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Projecto de Educação para a Saúde e

Educação Sexual
Jardim de Infância e 1º Ciclo
Projecto de Educação para a Saúde e
Educação Sexual
Jardim de Infância e 1º Ciclo

Equipa Multidisciplinar de Trabalho


Professora Coordenadora: Ana Filipa Rodrigues

Prof. Rui Capote


Educ. Andrea Mota
Enfermeira – Maribel Teixeira

Horta, 01de Setembro de 2009


Índice
Introdução 4

6
Enquadramento Legal

10
A Importância da Educação Sexual na Infância

Como deve ser feita a abordagem da Educação Sexual no 12

Ensino Básico

18
Identidade Sexual

21
Afectos e a Auto-Estima

23
Alterações Físicas e Psicológicas ao Longo da V ida

25
Higiene na Infância

27
A Gravidez, o Parto, a Maternidade e a Paternidade
Projecto de Educação Sexual

Introdução
A educação Sexual, no Ensino Básico, contextualiza-se no âmbito da educação
para a saúde, considerando o permanente bombardeamento de informações a que as
crianças estão sujeitas.
Por volta dos seis anos, aquando da entrada para o 1º Ciclo, a criança já adquiriu
as capacidades motoras fundamentais, está habilitada para se relacionar com a realidade
concreta e entender a sua lógica, tem um bom desenvolvimento da linguagem e
socialmente surge já com uma certa independência em relação aos Pais, interiorizando
normas sociais e morais, controlando os seus comportamentos e abrindo-se a relações
de amizade relativamente estáveis com os seus pares.
Educar é um processo que tem início com o nascimento, e portanto a Educação
Sexual deve ser integrada nas escolas desde esse momento e em comunhão com a
educação dada pelos Pais / Encarregados de Educação.
Cerca dos três anos surge a “idade dos porquês” e o reconhecimento do sexo,
através do toque e observação. É muito frequente que a criança, ao longo do seu
desenvolvimento, toque e brinque com os seus órgãos genitais, tendo brincadeiras,
como seja aos “médicos” ou aos “pais e mães”, que incluem a exploração sexual. Os
adultos frequentemente desencorajam estes comportamentos. No entanto, se for dada à
criança a oportunidade de realizar com tranquilidade, e sem fantasmas, esta descoberta
dos órgãos genitais, a sua imagem do corpo no seu todo será mais íntegra e satisfatória
(Moita & Santos, 1992).
Entre os seis e os doze anos as mudanças biológicas, intelectuais, linguísticas e
sociais ocorrem de forma progressiva e geralmente sem grandes conflitos.
Assim, o conjunto de capacidades já existentes e a relativa estabilidade deste
período, constituem um terreno muito favorável para a Educação Sexual no Ensino
Básico, suportado pelo regime de aplicação da Educação Sexual em meio escolar (Lei
n.º 60/2009 de 6 de Agosto).
Neste projecto pretendemos evidenciar os objectivos gerais e específicos que
consagram a temática abordada, bem como actividades a desenvolver colocando em
prática a exploração do tema nas áreas curriculares não disciplinares.

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Projecto de Educação Sexual

Para se traçar os objectivos e criar um programa de Educação Sexual,


consideramos pertinente recorrer ao conceito de Sexualidade.
Muitos dos receios em torno da Educação Sexual, devem-se à ideia redutora do
conceito de Sexualidade. Pois, a Sexualidade para a maior parte das pessoas, resume-se
ao sexo e ao sistema reprodutor. É verdade que a reprodução é uma componente
indispensável nos programas de Educação Sexual, mas a Sexualidade é muito mais
abrangente. A Sexualidade “é uma força viva no indivíduo, um meio de expressão dos
afectos, uma maneira de cada pessoa se descobrir e descobrir os outros.” (MOITA,
APF).
A Organização Mundial definiu-a como “uma energia que nos motiva a procurar
o amor, contacto, ternura, intimidade, que se integra no modo como nos sentimos,
movemos, tocamos e somos tocados; é ser sensual e ao mesmo tempo sexual, ela
influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções com os outros e, por isso,
influencia também a nossa saúde física e mental.”
Em suma, a Sexualidade engloba a:
Identidade sexual (masculino/feminino);
Os afectos e a auto-estima, isto é, os nossos sentimentos em
relação a nós próprios e em relação aos outros, em relação a todas as
mudanças do nosso corpo, etc.;
Todas as alterações físicas e psicológicas ao longo da nossa vida;
Higiene na infância;
A gravidez, o parto, a maternidade e a paternidade.

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Projecto de Educação Sexual

Enquadramento Legal

Em épocas anteriores, o modelo de educação sexual praticado, era designado


por modelo de negação.
Havia a necessidade de separar fisicamente os rapazes das raparigas e de vigiar
as suas relações, havendo escolas só para rapazes ou só para raparigas. Havia um
silêncio e omissão total por parte dos pais e professores sobre a sexualidade e
reprodução, tratados como tabus e considerados como inconvenientes tanto para temas
de conversa ou perguntas como para matérias de aprendizagem escolar. Tudo isto
contribuía para uma visão da sexualidade como algo negativo, sujo, pecaminoso,
perigoso, algo a evitar e a silenciar.
Este modelo educativo era reflexo de uma época da sociedade portuguesa, de
um sistema político e de um ambiente moral, autoritário, fechado e conservador.
Em Portugal, a implementação da Educação Sexual, teve início ainda antes do
25 de Abril. Em 1973, foi criada pela primeira vez em Portugal uma Comissão sobre
Educação Sexual, composta por técnicos de ideias liberais quanto à sexualidade e que
defendiam a integração das questões da Educação Sexual nas escolas.
Apesar da sua curta duração, esta comissão conseguiu chamar a atenção para a
importância da representação dos órgãos sexuais nos manuais e materiais escolares e
para a vantagem de haver uma educação mista em que rapazes e raparigas pudessem
conviver.
Foram poucos os professores que passaram a abordar este tema e até 1984 não
se verificou qualquer tentativa de introduzir a Educação Sexual nas escolas nem
sequer em termos legislativos. Assim, até à década de 80, não era feita referência à
reprodução humana nos currículos do ensino básico. O Ministério da Educação dava
a orientação que no 1º ciclo tal assunto deveria ser falado na disciplina de Meio
Físico e Social no contexto das ciências da natureza como uma função biológica. No
entanto, os manuais reduziram as funções biológicas às funções vitais excluindo
assim a função reprodutora humana.

