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Brasília
DEZEMBRO/2020
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Centro Universitário de Brasília-Uniceub
Faculdade de Ciências da Educação e Saúde
FACES Curso de Psicologia
Brasília
DEZEMBRO/2020
Monografia apresentada
ao Centro Universitário
de Brasília-Uniceub como
requisito básico para
obtenção do grau de
Psicóloga.
Orientadora-Profa.Dra.
Valéria Deusdará Mori
1
Folha de Avaliação
Banca Examinadora:
__________________________________________________________________
Professora Dra. Valéria Deusdará Mori
DEZEMBRO/2020
2
DEDICATÓRIA
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus pais, Suzimar e Fernando, pelo apoio desde minha
decisão de iniciar o curso Psicologia até a sua conclusão, sem eles seria praticamente impossível
que eu tivesse condições de cursar uma faculdade e poder desfrutar de um diploma de graduação.
Agradeço alguns professores que me inspiraram de tantas formas e que foram responsáveis
por me apaixonar cada vez mais pelo campo da Psicologia, em especial a professora Tânia
Siqueira que desde o começo do curso sempre enxergou meu potencial e me apoiou quando
precisei. Ao professor Daniel Goulart, por me apresentar a matéria que me fez me apaixonar pela
pesquisa acadêmica, ao professor Leonardo Mello que com suas aulas sabiamente ministradas e
que me fez despertar o interesse pela área da Psicologia Social e por último, mas não menos
importante, a minha orientadora, Valéria Mori, que mesmo com o distanciamento social, me
orientou sabiamente para que eu pudesse concluir esta monografia. A todos os professores de
Agradeço aos meus colegas de turma que estiveram comigo nesta longa jornada, de
Em especial às minhas colegas Rayele e Gabriela que estiveram comigo desde os primeiros dias
de aula e que hoje somos grandes amigas e companheiras. As minhas colegas Larissa, Fernanda e
Tatiane que estiveram sempre presentes nas aulas e que serviram de suporte para mim em
praticamente todas as matérias do curso, com ajuda mútua e leal nas conclusões dos trabalhos
acadêmicos. Aos meus colegas do Campus de Taguatinga que apesar de todo esse tempo se
Agradeço a minha família que mesmo de longe sempre torceram pelo meu sucesso
acadêmico.
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Agradeço a minha melhor amiga Malu, que nesses oito anos de amizade se manteve
presente e me apoiando em todas as dificuldades que enfrentei durante o curso e que sempre me
5
Defenda o SUS!
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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o papel e as ações da Psicologia
Comunitária nas Práticas da Saúde, se trata de um trabalho de cunho bibliográfico que
teve como fonte de pesquisa artigos acadêmicos, dissertações de mestrado, monografias,
livros e congressos acadêmicos, trabalhos que tratam do tema da psicologia comunitária,
psicologia da saúde, saúde comunitária e saúde coletiva. Todos os materiais consultados
escolhidos para estarem neste trabalho, trazem a ideia da psicologia comunitária como um
dos agentes responsáveis no trabalho nas comunidades e que o trabalho interdisciplinar é
o caminho mais importante para se percorrer junto com as comunidades em prol da saúde
coletiva e pública. Orientada pela teoria da subjetividade e dos sentidos subjetivos
presentes no processo de saúde da comunidade, o trabalho apresenta pesquisas
acadêmicas que comprovam que a vivência e o diálogo entre a comunidade e os
profissionais da saúde é o que faz que com que o trabalho na comunidade seja bem
sucedido, apesar das dificuldades ainda enfrentadas neste campo. O trabalho mostrou que
é necessário a defesa e a criação de políticas públicas para a melhora do Sistema Único de
Saúde (SUS), e que o papel da Psicologia é essencial nesta busca pela saúde pública de
qualidade e acessível.
Palavras-Chave: Psicologia Comunitária, Psicologia da Saúde, Saúde Comunitária
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Sumário
Introdução……………………………………………………………………………………….. 9
Psicologia Comunitária…………………………………………………………………………. 13
Psicologia Comunitária Latina Americana……………………………………………………. 15
Psicologia Histórico-cultural, Subjetividade e Psicologia Comunitária: Articulações entre
campos…………………………………………………………………………………………… 17
Subjetividade e Saúde………………………………………………………………………….. 20
Saúde Comunitária……………………………………………………………………………... 23
Considerações finais…………………………………………………………...…………………35
Referências………………………………………………………………………………………. 38
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Introdução
com a saúde da população devia também ser um papel do psicólogo e um compromisso do mesmo
com a sociedade. No passar dos semestres algumas matérias foram essenciais para entender a
Psicologia da Saúde, principalmente no contexto brasileiro, sendo uma área atuação essencial no
SUS. O profissional de Psicologia inserido na área da saúde ainda precisa percorrer um longo
Com isso, o trabalho a seguir se trata de uma monografia de cunho bibliográfico, que teve
como um dos critérios de pesquisa artigos, livros, dissertações e monografias que se encoraram na
também como o trabalho da psicologia comunitária pode ser um aliado na concepção da saúde
comunitária como um direito, como uma prática libertadora e como a comunidade é pode ser
O tema específico da pesquisa será a Psicologia Comunitária e Saúde, será uma pesquisa
bibliográfica onde os artigos, livros e periódicos serão consultados para que se possa definir,
bibliográfica, ela tem como finalidade de prestar ao pesquisador um contato mais direto com
obras, documentos ou artigos que abordam o tema de pesquisa e estudo, a opção pela pesquisa
científico, diferente da pesquisa documental que para sua pesquisa se utiliza de informações não
científicas como entrevistas, revistas, filmes, etc (Almeida, Guidane, Sá-Silva , 2009).
