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MÓDULO DE:

MÉTODOS E TÉCNICAS NO USO DAS NOVAS


TECNOLOGIAS

AUTORIA:

ANNA CRISTINA VIANA OMATI

Copyright © 2014, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

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Módulo de: Métodos e Técnicas no Uso das Novas Tecnologias

Autoria: Anna Cristina Viana Omati

Primeira edição: 2008


Segunda edição: 2014
Terceira edição: 2016

Todos os direitos desta edição reservados à


ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA
http://www.esab.edu.br
Av. Santa Leopoldina, nº 840/07
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES
CEP: 29102-040
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

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A presentação

O módulo ―Métodos e Técnicas no Uso das Novas Tecnologias‖ tem como


objetivo despertar no aluno o desejo de pesquisar sobre tecnologia e a sua
aplicabilidade em diversos níveis de ensino.

Sabe-se que os recursos tecnológicos vêm impulsionando a Educação a


buscar novas metodologias, novas didáticas, novos currículos, novos
conteúdos, novo perfil de professor para assim, melhor atender o novo perfil de
aluno.

Muitas informações estão chegando, adentrando em nossas casas, sem nos


dar tempo suficiente para discerni-las, para verificarmos se realmente essas
informações são importantes ou se contribuem para a nossa formação pessoal
e profissional.

Por estas razões, conhecer as ―novas tecnologias‖; entendê-las, saber como,


onde e porque aplicá-las, são questionamentos e preocupações que passam a
ser de fundamental importância para orientarmos nossos alunos para que
recebam essas informações com uma visão crítica do que pode ser melhor, ou
não, para o seu crescimento como pessoa.

O bjetivo

Despertar no aluno o desejo da pesquisa, sobre a importância dos recursos


tecnológicos e a sua aplicabilidade, em diversos níveis de ensino.

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E menta

Conhecendo a origem da palavra Tecnologia; Métodos e técnicas de Ensino;


Práticas Avaliativas no uso de novas tecnologias; Materiais impressos, os
livros, enciclopédias, apostilas e cadernos: recursos dominantes; Recursos
visuais e auditivos; Recursos audiovisuais; Tecnologia na Educação x
Tecnologia da Educação: diferenças e semelhanças; O uso do computador
como tecnologia; O uso do computador como tecnologia; Relacionamento entre
O uso de Tecnologia e os Problemas da Aprendizagem; O aluno com
dificuldade no processo de aprendizagem; Aulas preparadas para um ambiente
tecnológico; Papel do Professor frente às novas tecnologias; Papel do
Professor frente às novas tecnologias; Material impresso – a tecnologia
dominante; O universo da comunicação audiovisual; O Rádio como instrumento
educativo; Internet: A rede que abraça todo o Planeta; Televisão + Vídeo +
Internet = YOUTUBE; O computador e o software educativo; paradigmas da
Educação; hipertexto sua origem da palavra.

S obre o Autor

Ana Cristina Viana Omati é graduada em Pedagogia com habilitação em


Orientação Educacional pelo Centro Educacional Unificado de Brasília. É
especializada em Educação a distância pelo SENAC – RJ em Psicopedagogia
pela Faesa. Em 2004 alcançou o título de Mestre em Educação pela
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.

Atua no Instituto Sócioeducativo do Espírito Santo como Pedagoga, tendo


atuado ainda como Assessora Pedagógica em projetos pedagógicos de
instituições de ensino superior.

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S UMÁRIO

Unidade 1 .......................................................................................................... 7
Introdução as Novas Tecnologias ................................................................... 7
Unidade 2 ........................................................................................................ 12
Tecnologia, História e Propostas .................................................................. 12
Unidade 3 ........................................................................................................ 18
Metodologia e Tecnologia: Definições; Aplicações na Educação. ................ 18
Unidade 4 ........................................................................................................ 23
A Tecnologia nas Atividades Educacionais .................................................. 23
Unidade 5 ........................................................................................................ 28
Recursos Tecnológicos e Aprendizagem...................................................... 28
Unidade 6 ........................................................................................................ 35
O Computador e sua Ciência, como Teconolgia Educacional ...................... 35
Unidade 7 ........................................................................................................ 43
Métodos de Ensino por Computadores ........................................................ 43
Unidade 8 ........................................................................................................ 49
A Didática e as Situações de Aprendizagem ................................................ 49
Unidade 9 ........................................................................................................ 56
Aprendizagem e Tecnologia ......................................................................... 56
Unidade 10 ...................................................................................................... 62
As Políticas Educacionais ante a Revolução Tecnológicas ......................... 62
Unidade 11 ...................................................................................................... 73
As Tecnologias diante de Alunos com Dificuldades de Aprendizagem ........ 73
Unidade 12 ...................................................................................................... 82
Tecnologia e Educaçao Especial .................................................................. 82
Unidade 13 ...................................................................................................... 89
Tecnologia da Educação a Distância (EAD) ................................................. 89
Unidade 14 ...................................................................................................... 98
Aspectos Pedágógicos, Organizacionais e Institucionais da Educação a
Distância. ...................................................................................................... 98
Unidade 15 .................................................................................................... 105
A Tecnologia Educacional e a Transformação da Informação em Saber ... 105

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Unidade 16 .................................................................................................... 110
Educação e Comunicação: Experiência Brasileira em Televisão Educativa.110
Unidade 17 .................................................................................................... 117
Relacionamento do Professor com a Tecnologia Educacional ................... 117
Unidade 18 .................................................................................................... 121
Redefinindo os Papéis do Professor e do Aluno......................................... 121
Unidade 19 .................................................................................................... 126
As Tecnologias de Comunicação, de Informação e de Educação no
Desenvolvimento Social.............................................................................. 126
Unidade 20 .................................................................................................... 132
Sociedade da Comunicação e a Educação ................................................ 132
Unidade 21 .................................................................................................... 138
Tecnologia e Material Impresso .................................................................. 138
Unidade 22 .................................................................................................... 144
Unidade 23 .................................................................................................... 149
A Tecnologia do Rádio ............................................................................... 149
Unidade 24 .................................................................................................... 157
Internet: Vilã ou Aliada da Educação. ......................................................... 157
Unidade 25 .................................................................................................... 164
Termos mais Utilizados na Web. ................................................................ 164
Unidade 26 .................................................................................................... 169
Multimídia: O uso do Youtube no Processo Educativo. .............................. 169
Unidade 27 .................................................................................................... 175
O Software - Um dos Métodos mais Aplicados ........................................... 175
Unidade 28 .................................................................................................... 183
Modalidade de Software Educacional na Web e Ambientes de Aprendizagem
– Parte I – Exercício e Prática/Tutorial. ...................................................... 183
Unidade 29 .................................................................................................... 187
Modalidade de Software Educacional na Web e Ambientes de Aprendizagem
– Parte II - Jogos educativos ...................................................................... 187
Unidade 30 .................................................................................................... 191
Modalidade de Software Educacional na Web e Ambientes de Aprendizagem
– Parte IIi - Hipertexto e Hiperdocumentos no Ambiente de Redes ............ 191
Glossário ....................................................................................................... 197
Bibliografia.................................................................................................... 207

