pare- 8. Gunter JP, Rohrich RJ. Correction of the pinched nasal
tip with ala r spreader g rafes. l'last Reconstr Surg. 1992;
de lateral, é suficiente como curativo para manter a
90:821.
columela reposicionada no lugar.
9. Watson D, Toriu1ni DM. Structural grafting in seconda-
• Armadilhas: ry rhinoplasty. ln: Gunter JP, Rohrich RJ, Ad ams WP Jr.
- Um enxerto de ponta visível deve ser evitado. A Da/las Rhinoplasty: Nasal Surgery by the Masters, 1st ed.
colocação de enxertos de cartilagem semirrígida St Louis, MO: Quality Medical Publishing; 2002:705.
R IN OPLASTIA 107

Figura 25-4 Visão inferior de uma paciente com colapso da válvula externa na
inspiração.

Figura 25-5 Enxerto de estruturação alar.


CAPÍTULO 26 Alongamento do

nariz curto

• Indicações: A correção de um nariz curto pode ser xertos de ponta. A giba dorsal pode tornar-se apa·
um desafio (Figura 26-1). Conforme mencionado rente, à medida que a rotação da ponta diminui.3
nas seções anteriores, a manipulação da raiz pode Os efeitos benéficos do alongamento nasal podem
aj udar na modificação do comprimento nasal. causar efeitos negativos indesejáveis em outros as-
Uma raiz rasa pode ser aprofundada, isso move- pectos do nariz. A desrotação e o alongamento da
rá o násio para cima, aumentando o comprimento ponta abaixam a ponta nasal em relação ao dorso.
nasal. Além disso, se o dorso superior do nariz for A redução dorsal pode ser realizada, se indicada,
baixo, um enxerto também fa rá o násio se mover depois que a ponta estiver em sua nova posição.
para cima, aumentando o comprimento nasal. Se Além disso, o alargamento alar pode ocorrer com
houver super-rotação da ponta, a diminuição da rotação reduzida da ponta e, se isso acontecer, de-
rotação da ponta aumentará o comprimento do verá ser corrigido.
nariz. Entretanto, quando o násio for normal ou • Armadilhas:
em casos de um nariz muito curto, serão necessá- - Essa técnica, frequentemente, requer grande
rios procedimentos adicionais. quantidade de cartilagem, e uma retirada de car-
• Marcações: Não há a necessidade de marcações, tilagem da costela em geral é necessária por esse
mas sim de uma análise cuidadosa e de um plano motivo.
de tratamento para se obter um ótimo resultado. - A cartilagem pode deformar, comprometendo o
• Abordagem: Recomenda-se uma abordagem gra- resultado.
dual para o alongamento do nariz. Como o tecido • Dicas:
mole precisa permitir que a ponta gire no sentido - A cartilagem deve ser removida de forma igual
inferior, um grande descolamento da pele é reali- em ambos os lados, para evitar assimetria.
zado.
- O pericôndrio deve ser removido do material de
• Técnica: As cartilagens laterais inferiores são li- enxerto.
beradas de suas inserções nas cartilagens laterais
- A descolamento da pele deve ser grande o sufi-
superiores e no septo caudal. A ponta móvel é gi-
rada no sentido inferior.' Um enxerto de extensão ciente, para garantir que o complexo da cartila-
gem não sofra tensão na nova posição.
septal pode ser usado para estabilizar a ponta em
sua nova posição. Em casos mais graves, técnicas - Uma folha de PDS de 0,25 ou 0,5 mm pode ser
agressivas podem ser realizadas, como enxertos de usada para reforçar os enxertos e reduzir a de-
extensão septal do tipo coluna vertebral. Um en- formação.
xerto de cartilagem é moldado em três pedaços:
dois enxertos de extensão septal e um enxerto de REFER~NCIAS
estaca columelar. Os enxertos de extensão septal 1. Gunter JP, Rohrich RJ. Lengthening the aesthetically short
são colocados no septo dorsal e estendidos ante- nose. Plast Reconstr Surg. 1989;83:793.
riormente entre os ramos médios. Uma estaca colu- 2. Guyuron B, Varghai A. Lengthening the nose with a
melar também é colocada. A estaca columelar pode tangue and groove technique. Plast Reconstr Surg.
ser suturada aos enxertos de extensão em forma de 2003;111:1533.
viga para fixar a ponta na posição desejada (Figu· 3. Hainra S. Lengthening the foreshortened nose. Plast Re-
ra 26-2).2 Para maior projeção, podem-se usar en- constr Surg. 2001;108:547.
R INOPLASTIA 109

Figura 26-1 A. Visão lateral de paciente com nariz curto e projeção reduzida da ponta. B. Visão pós-operatória de paciente
após alongamento nasal com enxertos de extensão septal anterior e enxerto de estaca columelar.

Figura 26-2 A. Visão frontal de enxerto de estaca columelar suturado


ao enxerto de extensão septal anterior, para aumentar o comprimento e
a projeção nasal. B. O enxerto de extensão septal anterior é suturado à
borda superior do septo dorsal e se estende anteriormente para dar sus-
tentação estrutural à estaca columelar*.

• N. de R.T. Chamada de coluna vertebral nasal.


CAPÍTULO 27 Osteotomias nasais:
manipulação da largura

• Indicações : Osteotomias nasais são indicadas para ou corrigir uma base nasal de la rgura média. As
o estreitamento de paredes laterais largas do na- osteotomias mais altas podem ser preferíveis em
riz, fechamento de uma deformidade de teto aberto um paciente com ossos nasais grandes para a
ou correção da estrutura óssea de um nariz com obtenção de refinamento dorsal (Figura 27-1).
desvio. As osteotomias nasais são frequentemente - Osteotomias duplas: São usadas na presença de
realizadas na cirurgia de rinoplastia. Na verdade, paredes laterais nasais excessivamente convexas
um estudo revelou que as osteotomias foram reali- ou na presença de deformidades ou assimetrias
zadas em mais de 95 o/o dos pacientes (em compa- laterais do nariz. Além disso, podem ser úteis na
ração, a giba dorsal foi removida em 84%).1 Essas suavização da transição da bochecha até a pare-
manobras são um desafio porque não apresentam de lateral nasal na presença de deformidades. 3
visualização direta e geralmente não oferecem o As osteotomias duplas consistem em duas osteo-
controle presente em outras intervenções. Uma vez tomias paralelas: uma baixa-baixa e outra mais
osteotomizados, os pequenos ossos nasais não são medial (mais alta) na parede nasal. A ordem é
fixados como os outros ossos, mas são imobiliza- importante, já que a realização de uma osteoto-
dos por cima e por baixo para manter a posição mia mais lateral deixa uma porção de osso sem
transoperatória desejada. Para que o cirurgião inserção e instável para ser cortada posterior-
mantenha o controle dos segmentos osteotomi- mente.
zados, o procedimento deve ser completado com - Osteotomias mediais: Uma osteotomia medial se-
muito cuidado. para os ossos nasais entre si na linha média (Figu-
• Marcações: Desenhar o trajeto da osteotomia sobre ra 27-2). É recomendada quando o aspecto dor-
a pele é útil, pois pode servir de guia para apalpar a sal do nariz precisa ser estreitado isoladamente,
ponta do osteótomo com o dedo. Deve-se lembrar ou em conjunto com a base nasal, onde as oste-
de que a osteotomia baixa não começa no osso na- otomias laterais também são necessárias. Outras
sal, mas sim na maxila. indicações são para pacientes do sexo masculino
• Classificações: A posição da osteotomia pode ser com osso mais denso na região da raiz, ou pa-
descrita pelos pontos iniciais e finais ao longo da cientes com desvio da raiz nasal que necessitam
abertura piriforme em relação à linha média. Uma de mobilização e de reposicionamento da pirâ-
osteotomia baixa é posicionada mais distante da mide nasal. A osteotomia medial é iniciada na
linha média, enquanto uma osteotomia alta é posi- extremidade lateral da deformidade de teto a ber-
cionada mais mediaimente ou mais alta na parede to, ou prossegue no sentido lateral se não houver
lateral do nariz. Cada tipo de osteotomia tem uma deformidade de teto aberto. Prossegue no sentido
indicação.2 superolateral 15° distantes da linha média onde
Uma osteotomia baixa-baixa mobiliza um seg- há um plano de clivagem natural para a osteo-
mento maior da parede lateral do nariz, e é usa- tomia.4 Isso é faci lmente marcado no paciente
da quando a mobilização do teto ósseo é neces- como uma linha que se estende até um ponto en-
sária para corrigir uma base nasal muito larga tre o násio e o canto medial. O osso nasal lateral
ou uma deformidade de teto aberto grande. A é colocado de maneira que sua extremidade su-
osteotomia baixa-baixa também é útil em pa- perior se encaixe mediaimente sob o osso nasal
cientes com ossos nasais pequenos, pois cria seg- intacto. Qualquer extremidade palpável pode ser
mentos maiores de osso para compensar a área alisada com uma raspa. Se combinada com uma
superficial insuficiente do osso nasal. A osteoto- osteotomia lateral, é importante deixar em torno
mia baixa-baixa talvez também imite melhor o de 2 a 5 mm de osso intacto entre as extremi-
formato natural dos ossos nasais (Figura 27-1 ). dades superiores das osteotomias. A osteotomia
Uma osteotomia ba ixa-a lta é usada para cor- medial com ou sem osteotomia lateral é capaz de
rigir uma deformidade de teto aberto pequena estreitar o dorso na.sal. 5
RINOPLASTIA 111

' ...
1',
I I

/ /
I I
1 /
Baixa-baixa - - - 1 /
1/
1/

\
\
\
\
\
Figura 27-1 Osteótomo nasal usado para realizar uma de duas
possíveis osteotomias. Também pode-se usar um ponto inicial alto
na abertura piriforme.

Figura 27-2 Osteotomia medial.


112 PETERj. TAUB E STEPHEN 8. BAKER

• Abordagens: Há várias abordagens aceitáveis para Abordagem percutânea: Um osteótorno pe-


acessar a cúpula óssea nasal com a finalidade de queno de 2 mm é introduzido através de urna
realizar urna osteotornia nasal lateral: endonasal, pequena incisão no nível da borda orbital infe-
percutânea e gengivobucal. O cirurgião precisa en- rior. A técnica é vantajosa porque permite um
tender cada urna delas e se sentir confortável na excelente controle da linha de fratura proposta
sua rea lização, embora possa ter urna abordagem pela abordagem d ireta e minimiza a dissecção
preferida. subperiosteal, resultando em maior estabilidade
• Técnicas: Nas abordagens endonasal e gengivobu- e menos espaço morto, reduzindo assim o ede-
cal, a osteotornia geralmente é realizada com um ma pós-operatório e o tempo de recuperação.
osteótorno curvo especializado, com urna ponta Urna pequena incisão perfurante medial à borda
dentada ou protegida. O lado maior e bulboso fica orbital inferior é feita com urna lâmina nº 11,
à frente da extremidade cortante e o lado mais cur- ou o próprio osteótorno, se estiver afiado, pode
to e mais afiado próximo à superfície de corte. A ser usado para penetrar a pele. Através dessa in-
ponta dentada do osteótorno percorre a extremi- cisão, introduz-se um osteótorno de 2 mm em
dade inferior livre do osso nasal, com o lado maior um plano subperiosteal para criar urna linha de
externo ao osso, onde é palpável, mas apresenta perfurações ao longo da parede lateral do na-
risco mínimo de perfurar a pele. A ponta menor riz, com angulação do instrumento na porção
fica dentro do osso nasal. Embora haja a possibili- superior e inferior (Figura 27-3). Novamente, as
dade de lesão na mucosa, ela tem cicatrização boa marcações na pele da osteotornia proposta po-
e raramente causa problemas. Recomenda-se o uso dem auxiliar o cirurgião durante a progressão
de um osteótorno afiado de 2 mm para a aborda- da osteotornia (Figura 27-4). A pele é deslocada
gem percutânea. Lidocaína (1 %) com adrenalina com o osteótorno para otimizar o alcance da in-
1:100.000 deve ser injetada nas paredes nasais la- cisão simples da pele. A incisão é fechada com
terais e mediais pelo menos 7 minutos antes das um Steri-strip®no pós-operatório.6 As cicatrizes
osteotornias, para reduzir o sangrarnento e hema- percutâneas curam bem e não causam proble-
tomas pós-operatórios. mas.7
- Abordagem endonasal: Urna pequena incisão é - Abordagem do sulco gengivobucal: Urna peque-
feita no vestíbulo nasal lateral para permitir o na incisão é feita na mucosa do sulco gengivo-
acesso à junção inferior dos ossos nasais com bucal conforme a osteotornia proposta (Figura
o processo frontal da maxila. A localização da 27-5). lsso pode ser feito com elerrocautério até
incisão é identificada pela retração lateral da pa- a superfície óssea da maxila, para minimizar o
rede lateral do nariz para cobrir a mucosa sobre sangrarnento. De forma semelhante às técnicas
a abertura piriforrne subjacente. A incisão deve acima, um túnel é dissecado ao longo da aber-
ser grande o suficiente para permitir a introdu- tura piriforrne até o nível da junção nasofrontal.
ção do osteótorno nasal. Por meio dessa incisão, Deve-se tornar cuidado para não remover teci-
urna dissecção subcutânea estreita é feita com do em excesso ou criar um túnel muito grande,
um elevador periosteal de Freer ao longo do para preservar algumas inserções de tecido mole
aspecto externo da parede nasal lateral. É im- nos ossos nasais. Durante a dissecção no senti-
portante d issecar apenas um túnel grande para do superior, a origem• dos ossos nasais deve ser
acomodar o osteótorno, para preservar o máxi- avaliada, pois é abaixo desse n ível, ao longo do
mo possível a inserção do tecido mole na parede processo frontal da maxila, que a osteotornia
nasal osteotornizada. O osteótorno é inserido ao começa (Figura 27-6). A abordagem gengivobu-
longo do mesmo túnel de dissecção. Novamen- cal talvez seja o método mais direto de acesso
te, a ponta mais longa e cega do osteótorno é aos ossos nasais. O avanço controlado do os-
colocada na porção externa ao osso nasal, para teótorno com o martelo cirúrgico é feito de for-
ser palpada sob a pele e não a perfurar. A ponta ma semelhante à abordagem endonasal (Figura
mais afiada é deixada dentro da abertura piri- 27-7). A incisão é deixada aberta ou é fechada
forrne mediaimente aos ossos nasais. A ponta de forma frouxa, para facilitar a drenagem de
pode ser palpada à medida que a osteotornia líquido.
prossegue, verificando a orientação adequada. A
incisão pode permanecer aberta ou ser fechada • N. de R.T. Junção dos ossos nasais com o processo nasal da ma-
de forma frouxa para a drenagem de líquido. xila.
RINOPLASTIA 113

I
I
I
a

Figura 27-3 Esq uema mostrando a técnica de osteotomia percurânea.