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A fundamentação teórica é dividida em oito capítulos, onde o primeiro faz um apanhado
histórico e conceitual da Psicologia Comunitária e de como ocorre sua prática, de forma mais
geral e central. O segundo capítulo traz a história da Psicologia comunitária Latina- americana, e
como ela foi se moldando para o que conhecemos hoje em dia da prática da psicologia
Subjetividade e a Psicologia Comunitária, e como essas bases teóricas foram essenciais para a
comunidade.
A pesquisa se baseia na teoria da subjetividade, proposta por González Rey (1995, 2003a,
2003b), onde a base teórica da pesquisa se constitui por ser essencialmente uma teoria que procura
possibilitar o olhar para processos singulares, a teoria também permite segundo (Martínez &
também o papel essencial do SUS como promotor de igualdade social, junto com a promoção de
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Também é discutida a interdisciplinaridade e como funciona as equipes multiprofissionais
no trabalho da Psicologia comunitária no SUS. Por fim é discutido a técnica do método dialógico
vivencial no trabalho da Psicologia comunitária em ações voltadas para instituições dos SUS,
finalizando a discussão teórica que a pesquisa traz que é possível e é necessário que haja uma
ponte entre a psicologia comunitária e saúde e que a psicologia comunitária possui de suporte
teórico e técnico para lidar com as questões de saúde e doença na realidade brasileira.
Fazendo um diálogo entre esses dois temas tão abrangentes (Psicologia Comunitária e
Saúde), que de uma certa forma são complementares no que se trata das diversas atuações que a
Psicologia exerce. Este trabalho terá foco em discutir como as comunidades podem ser
pode ser a ponte que liga o indivíduo inserido na comunidade aos seus processos de saúde,
Este trabalho também visa desmistificar essa ideia, irá abarcar as diversas possibilidades
que a psicologia comunitária pode trabalhar com a comunidade e as pessoas inseridas nela, como
o mediador que junto com a comunidade une os apetrechos necessários para uma saúde igualitária
e emancipatória. Discutir saúde será também responsável por evitar o discurso modelo biomédico
tradicional, onde o foco não se encontra na promoção de saúde e sim na falta de doença.
promovem a saúde, tornam os indivíduos e as comunidades aptos para poderem mudar suas vidas
e suas perspectivas sobre suas condições e como consequência sua saúde (Laverack, 2008).
11
comunitária em conjunto com o trabalho interdisciplinar, para atuar junto com os indivíduos da
a saúde.
12
Psicologia Comunitária
A psicologia comunitária surge como um novo modelo dentro da Psicologia Social, com o
inconformismo de alguns autores sobre a psicologia social e de como ela estava afastada de
assuntos considerados importantes para a área como o compromisso social, a busca pela igualdade
discussão de uma psicologia comunitária latino-americana, que olhasse para os problemas sociais,
que se diferencia da psicologia comunitária americana e europeia. Essas diferenças, aliás são
Não existe portanto uma definição consensual, porém pode-se dizer que a psicologia
comunitária consiste em uma psicologia da ação para a mudança, onde os atores são as pessoas
comuns que estão presentes na comunidade e na vida cotidiana, e o papel do psicólogo é ser o
facilitador e não o líder dessa mudança, (Montero, 1994). Outra definição diz que a psicologia
social comunitária se utiliza da teoria da psicologia social, com o foco em trabalhos em grupo e
privilegiando a formação de uma consciência crítica, identidade social e individual que são
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A prática do psicólogo comunitário está em promover por meio de ações educativas
individuais e coletivas com atuações diretas na comunidade. Pode também colaborar para a
criação de uma consciência crítica acerca do sistema de saúde que favorece a participação do
indivíduo na gestão da saúde e sua contribuição para que seja construindo uma autonomia dentro
traçar novas estratégias, por meio de uma abordagem chamada de empowerment1. Outra prática da
onde se utiliza do fortalecimento dos indivíduos por meio de organizações de ajuda mútua, onde o
sua práxis, com isso existem várias explicações epistemológicas e conceituais na literatura. Silva
& Svartaman (2016), apresentam três conceitos de comunidade e de como esses conceitos podem
orientar a práxis do psicólogo comunitário, tanto na atuação como em pesquisas. A primeira diz
essenciais, com isso um local fundamental de ética do convívio; segundo, comunidade vista como
local de concepção do sofrimento e humilhação social, e assim, um local que administra mudanças
psíquicas e relação a forma de atuação política mais organizadas e consistentes; e por último,
comunidade vista como de uma perspectiva utópica e inspiradora de mudanças sociais, com ponto
ideal organizador de atividades educacionais populares críticas, podendo haver articulação entre
totalidade social.
