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FASCÍCULO TEÓRICO-PRÁTICO

DESENHO
UNIVERSAL PARA
APRENDIZAGEM:
PRINCÍPIOS E
DIRETRIZES
FORMADOR:
Cristiano Corrêa Ferreira
CRÉDITOS
Reitor da Universidade Federal do Pampa (Unipampa)
Roberlaine Ribeiro Jorge

Pró-Reitor de Extensão e Cultura


Paulo Rodinei Soares Lopes

Coordenadora do Programa de Extensão Tertúlias Inclusivas do Pampa e do Curso de Aperfeiçoamento


“DUA na Prática: Desenvolvimento de Materiais Didáticos e Recursos Educacionais Abertos (REA) Digitais e
Acessíveis, com foco no Desenho Universal para Aprendizagem”
Claudete da Silva Lima Martins

Professores Pesquisadores e Gestores do curso de Aperfeiçoamento “DUA na Prática: Desenvolvimento


de Materiais Didáticos e Recursos Educacionais Abertos (REA) Digitais e Acessíveis, com foco no Desenho
Universal para Aprendizagem”
Cristiano Corrêa Ferreira
Daniele dos Anjos Schmitz

Professor Formador da SegundaTertúlia:


Cristiano Corrêa Ferreira

Equipe do Curso De Aperfeiçoamento “DUA na Prática: Desenvolvimento de Materiais Didáticos e Recursos


Educacionais Abertos (REA) Digitais e Acessíveis, com foco no Desenho Universal para Aprendizagem”:

Pesquisadoras:
Jôse Storniolo Nunes Brasil
Cristiane Bueno da Rosa de Azambuja

Secretária:
Jéssica Corrales

Designer Gráfico e Educacional:


Giovana Dewes Munari

Editor de Vídeos para Acessibilidade:


Rogério Ledo Mattos

Revisora de Língua Portuguesa:


Vanessa de Almeida Marques

Comunicadora Social:
Simôni Costa Monteiro Gervasio

Tradutores e Intérpretes de Libras:


Alini Mariot
Ringo Bez de Jesus

Audiodescritora:
Ana Carolina Sampaio Frizzera

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 2
Supervisora:
Michela Lemos Silveira

Tutores/as:
Adriana Martins da Silva
Aline Quintana Gonçalves
Ana Carolina Soares
Brenda Lemos Silveira
Caroline Luiz de Vargas
Débora Barros de Moraes
Dienuza da Silva Costa
Elizângela de Deus Garcia
Elisangela Rodrigues Vargas
Fernanda de Lima Pinheiro
Francine Carvalho Madruga
Gabrielle Coggo
Iracema Barbosa Pinheiro
Lilia Jurema Monteiro Masson
Luciana Moraes Soares
Mariléia Corrêa Camargo Rocha
Raquel Lopes Teixeira Couto
Renata Soares Ribeiro
Ricardo Costa Brião
Roseli de Fátima da Silva Feitosa Galvão
Samara de Oliveira Pereira
Taís Granato Nogueira
Tamara Campos Vaz
Tenely Cristina Froehlich
Ticiane da Rosa Osório
Uilson Tuiuti de Vargas Gonçalves
Vinícius Freitas de Menezes
Vinicius Uriel
Yuri Freitas Mastroiano

Diagramação:
Giovana Dewes Munari

A capa deste fascículo foi criada com fotos dos bancos de imagens Freepik.com e Pexels.com (Anna Shvets, Jonas
Mohamadi, Polina Tankilevitch, Rodnae Productions e Tima Miroshnichenko).

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do Pampa está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-
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FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 3
SUMÁRIO

SEGUNDA TERTÚLIA - DESENHO UNIVERSAL PARA APRENDIZAGEM:


PRINCÍPIOS E DIRETRIZES (30H) ....................................................................... 5

CONSIDERAÇÕES TEÓRICOS-CONCEITUAIS SOBRE DUA:


PRINCÍPIOS E DIRETRIZES ................................................................................ 6

Situação prática 1 - Vamos experienciar! ........................................................... 8


Meta 1 ....................................................................................................................................................... 8
Meta 2 ....................................................................................................................................................... 9
Meta 3 ..................................................................................................................................................... 10
Meta 4 ..................................................................................................................................................... 11
Meta 5 ..................................................................................................................................................... 13

PRINCÍPIOS DO DUA ....................................................................................... 18

Princípio I - Modos Múltiplos de Apresentação e/ou Representação .................19

Princípio II - Modos Múltiplos de Ação e Expressão ......................................... 20

Princípio III - Modos Múltiplos de Engajamento ............................................. 21

SÍNTESE ......................................................................................................... 23

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 25

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 4
SEGUNDA TERTÚLIA
DESENHO UNIVERSAL PARA APRENDIZAGEM:
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES (30H)

Conhecendo o formador

Audiodescrição da imagem: Fotografia do professor Cristiano Corrêa Ferreira da cintura para cima. Cristiano é pardo, na parte
de cima da cabeça é careca,na parte de trás da cabeça tem cabelos curtos, lisos e grisalhos. Tem olhos castanhos, sobrancelhas
grossas, usa óculos na cor preta. Está com um leve sorriso. Veste camisa de mangas longas em cor preta, está de braços cruzados
na altura da cintura. Fim da descrição.