Figura 27-4 Fotografia transoperatória


demonst rando uma osteot omia percutâ -
nea. Os ossos nasais são indicados em roxo.
114 PETERj . T AUB E STEPHEN 8 . B AKER

• Manejo pós-operatório: As incisões percutânea e ao triângulo do tecido mole que sustenta a vál-
do sulco gengivobucal podem permanecer abertas, vula nasal externa .
enquanto a incisão intranasal é fechada com uma - Orna osteotomia muito alta nos ossos nasais
ou duas suturas. O sítio percutâneo pode ser cober- pode levar à formação de uma saliência visível
to com uma pequena fita adesiva. A sustentação in- ou palpável. Isso pode ser evitado com uma
terna e externa geralmente é indicada para manter osteotomia mais baixa na maxila ou com uma
os ossos nasais na posição, já que eles cicatrizam osteotomia dupla. A correção da saliência pós-
na direção do osso frontal e da maxila. A coloca- -operatória pode ser feita com uma osteotomia
ção de sp/int inter no é realizada com gaze vaseli- secundária mais baixa na maxila, para suavizar
nada ou tampão de espuma reabsorvível. A sus- a deformidade entre o osso nasal e a maxila . Um
tentação externa é realizada com um curativo com esporão ósseo na região do canto medial pode
fita adesiva sob um splint rígido •. O splint pode ser a extremidade superior do osso nasal par-
consistir em múltiplas camadas de gesso cortadas cialmente fraturado.
em um formato grosseiro de trapézio, de polímero • Dicas:
termoplástico ou de alumínio revestido. Se os ossos No pré-operatório, o cirurgião deve estimar
nasais não estiverem presos na sua nova posição, razoavelmente o tamanh o dos ossos nasais e
é preferível usar um sp/int que pode ser facilmente decidir sobre o trajeto ideal para a osteotomia
aplicado às dimensões desejadas com um pouco de planejada.
pressão sobre os ossos nasais . Tanto o gesso quanto
- Ao criar o túnel subcutâneo ao longo da pare-
o material termoplástico funcionam bem nessa si-
de lateral do nariz, deve-se tomar cuidado para
tuação. Nesses casos, o splint geralmente é deixado
evita r a desvascularização do segmento ósseo
no local por 10 a 14 dias para permitir a cicatri-
livre e prevenir o mau posicionamento indese-
zação, fazendo o paciente evitar qualquer contato
jado por meio da preservação de um pouco da
potencialmente prejudicial. A remoção cuidadosa
inserção do tecido mole latera l.
é facilitada por compressas embebidas em acetona
ou outra solução removedora de adesivo. - Intranasalmente, deve-se confirmar a posição do
cor neto inferior como ponto in icial da osteoto-
• Armadilhas:
mia lateral e osteotomizar, a partir desse ponto,
- Nem todo paciente pode candidatar-se à osteo- no sentido cefálico.
tomia do osso nasal. Pacientes mais velhos com
- À medida que o osteótomo é avançado superior-
ossos finos podem não obter uma linha clara de
mente, o ângulo do instr umento deve ser contro-
osteotomia e pacientes que usam óculos de grau
lado e o ponto-alvo medial ao canto media l deve
pesados podem afundar os ossos nasais mais do
ser mantido na linha.
que o desejado.
- A laceração da pele é certamente uma possibili-
dade, se a ponta afiada do osteótomo estiver vi- REFER~NCIAS
rada para fora para minimizar lesões na mucosa 1. Ponsky D, Eshraghi Y, Guyuron B. The frequency of sur-
(não recomendado). Na abordagem percutânea, gical maneuvers during open rhinoplasty. Plast Reconstr
deve-se tomar cuidado para evitar lesão na ar- Surg. 2010 Jul;126(1):240-244.
téria angular que passa pela parede lateral do 2. Rohrich R, Krueger JK, Adams WP, Hollier LH . Achieving
nariz. Deve-se injetar anestesia local com adre- consistency in the lateral nasal osteotomy during rhino-
nalina na área antes de realizar a incisão na pele, plasty: An externai perforated technique. Plast Reconstr
e o bisturi deve passar apenas superficialmente Surg. 108: 2122, 2001.
3 . Westreich RW, Lawson W. Perforating double lateral os-
arra vés da pele.
teotomy. Arch Facial Plast Surg. 2005 Jul-Aug;7(4):257-
- A posição inicial para a osteotomia lateral não 260.
deve ser aba ixo do nível do corneto inferior. 4. Tardy ME, Toriumi DM, Hecht DA. Philosophy and princi-
Uma origem baixa demais inclui essa parte do pies of rhinoplasty. ln: Papel !D, ed. Facial and Plastic Re-
processo frontal da maxila, que serve como sus- constructive Surger)•, New York: Thieme; 2002:384-389.
tentação para a maior parte da porção lateral da 5. Gruber R, C hang T, Kahn D, et a i. Broad nasal bone reduc-
cartilagem lateral inferior, e permite a integrida- tion: An a lgorithm for osteotomies. l'last Reconstr Surg.
de da válvula nasal externa. 2007;119:1044.
- Na junção lateral das cartilagens laterais supe- 6 . Rohrich R, Krueger JK, Adams WP, Hollier LH. Achieving
riores e inferiores, na porção medial aos ossos consistency in the la teral nasal osteotomy during rhino-
nasais, deve-se tomar cuidado para evitar dano plasty: An externai perforated technique. Plast Reconstr
Surg. 2001;108:2122.
7. Gryskiewicz J. Visible scars from percuraneous osteoto-
• N. de R.T. Normalmente de gesso ou Aquaplast®. mies. Plast Reconstr Surg. 2005;116:1771.
RINOPLASTIA 115

Figura 27-5 Exposição do sulco gengivobucal para dissec-


ção do plano de osteotomia.

Figura 27-6 Trajeto do osteótomo ao longo


do processo frontal da maxila.

Figura 27-7 Osteócomo posicionado no


sulco gengivobucal é avançado superiormen-
te com uma pancada suave feita com um
martelo cirúrgico.
CAPÍTULO 28 Modificação da base alar

• Indicações: A base alar inclui as bordas alares que vemente presa e avançada em direção à bochecha
iniciam mediaimente na ponta nasal e na columela, para dar ao cirurgião uma ideia da quantidade de
e se curvam lateralmente, terminando nas inserções ressecção necessária e tolerável, sem tensão desne-
na bochecha. A base alar do nariz deve se aproximar cessária. Os compassos ou paquímetros devem ser
a um triângulo equilátero, com um ligeiro grau de usados para medir cuidadosamente a quantidade
convexidade na junção bochecha-asa nasal (Figura de tecido a ser excisado (Figura 28-3 ). Nos casos
28-1). Deve fornecer sustentação adequada para pre- em que o tamanho das narinas é desigual, quan-
venir o colapso da válvula nasal externa demonstrar tidades d iferentes de tecido podem ser ressecadas.
minimamente cicatriz. Cada uma possui uma porção Duas linhas curvilíneas são marcadas na superfí-
cutânea externa e uma porção vestibular interna com cie cutânea perpendicularmente à borda alar. As
quantidade maior ou menor de tecido mole interve- linhas convergem para a superfície do nariz antes
niente. No pré-operatório, a visão frontal deve iden- de avançarem sobre sua parede lateral. Elas não
tificar a largura da base alar (Figura 28-2). Cada lado devem ultrapassar a porção superior à prega alar,
deve ser examinado cuidadosamente em conjunto, para evitar lesões nos vasos nasais laterais.' A inci-
bem como separadamente um do outro. Em geral, as são deve ser feita 1 mm acima da junção bochecha-
bases alares são um pouco mais largas que a distân- -asa nasal para preservar a curvatura da borda e
cia entre os cantos mediais e laterais e não devem ul- evitar que a cicatriz adentre a prega ala r. Quanti-
trapassar uma linha venical a panir do canto medial. dades variáveis de pele e mucosa de revestimento
O alargamento excessivo ou a convexidade das bases podem ser removidas.
alares deve ser documentado, se presente. A visão • Técnica: Várias deformidades da borda ala r podem
lateral identifica a posição caudal craniana da base ser encontradas . Suas características e tratamento
alar. Também realça a posição da borda alar e da co- são d iscutidos abaixo.
lumela separadamente e quando estão relacionadas - A asa pode parecer artificialmente côncava quan-
uma a outra (isso será examinado separadamente do se curva mediaimente e pode ter várias etiolo-
na seção seguinte). Por fim, a visão basal identifica o gias, incluindo a interrupção da cartilagem lateral
tamanho das abenuras das narinas e o grau de alar- inferior, a colocação inadequada de um enxerto
gamento em cada lado. O eixo longo da narina deve de ponta que se estende lateralmente ao domo ou
ficar em um ângulo de 50 a 60º distante de uma linha a ressecção da cartilagem lateral inferior. A conca-
vertical através da columela, e a proporção entre a vidade é tratada melhor com a inserção de um en-
narina e a ponta nasal deve ser de aproximadamente xerto de borda alar. O enxerto pode ser colocado
60:40 a 55:45. Com a inspeção e palpação cuidado- através de uma pequena incisão em uma loja sub-
sas, o examinador deve avaliar a qualidade da pele e cutânea. A loja pode ser dissecada com tesoura de
do tecido mole subjacente. A superfície cutânea ex- íris e avançada ao longo da borda alar.
terna deve ser considerada separadamente da super- - A asa também pode parecer convexa em con-
fície vestibular interna. Qualquer cicatriz externa ou sequência de uma cartilagem lateral inferior,
interna da pele e/ou mucosa deve ser observada. Em excessivamente convexa ou de um tecido alar
alguns pacientes, o tamanho e o formato da narina espesso. Quando o problema estiver relaciona-
são adequados, mas a largura interalar total é exces- do à cartilagem lateral inferior convexa, poderá
siva em razão de uma borda alar excessivamente es- ser tratado com suturas intradomais ou suturas
pessa. Nesses pacientes, a ressecção de uma largura que abrangem os ramos laterais, dependendo de
maior da superfície cutânea versus a superfície ves- onde a convexidade está localizada. Se a con-
tibular deve ser indicada. As visões anteroposterior, vexidade for devida à espessura excessiva do
oblíqua, lateral e a inferior (que é a mais importante) tecido alar, uma pequena incisão elíptica pode
nas fotografias pré-operatórias são essenciais para ser feita o mais próximo possível da borda da
realçar as características do complexo alar. narina medial. Isso permite a remoção da pele e
• Marcações: As marcações pré-operatórias são im- do tecido subcutâneo para afinar a asa. 1
portantes para assegurar a ressecção da quantidade - Ao ressecar parte da base alar, duas superfícies
apropriada de tecido. Em pacientes com pele e te- estão potencialmente envolvidas: as superfícies
cido mole mais maleáveis, a base a lar pode ser sua- cutânea e vestibular. A excisão da superfície
RINOPLASTIA 117

Figura 28-1 Visão inferior mostrando o triângulo grosseira-


ment e equilát ero d a base alar.

Figura 28-2 A largura alar deve se a proximar da d istância


entre os cantos mediais.

Figura 28-3 Med ição da borda alar contra lateral para que quantidades simétricas de pele e de tecido mole sejam removid as .
118 PrrERj . TAUB E 5TEPHEN 8. BAKER

cutânea afeta apenas o contorno do lóbulo alar, víveis profundas e suturas cutâneas. Da mesma
mas não a circunferência da narina. Em con- forma, se a base ala r estiver deslocada caudal-
trapartida, a excisão da pele vestibular reduz a mente, pode-se fazer uma ressecção elíptica da
abertura da narina. O cirurgião deve avaliar o mucosa no revestimento vestibular, logo acima
grau de acordo com o qual cada uma deve ser da borda a lar, para elevar a base à medida que
modificada independentemente. Em um paciente as extremidades são reaproximadas.
com lóbulo a lar grande e área de narina normal, - Se a base alar estiver deslocada lateralmente, a
o lóbulo deve ser reduzido sem a pele vestibular. liberação da base e a adição de uma sutura de es-
Em um paciente que tem tanto um lóbulo quan- treitamento podem ser indicadas para estreitar o
to narinas grandes, uma cunha com pele cutânea complexo alar. Isso pode ser feito via incisão no
e vestibular pode ser removida. Para começar, sulco gengivobucal para permitir o acesso à aber-
incisões curvilíneas quase paralelas são feitas tura piriforme e a liberação das inserções de teci-
na margem mais lateral da borda alar com uma do mole profundas, usando um elevador perioste-
lâmina n• 11, seguindo a marcação prévia. O al. Para obter uma melhor aproximação das bases
lóbulo alar pode ser firmado com a outra mão, alares, pontos profundos são realizados no tecido
segurando a borda mais med iaimente. O dedo de cada asa com sutura 3-0 de PDS. Duas dessas
indicador da outra mão pode palpar a superfície suturas são usadas e amarradas para que cada asa
vestibular para que o bisturi chegue a essa su- tenha um nó profundo em seu lado. A sutura deve
perfície interna sem atravessá-la, caso se queira ser inicialmente apertada na posição desejada
manter a pele vestibular intacta. Como mencio- com pouca ou nenhuma correção excessiva.4
nado, deve-se poupar uma extremidade de 1 mm - Em casos raros, o complexo alar é amplo devido
da borda alar lateral para preservar a curvatura somente a um lóbulo alar espesso, e o tamanho
da borda e melhorar a aparência da cicatriz. Se da narina é deficiente. Uma incisão na borda é
for necessária uma ressecção de espessura total, feita in ternamente próxima ao ápice da narina e
a incisão no vestíbulo deve atravessar a extremi- uma cunha elíptica de pele é excisada, seguida de
dade da narina em um ângulo reto, em vez de descolamento do tecido fibroso grosso. Os resul-
um ângulo agudo e oblíquo. Isso deixa um pe- tados dessa operação são sutis e a resolução do
queno retalho triangular mediaimente, que serve edema leva tempo.;
para minimizar a incisura não natural no canto • Manejo pós-operatório: Pode-se aplicar pomada
da narina.3 As incisões são aprofundadas até o antibiótica à linha de sutura no período pós-opera-
nível da mucosa (ou por meio da mucosa) para tório imediato, já que um curativo nessa área espe-
que a cunha de pele e de tecido subcutâneo (e cífica pode ocluir a narina e dificilmente será man-
mucosa) seja excisada (Figura 28-4 ). A hemosta- tido no lugar. As suturas não absorvíveis devem ser
sia é obtida cuidadosamente e as extremidades removidas em uma semana para evitar a formação
são aproximadas em camadas. Uma ou duas indesejável de feridas.
suturas absorvíveis profundas devem ser coloca-
• Armadilhas:
das para reduzir a tensão sobre o reparo. Sutu-
ras de náilon de 6-0 devem ser colocadas para - A ressecção excessiva de tecido na base a lar
aproximar as extremidades da pele e removidas pode levar à obliteração da curvatura normal da
em um curto período, para minimizar as marcas borda alar. A inspeção do nariz a partir da visão
de baixo para cima revela uma correção não na-
de sutura nas extremidades da pele (Figura 28-
5). Se a mucosa foi incluída na ressecção, a sua tural da margem ala r e um ângulo agudo demais
aproximação é obtida mais adequadamente com no assoalho da narina.
suturas absorvíveis, como o fio de catgut 4-0 ou - A formação de cicatriz na região da base alar é
5-0 cromado, seguida de tecido subcutâneo e da mais perceptível do que em outras áreas do na-
pele. Após a ressecção de um dos lados, a visão riz e pode ser um sinal indicativo da cirurgia.
inferior mostra a mudança desejada no tamanho • Dicas:
e formato da narina. - Deve-se ter cuidado com o planejamento das
- Se a base alar estiver deslocada cranialmente e a incisões adequadas. Elas devem deixar uma pe-
translocação medial por si só não rebaixar sua quena dobra de pele na bochecha lateral e não
posição suficientemente, pode-se ressecar uma se estender superiormente além da prega ala r. As
cunha elíptica de pele na junção entre a base suturas absorvíveis de calibre fino ou as suturas
alar e o lábio superior. Depois de liberar as in- permanentes com remoção precoce devem ser
serções do tecido mole subjacente na base alar, utilizadas.
a margem inferior é suturada ao novo aspecto - Quanto maior a remoção do revestimento inter-
superior do lábio superior com suturas absor- no, maior o comprometimento da natura lidade
RINOPL.ASTIA 119

•••
• ..