1
Um processo de reconhecimento, criação e utilização de recursos e de instrumentos pelos indivíduos, grupos e
comunidades, em si mesmos e no meio envolvente, que se traduz num acréscimo de poder –psicológico, sociocultural,
político e econômico –que permite a estes sujeitos aumentar a eficácia do exercício da sua cidadania. (Pinto, 1998,
p.247.)
14
Psicologia Comunitária Latina Americana
A psicologia comunitária latino-americana que surgia em meados dos anos 70, tinha como
base por se diferenciar-se da psicologia comunitária estadunidense que partia da premissa de uma
que visa mais a comunidade e a libertação dos indivíduos (Prado, 2002). Com um enfoque na
Saúde mental, a psicologia norte-americana passou a se preocupar com a reintegração dos doentes
orientavam sua pesquisa, teoria e prática. A primeira delas tratava de uma orientação para a
mudança social baseada no desenvolvimento individual e social, com o olhar para a solução de
problemas psicossociais (como saúde, moradia, educação, meio ambiente, lazer, etc.), ter uma
visão histórica da psicologia e seu objeto, cuja essência é fundamentalmente dinâmica e dialética e
considerar que a relação de pesquisa é entre dois atores sociais em interação dialógica. (Montero,
1993). Também se atentou a desenvolver uma estrutura teórica e metodológica heterogênea, mas
ao mesmo tempo buscar a alimentar ideias, hipóteses e explicações que surgem em contato com a
realidade e que atualmente está em processo de produção de uma teoria psicossocial comunitária
comunidade, por inserir-se em diversos campos, entre eles movimentos sociais e as políticas
(Freitas, 1998, 2005; Scarparo & Guaresch, 2007 apud Barros & Ximenes, 2009)
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A psicologia comunitária latino-americana teve início pela luta popular, com movimentos
sociais, dando ênfase no movimento de saúde mental onde se tem desta que a mudança da ideia de
saúde e participação da comunidade. Essa mudança de perspectiva de uma saúde curativa para
prevenção e promoção de qualidade de vida teve início a partir da luta antimanicomial e o foco na
comunidade como edificadora de sua saúde mental, favorecendo as relações sociais (Bonfim &
Lima, 2012)
Orientada por uma práxis libertadora, a psicologia comunitária a partir de suas próprias
sociais (Góis, 2008). Com isso, essa prática segue orientada por duas visões, sentido coletivo e
sentido (significado pessoal), que a própria atividade e vida em comunidade proporciona para seus
moradores (Góis, 2005). A comunidade é integrada por um espaço territorial onde a subjetividade
é construída nas relações entre os moradores em contextos sociais que vivem. Vínculos afetivos
são construídos, junto com o sentimento de pertença e com problematizações do cotidiano e suas
conhecimento científico junto com os saberes populares e propaga na práxis o diálogo, como
modo de derrubar a opressão e a exclusão que existem nas classes populares (Bonfim & Lima,
2012). Ao falar do papel do diálogo na psicologia comunitária Martin-Baró (1996), discute que no
diálogo é possível que a prática venha do contexto dos indivíduos comunitários, de uma reflexão
de seus problemas, e do envolvimento nas questões sociais, sendo assim o autor traz uma proposta
de postura política que transforma a realidade social, com uma prática histórica e que se
contextualiza na realidade. Assim entendemos que a neutralidade na ciência é uma ilusão, sendo
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Psicologia Histórico-cultural, Subjetividade e Psicologia Comunitária: Articulações entre
campos.