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U NIDADE 1
OBJETIVO: Introduzir o estudo da disciplina Método e Técnicas no Uso de
Novas Tecnologias.

INTRODUÇÃO ÀS NOVAS TECNOLOGIAS

Tópico I - Conhecendo a Origem da Palavra Tecnologia

Retirando da Wikipédia, a enciclopédia livre, o termo Tecnologia vem do


grego τεχνη — "ofício" e λογια — "estudo") É um termo que envolve o
conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais
criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento. Dependendo do contexto, a
tecnologia pode ser:

 As ferramentas e as máquinas que ajudam a resolver problemas;


 As técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas e
processos usados para resolver problemas ou ao menos facilitar a
solução dos mesmos;
 Um método ou processo de construção e trabalho (tal como a tecnologia
de manufatura, a tecnologia de infraestrutura ou a tecnologia espacial);
 A aplicação de recursos para a resolução de problemas;
 O termo tecnologia também pode ser usado para descrever o nível de
conhecimento científico, matemático e técnico de uma determinada
cultura;
 Na economia, a tecnologia é o estado atual de nosso conhecimento de
como combinar recursos para produzir produtos desejados (e nosso
conhecimento do que pode ser produzido);
 A tecnologia, de uma forma geral, é o encontro entre a Ciência e a
Engenharia. Sendo um termo que inclui desde as ferramentas e
processos simples, tais como: uma colher de madeira e a fermentação
da uva respectivamente, até as ferramentas e processos mais
complexos já criados pelo ser humano, tal como a Estação Espacial
Internacional e a dessalinização da água do mar respectivamente.
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Frequentemente, a tecnologia entra em conflito com algumas
preocupações naturais de nossa sociedade, como o desemprego, a
poluição e outras muitas questões ecológicas, filosóficas e sociológicas.

Tópico II – Conhecendo a História da Tecnologia

O texto encontrado na wikipedia.org, sobre tecnologia, nos esclarece que a


história da tecnologia é quase tão antiga quanto a história da humanidade, e se
segue desde quando os seres humanos começaram a usar ferramentas de
caça e de proteção. A história da tecnologia tem, consequentemente, embutida
a cronologia do uso dos recursos naturais, porque, para serem criadas, todas
as ferramentas necessitaram, antes de qualquer coisa, do uso de um recurso
natural adequado. A história da tecnologia segue uma progressão das
ferramentas simples e das fontes de energia simples às ferramentas complexas
e às fontes de energia complexas.

As tecnologias mais antigas converteram recursos naturais em ferramentas


simples. Os processos mais antigos, tais como arte rupestre e a raspagem das
pedras, e as ferramentas mais antigas, tais como a pedra lascada e a roda, são
meios simples para a conversão de materiais brutos e "crus" em produtos úteis.
Os antropólogos descobriram muitas casas e ferramentas humanas feitas
diretamente a partir dos recursos naturais.

A descoberta e o consequente uso do fogo foi um ponto chave na evolução


tecnológica do homem, permitindo um melhor aproveitamento dos alimentos e
o aproveitamento dos recursos naturais que necessitam do calor para serem
úteis. A madeira e o carvão vegetal estão entre os primeiros materiais usados
como combustível. A madeira, a argila e a rocha (tal como a pedra calcária)
estavam entre os materiais mais adiantados a serem tratados pelo fogo, para
fazer as armas, cerâmica, tijolos e cimento, entre outros materiais. As
melhorias continuaram com a fornalha, que permitiu a habilidade de derreter e
forjar o metal (tal como o cobre, 8000 AC.), e eventualmente a descoberta das

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ligas, tais como o bronze (4000 a.C.). Os primeiros usos do ferro e do aço
datam de 1400 a.C..

A maior parte das novidades tecnológicas costuma ser primeiramente


empregada na Engenharia, na Medicina, na Informática e no ramo militar. Com
isso, o público doméstico acaba sendo o último a se beneficiar da alta
tecnologia, já que ferramentas complexas requerem uma manufatura
complexa, aumentando drasticamente o preço final do produto.

Nos tempos atuais, os denominados sistemas digitais tem ganhado cada vez
mais espaço entre as inovações tecnológicas. Grande parte dos instrumentos
tecnológicos de hoje envolvem sistemas digitais, principalmente no caso dos
computadores.

TÓPICO III - O Crescimento das Novas Tecnologias

As novas tecnologias principalmente as de informação e comunicação, estão


redefinindo qualitativa e quantitativamente a informação da sociedade. Sua
economia, sua estrutura de poder, sua interação com a natureza, seus hábitos
e gostos e a maneira como ela se vê. Pode-se pensar que toda nossa cultura
está em processo de redefinição, pois já não somos mais oriundos de uma
sociedade agrícola, as novas tecnologias nos transformaram em uma
sociedade de ÁTOMOS e de BITS nos envolvendo numa cultura envolvente e
complexa, que se pode chamar de cultura criativa digital.

Toda essa redefinição é acompanhada de dois fenômenos importantes:

1. O primeiro é uma revolução nos meios pelos quais a sociedade usa o


seu tempo. No passado, as pessoas se entretinham uma as outras
diretamente, depois passaram a usar a escrita, depois o rádio, depois a
televisão seguida da internet. Hoje, as pessoas criam e/ou usam seus
bens e meios digitais crescentemente convergentes para entreterem
diretamente uma as outras numa escala global.

