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Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica


Instituto Federal Catarinense
Campus Blumenau
Curso de Licenciatura em Pedagogia

Disciplina: Fundamentos e Metodologia em Ciências Naturais


Docentes: Cintia B. Passos, Helvio S. Andrade de Sousa e Keli Castro Carneiro
Discentes: Daniela Steinheuzer e Roger da Silva
Turma: 2020.1 - 6ª Fase

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS VOLTADAS À EDUCAÇÃO PARA A


SEXUALIDADE NO CONTEXTO DOS ANOS INICIAIS

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), no tema transversal


“Orientação Sexual”, apresentam discussões para inclusão da sexualidade nos
currículos de educação, que desde 1970 vem se intensificando à medida que
propõe-se repensar o papel da escola e os conteúdos abordados por ela. Neste
espaço, compreendendo que cada ser tem suas próprias características, emoções,
valores, relacionamentos e que cada ser é único, que, por meio da análise do
documento norteador para as escolas, a BNCC na área de Ciências da Natureza
nos anos iniciais, tem-se o objetivo de refletir sobre a existência de práticas
pedagógicas voltadas para a sexualidade.
Na unidade temática, Vida e evolução, encontramos aspectos que
possibilitam o trabalho com Educação Sexual, onde alavanca o trabalho com seres
vivos, inclusive nós, seres humanos, enfatizando as questões de relação que esses
têm entre si.
Apesar da BNCC ocultar significativamente a diversidade presente em todo
território nacional, direcionando para um desvio dos profissionais de educação em
abordar assuntos ainda encarados como Tabu no país. Percebemos trechos que
abrem possibilidades para tratar questões necessárias e fiéis ao conhecimento
científico pertinentes à realidade do Brasil. Analisando o documento,
compreendemos, pelo seguinte trecho, nos destaques por nós feitos:

Nos anos iniciais, pretende-se que, em continuidade às


abordagens na Educação Infantil, as crianças ampliem os seus
conhecimentos e apreço pelo seu corpo, identifiquem os
cuidados necessários para a manutenção da saúde e integridade
do organismo e desenvolvam atitudes de respeito e acolhimento
pelas diferenças individuais, tanto no que diz respeito à diversidade
étnico-cultural quanto em relação à inclusão de alunos da educação
especial (BNCC, 2019, p. 327).

Entendemos que tratar a sexualidade, é tratar do conhecimento e exploração


de seu próprio corpo, o seu autoconhecimento. É saber o que seu corpo precisa e
como funciona, é procurar o que oferece prazer e o que é desconfortável, e,
consequentemente, saber o que de diferente está ocorrendo, sabendo a
necessidade de procurar atendimento especializado e conversar a respeito de
incômodos, com pessoas de confiança. Portanto, ainda percebemos que nos
espaços de educação formal, carecem discussões a respeito dos cuidados íntimos
dos corpos dos meninos e, principalmente, das meninas. Censura sobre falas de
características fisiológicas de suas vaginas e pênis, assim como dos cuidados
necessários, que deveriam ser rotineiros para a manutenção de sua saúde mental e
física.
Ainda, de acordo com o documento,
Pretende-se que os estudantes, ao terminarem o Ensino
Fundamental, estejam aptos a compreender a organização e o
funcionamento de seu corpo, assim como a interpretar as
modificações físicas e emocionais que acompanham a adolescência
e a reconhecer o impacto que elas podem ter na autoestima e na
segurança de seu próprio corpo. É também fundamental que
tenham condições de assumir o protagonismo na escolha de
posicionamentos que representem autocuidado com seu corpo e
respeito com o corpo do outro, na perspectiva do cuidado
integral à saúde física, mental, sexual e reprodutiva. Além disso,
os estudantes devem ser capazes de compreender o papel do
Estado e das políticas públicas (campanhas de vacinação,
programas de atendimento à saúde da família e da comunidade,
investimento em pesquisa, campanhas de esclarecimento sobre
doenças e vetores, entre outros) no desenvolvimento de
condições propícias à saúde. (BNCC, 2019, p. 327).

Seguindo o que estabelece o documento, prosseguindo com as ideias


apontadas no parágrafo anterior, possibilita consequentemente a discussão a
respeito do papel do SUS como política pública na saúde, nos que diz respeito à
Educação Sexual: não somente a prevenção de IST’s, ou gravidez precoce. Mas
também, para os cuidados necessários de seu próprio corpo, e a compreensão do
mesmo em toda sua complexidade.
Em vista disso, analisando os quadros da BNCC do Ensino Fundamental -
Anos Iniciais, em seus objetivos, verifica-se uma tentativa única de inclusão
relacionado ao conhecimento do corpo humano e funções, no 1º Ano - Unidade
temática “Vida e evolução” - no objeto do conhecimento “Corpo humano”, o seguinte
objetivo: “(EF01CI02) Localizar, nomear e representar graficamente (por meio de
desenhos) partes do corpo humano e explicar suas funções.”(BNCC, 2019, p. 333).
Inicia-se uma construção, porém, nos anos seguintes, se conhecem os outros seres
vivos e neles permanecem, não dando continuidade e aprofundamento.
Degenerando discussões valiosas para além de aspectos físicos e somente para fins
de reprodução, mas toda a bagagem que a Educação Sexual tem a oferecer nesta
etapa escolar.
Desse modo, discussões sobre educação sexual favorecem os passos de
vida de crianças e adolescentes, inclusive por prevenir/identificar o abuso,
exploração sexual, conhecer seu próprio corpo e sentimentos. E entendendo a
complexidade da temática e paradigmas sociais ainda existentes, este ser
criança/adolescente não está somente na escola para receber este tipo de
informação, se fazendo necessário compreender que a educação sexual é de
responsabilidade coletiva.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília,


2018.

Parâmetros curriculares nacionais : terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas


transversais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1998.

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