González Rey & Martins (2015), discutem que não existe subjetividade social sem contribuições
individuais de cada sujeito, da mesma forma que não há como um sujeito que se constitua fora de
Psicologia Histórico-cultural contribui para uma visão integradora, onde se rompe com a
cultura constituinte que a ao mesmo tempo é constituída pelo homem (González Rey & Martins,
2015)
Com esse breve resumo, vamos agora articular a perspectiva histórico-cultural com a psicologia
comunitária Góis (1994), diz que o psicólogo comunitário não é apenas o profissional que realiza
diagnósticos da comunidade e prática intervenções, ele também realiza um estudo do modo de vida
comunitário e como este modo de vida se reflete e se transforma na mente das pessoas daquele local,
2
A metateoria é tida como área do conhecimento que teoriza sobre teorias de outros campos científicos, normalmente
duas ou mais, conferindo-lhes legitimidade, uma vez que se não a seguirmos, as teorias ficam desacreditadas (Laze,
2013). A metateoria preocupa-se, portanto, com a investigação, análise e descrição das teorias. (Dalessandro et al.,
2018, p. 06)
17
Por volta de 1924, Vigotsky começou a se dedicar a escrever sobre a consciência como um
relações sociais com a mediação semiótica em sua constituição. Assim, nos anos 80, autores como
Góis (2005) e Lane (1995) o usam como exemplo e designam a consciência como uma das
condições centrais da psicologia comunitária. Vigotsky deixa o seu legado oportunizando que a
categoria de destaque aparece neste caso como uma questão complexa idealizada por várias
atividades mediadas, e não como uma substância ou um epifenômeno3, como se poderia conceber
Tendo em vista esse enlace, é importante acrescentar algumas questões específicas da obra
de Vigotsky que podem auxiliar os psicólogos comunitários com os estudos dos processos
psicossociais. A mediação semiótica é um conceito e um exemplo que ilustra de forma bem ampla
comunitário. Se tratando de uma boa chave de análise onde se aborda de uma forma não dualista
das interações sociais e os movimentos nos quais seus agentes produzem um conhecimento e que
transformam suas realidades, com o intuito de entender o que implica esses processos na
construção das subjetividades e dos modos de vida da comunidade (Barros & Ximenes, 2009).
Agora, pensando em uma articulação da subjetividade com a comunidade, González Rey (2003),
subjetividade e com ela pode compreender os diferentes processos sociais e individuais que são
simbólicos, sendo assim o autor tem a preocupação de especificar qual a relação entre o individual
e o social em sua organização (Mori, 2015). Os sentidos subjetivos são produções que exercem
lugar durante a vida social e cultural, porém não causas determinantes de uma para outra, nem
3
Segundo o dicionário, se trata de um termo usado na filosofia para atribuir que o valor da consciência usada apenas
de maneira acessória, não é capaz de determinar ou influenciar o comportamento humano.
<https://www.dicio.com.br/epifenomeno/>
18
reflexos desses múltiplos processos, o que pode ser uma nova produção que se específica em
construídas nas relações do cotidiano, sobre isso González Rey (2015) afirma que, a configuração
subjetiva pode ser contextualizada na comunidade como a complexa integração qualitativa e uma
diversidade da vida social dos indivíduos por meio dos processos e sentidos subjetivos singulares
que esses indivíduos constituem em suas diversas atividades. Pensar o social em toda sua
diversidade e ampliação, apenas é possível de se tornar estudo para as ciências humanas e sociais a
partir das diversidades de criações subjetivas singulares que os indivíduos compartilham em uma
trama social.
podem ser geradas hipóteses sobre o funcionamento da comunidade, bem como as produções
simbólicas que este espaço social estabelece. O autor continua com a ideia de que o cenário social
Esse significado de uma realidade vivenciada para o indivíduo resulta, não das ideias e
falas explícitas que estão presentes nesse espaço social, mas da aplicação de elementos diretos do
funcionamento desses espaços que não são visíveis pela aparência empírica destes locais.
Pensando nesse sentido, a subjetividade pode ser considerada um conceito subversivo, que permite
entender sobre características do social que se mantém ocultos às práticas e discursos dominantes
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Subjetividade e Saúde
comunitária também é responsável por interferir de forma a garantir direitos à saúde dos
educando a comunidade como sendo ativos e responsáveis pela saúde e bem estar geral.
Dito isso, para começarmos a falar de saúde e como a psicologia comunitária está
envolvida com este processo, é preciso primeiramente definir o processo de saúde. O processo de
saúde é constituído pelo social, também pelos processos individuais que se estabelecem nessa
experiência, assim como o adoecimento é também constituído e demarcado pelo social e não
apenas pelo individual (Mori & González Rey, 2012). Os autores, complementam alguns pontos
importantes sobre saúde, primeiro que a saúde precisa ser considerada como um processo que é
pessoas e a sociedade. González Rey (2004a), afirma que não se associa saúde a um estado de
normalidade, se trata de um processo que o indivíduo está totalmente ativo e participativo em sua
qualidade e completa que a saúde se trata de uma questão plurideterminada, envolvendo processos
González Rey (2011a), traz em sua obra sobre subjetividade e saúde, uma crítica da
como uma entidade que reduz o sujeito a uma vítima da doença e totalmente externo a ela, onde
modo de vida do indivíduo. A conclusão disso foi uma perda total da condição de sujeito por parte
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Com essa perspectiva, a saúde é entendida como uma qualidade de processos de vida, não
como uma propriedade de ter ou não, ela começa ser vista como uma expressão integrada do
desenvolvimento humano e sua promoção pode ser somente entendida como uma fórmula integral
do desenvolvimento humano, entendendo como fundamental o papel das instituições que atuam na
sociedade onde ela é produzida. A saúde mental como exemplo, o transtorno deixa de ser
entendido a priori c omo uma entidade patológica e sim entendido como configurações subjetivas
de processos momentâneos da vida do indivíduo, esses processos o impede de criar novos sentidos
subjetivos e que por um tempo o atormenta emocionalmente. Porém, no surgimento de uma nova
psicoterapia é onde se deve reconhecer no sujeito seus potenciais que são geradores de sentidos
subjetivos para a mudança no seu estilo de vida (Costa & Goulart, 2015).