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2. O segundo é uma mudança no balanço do poder entre aqueles que
detêm os meios de fazer o tempo passar, entre aqueles que tentam
definir seu próprio tempo e fazer valer o seu próprio gosto, ou seja, nós
produzimos, publicamos, reinventamos e compartilhamos mídia pessoal.
Nós fazemos nossos próprios filmes, nós criamos fotos digitais,
animação, sites de noticiais, hiperficção e álbuns de fotografias.

Programamos nossos gravadores de vídeo pessoal, de modo que


possamos assistir a programação das redes, não nos horários deles, mas
nos nossos horários. Ouvimos web-rádio ou estações de satélite que
interessam aos nossos gostos. Baixamos música na internet para nossos
tocadores de mp3, mp4, etc. e montamos a seleção de música para os
nossos próprios CDs. Nós fazemos nossa própria mídia. Em muitos casos,
nós somos a nossa própria mídia.

A revolução digital afeta todas as dimensões da vida na sociedade. A revista


VEJA TECNOLOGIA, Especial de Natal, Dezembro de 2007, cita as 10
tecnologias que estão mudando o mundo. Diz ainda, que elas transformam o
formato e o uso dos eletrônicos.

Pode-se pensar, então, que os indivíduos têm produzido seu próprio conteúdo
desde que os homens e mulheres das cavernas começavam a pintar em
paredes. Mas, uma vez podendo fazer isso em forma digital, o poder das ideias
será dominante nos mundos das diversas empresas e instituições.

Acredita-se que quanto mais profissionais do conhecimento um país tiver, com


capacidade de produzir seus próprios conteúdos e inovações em formato
digital, mais produtiva a sua economia e, em consequência, mais poderoso o
país será.

Esse processo de produção de conhecimento, de informação na era digital vem


despertado o interesse no mundo inteiro. Verificou-se que no ano de 2000 a
empresa EMC contratou o Professor HALVARIAM, um economista de
reconhecimento internacional, para responder a uma única pergunta:

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Quanta Informação se Produz no Mundo?

Com base numa metodologia inédita e uma equipe multidisciplinar, o professor


chegou a vários resultados:

“Desde tempos imemoriais é possível “computar” que a humanidade


deva ter produzido cerca de 57 bilhões de gigabytes.”

“Nos tempos atuais a produção de informação mundial já nasce


predominantemente digital.”

“A quantidade de informação nova que vem sendo criada duplica a cada


ano.”

Bom, se considerarmos que a produção anual é da ordem de 2 a 3 bilhões de


gigabytes de informação, então, segundo a metodologia do professor, entre os
anos de 2002 e 2003 produzimos mais informação no mundo do que quase
toda a história da humanidade.

Segundo essa metodologia, pode-se afirmar que em 2004 se gerou 48 bilhões


de gigabytes de informação e em 2005 gerou-se 95 bilhões de gigabytes, o que
representa um verdadeiro oceano de informações, segundo o professor.

Como a Educação vem respondendo aos novos desafios sociais criados


pela informática?

Qual a importância desses conhecimentos e porque incentivá-los?

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U NIDADE 2
OBJETIVO: conhecer a evolução da proposta educacional através dos tempos.

TECNOLOGIA, HISTÓRIA E PROPOSTAS

Tópico I – A História da Educação antes das Novas Tecnologias

Partindo do pressuposto de que a Educação só pode ser compreendida dentro


de um contexto histórico, podemos nos recordar brevemente da sua história.
Vejamos algumas características da proposta educacional de cada época.

Sociedades Tribais: Educação difusa – nas comunidades tribais, as crianças


aprendiam imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas
cerimônias dos rituais;

Antiguidade oriental: Educação tradicionalista – as preocupações com a


educação permeavam os livros sagrados, que ofereciam regras, ideias de
conduta e orientação para o enquadramento das pessoas nos rígidos sistemas
religiosos e morais;

Antiguidade grega: Educação integral – para Platão, a Educação é o


instrumento para desenvolver no homem tudo o que implica em sua
participação na realidade ideal, embora asfixiada por sua existência empírica.
Também, segundo Aristóteles, a Educação é um processo que auxilia a
passagem da potência para o ato, pela qual atualizamos a forma humana;

Antiguidade romana: Educação humanista – os educadores buscavam formar o


homem racional, capaz de pensar corretamente e se expressar
convincentemente;

Idade Média: formação do homem de fé – a Educação surge como instrumento


para um fim maior, a salvação da alma e vida eterna. Predominava a visão
teocêntrica, a de Deus como fundamento de toda a ação pedagógica e
finalidade da formação do cristão;

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Renascimento: humanismo e reforma – esta sociedade embora rejeitasse a
autoridade dogmática da cultura eclesiástica medieval, manteve-se ainda
fortemente hierarquizada: exclui dos propósitos educacionais a grande massa
popular;

Idade Moderna: a pedagogia realista – esta contraria a Educação antiga,


excessivamente formal e retórica. Prefere o rigor das ciências da natureza e
busca superar a tendência literária e estética própria do humanismo
renascentista. Considerando que a Educação deve partir da compreensão das
coisas e não das palavras, a pedagogia moderna exigirá outra didática;

Século das luzes: o ideal liberal de Educação: expressa no pensamento


controvertido de Rousseau, anseios que animarão as reflexões pedagógicas no
período subsequente. Atacando o ideal de pessoa ―bem sucedida‖, de cortesão
ou de ―homem gentil‖. Rousseau propõe o desenvolvimento livre e espontâneo,
respeitando a existência concreta da criança. O pensamento de Kant também
se insere no movimento de crítica à Educação dogmática. Para ele, as leis são:
inflexíveis e universais, da razão pura e da razão prática, que constroem o
conhecimento e a lei moral, o que significa a valorização definitiva do sujeito
universal, não individual;

Século XIX: a Educação nacional - o fenômeno da urbanização acelerada,


decorrente do capitalismo industrial, cria forte expectativa com respeito à
Educação, pois a complexidade do trabalho exige qualificação da mão de obra.
Ao lado da expansão da rede escolar, outro objetivo dos educadores do século
XIX é formar a consciência nacional e patriótica do cidadão;

Século XX: a Educação para a democracia - este período foi marcado por
transformações intensas na economia, na política e na moral. As promessas
feitas no século XIX para a escola pública, única e universal não foram
cumpridas. O modelo da escola tradicional passou por diversas críticas desde a
Escola Nova até a chegada do Construtivismo.