“ Pai da Maria Laura e do Pedro Henrique,


gosto muito da natureza e, em especial, da vida no campo

Sou Arquiteto e Urbanista, com mestrado e Doutorado em Engenharia. Desde de 2006, sou
professor da Universidade Federal do Pampa e atuo na graduação e pós-graduação. A partir de
2018, começo a pesquisar atividades com foco na inclusão por meio do desenvolvimento de
material didático, inteligências múltiplas e Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA). No
ano de 2020, ingressei no Grupo de Estudos e Pesquisa em Inclusão e Diversidade na Educação
Básica e no Ensino Superior, que atua com estudos e pesquisas na área da diversidade e inclusão
e acessibilidade pedagógica na perspectiva da Educação para Todos. Em 2022, tive a honra
de atuar na linha de frente do curso de extensão promovido pela SEMESP/MEC e UNIPAMPA
intitulado “Curso de Extensão Desenho Universal para a Aprendizagem com Foco no Público da
Educação Especial e na Perspectiva Inclusiva”.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9557604599954155
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7676-9233
Email: cristiano.ferreira@unipampa.edu.br

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 5
CONSIDERAÇÕES TEÓRICOS-CONCEITUAIS
SOBRE DUA: PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

Conhecendo a temática
No módulo 2, vocês irão estudar sobre Desenho Universal para a Aprendizagem: Princípios
e Diretrizes. A proposta deste módulo visa desenvolver práticas de ensino que promovam,
principalmente, ações voltadas para o desenvolvimento de modos distintos de apresentar os
conteúdos, proporcionar que os alunos demonstrem o seu aprendizado de diferentes modos e
conforme suas preferências, bem como, dar oportunidades para os alunos se envolverem com o
conteúdo visando o aumento do interesse e da motivação.

Essa proposta se justifica em função de que é necessário oportunizar aos professores e profissionais
da educação conhecimentos a respeito de metodologias que tornam o ambiente mais inclusivo
em prol de uma perspectiva de qualidade e de avanço educativo. Nesse contexto, procurou-se
desenvolver no módulo 2 três momentos.

O primeiro versa sobre o tema motivação e, neste, procuraremos explorar de forma fictícia, ou
não, os seguintes passos: no primeiro, serão estimulados a conhecer de que forma você e/ou
seus colegas e alunos aprendem mais quando estão estudando; a seguir, vamos incentivar
que você defina um conteúdo a ser desenvolvido e explorado com um grupo de estudantes;
no passo seguinte pretende-se explorar e preparar uma ação voltada ao ensino que contemple
as formas que mais você e/ou colegas e alunos aprendem mais quando estão estudando; após
precisará definir formas diferentes de repassar os conteúdos, sem esquecer de considerar o todo
(diferentes modos de aprendizagem). A seguir, pensaremos em um modo de avaliar e apresentar
o aprendizado dos participantes, pensando em duas formas diferentes de fazer essa ação; Para
finalizar, iremos passar pelo estágio de motivação propriamente dito, no qual será necessário
montarmos estratégias voltadas ao engajamento dos nossos alunos. Vale lembrar que você
precisará registrar as ideias à medida que forem surgindo (iremos dispor de um link no google
drive denominado de Experiência do Módulo 2) ao longo dessa etapa. Caso fique com alguma
dúvida, você poderá responder a um questionário no Google Forms denominado de Revisão das
metas 1,2,3,4, e 5 que produzimos a fim de revisar o que foi passado até aqui.

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 6
No segundo momento, serão apresentados os princípios do DUA por meio da construção do
conhecimento. Nessa etapa, traremos os conceitos teóricos dos princípios norteadores do DUA e
suas características em termos de aplicações práticas. Ao final, você poderá responder a um outro
questionário intitulado de Revisão dos princípios do DUA com o intuito de percorrer o que foi
visto até o momento.

No terceiro, será realizada a síntese, na qual será apresentado um Quadro com os princípios
que norteiam o DUA. Vale ressaltar que essa proposta será retomada no módulo 3 deste
aperfeiçoamento.

Sintetização do módulo
No módulo 2 iremos iniciar fazendo uma atividade que denominamos de “Vamos nos conhecer
e experienciar a nossa trajetória educacional” esse momento serve para você cursista ler,
registrar tudo o que se passa no seu contexto educacional, ou seja a sua experiência de vida.
Para a nossa organização criamos metas que deverão ser seguidas por você nesse percurso. A
seguir, chegaremos no item construção do conhecimento e lá iremos esclarecer o que havíamos
proposto anteriormente mas de forma fundamentada nos princípios do Desenho Universal para
a Aprendizagem. Para finalizar, você deverá registrar essa experiência em um documento que
será compartilhado no google drive.

MOTIVAÇÃO

Situação prática 1 - Vamos nos conhecer e experienciar a nossa trajetória educacional

A partir de agora você irá percorrer um caminho no qual o objetivo é apresentar e encontrar
formas de como nos relacionamos com os nossos grupos, com os nossos estudantes e para que
isso seja possível, iremos percorrer cinco passos que denominaremos de estações e/ou metas a
serem cumpridas. Ao final do desenvolvimento das respostas para as Metas 1, 2, 3, 4 e 5, você
deverá registrar a experiência vivenciada através do Google Drive no documento “Experiencia
do módulo 2”.

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 7
Dicas para desenvolver a atividade:

• Você pode fazer um rascunho no seu caderno ou onde achar melhor das suas
observações antes de registrar no Google Drive no documento “Experiencia do
módulo 2”;

• Pense nas situações práticas que envolvem as os desafios propostos nas Metas 1, 2, 3,
4 e 5 e que você vivencia ou já vivenciou no seu dia a dia escolar;

• Ao ler cada meta, pense como seria aquela situação com você, como seria, também,
com seus alunos e/ou colaboradores. Em síntese: fique bem à vontade e pode
imaginar algo bem hipotético.

• Registre tudo da maneira que achar mais prático;

• Em caso de dúvidas, compartilhe com colegas, tutores e outros colaboradores que


participam da ação.

Vamos lá !!!!!!!!!!!!!!!

SITUAÇÃO PRÁTICA 1 - Vamos experienciar!


Experiência 1 - De forma individual ou em grupo vamos nos conhecer um pouco mais.

Meta 1
Identifique em você e em seus alunos e/ou em seus colegas, e/ou em seus grupos de amigos, de
que forma vocês gostam de estudar e/ou aprender. Você definirá o grupo que será investigado.

Dicas para atingir a meta 1

Por exemplo, eu aprendo mais falando do que escrevendo, no entanto, conheço pessoas que
aprendem mais lendo. Portanto, vale a pena descobrir a melhor forma com que você e as pessoas
ao seu redor aprendem mais. A Figura 1 ilustra essas formas de aprendizado.

