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Psicologia escolar e psicologia da educação

Prof. Alberto Abad

Descrição

Você vai entender a psicologia da educação, sua história, seu lugar na


ciência psicológica e suas interfaces com a psicologia escolar, as
principais teorias do desenvolvimento e da psicologia do ensino e
aprendizagem e a função social da escola e queixa escolar.

Propósito

O conhecimento sobre a psicologia da educação e psicologia escolar é


fundamental para que o profissional da educação reflita sobre a
contribuição das teorias do desenvolvimento e da aprendizagem e seja
competente para aplicar na sala de aula essas teorias e outros aspectos
educacionais no intuito de tornar a aprendizagem mais significativa para
os estudantes.

Objetivos

Módulo 1

Conceitos básicos em psicologia da


educação
Reconhecer o lugar da psicologia da educação na ciência psicológica
e suas interfaces com outras subáreas da psicologia.

Módulo 2

Principais escolas de psicologia:


representantes e contribuições para a
psicologia da educação

Identificar, por meio da história, as principais escolas de psicologia,


seus representantes e contribuições fundamentais para a psicologia
da educação.

Módulo 3

Psicologia do desenvolvimento e processo de


ensino–aprendizagem
Identificar as principais teorias do desenvolvimento e da
aprendizagem.

Módulo 4

A queixa escolar e o papel da escola na


sociedade

Reconhecer a função social da escola.

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Introdução
Você sabia que a educação é um dos fatores mais importantes
para o desenvolvimento de uma nação? Sim, de fato, o professor,
filósofo e pedagogo brasileiro Dermeval Saviani sempre defendeu
a ideia de que, para beneficiar a sociedade em todos os campos
econômico-sociais, é fundamental converter o investimento em
educação no eixo principal do desenvolvimento. Isso se reflete
diretamente na qualidade de vida de seus habitantes, como nas
áreas de saúde, habitação, emprego e mobilidade social.

Estudar, aprofundar e fomentar a pesquisa no campo da


psicologia da educação e da psicologia escolar é vital para o
desenvolvimento do Brasil, o que se reflete diretamente na
qualidade de vida dos brasileiros. Assim, em nosso estudo sobre
a psicologia da educação e a psicologia escolar, iniciaremos com
a definição dos conceitos básicos, localizando a psicologia da
educação no campo da ciência psicológica e diferenciando a
psicologia da educação da psicologia escolar.

Em seguida, traremos uma breve história da psicologia e as


principais contribuições dos psicólogos mais destacados que se
debruçaram na área de aprendizagem. Estudaremos duas teorias
representativas da psicologia do desenvolvimento e da psicologia
do ensino e aprendizagem. Por fim, analisaremos a função social
da escola e contextualizaremos a queixa escolar na atualidade.
1 - Conceitos básicos em psicologia da educação
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o lugar da psicologia da educação na
ciência psicológica e suas interfaces com outras subáreas da psicologia.

Psicologia da educação e ciência


psicológica
O que significa a palavra psicologia?

A definição da psicologia depende do momento histórico e da teoria que


se escolha. Se considerarmos a origem etimológica, a palavra psicologia
deriva do grego ψυχή (psyché – alma) e λογία (logia – tratado) e,
portanto, significa a “ciência da alma”.

No século XIX, o famoso psicólogo norte-americano William James


definiu psicologia como a ciência da vida mental, tanto de seus
fenômenos (sentimentos, desejos, cognições, raciocínios, decisões e
coisas semelhantes) quanto de suas condições (SCHULTZ; SCHULTZ,
2012). Atualmente, a Associação Americana de Psicologia (APA) a
define como o estudo da mente e do comportamento.

Com base na definição da APA, a psicologia ajuda a entender os


processos mentais, o comportamento e as emoções humanas. Assim,
facilita o estudo de outros tópicos, como as relações interpessoais
(amizades, companheiros de trabalho etc.), e a forma como as pessoas
reagem ao ambiente (estresse, ansiedade etc.). Portanto, é uma ciência
que possibilita a compreensão da natureza humana. Adicionalmente, ao
estudar os processos mentais e emocionais que ocorrem na vida das
pessoas, pode-se ajudar no tratamento e na prevenção de problemas de
saúde mentais e comportamentais.

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Você sabia que a psicologia


pode ser aplicada a todas as
áreas da vida do ser
humano?

Resposta
Sim! Pode ser utilizada tanto no tratamento
de problemas de saúde mental, quanto na
melhora de relacionamentos, do ambiente de
trabalho e do sistema educacional, dentre
outros tópicos. Nesse sentido, para
beneficiar a sociedade em geral e as
pessoas em particular, a psicologia é dividida
em diferentes subáreas, cada uma com uma
especialidade específica. Como
consequência, pode contribuir para a
melhoria da qualidade de vida das pessoas,
ajudando-as a entender como lidar com
problemas e como enfrentar os desafios da
vida. Para isso, há variadas informações e
ferramentas em relação a tratamento e
prevenção de problemas de saúde mental e
comportamental.

De acordo com a APA, as subáreas da psicologia são: psicologia clínica,


psicologia climática e ambiental, psicologia social, psicologia
experimental, psicologia do trabalho organizacional etc. Em nosso
estudo, vamos focar em apenas três subáreas. Vamos conferi-las!
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Psicologia da educação

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Psicologia do ensino e aprendizagem

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Psicologia do desenvolvimento
A psicologia da educação também é denominada como psicologia
educacional, psicologia na educação, psicologia aplicada à educação e
psicologia do escolar. Essa subárea se especializa em compreender o
ensino e a aprendizagem em ambientes educacionais. Lida com a
aplicação de princípios e teorias psicológicas a um amplo espectro de
questões de ensino, treinamento e aprendizagem em ambientes
educacionais e aborda problemas psicológicos que podem surgir nos
sistemas educacionais (VANDENBOS, 2015). Ao concentrar-se no
estudo psicológico dos problemas cotidianos da educação, desenvolve
teorias, modelos e métodos de instrução, avaliação e pesquisa.

A psicologia da educação busca compreender o processo de


aprendizagem e desenvolvimento dos educandos. Por meio dela, são
desenvolvidos estudos e ações para melhorar o ensino e a
aprendizagem, oferecendo um ambiente que propicie o desenvolvimento
nos estudantes das habilidades cognitivas (raciocínio lógico, resolução
de problemas, concentração, memória, criatividade, raciocínio abstrato
etc.), afetivas (comunicação assertiva, escuta atenta, inteligência
emocional, resiliência, autocontrole, empatia etc.) e sociais
(comunicação e a resolução de conflitos).

A psicologia da educação é essencial para o bom desempenho de


alunos e alunas, pois permite que os docentes – por meio de estratégias
e técnicas – identifiquem quais são as principais dificuldades dos
estudantes (como gerenciamento de tempo, motivação, organização,
compreensão, comprometimento), oferecendo, assim, auxílio e
orientação para promover um ambiente escolar mais saudável e
propício para o desenvolvimento de educandos.

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O lugar da ciência psicológica
Neste vídeo, você refletirá sobre a psicologia da educação e a ciência
psicológica, partindo da etimologia da palavra psicologia até a
explicação do objetivo de cada uma das áreas do saber.