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Projecto de Educação Sexual

Em 1984 foi aprovada pela Assembleia da República a primeira legislação


sobre Educação Sexual – a Lei 3/84 – onde o Estado se compromete a colaborar com
as famílias nas tarefas da Educação Sexual, a introduzir o assunto nos currículos
escolares e a promover a formação dos docentes nestas matérias.
Nesta altura a A. P. F.1realizou um seminário sobre educação sexual nas
escolas que teve a adesão de cerca de 1000 professores dos vários graus de ensino,
inclusive do 1º ciclo e do pré-escolar. Resultante do trabalho realizado neste
seminário, a A. P. F. entregou ao Ministério da Educação, em Maio de 1984, a
primeira proposta de integração da educação sexual nas escolas. No entanto, nada
aconteceu ao nível do sistema educativo.
Somente a partir de 1986 é que se verificaram alguns avanços legislativos
nesta matéria, mas na prática não são implementados, devido ao facto de “existirem
diversos obstáculos à concretização do processo de aprendizagem sexual nas escolas”
(Veiga, Teixeira, Couceiro, 2001, p. 7).
2
Houve a aprovação da L. B. S. E. e a reforma educativa de 1988–1991 da
qual surgiu a criação da disciplina de Desenvolvimento Pessoal e Social, que, salvo
raras excepções, nunca foi leccionada. Introduziu-se no nº 2 do Art. 47 da L. B. S. E.
referência a uma nova área de objectivos e acção pedagógica que pode incluir a
Educação Sexual.
Embora envolvida numa componente mais ampla, pela primeira vez, o sistema
educativo assume que tem responsabilidade na Educação Sexual mostrando a vontade
da escola em abrir-se a temáticas não apenas académicas mas também ligadas ao
desenvolvimento e à vida das crianças e dos jovens.
Começa-se também a ver a Educação Sexual como um conceito mais amplo
que abarca também o desenvolvimento pessoal e social e não apenas os aspectos
biológicos.
No final dos anos 80, inicia-se um novo processo de reforma educativa e de
reorganização curricular. A A.P.F. apresenta uma nova proposta ao Ministério da
Educação baseada no novo conceito mais amplo de Educação Sexual, atrás referido.

1
Associação para o Planeamento da Família
2
Lei de Bases do Sistema Educativo.

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Projecto de Educação Sexual

A nova proposta de Educação Sexual refere um conjunto diversificado de


temas, que no 1º Ciclo se agrupam em quatro grandes áreas: o corpo sexuado; a
sexualidade e as relações interpessoais; as expressões da sexualidade e o nascimento.
Em 1989, é criada a disciplina de Desenvolvimento Pessoal e Social e o
programa do 1º Ciclo, passa a integrar nos seus objectivos e conteúdos a temática da
educação sexual.
Continuando a reflectir esta preocupação de incluir a temática da educação
sexual, as orientações curriculares para o 1º Ciclo aprovadas em 1990 referem também
as questões da sexualidade ao nível dos objectivos de ensino.
A função reprodutora/sexual aparece pela primeira vez na parte relativa ao
Estudo do Meio, integrada na abordagem das funções vitais do corpo humano, embora
os conteúdos se refiram apenas à reprodução humana.
Apesar da referência à existência da disciplina de Desenvolvimento Pessoal e
Social esta é omitida dando-se relevo à educação religiosa o que leva ao seu declínio.
Consciente do esquecimento do Desenvolvimento Pessoal e Social a A. P. F.
propôs em 1995 ao Ministério da Educação uma parceria para a realização de um
projecto experimental de educação sexual, durante três anos lectivos com o objectivo
de tornar esta ideia mais credível. O projecto foi realizado entre 1995 e Julho de 1998
e das cinco escolas em que o projecto decorreu uma era do 1º Ciclo.
Este projecto foi muito importante pois mostrou que a Educação Sexual podia
e devia ser desenvolvida pelos professores, que deveriam ser devidamente formados e
apoiados e mostrou também que os pais não só não se opunham como podiam
colaborar no processo de Educação Sexual. O projecto serviu também para se ter uma
noção das necessidades das crianças e dos jovens nesta temática.
Em Junho de 1998, deu-se no nosso país o referendo sobre a questão do aborto
que reforçou a necessidade da Educação Sexual como algo urgente. O final do
projecto experimental levado a cabo pela A. P. F. e o Ministério da Educação, um mês
após o referendo, veio reforçar ainda mais esta necessidade.
Em Outubro de 1998, foi publicado o Plano Interministerial de Acção em
Planeamento Familiar e Educação Sexual, onde o Ministério da Educação se
compromete a generalizar a Educação Sexual nas escolas num prazo de cinco anos.