Figura 28-4 Remoção da pele e do tecido mole sem a m ucosa.

Figura 28-5 Visão inferior após ressecção da


base alar direita e antes da esquerda para realçar a
mudança na aparência do nariz.

da correção pós-operatória da borda alar. Por· 2. Mararasso A. Alar rim excision: A merhod of rhinning
tanto, deve-se tomar cuidado para não estender bulky nosrrils. Plast Reconstr Surg. 2001;108:1425.
excessivamente as margens de resecção interna. 3. Rohrich RJ, Gunter JP, Friedman RM. Nasal tip blood su-
- Deve-se usar urna abordagem mais conservado- pply: An anaromic study validating rhe safery of rhe trans-
ra. Esse procedimento pode ser revisado no con- columellar incision in rhinoplasry. Plast Reconst·r Surg.
sultório sob anestesia local caso seja necessária 1999;5:795.
urna maior ressecção. 4. Sheen JH. Alar resection and grafring. ln: Gunter JP, Rohri-
ch RJ, Adams WP, eds. Dai/as Rhinoplasty. Sr. Louis, MO:
Qualiry Medical Publishing; 2002:917.
REFER.~NCIAS 5. Gruber R, Freeman M, Hsv C. Nasal, er ai. Nasal base re-
1. Guyuron B. Alar ri1n deformities. Plast Reconst·r Surg. ducrion: A trearment algorithm including alar release wirh
2001;107:856. medializarion. Plast Reconstr Surg. 2009;123:716.
CAPÍTULO 29 Modificação da relação
alar-columelar

• Indicações : Para avaliar a relação alar-columelar, o eixo longo da narina (Figura 29-3 ), ao passo que
cirurgião deve entender a norma estética ideal des- uma columela retraída ocor re quando a colume-
sa relação anatômica. A partir da visão lateral, a la está a 1,5 mm do eixo longo da narina (Figura
2
quantidade ideal de exposição columela r é descrita 29-4). É importante lembrar que pode haver uma
1
como tendo em torno de 2 a 3 mm. Uma linha combinação de anormalidades a lares e columelares
t raçada do ápice da narina até seu nadir* d ivide que contribuem para a deformidade. O tratamento
a narina em metades iguais. Uma asa retraída está adequado começa com a identificação da etiologia
presente quando a borda alar está a mais de 2 mm e o manejo específico da causa.
dessa linha (Figura 29-1) e uma asa pendente ocor- • Marcações: Não são necessárias marcações especí-
re quando a asa está a 1,5 mm dessa linha (Figura ficas no paciente. Contudo, a relação precisa entre
29-2 ). Da mesma forma, uma columela pendente a borda alar e a columela é mais bem avaliada com
ocorre quando a columela está a mais de 2 mm do uma fotografia lateral padrão. Além disso, uma
sobreposição com lâmina de plástico t ransparente
• N. de R.T. Nadir - ponto mais inferior. permite medições que auxiliam no diagnóstico.
Figura 29-1 Borda a lar retraída - margem a lar> 2 mm da Figura 29-2 Borda alar pendente - margem a lar a 1, 5 mm
linha. da linha .

Figura 29-3 Columela pendente - columela > 2 mm da linha. Figura 29-4 Columela retraída- columela a 1, 5 mm da linha.
122 P ETERj. T AUB E 5TEPH EN 8. B AKER

• Técnica: deve corrigir o problema. Para defeitos devido à


Várias opções de tratamento foram descritas combinação da borda alar retraída e à col umela
para pacientes com exposição columelar exage- pendente, ambas as deformidades devem ser tra-
rada, devido a uma borda alar retraída, e uma tadas individualmente.;
columela com posicionamento normal. Um en- - Por outro lado, se a exposição columelar dimi-
xerto de estruturação a lar pode ajudar em retra- nuir e for devida a uma borda alar pendente bai-
ções menores que 1,5 mm. Os enxertos de estru- xa, uma incisão pode ser feita na borda alar e
t uração alar funcionam melhor nas rinoplastias uma cunha elíptica de pele vestibular pode ser
pr imárias do que nas secundárias, podendo ser removida. Isso elevará a borda alar e melhorará
necessária sustentação adicional com uma viga a quantidade de exposição columelar.
de ramos laterais em pacientes com formação de - Se a etiologia for uma columela retra ída na pre-
1
cicatrizes na rinoplastia secundária: Para graus sença de uma posição normal da borda alar, po-
maiores de retração alar, um enx erto composto de-se aumentar o septo caudal. Um enxerto de
pode ser indicado. É feita uma incisão na super- cartilagem posicionado na extremidade inferior
fície interna da borda ao longo do aspecto infe- do septo caudal, ent re os ramos media is das car-
rior das cartilagens laterais inferiores de forma tilagens latera is inferiores, empurrará a colume-
semelhante à incisão-padrão mar ginal da borda. la inferiormente e normalizará o grau de expo-
Com a t ração suave dos tecidos moles, a borda sição. Para defeitos devido a uma combinação
alar deve descer para d iminuir a quantidade de de borda a la r baixa e columela retraída, cada
exposição columelar lateral. A abertura resul- problema deve ser resolvido separadamente.
tante é preenchida com um enxerto de tecido re- • Manejo pós-operatório: Um pequeno tampão
lativamente firme (p. ex., mucosa palata l), com de gaze vaselinada deve ser deixado no vestíbulo
uma combinação de cartilagem da mucosa e do durante um ou dois dias, e um curativo com fita
septo ou com um enxerto composto por cartila- adesiva deve ser colocado através da columela para
gem da concha e da pele. O enxerto é sut urado sustentação in icial. Se não for absorvível, o tampão
à periferia da ferida com sut uras de fio cromado será removido depois de 24 a 48 horas para mini-
5-0. Uma terceira opção foi descr ita por Guyu- mizar o risco de infecção.
ron.4 Um retalho em V-Y é projetado com seu
• Armadilhas:
ápice na mucosa interna superior da narina di-
- As complicações mais óbvias incluem correção
retamente sobre a retração. Essa incisão preci-
insuficiente ou excessiva da posição da borda
sa ser incorporada a uma incisão de rinoplastia
a lar. Se forem unilaterais, o lado normal deve ser
aberta, para que o aporte sanguíneo do retalho
em V-Y não seja interrompido. Um retalho gran- usado para fins de comparação. Se bilaterais, a
de em "V" invertido é dissecado internamente cor reção deve atingir aproximadamente 2 mm
de exposição columelar na visão lateral.
acima da asa retraída. Ele é elevado para que
a parte larga do "V" seja a borda alar e o reta- • Dicas:
lho seja dissecado livremente até a margem alar. - A causa exata da deformidade a la r deve ser
Essa manobra libera a retração alar e o tecido cuidadosamente deter minada antes da cirurgia,
em "V" é colocado em seu lugar. Um enxerto de para que a intervenção adequada seja aplicada.
cartilagem pode ser colocado sob esse retalho - Se for preciso usar um enxerto para melhorar a
para manter a integridade da borda alar. O de- relação ala r-columela r, uma leve hipercorreção
feito superior interior resultante é fechado em pode ser indicada para combater a contração
padrão V-Y. pós-operatória do enxerto.
- Para pacientes com exposição excessiva devido - Deve-se tentar, a qualquer custo, minimizar as
à columela pendente e uma borda alar com po- causas da perda de enx erto, as quais incluem
sicionamento normal, a ressecção das placas co- deslocamento, hematoma e/ou formação de se-
lumelares mediais, do septo caudal, ou de ambos roma no período pós-operatório.
RINOPLASTIA 123

REFER.~NCIAS 4 Guyuron B. Alar rim deformities. Plast Reconstr Surg.


2001;107:856.
1. Sheen JH. Aesthetic Rhinoplasty. St Louis, MO: Mosby;
1978. 5. Matarasso A, Greer SE, Longaker MT. The true han-
ging columella: Simplified diagnosis and treatment
2. Gunter JP, Rohrich RJ, Friedman RM. Classification and
correcrion of alar-columellar discrepancies in rhinoplasry. using a modified direct approach. Plast Reconstr Surg.
Plast Reconstr Surg. 1996;97:643. 2000;106:469.
3. Rohrich R, Raniere J, Ha R. The alar contour grafe: Cor-
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plasry. Plast Reconstr Surg. 2002;109:2495.
CAPÍTULO 30 Modificação do septo

• Indicações: Existe um pouco de deflexão do septo a cocaína• é comumente usada como agente tópico.
nasal em qualquer plano na maioria dos pacientes. A primeira é aplicada por aerossol ou líquida, en-
Aqueles com desvio septal importante são candida- quanto a última pode ser administrada como uma
tos à septoplastia, pois o desvio do septo limita o solução de 4 % em um recipiente pequeno e embebi-
fluxo de ar ao nível da válvula nasal interna. A obs- da em tampões de algodão medindo 1 X 6 polega-
trução de 50 a 60% do aspecto anterior e inferior das. Para minimizar a absorção, os tampões devem
das vias aéreas geralmente leva a sintomas de obs- ser levemente torcidos. Eles, então, são inseridos no
trução. O d iagnóstico é feito pelo exame interno nariz (dois a três em cada lado) depois de aparar os
cuidadoso com espéculo nasal e uma fonte lumino- pelos nasais e antes de preparar a face. Além d is-
sa adequada. Às vezes, o desvio pode ser sintomáti- so, uma solução diluída de adrenalina (1:200.000)
co com impedimento do flux o de ar em uma ou em pode ser injetada na submucosa em um dos lados
ambas as narinas. No pré-operatório, a natureza do septo antes d e iniciar a retirada, para minimi-
do desvio deve ser identificada. O desvio do sep- zar o sangramento e promover a hidrodissecção da
to pode ocorrer simplesmente em um plano, por mucosa a partir da cartilagem subjacente. Quando
exemplo, no sentido anteroposterior ou no sentido uma abordagem lateral for escolh ida, pode-se fazer
superoinferior, ou pode haver uma combinação de uma incisão de 1 cm a partir da extremidade cau-
planos. O paciente deve ser indagado sobre a mani- dal do septo. Isso pode ser delineado com o desvio
pulação prévia do septo e as evidências devem ser leve da columela para a esquerda, para identificar
buscadas no exame físico. Em geral, uma cicatriz é o aspecto mais inferior do septo. A incisão deve ser
percebida em um ou mais lados da mucosa septal, realizada inicialmente por meio da mucosa e do pe-
indicando intervenção anterior. Um cotonete pode ricôndrio. A dissecção prossegue cuidadosamente
ser usado para palpar o septo, se houver suspeita ao longo da cartilagem com um elevador de Fre-
de que as porções foram removidas ou danificadas er ou de Cottle. Deixando 1 cm de septo intacto
anteriormente. A cartilagem que foi removida e na porção dorsal e caudal, a cartilagem do septo é
substituída como enx erto em geral não retém sua atravessada com a ponta afiada do elevador de Cot-
pliabilidade anterior. tle ou de um bisturi. Isso permite o acesso para a
• Marcações: Não há a necessidade de marcações ex- elevação da mucosa contra lateral a partir do septo.
ternas para planejar a abordagem do septo nasal. Deve-se tomar cuidado para não violar a mucosa
A extensão do septo deve ser avaliada para que 1 do lado oposto, para prevenir a formação de fístula
cm de cartilagem dorsal e caudal sejam preserva- (Figura 30-1 ). Isso pode ser difícil se houver desvio
dos como elementos de sustentação do septo re- significativo do septo na direção do cirurgião ou
manescente. Dependendo da abordagem interna, a para longe dele. A dissecção deve continuar na por-
incisão proposta da mucosa lateral pode ser feita ção posterior até a placa perpendicular do etmoide
com 1 cm a partir da extremidade caudal até a na- e na porção inferior até o vômer e a espinha nasal
rina direita, se o cirurgião estiver do lado direito da anterior (Figura 30-2). Deve-se preservar 1 cm da
mesa de cirurgia . margem caudal do septo para evitar seu colapso.
• Abordagem: A cartilagem do septo pode ser retira- • Técnica: A manipulação do septo é realizada para
da lateralmente através da narina ou caudalmente obter/restaura r a retidão e, assim, melhorar o fluxo
entre os ramos das cartilagens laterais inferiores. de ar.
Em qualquer um dos casos, deve-se usar um vaso-
constritor tópico e submucoso. A oximetazolina ou • N. de R.T. Somente nos EUA.
RINOPLASTIA 125

j' Dissecção cuidadosa da mucosa a partir da cartilagem do septo.


/
__J

--- -

Figura 30-2 Extensão da dissecção do septo.