Relações e diferenças importantes


entre subáreas
A psicologia escolar é um termo que se relaciona com a psicologia da
educação, mas não é um sinônimo, pois se refere “a um campo de ação
determinado, isto é, à escola e às relações que aí se estabelecem;
fundamenta sua atuação nos conhecimentos produzidos pela
Psicologia da Educação” (ANTUNES, 2008, p. 470). A psicologia escolar
ajuda o docente a entender o desenvolvimento dos estudantes (alcance
e limite de capacidades, áreas de interesse, estilos de aprendizagem,
processos de relações sociais).
Para facilitar o desenvolvimento discente e docente, a psicologia da
educação se vale principalmente de outras subáreas da psicologia,
como a psicologia do desenvolvimento e da psicologia da
aprendizagem.

A psicologia do desenvolvimento estuda as mudanças


(físicas, mentais e comportamentais) que ocorrem
desde a concepção até a velhice e investiga os vários
fatores biológicos, neurobiológicos, genéticos,
psicológicos, sociais, culturais e ambientais que
afetam o desenvolvimento ao longo da vida
(VANDENBOS, 2015).

A psicologia do desenvolvimento é fundamental para a educação, pois


aborda os processos de mudanças e de adaptação dos indivíduos ao
longo da vida (nascimento, crescimento, adolescência, vida adulta). Ela
fornece informações valiosas sobre os padrões de desenvolvimento
durante essas etapas, que são essenciais para a compreensão do
comportamento humano. Além disso, a psicologia do desenvolvimento
pode ajudar a prever e a prevenir possíveis distúrbios de:

Comportamento Aprendizagem

Como agressividade, Como dificuldade de


bullying, hiperatividade close leitura, dificuldade de
e distúrbios da escrita e dificuldade
alimentação. matemática.

Também pode contribuir para o desenvolvimento de programas


educacionais mais eficazes, baseados no conhecimento sobre os
processos psicológicos do desenvolvimento.

Já a psicologia do ensino e aprendizagem é uma subárea que abrange


teorias sobre como a psicologia se relaciona com as formas como as
pessoas aprendem e interagem com os ambientes. Também ajuda os
profissionais da educação a entender melhor as necessidades dos
estudantes (aprendizagem de qualidade, oportunidades de crescimento,
orientação, suporte social) e o processo de aprendizagem, bem como a
desenvolver melhores estratégias para o ensino (estabelecer objetivos
de aprendizagem, modelos de ensino baseados em projetos, utilizar
recursos multimídia, incentivar o aprendizado colaborativo). Além disso,
ajuda a prevenir possíveis problemas de comportamento ou da
aprendizagem e pode contribuir para o desenvolvimento de programas
educacionais mais eficazes e políticas públicas.

Você conhece os principais tópicos de pesquisa dessas


subáreas da psicologia?

A pesquisa realizada interdisciplinarmente nessas áreas de


conhecimento perpassa um número variado de temáticas, tais como:

O discente (competências, diferenças individuais, comportamento,


desenvolvimento biopsicossocial ao longo da vida).

O processo de aprendizagem (resolução de problemas,


transferência de aprendizagem, formas e meios de aprendizagem
eficaz etc).

O ambiente de aprendizagem (dinâmicas de grupo, técnicas e


auxílios que facilitem a aprendizagem e avaliação etc).

O docente (papel do professor, características de ensino eficaz etc).

A pesquisa na psicologia da educação/escolar é uma fonte valiosa de


informações, métodos perspectivas e estratégias que facilitam o
processo de aprendizagem, principalmente pela complexidade do
ensino e pela variação individual entre os discentes.

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A diferença entre psicologia da
educação e psicologia escolar
Neste vídeo, você refletirá sobre a psicologia da educação e a psicologia
escolar, destacando as suas principais diferenças e aplicações do
conhecimento de cada subárea.
Interfaces da psicologia da
educação/escolar
Você sabia que, nos primórdios da história da psicologia, a
aprendizagem era um dos principais tópicos de pesquisa?

A psicologia nasce como uma ciência experimental no final do século


XIX, principalmente com pesquisas relevantes na área de aprendizagem
humana (SCHULTZ; SCHULTZ, 2012). Destacam-se as pesquisas de
Hermann Ebbinghaus, que realizou o primeiro estudo empírico sobre a
associação e a aprendizagem, e as leis de aprendizagem enunciadas
por Edward L. Thorndike a partir de experimentos com animais. Outros
psicólogos que contribuíram para o desenvolvimento da psicologia da
educação foram John Dewey e William James.

A partir da emergência da psicologia como uma ciência e de sua


interface com a educação (com base nas pesquisas e teorias
formuladas), ela passou a se configurar como um dos campos de
atuação dos psicólogos.

O psicólogo escolar se tornou estratégico para


converter a escola em um espaço para facilitar o
desenvolvimento integral (biopsicossocial) do ser
humano por meio de propostas concretas e eficazes de
intervenção (sustentadas por teorias psicológicas) que
respeitem os processos diferenciados de
desenvolvimento da aprendizagem de cada estudante
e resultem em impacto social (CASSINS, 2007).

Você imagina quais são os principais temas que desenvolve o psicólogo


escolar?

O campo de atuação profissional do psicólogo escolar é muito amplo.


Dentre as principais temáticas desenvolvidas, apontadas pela
Associação Brasileira de Psicologia Escolar (ABRAPEE), destacam-se:

Processo de ensino e aprendizagem

Desenvolvimento humano

Escolarização em todos os seus níveis

Inclusão de pessoas com deficiências


Políticas públicas em educação

Gestão psicoeducacional em instituições

Formação continuada de professores e professoras

A psicologia escolar também tem um vasto campo de


trabalho interdisciplinar. Por exemplo, nas interfaces
com a saúde, o psicólogo está envolvido na prevenção
e na promoção da saúde em geral (ex. família, escola e
comunidade) e do bem-estar subjetivo dos estudantes.

O psicólogo escolar tem uma missão muito importante na inclusão


educacional de pessoas, público-alvo da educação especial
(deficiências, transtorno do espectro autista e altas
habilidades/superdotação – Resolução nº 4256/2020, art. 3º).

Outra interface da psicologia escolar a ser destacada está relacionada


com a sociologia, ao considerar o valor de um trabalho que permita o
desenvolvimento de formas de pensamento, atitudes e propostas com
base na realidade social. Finalmente, há a importância de fornecer
propostas de políticas públicas que promovam intervenções para o
bem-estar dos estudantes e da população em geral. Essas propostas
facilitam a transformação da realidade dos serviços, metodologias e
atividades educativas (SOUZA, 2020).

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Psicologia: ciência e interface com a
educação
Neste vídeo, vamos refletir sobre a psicologia da educação e a
psicologia escolar, destacando as interfaces entre as duas e a função do
psicólogo escolar.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Qual é a definição de psicologia segundo a Associação Americana


de Psicologia?

A Ciência da alma.

Ciência dos processos conscientes, inconscientes e


B
pré-conscientes.

C Estudo da mente e do comportamento humano.

Ciência da vida mental e seus fenômenos


D (sentimentos, desejos, cognições, raciocínios,
decisões e coisas semelhantes).

E Ciência do comportamento humano.

Parabéns! A alternativa C está correta.

De acordo com a APA, a psicologia ajuda a entender os processos


mentais, o comportamento e as emoções humanas.

Questão 2

Quais são as principais temáticas desenvolvidas pelo psicólogo


escolar apontadas pela Associação Brasileira de Psicologia
Escolar?
Hiperatividade, distúrbios da alimentação,
A
concentração, memória, criatividade, escuta atenta,
inteligência emocional.

Raciocínio lógico, resolução de problemas,


concentração, memória, criatividade, raciocínio
B abstrato, comunicação assertiva, escuta atenta,
inteligência emocional, resiliência, autocontrole,
empatia.