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Projecto de Educação Sexual

Em Maio de 1999, a Assembleia da República aprovou uma nova legislação


sobre educação sexual – a Lei 120/99 – que reafirma a necessidade de ser
desenvolvido um programa de Educação Sexual nos ensinos básico e secundário.
Em Outubro de 2000 foi publicada a regulamentação desta legislação, através
do Decreto-Lei 259/2000 em que se estabelece na segunda e terceira alienas, do artigo
primeiro, do capítulo primeiro que o Projecto Educativo de cada escola, deve integrar
estratégias de promoção de saúde sexual, como também o plano de trabalho de turma,
deve ser harmonizado com os objectivos do projecto educativo de escola e
compreender uma abordagem interdisciplinar de promoção da saúde sexual, por forma
a garantir uma intervenção educativa integrada
Ainda em Outubro de 2000 é publicado o documento produzido no âmbito do
projecto experimental. Este documento clarifica o conceito, o quadro ético de
referência e a metodologia da Educação Sexual, além de fornecer informação para o
desenvolvimento de programas para a formação de professores e articulação entre a
escola e a família.
Há ainda a referir o Decreto-Lei 6/2001, que estabelece as Novas Áreas
Curriculares e que refere a Área de Projecto e a Formação para a Cidadania como
novas oportunidades para levar a cabo o que é referido na L. B. S. E. quanto ao papel
da escola na formação pessoal e social das crianças e dos jovens.
No presente ano lectivo este Projecto seguiu as orientações consagradas na Lei
n.º60/2009 de 6 de Agosto, e que estabelece o regime de aplicação da Educação
Sexual em meio escolar.

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Projecto de Educação Sexual

A Importância da Educação Sexual


na Infância
A sexualidade humana deve ser integrada no processo educativo, pois trata-se
de uma actividade mental e física que integra a nossa própria genitalidade, mas que,
tal como outras actividades de ordem semelhante, se desenvolve por via das
aprendizagens intencionais e não intencionais que vamos construindo ao longo da
vida.
A Educação Sexual deve iniciar-se na infância, visto que a sexualidade surge
no exacto momento em que um indivíduo nasce e não bruscamente durante a
puberdade. A sexualidade desenvolve-se lenta e progressivamente até que o indivíduo
tenha atingido a maturação sexual.
A sexualidade não constitui um campo particular da personalidade humana,
está intimamente ligada à afectividade, podendo até afirmar-se que a sexualidade
intervém em quase todos os aspectos da nossa personalidade.
O facto de pertencermos a um dos dois sexos, de termos um corpo sexuado e
de nos relacionarmos sexualmente com os outros torna-nos, inevitavelmente, sensuais
e sexuais, influenciando quer os pensamentos, quer as acções individuais e colectivas.
Considerando que as aprendizagens feitas na infância são as mais importantes
e são essas que vão determinar pela vida fora, a questão sexual e afectiva, assim como
a adaptação do indivíduo em quase todos os aspectos da sua vida adulta, é importante
para que haja cada vez menos omissões e silêncios num domínio tão importante na
construção da identidade, em anos tão decisivos como são os primeiros anos de vida
escolar.
Esta ideia da necessidade de Educação Sexual foi reforçada pela O. N. U.3,
quando referenciou a Educação Sexual como um Direito Humano, considerando que
uma grande parte da população mundial é criança e jovem e que é necessário muni-
los de conhecimentos essenciais para uma vida sexual e reprodutiva saudável.

3
Organização das Nações Unidas

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Projecto de Educação Sexual

Um outro aspecto que vem reforçar a importância da Educação Sexual na


infância deve-se à evolução científica e tecnológica a que se tem assistido nas últimas
décadas, que veio provocar uma mudança extrema no nosso quotidiano.
Os meios de comunicação evoluíram de tal forma que difundem a informação
quase instantaneamente, e, que na maior parte dos casos, possui pouca qualidade ao
nível pedagógico.
Assim, todos os agentes vocacionados para a educação e informação das
crianças devem unir-se na difícil tarefa de desmistificar ideias dos alunos que uma
falsa moral tradicional e que a própria utilização do sexo para fins comerciais
ajudaram a criar.
Sendo a construção de indivíduos livres e responsáveis um dos principais
objectivos da educação, é importante educar as crianças sexual e afectivamente, de
modo a que tomem consciência de si e dos outros como indivíduos com direitos, que
devem ser respeitados.
A tarefa de educar sexualmente cabe, no início, aos pais e posteriormente, na
entrada para a escola, esta passa a desempenhar um papel importante na Educação
Sexual da criança. A partir desta fase a escola e a família complementam-se no
processo educativo.

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Projecto de Educação Sexual

Como deve ser feita a abordagem da


Educação Sexual no Ensino Básico

É opinião geral, que nos nossos dias a Educação Sexual em meio escolar é cada
vez mais importante e necessária.
No que se refere ao Pré-Escolar e ao 1º Ciclo do Ensino Básico, existe uma
grande hesitação na escolha dos temas a desenvolver, uma vez que predomina ainda
uma visão limitada à dimensão biológico-reprodutiva da sexualidade. Continua-se a não
se ter em conta os interesses e características próprios das crianças desta idade.
A Educação Sexual, a sexualidade é multidimensional indo para além da
dimensão biológico-reprodutiva a que se limitam alguns manuais.
É necessário que sejam introduzidos conteúdos da Educação Sexual que
abranjam as outras dimensões (psico-afectiva, relacional, sociocultural e ética) da
sexualidade, estando esses conteúdos referenciados nas Orientações Curriculares 1º
Ciclo do Ensino Básico.
As orientações do Ministério da Educação referem, também, a importância de
cada escola explicar nos seus Projectos Educativo, Curricular de Escola e de Turma, a
diferentes níveis, as preocupações e intenções em relação aos temas da formação cívica,
onde se inscrevem também os conteúdos da Educação Sexual.
A criação de áreas de natureza transversal como a Área de Projecto, o Estudo
Acompanhado e a Formação Cívica em conjunto com as actividades facultativas, de
enriquecimento curricular no contexto da reorganização curricular, também vêm
contribuir para a operacionalização da educação sexual em meio escolar.
No Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais, reforça-se
a importância da Educação Sexual quando se diz: que faz parte integrante do currículo a
abordagem de temas transversais às diversas áreas disciplinares, nomeadamente no
âmbito da educação para os direitos humanos, da educação ambiental e da educação
para a saúde e o bem-estar, em particular, (...) a educação sexual e a educação para a
prevenção de risco pessoal (Ministério da Educação, 2001, p.10-11).