126 P ETERj. T AUB E 5TEPH EN 8. B AKER

- Se o septo apresentar um desvio mínimo, ele - As perfurações da mucosa sobre o septo podem
pode ser raspado no lado côncavo para enfra- levar à for mação de fístulas persistentes, se es-
quecê-lo e facilitar seu ar queamento (Figuras tiverem d iante de um defeito na mucosa. A me-
30-3 e 30-4). Se houver um desvio moderado, a lhor forma de tratamento é a prevenção. Deve-
incisão do septo pode ocorrer em vários níveis -se tomar cuidado para d issecar lentamente o
para criar uma estrutura semelhante a um " le- mucoper iósteo a partir da cartilagem do septo,
que", que é mais fraca do que aquela com des- considerando que tra umatismo prévio não re-
vio. Se o desvio for grande, uma porção pode ser conhecido do septo pode ter causado áreas de
removida e descartada ou amolecida por esma- aderência não natural.
gamento leve e substituída (Figura 30-5). - Hematomas ou seromas podem formar-se em
- O fechamento da mucosa septal deve incluir á reas entre as camadas da mucosa, onde a car-
suturas absor víveis para reaproximar as extre- tilagem foi removida. Pa ra min imizar essa com-
midades, bem como as suturas de colchoeiro plicação, uma ou mais sut uras de colchoeiro
para reaproximar os lados direito e esquerdo, se devem ser colocadas através da mucosa intacta
a cartilagem for removida. Dessa forma, o acú- remanescente, para obliterar qualquer possível
mulo de fluido e sangue no espaço potencia l é espaço morto.
minimizado. • Dicas:
• Manejo pós-operatório: Após a retirada da cartila- - Deve-se tomar cuidado ao determinar a ana-
gem do septo, as duas camadas de mucosa devem tomia da cartilagem deformada. É importante
ser reaproximadas com suturas de colchoeiro a b- realizar uma d issecção cuidadosa ao longo do
sor víveis . Alguns cirurgiões optam por tamponar septo. O septo é frequentemente deformado em
as narinas para minimizar ainda mais o risco de um ou mais planos . A dissecção em linha reta na
acúmulo de líquido sob a mucosa. Se for utilizada porção posterior ou inferior poderá resultar em
uma gaze vaselinada não absor vível para o tam- perfuração.
ponamento, o paciente deverá receber antibióticos - Ter uma ideia do formato do septo no pré-ope-
para reduzir a possibilidade de bacteremia e con- ratór io ajuda a diminuir a incidência de perfura-
sequente síndrome do choque séptico. Um plano ção acidental.
semelhante deve ser usado para tubos de silicone Ao se tentar atravessar a cartilagem do septo
com materia l absorvente à sua volta . Gelfoam dis-
e manter a mucosa septa l contralatera l intacta,
solvível também pode ser usado para o tampona-
pode-se colocar um dedo enluvado ao longo do
mento, mas não precisa ser removido. septo em frente à incisão para a palpação da
• Armadilhas: profundidade da lâmina . A lâmina deve passar
- Se a dissecção em torno do septo for muito li- apenas através da cartilagem e não pela muco-
mitada, é provável que ocorra lesão na mucosa sa contralateral, como indicado pela palpação
com a introdução de instrumentos para a reti- do bisturi e pela mobilidade dos limites da car-
rada da cartilagem, como uma lâmina de Bal- tilagem.
lenger.
R INOPLASTIA 127

Figura 30-3 Incisões de profundidade parcial ao longo do


lado côncavo do septo para permitir sua correção (retidão).

Figura 30-4 Extensão da raspagem da


cartilagem do septo.

Figura 30-5 Excisão da cartilagem do


septo com desvio, deixando sustentação
suficiente na porção dorsal e caudal.
CAPÍTULO 31 Modificação dos cornetos

• Indicações: Os cornetos devem ser examinados no No caso de falha da medicação ou contraindica-


momento do exame inicial, em cada consulta sub- ção, pode-se indicar turbinectomia inferior para
sequente e também no dia da cirurgia para verificar hipertrofia persistente do osso, mucosa ou ambos.
quaisquer alterações no tamanho e aspecto. Os três No paciente com desvio septal concomitante, a
pares de cometos regulam o fluxo (principalmente substituição do septo na linha média, onde ele se
o inferior) e umidificam (principalmente o médio) junta ao corneto com hipertrofia, pode causar uma
o ar no interior do nariz (Figuras 31•1 e 31-2). Os obstrução que estava presente apenas no lado con-
meatos que se abrem próximos aos cornetos dre- tralateral ou que não existia. A hipertrofia também
nam os seios paranasais. A hipertrofia dos cornetos pode afeta r o reposicionamento do septo. No pré-
pode interferir na respiração nasal normal. A irri- -operatório, o exame dos cornetos, especialmente
tação crônica e o edema do nariz agem como em do corneto inferior, que é o mais fácil de visualizar,
qualquer outro local do corpo. Um padrão de for- deve ser realizado com um espéculo nasal e uma
mação de edema, aumento das glândulas e fibrose fonte luminosa adequada. As evidências de hiper-
leva à hipertrofia do osso subjacente. O risco de trofia excessiva devem ser documentadas.
disfunção dos cornetos, durante toda a vida, che- • Marcações: Não há necessidade de marcações ex-
ga próximo de l OOo/o à medida que um indivíduo ternas.
envelhece, enquanto a progressão para uma disfun· • Abordagem: Várias técnicas são empregadas para
ção persistente é estimada em 50% .1 tratar a disfunção sintomática dos cometos.
• As etiologias da disfunção dos cometos são amplas - Há relatos de que a cauterização com corren-
e numerosas, incluindo infecções, alergias e/ou me- te elétrica ou a crioterapia com um agente frio
dicações. O manejo é adequado quando existem encolhe a mucosa nasal que recobre o corneto
manifestações clínicas de patologia dos cornetos. aumentado. Isso é tão simples quanto aplicar a
O manejo medicamentoso com sprays nasais à base ponta do ca utério na mucosa do corneto e per-
de esteroides e/ou anti-histamínicos é um passo mitir a coagulação da mucosa. Técnicas mais
inicial razoável, mas deve ser questionado. Geral- recentes que utilizam um tipo de laser podem
mente, essa abordagem é bem-sucedida por um pe- causar menos sangramento, mas resultam na re-
ríodo finito de tempo, mas torna-se menos eficaz. corrência da hipertrofia.
RINOPLASTIA 129

Placa cribiforme

Superior - -~
/ +;~~;j
Concha nasal Médio
(cornetos)

- Cartilagem lateral inferior

Nasofaringe

Figura 31 -1 Padrão de fluxo de ar nasal através d os cornetos.

Concha nasal média

Septo
Seio maxilar

Concha nasal inferior

Palato duro

Figura 31 -2
130 P rrER j. T AUB E 5 TEPH EN 8. BAKER

- Na hipertrofia leve à moderada pode ocorrer • Armadilhas:


fratura lateral do corneto, para longe do septo, - Osteotornias nasais laterais nos cornetas podem
se a hipertrofia afetar o reposicionamento do empurrá-los para bem perto do septo e causar
septo (Figura 31 -3). Isso pode ser combinado uma obstrução iatrogênica.
com qualquer urna das técnicas descritas, que - Os cornetas são altamente vasculares e podem
encolhem a mucosa nasal para minimizar a re- causar sangrarnento excessivo.
corrência. - A cauterização pode resulta r na irritação pro-
- Na hipertrofia mais grave, urna porção do cor- longada devido à formação de crostas e deslo-
neto pode ser excisada (Figura 31 -4). Para mi· camento de crostas, levando à epistaxe tardia.
nirnizar o ressecamento do ar inspirado, um re- - A destruição excessiva da mucosa dos cornetos,
talho de mucosa medial é elevado e repuxado especialmente do corneto médio, pode levar ao
antes da remoção do osso do corneto para que ressecamento, já que as funções das passagens
possa ser preservado e substituído. O osso é re- nasais de aquecer e umidificar o ar são perdidas.
movido com urna saca-bocado fina e a mucosa
• Dicas:
é recolocada sobre o osso concha! remanescente
(Figura31·S). - A área do osso nasal entre as cartilagens laterais
superiores e inferiores, conhecida como triângu·
- Alguns autores propuseram uma combinação
lo de Webster, não deve ser violada.
de Coblation°*, que utiliza energia de radio-
frequência para a ablação dos tecidos hiper- - Deve-se tomar cuidado para manter um trajeto
trofiados, juntamente com a fratura lateral dos de fratura baixo-baixo ou baixo-moderado.
cornetas, para aliviar os sintomas e otimizar a - As medidas adequadas devem ser tomadas na
perviedade das vias aéreas nasais.2 sala de cirurgia para garantir o controle do san·
• Manejo pós-operatório: Tampões de vaselina po· grarnento, incluindo a infiltração pré-operatória
dem ser usados no nariz para hidratar e promover com agente vasoconstritor, esperando o tempo
a cicatrização de qualquer superfície cruenta . O adequado para que faça efeito, a colocação de
paciente deve receber antibióticos para diminuir o tampões nasais no final do procedimento e a ma·
risco de síndrome do choque tóxico. Depois disso, nutenção da cabeça do paciente na posição eleva·
um spray de soro fisiológico pode oferecer alívio da por um período de tempo no pós-operatório.
do ressecarnento e da irritação.
REFER~NCIAS
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dissccção precisa com pouco dano colateral. nology. Plast Reconstr Surg. 2010 Aug;126 (2):489-491.
R INOPLASTIA 131

Figura 31-4 Remoção do osso do corneto usando um saca-bocado.


Figura 31 -3 Fratura lateral da concha nasal in-
ferior.

Desvio do
septo nasal

Concha nasal
inferior normal

Incisão e plano de
dissecção do retalho
Figura 31 -5 Desvio do septo na presença de corneto contralateral aumentado. Após a remoção do osso, o retalho da mucosa
é suturado novamente (figura menor).
CAPÍTULO 32 Fechamento e curativo

• Indicações: Após os objetivos traçados no pré-ope- ralmente. O tamponamento nasal em geral é difícil
ratório terem sido atingidos, o cirurgião deverá de tolerar, pois força o paciente a respirar pela boca.
ficar satisfeito com o resultado. Ele não deve dei- Nem sempre é necessário e alguns cirurgiões o evi-
xar a sala de cirurgia se existir qualquer incerteza tam. Seu uso deve ser personalizado de acordo com o
a respeito do resultado. Se ele estiver satisfeito, o paciente e com o procedimento.
fechamento deve ser realizado. As técnicas aberta • No pós-operatório, como a pele sobre o nariz foi
e endonasal de rinoplastia requerem suturas para elevada, a vascularização depende de vasos perfu-
fechar as incisões utilizadas para o acesso. A pri- rantes laterais. A fita adesiva aplicada sobre a pele
meira requer suturas adicionais para o fechamento tem duas funções. Ela minimiza a formação de
da pele e dos tecidos subcutâneos da colurnela. edema durante o período pós-operatório imediato
• Abordagem: Em geral, as incisões intranasais e e protege a pele, caso o material de sp/int sobreja-
externas são fechadas primeiro, seguidas da colo- cente esteja quente demais. Steri-strips0 são cornu-
cação de tampões e aplicação de curativo externo mente usadas para isso, e as extremidades devem
(Figura 32-1). A combinação de tampões internos e sobrepor-se umas as outras.
colocação de sp/int externo é usada para manter o • Recomenda-se o uso de sp/int, se houve manipu-
formato desejado do nariz no pós-operatório. Inter- lação da pirâmide nasal. Um sp/int mole que en-
namente, urna ou ambas as narinas são tamponadas durece progressivamente, como gesso ou material
com material para fins de sustentação. Externamen- termoplástico (Aquaplast), é preferível para que a
te, o dorso é coberto com um sp/int protetor. pressão excessiva não seja exercida nos ossos na-
• Na abordagem externa, os tecidos subcutâneos e sais osteotomizados durante a aplicação do sp/int.
a pele da col um ela devem ser fechados com urna Os sp/ints de a lumínio mais rígido são difíceis de
combinação de suturas absorvíveis profundas e controlar no que diz respeito à sua adaptação pre-
suturas superficiais de Prolene 6-0 ou de náilon. cisa das novas dimensões nasais, requerendo maior
Muitos cirurgiões realizam esse fechamento em pressão para adaptação ao dorso, possivelmente
duas camadas para evitar que a cicatriz se ala rgue deslocando os ossos nasais sob o sp/int durante a
quando as suturas cuticulares forem removidas. É aplicação. Se for utilizado gesso, várias camadas
importante recriar a incisão escalonada realizada são sobrepostas e cortadas de acordo com as d i-
através da colurnela, bem corno a transição de ân- mensões desejadas. Após colocar o sp/int em água
gulo reto entre as porções horizontal e vertical do quente (o calor molda o gesso mais rapidamente),
retalho de pele colurnelar. O fechamento das inci- ele é aplicado e moldado ao nariz com cuidado.
sões da mucosa pode ser feito com sutura interrom- O sp/int aquecerá enquanto endurece, e pode ser
pida com fio de catgut cromado de 5-0. Se a mu- alisado com um dedo molhado para conferir urna
cosa septa l foi elevada para minimizar a formação aparência polida. Um sp/int termoplástico necessi-
de hematomas no espaço potencial, recomenda-se ta de água muito quente. Ele é cortado no forma-
o uso de suturas de colchoeiro com catgut 4-0 sim- to e no tamanho desejados, enquanto endurece e
ples pelo septo para eliminar o espaço morto. resfria. Depois disso, é colocado na água quente,
• O tarnponarnento nasal é recomendado se a mucosa variando em termos de coloração, do opaco ao
do septo nasal foi rebatida. Os splints nasais internos transparente, à medida que amolece. Esses sp/ints
estão disponíveis em silicone ou em algodão. Eles são são muito pegajosos quando moles. Um bom tru-
removidos vários dias após a cirurgia. O sp/int de que é colocar o sp/int sobre uma gaze, baixando a
Doyle possui um tubo oco para facilitar a respiração gaze até a água. Quando o sp/int ficar transparen-
nasal. Alguns cirurgiões optam por gaze não absor- te, a gaze pode ser erguida, aplicando-o no pacien-
vível vaselinada, que deve ser removida em 24 a 48 te. Tanto os sp/ints de gesso corno os de Aquaplast
horas para melhorar a respiração, bem como reduzir podem ser presos com curativos de Tegaderm, para
a incidência de infecção relacionada à presença de um curativo aderente eficaz que cause o mínimo de
corpo estranho . Outros optam pelo tamponamento incômodo possível.
com celulose absorvível, que inicialmente mantém a • Cuidados pós-operatórios: deve-se pedir aos pa-
sustentação, mas depois amolece e se dissolve natu- cientes que durmam com a cabeça em uma po-
RINOPLASTIA 133

sição elevada. Bolsas de gelo podem ser usadas • Dicas:


nas primeiras 24 ou 48 para minimizar o edema. Se tampões nasais forem necessários, o splint de
Embora a respiração nasal seja permitida, asso- Doyle possui um tubo de respiração para redu-
ar o nariz com força deve ser evitado. Pode-se zir a obstrução nasal.
usar nebulização com soro fisiológico assim que Colocar o sp/int termoplástico em uma gaze e
o tampão nasal tiver sido removido, para amole- então molhá-la na água. A gaze pode ser usada
cer qualquer sangue ou muco residual e facilitar para levar o splint pegajoso da água ao pacien-
a remoção. te, minimizando a manipulação com luvas.

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Figura 32-1 Curativo nasal pós-operatório.