Agressividade, bullying, hiperatividade, distúrbios da


C alimentação, raciocínio abstrato comunicação
assertiva, escuta atenta.

Processo de ensino e aprendizagem,


D desenvolvimento humano, escolarização em todos
os níveis, inclusão de pessoas com deficiências.

Dificuldade de escrita, dificuldade matemática,


E
resolução de problemas, concentração, memória.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Considerando o amplo campo de atuação profissional do psicólogo


escolar, as principais temáticas desenvolvidas, apontadas pela
ABRAPEE, são: processo de ensino e aprendizagem;
desenvolvimento humano; escolarização em todos os níveis;
inclusão de pessoas com deficiências; além de políticas públicas
em educação; gestão psicoeducacional em instituições; formação
continuada de docentes.
2 - História da psicologia escolar
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar, por meio da história, as principais
escolas de psicologia, seus representantes e contribuições fundamentais para a psicologia da
educação.

Psicologia no final do século XIX e


início do XX
A psicologia nasce como uma ciência experimental no final do século
XIX com o estabelecimento do primeiro Laboratório de Psicologia na
Universidade de Leipzig em 1879 pelo famoso psicólogo alemão
Wilhelm Wundt (1832-1920). Por esse motivo, Wundt é conhecido como
o pai da psicologia!

O laboratório formou muitos estudantes de psicologia que influíram nas


gerações subsequentes de psicólogos no mundo todo, como William
James nos Estados Unidos, Max Wertheimer na Alemanha, Edward
Bradford Titchener na Grã-Bretanha e Manoel Bomfim no Brasil.

O laboratório exerceu uma imensa influência no desenvolvimento da


psicologia moderna, servindo de modelo para novos laboratórios de
pesquisa na área da psicologia experimental (SCHULTZ; SCHULTZ,
2012).
Para entender como se formaram as diferentes escolas de psicologia
em geral e os alicerces da psicologia da educação em particular,
estudaremos as principais contribuições dos psicólogos mais
destacados que, no início do século XX, se debruçaram na área de
aprendizagem: Hermann Ebbinghaus, John Dewey, Edward L. Thorndike
e William James. Esses grandes nomes se uniram e formaram as
diferentes escolas de psicologia.

Hermann Ebbinghaus (1850-1909)


Foi o primeiro psicólogo que realizou um estudo empírico sobre a
associação ou aprendizagem ao controlar as condições e variáveis sob
as quais as cadeias de ideias se formam.

Para isso, inventou as “sílabas sem sentido”, que revolucionaram o


estudo da aprendizagem e que consistiam em duas consoantes
separadas por uma vogal, por exemplo, WUM, COV, XIR, tornando o
estudo da aprendizagem mais objetivo (SCHULTZ; SCHULTZ, 2012).
Hermann Ebbinghaus.

Ebbinghaus realizou vários experimentos com essas sílabas sem


sentido. Em um experimento, ele simplesmente apresentou uma série de
sílabas para ser memorizada. Ebbinghaus considerava que a dificuldade
de aprender esse material poderia ser medida pela frequência de
associações, isto é, contando o número de repetições necessárias para
uma reprodução perfeita do material. Um dos resultados desses
experimentos foi a “curva de aceleração negativa” para a memória
humana. Ebbinghaus observou que a maior parte do esquecimento se
produz nos primeiros momentos após a aprendizagem (SCHULTZ;
SCHULTZ, 2012).

A curva de aceleração negativa, também conhecida


como curva de esquecimento, simplesmente descreve
a quantidade de informações que uma pessoa esquece
com o passar do tempo. Por exemplo, há uma
tendência a esquecer rapidamente os detalhes de um
assunto logo após aprendê-lo.

Assim, dentre as lições dessa observação de Ebbinghaus, podemos


mencionar a importância de revisar regularmente o conteúdo aprendido
para evitar o esquecimento.
John Dewey (1859-1952)
Foi outra figura na formação do campo da psicologia da educação ao
estabelecer o primeiro grande laboratório de psicologia da educação
nos Estados Unidos, na Universidade de Chicago em 1894.

O ensaio O conceito de arco reflexo em psicologia, de 1896, teria sido


suficiente para tornar Dewey uma das figuras mais importantes na
história da psicologia. Contudo, as suas contribuições para a psicologia
da educação foram transcendentes.

John Dewey.

John Dewey era contra uma educação tradicional que considera a


aprendizagem passiva e mecânica do discente. O psicólogo afirmava
que:

Qualquer hábito de ensino que


encoraje o estudante em prol de
uma recitação bem-sucedida ou de
uma exibição de informações
memorizadas reverte o verdadeiro
método de treinamento da mente.

(DEWEY, 1933, p. 38)

Para Dewey, as crianças aprendem melhor fazendo, logo o estudante


deve ser ativo dentro da aula!

Dewey fez grandes contribuições no campo de atuação da psicologia


escolar. Provavelmente, sua contribuição mais significativa seja a
reflexão de que as crianças não devem ser apenas educadas em tópicos
acadêmicos, e sim que a educação deve se concentrar no indivíduo
como um todo e enfatizar a sua adaptação ao meio ambiente fora da
escola (desenvolver estratégias de solução de problemas, pensamento
crítico etc.) (SANTROCK, 2011).

Finalmente, Dewey defendia o valor democrático da educação. Ele


considerava que todas as crianças deveriam ter uma educação
competente, sem importar sua condição financeira, classe social, grupo
étnico ou orientação sexual.

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Precursores da psicologia
Neste vídeo, vamos refletir sobre os precursores da psicologia e suas
contribuições para os alicerces da psicologia da educação, com
destaque para Wilhelm Wundt, Hermann Ebbinghaus e John Dewey.

Edward L. Thorndike e William James


Edward L. Thorndike (1874-1949)
Uma das principais contribuições de Edward L. Thorndike é ter formado
uma teoria de aprendizagem mecanicista e objetiva que se concentrava
no comportamento manifesto. Em sua proposta, a aprendizagem
deveria ser estudada em termos de conexões concretas entre estímulos
e respostas (SCHULTZ; SCHULTZ, 2012).

Você conhece os experimentos que tornaram a obra de Thorndike um


clássico da psicologia?

O pesquisador realizou, na Universidade de Colúmbia, uma série de


experimentos com animais (gatos, cachorros etc.) para determinar
como estes aprendiam em uma situação altamente controlada. Para
isso, utilizou diferentes caixas experimentais.

Caixa experimental utilizada por Thorndike.

Em um experimento, Thorndike colocou um gato dentro da caixa


experimental, deixou comida fora da caixa e fora do alcance do animal e
se sentou pacientemente a observar o comportamento felino. A caixa
tinha uma alavanca que, se apertada, abriria uma porta para que o gato
pudesse sair e comer. No experimento, o animal faminto fez todo tipo de
intentos, mordeu a alavanca, arranhou a caixa, pulou, empurrou até que,
após várias tentativas sucessivas, conseguiu sair.