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Projecto de Educação Sexual

Concretamente em relação ao 1º ciclo, os conteúdos da Educação Sexual estão


expressos no Programa Curricular nas áreas de Língua Portuguesa e Estudo do Meio
assim como a orientação de que estes devem ser articulados com as Expressões e
Educação Dramática, Plástica, Musical e Físico-Motora. Tenta-se, assim, que os
temas relacionados com a Educação Sexual sejam tratados de forma interdisciplinar,
fazendo uma abordagem global e natural inserida em outras aprendizagens e
contextos.
Atendendo à idade das crianças do que frequentam o Pré-Escolar e o 1º ciclo e
a todas as suas características, necessidades e interesses, o grande objectivo geral da
Educação Sexual no nestes níveis do Ensino Básico que vem referido no documento
“Educação Sexual em Meio Escolar – Linhas Orientadoras” deverá ser: contribuir
para que as crianças construam o «eu em relação», através de um melhor
conhecimento do seu corpo, da compreensão da sua origem, da valorização dos
afectos e da reflexão crítica acerca dos papéis sociais de ambos os sexos (Ministério
da Educação - Comissão de Coordenação da Promoção e Educação para a Saúde,
Ministério da Saúde – Direcção-Geral da Saúde, Associação para o Planeamento da
Família, 2000, p.66).
Neste objectivo, não são distinguidas áreas temáticas privilegiadas para cada
um dos níveis de ensino, pois, pressupõe-se que todos os temas podem ser
trabalhados e devem repetir-se, adequando-os às várias idades e interesses das
crianças.
As áreas temáticas fundamentais em Educação Sexual são as seguintes:
a) O conhecimento e valorização do corpo;
b) A identidade sexual;
c) As relações interpessoais;
d) A reprodução humana.
As quatro áreas temáticas, atrás referidas, operacionalizam-se num conjunto
de objectivos para o 1º CEB, e procuram cobrir as esferas do
conhecimento/informação, do desenvolvimento de valores e atitudes positivos face à
sexualidade e de competências promotoras da responsabilidade e do bem estar. A
Educação Sexual não se pode limitar a aspectos meramente informativos. Ela exige
um debate de ideias sobre valores pessoais e deve facultar aos seus destinatários os

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Projecto de Educação Sexual

dados necessários para que construam o seu próprio quadro de referências, definidor
das suas opções individuais.
Com base nas finalidades da Educação Sexual definiram-se os seguintes
objectivos:
Aumentar e consolidar os seus conhecimentos acerca:
a) Das diferentes componentes anatómicas do corpo humano, da
sua originalidade em cada sexo e da sua evolução com a idade;
b) Dos fenómenos de discriminação social baseada nos papéis de
género;
c) Dos mecanismos básicos da reprodução humana,
compreendendo os elementos essenciais acerca da concepção, da gravidez
e do parto;
d) Dos cuidados necessários ao recém-nascido e à criança;
e) Do significado afectivo e social da família, das diferentes
relações de parentesco e da existência de vários modelos familiares;
f) Da adequação dos diferentes contactos físicos nos diversos
contextos de sociabilidade;
g) Dos abusos sexuais e outros tipos de agressão.

Desenvolver atitudes:
a) De aceitação das diferentes partes do corpo e da imagem
corporal;
b) De aceitação positiva da sua identidade sexual e da dos outros;
c) De reflexão face aos papéis de género;
d) De reconhecimento da importância das relações afectivas na
família;
e) De valorização das relações de cooperação e de interajuda;
f) De aceitação do direito de cada pessoa a decidir sobre o seu
próprio corpo.

Treinar e adquirir competências para:


a) Expressar opiniões e sentimentos pessoais;
b) Comunicar acerca de temas relacionados com a sexualidade;

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Projecto de Educação Sexual

c) Cuidar de modo autónomo, da higiene do seu corpo;


d) Actuar de modo assertivo nas diversas interacções sociais (com
os familiares, amigos, colegas e desconhecidos);
e) Adequar os contactos físicos aos diferentes contextos de
sociabilidade;
f) Identificar e adoptar respostas assertivas em situações de
injustiça, abuso e perigo e saber procurar apoio, quando necessário
(Ministério da Educação - Comissão de Coordenação da Promoção e
Educação para a Saúde, Ministério da Saúde – Direcção-Geral da Saúde,
Associação para o Planeamento da Família, 2000, p.67 a 69).

Os objectivos sugeridos para a Educação Sexual no Pré-Escolar são:

a) Compreende as principais componentes do corpo humano e da sua


originalidade em cada sexo (masculino/feminino)
b) Identificar os papéis sexuais e as necessárias excepções;
c) Compreender os mecanismos básicos da reprodução humana,
compreendendo os elementos essenciais acerca da concepção, da gravidez e do
parto, maternidade e paternidade; -os cuidados necessários ao recém-nascido;
d) Identificar as diferentes relações de parentesco e de tipo de família;
e) Adequar as várias formas de contacto físico nos diferentes contextos
de sociabilidade;
f) Adquirir informação sobre sexualidade humana;
g) Capacitar para a comunicação interpessoal sobre a sexualidade;
h)Desenvolver nas crianças atitudes positivas e com o tempo
comportamentos responsáveis
i) Ajudar as crianças a crescer com normalidade, a conhecer-se e à
aceitar-se a si mesmo enquanto homens e mulheres, e a aprender a relacionar-se
uns com os outros de forma respeitosa;
j) Potenciar o desenvolvimento da responsabilidade e correcta tomada de
decisões, por meio de um processo educativo que permita às crianças dispor da
formação e informação necessárias, sempre ajustadas à sua idade e necessidades.