CAPÍTULO 33 Informação e consentimento
do paciente

Não é necessário dizer que os pacientes submetidos a ponta e as narinas. Elas também podem modificar a re-
uma rinoplastia devem estar cientes da nat ureza, dos be- lação do nariz com as estr ut uras ao seu redor, incluindo,
nefícios e dos riscos do procedimento. Eles também de- mas não se limitando, as bochechas, os olhos e o lábio
vem ser infor mados sobre o tempo necessár io para a ci- superior. A rinoplastia pode ser indicada para corr igir
catrização e a necessidade de esperar pelo menos 1 ano, defeitos congênitos, defor midades adquiridas, lesões
antes de uma nova cir urgia no local. O cirurgião deve traumáticas e/ou problemas funcionais da respiração.
entender a anatomia específica do paciente e suas preo- As técnicas de rinoplastia são personalizadas para cada
cupações pessoais. Estas devem ser válidas e consisten- paciente e não são idênticas em todos eles. As técnicas
tes. Os riscos de cada componente da cir urgia planei ada podem ser realizadas pelas incisões do lado externo ou
devem ser revisados detalhadamente com o paciente. Os interno do nariz, ou por uma combinação de ambas. Os
desenhos são geralmente úteis para que o paciente enten- pacientes interessados em submeterem-se a um procedi-
da os aspectos técnicos mais sutis e para que sirvam de mento de rinoplastia devem ter expectativas realistas e
registro da interação detalhada . As fotografias pré-ope- não esperar a perfeição. Os pacientes também devem go-
ratórias devem ser tiradas na posição AP padrão, oblí- zar de boa saúde física e emocional. A rinoplastia pode
qua, latera l e inferior. Essas fotografias também devem ser realizada em conjunto com out ras cirurgias.
ser revisadas com o paciente. O uso de softwares para
manipular imagens digitais é aconselhável para fornecer
ao paciente um exemplo do resultado pós-operatório. RISCO DA CIRURGIA DE RINOPLASTIA
Um consentimento-padrão deve conter elementos seme- Como em qualquer tipo de cirurgia, há riscos inerentes.
lhantes ao exemplo fornecido a seguir: Sempre existe a opção de não se submeter à cirurgia de
rinoplastia. A escolha de qualquer indivíduo para se sub-
meter a qualquer procedimento cir úrgico, em particular,
CONSENTIMENTO INFORMADO - é baseada na comparação dos riscos e possíveis benefí-
CIRURGIA DE RINOPLASTIA cios. Embora a maioria dos pacientes não apresente essas
INSTRUÇÕES complicações, você deverá d iscutir cada uma delas com
o seu cirurgião plástico para garantir que entendeu os
O seguinte documento é um for mulário de consenti-
riscos, as possíveis complicações e as consequências da
mento informado, preparado para auxiliar seu cir urgião
rinoplastia. Em geral, não é necessário realizar cirurgia
plástico nas informações sobre a natureza, os benefícios,
adicional para melhorar o resultado.
os riscos e as alternativas da cir urgia de rinoplastia. É
importante que você leia todas essas informações com
• Sangramento: É possível, mas incomum, que você
tenha problemas com sangramento durante ou
atenção. Cada página deverá ser rubricada para indicar
depois da cirurgia . Se ocorrer sangramento pós-
que você a leu, assinando o consentimento para a cir ur-
gia conforme proposto por seu cirurgião. -operatório, pode ser necessário um tratamento de
emergência para cessar o sangramento, ou ainda
uma transfusão de sangue. Não tome ácido acetil-
INTRODUÇÃO salicílico ou medicamentos anti-inflamatórios duas
A cirurgia de rinoplastia é projetada e realizada para re- semanas antes da cir urgia, pois isso contribui para
modela r ou melhorar a função nasal. As técnicas utiliza- um maior risco de sangramento . A hipertensão
das podem produzir mudanças na aparência, estr utura (pressão alta) que não estiver bem cont rolada po-
e função do nariz. Elas podem reduzir ou aumentar o derá causar sangramento durante ou após a cirur-
tamanho do nariz ou alterar o formato de vários compo- gia. O acúmulo de sangue sob a pele poderá afetar
nentes nasais, incluindo, mas não limitadas a, o dorso, a a cura e causar formação de cicatrizes.
R INO PLASTIA 135

• Infecção: É raro haver infecção após a rinoplas- ou soluções tópicas. As reações sistêmicas, que são
tia. O manejo geralmente envolve tratamento com mais sérias, podem ocorrer em razão dos fárma-
antibióticos, mas também pode requerer retorno à cos usados durante a cir urgia e os receitados . As
sala de cirurgia para irrigação e/ou debridamento reações a lérgicas podem necessitar de tratamento
do tecido infeccionado. adicional.
• Formação de cicatrizes: Embora haja a expectativa • Cicatrização tardia: Rompimento da ferida ou de-
de boa cicatrização após um procedimento cirúr- mora na cicatrização é possível. Algumas áreas da
gico, podem ocorrer cicatr izes anormais na pele e face podem não cicatr izar normalmente, levando
nos tecidos mais profundos. As cicatrizes podem mais tempo para a cicat rização. Pode ocorrer a
ter uma aparência pouco agradável e cores diferen- morte de áreas da pele. Isso pode levar à necessi-
tes da pele circunvizinha. Existe a possibilidade de dade da troca frequente de curativos ou de cirurgia
marcas visíveis causadas pelas suturas. Os trata - adicional para remover o tecido não cicatrizado.
mentos adicionais, inclusive a cirurgia, podem ser • Efeitos a longo prazo : Alterações subsequentes na
necessários para tratar a formação de cicatrizes. aparência nasal podem ocor rer como resultado de
• Danos às estruturas mais profundas: Estrut uras envelhecimento, exposição ao sol ou outras cir-
mais profundas, como nervos, duetos lacrimais, va- cunstâncias não relacionadas à cir urgia de rino-
sos sanguíneos e músculos, podem ser danificadas plastia. Uma cirurgia futura ou outros tratamentos
durante a cirurgia . A possibilidade de isso ocorrer podem ser necessários para manter os resultados
varia com o tipo de rinoplastia realizada. Os danos da rinoplastia.
às estr ut uras mais profundas podem ser temporá- • Alteração nas vias aéreas nasais: Podem ocorrer
rios ou permanentes. mudanças após a rinoplastia ou septoplastia que
• Perfuração do septo nasal: Existe a possibilidade de interfiram na passagem normal de a r pelo nariz.
que a cir urgia cause uma perfuração no septo na- • Anestesia cirúrgica: Tanto a anestesia local como
sal. Esse problema é raro . Entretanto, se ele ocor- a geral envolvem riscos. Existe a possibilidade de
rer, poderá ser necessário um tratamento cirúrgico complicações, lesão e até mesmo morte em conse-
adicional para reparar a perfuração no septo nasal. quência de todas as formas de anestesia ou sedação
Em alguns casos, pode ser impossível corrigir essa cirúrgica.
complicação.
• Resultado insatisfatório: Há a possibilidade de um ORIENTAÇÕES ADICIONAIS
resultado insatisfatór io em uma cirurgia de rino-
• Trombose venosa profunda e complicações pulmo-
plastia. A cirurgia pode resultar em deformidades
nares: Cirurgia, especialmente procedimentos mais
visíveis ou tácteis inaceitáveis, perda de função ou
longos, pode estar associada à for mação de coágu-
malposicionamento estr utural após a cirurgia. Você
los sanguíneos no sistema venoso. Podem ocorrer
poderá ficar desapontado ao ver que os resultados
complicações secundárias, se os coágulos sanguí-
da cir urgia de rinoplastia não correspondem às
neos (embolia pulmonar ) ou depósitos de gordura
suas expectativas. Poderá ser necessária uma nova
(embolia gordurosa) atingirem os pulmões . Tanto
cirurgia, caso o resultado desejado da rinoplastia
a embolia pulmonar como a gordurosa são uma
não persista após a cirurgia.
ameaça à vida, podendo ser fatais em alguns casos.
• Insensibilidade: Existe possibilidade de insensibili- Viagens aéreas, falta de atividade e outras condi-
dade permanente na pele nasal após a r inoplastia. ções podem aumentar a incidência de coágulos san-
Sua ocorrência não é previsível. A redução (ou per- guíneos nos pulmões, levando a um coágulo maior
da de sensibil idade da pele) na região nasal pode que pode resultar em morte. É importante discutir
não se resolver completamente após a rinoplastia. com seu cirurgião plástico qualquer história prévio
• Assimetria: A face humana é nor malmente assimé- de coágulos sanguíneos ou de pernas inchadas que
t rica . Pode haver variação de um lado ao outro nos possam contribuir para essa condição.
resultados obtidos no procedimento de rinoplastia. • Tabagismo, fumo passivo, exposição a produtos
• Dor crônica: Raramente ocorre dor crônica após a nicotinicos (adesivo, goma, spray nasal): Pacientes
rinoplastia. que fumam atualmente, usam produtos de fumo
• Reações alérgicas: Em casos raros, há relatos de ou produtos nicotínicos (adesivo, goma ou spray
alergias locais à fita adesiva, material de sut ura nasal) apresentam maior risco de complicações
136 PrrERj. T AUB E 5TEPH EN 8. B AKER

cirúrgicas importantes como necrose de pele, cica- ambulatoria is, bem como as possíveis despesas labora-
trização tardia e formação de cicatr izes adicionais. toria is adicionais . Se o custo da cirurgia não for coberto
Os indivíduos expostos ao fumo passivo também pelo plano de saúde, você será responsável pelos copaga-
apresentam risco para complicações semelhantes, mentos, franquias e despesas não incluídas no plano. Os
devido à exposição à nicotina. Além disso, fuman- custos adicionais podem surgir, caso haja complicações
tes podem ter um efeito negativo na anestesia e na resultantes da cir urgia. As despesas com cirurgia secun-
recuperação pós-anestésica, apresentando tosse e, dária ou com estadia em hospital-dia relacionadas com
possivelmente, maior sangramento. É importante cirurgia revisionai serão de sua responsabilidade.
não fumar pelo menos 6 semanas antes da cirur-
gia e até que seu médico indique que é seguro, se
ADESÃO DO PACIENTE
desejado.
• Informações específicas para pacientes do sexo Todas as instruções dadas por seu médico devem ser
feminino : É importante informar ao seu cirurgião seguidas cuidadosamente para maximizar o sucesso do
plástico se você utiliza pílulas anticoncepcionais ou procedimento. É importante que as incisões cirúrgicas
reposição de estrogênio, ou se você suspeita de gra- não sejam submetidas à força excessiva, edema, abrasão
videz. Muitos medicamentos (p. ex., antibióticos) ou movimentação durante o período de cicatrização. A
podem neutralizar o efeito das pílulas anticoncep- atividade física precisa ser limitada. Uma cirurgia envol-
cionais, resultando em concepção e gravidez. ve coagulação de vasos sanguíneos e qualquer tipo de
atividade em excesso poderá abrir esses vasos, causando
• Medicamentos: Podem ocorrer inúmeras reações
sangramento ou hematoma. As atividades que aumen-
adversas em consequência de tratamento com
tam sua pulsação ou a frequência card íaca podem cau-
medicamentos sem e/ou com receita , e/ou suple-
mentos à base de plantas medicinais. Certifique-se sar a formação de hematomas adicionais, edema, além
da necessidade de retornar à cirurgia para o controle do
de verificar com o seu cir urgião plástico quaisquer
sangramento. É aconselhável abster-se de esforço físico,
interações medicamentosas que possam existir com
as medicações que você está tomando. Se você tiver incluindo atividade sex ual, até o seu médico determinar
uma reação adversa, suspenda os medicamentos que isso seja seguro. Curativos de proteção e drenes não
imediatamente e ligue para o seu cirurgião plástico deverão ser removidos a menos que indicado por seu ci-
para maiores instruções. Se a reação for grave, vá rurgião plástico. O sucesso da função pós-operatória de-
imediatamente até o pronto-socorro mais próximo. pende da cir urgia e dos cuidados subsequentes. É impor-
Ao tomar os analgésicos prescritos após a cirurgia, tante que você tenha acompanhamento médico, retorne
lembre-se de que eles podem afetar seu raciocínio. para os procedimentos pós-intervenção e promova a sua
Não dir ija, não opere equipamentos complexos, recuperação após a cirurgia.
não tome decisões importantes e não ingira álcool,
enquanto estiver em uso desses medicamentos. TERMO DE RESPONSABILIDADE
Tome seus medicamentos receitados conforme in-
Documentos de consentimento informado são usados
dicado. para for necer infor mações sobre o tratamento cirúr-
gico proposto de uma doença ou afecção, juntamente
SEGURO DE SAÚDE com a apresentação dos riscos e as formas alternativas
de t ra tamento(s). Esses documentos são baseados em
A maioria das companhias de seguro exclui a cobertu-
ra de cirurgias estéticas ou quaisquer complicações que uma avaliação pormenor izada da !itera tura científica e
possam resultar dessas cirurgias. Se o procedimento cor- da prática clín ica relevante, para descrever uma série de
riscos comumente aceitos e as formas alternativas de ma-
rigir um problema de respiração ou deformidade acen-
tuada após a fratura do nariz, uma parte poderá ser co- nei o de uma determinada doença ou afecção. O processo
berta pelo seguro. Revise cuidadosamente as políticas de d e consentimento informado busca definir os princípios
da declaração de riscos que devem satisfazer as necessi-
adesão ao seu plano de saúde.
dades dos pacientes na maioria das situações . Contudo,
os documentos de consentimento informado não devem
RESPONSABILIDADES FINANCEIRAS ser considerados como suficientemente a brangentes no
O custo total da cirurgia envolve várias cobranças pelos que diz respeito a outros métodos e riscos. Seu cir ur-
serviços prestados. O custo total inclui os honorários do gião plástico pode fornecer informações adicionais ou
cirurgião, o pagamento do anestesiologista e despesas d iferentes baseadas em fatos relacionados a seu caso
RINOPLASTIA 137

específico, além da situação do conhecimento médico que o conhecimento científico e as tecnologias avançam
associado. Os documentos de consentimento informado e os padrões de prática clínica evoluem. Esse documento
não têm a intenção de definir ou servir como padrão de de consenàmento informado reflete a situação de conhe-
cuidados médicos. Os padrões de atenção médica são de- cimento atual na sua época de publicação. É importante
terminados com base em todos os fatos envolvidas em que você tenha lido as informações com atenção e sane
um caso específico e estão sujeitos a mudanças à medida todas as suas dúvidas, antes de assinar o consentimento.
CAPÍTULO 34 Codificação*
]ay Meisner, MD, FACS

• Breve histórico : A quarta edição da Current Pro- garão o pagamento de pedidos viáveis, se o código
cedural Terminology (CPT, alteração de 2011)1 foi CID -9 não for compatível com o código CPT.
desenvolvida pela American M edical Association Cirurgia estética versus reconstrutiva: Em 1989,
(AMA) e publicada pela primeira vez em 1966. Sua a AMA adotou as seguintes definições de cirur·
finalidade inicial não estava relacionada com res- gia estética e reconstruriva, o que é corroborado
sarcimentos; ela foi desenvolvida como um tipo de pelos Critérios Recomendados para Cobertura de
estenografia médica para a documentação e o re- Seguro para Pagadores Terceirizados da American
gistro de procedimentos. Em 1983, a Health Care Society of Plastic Surgeons (ASPS). A cirurgia es-
Financial Administration (HCFA) estipulou que a tética é rea lizada para remodelar estr uturas nor-
CPT fosse usada como método padronizado para a ma is do corpo para melhorar a aparência e a
emissão de faturas da Medicare. Isso foi estendido autoestima do paciente. A cir ur gia reconstr utiva
para a Medicaid em 1986. As principais compa· é realizada para estruturas anormais do corpo,
nhias de seguro logo começaram a exigir o seu uso, causadas por defeitos congênitos, anomalias do
rejeitando quaisquer requisições médicas que não desenvolvimento, traumatismo, infecção, tumores
usassem a codificação da CPT.2 ou doença. Geralmente é realizada para melhorar
• Propósito da codificação da CPT: Hoje, a codifica- a funcionalidade, mas também pode ser feita para
4
ção da CPT é um meio padronizado pelo qual um obtenção de uma aparência próxima do normal.
prestador de serviços médicos descreve mais preci- O médico responsável deve avaliar cuidadosa-
samente os procedimentos realizados. Ela pode ser mente o paciente em potencial para determinar
empregada apenas para fins de documentação, como se o procedimento proposto é eletivo e estético,
no caso de procedimentos meramente estéticos. M ais reconstrutivo, ou uma combinação de procedi-
comumente, ela deve ser usada como ferramenta de mentos estéticos e reconstr utivos.
comunicação pelas seguradoras de saúde para docu- Procedimentos estéticos e reconstrutivos com-
mentar de forma precisa os procedimentos realizados binados: Quando a r inoplastia apresenta tanto
e para obter o ressarcimento adequado. componentes estéticos como funcionais, é muito
• A Classificação Internacional de Doenças3 (CID) importante pré-autorizar os procedimentos por
surgiu na Inglaterra no século XVII e sua at ual 9• escrito, garantindo assim quais entre os compo-
revisão (CID-9) é usada para descrever os d iag- nentes são reconstrutivos (no pré-operatório e
nósticos médicos. O uso do(s) código(s) CID-9 no relatório de cir urgia), e não cobrar a segu-
mais específico(s) em conjunto com o(s) código(s) radora pelos componentes estéticos! É aconse-
específico(s) da CPT para os procedimentos (a se- lhável citar as definições da AMA no pedido de
rem) realizados é a melhor forma de informar o pré-autor ização. Da mesma forma, é recomen-
que foi feito e por que razão. As seguradoras ne- dável que os componentes estéticos e recons-