Thorndike contou o número de tentativas malsucedidas do gato e o


tempo que precisou para acionar a alavanca. Ele observou que o tempo
diminuiu lenta e irregularmente a cada tentativa. Assim, finalmente o
gato aprendeu a operar a alavanca e sair da caixa para comer
(THORNDIKE, 1898). Os experimentos levaram Thorndike a se perguntar
o que foi aprendido nessa situação que permitiu ao gato sair da caixa
mais rapidamente. Essa questão o motivou a enunciar as seguintes leis
de aprendizagem. Confira!
Lei do efeito expand_more

É a principal lei de aprendizagem, segundo a qual as etapas bem-


sucedidas no aprendizado devem ser recompensadas, enquanto
as etapas malsucedidas são eliminadas, ou seja, o prazer ou a
satisfação determinarão, em última análise, quais respostas
serão aprendidas (SCHULTZ; SCHULTZ, 2012). Esse tipo de
aprendizado ficou conhecido como aprendizado por tentativa e
erro.

Lei do exercício expand_more

É conhecida como lei de uso e desuso. Essa lei afirma que


qualquer resposta dada em uma situação particular se torna
associada a essa situação (SCHULTZ; SCHULTZ, 2012). Quanto
mais a resposta é usada na situação, mais fortemente se
associa a ela. Por outro lado, o desuso prolongado da resposta
tende a enfraquecer a associação.

Lei da prontidão expand_more

É pronta para lidar com a motivação do aprender. De acordo com


Thorndike, quando qualquer unidade de condução está pronta
para conduzir, fazer isso é satisfatório. Contudo, quando não
está pronta, conduzir é irritante.

Muitos autores referem-se a Thorndike como o fundador da psicologia


da educação moderna, especificamente porque promoveu a ideia de que
a psicologia educacional deve ter uma base científica e se concentrar
fortemente na mediação (SANTROCK, 2011). Essas contribuições
marcaram também o campo de atuação do psicólogo escolar.

William James (1842-1910)


Foi o mais destacado psicólogo norte-americano precursor da escola de
psicologia funcionalista. Sua obra principal foi intitulada Princípios de
psicologia (1890).

William James.

James apresentou ainda uma série de palestras denominadas Palestras


aos professores, nas quais discutiu as aplicações da psicologia na
educação, enfatizando a importância de observar o ensino e a
aprendizagem nas salas de aula para melhorar a educação (SANTROCK,
2011).

James foi um psicólogo muito produtivo, cuja obra inclui estudos sobre
a função adaptativa da consciência, plasticidade, rotinas e habituação.

Ele entendeu que as conexões formadas entre os neurônios se


fortalecem com o uso e que nosso cérebro muda constantemente à
medida que estabelecemos essas conexões sinápticas e perdemos as
mais antigas. Para o autor, a matéria cerebral é plástica.

Ao observar a origem dos hábitos nos animais e nos seres humanos,


James afirmou que:

Nos animais selvagens, a rotina


habitual de comportamento diário
parece uma necessidade
implantada no nascimento; nos
animais domesticados, e
especialmente no homem, parece,
em grande medida, ser o resultado
da educação.

(JAMES, 1890, p. 104)

Os escritos de James foram responsáveis pela abordagem empírica e


experimental do campo da educação. Nessas obras, o autor apresentou
ideias acerca dos recursos naturais das crianças e como eles poderiam
ser incorporados à educação.

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Alicerces da psicologia da educação
Neste vídeo, refletiremos sobre os precursores da psicologia e suas
contribuições para os alicerces da psicologia da educação, com
destaque para Edward L. Thorndike e William James.

Escolas de psicologia
Você sabe o que é uma escola de psicologia?

Como já comentamos, diversos psicólogos se uniram e formaram


diferentes escolas de psicologia ao longo do tempo. Conheça agora
algumas dessas escolas e seus principais representantes. Vamos lá!
Estruturalismo

Wilhelm Wundt

Funcionalismo

William James

Behaviorismo

John Watson

Gestaltismo

Max Wertheimer

Psicanálise

Sigmund Freud

Humanismo

Carl Rogers

Cognitivismo

Jean Piaget

Cada escola pode ser distinguida por apresentar certo sistema de ideias,
uma abordagem destinada a apontar o caminho que todos deveriam
seguir para que a psicologia se tornasse uma ciência de valor teórico e
prático (WOODWORTH, 1948, p. 3).

Um dos temas mais estudados pela nova ciência psicológica em geral e


pelas diferentes escolas em particular foram os processos mentais
superiores – especificamente na área de aprendizagem e memória
humana (SCHULTZ; SCHULTZ, 2012). Somos cientes de que todas as
escolas, a partir de diferentes perspectivas ou abordagens, contribuíram
de uma ou outra maneira para o desenvolvimento da psicologia da
educação. Aqui apresentaremos duas que fizeram contribuições
importantes à psicologia da educação: behaviorismo e cognitivismo.

Behaviorismo
Diversos fatores contribuíram para o desenvolvimento da escola
behaviorista, a saber: as tradições filosóficas de Descartes, La Mettrie,
Comte, entre outros filósofos; o livro A origem das espécies, de Charles
Darwin (1859); as pesquisas sobre o comportamento animal, como as
de Morgan, Loeb e Yerkes; as contribuições de autores como Edward
Thorndike e Ivan P. Pavlov (reflexo condicionado).

Foi denominada como escola behaviorista pelo seu fundador John


Broadus Watson (1878-1958) que, no artigo Psicologia do ponto de vista
do behaviorista (1913), também conhecido como o Manifesto
Behaviorista, define o objetivo da psicologia a partir de uma perspectiva
behaviorista como a previsão e o controle do comportamento.

Nesse artigo, Watson insistiu que a psicologia abandonasse todas as


referências à mente, à consciência ou a processos conscientes
(SCHULTZ; SCHULTZ, 2012).
John Broadus Watson.

Burrhus Frederic Skinner.

O psicólogo Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) foi o exponente


principal do behaviorismo norte-americano.

Ele baseou sua pesquisa nos estudos de Thorndike e, conforme as


ideias de Watson, insistiu em lidar apenas com o comportamento
observável e rejeitar qualquer método de investigação que não fosse
baseado na observação ou em sua aplicação (SCHULTZ; SCHULTZ,
2012).

Skinner, dentre outras pesquisas, desenvolveu um programa para o


controle comportamental da sociedade, promoveu técnicas de
modificação de comportamento, inventou um berço automatizado para
cuidar de bebês (SCHULTZ; SCHULTZ, 2012) e criou uma máquina de
ensino para reforçar as respostas corretas e o comportamento de
estudantes.

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Mas e quais foram as


contribuições de Skinner
para a psicologia da
educação?

Resposta
Nessa área, o pesquisador contribuiu
determinando com precisão as melhores
condições para o aprendizado e
desenvolvendo o conceito de aprendizagem
programada, que envolvia reforçar o
comportamento dos alunos e alunas após
cada uma das etapas até que o estudante
atingisse uma meta de aprendizagem
(SANTROCK, 2011).

Cognitivismo
A abordagem behaviorista de Watson e Skinner deixava de lado tópicos
importantes, como a mente e a consciência, os quais representavam
algumas das necessidades reais dos educadores de sala de aula. Por
esse motivo, na década de 1950, uma comissão multidisciplinar de
especialistas de várias universidades dos EUA, liderada pelo psicólogo
Benjamin S. Bloom (1913-1999), criou a taxonomia dos objetivos
educacionais. Essa taxonomia de habilidades cognitivas incluía aqueles
processos mentais superiores abandonados pela escola behaviorista
(como analisar, compreender, sintetizar) que sugeriam as habilidades
cognitivas que docentes deveriam ajudar os estudantes a desenvolver
(SANTROCK, 2011).