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Projecto de Educação Sexual

Para que todos estes objectivos e conteúdos sejam postos em prática é


necessário criar metodologias e estratégias em Educação Sexual. É importante que a
prática pedagógica apele à participação, iniciativa e desenvolvimento da consciência
individual dos alunos, usando metodologias activas favorecedoras do processo de
ensino/ aprendizagem.:
a) Promovem a participação de todas as crianças, mesmo das que
possam oferecer maior resistência a exporem-se;
b) Aproveitam e potenciam os conhecimentos, experiências e
sentimentos dos participantes;
c) Aumentam a motivação e o bem-estar no grupo;
d) Facilitam a tomada de decisão e a resolução de problemas;
e) Facilitam a comunicação em temas difíceis, íntimos e polémicos.

Os alunos devem ser os protagonistas activos no processo de ensino/


aprendizagem. Este protagonismo pressupõe uma actividade motora (manipulação, de
movimento), uma actividade participativa (decisão, organização, implicação,
valorização) e uma actividade operatória (processamento da informação,
interiorização, simulação e comparação).
A criança poderá mostrar um sentimento de pudor ou embaraço que
desaparecerá se o professor agir com naturalidade e tolerância ao tratar os assuntos da
sexualidade de modo natural e espontâneo. O clima da sala de aula deverá ser de
confiança e as crianças deverão ser motivadas e encorajadas a desenvolverem as suas
potencialidades, a dialogarem e exporem as suas dúvidas e a participarem na
construção do saber. É importante que o professor responda a todas as perguntas, de
forma natural, neutra e verdadeira adequando-as à faixa etária dos alunos, abstendo-se
de emitir juízos de valor para que os alunos possam criar os seus próprios valores
pessoais.
É importante que se tome como ponto de partida aquilo que é próximo à
criança, as suas vivências, experiências, interesses, curiosidades e conhecimentos. As
aprendizagens significativas devem desenvolver-se a partir do conhecimento
contextual pois promovem a motivação e interesse dos alunos.

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Projecto de Educação Sexual

Como nestas idades se verifica uma maior dificuldade em manter a atenção,


será importante gerir moderadamente o recurso a aprendizagens expositivas, que
apelem ao uso da memória. Estas, quando utilizadas, devem fazer-se através do
recurso a situações lúdicas, canções, lengalengas, histórias, etc. O grande enfoque
deverá ser dado a aprendizagens que fomentem a experimentação, em que o grau de
complexidade/profundidade deverá ser adaptado à idade, interesses e necessidades
das crianças, procurando desenvolver a tomada de consciência, a reflexão e o espírito
crítico.
Deverá pôr-se à disposição das crianças livros, folhetos, fotografias, imagens
e revistas pois permitem a exploração e o diálogo que deverá ser orientado pelo
professor, tendo em conta os conteúdos que pretende trabalhar.
Todas as metodologias referidas operacionalizam-se num vasto conjunto de
técnicas, partindo dos conhecimentos individuais e do grupo e das suas experiências
para a aquisição de novos conhecimentos e para a discussão e problematização, que
conduzam à descoberta de respostas e soluções para as necessidades que sejam
detectadas. As técnicas mais utilizadas têm como objectivos:
a) Identificar/avaliar as necessidades e interesses;
b) Descontrair ou desinibir;
c) Clarificar valores e atitudes.
A avaliação deve ser feita transversalmente a todo o processo, isto é, com um
carácter contínuo. Começando por se fazer um diagnóstico da situação e acompanhar
o desenvolvimento da acção até ao momento de avaliação final, onde se deverá
procurar avaliar o sucesso do programa, permitindo programar as acções seguintes.

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Projecto de Educação Sexual

Objectivos Actividades

- Identificar e nomear as - Exploração de histórias alusivas à temática a


diferenças entre a menina e partir da enciclopédia: “O Sexo contado aos
o menino; Pequenos”;

Sala dos - Nomear correctamente os - Explorar imagens da menina e do menino;


nomes do órgão sexual
3 Anos feminino e masculino; - Representação gráfica da figura humana
feminina/masculina;
- Conhecer as suas funções
básicas. - Elaborar um registo/gráfico com os
diferentes comportamentos das meninas e dos
meninos do grupo.

- Aceitar e valorizar a - Exploração das características físicas do


diversidade de corpo humano em geral e representá-las de
características físicas acordo com as específicas dos grupo;
existentes no seio do grupo;
Sala dos - Elaborar um álbum de registo sobre o
- Adquirir a noção de desenvolvimento do corpo, através da
4 Anos crescimento e maturidade medição da altura, do peso e das impressões
física do corpo humano; das mãos e dos pés.

- Distinguir e nomear as - Registo das questões pertinentes das


diferentes sensações que o crianças sobre o seu próprio corpo;
corpo humano sensibiliza.
- Audição de histórias e representação gráfica
das mesmas alusivas à temática;

- Reconhecer que as - Apresentação às crianças de histórias ou


diferentes peças de teatro relacionadas com a temática;
profissões/actividades não
são direccionadas - Elaboração de silhuetas da figura humana e
unicamente para homens ou completá-los de acordo com as diferentes
mulheres; características;
Sala dos 5 anos
- Diálogo com as crianças sobre as profissões
e despertar nelas o facto de que cada um deve
ter a profissão que gosta.

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Projecto de Educação Sexual

- Audição de histórias e reconto das


- Identificar diferenças mesmas.
físicas entre todos.
- Visionamento de um filme e exploração
- Reconhecer a oral do mesmo.
1º Ano existências dos dois
sexos e quantificá-los - Colocar os alunos em fila e identificar
dentro da sala de aula. os mais altos e os mais baixos. Em
seguida, contabilizar o número de
meninos e o número de meninas através
de diferenças e semelhanças individuais.
-Reconhecer a Registar a actividade numa grelha, em
importância de respeitar suporte de papel.
as diferenças.
- Depois de identificar as três partes
- Assimilar as três partes principais do corpo humano, os alunos
principais do corpo deverão recortá-las e colá-las numa folha
humano. de papel. Em seguida, através de diversas
imagens, as crianças deverão atribuir
peças de vestuário à imagem, recortando
e colando, de acordo com o seu sexo.