citado por Mori & González Rey (2011), traz a ideia de que a subjetividade não é formada por um
processo individual e intrapsíquico, mas que está eventualmente nas organizações da vida das
pessoas e nos espaços sociais. A configuração da subjetividade é histórica e cultural, mas não se
trata de uma cópia ou uma internalização social, portanto é uma elaboração que acontece resultada
uma forma que esses sistemas formam com o tempo uma criação da pessoa relativos aos
desdobramentos desse processo, com isso a posição do indivíduo é importante para que essa
possível gerar alternativas ou não. Uma vez que não há possibilidade para a criação de
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Já na subjetividade social, há várias reverberações para a saúde humana que não podem ser
vistas como uma relação de causa e efeito, a não ser pelos efeitos colaterais que aparecem nas
doença. Os sujeitos e suas ações não se separam da rede dos sentidos subjetivos que aos poucos se
organizam durante esse processo (González Rey, 1997 apud Mori & González Rey, 2011). Assim
elementos presentes na sua história individual, na convivência social e na cultura que está inserida.
Sua história e o momento em que se encontra a vida do indivíduo não são relações determinadas,
mas se constituem como configuração complexa dos processos subjetivos, a saúde ou a doença
com esses termos, são subjetivados pelo sujeito em sua vida, onde lhe é possibilitado criar
diferentes produções de sentido relacionados a elas. Isso implica em entender que nenhum desses
processos existem de forma abstrata ou que são representações dadas, mas que são fenômenos
uma ferramenta teórica, permite que esses aspectos representem a psique humana a partir da
perspectiva histórico-cultural em uma realidade complexa. (Mitjáns, 2005 apud Mori, 2015).
Também permite o avanço na compreensão dos processos de saúde e doença como configurações
multideterminadas que vão além da visão reducionista de processos somáticos e integram assim os
Com isso partimos de dois pontos importantes: o indivíduo é ativo em seu processo de
saúde e a saúde também engloba o social e o individual. É neste ponto que a psicologia
comunitária entra como uma forma de trabalho em que se coloca os moradores de uma
determinada comunidade como atores de seus processos de saúde. Onde o psicólogo comunitário
não pode colocar-se em posição de promotor da transformação social, a intervenção proposta por
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ele tem como como função potencializar ações concretas da realidade comunitária e transformá-la,
com isso a saúde comunitária se trata de uma conjuntura de atividades com a concepção de saúde,
a partir do momento que se propõe criar uma abertura para o diálogo, atividades e vivências, com
Saúde Comunitária
enfrenta, podendo procurar soluções para esses problemas através de programas que esses serviços
de saúde dispõem para comunidade. Tem como objetivo contemplar as necessidades concretas da
a cura se estivesse produzindo e por fim a educação emancipadora das pessoas da comunidade
formas de acordo com cada morador da comunidade, com isso é preciso criar um local onde há
espaço para o diálogo, vivência e ação com intuito de criar um olhar e uma prática coletiva de
saúde. Com ela é formado uma espécie de prática institucional e comunitária, que se direciona
para uma organização e articulação de ações e serviços de saúde para a comunidade, ao entender
que a saúde é uma responsabilidade social com e da comunidade, afirma-se como um processo e
não como um recurso com o fim em si mesmo. Há uma preocupação que fomenta e facilita a
direcionadas, com aspirações compartilhadas, que se integrem e que cada vez mais fortaleça e
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apoie o formal e o informal, com isso se geram redes comunitárias de proteção e cuidado. Todas
essas ações são para enfatizar a prevenção de promoção, a educação com estratégias
Ter um olhar para a comunidade com suas fragilidades e com seu potencial de saúde e
da vida, da libertação e da cidadania. A saúde comunitária é entendida como práxis da vida, com a
libertação e cidadania na/em comunidade e se constitui com referência ou um novo caminho para
redução permanente dos problemas na atenção primária. Por isso, os profissionais de saúde
um realidade social que também se mostra com um potencial transformador, onde passa ser capaz
(Góis, 2008)
Outra visão da saúde, mas partindo da perspectiva da saúde como direito social, Badiziak e
Moura (2010) citam Puccini e Cecilio (2004), discutem que a saúde necessita ser entendida como
um direito social, com isso as políticas públicas de saúde não podem se restringir a uma forma
limitada de saúde ou à forma organizacional de seus serviços. divididas entre ações de caráter
coletivo e individual e entre prevenção e cura. Olhando de uma forma mais abrangente, saúde não
políticos e sociais, para além, só serão alcançadas novas perspectivas de saúde com a participação
De acordo com a realidade brasileira, pensar a saúde pública é entender que ela é um dever
do estado, garantido como direito de todos na constituição, pode-se afirmar que não é apenas um
papel da psicologia, é também dever do cidadão ser participativo nas discussões, construções,
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intervenções. monitoramento e avaliação de políticas públicas. É importante também ressaltar que
se deve somar o direito de acesso à saúde com outras áreas de atuação, desde e a medicina a
terapia ocupacional, do direito à antropologia, entre outras (Conceição et al., 2015). A integração
Estratégia Saúde da Família (ESF), como uma melhoria na qualidade de assistência e garante
acesso ao primeiro nível de atenção, fazendo com que se reorganize a porta de entrada no sistema
de saúde. Também é incorporado uma lógica de um trabalho com um vínculo junto à comunidade
e interdisciplinar, nas quais as atribuições são de prestar uma assistência integral, contínua e
focalizada de acordo com a demanda, seja ela espontânea ou orgânica. É enfatizado também ações
sempre sob a ótica das equipes dirigidas para populações de territórios limitados (Carvalho, 2015).