Na década de 1960, surgiram novos movimentos que


tentaram moldar uma nova definição e metodologia
para a psicologia. Um desses movimentos foi a
psicologia cognitiva que, inicialmente, surgiu como
resposta ao abandono de todas as referências à mente,
à consciência ou aos processos conscientes da
pesquisa de Watson e Skinner (SCHULTZ; SCHULTZ,
2012).

Destaca-se o artigo Behaviorismo e a mente: um chamado (limitado) para


um retorno à introspecção, de Lieberman (1979), que apontou a
importância do retorno da introspeção e consciência na pesquisa
psicológica. A revolução cognitiva começou sua trajetória na década de
1980 e, aos poucos, a psicologia foi definida como a ciência do
comportamento e dos processos mentais, em vez de apenas o
comportamento (SCHULTZ; SCHULTZ, 2012). Uma nova escola de
pensamento estava se estabelecendo: a escola da psicologia cognitiva.

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Behaviorismo x Cognitivismo
Neste vídeo, refletiremos sobre a diferença nas definições de psicologia
de duas abordagens: behaviorismo e cognitivismo.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A psicologia nasceu como uma ciência experimental no final do


século XIX com qual trabalho?

A Sigmund Freud: criação do inconsciente.

Wilhelm Wundt: primeiro Laboratório de Psicologia


B
na Universidade de Leipzig.

C Lev Vygotsky: proposta construtivista.

Jean Piaget: estudos de desenvolvimento cognitivo


D
infantil.

E William James: pioneiro da psicologia funcional.

Parabéns! A alternativa B está correta.

Wilhelm Wundt é conhecido como o pai da psicologia porque criou


o primeiro laboratório de psicologia experimental, em Leipzig, na
Alemanha, em 1879.

Questão 2

Assinale a alternativa que melhor descreve uma escola de


psicologia.

A
Grupo de teorias behavioristas que aborda a
consciência humana.

Programa de pesquisa sob o comportamento


B
humano.

Grupo de teorias psicanalíticas que aborda o


C
inconsciente.

D Instituição de ensino especial.

Grupo de profissionais da psicologia que


E compartilha uma abordagem para a prática da
psicologia.

Parabéns! A alternativa E está correta.

Woodworth (1948) define a escola de psicologia como um grupo de


profissionais da psicologia que compartilha uma abordagem para a
prática da psicologia.

3 - Psicologia do desenvolvimento e processo de ensino–


aprendizagem
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as principais teorias do desenvolvimento
e da aprendizagem.

Objeto de estudo da psicologia do


desenvolvimento
A Associação Americana de Psicologia (APA) define a psicologia do
desenvolvimento como a subárea que estuda as mudanças físicas,
mentais e comportamentais ocorridas desde a concepção até a velhice,
e investiga os vários fatores biológicos, neurobiológicos, genéticos,
psicológicos, sociais, culturais e ambientais que afetam o
desenvolvimento ao longo da vida (VANDENBOS, 2015).

O objeto de estudo e campo de atuação da psicologia do


desenvolvimento é muito abrangente, já que dialoga com diversas áreas
de conhecimento, como a educação, a sociologia, a biologia e a
antropologia.

Antes de estudar as principais teorias do desenvolvimento, vamos dar


uma olhada histórica para entender o contexto em que surgiram. A
psicóloga brasileira Ângela Brasil Biaggio (1975) distingue três fases de
evolução da psicologia do desenvolvimento. Veja!

timeline Primeira fase

Datada entre as décadas de 1920 e 1930, enfatizou


os estudos do desenvolvimento da criança –
essencialmente concretos – focados no
desenvolvimento intelectual, na maturação e no
crescimento. Nesta fase, a metodologia utilizada na
pesquisa era essencialmente descritiva e
normativa, com base em leis gerais.

timeline Segunda fase

Datada entre as décadas de 1940 e 1950, focou na


criança. Contudo, os temas estudados nessa época
representaram um ponto intermediário entre o
concreto da fase anterior e o abstrato (a criança
com dotação, desenvolvimento de gêmeos etc.).

N t f t d l i tili it
Nesta fase, a metodologia utilizava muito as
correlações (ex.: relações entre inteligência e nível
socioeconômico).

timeline Terceira fase

Datada entre as décadas de 1960 e 1979, esteve


focada principalmente em temas abstratos, com
influência da teoria piagetiana, da revolução
cognitiva, da teoria da aprendizagem social e da
teoria behaviorista. Nesta fase, a metodologia
utilizada era predominantemente experimental.

Mota (2005) inclui uma quarta fase a partir da década de 1990,


descrevendo o caráter interdisciplinar e os novos paradigmas da
psicologia do desenvolvimento (abordagens contextuais e sistêmicas
como a teoria bioecológica Bronfenbrenner). Enfatizou ainda que o
desenvolvimento é estudado ao longo do ciclo vital ao invés da
tradicional ênfase na infância e na adolescência. Veja na tabela a seguir
um resumo das principais diferenças entre as fases.

Autoras Biaggio

1ª fase (1920- 2ª fase (1940-


1939) 1959)

Intermediário (e
Conteúdo Concreto concreto e
abstrato)

Descritiva,
Metodologia Correlacional
normativa
Autoras Biaggio

Correlações
Teoria de
(relações entre
Teoria maturação de
inteligência e nív
Arnold Gesell
socioeconômico

Tabela: Fases de evolução da psicologia do desenvolvimento.


Adaptado de Biaggio, 1975; Mota, 2005, p. 105-111.

A tabela anterior nos apresenta um resumo das fases históricas de


evolução da teoria do desenvolvimento. Note que as autoras
diferenciam os conteúdos concreto e abstrato do objeto de estudo e
interesse da psicologia do desenvolvimento. Sabe o que isso significa?
Observe com mais detalhes as diferenças entre eles.

Conteúdo concreto Conteúdo abstrato

É fundamentalmente Não permanece apenas


descritivo e observável, na descrição e na
como as brincadeiras observação, como
da criança, jogos, também tenta explicar
alimentação etc. Um as mudanças de
exemplo desse tipo de comportamento com
estudos é teoria de base em outros fatores,
maturação do psicólogo close como aprendizagem,
 
Arnold Gessell (1880- agressão, ansiedade.
1961), na qual o autor Por exemplo, a teoria de
observa padrões gerais aprendizagem social de
de desenvolvimento, ou Albert Bandura.
seja, considera-o um
processo contínuo e
ordenado dividido em
diversos estágios.

video_library
Você conhece o objeto de estudo da
psicologia do desenvolvimento?
Neste vídeo, refletiremos sobre o objeto de estudo da psicologia do
desenvolvimento e as fases de evolução da psicologia do
desenvolvimento.

Principais teorias da psicologia do


desenvolvimento
De acordo com Piaget, o cérebro da criança em desenvolvimento cria
esquemas para construir uma compreensão do mundo.

Mas como desenvolver esses esquemas?

A criança de 6 meses, ao ver um novo objeto, o pega e coloca na boca.


Já uma criança de 2 anos brinca com diferentes objetos. Conforme
podemos observar, dependendo da idade, as crianças integram com o
mundo de forma diferente. Essa interação vai se tornando mais
complexa à medida que o indivíduo cresce.
Jean Piaget.

No processo de desenvolvimento, a criança vai construindo esquemas


ativa e organizadamente: assimila tudo o que é novo e acomoda o velho
ao novo. Essa organização cognitiva dá sentido ao mundo da criança, e
o refinamento contínuo dessa organização é uma parte inerente do
desenvolvimento (SANTROCK, 2011).