- Audição de uma história e exploração da


- Distinguir o seu sexo. mesma de forma oral. Em seguida os
alunos irão desenhar a sua imagem em
papel cenário e colagem na parede, com
identificação.

- Exploração escrita das principais


características em cada desenho.

- Construção de um cartão informativo


- Relacionar a
sexualidade com as (nome, altura, cor dos olhos, cabelo,
sensações (órgãos dos preferências...) sobre cada aluno.
sentidos).
- Identificação e registo, em gráficos, dos
jogos, brinquedos e brincadeiras
preferidas das meninas e dos meninos.

- Identificação e registo dos objectos


utilizados somente pela mãe e pelo pai e
-Identificar aspectos do os objectos comuns.
próprio crescimento

19
Projecto de Educação Sexual

(datas, factos, - Identificação das profissões preferidas


modificações do corpo). pelas meninas e meninos da turma, dos
pais e mães dos alunos.

- Jogo “Descobre quem é”: as meninas


desenham, em cartões, imagens alusivas
ao sexo feminino, os meninos desenham
2º Ano imagens alusivas aos meninos. Em
- Educação para a saúde seguida misturam-se todos os cartões.
e para a sexualidade. Posteriormente cada aluno tira um cartão
e deverá mimar a imagem e os outros
terão de adivinhar se é um menino ou
uma menina.

- Jogo do ABC das profissões. Divide-se a


turma em quatro grupos. Dois dos grupos
enumeram, numa lista, profissões
tradicionalmente femininas, e um ABC de
nomes masculinos, em folhas de papel
-Reconhecer que as separadas. Os outros dois grupos fazem uma
profissões não são lista com profissões tradicionalmente
apanágio de nenhum dos masculinas e ABC de nomes femininos, em
sexos. folhas separadas. Em seguida os grupos irão
trocar entre si apenas as listas dos nomes, de
modo a que os grupos com as profissões
masculinas tenham nomes femininos, e vice-
versa.

- Comunicar acerca do - Pedir às crianças para se descreverem


tema da sexualidade. física e psicologicamente.
3º Ano
- Posteriormente solicitar que escrevam
um texto.
- Diferenciar os papéis de
género. - Pintar fichas com o corpo nu de um
rapaz e de uma rapariga e de um homem e
de uma mulher, anotando as diferenças.

- Conhecer as diferenças - Estudar a função reprodutora,


anatómicas entre cada completando as figuras com imagens do
sexo. aparelho reprodutor.

- Diferenciar os papéis de - Pintar fichas com o corpo nu de um


género. rapaz e de uma rapariga e de um homem e
4º Ano

20
Projecto de Educação Sexual

- Reconhecer que as de uma mulher, anotando as diferenças.


profissões não são
apanágio de nenhum dos - Jogo do ABC das profissões.
sexos.

Objectivos Actividades

Sala dos - Aceitar e respeitar as - Diálogos sobre a temática e registo dos


diferenças físicas dos mesmos;
3 Anos outros e do próprio corpo;
- Jogos de expressão corporal;
- Sensibilizar para o prazer
dos sentidos. - Jogos sensoriais;

- Ilustração de imagens alusivas.

- Proporcionar momentos - Expressão Dramática e Corporal;


de expressão livre através
Sala dos do próprio corpo;

4 Anos - Sensibilizar para o prazer - Jogos sensoriais.


dos sentidos.

Sala dos - Reconhecer os diferentes - Exploração de histórias, cujas personagens


sentimentos. apresentem diferentes sentimentos e valores.
5 Anos

- Identificar sentimentos
“bons e maus”e exprimi-los - Através da audição de uma história iniciar a
oralmente. exploração de sentimentos e levar os alunos a
descrever acontecimentos passados, pessoais.

21
Projecto de Educação Sexual

1º Ano - Relacionar vivências com Posteriormente relacionar os acontecimentos


sensações. com o que podemos sentir através do corpo:
fome, sede, vontade de urinar, prazer, etc.
- Expressar-se com
autonomia e clareza sobre - Com a colaboração das pessoas que estão,
sensações/sentimentos. sentimentalmente mais próximas dos alunos,
pais, irmãos mais velhos, avós, entre outros,
- Desenvolver a capacidade explorar a vida sentimental, contando
de ouvir e reter a situações que envolveram sentimentos como
informação até ao final das desilusões, tristezas e alegrias e como é que
histórias. ultrapassaram essas situações ou, como é que
deveriam ter feito (desde criança até aos dias
- Reconhecer que todos de hoje).
passamos e passámos por
diversas vivências afectivas
e que é normal que assim
aconteça.

- Levar as crianças a fazer - Coloca-se na sala de aula uma caixa de


perguntas de uma forma perguntas durante algumas semanas com o
não impositiva. objectivo que os alunos coloquem nela
algumas perguntas e ideias para as suas aulas
de educação sexual. As questões serão
tratadas em qualquer momento apropriado
2º, 3º e 4º Anos
consagrado na planificação

- Audição de uma história sobre meninos sem


família. Cada criança escolhe um amigo da
história e inventa uma história entre ambos.
No final da actividade cada aluno expõe a sua
- Reconhecer a importância
história e serão exploradas as diversas
da preservação dos valores,
atitudes de respeito, ajuda, situações/histórias. Posteriormente as
amizade e cooperação entre crianças irão ilustrar uma situação da sua
2º Ano todos. história e construirão um painel.

- Valorização do dia do pai, da mãe e da


criança, através de actividades desenvolvidas
nas diferentes épocas festivas.
- Pesquisa, recorte e colagem de diferentes
rostos de etnias diferentes para afixar na
escola.
- Dramatizações e caracterização sobre a vida
de diferentes povos.

