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(HOUSE-TREE-PERSON. H-T-P)
Por mais de 50 anos, os clínicos têm usado a técnica projetiva de desenho da Casa-
Árvore-Pessoa (House-Tree-Person, H-T-P), consiste em uma técnica gráfica não
verbal, para obter informação sobre como uma pessoa experiencia sua individualidade
em relação aos outros e ao ambiente do lar. Como todas as técnicas projetivas, o HTP
estimula a projeção de elementos da personalidade e de áreas de conflito dentro da
situação terapêutica. A utilização desse teste é indicada em casos de avaliação da
personalidade e das respectivas interações com o ambiente.
A tarefa pode ser vista como uma amostra inicial de comportamento que possibilita ao
clínico o acesso às reações do indivíduo a uma situação consideravelmente não
estruturada. A capacidade do cliente e do clínico de permanecerem em contato e de
articularem experiências sob essas circunstâncias é um importante indicador
prognóstico. Portanto, os desenhos estimulam o estabelecimento de interesse,
conforto e confiança entre o examinador e o cliente.
A proposta atual do HTP sugere uma avaliação menos detalhada e mais global do
desenho. Tal proposta tende a evitar interpretações pouco consistentes, calcadas na
análise simplista do item pelo item, permitindo assim uma melhor compreensão dos
aspectos psicopatológicos e das características gerais da personalidade.
ADMINISTRAÇÃO
O H-T-P é aplicado geralmente em uma situação face a face, como parte de uma
avaliação inicial ou de uma intervenção terapêutica em andamento de um determinado
indivíduo. Na situação de avaliação, o H-T-P pode ser empregado como uma tarefa de
aquecimento inicial ou como uma ponte entre uma avaliação com lápis e papel e uma
entrevista clínica completa.
INTERPRETACÃO
O material obtido durante a sessão dos desenhos do H-T-P não será "avaliado" pelo
senso comum. O Protocolo de Interpretação do H-T-P pretende ser apenas um
instrumento para ajudar o clínico a concentrar-se mais nas características relevantes
dos desenhos do cliente para desenvolver uma interpretação clínica.
Posição.
Os desenhos geralmente estão de frente para o observador, mas com uma sugestão
de profundidade ou, alternativamente, são desenhados em perfis parciais. A ausência
de qualquer sugestão de profundidade sugere um estilo rígido e intransigente, que
compensa sentimentos de inadequação e de insegurança.
Transparências.
Os indivíduos que apresentam um desenho em que um objeto, que normalmente
estaria coberto por alguma coisa esteja ainda visível cometem uma falha grave no
teste de realidade, o que leva a pensar em um funcionamento psicótico.
Movimento.
A interpretação do movimento em um desenho envolve a intensidade ou a violência do
movimento, o prazer ou desprazer envolvidos no movimento e o grau em que o
movimento é voluntário
Detalhes
Detalhes essenciais. Mesmo a ausência de apenas um detalhe essencial deve ser
vista como séria; as implicações patológicas são maiores quanto mais detalhes
essenciais estiverem faltando e mais desenhos estiverem envolvidos.
CASA
Proporção:
Telhado grande – necessidade de fantasia
Dimensão horizontal maior e enfatizada – vulnerabilidade às pressões sociais
Dimensão vertical maior e enfatizada – muita fantasia e evitação de contato com a
realidade.
Perspectiva:
Perspectiva dupla – deficiência mental
Paredes das extremidades maiores que a central – esquizofrenia
transparência – perturbação importante
Detalhes:
Telhado e paredes representam o Ego. Os limites periféricos da personalidade são
representados pelos limites da parede e do telhado.
O telhado pode se estender até o chão e tornar-se, na verdade, tanto uma parede
como um telhado. Esse tipo de casa é produzido por esquizofrênicos que parecem
estar simbolicamente enfatizando o fato de que seu mundo é em grande parte
fantasia.
Telhado com janelas e a porta - tendência nitidamente psicótica.
Paredes com extremidades rachadas - funcionamento em nível psicótico.
A porta e janelas usualmente representam acessibilidade; ausência de portas e
janelas indica funcionamento em nível psicótico.
ÁRVORE
Proporções:
Árvore pequena – sentimentos de inadequação para lidar com o ambiente.
Árvore muito grande (especialmente se cortada pelas margens da folha) –
hipersensibilidade; grande e vigorosa indica ambiente restritivo e compensação.
Perspectiva:
Transparências: Raízes que estão obviamente abaixo do solo, mesmo assim são
visíveis, sugerem fortemente uma falha patológica no contato com a realidade.
Desenho abaixo do olhar do observador – depressão
Árvore em cima da montanha superioridade ou luta por autonomia
Detalhes:
Galhos quebrados ou mortos – traumas
Galhos grossos e curtos (cortados) – tendência ao suicídio
Frutos – comuns em grávidas
Ênfase no detalhe.
Ênfase exagerada nos galhos do lado esquerdo: desequilíbrio de personalidade
ocasionado por forte busca de satisfação emocional direta e imediata.
Ênfase exagerada nos galhos do lado direito: desequilíbrio de personalidade
ocasionado por forte tendência a evitar ou adiar satisfação emocional e busca de
satisfação por esforço intelectual.
PESSOA
Proporção:
Acentuada diferença entre lado esquerdo e lado direito – desequilíbrio de
personalidade e confusão no papel sexual
Cabeça muito grande – ênfase na inteligência e empobrecimento afetivo
Cabeça pequena – obsessivos – compulsivos; negação dos pensamentos dolorosas;
sentimento de culpa.
Perspectiva:
Perfil total – retraimento e tendências oposicionistas (paranoia)
De costas – rejeição ao convívio social; afastamento esquizoparanóico
Transparências:
Órgãos visíveis (coração, pulmões) – forte presença de patologia