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Tópico II: A Educação no Terceiro Milênio

Metade do Século XX até os dias atuais: Tecnologia a serviço do ensino.


Desde século XX a Ciência e a Tecnologia vêm transformando rapidamente os
usos e costumes das pessoas. Dentre as diversas conquistas tecnológicas
destacamos a comunicação eletrônica.

A internet subverte o espaço e o tempo, do homem contemporâneo,


aproximando os povos e alterando a maneira de pensar e trabalhar.
Educadores alertam para que os novos recursos, como o computador, a
televisão, o cinema e os vídeos não sejam usados apenas como instrumentos,
mas se tornem capazes de desencadear transformações estruturais na velha
escola.

A nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases) de nº. 9394/1996 valoriza em todo o


seu contexto a Tecnologia a serviço do ensino, conforme pode ser observado
em cada etapa de ensino:

A ―Educação Infantil, primeira etapa da Educação


básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral
da criança até seis anos de idade, em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social, complementando
a ação da família e da comunidade.‖ [LDB art. 29 e 30]

A LDB em seu Art. 32 afirma que "O Ensino


Fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos,
gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos
de idade, terá por objetivo a formação básica do
cidadão, mediante: II - a compreensão do ambiente
natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em
que se fundamenta a sociedade; (Redação dada pela Lei nº. 11.274, de 2006)‖.

Para o Ensino Médio a mesma lei em seu artigo. 35 estabeleceu que a


formação básica para o trabalho, defendida como necessária para se
compreender a tecnologia e a produção, tem como propósito, preparar os

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jovens para a realidade contemporânea. A proposta pedagógica do ensino
médio deve tomar como contexto o mundo do trabalho e o exercício da
cidadania, considerando-se: a) os processos produtivos de bens, serviços e
conhecimentos com os quais o aluno se relaciona no seu dia a dia, bem como
os processos com os quais se relacionará mais sistematicamente na sua
formação profissional e b) a relação entre teoria e prática, entendendo como a
prática os processos produtivos, e como teoria, seus fundamentos científico-
tecnológicos.‖

No site da Secretaria da Educação Profissional e Tecnológica, do MEC o tópico


―Apresentação‖, em seu segundo parágrafo afirma que: ―Os desafios estão
relacionados aos avanços tecnológicos e às novas expectativas das empresas
que agora enfrentam mercados globalizados, extremamente competitivos. Com
isso, surgem também novas exigências em relação ao desempenho dos
profissionais.‖

Estando a informática presente na vida de todos, queremos realçar que mesmo


aqueles que não têm acesso a um computador têm conhecimento desse
recurso através da televisão, tendo a informação da sua importância no
contexto do mundo, portanto é quase inviável um projeto pedagógico não
articulado com as novas tecnologias.

Em consequência, para a escola atender as exigências preconizadas pelo


Ministério da Educação para as quatro modalidades de ensino o primeiro
destaque é para a gestão escolar. Para NETTO, (2005), “Não restam dúvidas
de que os controles centralizados terão que ser substituídos por formas de
administrar mais flexíveis, requerendo, para tanto, maior autonomia de seus
membros, especialmente dos professores. Isso significa que os professores
serão também gestores desse processo educativo. Portanto, o seu trabalho
não poderá mais ser concebido isoladamente, mas, sim, em conjunto com os
colegas e a partir de propostas mais amplas que extrapolem os limites de uma
disciplina ou de uma sala de aula. Nesse sentido, a gestão da escola deve
estar voltada para facilitar os processos de aprendizagem, não só dos alunos,

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mas de todos os seus membros aprimorando constantemente os mecanismos
de gestão e de ensino-aprendizagem.”

Faz-se necessário que a escola consiga sensibilizar seus profissionais antes de


começar a elaboração e aplicação do projeto tecnológico para que não haja
uma rejeição e sim um interesse e envolvimento para que se possa ter a
prática do projeto integrado.

A abordagem holística do conhecimento nos tempos atuais supõe a superação


das disciplinas fragmentada, por meio da exigência de uma complementaridade
entre as áreas do saber, daí a proposta que, para a implantação do projeto
tecnológico, deve-se ter como referencial a visão Interdisciplinar, pois se torna
necessário promover atividades de desafio de forma agradável. A metodologia
tecnológica deve ser adaptada caso haja algum aluno que não consiga
acompanhá-la. O importante é adaptar o currículo pedagógico ao ambiente
tecnológico.

Do ponto de vista de NETO (2005) “A criação de projetos interdisciplinares


propicia um deslocamento da ênfase do objeto – o computador – para projeto
usando o ambiente cognitivo e a rede de relações humanas que se deseja
instituir, o que pode ser facilitado pela consideração da cognição como prática
inventiva. Essa prática inventiva estende, por sua vez, a ênfase do processo à
coletividade. Alunos e professores participam ativamente de um processo
contínuo de motivação, colaboração, investigação, reflexão, desenvolvimento
do senso crítico e da criatividade, da descoberta e da reinvenção”.

O autor diz que projeto interdisciplinar “É a superação tanto da perspectiva


instrucionista como da empirista ou experimental, a partir da resolução de
problemas que surgem no contexto social, que faz uso de ferramentas culturais
como elementos de transformação social. Os problemas ou projetos trazem
embutidos conceitos de distintas áreas inter-relacionadas numa situação real e
singular, que ignora compartimentalização do conhecimento.”

Escreve que “A Interdisciplinaridade se concretiza pela integração entre as


disciplinas e o diálogo que se estabelece entre os sujeitos envolvidos nas

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ações encadeadas pelos projetos e desenvolve a identidade às disciplinas,
fortalecendo-as. Essa atitude revela-se pelo reconhecimento. Este mesmo ciclo
é responsável pela dúvida e o questionamento diante das ações e a busca da
totalidade pelo manipulador do computador que é levado a construir suas
próprias ideias”.