Como resultado dos processos de assimilação e


acomodação, Piaget propôs quatro estágios de
desenvolvimento. Cada estágio representa uma
maneira diferente de perceber e entender o mundo,
logo está relacionado à idade e consiste em formas
distintas de pensar. Esses estágios definidos por
Piaget são: sensório-motor; pré-operatório; operatório
concreto e operatório formal (SANTROCK, 2011).

A tabela a seguir mostra cada um dos estágios do desenvolvimento


cognitivo segundo a teoria de Piaget. Observe cada um deles e reflita:
você consegue identificar essas características em alguma criança que
conhece?

Estágio Sensório-motor Pré-operatório

idade 0 a 2 anos 2 a 7 anos

Começa a
Explora o mundo e
representar o
constrói uma
mundo e os obje
compreensão dele
com palavras e
por meio de
A criança: imagens, o que
experiências
reflete no aume
sensoriais e ações
do pensamento
físicas (pega,
simbólico. Utiliz
morde, joga etc.).
raciocínio intuiti

Características Permanência de Egocentrismo.


objeto, ou seja, a Significa que a
criança entende criança confund
que os objetos ponto de vista
continuam a existir próprio com o
mesmo estando
Estágio Sensório-motor Pré-operatório

fora do campo ponto de vista d


visual. outros.

Tabela: Os quatro estágios do desenvolvimento cognitivo de Piaget.


Adaptado de Santrock, 2011.

Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) propõe uma abordagem do


desenvolvimento humano diretamente relacionada às atividades sociais
e culturais. A teoria de Vygotsky representa uma necessidade de
enfocar no desenvolvimento cognitivo moldado pelo contexto
cultural.De acordo com esse psicólogo, os seres humanos aprendem à
medida que interagem com outros e seu conhecimento deriva-se da
cultura humana (BIAGGIO, 1975). Um dos conceitos centrais da sua
teoria é a zona de desenvolvimento proximal (ZDP), a qual destaca a
importância das influências sociais no desenvolvimento cognitivo
(SANTROCK, 2011).

 

Lev Semenovich Vygotsky.

A ZDP é definida por Vygotsky como a distância entre o nível de


desenvolvimento real da pessoa e o nível de desenvolvimento potencial.
Imagine um adolescente que não sabe dirigir um carro e, se tenta
aprender sozinho, descobre que tem dificuldades para aprender
(desenvolvimento real). Quando for guiado por um instrutor, ele será
capaz de conduzir o carro (desenvolvimento potencial).

video_library
Desenvolvimento cognitivo
Neste vídeo, veremos a teoria de Jean Piaget (1896-1980) e a teoria Lev
Semenovich Vygotsky (1896-1934).

O que é aprendizagem?
Desde uma perspectiva psicológica, a APA define a aprendizagem como:

[...] a aquisição de novas


informações, comportamentos ou
habilidades após a prática,
observação ou outras experiências,
conforme evidenciado por mudança
no comportamento, conhecimento
ou função cerebral. A aprendizagem
envolve a atenção consciente ou
não consciente a aspectos
relevantes da informação recebida,
organizando mentalmente a
informação em uma representação
cognitiva coerente e integrando-a
com o conhecimento existente
relevante ativado a partir da
memória de longo prazo.

(VANDENBOS, 2015, p. 594)

Assim, o escopo da aprendizagem é amplo, o que dá lugar a diferentes


teorias para seu estudo.

Santrock (2011) aponta as cinco abordagens da psicologia do ensino e


aprendizagem. Confira!

Behaviorista
Enfatiza os resultados do comportamento – recompensa ou punição.

Social-cognitiva
Enfatiza a interação dos fatores cognitivos, comportamento e ambiente.

Processamento da informação
Destaca o processamento da informação e aprendizagem por meio dos
processos cognitivos.

Cognitivo-construtivista
Abrange a construção cognitiva de conhecimento e compreensão.

Socioconstrutivista
Enfatiza a colaboração com os outros para produzir conhecimento e
compreensão.

Vamos agora conhecer mais sobre os tipos de condicionamento!

Condicionamento clássico expand_more

Também é conhecido como condicionamento pavloviano devido


aos experimentos de Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936). Pavlov
ganhou, em 1904, o Nobel de Fisiologia por suas descobertas
sobre os processos digestivos de animais.
O cientista utilizava em seus experimentos alguns equipamentos
que mediam a produção de saliva em cachorros para estudar os
processos digestivos desses animais. No experimento, era
normal os cachorros salivarem em resposta ao cheiro ou
presença da comida. Contudo, Pavlov observou que também
salivavam em sua presença, independentemente da presença da
comida. Com essa experiência, ele descobriu um tipo de
aprendizado no qual um organismo aprende a associar
estímulos, de modo que um estímulo neutro (como o som de
uma campainha) seja associado a um estímulo significativo
(observar um prato com comida) e adquira a capacidade de
licitar uma resposta específica (salivar).

Condicionamento operante expand_more

Também é conhecido como condicionamento instrumental.


Basicamente, significa que todo comportamento é influenciado
por seus resultados. Em outras palavras, as consequências do
comportamento produzem mudanças na probabilidade de
ocorrência deste. As consequências podem ser duas: o reforço
(recompensa) aumenta a probabilidade de ocorrência de um
comportamento; a punição diminui a probabilidade de um
comportamento ocorrer (SANTROCK, 2011).

Você pode imaginar como se aplica esse condicionamento na sala de


aula?

A teoria da aprendizagem social de Bandura, para alguns autores, pode


ser considerada uma forma menos extrema de behaviorismo,
comparada com as posições de Watson e Skinner. Contudo, o sistema
de Bandura, além de ser comportamental (outro termo para
behaviorista), é considerado dentro da abordagem cognitiva (SCHULTZ;
SCHULTZ, 2012), enquadrando-se, portanto, na abordagem social-
cognitiva (SANTROCK, 2011).

help

Você já ouviu falar do


experimento de Bandura com
brinquedos infláveis?

Resposta

O experimento mais conhecido de Bandura


foi realizado nos primeiros anos da década
de 1960. Nesse experimento, foi utilizado um
brinquedo inflável com cara de palhaço que
era espancado por um martelo, jogado ao
chão e abusado verbalmente por diferentes
pesquisadores na frente de crianças em
idade pré-escolar. Foram utilizados dois
grupos de crianças: no primeiro grupo, foram
apresentadas as condutas agressivas dos
pesquisadores; no segundo grupo de
crianças, não foram apresentadas essas
condutas agressivas. Como resultado,
observou-se que as crianças do primeiro
grupo imitaram o comportamento dos
adultos atacando o brinquedo.

Bandura denominou como reforço vicário o fato de que também


podemos aprender observando como as outras pessoas se comportam,
vendo as consequências de seu comportamento (SCHULTZ; SCHULTZ,
2012).

Você pode imaginar a importância das observações do


experimento de Bandura no campo do
desenvolvimento e da aprendizagem? O fato de uma
pessoa ter a capacidade de aprender pelo exemplo
coloca o comportamento, as atitudes e a figura do
professor ou professora como fatores
importantíssimos no processo de ensino-
aprendizagem.

