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Sexualidade e o Aluno Especial : Um projeto de Inclusão

Ao se tratar da sexualidade, busca-se tratar do ser homem e do ser


mulher, da expressão do feminino e do masculino e não somente do ato sexual
propriamente dito.

A sexualidade é um direito de todo ser humano. Segundo a Organização


Mundial de Saúde, “A sexualidade é um aspecto central do bem estar humano,
do começo ao fim da vida, envolvendo sexo, identidade de gênero, orientação
sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução.”

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, trazem a Orientação Sexual


como um tema transversal a ser trabalho de forma interdisplinar e em todas as
séries, adequando-se os conteúdos.
“Ao tratar do tema Orientação Sexual, busca-se considerar a sexualidade como algo
inerente à vida e à saúde, que se expressa no ser humano, do nascimento até a morte.
Relaciona-se com o direito ao prazer e ao exercício da sexualidade com responsabilidade.
Engloba as relações de gênero, o respeito a si mesmo e ao outro e à diversidade de crenças,
valores e expressões culturais existentes numa sociedade democrática e pluralista. Inclui a
importância da prevenção das doenças sexualmente transmissíveis/Aids e da gravidez
indesejada na adolescência, entre outras questões polêmicas. Pretende contribuir para a
superação de tabus e preconceitos ainda arraigados no contexto sociocultural brasileiro.
PCN– Orientação Sexual “

O assunto, apesar de polêmico, tornou-se necessário por causa dos


números alarmantes da AIDS no Brasil. Entre 1980 e 2007, registraram-se
474.273 casos no Brasil. Até 2001, em todo mundo, mais de 22 milhões de
pessoas foram infectadas com o vírus. Outro fator que torna necessária a
abordagem do tema nas escolas é a gravidez indesejada na adolescência.

Os deficientes sensoriais, físicos e intelectuais fazem parte destas


estatísticas. Mas são excluídos de projetos e são conceituados pela grande
maioria como seres infantilizados sexualmente ou assexuados.

A verdade é que, biologicamente , os deficientes são iguais ao ditos


normais. Seu corpo amadurece sexualmente, passando por todas as fases
biológicas comuns em todos os seres humanos.
Deficientes sensoriais e físicos precisam apenas vencer a barreira do
preconceito, mas os deficientes intelectuais precisam de educação. Os projetos
de inclusão visam oferecer-lhes a oportunidade de aprender a lidar com seu
próprio corpo, respeitar ambientes familiares, escolares, etc.

Os projetos que desenvolvem o tema sexualidade precisam de


atividades dinâmicas, oficinas e muita discussão de experiências e casos. O
docente estará habilitado para este trabalho quando se dispuser a rever
conceitos, ler, se aprofundar nos temas e aprender a ouvir os adolescentes.

Alguns aspectos são muito importantes e segundo o próprio PCN , não


podem ser deixados de lado. São eles:

a) Precisa ter um caráter transversalizado e interdisciplinar

b) Ser um espaço privilegiado para interlocução entre os sujeitos

c) Estar inserido no PPP

d) Introduzir discussões desde as séries iniciais

e) Ter a contribuição da comunidade escolar

f) Promover ações que permitam a formação continuada de professores e


educadores.

Além destes, outro aspecto a ser observado são os objetivos propostos


pelo PCN:

a) Respeitar a diversidade de valores, crenças e comportamentos

b) Compreender a busca do prazer como um direito

c) Conhecer seu corpo, valorizar e cuidar da saúde

d) Identificar e repensar tabus e preconceitos

e) Reconhecer o consentimento mútuo numa relação à dois

f) Proteger-se de relacionamentos coercitivos e exploradores

g) Conhecer a adotar práticas de sexo seguro


O desenvolvimento de projetos em escolas facilita a aprendizagem
tornando-a interativa e dinâmica, abrindo um leque de opção além do ensino
tradicional.

Profª Andrea Oliveira da Fraga Goulart – Bióloga. Palestrante da área de


saúde e comportamento em Juiz de Fora/MG e Rio de Janeiro/RJ. Realiza
capacitação de professores na área de sexualidade e sobre a Saúde do
Professor. Pós-graduanda em Biotecnologia pela UFLA/MG e Mídias na
Educação pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Docente de
Ensino Médio na rede Pública e Privada

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