Não nos restam dúvidas que a interdisciplinaridade é um desafio na construção


e aplicação do projeto pedagógico, cuja grande aliada é a tecnologia
educacional. É uma combinação entre fatores filosóficos práticos e teóricos que
são tratados e pré-definidos com a equipe pedagógica.

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U NIDADE 3
OBJETIVO: Conceituar metodologia e tecnologia para o entendimento das
novas tecnologias.

Metodologia e Tecnologia: Definições e Aplicações na Educação.

Tópico I – Introdução

Para entendermos o que vamos estudar, vamos procurar conhecer a origem


das palavras chaves da nossa disciplina:

Método e Técnicas no Uso de Novas Tecnologias.

A palavra método vem do latim, methodus que, tem origem no grego, nas
palavras (meta = meta) e hodos (hodos = caminho). Pode-se, então, entender
que método quer dizer caminho para se alcançar os objetivos estipulados em
um planejamento de ensino, ou caminho para se chegar a um fim.

A palavra técnica é a substantivação do adjetivo técnico, cuja origem, por


intermédio do grego, está na palavra techniicu, e, no latim a palavra technicus,
que quer dizer relativo à arte ou conjunto de processos de uma arte ou de uma
fabricação. Portanto, podemos entender que técnica quer dizer como fazer
algo.

Sendo assim, método indica caminho e técnica mostra como percorrê-lo e


representam a maneira de conduzir o pensamento e as ações para atingirmos
nossa meta preestabelecida.

A palavra tecnologia refere-se ao conjunto de conhecimentos, especialmente


princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade; o
vocabulário peculiar de uma ciência (AURÉLIO, 1a edição).

Podemos verificar que as palavras técnica e tecnologia têm sua raiz no verbo
grego tictein, que significa criar, produzir. Para os gregos, a téchne era o

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conhecimento prático que visava a um fim concreto e, combinada com logos
(palavra, fala), diferenciava um simples fazer de um fazer com raciocínio.

Vejamos um exemplo

Uma professora de um colégio x ensinava seus alunos, do


Ensino Fundamental, tabuada. Sua metodologia era fazer
com que os alunos repetissem o que ela ia ditando do
quadro e os alunos sentados, em fileiras, em suas carteiras
iam repetindo o que a ela escreveu no quadro:

Tabuadas,,

1 2 3 4 5
1x1 = 1 2x1 = 2 3x1 = 3 4x1 = 4 5x1 = 5
1x2 = 2 2x2 = 4 3x2 = 6 4x2 = 8 5x2 = 10
1x3 = 3 2x3 = 6 3x3 = 9 4x3 = 12 5x3 = 15
1x4 = 4 2x4 = 8 3x4 = 12 4x4 = 16 5x4 = 20
1x5 = 5 2x5 = 10 3x5 = 15 4x5 = 20 5x5 = 25
1x6 = 6 2x6 = 12 3x6 = 18 4x6 = 24 5x6 = 30
1x7 = 7 2x7 = 14 3x7 = 21 4x7 = 28 5x7 = 35
1x8 = 8 2x8 = 16 3x8 = 24 4x8 = 32 5x8 = 40
1x9 = 9 2x9 = 18 3x9 = 27 4x9 = 36 5x9 = 45
1x10 = 10 2x10 = 20 3x10 = 30 4x10 = 40 5x10 = 50
6 7 8 9 10

19
6x1 = 6 7x1 = 7 8x1 = 8 9x1 = 9 10x1 = 10
6x2 = 12 7x2 = 14 8x2 = 16 9x2 = 18 10x2 = 20
6x3 = 18 7x3 = 21 8x3 = 24 9x3 = 27 10x3 = 30
6x4 = 24 7x4 = 28 8x4 = 32 9x4 = 36 10x4 = 40
6x5 = 30 7x5 = 35 8x5 = 40 9x5 = 45 10x5 = 50
6x6 = 36 7x6 = 42 8x6 = 48 9x6 = 54 10x6 = 60
6x7 = 42 7x7 = 49 8x7 = 56 9x7 = 63 10x7 = 70
6x8 = 48 7x8 = 56 8x8 = 64 9x8 = 72 10x8 = 80
6x9 = 54 7x9 = 63 8x9 = 72 9x9 = 81 10x9 = 90
6x10 = 60 7x10 = 70 8x10 = 80 9x10 = 90 10x10 = 100

Um dia, o diretor escola entrou na sala e disse:

“Prezada Professora e com satisfação que lhe informo que a sua


escola será moderna, faremos uma transformação, professora.
Vamos instalar novos equipamentos para permitir que a escola
seja moderna, ou seja, uma escola do futuro. As novas
tecnologias podem proporcionar uma Educação por excelência.
Você não continuará dando aula com tabuada antiga; vai poder
utilizar ferramentas modernas”.

Uma semana depois, conforme combinado, com a chegada das novas


tecnologias na escola, os alunos receberam um computador para cada um e a
professora recebeu: data show, televisão, etc. A professora, então, adaptou as
novas tecnologias da seguinte forma: projetou a antiga tabuada, usando o Data
Show, e os alunos, simplesmente recitavam a tabuada como faziam antes!

20
Tópico II – Metodologia de Ensino

Para entendermos este conceito, NÉRICE (1981), escreve que: ―Metodologia


do ensino nada mais é do que o conjunto de procedimentos didáticos,
expressos pelos métodos e técnicas de ensino, que visam levar a bom termo a
ação didática, que é: alcançar os objetivos do ensino e, consequentemente, os
da Educação, com o mínimo de esforço e o máximo de rendimento, para tanto
a metodologia do ensino deve:

 ser encarada como um meio e não como um fim pelo que deve haver,
por parte do professor, disposição para alterá-la, sempre que sua crítica
sobre a mesma o sugerir. Assim não se deve ficar escravizado à
mesma, como se fosse algo sagrado, definitivo, imutável.
 deve conduzir o educando à autoeducação, à autonomia, à
emancipação intelectual, isto é, deve levá-lo a andar com as suas
próprias pernas e a pensar com sua própria cabeça.
 tem por objetivo dirigir a aprendizagem do educando para que este
incorpore em seu comportamento aquelas normas, atitudes e valores
que o tornem um autêntico cidadão participante e voltado para o
crescente respeito ao próprio homem‖.