22
Projecto de Educação Sexual

- Com o apoio da professora os alunos irão


construir um diário (Diário dos meus
- Identificar e partilhar sentimentos) onde cada criança registará
diferentes sentimentos. todos os dias situações/coisas que os façam
3º Ano sentir bem ou mal. No fim de cada semana, os
alunos que quiserem irão partilhar com todos,
passagens do seu diário.
- Interiorizar que os
sentimentos podem ser - A professora introduzirá a discussão acerca
expressos de diferentes de como a música pode expressar sentimentos
formas. e apresenta vários exemplos: as canções de
embalar são calmas, as flautas podem soar
triste… Em seguida, será facultado a todas as
crianças materiais de desenho e com o
acompanhamento de música deverão passar
para o papel o que sentem. Posteriormente a
turma construirá um painel e explorá-lo-ão.

- Aceitar de forma
positiva e - Pedir às crianças que se vejam ao espelho,
confortável o corpo de corpo inteiro. Cada uma delas e vai
sexuado e a responder a algumas questões sobre a mesma.
afectividade. Por ex.:
4º Ano
- Reconhecer a importância -O que vês?
das relações afectivas com -Gostas do que vês?
os outros. -Nessa altura estavas feliz / triste /
preocupada, entre outras.
-Por que será que estavas assim?
- Aceitar as suas
características físicas e
psicológicas, que conduzam - Observação e descrição de gravuras.
a uma auto-estima positiva
- Desenvolver competências no sentido de ser
capaz de expressar oralmente e por escrito o
seu sentir em relação a uma imagem.

- Promover o debate em pequeno grupo.

23
Projecto de Educação Sexual

Objectivos Actividades

Sala dos - Reconhecer as - Divulgação de imagens das várias fases de


transformações envolvimento do ser humano e discuti-las em
5 Anos físicas/psicológicas pelas grande grupo. Registo do diálogo.
quais o ser humano passa
ao longo da vida. - Apresentação de revistas/livros ilustrados
com vários povos e raças, transmitindo-lhes a
ideia de que todos devem ser respeitados
apesar de serem fisicamente diferentes.

- Identificar as alterações - Com base num desenho em tamanho natural


de um corpo de uma criança os alunos
físicas e psicológicas ao
deverão comparar o seu corpo e também os
longo do seu dos colegas.
1º Ano
desenvolvimento.
- A partir de uma sequência de imagens de
um(a) menino(a) em diversas fases do seu
- Reconhecer-se em
desenvolvimento até à fase adulta, explorar as
diferentes fases do seu muitas diferenças pelas quais o corpo vai
desenvolvimento. passando.

- Através de um álbum individual do aluno e


de uma exploração das diferentes situações,
perceber o que pensavam em determinada
altura e como pensam agora, identificando as
alterações psicológicas que sofreram.

- Elaboração de um álbum de família (da


turma) com fotografias desde bebés até à data
e exploração da evolução alcançada
- Desenvolver a noção de (crescimento do corpo, tamanho das roupas,
esquema corporal. entre outros).
2º Ano
- Debate sobre o crescimento humano.
- Reconhecer as diferenças - Pesquisa, recorte e colagem de figuras
entre sexos. Humanas em diversas etapas do crescimento
e elaborar um painel.
- Elaboração de gráficos com alturas, peso,
cor dos olhos e cabelo.
- Modelagem de crianças no feminino e
masculino.

24
Projecto de Educação Sexual

- Apresentação de um filme, por parte da


enfermeira da Instituição alusivo às
diferenças entre um corpo feminino e um
masculino. Exploração do mesmo. Realização
3º Ano - Reconhecer as diferenças de uma ficha consolidativa.
físicas entre um menino e
uma menina. - Desenho de dois alunos da sala em papel de
cenário, um do sexo feminino, outro do sexo
masculino e preenchimento das principais
partes do corpo.

- Entender que existe uma - Pesquisar em revistas e jornais imagens de


evolução anatómica e figuras humanas, recortá-las e colá-las numa
4º Ano psicológica ao longo do cartolina, duma forma sequencial, seguindo o
crescimento. critério do mais novo até ao mais velho.

- Conduzir um diálogo no sentido de as


crianças serem capazes de se descrever física
e psicologicamente. Posteriormente pedir às
crianças imaginarem que tem que se
apresentar por carta a alguém que não a
conhece tendo em conta os seguintes
aspectos: “Como é que sou?”; “O que mais
gosto de fazer?” ; “O que gosto menos de
fazer?”; “Quais são os meus sonhos sobre o
que eu gostava de ser?”.

25
Projecto de Educação Sexual

Objectivos Actividades

- Promover uma atitude - Exploração de diálogos e de histórias


promotora da higiene alusivas à temática utilizando o suporte de
Sala dos corporal na prevenção de imagens;
doenças consequentes.
3, 4 e 5 Anos - Sensibilização sobre a importância da
higiene corporal apresentada pela Enfermeira
da Instituição.

- Através da apresentação de imagens que


destaquem regras de higiene, horas de sono,
tempo de descanso, horas de televisão e
1º Ano
necessidade de praticar exercício físico, levar
os alunos à realização de um debate colectivo
focalizado nestes temas. Posteriormente
divide-se a turma em grupos e cada grupo vai
dramatizar uma das situações apresentadas
nas gravuras e os restantes irão identificá-las.
Como forma de consolidação os alunos
realizarão uma ficha consolidativa em suporte
de papel.

-Criação da “equipa da higiene” promovendo


e explorando ou sensibilizando para fazer em
casa acções como:

• -Lavar as mãos antes e depois das


refeições/antes de ir para a sala;

• -Lavar as mãos após ir à casa de


banho;

• -Trocar diariamente de roupa interior;

• -Lavar regularmente os cabelos (ter


em conta a infestação de piolhos);

26
Projecto de Educação Sexual

• -Lavar o corpo diariamente (duche,


banho, bidet, alguidar);

• -Cortar as unhas com frequência (pés


e mãos).