• N . de R.T. Essas codificações refere1n•se ao sistema médico dos Estados A TUSS é resultado do trabalho conjunto feito pela equipe técnica da As·
Unidos e não são utilizadas no Brasil. Aqui, utiliza-se.a Terminologia Unifica• sociação Médica Brasileira (A.MB) e da ANS, com os i1negra1Hes do Comitê de
da da Saúde Suplementar ('llJSS). Padronização das Informações em Saúde Suplementar (COPISS). Esse grupo
No mercado de planos de saúde 1 como re-sultado de. sua grande frag• definiu, por consenso, que a tenninologia a ser utilizada como base para cons·
me mação, sempre coexistiram múltiplas tenni11ologias (tabelas), criadas por truç.ão dos procedimentos médicos da TUSS seria a Classificação Brasileira
operadoras e prestadores para solução de. problemas locais. O ge.renciameo• Hierarqui2ada de procedimentos Médicos (CBHPM), gerenciada pela A.MS.
to, o mape.amento e o controle de versões de.ssas tabelas mostraram-se aqué1n No contexto da ril'loplasria, os códigos da CBH1'M 201 Omais utiliza·
do 11ecessário para um ambiente de intercâmbio eletrônico de dados e co,n· dos são:
prometiam a interoperabilidade entre os di\•ersos sistemas de informação. RiJtosseptopJastia fuocional - 3.05.01.35·0
Durante o processo de implementação do padrão para Troca de foformação Septoplasria - 3.05.01.36,9
em Saúde Suplementar (TISS), tornou-se evidente a nece.ssidade de adoção de Cornero inferior - Cauteri.z.ação linear uoilaceral - 3.05 .01.06-. 7
ul'na terminologia clínica comum a todos os atores do mercado (hospitais, Turbi11ectoinia - 3.05.01.45-8
mé.dicos, laboratórios, etc.). Alongamemo de.columela - 3.05.01.04-0
Se11do assim, a Agência Nacio!lal de Saúde Suplememar (ANS) publi·
cou a Jostrução Normativa nú 38 1 determinando que as operadoras de plano Os códigos do CID-1Omais utiliZâdos neste âmbito são:
privado de. assistência à saúde. e os prestadore.s de serviços de. saúde de•;erão De.s\•io do septo nasal - J34.2
obrigatoriamente adotar a TUSS para codificação de procedimentos médicos. Hipe.rtrofia dos come.tos 11asais - J34.3
Outros transtornos nasais - J34 .8
R INO PLASTIA 139

trutivos sejam elencados claramente por escrito deverão acompanhar qualquer faturamento do se-
para o paciente. O paciente deve entender o cus- guro.
to do componente estético bem como quaisquer Os seguintes códigos CID-9, que não são total-
franquias, seguros conjuntos e saldos além do mente inclusivos, podem ser usados para des-
ressarcimento costumeiro pelo componente re- crever os problemas funcionais mais comuns na
construtivo. rinoplastia reconstrutiva (Tabela 34-1):
• Rinop/astia estética eletiva: A codificação da CPT • Codificação da CPT para procedimentos de rino-
para rinoplastia eletiva estética pode ser usada p/astia reconstrutiva: A lista a seguir inclui os códi-
para a documentação do tipo e da extensão do gos mais comuns para a rinoplastia reconstrutiva. t
procedimento no prontuário médico. Os consultó- essencial que o(s) código(s) de diagnóstico seja(m)
rios podem utilizar e analisar essa documentação compatível(is) com o(s) código(s) CPT e que todos
para gerenciamento, tendências de procedimentos, os procedimentos realizados sejam detalhadamente
análise de procedimentos combinados e marketing. documentados no relatório de cirurgia. Não existe
Embora não seja obrigatório, o uso de códigos de nenhuma distinção quanto à abordagem cirúrgica
rinoplastia estética combinados com códigos fun- (aberta ou endonasal) (Tabela 34-2).
cionais da CPT pode servir para documentar de- • Além dos códigos para procedimentos primários,
talhadamente quais as partes de um procedimento os seguintes códigos para enxerto poderão ser utili-
combinado são estéticas, e não restituíveis, e quais zados (Tabela 34-3):
são funcionais e reembolsáveis. • Codificação para as fraturas nasais traumáticas e
- Quando a codificação CID-9 for necessária, o suas sequelas: Fraturas nasais traumáticas agudas
código V50.1 (cirurgia plástica para aparência (fechadas, CID-9 802.0 ou abertas, CID-9 802.1)
estética inaceitável) poderá ser usado. geralmente são tratadas por redução fechada com
- Os códigos CPT podem ser usados para docu- ou sem estabilização (CPT 21315 ou 2 1320). Os
mentar vários tipos e a extensão da rinoplastia resultados da redução fechada, entretanto, podem
estética. A rinoplastia primária não implica ci- não ser ótimos e podem necessitar de um procedi-
rurgia nasal prévia. A rinoplastia secundária mento secundário para restaurar o nariz ao estado
envolve uma cirurgia nasal prévia pelo médico pré-lesão.
responsável ou por outro cirurgião. • Se a fratura se consolidar, ela não será mais uma
• Rinoplastia reconstrutiva e procedimentos relacio- fratura aguda e o uso do código 21315 ou 21320
nados: É essencial que toda rinoplastia reconstru- não é indicado. O uso do código para rinoplastia
tiva e todos os procedimentos relacionados sejam primária é adequado, mas se apenas forem realiza-
pré-autorizados pela seguradora por escrito, antes das osteotomias, não existe um código CPT apro-
da realização desses procedimentos. Os códigos priado para a rinoplastia primária. Assim, o código
CPT para rinoplastia não indicam e não podem CPT 30410-52 poderá ser usado, indicando que o
indicar se o procedimento é estético ou reconstru- manejo ósseo foi realizado sem o manejo da car-
tivo. A maioria dos códigos CPT para rinoplastia tilagem. Obviamente, a documentação detalhada
pode ser interpretado como estéticos por natureza apropriada será exigida.6
e, portanto, a documentação completa da natureza
reconstrutiva dos procedimentos propostos deve- Tabela 34-1
rá ser fornecida à seguradora e reconhecida como
reembolsável. Os códigos para rinoplastia primá- CID-9 Descrição
ria e secundária não apenas descrevem os procedi- Nariz em sela
095.5
mentos realizados de forma eletiva para a correção
470.0 Desvio do septo nasal, adquirido
de deformidades nasais primárias e deformidades
4 78 .0 Hipertrofia dos cornetas nasais
pós-rinoplastia, respectivamente, mas também po-
478.1 O bstrução das vias aéreas nasais
dem ser usados para relatar o tratamento de uma
709.2 Cicatriz
série de problemas nasais funcionais e/ou recons-
trutivos. Caso qualquer um dos procedimentos 733.81 Má consolidação da fratura nasal/septal
seja realizado por motivos funcionais, a autoriza- 748.1 Deform idade nasal congênita
ção apropriada antes do procedimento, bem como 754.0 Deform idade nasal/septal congênita
a documentação pós-procedimento, referente à 905.0 Efeito tardio de fratura do crânio ou dos ossos
extensão e à natureza do procedimento realizado faciais
140 P rrERj . TAUB E 5TEPH EN 8. BAKER

Tabela 34 -2

CPT Procedimento (Rinoplastia reconstrutiva) Comentários


30400 Rino plastia primária: cartilagens laterais e alares e/ou Pode ser usado para deformidades congênitas,
ponta. traumáticas ou extirpadoras dos tecidos moles. Esse
código é para rinoplastia sem manejo ósseo.
30410 Rino plastia primária: cartilagens laterais e alares, Pode ser usado para designar a correção de
ponta, pirâmide óssea. deformidades dos tecidos moles com osteotomias.
Também pode designar osteotomia sem manejo da
ponta ou da cartilagem, usando o modificador -52.
Esse código é para rinoplastia com osteotomias.
Também pode designar osteotomia apenas sem um
procedimento aplicado à ponta ou à cartilagem,
adicionando-se o modificador -52.
30420 Rinoplastia primária: cartilagens laterais e alares, Utilizar est e código para rinoplastia reconstrutiva
ponta, pirâmide óssea, incluindo reparo extensivo do em conjunto com manejo do septo. Usar o código
septo. 30520 para manejo isolado do septo. O reparo do
septo pode ser feito por motivos não funcionais, como
deformidade não obstrutiva ou deslocamento caudal.
30430 Rino plastia secun dária: revisão menor, ponta nasal. Certificar-se de documentar as indicações para
revisão funcional da ponta. Nota-se que os códigos
secundários são diferentes dos códigos primários.
30435 Rino plastia secu ndária: manejo ósseo com Esse código é mais adequado para correção de
osteotomias. deformidades ósseas secundárias.
30450 Rino plastia secu ndária: ponta nasal e osteotomias.
30520 Septoplastia ou ressecção submucosa. Usar esse cód igo isoladamente ou com um código
para rinoplastia reconstrutiva secundária. Não existe
um código CPT para manejo isolado do septo durante
uma rinoplastia secundária. Esse código também pode
ser usado para septoplastia não funcional primária.
30130 Excisão do corneto inferior, parcial ou completa, Nota-se que os códigos para os cornetos são, por
qualquer método. padrão, bilaterais.
30140 Ressecção submucosa do corneto inferior, parcial ou Usar o modificador -52 para "redução" dos cornetos
com pleta, qualquer método. (p. ex., cauterização com ponta de agulha).
30460 Rino plastia para lábio leporino incluindo O alongamento columelar está incluído nos códigos
alongamento columelar; manejo da ponta apenas. 30460 e 30462.
30462 Rino plastia para lábio leporino; ponta, septo, Esse código contém todos os componentes ósseos e
osteotomias. dos tecidos moles. Usar o modificador -52 se apenas
for realizado manejo ósseo. Pode ser usado além dos
códigos 30460 ou 30462 para reparo de lábio leporino
e nariz.
30465 Reparo de estenose vestibular (enxerto expansor, Certificar-se de adicionar o código adeq uado para o
reconstrução da parede nasal lateral). enxerto usado (a seguir).

• Uso de modificadores CPT: Os modificadores CPT cidentais em relação ao procedimento primário


poderão ser empregados para designar serviços costuma ser de 90 d ias. Os procedimentos esca-
além (-22) ou aquém (-52) da magnitude do pro- lonados, realizados no período pós-operatório,
cedimento. Esses modificadores servem para elevar podem ser identificados por meio do modifica-
ou rebaixar os serviços descritos insuficientemente dor -58. Um retorno não planejado à sala de ci-
pelo código CPT específico. rurgia durante o período pós-operatório deverá
O período pós-operatório, quando quaisquer ser designado pelo modificador -78. Um proce-
procedimentos adicionais são considerados in- dimento não relacionado (p. ex., remoção de um
RINOPLASTIA 141

Tabela 34-3 listagem de códigos CPT pré-autorizados. Por


Procedimento exemplo, o código CPT 30420 (rinoplastia com-
CPT (Proced imentos
pleta com reparo extensivo do septo) inclui o CPT
adicionais ou auxiliares) Comentários
30520 (septoplastia ou ressecção submucosa).
Recomenda-se que todos e quaisquer códigos de
15760 Enxerto, composto. procedimentos propostos sejam cuidadosamente
20912 Enxerto de cartilagem do Não pode ser revisados, quanto aos componentes inclusivos,
septo para o nariz. usado com 30420, antes da pré-autorização ou faturamento. Evi-
30462 ou 30520, dentemente, se um código for negado ou não
pois esses são fizer parte de outro código, cabe pedir uma ape-
códigos para
lação com uma explicação detalhada.
proced imentos
primários do septo. • Critérios para cobertura de seguro para rinop/astia
reconstrutiva e procedimentos relacionados: Mui-
20926 Enxertos de tecido, outros
(paratendão, gordura, tos pagadores terceirizados (seguradoras de saúde)
derme). têm critérios específicos que precisam ser cumpri-
2121O Enxerto ósseo para o dos antes da aprovação dos procedimentos de ri-
nariz (inclui obtenção do noplastia reconstrutiva propostos. Esses critérios
enxerto). podem, em geral, ser encontrados no website da se-
21230 Enxerto de cartilagem guradora ou por solicitação. Com o cumprimento
da costela para o nariz dos critérios específicos da seguradora, os passos
(inclui obtenção do para a pré-autorização poderão ser otimizados.
enxerto). As indicações mais comuns para a cirurgia re-
21235 Enxerto de cartilagem construtiva nasal incluem comprometimento da
da orelha para o nariz função respiratória (p. ex., redução ou alteração
(inclui obtenção do no fluxo de ar), anormalidades anatômicas cau-
enxerto). sadas por defeitos de nascimento ou doença, ou
deformidades estruturais devido a traumatismo.
Deformidades congênitas, como deformidade
câncer de pele durante o período pós-operatório nasal por lábio leporino ou anomalias do desen-
para a ressecção submucosa) deverá ser indica- volvimento, podem ser cobertas mesmo se não
do pelo modificador -79. houver nenhum déficit funcional; em geral, a
- Os procedimentos bilaterais são designados pelo seguradora nega o pedido de pré-autorização se
modificador -50. Algumas seguradoras preferem não existir um déficit funcional. Isso requer dili-
o uso de -LT e -RT. gência e persistência e, eventualmente, discussão
- Embora o modificador -51 possa ser usado para entre colegas na presença de um diretor médico
designar procedimentos múltiplos - usando -51 para convencer a seguradora de que o paciente
para quaisquer procedimentos após o primeiro - , apresenta uma deformidade congênita que ne-
sua omissão raramente tem algum efeito sobre o cessita de correção, para obtenção de uma apa-
processamento da requisição. rência próxima à normal. 2
• Desagregação dos procedimentos: Quando existe • Métodos de documentação para a pré-autorização:
um único código CPT para descrever uma combi- O cirurgião responsável deve documentar correta-
nação de procedimentos, não é adequado faturar mente a história médica pertinente do paciente, a
separadamente cada parte do procedimento com história de cirurgias prévias, o histórico social e os
um código individual. Em muitos casos, o manual resultados detalhados do exame físico. Um encami-
da CPT faz observações sobre os códigos que não nhamento por escrito do médico responsável pode
devem ser usados com outros códigos. Essa desa- ajudar a corroborar as indicações de cirurgia. Re-
gregação de códigos de procedimentos geralmente latos de outros médicos que já trataram o paciente,
ocorre no nível inicial de processamento das re- bem como quaisquer relatos de cirurgias prévias,
quisições, quando algoritmos sofisticados para o ou fotografias deverão ser obtidos. Fotografias pré-
processamento das requisições negam os códigos -operatórias, conforme indicação, devem ser clara-
documentados como parte de um outro procedi- mente etiquetadas com o nome do paciente, nome
mento. Isso pode ocorrer mesmo se houver uma do cirurgião e data em que foram tiradas.
142 PrrERj . TAUB E 5TEPH EN 8. B AKER