Tópico III: Métodos e Técnicas de Ensino

Acredito que um de nós deve ter ouvido a seguinte frase:

Fulano usou como técnica o método expositivo, mas faltou-lhe


técnica na demonstração.

Nérice, diz, que método, em seu desenvolvimento pode lançar mão de uma
série de técnicas para efetivação dos objetivos que o mesmo tem em mira.
Método de ensino é mais amplo do que técnica de ensino. A técnica é mais
adstrita à orientação da aprendizagem em setores específicos, ao passo que
método indica aspectos mais gerais de ação didática.

21
Para o autor um método de ensino, para alcançar os seus objetivos, precisa
lançar mão de uma ou ais técnicas. O método de ensino se efetiva por meio
das técnicas. Em suma todo o método ou técnica de ensino,
fundamentalmente, deve efetivar-se por meio da atividade do educando,
fazendo com que este, de modo geral, seja agente da sua própria
aprendizagem, e não um simples receptor de dados e de normas elaborados
por outrem. Métodos e técnicas de ensino devem conduzir o educando a
observar, criticar, pesquisar, julgar, concluir, correlacionar, diferenciar,
sintetizar, conceituar e refletir.

Acesse o primeiro vídeo Metodologia ou Tecnologia no site:


http://www.youtube.com/results?search_query=Metodologia+ou+Tecnologia&s
earch_type=

Observando a história da professora vimos Tecnologia ou Metodologia?

De que serve a Tecnologia se o método antigo for mantido?

O que é método de ensino?

Existem diferenças entre métodos e técnicas de ensino? Em caso


afirmativo, quais são?

O que você acha que faltou na aula da professora diante das novas
tecnologias anunciada pelo Diretor, método ou técnica?

22
U NIDADE 4
OBJETIVO: Conceituar metodologia e tecnologia para o entendimento das
novas tecnologias.

A Tecnologia nas Atividades Educacionais

Tópico I – Implantação do Uso de Tecnologias Educacionais na Escola.

A primeira referência à tecnologia educativa são os cursos projetados para


especialistas militares, com recursos audiovisuais, durante a II Guerra Mundial.
Como campo de estudo, ela aparece, no mesmo período, como a disciplina
Educação Audiovisual da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Essa
identificação de tecnologia educacional com os recursos audiovisuais e o
desenvolvimento dessa disciplina em instituições de ensino superior marcaram
suas características, até os dias atuais.

O desenvolvimento dos meios de comunicação de massa, nos anos 60,


revolucionou o mundo e também a Educação. Se até então existia a primazia
do estudo dos meios sobre o processo ensino-aprendizagem, essa revolução
eletrônica acrescentou a essa discussão uma revisão profunda dos conceitos
de comunicação usados até então. A implementação da informática, nos anos
70, consolidou sua utilização na Educação. A partir do aparecimento dos
computadores pessoais, aumentaram as possibilidades do chamado ―ensino
individualizado‖, diante de programas baseados em modelos
comportamentalistas de aprendizagem, que assumiram os conceitos do ensino
programado e das máquinas de ensinar.

O constante e acelerado desenvolvimento das ―novas tecnologias da


informação e da comunicação‖, a partir dos anos 80, trouxe novas opções de
equipamentos projetados para armazenar, processar e transmitir informações,
de modo cada vez mais rápido e a custos mais reduzidos, ampliando
infinitamente suas possibilidades de utilização. No entanto, a melhoria
automática do sistema educacional pela inclusão dos meios tecnológicos não

23
era comprovada efetivamente, mesmo diante de tantas novidades tecnológicas.
Os meios, por si só, não podem, nem devem, constituir o único campo de
atuação e pesquisa da tecnologia educacional. É necessário levar em
consideração a política de elaboração e difusão desses recursos, suas
finalidades éticas, sua natureza e suas possibilidades de uso na Educação.

As questões envolvidas na implantação do uso de tecnologias educacionais


estão voltadas para ações com desafio e proporcionar mudanças. Os 3
aspectos que estão em grande observação para implantar a informática na
educação, são:

1. favorecer o raciocínio lógico;


2. favorecer o raciocínio cognitivo;
3. favorecer a motivação.

Segundo Gadotti (1985), é necessário preparar propostas alternativas para a


Educação construir passo a passo a ―Nova Educação‖ junto com a construção
de uma nova sociedade.

O recurso da robótica educativa é uma expansão do ambiente LOGO, que é


um método científico onde maquetes são construídas e utilizadas por
computadores.

Segundo Piaget, as funções essenciais da inteligência consistem em


compreender e inventar, ou seja, construir algo baseado no real.

Analisando seu ponto de vista, é essencial para a formação da inteligência,


possibilitar a criança agir sobre objetos e descobrir suas propriedades. Na
escola, o aluno passa a construir seu conhecimento através de suas
observações e Papert completa, afirmando que: para a criança é muito mais
importante aquilo que é aprendido pelo esforço próprio, tem maior significado.
A atividade proposta deve ser apresentada de forma lúdica, desafiante e
criativa.

24
Tópico II – Práticas Avaliativas com o Uso de Novas Tecnologias

Nem sempre avaliar é dar uma nota. Em um trabalho com ―formas‖


diferenciadas, devem ser observados os aspectos, tanto individual quanto em
grupo. Não se avalia certo ou errado e sim quanto se consegue desenvolver
em uma atividade proposta.

As decisões referentes à forma da avaliação e aos aspectos privilegiados


dependem de quem avalia. Quem tem o direito de avaliar? Quem tem o poder
de decidir? Essa é uma questão que perpassa por todos os contextos em que
ocorrem práticas avaliativas. Normalmente o processo avaliativo fica restrito a
um pequeno grupo responsável pelo acompanhamento, pelo controle e pela
tomada de decisões. Na maioria das vezes, os profissionais envolvidos nas
etapas de produção, execução e, até mesmo, planejamento não possuem as
informações necessárias para emitir um posicionamento, efetuar escolhas ou
tomar decisões quanto ao seu próprio trabalho. É claro que à medida que
socializamos as informações, também, socializamos as responsabilidades e
negociamos os limites

Dependendo da intenção que se tem em ampliar, ou não, a participação dos


sujeitos envolvidos no processo de avaliação, é possível utilizar as seguintes
estratégias de avaliação: autoavaliação pelos produtores; consulta a
especialistas; e avaliação pelos usuários, dependendo da intenção que se tem
em ampliar, ou não, a participação dos sujeitos envolvidos no processo de
avaliação. E, como técnicas: podemos utilizar questionários, entrevistas
individuais ou em grupo, gravação em vídeo das condutas dos estudantes ante
o material, escalas de atitudes e reações ou diferencial semântico e grupos de
discussão.