saúde, usando um movimento promotor que se integra a uma nova organização do sistema de
Em seu desenvolvimento com o passar dos anos o SUS necessitou criar uma forma de
atendimento que precisava ser voltado para questões comunitárias e preventivas. Sendo um
sistema que é destinado à toda população brasileira, financiado com recursos advindos de
impostos e contribuições sociais, pagos pelos cidadãos e que são administrados pelo governo
federal. Os principais objetivos desta grande ação pública é a promoção da saúde, dar prioridade a
ações preventivas e a democratização de informações importantes para que a população saiba seus
direitos e riscos à saúde (Dias & Silveira, 2016). O SUS pode ser considerado uma das políticas
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públicas mais férteis para a superação de desigualdades no país, sua manutenção junto com seus
passa a ser visto como usuário cidadão e começa a haver uma interação entre os profissionais e a
comunidade. O SUS é capaz de transformar a saúde em atos de cidadania, sendo a cada dia mais
considerado como um sistema sanitário socialmente justo, também por apresentar condições
técnicas e de gestão adequadas para o desafio que é visto a saúde brasileira e pelo avanço da
democracia depois de vintes anos de ditadura militar, ocorrido entre 1964-1984 (Góis, 2008).
todas as camadas da sociedade, porém ainda é preciso percorrer um longo trajeto (Bevilaqua et al.,
2009). Como práxis da vida, entende-se que a saúde comunitária, a libertação e a cidadania em/na
atenção primária na saúde, com isso os profissionais da saúde necessitam entender a saúde dos
mais pobres dentro da lógica social desumanizadora, em uma realidade social, que pode ser
que se dirige a busca da racionalidade relacionada aos serviços de saúde, para que houvesse um
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atendimento mais eficaz à população. Portanto, para que isso ocorra seria preciso que essa
racionalidade atendesse a três importantes condições. A primeira diz respeito à hierarquização dos
serviços de saúde, assim sendo fornecido para aqueles que fossem prioridades dentro do quadro de
sobre sua condição ou não de saúde. E a terceira com a defesa da multiprofissionalidade, pois era
com um trabalho voltado para a totalidade histórica, para que o fenômeno de saúde-doença seja
aparece, junto com a inserção e participação da população como atores sociais, que podem ajudar
na construção de processos saudáveis com seus enfermos e com suas vidas. Com isso também era
visto a necessidade da reunião de equipes multiprofissionais, que nas diferentes formações que se
usuários e suas famílias, para que haja a participação no processo contínuo de educação e
aprendizagem, onde seja possível a transformação e melhora das condições de vida e saúde.
Necessita também um tipo de relação e trabalho junto com a equipe e a população seja horizontal
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Ações de educação em saúde, em uma visão ampliada do cuidado e da saúde, necessita da
habilidades tanto como individuais e sociais para se envolver com os processos de saúde e doença
saúde, junto com a população são atores sociais que ficam em constante interação, e a promoção
de saúde se torna a finalidade essencial para a atuação dos profissionais de saúde em todos os
saúde, é o fato de ainda estar predominante na população a visão de qualidade de vida associada à
cura da doença e da medicalização. A desconstrução dessa visão para uma que implica na
ser apoiado pela equipe de trabalho e também da gestão das políticas de saúde pública (Quintal de
Freitas, 2015)
Em sua trajetória de construção, o SUS retifica o conceito de saúde que passa por
algumas mudanças ao decorrer dos anos. Assim é entendido que saúde não é apenas ausência de
doença, foi percebido que as ações em saúde necessitavam ser estendidas para atender
intervenções que se baseiam em um cuidado integral. Com isso houve uma necessidade de que
outros profissionais fizessem parte dos diversos serviços de saúde que os três níveis primários,
multidisciplinar, incluindo a psicologia cada vez mais no SUS (Airpini et al., 2015).