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Figura 1 - Formas de aprendizagem

Fonte: Pexel.com

Audiodescrição da imagem. Fotografia dividida em três partes: A esquerda, fotografia de um homem sentado em uma mesa,
ele é visto da cintura para cima. O homem está de perfil é negro, tem cabelo preto e encaracolado, usa óculos, sua boca está
fechada. Veste uma blusa cinza de manga curta. Sob a mesa, alguns livros, próximo a mão do homem um livro aberto e fones
de ouvido sem fio. Ao centro a fotografia de uma mulher sentada em uma mesa de perfil, ela é vista da cintura para cima, ela
é parda, tem cabelos longos, castanhos escuros e lisos, seus olhos são castanhos, suas sobrancelhas são grossas, sua boca está
fechada. A sua frente, um caderno e um notebook, ela está segurando um lápis. A direita, um homem é uma mulher mostrados
da cintura para cima, eles estão em pé, o homem está de perfil, com a cabeça virada para a direita, ele é negro, tem cabelo black
power, usa óculos, está sorrindo, veste uma camisa xadrez na cor cinza com listras brancas e calça jeans, carrega uma mochila
nas costas, em suas mãos, alguns livros. A mulher, de perfil com o rosto virado para a esquerda ela é branca, seus cabelos são
curtos, loiros e lisos, está sorrindo, veste uma blusa de mangas longas na cor azul clara e uma saia na cor preta, segura um
caderno aberto em suas mãos. Fim da descrição.

Agora que já sabe e identificou a forma como você e/ ou colegas, grupo e até mesmo os alunos
da sala de aula aprendem mais, você precisa anotar no Google Drive no documento “Experiencia
do módulo 2” e indicar as duas formas que mais se destacaram entre as opiniões do todo.

Meta 2
Após passarmos pela primeira meta, agora vamos definir um conteúdo e/ou um assunto
importante que precisaremos apresentar para alguém, mostrar em um evento, detalhar para um
grupo, explicar na sala de aula, implementar e/ou aprofundar em um plano de trabalho.

Dicas para atingir a meta 2

Por exemplo, eu sou professor de desenho e gosto muito de ensinar conteúdos como representação
de sólidos geométricos em perspectiva, conforme aparece na Figura 2.

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 9
Figura 2 - Conteúdos e/ou assuntos de interesse

Fonte: Pexel.com

Audiodescrição da imagem. Fotografia dividida em duas partes. A esquerda um quadro negro com diversas formas geométricas
que representam croqui de sólidos geométricos regulares e de revolução, na imagem em ordem de cima para baixo da
esquerda para a direita as seguintes formas: um cone, um retângulo, um cilindro, um quadrado e um círculo. A direita, uma
fotografia do professor Cristiano Corrêa Ferreira em perspectiva cônica, Cristiano está de perfil virado a esquerda, seu corpo é
mostrado da cintura para cima. Cristiano é pardo, na parte de cima da cabeça é careca, na parte de trás da cabeça tem cabelos
curtos, lisos e grisalhos. Tem olhos castanhos, sobrancelhas grossas, usa óculos na cor preta. Está com um leve sorriso. Veste
camisa de mangas longas em cor preta. O professor segura um quadro negro[a] em suas mãos, que está com um desenho
geométrico. Fim da descrição.

Agora que você já se identifica com uma área do saber, é momento de definir apenas um conteúdo
para detalhar, o qual você irá construir nos próximos encontros um plano de ação e/ou trabalho.

Meta 3
Depois de definir um conteúdo que irá investigar e abordar de forma mais detalhada daqui para
frente, o desafio será preparar uma atividade de ensino de maneira que atenda e/ou contemple
as ações determinadas na meta 1. Observação: lembre-se que na meta 1 você registrou a maneira
como você e/ou grupo aprendem mais.

Dicas para atingir a meta 3

Se você definiu e/ou detectou que a maioria das pessoas (meta 1) aprendem mais falando. Então,
pense em um recurso didático, no qual essas pessoas precisem expor algum item e/ou conteúdo
por meio da fala, como por exemplo, você pode propor que seja feito um debate entre eles.

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Observação: Mesmo que saiba que a maioria gosta de aprender falando, não deixe de estimular
outras formas como a escrita e/ou alguma outra que você identifique potenciais de aprendizado,
a Figura 3 mostra um grupo de pessoas em um debate.

Figura 3 - Pessoas debatendo um determinado assunto

Fonte: Pexel.com

Audiodescrição da imagem. Fotografia de um debate em uma sala de aula, ao centro, um homem branco em pé, tem cabelo
curto, liso e castanho claro, seus olhos são cor de mel, sua boca está fechada, veste uma blusa preta de manga com estampa de
triângulos brancos e uma calça jeans. Ao fundo outras pessoas observam o homem. Fim da descrição.

Observação: Sejam criativos e produzam formas e recursos legais para debatermos nas próximas
etapas deste curso de aperfeiçoamento.

Meta 4
Neste momento que você já sabe como os colegas de grupo aprendem, que já definiu um
conteúdo e formas diferentes de apresentá-lo de modo que contemple o todo, podemos pensar
em um modo de avaliar o aprendizado dos participantes. Portanto, pense em 2 modos diferentes
de avaliar o aprendizado dos alunos.