A escolha do tipo de avaliação a ser adotado; dos aspectos e técnicas


enfocados, assim como dos sujeitos envolvidos, depende, antes de tudo, do
que pretendemos com a avaliação, inclusive do uso que faremos dela. É
possível combinar uma série de aspectos e técnicas em função da natureza de

25
cada material, assim como é possível envolver diferentes sujeitos no processo
de avaliação para ampliar a percepção que se tem do trabalho a ser
desenvolvido.

Citamos como exemplo o uso de um software por uma turma de crianças de


faixa etária entre 2 a 3 anos.

. Proposta: Utilizar uma rotina onde será trabalhada a identificação de objetos.

Objetivo(s): Percepção visual, coordenação motora, estudo de linguagem, uso


do mouse.

Resultado: Será computado em valor de porcentagem, em uma escala, pré-


definida para o exercício, e registrado para acompanhamento. Não podemos
esquecer que, a rotina deverá ser repetida até atingir o número de avaliações
definidas para aquele período. As atividades devem ser diferentes.

Resultado final: Feita a coleta dos resultados, com suas respectivas datas,
monta-se o gráfico de análise do desenvolvimento operacional.

Segundo Boole, a lógica é adquirida através do desenvolvimento do raciocínio.


A cada período é gerado um resultado final onde passamos a chamá-lo de
semifinal e, ao término do ciclo, o resultado final. Esta técnica descrita é fruto
de um trabalho realizado em pesquisas de sala de aula no período de
educação infantil. Sabe-se que o resultado final de cada ciclo forma um gráfico
de observação clara para outras análises, mesmo porque o importante não é
perguntar para que usar recursos tecnológicos na Educação e sim, observar
seus efeitos gradativos. Seu uso tem como finalidade destruir obstáculos e
provocar um avanço, com maior liberdade, tornando agradável a busca da
construção do conhecimento.

26
Intervenção psicopedagógica na escola, com uso de tecnologias
Facilitação da construção do conhecimento
 desenvolvimento do raciocínio lógico;
 desenvolvimento da sequência lógico-temporal;
 aumento da flexibilidade do pensamento;
 aumento da organização na realização de tarefas;
 possibilidade de lidar com diferentes exigências temporais;
 possibilidades de lidar com os próprios erros de forma produtiva:
Estimulo à curiosidade (exploração do novo);
Desenvolvimento da Imaginação / criatividade;
Fortalecimento da autonomia.
 Tomada de decisões, escolha mais rápidas.
“Melhoria” da autoestima;
Desenvolvimento da leitura informativa.

Os dados de evolução obtidos com as aplicações do uso de tecnologias terão


que ser acompanhados durante o processo de aplicação. O professor observa
se a criança está acompanhando o planejamento de forma individual e em
grupo. Esta observação não é feita através de um determinado grau obtido e
sim do acompanhamento na execução das tarefas propostas. O ambiente
proposto não pode ser de uma sala de aula e sim em um lugar de desafios.
Para revelar conhecimentos que tenham sido construídos ou que estejam em
construção.

Privilegiar o desenvolvimento de estratégias de avaliação, desde a etapa do


planejamento, implica o acompanhamento de todo o sistema proposto, tendo
em vista o processo de aquisição do conhecimento pelo aluno e não apenas o
seu produto final. Essa concepção justifica a inclusão de avaliações parciais
que permitam a adequação do sistema proposto às dificuldades de
aprendizagens dos alunos, identificadas pelos tutores de aprendizagem ou
durante os encontros presenciais e virtuais previstos. Essa concepção supõe,
assim, a existência de práticas avaliativas ao longo do processo que permitam
os reajustes necessários do sistema e que atuem como instrumento de
intervenção didática, de regulação das aprendizagens, indo além da mera
classificação dos resultados finais do curso.
27
U NIDADE 5
Objetivo: saber utilizar os recursos tecnológicos como um importante aliado
para aprendizagem.

Recursos Tecnológicos e Aprendizagem

Tópico I – O Professor como Primeiro Recurso

Fala-se que a tecnologia educacional é uma revolução implacável e


inarredável; que os desenvolvimentos futuros superarão os mais audaciosos
esboços da imaginação. Estes pensamentos, muitas vezes, fazem com que os
educadores se sintam assustados e incertos. Entretanto RECURSOS ―são
componentes do ambiente da aprendizagem que dão origem à estimulação
para o aluno‖.

Esses recursos começam pelo professor, que de acordo com NÓVEA (1998),
cada professor tem sua própria maneira de organizar sua aula, de se
movimentar na sala, de se dirigir aos alunos, de utilizar os meios pedagógicos;
uma maneira que constitui quase uma ―segunda pele profissional

II - Materiais impressos, os livros, enciclopédias, apostilas e cadernos: recursos


dominantes.

Outros recursos são: os materiais impressos – os livros, enciclopédias,


apostilas, folhas e cadernos de atividades, que representam a tecnologia
dominante da maioria das aulas, ainda hoje. Muitas vezes, eles são os únicos
recursos disponíveis nas mãos dos alunos para que eles e seus
professores/tutores possam buscar, rever ou aprofundar os conteúdos
trabalhados. Não podemos pensar em Educação sistematizada, seja presencial
ou a distância, sem associá-la ao uso de material impresso.

O livro, enquanto objeto de produção e de compreensão, é insubstituível,


simplesmente porque a leitura não tem substituição. Quando falamos em
―livro‖, não estamos nos referindo apenas à sua forma em papel, mas também

28
às possibilidades eletrônicas que começam a ser produzidas. Mesmo assim,
considerando as possibilidades de acesso da maioria da população mundial a
esses recursos, que exigem uma sofisticada tecnologia, entendemos que o
“velho” objeto livro, que pode ser transportado para qualquer lugar e que
dispensa energia para funcionar, ainda será útil por muitas gerações.