Outro conceito proposto por Bandura é a autoeficácia, definida como a


percepção subjetiva de uma pessoa sobre sua capacidade de atuar em
determinado ambiente ou de atingir os resultados desejados
(VANDENBOS, 2015). Esse conceito descreve o nosso senso de
autoestima ou valor próprio e nosso sentimento de adequação,
eficiência e competência para lidar com problemas e é um determinante
dos estados emocionais e motivacionais e da mudança
comportamental (SCHULTZ; SCHULTZ, 2012).

video_library
Aprender: por que é importante?
Neste vídeo, refletiremos sobre como as pessoas podem adquirir novas
habilidades (jogar futebol, dirigir, nadar etc.), destacando que aprender é
algo que podemos fazer sozinhos. Ainda assim, aprender geralmente é
mais fácil com a ajuda de outras pessoas – por meio da educação!

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A doutora Ângela Brasil Biaggio (1975) define três fases de


evolução da psicologia do desenvolvimento. Nessas fases,
distingue o conteúdo concreto e abstrato do seu objeto de estudo
das diferentes teorias ao longo do tempo. Qual teoria é um exemplo
de objeto de estudo com conteúdo concreto?

A Teoria psicanalítica, de Sigmund Freud.

B Teoria bioecológica, de Bronfenbrenner.


C Teoria de aprendizagem social, de Albert Bandura.

D Teoria de maturação, de Arnold Gessell.

E Teoria sociointeracionista, de Vygotsky.

Parabéns! A alternativa D está correta.

O exemplo é a teoria de maturação de Arnold Gessell, o autor


observa padrões gerais de desenvolvimento, isto é, considera-o
como um processo contínuo e ordenado dividido em diversos
estágios.

Questão 2

Quais são as principais abordagens da psicologia de ensino e


aprendizagem com base em Santrock (2011)?

Behaviorista, estruturalista, gestalt, cognitivo-


A
construtivista, socioconstrutivista.

Psicanalítica, behaviorista, associacionista,


B processamento da informação, cognitivo-
construtivista, funcionalista.

Behaviorista, social-cognitiva, processamento da


C informação, cognitivo-construtivista,
socioconstrutivista.

Psicanalítica, social-cognitiva, associacionista,


D funcionalista, humanista, socioconstrutivista,
positivista.
E Positivista, behaviorista, gestalt, associacionista,
humanista, socioconstrutivista.

Parabéns! A alternativa C está correta.

As abordagens da psicologia consideradas por Santrock (2011)


como de ensino e aprendizagem destacam teorias com ênfase no
comportamento, resultado de processos cognitivos e influências
ambientais.

4 - A queixa escolar e o papel da escola na sociedade


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a função social da escola.

Breve história da psicologia escolar


no Brasil
Você conhece a história da psicologia no Brasil?

A história da psicologia no Brasil remonta à chegada dos clérigos


jesuítas, responsáveis pela educação da colônia no século XVI. Nessa
época, se tornaram objetos de interesse algumas interfaces entre a
educação e o fenômeno psicológico, como aprendizagem,
desenvolvimento humano, função da família (ANTUNES, 2008).

As pesquisas realizadas no final do século XIX e início do XX – que


tornaram a psicologia uma ciência experimental – influíram no
pensamento de grandes pesquisadores brasileiros. O psicólogo Manoel
Bomfim (1868-1932), por exemplo, instalou o pedagogium, ou primeiro
Laboratório de Psicologia Experimental do Brasil em 1906.

Comentário

O pedagogium incentivou a publicação de outras pesquisas na área da


psicologia da educação, como o trabalho do psiquiatra, escritor e
psicopedagogo brasileiro Plinio Olinto (1886-1956), um dos pioneiros no
ramo da psicologia da educação no país.

Alguns autores consideram que, a partir dos trabalhos desses pioneiros,


a psicologia no Brasil se desenvolveu estreitamente ligada à educação,
e não o contrário. Em outras palavras, a psicologia derivou da psicologia
da educação (GOULART, 1995). Foi no ano de 1962 que a psicologia se
tornou uma profissão regulamentada no Brasil, por meio da Lei nº
4.119/62.

Mais recentemente, na década de 1990, foi criada a Associação


Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), que dentre
outros pontos objetiva:

Incentivar a melhoria da qualificação e dos serviços dos psicólogos


escolares e educacionais.

Estimular a realização de estudos científicos nas áreas da


psicologia escolar e educacional.

Promover condições para o reconhecimento legal da necessidade


do psicólogo nas instituições ligadas ao ensino.

video_library
Educação e fenômenos psicológicos
Neste vídeo, refletiremos sobre educação e fenômenos psicológicos,
com exemplos da atuação do psicólogo nas instituições de ensino.
Função social da escola
A história da psicologia da educação/escolar está atrelada às
mudanças e aos desafios educativos no Brasil. Como exemplos dessas
mudanças, podemos citar a ampliação e a universalização do acesso ao
ensino obrigatório no país (década de 1960) e a instituição da Lei de
Cotas (2012).

No livro Função social da escola e organização do


trabalho pedagógico, o professor José Geraldo Silveira
Bueno considera que, para falar da função social da
escola, é imprescindível considerar a relação entre
indivíduo, sociedade e sua constituição recíproca – a
escola cumpre o papel de reprodutora das relações
sociais e de apoio à manutenção do status quo
(BUENO, 2001).

Conheça a seguir, características das funções essenciais da escola e da


psicologia escolar.

Funções essenciais da escola expand_more

Referem-se à formação de cidadãos conscientes da realidade


em que vivem, para que possam participar ativa, informada e
conscientemente da vida social, política e econômica brasileira
na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, com
respeito às diferenças individuais, e com um sentido de inclusão
(ABRAPEE). O professor Bueno, nesse sentido, enfatiza que a
escola precisa dar “conta tanto do acesso à cultura tanto quanto
de constituir-se como um espaço de convivência social que
favoreça e estimule a formação da cidadania” (BUENO, 2001, p.
6).

Funções essenciais da psicologia da educação/escolar expand_more

Referem-se ao trabalho com os sujeitos ao longo dos processos


de ensino e aprendizagem, sendo a divulgação de atividades
práticas e de pesquisa dos psicólogos escolares e educacionais,
observada nos objetivos da ABRAPEE, uma delas. Assim, para
atingir uma das funções essenciais da escola, isto é, a formação
de cidadãos, é preciso que a metodologia de ensino privilegie o
processo de aprendizagem e a formação de cidadãos ativos,
responsáveis e conscientes de seu papel na sociedade (BUENO,
2001).

O professor Bueno (2001), em forma resumida, considera que o acesso


à cultura e a criação de um espaço de convivência social que favoreça e
estimule a formação da cidadania são as principais funções sociais da
escola. A escola há de facilitar o desenvolvimento do processo de
socialização das novas gerações para garantir a reprodução social e
cultural da sociedade.

video_library
Escola: socialização, reprodução
social e cultural
Neste vídeo, refletiremos sobre a função social da escola, com destaque
para o processo de socialização, a reprodução social e a cultural.

Queixa escolar atual no Brasil


A queixa escolar refere-se às dificuldades enfrentadas no processo de
escolarização. Nesse sentido, para entender essas dificuldades, é
preciso considerar o momento histórico em que elas surgem. Já vimos
que a história da psicologia da educação/escolar está atrelada às
mudanças e aos desafios educativos no Brasil em épocas diferentes,
logo, para entender a queixa escolar na atualidade, devemos também
fazer uma contextualização.
Todos vivemos os efeitos devastadores da pandemia da covid-19. A
pandemia teve efeitos na economia, na política, na sociedade e na
educação – nesse sentido, é melhor denominá-la sindemia.

help

Você sabe o que significa


sindemia?

Resposta

O conceito de sindemia foi cunhado pelo


antropólogo Merrill Singer e descreve a
interação mutuamente agravante entre
problemas de saúde (ex. a pandemia) e
outros efeitos (ex. crises econômicas,
sociais, políticas) que se potencializam
mutuamente.