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Dicas para atingir a meta 4

Figura 4 - Modos diferentes de avaliar o aprendizado dos alunos

Fonte: Pexel.com

Audiodescrição da imagem. Esquema com cinco dicas, da esquerda para direita de cima para baixo. A frase ‘Pode ser...’ seguida
das dicas: Dica 1: uma avaliação oral, junto à dica, a fotografia de uma mulher branca que está próxima a um quadro branco,
é mostrada da cintura para cima, tem cabelos médios, lisos e castanhos claros, olhos castanhos, está sorrindo, seu braço direito,
mão e dedo indicador estão próximos ao quadro. Veste uma blusa branca; Dica 2: trabalho em grupo, junto à dica, a fotografia
de um grupo de três pessoas, mostradas do tronco para cima, da esquerda para a direita, um homem branco de perfil com o
rosto virado a direita. Tem cabelos loiros e curtos, olhos claros, está sorrindo e veste blusa vermelha. Uma mulher parda, tem
cabelos cacheados na cor preta, seus olhos estão levemente abertos, está sorrindo, veste uma blusa rosa de alcinhas. Um
homem negro de perfil com a cabeça virada para a esquerda, ele tem cabelo preto e crespos, seus olhos estão levemente
abertos, sua boca está fechada, tem bigode e veste uma camisa verde musgo. As pessoas olham para um computador ao centro
da mesa; Dica 3: uma avaliação escrita junto a fotografia de uma mulher, ela é parda, está sentada junto a uma mesa, está
de perfil e é mostrada da cintura para cima, tem cabelos longos, lisos e pretos, está com os olhos levemente abertos, sorrindo,
está com um papel a sua frente, segura um lápis com a mão direita; Dica 4: uma gravação de vídeo, junto com a fotografia
de um homem gravando um vídeo em um celular, na imagem à esquerda aparece uma parte da cabeça do homem de perfil
com a cabeça virada à esquerda, a direita, um celular apoiado em um tripé filmando o homem que é branco, usa uma touca
marrom, tem olhos castanhos, usa óculos redondos, está com a boca fechada, veste uma camisa branca com listras pretas; Dica
5: uma competição entre os estudantes. Junto a uma fotografia de estudantes em uma sala, eles são mostrados da cintura para
cima, em ordem da esquerda para a direita – uma mulher branca, tem cabelos, curtos, castanhos, cacheados, veste um paletó
marrom e uma blusa azul clara; uma menina branca, com cabelos loiros, veste uma blusa de frio na cor laranja; um menino
branco, tem cabelos castanhos, cacheados, veste uma blusa de manga longa vermelha e verde, está sentado; uma menina
negra, com cabelo preto preso com um penteado sob a cabeça, veste uma blusa azul clara de manga longa; um menino
branco, com cabelos loiros e curtos, veste uma blusa marrom clara, está sentado; uma menina branca, tem cabelos longos e
pretos, veste um macacão cinza e blusa branca de manga longa; um menino branco, com cabelos pretos e curtos, veste uma
blusa bege com colarinho marrom. Fim da descrição.

Observação: escolha outras formas que acredita ser interessante para avaliar o desempenho dos
alunos, não esquecendo de utilizá-las nesta etapa.

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ATENÇÃO

Não adianta termos uma excelente apresentação de conteúdos e também diferenciar formas
de avaliação. É necessário engajarmos os nossos alunos.
Vamos lá !!!!!!!!!!!!!!!

Meta 5
Nesta etapa, é necessário pensarmos diferentes estratégias para engajamento nas atividades. Na
Figura 5, há imagens de alguns exemplos.

Figura 5 - Formas de engajamento

Fonte: Pexel.com

Audiodescrição da imagem. Esquema com cinco imagens ordem da esquerda para direita. Fotografia circular de um tabuleiro
de xadrez junto a frase ‘Que tal motivarmos com um jogo?’; Fotografia circular de mãos em diversos tons de pele umas sob as
outras junto a frase ‘Aposte em um projeto colaborativo’; Fotografia circular contendo um menino negro, a imagem mostra sua
cabeça e seus ombros, seu ombro está próximo a sua cabeça esticado de maneira diagonal apontado para a direita próximo a
outra mão, abaixo da fotografia a frase ‘Valoriza e estimule os avanços’; Fotografia circular com suas mãos próxima uma a outra
junto a frase ‘Faça combinados’; Fotografia de um alvo junto a frase ‘Construa metas’. Fim da descrição.

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 13
Preencha, a seguir, tudo o que você anotou até aqui em um arquivo do Google Drive denominado
de Experiência do módulo 2. Vamos lá !!!!!!!!!!!!!!!.

ATENÇÃO
Ficou com dúvida? Então, exercite o que foi visto no questionário 1 do Google Forms
denominado de Revisão das metas 1,2,3,4 e 5 e não deixe de anotar tudo lá no Google Drive
no arquivo Experiência do módulo 2, pois queremos conhecê-lo mais.
Vamos lá !!!!!!!!!!!!!!!

CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Vamos recapitular tudo o que falamos de outro modo e, também, apresentar os princípios do DUA.

A partir desse ponto, iremos esclarecer melhor a dinâmica apresentada até agora. Para isso, iremos
recapitular os passos anteriores trazendo os conceitos teóricos dos princípios que norteiam o
Desenho Universal para a Aprendizagem e a forma como os pesquisadores da área definem a
prática pedagógica por meio do DUA. Ao final, você deverá exercitar a atividade por meio de um
outro exercício no Google Forms.

Dica: Não deixe de ler o material exposto aqui e repita o exercício proposto várias vezes para fixar
bem o conteúdo, pois será importante para as dinâmicas a partir de agora.

Lembre-se que, na meta 1, nós pedimos para Identificar em você e em seus alunos, colegas e
grupos de amigos de que forma vocês gostam de estudar e/ou aprender.

Para esclarecer o que estávamos estimulando na meta 1 deste trabalho, nos fundamentamos nos
conceitos da PIRÂMIDE DO APRENDIZADO E INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS.

Nobre (2018), apresenta, em sua pesquisa, que a teoria da Pirâmide do Aprendizado foi idealizada
por Edgar Dale (1946), pesquisador da Universidade do Estado de Ohio nos Estados Unidos, e

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 14
nela Dale afirma que através de uma pirâmide pode-se observar que o desenvolvimento ou o
processo de aprendizagem do conteúdo ocorre de forma gradativa e crescente na medida em
que o aluno deixa de ser apenas um mero espectador e ele traz como exemplo quando somente
assiste uma palestra ou escuta um informação sem interagir. No entanto, quando ocorre a
realização de atividades práticas, em que é necessário interagir e expor algo do que foi constatado
e/ou observado, deduz-se que aconteça um aprendizado mais eficiente.