- Reconhecer e aplicar - Campanha de sensibilização por parte da


normas de higiene do corpo enfermeira da Instituição sobre normas de
higiene pessoal.
- Reconhecer a importância
de tomar banho todos os
dias da semana (tendo em - Lavar as mãos antes das refeições e depois
conta a infestação dos da aula de expressão físico-motora.
piolhos)
2º Ano - Lavar as mãos e despejar o autoclismo
- Identificar e aplicar depois de ir à casa de banho.
hábitos de higiene diária
(corporal e vestuário) - Reconhecer a importância de tomar banho
todos os dias da semana (tendo em conta a
- Identificar e aplicar
infestação dos piolhos).
hábitos de higiene diária
(corporal e vestuário)
- Audição de histórias.

- Dramatizações.

- Ordenação e ilustração de imagens com as


normas de higiene a serem afixadas.

- Lavar os dentes depois do almoço.

- Reconhecer a necessidade - Praticar na escola algumas regras básicas de


da higiene pessoal. higiene corporal: lavar os dentes, lavar as
3º Ano mãos antes das refeições, tomar banho após
- Ser capaz de cuidar as aulas de natação, etc.
de modo autónomo,
da higiene do seu - Elaboração de textos sobre os cuidados a ter
corpo. com o corpo;

- Legendar imagens alusivas à higiene


corporal;

- Listar os cuidados a ter com o corpo


diariamente.

27
Projecto de Educação Sexual

- Reconhecer a importância - Listar os cuidados a ter com o corpo desde a


da higiene pessoal como manhã até ao fim do dia.
4º Ano forma de promoção de uma
vida saudável. - Relacionar problemas de saúde resultantes
da falta de cuidados de higiene corporal.
- Tornar as crianças mais
conscientes e responsáveis - Praticar na escola algumas regras básicas de
por cuidar da sua higiene higiene corporal: lavar os dentes, lavar as
pessoal de uma forma mãos antes das refeições, tomar banho após
autónoma. as aulas de natação, etc.

28
Projecto de Educação Sexual

Objectivos Actividades

Sala dos - Reconhecer-se como - Incentivar as crianças para observarem as


membro integrante de uma semelhanças que têm com os seus pais,
4 e 5 Anos família. irmãos e avós. Dialogar e registar sobre o que
descobriram.

- Reconhecer a existência - Com base em imagens e filmes a turma


de dois progenitores para irá identificar a gravidez, o nascimento, o
dar origem a um animal e parto e a preparação da família para
ao Homem. quando o bebé nascer: galinha, cadela,
1º Ano gata, entre outros. Continuando a cultivar
- Identificar que é através
o tema o diálogo deverá contemplar a
da mãe que se realiza o seu
nascimento.
noção de:
• - Saber o que é uma família
- Consolidar a noção de humana (e de outras espécies);
família. - Reconhecer-se como elemento de uma
família;
• - Distinguir vários tipos de família
(nuclear, alargada,
monoparental);
• - Relacionar-se com os outros:
amizade, respeito, verdade, a ex
pressão de sentimentos e os
contactos apropriados ou
impróprios;
• -Distinguir entre desconhecidos,
conhecidos, companheiros e
amigos.

29
Projecto de Educação Sexual

- Com base no visionamento de um filme


- Reconhecer a existência
a turma irá identificar acontecimentos da
de dois progenitores para
dar origem a um animal e vida como:
ao Homem.
• a gravidez,
- Identificar que é através • o nascimento,
da mãe que se realiza o seu
• o parto
2º Ano nascimento.
Ilustração de um painel.
- Consolidar a noção de - Diálogo com os alunos sobre a
família.
preparação da família para quando o bebé
- Conhecer diferentes tipos nascer: galinha, cadela, gata, entre outros.
de família.
Continuando a cultivar o tema o diálogo
- Conhecer e perceber deverá contemplar a noção de:
outras formas de afinidade
• Saber o que é uma família
familiar.
humana (e de outras espécies);
- Saber de forma simples o Reconhecer-se como elemento de uma
que significa a amizade.
família;
- Desenvolver capacidades • Distinguir vários tipos de família
de relacionamento a nível (nuclear, alargada,
familiar e social, com
monoparental);
gradual autonomia e
• Relacionar-se com os outros:
participação.
amizade, respeito, verdade, a
expressão de sentimentos e os
contactos apropriados ou
impróprios;
• Distinguir entre desconhecidos,
conhecidos, companheiros e
amigos.

- Compreender os
mecanismos básicos
reprodução humana.
da -Elaboração de perguntas que desejam
fazer às suas famílias sobre a sua origem.
- Compreender os
elementos essenciais acerca • -Seleccionar e ordenar as
perguntas surgidas a partir do

30
Projecto de Educação Sexual

da concepção, da gravidez e diálogo proposto anteriormente.


do parto. • - Aplicação do questionário aos
3º Ano pais.
- Tomar consciência do • - Registo e organização dos
significado afectivo e social
dados obtidos.
da família.
• - Produção de textos
- Estabelecer diferentes
relações de parentesco. - Estudo da função reprodutora

- Conceber a existência de
vários modelos familiares.

- Conhecer os órgãos - Legendar os constituintes dos órgãos


reprodutores masculino e reprodutores de ambos os sexos.
femininos, o seu
funcionamento e as células - Reconhecer as células reprodutoras e a sua
4º Ano reprodutoras de ambos os função.
sexos.
- Visionamento de um filme acerca do tema.
- Compreender os
elementos essenciais acerca - Acção educativa acerca do tema promovida
da concepção, da gravidez e pela enfermeira da Instituição.
do parto.

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