Podemos denominar a covid-19 como uma sindemia porque suas


consequências também afetaram os âmbitos educacional, econômico e
político. Na educação, a covid-19 representou um desafio, em especial
para a comunidade escolar durante a pandemia e após o retorno às
aulas presenciais.

As consequências decorrentes da pandemia foram muito variadas: a


evasão escolar foi alta e alguns estudantes vivenciaram os efeitos do
confinamento e do medo do contágio, como: ansiedade, estresse,
exaustão, além de efeitos na saúde física e psicológica.

A saúde emocional dos profissionais da educação também ficou


comprometida pelo fato de compartilhar os mesmos efeitos do
confinamento: a sobrecarga laboral que experimentou esse setor e,
posteriormente, o medo do contágio no retorno às aulas presenciais
(ABAD; ABAD, 2020). Não surpreende que o Censo Escolar 2022 aponte
uma redução de matrículas, ao menos, no ensino médio.

A análise escolar da atualidade deve considerar as consequências do


contexto pandêmico, em especial com relação:

Às desigualdades sociais.

À evasão escolar.

Ao comprometimento da saúde mental dos estudantes e docentes.

Ao retorno a atividades presenciais.

À escolarização de estudantes alvos da educação especial


(deficiência física, auditiva, visual, intelectual, transtorno do
espectro autista ou com altas habilidades/superdotação).

Essa parcela de estudantes representou um desafio ainda maior durante


e após a pandemia, por serem pessoas com comportamentos
específicos, padrões, rotinas que apresentaram muitas dificuldades e
resistências à adaptação aos novos protocolos de controle da pandemia
(ABAD; ABAD, 2020).

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O que significa queixa escolar?
Neste vídeo, refletiremos sobre a queixa escolar, abordando as
principais dificuldades enfrentadas no processo de escolarização dos
alunos. Falaremos ainda sobre a principal queixa da atualidade em
nosso país, confira!
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

O que significa o termo sindemia, cunhado pelo antropólogo Merrill


Singer?

A É sinônimo do termo pandemia.

B É antônimo do termo pandemia.

Descreve a interação mutuamente agravante entre


C problemas políticos e ideológicos, potencializando
efeitos mutuamente.

Descreve a interação mutuamente agravante entre


problemas de saúde (a pandemia) e outros efeitos
D
(crises econômicas), potencializando efeitos
mutuamente.

Descreve a intervenção da Organização Mundial da


E
Saúde diante dos riscos de pandemia.

Parabéns! A alternativa D está correta.

De acordo com o antropólogo Merrill Singer, podemos entender a


covid-19 como uma sindemia, pois, ao mesmo tempo que teve
efeitos negativos para a saúde da população, desencadeou
problemas agravantes de tipo educacional, econômico e político.

Questão 2
Qual o público-alvo da educação especial no Brasil?

Estudantes que sofrem bullying e aqueles com


A
deficiência física, auditiva, visual, intelectual.

Estudantes com estresse escolar, espectro autista,


B
altas habilidades/superdotação.

Estudantes que sofrem bullying e aqueles com


C
estresse escolar, altas habilidades/superdotação.

Pais e familiares dos estudantes que sofrem


D
bullying ou com estresse escolar.

Estudantes com deficiência física, auditiva, visual,


E intelectual, transtorno do espectro autista ou altas
habilidades/superdotação.

Parabéns! A alternativa E está correta.

O público-alvo da educação especial foi alvo de um desafio ainda


maior durante e pós-pandemia, pois são pessoas com
comportamentos específicos, padrões e rotinas muito suscetíveis à
instabilidade, apresentando resistências à adaptação aos novos
protocolos adotados para controlar a pandemia no ambiente
escolar.

Considerações finais
Ao longo deste conteúdo, observamos a importância dos estudos no
campo da aprendizagem, no final do século XIX, para tornar a psicologia
uma ciência experimental. Ao estudar os primórdios da psicologia da
educação e a inter-relação com a psicologia do desenvolvimento e da
psicologia do ensino e aprendizagem, foi mais fácil compreender a ideia
de Dermeval Saviani sobre converter o investimento em educação no
eixo principal do desenvolvimento do Brasil.

Uma das funções mais importantes das interfaces entre a psicologia da


educação e a psicologia escolar é o fato de facilitar a formação de
cidadãos conscientes e responsáveis que participem ativamente da vida
no Brasil em diversas esferas: social, política e econômica. Nesse
sentido, a psicologia da educação e a psicologia escolar podem
determinar as bases para a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária, com respeito às diferenças individuais, em um contexto
inclusivo.

headset
Podcast
Ouça agora um bate-papo sobre a psicologia escolar e a psicologia da
educação, com destaque para o trabalho realizado pelo psicólogo
escolar no processo de ensino-aprendizagem e os desafios presentes
na educação em prol da construção de uma sociedade mais justa e
igualitária.

Explore +
Confira as indicações que separamos para você!

Visite a página web da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e


Educacional (ABRAPEE) para conhecer todos os objetivos propostos.

Pesquise o artigo Psicologia do desenvolvimento: uma perspectiva


histórica, de Márcia Elia da Mota, para aprofundar conhecimentos sobre
as fases de evolução da psicologia do desenvolvimento.
Leia o livro de Melvin Marx e William Hillix, Sistemas e teorias em
psicologia, para aprofundar seus estudos sobre as escolas de
psicologia, principais representantes e teorias.

Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL.
ABRAPEE. Nossos objetivos. Abrapee. Consultado na internet em: 10
mar. 2023.

ABAD, A.; ABAD, T. M. Covid-19: back to classes in Brazil from a


bioecological perspective. [s.l.]: Preprints, 2020.

ANTUNES, M. A. M. Psicologia escolar e educacional: história,


compromissos e perspectivas. Psicologia Escolar e Educacional, v. 12,
p. 469-475, 2008.

BIAGGIO, A. M. B. Psicologia do desenvolvimento. Petrópolis: Vozes,


1975.

BUENO, J. G. S. Função social da escola e organização do trabalho


pedagógico. Educar em Revista, n. 17, p. 101-110, jun. 2001.

CASSINS, A. M. Manual de psicologia escolar – educacional. Rio de


Janeiro: Gráfica e Editora Unificado, 2007.

DEWEY, J. How we think. A restatement of the relation of reflective


thinking to the educative process. Boston: DC Heath and Company,
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GOULART, I. B. Psicologia da educação: fundamentos teóricos e


aplicações à pratica pedagógica. Petrópolis: Vozes, 1995.

JAMES, W. The principles of psychology. [s.l.]: Dover Publications Inc.,


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MOTA, M. E. DA. Psicologia do desenvolvimento: uma perspectiva


histórica. Temas em Psicologia, v. 13, n. 2, p. 105-111, 2005.

SANTROCK, J. W. Educational psychology. New York: McGraw-Hill, 2011.

SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. A history of modern psychology.


Australia: Thomson/Wadsworth, 2012.

SOUZA, A. C. Interfaces entre Psicologia, Educação e Saúde – um relato


de prática profissional. Psicologia Escolar e Educacional, v. 24, 2020.
THORNDIKE, E. L. Animal intelligence: An experimental study of the
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VANDENBOS, G. R. APA dictionary of psychology. Washington:


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WOODWORTH, R. S. Contemporary schools of psychology. [s.l.]: Ronald


Press Company, 1948.

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