Autores como Da Silva e Muzardo (2018), definem que as pirâmides de aprendizagem são meios
que favorecem e estimulam as práticas pedagógicas de forma mais ativa.

Para muitos autores, esse é um aspecto interessante e importante que deve ser considerado
quando se pretende melhorar o aprendizado, conforme aponta Nobre (2018). A Figura 6
apresenta a pirâmide do aprendizado.
Figura 6 - Representação gráfica da pirâmide do aprendizado.

Fonte: Adaptada de https://www.cesdcampinas.org.br/a-piramide-de-aprendizagem-de-william-glasser

Audiodescrição da imagem. Imagem da pirâmide de aprendizagem de William Glasser, dividida em 7 etapas níveis. Na
lateral da pirâmide, lê-se, de cima para baixo: “Aprendemos 10% quando lemos”, ao lado do nível Ler; “Aprendemos 20%
quando ouvimos”, ao lado do nível Escutar; “Aprendemos 30% quando observamos”, ao lado do nível Ver; “Aprendemos 50%
quando vemos e ouvimos”, ao lado do nível Ver e Ouvir; “Aprendemos 70% quando discutimos com outros”, ao lado do nível
Conversar, perguntar, repetir...; “Aprendemos 80% quando fazemos”, ao lado do nível Escrever, interpretar, traduzir, expressar...;
e “Aprendemos 95% quando ensinamos aos outros”, ao lado do nível Explicar, resumir, estruturar. Fim da descrição.

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 15
Ao analisarmos a Figura 6 da pirâmide, é possível perceber que, quando apenas lemos, ouvimos
e observamos, os nossos índices de aprendizagem são passivos. No entanto, é preciso avançar e
proporcionarmos outras formas de aprendizagem, tais como estimular os estudantes a discutir
com os outros, a executar tarefas e instruir os alunos que também ensinem aos outros como
forma de aprendizagem ativa. Para mostrar exemplos de aplicação, são apresentadas 4 propostas
de práticas educacionais, ou seja, o primeiro exemplo sugere que eles deveriam formar um
grupo de reforço com os alunos da escola e, nesse exercício, o cursista professor e/ou profissional
de educação deveria solicitar que um aluno desse grupo deveria redigir resumos e distribuir para
os colegas sobre o assunto que ele mais domine. O resultado esperado dessa atividade mostra
que o fato de ter que explicar para os outros e responder às perguntas deles faz com que o aluno
consolide os seus conhecimentos.

A outra atividade proposta sugere que o cursista prepare encontros para a discussão de debates
polêmicos: pode ser uma atividade que fomente a discussão de assuntos como sexualidade,
futuro, ansiedade, corrupção, etc. Além dessas, também pode ser proposto que o aluno atue
como professor, apresentando-se diante da turma, ou seja, ele ensina um tema que aprende
com antecedência e domina, por outro lado, os colegas na plateia fazem perguntas durante ou
após a explicação. Por fim, pode ser sugerida uma atividade em que os alunos façam paródias
de músicas, ou seja, trocar a letra de uma música famosa por outra que contenha um assunto ou
conteúdo. Vale destacar que essas dinâmicas foram retiradas da Fonte 1, que serviu de referência
para fundamentar esses exemplos, nela é possível perceber que, ao utilizar destes recursos, você
está ensinando, direta ou indiretamente, a abordagem participativa e que essas interações são as
mais marcantes na vida do estudante e mais eficientes no processo ensino-aprendizagem.

Outro modo de refletirmos as ações propostas na meta 1, é analisar os conceitos de Inteligência


Múltipla proposto pelo psicólogo Howard Gardner.

De acordo com Travassos (2001), Gardner teorizou sete inteligências que, ao longo dos anos,
foram sofrendo evoluções como:

1: Inteligência Linguística: que é característica de quem gosta de ler e escrever,


como escritores, poetas, oradores, jornalistas, publicitários e vendedores;

2: Inteligência Lógico-Matemática: característico de quem gosta dos números, como


exemplo têm-se os cientistas, físicos e matemáticos.

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 16
3: Inteligência Espacial está direcionada à capacidade de formar um mundo visual
ou espacial e de ser capaz de se orientar, como os marinheiros, engenheiros, cirurgiões,
etc.

4: Inteligência Musical é aquela característica de quem possui o gosto pela música,


ou seja, é a inteligência que permite a alguém gerar, produzir sons e arte de maneira
criativa, a partir da discriminação de elementos como tons, timbres e temas.

5: Inteligência Corporal-Cinestésica, que está ligada à capacidade de resolver


problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo, como dançarinos, esportistas,
malabaristas, artistas, etc.

6: Inteligências Interpessoal, que consiste na capacidade de compreender as outras


pessoas, como vendedores, políticos e professores;

7: Inteligência Intrapessoal, que corresponde à capacidade correlativa, voltada


para dentro, por exemplo os terapeutas. Mais recentemente, surgiu a inteligência
naturalística, que é característica de pessoas que gostam da natureza, como ecologistas
e biólogos. Conforme dados encontrados na Fonte de Pesquisa é preciso reconhecer as
inteligências: as nossas e as dos alunos, pois é necessário que se consiga desenvolver,
em sala de aula, atividades que contemplem as múltiplas inteligências, ou seja,
primeiramente precisamos entender quais são as nossas próprias inteligências mais
desenvolvidas e quais são as dos nossos alunos.

DICA

Em geral, existem vários aplicativos que servem para testar as diferentes inteligências definidas
por Gardner, portanto, basta você baixar e responder a uma série de perguntas e no final ele
indica qual ou quais são as inteligências que mais estão identificadas de acordo com as respostas
dadas. Lembrando que essa atividade também poderá ser feita na sua escola, com o seu grupo
de alunos, para que, após o resultado, você consiga planejar ações mais efetivas.

Vale lembrar que este teste não substitui a aplicação que poderá ser executada por um profissional
da área, ou seja, tem como objetivo apenas apresentar o método e obter resultados.