- Todas e quaisquer anormalidades funcionais e/ de que, recorrendo a representantes do alto es-


ou defeitos nasais deverão ser documentados, calão da seguradora e d iretores médicos, os pro-
não sendo limitados a : deformidades visíveis ou cedimentos propostos sejam pré-autorizados.
palpáveis, grau visível de desvio do septo, grau - Recusas persistentes desses tipos de procedimen-
de hipertrofia dos cornetos, dificuldade respira- tos poderão exigir o envolvimento do interces-
tória em repouso e sob esforço físico, efeito do sor da Sociedade Médica local. Se a cobertura
reposicionamento nasal externo no fluxo de a r não se t ratar de um plano autofinanciado, urna
(manobra de Cottle). apelação externa poderá ser feita ao Departa-
- Para anomalias congênitas ou lesões traumáti- mento de Seguros do estado.
cas, é importante documentar a significância de - Finalmente, pode ser vantajoso envolver o pa-
como o desvio foge ao padrão e, em a lguns ca- ciente no processo. Dependendo da natureza da
sos, como o desvio afeta o aspecto psicossocial anomalia ou deformidade, urna apelação pes-
do indivíduo. soal do paciente à seguradora pode surtir resul-
- Est udos diagnósticos podem ser realizados de tados positivos.
acordo com a indicação clínica, incluindo raios • Faturamento de procedimento de rinop/astia re-
X faciais, tomografia computadorizada (TC) ou construtiva: Um faturamento detalhado deverá in-
ressonância magnética (RM), endoscopia nasal cluir o seguin te:
e/ou estudos de fluxo de ar nasal. - Form ulário padrão da HCFA com os códigos
- Ao encaminhar urna requisição escrita de pré- CPT e modificadores adequados;
-autorização, deve-se incluir o maior número - Compatibilidade dos códigos de d iagnósticos
de documentos pertinentes possível para tentar CID-9;
atender a todos os critérios específicos da segu- - Modificadores adequados;
radora . É aconselhável pedir que um cirurgião - Número de referência da pré-autorização;
plástico credenciado revise a requisição de pré- - Uma cópia da pré-autorização por escrito;
-autorização.
- O relato cirúrgico, que deve conter claramente
- Alguns consultórios enviam os pedidos de pré-
o histórico do paciente, sin tomas, resultados de
-autor ização por cor respondência registrada
exames físicos, cirurgia prévia e indicações espe-
(rastreável). Recomenda-se ligar para a segura-
cíficas para a cirurgia. Pode-se incluir a seguinte
dora, para confirmar o recebimento e acompa- declaração " Todos os procedimentos propostos
nhar a requisição. foram pré-autor izados por escrito pela segura-
- A obtenção de pré-autor ização por escrito é dora ".
altamente recomendada antes da realização da
. . • Faturamento para o Medicare: Há várias situações
cuurg1a. que distinguem o faturarnento de procedimentos
• Pedidos de pré-autorização negados: A recusa de para beneficiários do Medicare. Não há pré-auto-
pedidos de pré-autorização deve ser recebida por rização necessária ou possível junto ao Medicare.
escr ito. M uitas seguradoras não fornecem expli- A documentação e os relatórios cirúrgicos não po-
cações detalhadas e, em geral, o pedido é revisa- dem ser enviados com o fat uramento para o Medi-
do por um funcionário ou enfermeiro. A menos care. Corno a maioria dos códigos para rinoplasria
que a seguradora especificamente exclua o(s) podem representar tanto procedimentos estéticos
procedirnento(s) proposto(s), é aconselhável ape- corno reconstr utivos, a documentação é essencial.
lar de sua decisão por escrito e, se possível, agen- Muitos procedimentos de r inoplastia funcional são
dar uma discussão com o indivíduo que recusou o negados sumariamente e precisam de apelação. No
pedido. A recusa que não for feita por um médico caso de um paciente do Medicare que irá se sub-
deve ser seguida de urna requisição para que o mé- meter a um procedimento nasal meramente eletivo
dico (preferivelrnente um cirurgião p lástico creden- ou em que urna parte seja considerada estética, é
ciado) revise o pedido. essencial que o paciente entenda e assine a Decla-
- Apesar de indicações e documentação claras, ração de Não Cobertura de Beneficiário Avançado
7
muitos pedidos de pré-autorização são negados. do Medicare. Essa declaração informa ao paciente
O cir urgião e a equipe devem lançar mão de to- que parte da cirurgia ou toda ela não será coberta
dos os procedimentos de apelação na esperança pelo Medicare.
RINOPLASTIA 143

REFER.~NCIAS 5. Janevicius, R. CPT comer: Cosmeric or reconsrrucrive rhi-


1. Current Procedural Terminology. 4th ed., 2011 Modifica- noplasry? Plastic Surgery News. May 199 5.
rion. American Medical Associarion; 2011. 6. D0cu1nenrarion Criticai When Billing for Late Repair of
2. Taubman S. Medical Laboratory Observer. Ocrober 2000. Nasal Fracrures. supercoder.com. May 2000.
7. Medicare Advance Beneficiary Norice of Non-Coverage.
3. Internationa/ Classification of Diseases. 9th ed., Clin icai
www.cms.gov/MLNProducrs/downloads/ABN Bookler
Modificarion (ICD-9-CM). 2011.
ICN006266.pdf - -
4. American Society of Plasric Surgeons. Recommended /n-
surance Coverage Criteria for Third-Party Payers: Nasal
Surgery. July 2006.
Apêndice

Pinça de Adson-Brown Pinça de Adson

• ~=======
Pinça baioneta Eletrocautério bipolar
APÊNDICE 145

Afastador de Aufricht Lâmina de Ballinger

Paquímetros Esmagador de cartilagem


146 APtN DICE

Afastador columelar Tesoura nasal de Cottle

Gancho duplo Raspa nasal de dupla face


APtN OICE 147

~ - - - - - -...- = :iIT;a)....- - - -- • •

Descolador de Cottle Afastador de esfera dupla

Tesoura de dorso angulada de Fomon Afastador com quatro dentes


148 APtN DICE

~ --
.

• ã

Oescolador de Feer Raspa glabelar

Espéculo nasal longo

Pinça cortante de Jansen-Middleton

Espéculo nasal curto


A PÊND ICE 149

,,, 111 li 1:11,'' '.' 11111111 1

Descolador de Goldman Osteótomo reto com protetor

Martelo de osteotomia

Elevador periosteal de septo de McKenty


150 APtN DICE

' •_,--,-

Osteótomos nasais curvos Descolador periosteal de Obwegeser

·-------'l~
Espátulas Ribbon Gancho s imples ou gancho Gilles
AP~NDICE 151

' .....•.... , ~ ~ , '

Raspa de empuxo Afastador de Senn-Mueller

Osteótomo nasal reto Osteótomos retos


,, .
1nd1ce

Número de páginas seguidos de f e t indi- American Medical Association (AMA), Aumento da raiz, curativo de reforço, 76,
cam figuras e tabelas, rcspoctivamcntc. 138- 139 77(
American Society of Plastic Surgeons abordagem cndonasal/nasal aberta, 76
A (ASPS), 138- 139 cartilagem do septo como material ideal
Análise facial, para plano de tratamento, 14 de enxerto, 76
Abordagem para retirada de cartilagem,
ângulo nasofrontal, 18, 19{ armadilhas, 76
52
ângulo nasolabial, 20, 21- 22{ com material autógeno/aloplástico, 76
abordagem à costela óssea, 54
comprimento nasal, avaliação de, 20, criação de loja subcutânea, 76
armadilhas, 54 21- 22( dicas, 76
deformação da cartilagem, 54
imagem computadorizada, para ajudar a fixação do enxerto, 76, 77{
dicas, 54
determinar os objetivos do paciente, 14 Aumento dorsal
dissccção circunferencial, da cartilagem
imagem digital, e morphing, 24-25 abordagens, 70
costal, 53{
imagens cm 2-D, 23- 25 criação de sobreposição dorsal, 70,
exposição da costela a partir dos tecidos
marcos importantes 71{
moles circundantes, 5 3f perfil facial lateral, 19( via incisão transcolumelar, 70, 71{
incisão inferior à PIM, 52 projeção da ponta nasal, 18, 19(
manejo p6s-opcratório, 54 armadilhas, 72
relação alar-columelar, 20, 21- 22{ dicas, 72
pncumot6rax, 54 relação nasal ortognática, 20 dorso baixo, e correção por aumento,
sítios de retirada de cartilagem/enxerto relação queixo-lábio, 20 69{
ósseo, 53{ rinoplastia para pacientes do sexo mas- incis<>es externas, abordagem aberta,
Abordagens, rinoplastia, 34 culino., 24-25 68
abertas, manobras específicas, 34 variação da anatomia nasal indicações, 68
elevação de tecido mole, 37{ nariz africano, 23- 24 nariz cm sela, 68
exposição da ponta nasal acima das nariz asiático, 23- 24
cartilagens laterais inferiores, 37{
manejo p6s-operat6rio, 72
nariz latino, 23- 24 opções de reposição de enxerto, 70
incisão do tipo asa de gaivota, 35( nariz médio-oriental, 23- 24
incisão do tipo escalonada através da cartilagem condral irradiada, 70
narizes masculinos versus femininos, cartilagem da costela, 70
columela, 35( 23- 24 cartilagem da orelha, 70
porção da borda alar da posição da visão basal, 23- 24 cartilagem do septo, 70
incisão, 35( base alar, 23- 24( cartilagem fragmentada, 70
tesoura de íris fina cm uso, 37( visão frontal, 16 enxerto costocondral, 70
transição da incisão da columcla a visão lateral, 16, 18, 20 técnicas, 70
partir de, 35( anatomia, 27/, 129{ colocação do enxerto, 72
armadilhas, 42 avaliação, 96 contorno do enxerto, 72, 73(
dicas, 42 enxerto, 96- 99 fixação do enxerto, 72, 73{
exposição do septo, 40 Anestesia, para rinoplastia, 32
retirada de septo na rinoplastia aber- Ângulo nasofrontal, 18
ta, 40, 41( Ângulo nasolabial, 20, 21- 22{, 23- 24, 86,
B
retirada de septo na rinoplastia fccha- 90,92,94 Base alar, modificação
da, 42, 43( Aporte vascular, do nariz. Ver Nariz armadilhas, 118
técnica fechada ("cndonasal"), 38 abordagem cm camadas, 78 dicas, 118
colocação de retalho bipcdicular da abordagem cndonasal/nasal aberta, 78 indicações, 116
mucosa nasal e, 38, 39( armadilhas, 80 largura alar, 117f
dissccç.ã o do dorso nasal,38, 39( aumento, 18, 78 manejo p6s-operat6rio, 118
incisão transfixante, 38, 38{ dicas, 80 marcaçôcs pré-operatórias, 116
rcssecç.ã o cefálica e suturas estabiliza- manejo p6s-opcrat6rio, 80 mensuração da borda alar contralateral,
doras colocadas cm, 38, 39( ponta nasal com projeção deficiente e 117(
Abordagens cndonasais, 112 correção, 79{ técnicas, 116, 118
Adipômetros, 145{ té<..Tiicas remoção da pele e tecido mole sem
Afastador columclar, 146{ enxerto cm escudo suturado no lugar, mucosa, 119{
Afastador com 4 dentes, 147( 81{ rcssccção, 119(
Afastador de Aufricht, 145{ estaca columclar, 80 triângulo equilátero, da base alar, 117(
Afastador de esfera dupla, 147{ fixação temporária da estaca colume- Base nasal, 29(
Afastador de gancho duplo, 146( lar, 81( Bordas alares, 44, 121(
Afastador de gancho simples, 150{ enxertos de ponta, 80 contralatcrais, mensuração de, 117{
Afastador de Scnn, 151{ suturas de ponta, 80 deformidades, características das, 116
154 ÍNDICE