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Para que se possa falar da importância da interdisciplinaridade no trabalho da
como funciona o atendimento na saúde através dos SUS é bastante confundido e até desconhecido
forma independente e seu tratamento é executado de uma forma que vários serviços são prestados
de acordo com a orientação do médico para com o restante da equipe, isso quer dizer que o médico
demandas do paciente e as decisões do médico (Bruscato et al., 2004). Sendo assim a equipe
multidisciplinar precisa construir entre os profissionais uma relação que priorize o paciente como
um todo e assim partindo para um atendimento humanizado (Fossi & Guareshi, 2004), focando-se
assim nas demandas globais do indivíduo priorizando seu bem estar, é importante ressaltar que
para que esse vínculo ocorra é preciso que o paciente e os profissionais estejam respaldados por
saúde e com isso a equipe é responsável por toda assistência à saúde. A visão da
interdisciplinaridade é que possa haver uma colaboração entre profissionais distintos e diferentes
áreas do saber e qualificações, com uma integração entre a equipe que precede o atendimento à
saúde de forma ampla e que transcenda o conceito conhecido de saúde (Gonçalves et al., 2012).
médico), mas sim uma prática interdisciplinar que vários profissionais representantes de diversas
ciências, se agreguem nas equipes de saúde, com objetivos de estudarem as relações somáticas e
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psicossociais e assim encontrarem métodos adequados que sejam propensos à uma prática que
entregue, com enfoque total dos aspectos inter-relacionados à saúde e doença (Maldonado &
Canella, 2009).
sistema anterior, sem acabar com o antigo, contudo, se consolida mais ampla e aberta. A
entrelaçar a genética, o biológico, o social também o espiritual ou o sagrado que também devem
científica contemporânea, sendo ajustada aos movimentos societários atuais (Paul, 2005). Há uma
diálogo com várias áreas de conhecimento e suas ferramentas, visando a cooperação entre essas
sociais, técnicos de enfermagem, entre outros profissionais que se envolvem no atendimento criem
uma forma de agregar o indivíduo como um todo e assim dotando de um atendimento humanizado
importante agora falar sobre o trabalho do psicólogo dentro da equipe multidisciplinar. Airpini et
al (2015), explica que as práticas psicológicas que se desenvolvem na Atenção Básica (nota de
30
prega os princípios do SUS, e sendo um possível reflexo da formação em Psicologia, onde
disciplinas sobre Saúde Coletiva e Psicologia da Saúde se mostram insuficientes, fazendo com que
muitos recém-formados terminem o curso com lacunas nessas áreas. Torna-se então um desafio a
Psicologia no que se diz respeito uma qualificação na formação para uma atuação que se encaixe
conscientização das relações do cotidiano, dentro ou fora das UBS (Quintal de Freitas, 2015). O
campo da psicologia comunitária pode trazer contribuições que permitem compreender a relação
que adquire entre as equipes profissionais da saúde e da comunidade, também relações internas da
equipe. Essas contribuições se situam em uma captação e na compreensão dos processos, e como
são significados psicossociais na vida cotidiana dos profissionais e da população. Nos diferentes
lugares que atuam no campo da saúde se encontram diferentes profissões, postos e cargos, no qual
estarem de alguma forma enfermas. Ao lado disso, os valores, julgamentos e concepções que
reivindicar as responsabilidades disso, também se constituem um novo fator para ser considerado.
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Método Dialógico-vivencial na prática da Psicologia Comunitária
campo da promoção de saúde e prevenção, junto com a participação nas equipes interdisciplinares
comunitária que pratica seu trabalho na área da saúde, sendo quaisquer orientações teóricas que se
baseiam, reformulou os moldes rígidos que eram definidos em pesquisas e práticas psicológicas
Pensando nisto, Amaral et al (2012), realizaram uma pesquisa que relatam a experiência da
prática da psicologia comunitária no campo da saúde em uma UBS4( Unidade Básica de Saúde),
segundo as autoras, a pesquisa teve um dos enfoques demonstrar, que em questões éticas, é
sobre o trabalho de estágio, a pesquisa demonstrou que uma análise das estratégias de atuação em
necessidades da comunidade atendida pela ESF5 (Estratégia Saúde da Família). Com isso,
permitiu-se que os usuários não fossem vistos apenas como seus sintomas e doenças, mas também
comunidade nas atividades de saúde mental do local. Dinâmicas de grupo, rodas de conversas,
4
As Unidades Básicas de Saúde ou UBS são preferencialmente as primeiras portas de entrada ao Sistema Único de
Saúde (SUS), tem como objetivo de atender até 80% dos problemas de saúde da população, evitando assim a
necessidade de encaminhamento a outras unidades como hospitais ou emergências (Brasil ,2020).