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 17
PRINCÍPIOS DO DUA
As metas 2, 3, 4 e 5 - que foram propostas na etapa de situação prática (Vamos experienciar!),
estão relacionadas diretamente aos Princípios que norteiam o DUA.

Para esclarecer melhor do que eles tratam, De Souza Prais e Da Rosa (2016) esclarecem que eles
auxiliam na elaboração de uma proposta didática que visa satisfazer as demandas e necessidades
de aprendizagem de um significativo número de alunos da sala de aula. Portanto, para os autores,
os princípios do DUA fornecem suporte ao docente na execução do planejamento em prol da
inclusão.

De acordo com Sebastian-Heredero et. al. (2022) para poder materializar as práticas do ensino
inclusivo é preciso que ocorra alguma forma de reorganização do currículo escolar, visando torná-
lo mais aberto e flexível.

Nesse sentido, os autores destacam que uma das ferramentas que demonstram a plenitude para
um desenvolvimento da educação inclusiva é o que denominamos de diferenciação curricular,
que se efetiva nas práticas encontradas no DUA com seus três princípios, que possibilitam
criar ambientes de aprendizagem mais desafiadores e envolventes para todos os alunos. Eles
destacam que na atualidade já existe uma compreensão de que todos os estudantes podem
aprender, tanto pelo DUA, quanto pelas formas individualizadas de organização curricular. Sendo
assim, é necessário entender e compreender o que são os príncipios do DUA.

Vale ressaltar aqui o que dizem Mendonça e Gonçalves (2023) e outros inúmeros autores sobre
o DUA: este não é uma prescrição e não existe fórmula pronta para sua aplicação, mas sim,
um conjunto de estratégias que podem ser empregadas para transpor barreiras existentes à
aprendizagem.

Além disso, Mendonça e Gonçalves (2023) também informam que essas estratégias podem
servir para orientar as escolhas do professor e para flexibilizar o que for necessário para obter uma
melhor aprendizagem a todos os alunos. Para as autoras, a ideia do DUA é que suas orientações
sejam utilizadas também para planejar e avaliar objetivos de aprendizagem, materiais e métodos
de avaliação, proporcionando, assim, um ambiente de aprendizagem acessível para todos.

Agora que já temos uma introdução geral aos princípios do DUA, vamos esclarecer melhor como
eles são e como funcionam.

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 18
PRINCÍPIO I - Modos Múltiplos de Apresentação e/ou
Representação
Para, Sebastian-Heredero et. al (2022) o primeiro princípio visa proporcionar Modos Múltiplos
de Apresentação (O “quê” da aprendizagem).

Para os autores, os estudantes diferem nos modos como percebem e compreendem a informação
que lhes é apresentada.

Por exemplo, aqueles com deficiências sensoriais (cegos e surdos), com dificuldades
de aprendizagem ou transtornos específicos de aprendizagem (dislexia, discalculia,
disortografia, transtorno do déficit de atenção e/ou hiperatividade), com outras línguas
ou culturas, podem requerer maneiras distintas de ascender aos conteúdos. Outros,
simplesmente, poderão captar a informação de forma mais rápida ou mais eficiente
através de formatos visuais ou auditivos do que com um texto impresso. O DUA parte
da base de que a aprendizagem e a transferência do aprendizado devem ocorrer
proporcionando múltiplas formas de apresentações, diversas formas de apresentar um
mesmo conteúdo, atividade, pois isso permite atender a variabilidade dos estudantes,
desde a consideração das inteligências múltiplas e, no tempo, fazer conexões interiores,
assim como entre os conceitos. (Sebastian-Heredero et. al, 2022, p.4)

Em resumo, não há um meio de representação ótima ou ideal para todos os estudantes;


proporcionar modos múltiplos de apresentação dos conteúdos é essencial para chegar a todos.

Esse princípio está intimamente ligado com a meta 3 da nossa situação prática (Vamos
experienciar!).

Autoras como Mendonça e Gonçalves (2023, p.15) elaboraram um roteiro simplificado de DUA
direcionado para o professor e no trabalho elas informam que em relação a esse modo você
precisa refletir sobre se tem o hábito de explicar os objetivos da aula e/ou de alguma atividade
para os alunos antes de começar. Por isso, elas orientam que nas atividades pedagógicas que
você elabora é possível ter mais de um nível de exigência com o intuito de promover uma maior
variabilidade nos desafios.

Além disso, elas alertam que você oriente e esclareça bem os símbolos que são apresentados,
o vocabulário e se possível se comunique de diferentes formas sobre o mesmo conteúdo. Não
deixe de oportunizar nesta etapa diferentes modos de comunicação e que o aluno tenha a chance
de evoluir na fluência com níveis de dificuldade crescentes e variados.

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 19
Para Zerbato e Mendes (2018), nesse princípio você deve fornecer vários exemplos sobre o
mesmo conteúdo. Quanto maior as possibilidades, maiores serão as chances em aprendê-lo.
As autoras trazem que exemplos práticos envolveriam a utilização de livros digitais, softwares
especializados e recursos de sites específicos, elaboração de cartazes, de esquemas e resumos
de textos, entre outros. Enfim, elas relatam que é necessário, também, estimular os diferentes
estilos de aprendizagem como destacamos na meta 1 da situação prática (Vamos experienciar!).

DICA
O Quadro 1, na página 23, mostra um detalhamento a respeito das diretrizes do Princípio I.

PRINCÍPIO II - Modos Múltiplos de Ação e Expressão


De acordo com Bock (2019), os alunos se diferem na forma como eles interagem no ambiente de
aprendizagem e como externam o que sabem. A autora complementa essa informação trazendo
exemplos como os indivíduos que possuem significativos comprometimentos de movimento
(Paralisia Cerebral), os que possuem dificuldades em habilidades estratégicas e organizacionais
(distúrbios de funções executivas), assim como aqueles que possuem barreiras linguísticas, entre
outros. Portanto, a autora destaca que alguns conseguem se expressar bem no texto escrito, mas
não na fala, e vice-versa.