e retirada de septo nasal para, 97( hipertrofia do, 128


septo dorsal com enxertos expan- indicações, 128
Cartilagem
sores no lugar, 98, 99( padrão de fluxo de ar nasal, 129(
alar, 7/, 12, 16
aut6gena, 58, 104 Cartilagem lateral inferior, 6, 7( posiçi'>cs dos cornctos, 129(
anatomia, 27/, 29( manejo pós-operatório, 130
como material de reposição, 68
avaliação, 104 marcações, 128
costela, 58, 70, 88, 96
enxerto, 45-46( enxerto, 73/, 104- 107 patologia, 128
esmagador, 145( ressecção cefálica de, 89( sangramento, 130
Cartilagem nasal lateral superior, 13( Cornetos, 4, 26, 30, 128, 129/, 130
irradiada., 58
nasal, 7/, 12, 13(, 29/, 38, 91( Cartilagens laterais superiores Costela como sítio doador de enxerto, 52
orelha, 58 Cavidade nasal, 5( dissecção circunferencial da cartilagem
paciente com deficiência de, 5 8 corte transversal, 27( costal, 53(
Célula aérea ctmoidc, 27( exposição da costela a partir dos tecidos
scptal, 58
Cartilagem alar, 7/, 12, 16 Ciclo nasal, 26 moles circunvizinhos, 53(
Classificação Internacional de Doenças incisão inferior à PIM, 52
Cartilagem da concha, 44
(CID), 138- 139 locais de retirada de enxerto de cartila-
Cartilagem da orelha, retirada, 44
abordagens, 44. Ver também Aborda- Codificação, 138- 142 gem/ósseo, 53(
gem para retirada de cartilagem Classificação Internacional de Doenças Costela óssea, 54
(CID), 138- 139 Curativo, 132- 133
abordagem posterior, 44
armadilhas, 46 cirurgia esté tica versus rcconstrutiva, abordagem, 132
dicas, 46 138- 139 cuidados pós-operatórios, 132
enxertos compostos, de pele e cartila- código(s) CID-9, 138- 139 curativo nasal p6s-operat6rio, 133(
gem, 44, 45-46( procedimentos estéticos e rcconstruti- dicas, 132
incisão posterior, marcação, 45-46( vos combinados, 138- 139 indicações, 132
codificação CPT, finalidade da, 138- tamponamcnto nasal, 132
localização anterior, da cartilagem da
concha, 45-46( 139
manejo pós-operatório, 44 de fraturas nasais traumáticas, 139- 141 D
Cartilagem do septo como material ideal história, 138- 139 Doclaraç.ão de não cobertura de beneficiá-
dcenxcrto,33, 38,42,58, 70, 76,96,9 7/, modificadores CPT, uso de, 139- 141 rio avançado do Medicarc, 141- 142
124- 126, 127( modificador -51, 139- 141 Deformidade da giba. Ver Giba dorsal
Cartilagem do septo nasal, 13(, 29( período p6s-operat6rio, 139- 141 Dcscolador de Freer, 148(
Cartilagem lateral, técnica de enxerto procedimentos bilaterais, 139- 141 Dcscolador de Goldman, 149(
inferior, 105( pré-autorização Dcscolador periosteal de Obwegeser, 150(
avaliação, 104 ml-todos, documentação, 140-142 Desvio nasal, 16, 28, 96
abordagem aberta negadas, processamento, 141- 142 Dimensões faciais, 16
usando a incisão transcolumclar, rinoplastia estética eletiva, 138- 141 Disfunção dismórfica corporal (DDC),
104 codificação CID-9, necessária para, 24-25
armadilhas, 106 138- 139 cirurgião
dicas, 106 codificação CPT para, 138- 139 ciente sobre pacientes com disfunç.ã o
indicações, 104 rinoplastia rcconstrutiva, e proce- dismórfica corporal, 24-25
manejo p6s-operat6rio, 106 dimentos relacionados, 138-142, para identificar áreas problemáticas, 14
técnicas, 104 139- 142t
colapso da válvula externa, 106, códigos CPT para, 138- 141 E
107( critérios para cobertura de seguro, Eletrocautério bipolar, 144(
criação da loja subcutânea, 106, 139- 141 Elevador de Cottle, 147(
107( faturamcnto de, 141- 142 Elevador do lábio s uperior, 13(
enxerto alar expansor, 106 Comprimento nasal, 18, 20, 23- 24, 74, Elevador periosteal de septo de McKenty,
enxerto da borda alar, 106 76, 108 149(
enxerto dos ramos laterais do tipo avaliação do, 21- 22( Enxerto de osso
sobreposição, 106 Concha nasal inferior, 2, 3/, 5/, 27/, 129/, c raniano, 32
para facilitar colocação da estaca 131( crista ilíaca fornecendo osso adequado
columclar enxerto, 104, 105( fratura lateral, 131( para, 56
posição do enxerto cm escudo, Concha nasal média, 3(, 27( da calvária, 50
104, 105( Conchas nasais, 4, 27(. Ver também Cor- de fontes variáveis, 68
superior, 3 1( neto, fratura lateral do, das, 131( fixaç.ão da porção nasal, 73(
abordagem fechada/aberta, 96 Cometo, modificação Enxertos de raiz, 76
armadilhas, 98 abordagens Espátulas de Ribbon, 150(
avaliação, 96 cauterização com corrente elétrica / Espéculo nasal curto, 148(
dicas, 98 crioterapia, 128 Espéculo nasal longo, 148(
indicações, 96 desvio do septo e retalho da mucosa Espinha nasal anterior, 3(
manejo pós-operatório, 98 ressuturado, 130, 131( Estética
técnicas, 96 fratura lateral da concha nasal infe- face (Ver Análise Facial para plano de
colocação e função, de enxertos rior, 130, 131( tratamento)
expansores, 98, 99( remoção do osso dos cornetos, 130, nasal, 60
incisão transcolume1ar, 96 131( queixo, 20
para estabilizar os enxertos expan- armadilhas, 130 F.strutucas nasais
sores, 98, 99( etiologias do, 128 inervação externa das, 11(
ÍNDICE 155

F processo palatino da., 5( nasal, 12


Faturamento para o Medicare, 141- 142 seio, 27{, 129{, 131( orbicular da boca, 12
Fechamento. Ver Curativo Modificação do septo, abordagens, 124 prócero, 12
armadilhas, 126 quadrado do lábio superior, 12
Fisiologia nasal, 26
cartilagem do septo com desvio, excisão vasos linfáticos, 8
Função nasal, 26
da, 127( Nariz curto, alongamento, 108- 109
dissccção do septo, extensão da, 125( armadilhas, 108
G hematomas/scromas, 126 dicas, 108
Gaze de vaselina, 126 incisões de espessura parcial, 127( indicações, 108
Giba dorsal, 60 indicações, 124 marcações, 108
abordagem, 60 marcações, 124 redução dorsal, 108
dissecção lateral, 60 mucosa, dissecção cuidadosa da, 125( técnica, 108, 109(
técnica aberta/fechada, 60 raspagem da cartilagem do septo, exten- Nasofaringe, 27(, 129(
armadilhas, 66-67 são da, 127( Nervo etmoide, 10
causas de, 60 téénicas, 124- 126 Nervo infratroclcar, 1O
deformidade, e correção, 61( Morfologia nasal Nervo nasopalatino, 1O
dicas, 67 anatomia da parede nasal lateral, 27( Nervo trigêmco, 4, 1O
exame pré-operatório, 60 edema dos cornctos nasais, 30
indicações, 60 exame intranasal, 30, 31( o
redução dorsal, 60 ângulo, 30 Osso cortical, 48, 56, 57{, 58
manejo p6s-opcrat6rio, 64 medida do fluxo de ar nasal, e pressão, 30 Osso costal, 33, 52
técnicas, 62 revelando., fontes de obstrução de fluxo Osso da calvária, 58
dorso cartilaginoso, remoção com de ar, 28 Osso etmoide, 2, 7{, 42
tesoura, 64, 65( desvio caudal, 28 Osso ilíaco, 58
dorso ósseo, redução de, 62, 63( desvio obstrutivo do septo, 28 Osso lacrimal, 2, 3(
remoção do dorso cartilaginoso e excursão medial da pele, 28 Ossos faciais, 3(
cartilagens laterais superiores, 64, manobra de Cottle, para válvula Ossos nasais, 2, 3{, 13(, 27{, 129(
65( nasal interna, 28, 29( ostcotomia dos, 2
separação do dorso cartilaginoso, 64, Mucosa nasal, 30, 31(, 38, 39, 42, 84, 98, protrusão anterior, excessiva. Ver Redu-
65( 130 ção da raiz
t únel submucoso bilateral., criação de, Músculo compressor nasal, 2 Osteotomia medial, 111(
64,65( Músculo corrugador, 13( Ostcotomias nasais, manipulação da lar-
Músculo depressor do septo, 13( gura, 110, 111(
H Músculo depressor do septo nasal, hipera- abordagens, 112
Health Care Financial Administration tividade, 16 armadilhas, 114
(HCFA), 138- 139 Músculo dilatador nasal, 13( classificações das, 11O
Músculo fron tal, 13( osteotomia baixa-alta, 110
I Músculo nasal, 13( ostcotomia baixa-baixa, 11O
Músculo orbicular dos olhos, 13( osteotomia duplas, 110
Informação e consentimento do paciente, Músculo pr6cero, 2, 13( osteotomias mediais, 110, 111(
134-137 Músculo zigomático maior, 13( dicas, 114
adesão do paciente, 136- 137
indicações, 110
consentimento informado, 134
orientações adicionais, 135- 136
N manejo p6s-operat6rio, 114
Narinas, 12, 23- 24, 34, 42, 116, 118, 120, manipulação da largura, 110-115
responsabilidades financeiras, 136- 137
124, 126, 132, 134 marcações, 11 O
risco da cirurgia de rinoplastia, 134-136
Nariz técnicas, 112
seguro de saúde, 136-137
aporte vascular, 8 abordagem do sulco gengivobucal,
termo de responsabilidade, 136-137
artéria vascular, 9/ 114, 115(
da cavidade nasal, 8 abordagem endonasal, 112
L abordagem percutânea, 112, 113(
plexo venoso, 8
lâmina de Ballinger, 145( vascularização do sistema de concha, Ostc6tomo nasal reto, 151(
largura alar, 16, 17{, 117( 9( Ostcótomo reto com proteção, 149(
largura nasal, 16 vascularização interna do septo nasal, Oste6tomos nasais curvos, 150(
Linhas estéticas dorsais, 16, 17{, 62, 9( Oste6tomos retos, 151(
66-67,96 estrutura cartilaginosa, 6, 7/ Oximetazolina, 124
cartilagens laterais inferiores, 6, 7(
M cartilagens laterais superiores, 6
p
Manobra de Valsalva, 54 cartilagens sesamoides, 6 Passos cirúrgicos, 32
Martelo de osteotomia, 149( septo cartilaginoso na linha média, 6 anestesia, 32
Máscara laríngea cm via áerea (MLVA), 32 septo nasal, 7( evitar queratite de exposição com, 32
Materiais aloplásticos, biocompatívcis, estrutura óssea, 2 iluminação, 32
68, 76 mucosa, 4 instrumentos usados para, 33
Maxila, 2 ossos nasais, 2, 3{, 5( melhorar visualização e evitar que os
artéria, 9{ inervação do, 10, 11( pelos fiquem presos, 32
espinha nasal anterior, 7{, 29( musculatura do, 12, 13( Pinça baioneta, 144(
palato duro da, 31( depressor do septo, 12 Pinça cortante de Jansen-Middleton, 148(
processo frontal da, 115( dilatador nasal, 12 Pinça de Adson, 144(
processo nasal da, 3( elevador do lábio e da asa nasal, 12 Pinça de Adson-Brown, 144(
156 ÍNDICE

Placa cribifonnc, 27{ raiz alta, sem correção e corrigida, 75/ armadilhas, 50
, .
Placa flexível de polidioxanona, 58 tccmcas dicas, 50
uso de folha de polidioxanona, 59( rcduç.ã o com raspa de empuxo c urva, exposição intracraniana acidental, 50
Polietileno, 68 74,75{ fechamento, 50
Politetrafluoroetilcno (PTFE), 68 redução com raspa de empuxo reta, incisão através do periósteo, 49/
Ponta larga 74,75{ localização da incisão de couro cabclu-
abordagem aberta/fechada, 100 Reduç.ão da rotação da ponta do, 49/
armadilhas, 102- 103 aumento, 86 manejo pós-operatório, 50
correção com sutura interdomal, 101/ abordagem fechada/aberta, 86 para criar uma extremidade chanfrada,
dicas, 102- 103 ângulo nasocolumelar, 86 51{
indicações, 100 armadilhas, 90 remoção tábua externa enxerto de
manejo p6s-opcrat6rio, 102- 103 depressor do septo, calvácia e, 51/
manobras para manipulação dos do- grau de mudança do ângulo nasola- retirada cortical completa, 48
mos, 100 bial, 86 retirada cortical parcial, 48
técnicas, 100 hiperatividade do, 86 Retirada da crista ilíaca, 56
escolha de sutura para modificação manejo pós-operatório, 90 abordagens, 56
da ponta, 100 quantidade de rotação, mensuração, 86 remoção de uma porção da crista
relação ponta-dorso, 102- 103 técnicas, 88 ilíaca, 57(
sequência de sutura, 102- 103 descolamento dos músculos de- retirada da tábua externa da crista
suturas para estreitamento da ponta, pressor nasal, 90 ilíaca osso cortical e, 57{
100, 102- 103 fixação do material de enxerto, 88 anatomia da coxa, lateral, 57(
sutura abrangendo os ramos late- ressecção cefálica das cartilagens armadilhas, 5 6
rais, 102- 103 laterais inferiores, 88, 89/ dicas, 56
sutura da placa columelar medial, rotação da ponta, 8 8, 89{ indicações, 56
100 septo caudal, ressccção do, 90, 91{ manejo pós-operatório., 56
sutura dos ramos laterais, 102- transccção dos músculos depressor ncuroanatomia, 56
103, 103{ nasal, 91{
teste do sorriso, 86
sutura dos ramos médios, 100
dicas, 90
s
sutura interdomal, 102- 103, 103/
diminuição Saco lacrimal, 2
sutura intradomal, 100, 101(,
abordagem fechada/aberta, 92 Seguro de saúde, 136- 137
102- 103, 103{ Seio frontal, 27/
suturas dos ramos mediais e do armadilhas, 94
dicas, 94 Septo. Ver Septo nasal
septo, 100
inspeção lateral do ângulo nasolabial, Septo caudal, 122
Ponta nasal, avaliação, 16
92 Septo nasal., 7/, 31/
Procedimento de consentimento informa-
manejo pós-operatório, 94 desvio, 131/
do, 136-137
ponta com super-rotação, e corrôÇão, códigos CPT, 139- 1411
93( inervação do, 11{
R redução da espinha nasal anterior, 94, posição lateral do, 7/
Raspa de empuxo, 75, 151/ 95( retirada do septo nasal para uso como
Raspa glabelar, 148{ rcssccção conservadora enxertos expansores, 97(
Raspa nasal de face dupla, 146/ da porção cefálica da cartilagem vascularização interna do, 9(
Redução da projeção da ponta nasal, 82 lateral inferior, 92 Síndrome do choque tóxico, 130
armadilhas, 84 rotação da ponta nasal no sentido Sistema concha), inervação, 11/
dicas, 84 horário por excisão e colocação de Solução de cocaína, 32, 68, 124
diminuição, 82 enxerto, 95(94 Splint de Doylc, 132
manobras para reduzir a projeção, 82 rotação do nariz no sentido anti- Sulco gcngivobucal
abordagem aberta., 82 -horário, 92 abordagem, 114
abordagem endonasal, 82 ponta nasal com sub-rotação e corre- exposição, 115f
incisão lateral da mucosa, 82 ção, 87{ incisão, 90, 114, 118
hiperprojeção da ponta nasal e corre- Relação alar-columclar, 20, 120 para dissecção do plano de ostcotomia,
ção, 83{ armadilhas, 122 115/
manejo p6s-opcrat6rio, 84 dicas, 122 Sulco lacrimal, 2
técnicas, 84 indicações, 120
dcsprojeção da ponta nasal, 85/ borda alar pendente, 121{ T
enxerto de extensão do septo, 84 borda alar retraída, 121/
Tamponamento nasal, 132
liberação dos ramos columcla pendente, 121{
Tecido aut6geno
mediais/médios, 84 columela retraída, 121/
oferece resistência à infecção, 68
ressecção cefálica, 84, 85/ manejo pós-operatório, 122
possíveis sítios doadores, 5 8
ressecção da borda superior, 85/ marcações, 120
Tesoura de dorso angulada de Fomon,
transocç.ã o dos ramos, 84, 85/ técnicas, 122
Relação ortognática nasal, 20
147/
Redução da raiz, 74
Tesouras nasais de Cottle, 146{
abordagem Relação queixo-lábio, 20. Ver também
Tubo endotraqucal (TET), 32
dissecção sobre as cartilagens laterais Estética
inferiores e dorso., 74 Retalho cm formato de V-Y, 122
via incisão columclac, 74 Retirada da calvácia, 48 V
armadilhas, 74 a partir de áreas laterais mais planas de Vasos linfáticos, do nariz. Ver Nariz
dicas, 74 osso parietal, 48
manejo pós-operatório, 74 abordagens, 48

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