5
Estratégia saúde da família (ESF), busca a promoção da qualidade de vida da população brasileira, com intervenções
em atos que colocam a saúde em risco, como sedentarismo, má alimentação e tabagismo (Brasil, 2020)
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caminhadas e mutirões foram as atividades escolhidas para esse projeto, baseado no método
dialógico-vivencial.
subjetiva da comunidade acontece com uma visão não apenas das condições diretas da vida dos
moradores da comunidade, mas também através das relações inter-humanas, as relações dos
indivíduos com a comunidade com a realidade e da forma que ela significa e se posiciona sobre
e pesquisador na comunidade, pois ela é capaz de criar um espaço de troca entre os moradores e
frequentadores no caso da pesquisa, o Caps. O pesquisador ali não está apenas com o propósito de
colher dados com um padrão rígido que é normalmente visto em pesquisas, o profissional que se
insere na comunidade a partir deste método está também no papel de aprendiz, onde se troca
saberes, vivências e podendo haver nessas vivências um espaço para transformação social, como
relatado na pesquisa.
Que trouxe como conclusão do trabalho alguns pontos positivos apresentados pelos
Com diversidade de profissionais e saúde (médicos, enfermeiros, assistentes sociais, entre outros).
que o homem sente, emociona-se e ressignifica o sentido da vivência. Existem também o papel
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afetivo da vivência, pois está inerente ao indivíduo e a sociedade como um todo dar prioridade a
razão e a cognição em detrimento das emoções, com isso a vivência promove a necessidade de
uma consciência enraizada no momento vivido. (Lima, 2010). A autora ainda complementa:
máximo possível nas relações cotidianas e conhecer seu modo de vida comunitário. Esta
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Considerações finais
psicologia comunitária junto com o SUS trouxe uma nova abordagem do tratamento da saúde,
por uma abordagem libertadora que dá para as pessoas da comunidade a bagagem necessária,
junto com outros profissionais, de fazer e mostrar que a comunidade pode ser responsável e ativa
Foi dito que a comunidade é responsável e possui potenciais emancipadores nas questões
do processo de saúde e doença e o trabalho do psicólogo comunitário é ser a pessoa que ajuda a
conduzir a comunidade no seu processo de “libertação” das amarras sociais que limitam a
comunidade crescer.
Outro ponto foi de entender que processos históricos sociais também são importantes na
concepção de saúde na visão da psicologia comunitária, e com que essa visão histórica é possível
descobrir como os processos de saúde e doença se desencadeiam de acordo com cada comunidade
apenas da autoridade médica para que possa fazer com que os indivíduos inseridos na comunidade
vivenciem uma saúde emancipadora, mas com o trabalho dos profissionais de saúde que tem como
responsabilidade ser promotores de saúde e de educação, para que a comunidade possa caminhar
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Em uma pesquisa bibliográfica, o critério para a busca dos artigos, livros e periódicos etc,
foi para que a literatura que abordasse conteúdos sobre a psicologia da saúde, fossem aqueles que
tinham como bases em seus argumentos de que o modelo biomédico que até nos dias de hoje
persistem para que ter um parâmetro de saúde, fossem quebrados pela ideia central que a saúde se
trata de processos que a comunidade vive em conjunto, com auxílio das equipes
multidisciplinares, e que não se trata apenas da cura do enfermo, mas de mostrar ao indivíduo ou a
comunidade como podem viver o processo de saúde-doença da forma que gere menos sofrimento
que se trata da saúde, importante ressaltar que esse trabalho em conjunto é importante de se
questão de saúde mental apenas do psicólogo ou psiquiatra, algo que graças ao SUS não faz parte
de suas diretrizes, e que ressalta a importância de uma equipe que contribua, cada uma de acordo
Outro ponto bastante importante da pesquisa foi a de trazer, não apenas em pontos
essencial no trabalho do psicólogo, pois com ela, o profissional pode adentrar na comunidade e
entender como funciona a vida daquele lugar, quais os processos subjetivos específicos daquele
lugar, e com isso fazer articulações com outros profissionais para se trazer um atendimento que
As compreensões que este trabalho traz para campo da psicologia comunitária e da saúde,
são as de que é o diálogo entre a comunidade e os profissionais que nela atuam é a chave principal
para que se estabeleça uma convivência e um trabalho em conjunto na busca pela saúde e bem
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estar de uma comunidade. Que é a união entre as áreas da psicologia da saúde e da psicologia
comunitária são necessárias e que cada dia mais precisam ser fortalecidas, penso que são dois
campos muito importantes e que união dessas duas áreas em prol da saúde comunitária é o que faz
da saúde ou comunitária, precisa estar unida em prol da defesa do Sistema Único de Saúde, pois só
a partir dele que as ações na comunidade são possíveis, mais que defende-lo é preciso que a
psicologia no Brasil esteja presente em criações de políticas públicas que fortaleçam o SUS e que
traga mais igualdade para aqueles que estão na margem da sociedade e que vivem constantemente
as injustiças sociais que este país sofre. Falar de Psicologia Comunitária e todos os processos que
estão em volta dele é nunca esquecer que se trata de uma busca pela igualdade e pela aquisição de
E por fim, salientar a ideia de que o psicólogo comunitário é responsável por diminuir as
desigualdades sociais que a comunidade enfrenta, porém sem trazer a ideia de caridade, mas sim
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