Autores como Zerbato e Mendes (2018) e (Nelson, 2013) afirmam que este princípio pode estar
intimamente ligado à avaliação da aprendizagem como destacamos na meta 4 da situação prática
(Vamos experienciar!), mas considerando o que foi exposto por Bock (2019) essa diretriz é bem
mais profunda. Para os autores, os estudantes necessitam de apoios, medidas e, principalmente,
orientações no sentido de aprender a todo momento, por esse motivo, eles preconizam que
nesse modo é importante fornecer feedback e também propiciar oportunidades flexíveis para
demonstrar competências.

Sebastian-Heredero et. al (2022), ratificam o que foi exposto acima e enfatizam sobre proporcionar
Modos Múltiplos de Ação e Expressão (O “como” da aprendizagem). Porque os estudantes diferem
nas formas como procuram o conhecimento e expressam o que sabem. Por exemplo: algumas
pessoas podem ser capazes de expressar-se bem com um texto escrito, mas não de forma oral e
vice-versa.

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 20
Dessa forma:

Neste princípio se parte do reconhecimento de que a ação e a expressão requerem


uma grande quantidade de estratégias, práticas e organização, pois cada um pode ter
formas diferentes de expor o mesmo, sendo este outro aspecto em que os estudantes se
diferenciam, relacionado com a criatividade e o pensamento divergente. Na realidade,
não há um meio de ação e expressão ótimo ou ideal para todos os estudantes,
os modelos de prova única para todos não são eficientes na hora de comprovar ou
compreender os processos de aprendizagem, por isso há de se promover opções
variadas para que a ação e a expressão se manifestem. (Sebastian-Heredero et. al,
2022, p.4)

Autoras como Mendonça e Gonçalves (2023,p.15) ao investigarem o DUA por meio da elaboração
de um roteiro simplificado, com foco no professor, informam que é necessário ser feito uma
reflexão sobre “quais as estratégias que são utilizadas em sala de aula para despertar o interesse
dos alunos”. Por isso, sugerem que os professores reflitam maneiras para manter o interesse dos
alunos, incentivar a autonomia de forma a preservar sua autenticidade, bem como evitar ações
que gerem medo. Portanto, elas sugerem que você liste as estratégias que costuma a usar e
acrescente a elas uma nova.

DICA
O Quadro 1, na página 23, mostra um detalhamento a respeito das diretrizes do Princípio II.

PRINCÍPIO III - Modos Múltiplos de Engajamento


De acordo com Bock (2019) e Sebastian-Heredero et. al (2022), a afetividade é um componente
determinante para a aprendizagem, pois os alunos diferem no modo como podem ser seduzidos
ou motivados a aprender.

Sendo assim, é necessário proporcionar Modos Múltiplos de Implicação, Engajamento e


Envolvimento (O “porque” da aprendizagem). As emoções das pessoas e a afetividade são um
elemento crucial para a aprendizagem, e os estudantes diferem notoriamente nos modos em
que podem ser provocados e motivados para aprender. Para os autores, alguns estudantes se
interessam por novidades, enquanto outros não possuem o interesse em se incluir e assustam-se
com as novidades e preferem as atividades rotineiras. Uns preferem trabalhar sozinhos, enquanto
outros, em grupos. Em síntese, não há uma fórmula que seja ideal para todos os estudantes em

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 21
todos os contextos. Portanto:

É essencial proporcionar modos múltiplos de implicação e envolvimento. Visando


representar este processo de elaboração do planejamento, na imagem 1 expomos os
objetivos de cada princípio, para que o professor possa se subsidiar nesse processo
investigativo de organização de sua atividade de ensino, em uma perspectiva inclusiva.
(Sebastian-Heredero et. al, 2022, p.5)

Mendonça e Gonçalves (2023) apontam, também, que é preciso incentivar o hábito, nos
alunos, em se autoavaliar, para que, dessa forma, possa monitorar e intervir na sua regulação
emocional. Com isso, nas suas aulas propicie momentos estratégicos em prol da recuperação do
conhecimento prévio do aluno, assim como o nivelamento do conhecimento elementar sobre
o conteúdo. Quando monitoramos e direcionamos o aluno na identificação dessas questões
estamos auxiliando no processamento e favorecendo as competências.

Por isso, elas destacam que o professor deve orientar o aluno a planejar, desenvolver e fazer a
gestão da informação com o uso de metas adequadas como forma de potencializar o próprio
aprendizado. Portanto, é sempre importante pensar e estruturar as estratégias que podem ser
utilizadas para apoiar o aluno no desenvolvimento das atividades de aprendizagem. Sendo
assim, esse princípio está associado com a meta 5 da situação prática (Vamos experienciar!).

DICA
O Quadro 1, na página 23, mostra um detalhamento a respeito das diretrizes do Princípio III.

Agora que já compreendeu melhor os princípios do DUA, você poderá complementar o arquivo
do Google Drive denominado de Experiência do módulo 2 com mais informações.

ATENÇÃO
Ah! Se ficou com dúvidas a respeito dos princípios do DUA, você poderá realizar uma atividade
para praticar no Google Forms denominada de Revisão dos Princípios do DUA.
Vamos lá !!!!!!!!!!!!!!!

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 22
SÍNTESE
A seguir, após a Figura 7, têm-se o Quadro 1 que retrata de forma sintetizada os princípios
norteadores do DUA com base nas informações apresentadas pelo guia do Desenho Universal
para a Aprendizagem versão 2.2, CAST (2018), disponível em https://udl guidelines.cast.org/..

Figura 7 - Princípios baseados na investigação da neurociência que orientam o DUA

Fonte: Pexel.com

Audiodescrição da imagem. Imagem gráfica de um cérebro mostrado em visão lateral, dividido em quatro pedaços. Três pedaços
estão pintados em destaque. À esquerda, a parte frontal do cérebro está pintada de laranja, ao lado a frase ‘Proporciona vários
meios de ação e expressão’. À direita, a parte superior do cérebro está pintada de amarelo ao lado a frase ‘Proporcionar vários
meios de apresentação’. Abaixo, uma área da parte inferior do cérebro está pintada em cor cinza, ao lado a frase ‘Proporcionar
vários meios de engajamento’. Fim da descrição

Quadro 1: Princípios que orientam o DUA

Proporcionar vários meio Proporcionar vários meios Proporcionar vários meios


de apresentação de ação e expressão de engajamento
• Proporcionar opções para a • Proporcionar opções para a • Proporcionar opções para
percepção ação física incentivar o interesse
• Oferecer meios de personalizar • Diversificar os métodos de • Otimizar a escolha individual e
a apresentação da informação; resposta e o percurso; a autonomia;
• Oferecer alternativas para • Otimizar o acesso aos recursos e • Otimizar a relevância, o valor e
informações auditivas; à tecnologia assistiva a autenticidade;
• Oferecer alternativas para • Minimizar ameaças e distrações
informações visuais.

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 23
Oferecer opções para o uso da Oferecer opções para a expressão e Oferecer opções para manter
linguagem, expressões a comunicação esforço e à persistência
matemáticas e símbolos

• Estabelecer o vocabulário e • Usar múltiplos meios de • Aumentar a relevância das


símbolos; comunicação; metas e objetivos;
• Estabelecer a sintaxe e a • Usar instrumentos múltiplos • Variar as demandas e os
estrutura; Apoiar a para a construção e recursos para otimizar os
descodificação de texto, notação composição; desafios;
matemática e símbolos; • Desenvolver fluências com • Promover a colaboração e o
Promover a compreensão entre níveis graduados de apoio à sentido de comunidade;
vários idiomas; prática e ao desempenho. • Aumentar o feedback
• Usar diferentes/ múltiplas orientado para o domínio da
mídias. aprendizagem.

Fonte: Adaptado Desenho Universal para a Aprendizagem versão 2.2, CAST (2018), disponível em https://udl guidelines.cast.org/

DICA

Com base na discussão realizada nesse módulo, espera-se que você identifique que as ações dos
educadores são efetivadas quando sem tem clareza dos seguintes aspectos: do que (conteúdo),
para que (objetivos), como (metodologia), quem (perfil dos alunos) e com o que (recursos,
critérios e instrumentos de avaliação) ensinar.

Além disso, vale lembrar que os princípios do DUA estão articulados com os objetivos e
estratégias para uma prática pedagógica inclusiva e, assim, sua utilização pelos professores
para o desenvolvimento de suas aulas e atividades contribui no respeito à diversidade, eficácia
do ensino, amplia o acesso e a participação de todos diante o currículo e a aprendizagem no
contexto educacional.

Sendo assim, a organização do ensino inclusivo baseado nos Princípios do DUA permite
potencializar qualitativamente a aprendizagem dos alunos, satisfazendo suas necessidades
educacionais e suas peculiaridades conforme DE SOUZA PRAIS, Jacqueline Lidiane; DA ROSA,
Vanderley Flor (2016).

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 24
REFERÊNCIAS
BENEDETTI, Thais. O que é a teoria das múltiplas inteligências e como aplicar na educação?. [S.
l.], 2021. Disponível em: https://tutormundi.com/blog/multiplas-inteligencias/. Acesso em: 27
set. 2023.

BÖCK, Geisa Letícia Kempfer et al. O Desenho Universal para a Aprendizagem e as


contribuições na Educação à Distância. 2019.

CAST. Diretrizes de Design Universal para Aprendizagem versão 2.2. CAST, 2018a. Disponível
em: http://udlguidelines.cast.org. Acesso em: 28.set.2023.

DA SILVA, Fábio Luiz; MUZARDO, Fabiane Tais. Pirâmides e cones de aprendizagem: da abstração
à hierarquização de estratégias de aprendizagem. Dialogia, n. 29, p. 169-179, 2018.

DE SOUZA PRAIS, Jacqueline Lidiane; DA ROSA, Vanderley Flor. PRINCÍPIOS DO DESENHO


UNIVERSAL PARA A APRENDIZAGEM: PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS PARA
INCLUSÃO. Ideação, v. 18, n. 2, p. 166-182.

MENDOZA, Babette; GONÇALVES, Adriana. Estruturação de planos de aula com princípios


do desenho universal para a aprendizagem (DUA): contribuição para a educação inclusiva.
Educação: Teoria e Prática, v. 33, n. 66, p. e31 [2023]-e31 [2023], 2023.

MUSIQUE, Paula. Atividades divertidas de Ensino-Aprendizagem com foco no “Ensinar é


Aprender”. [S. l.], 27 dez. 2017. Disponível em: http://paulamusique.com/atividades-de-ensino-
aprendizagem/. Acesso em: 27 set. 2023.

NELSON, L.L. 2013. Design and deliver: planning and teaching using universal design for
learning. Baltimore, Paul. H. Brookes Publishing Co., 151 p.

NOBRE, Artur; ARAUJO, C. M. Recursos audiovisuais instantâneos na educação à distância:


uma reflexão sobre as potencialidades pedagógicas. In: XV Congresso Brasileiro de Ensino
Superior á Distância (ESUD)-20 a

SEBASTIÁN-HEREDERO, Eladio; DA COSTA MOREIRA, Samantha Ferreira; MOREIRA, Fernando


Ricardo. Práticas educativas pautadas no Desenho Universal para Aprendizagem (DUA). Revista
Ibero-Americana de Estudos em Educação, p. 1904-1925, 2022.

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 25
TRAVASSOS, Luiz Carlos Panisset. Inteligências múltiplas. Revista de biologia e ciências da
terra, v. 1, n. 2, p. 0, 2001.

ZERBATO, Ana Paula; MENDES, Enicéia Gonçalves. Desenho universal para a aprendizagem
como estratégia de inclusão escolar. Educação Unisinos, v. 22, n. 2, p. 147-155, 2018.

FERREIRA, Cristiano Corrêa. Desenho Universal para Aprendizagem: princípios e diretrizes. Página 26

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