Tópico III – Recursos visuais e auditivos

Recursos Visuais:

 Projeções (Data show, Retroprojetor);


 Cartazes;
 Gravuras;

Recursos Auditivos:

 Rádio;
 Gravações.

O rádio foi um instrumento educativo muito utilizado nos anos 60/70 e ainda
hoje é forte sua influência nos lares do interior do país. Quem não se lembra do
alcance nacional do Projeto Minerva, do MEB e do Projeto Saci? Ainda hoje, é
significativa a força que têm as campanhas informais educativas, transmitidas
também pelas estações comerciais e comunitárias.

O desenvolvimento dos DVDs, dos CDs e dos gravadores desses; do rádio


acessível no correio eletrônico, dos blogs, Mp4, etc., que permitem a gravação
de programas e sua apropriação por parte do ouvinte, trouxe outras boas
possibilidades de utilização do áudio na Educação. Com o gravador de
audiocassete, a pessoa pode usar o material em função de seus interesses e
possibilidades, ampliando sua utilização em projetos de tutoria e podendo
voltar o texto, para ouvi-lo novamente, ou antecipar trechos já conhecidos.

29
Tópico IV – Recursos audiovisuais

Recursos audiovisuais:

 Cinema (vídeo);
 Televisão;
 Computador.

O vídeo pode aproximar o conteúdo didático do cotidiano dos alunos se, para
sua escolha, forem considerados seus interesses e necessidades. Ele pode
atrair os alunos quando possui uma narrativa significativa para eles, apesar de
não modificar por si só a relação pedagógica. Ele é apenas um recurso, mas
um recurso muito especial. Ele parte do visível, do que toca vários sentidos.
Seus diálogos, em geral, expressam a fala coloquial, enquanto o narrador faz a
síntese dentro da norma culta, orientando a significação do conjunto. As
músicas e os efeitos sonoros evocam lembranças e criam expectativas,
antecipando reações e informações. Ele faz a combinação da intuição com a
lógica, da emoção com a razão. Ele é sensorial, visual, usa a linguagem falada,
a musical e a escrita. Ele atinge todos os nossos sentidos e de todas as
maneiras. Ele nos seduz, informa, entretém, projetando-nos em outras
realidades, em outros tempos e espaços (MORÁN, 1995, p. 28-29).

Apesar de o vídeo ser um recurso para explorar os conteúdos abordados sabe-


se que nem sempre o professor usa de forma adequada como, por exemplo:

 vídeo ―enrolação‖ – quando o professor passa um vídeo que não tem


ligação com o assunto abordado;
 vídeo lição – quando o vídeo substitui a aula expositiva do professor;
 vídeo ―tapa-buraco‖ – quando existe algum problema inesperado, como
a ausência do professor, a impossibilidade de se utilizar um espaço ou
recurso previsto, entre outros;
 vídeo deslumbramento – quando o professor/tutor utiliza vídeos
indiscriminadamente e com frequência, como se estivesse
―deslumbrado‖ com o recurso;

30
 vídeo prova – quando o professor/tutor se utiliza da interpretação do
vídeo para avaliar as aprendizagens do aluno, por meio de notas ou de
conceitos.

Para garantir o uso adequado da linguagem audiovisual como recurso didático,


é preciso considerar alguns critérios fundamentais:

 o vídeo não substitui o professor/tutor;


 não se deve anular a experiência direta dos alunos;
 exige uma mudança nas estruturas metodológicas convencionais;
 sua eficácia depende mais da forma como é usado do que apenas de
suas qualidades técnicas e de seu conteúdo.

Entre as mídias, a televisão é, sem dúvida, a mais


poderosa, a mais influente, multifacetada e até onipresente.
Grande parte da população do país não tem acesso regular
a outras fontes de informação, além do rádio e da TV.

Durante muitos anos, a escola atribuiu à televisão a responsabilidade de todos


os males do mundo. Se as crianças assistissem a seus programas, não
poderiam escrever bem, nem gostariam de ler. Ela causaria, sempre, efeitos
maléficos na formação das pessoas, pois influenciaria seus pensamentos e
definiria seus comportamentos. Isso afastou a possibilidade de um estudo mais
aprofundado a partir da sua utilização enquanto recurso didático. Diante dessa
distorção torna-se necessário incorporar a televisão as novas tecnologias, não
apenas como transmissoras de conteúdos, mas como estratégias de
construção/ reconstrução do conhecimento e como objeto de estudo. Existe
uma grande diversidade de programas televisivos que podem ser utilizados
com finalidades educativas. Podemos até chegar a considerar que todo
programa audiovisual é passível de ser trabalhado pedagogicamente, se isso
for feito de modo crítico.

Podemos afirmar ainda que a Educação constitui, hoje, um grande mercado


consumidor de recursos audiovisuais. Temos ainda a TV on-line, que possibilita
uma interação imediata entre telespectadores e produtores de programa.
31
Multiplica-se rapidamente a quantidade de oferta de canais que passam a
veicular modalidades únicas de programas: são canais só de filmes, só
jornalísticos, só para crianças, só educativos, etc. O futuro indica que o
telespectador vai poder montar sua própria programação, definindo o que e
quando ver, o que lhe interessa. Apesar de sabermos que a maioria da
população não acompanhará tão cedo essa mudança, ela indica que estamos
longe de descobrir os limites e as possibilidades do uso da linguagem
audiovisual e de seus suportes na Educação.

É inegável a interferência das tecnologias da informação nas nossas vidas e na


prática educacional. Por exemplo, temos o computador que é um conjunto de
sequências de passos, por meio de um conjunto de dispositivos
interconectados, que recebe a informação, transforma-a e apresenta-a da
forma solicitada pelo seu usuário. Esta tecnologia se transforma em objeto de
aprendizagem. O objetivo é colocar o aluno à vontade diante do computador e
lhe dar a oportunidade de dominar essa nova cultura, utilizando o recurso, com
competência, para realizar a contento suas tarefas.

A intenção pedagógica diante dessa tecnologia é capacitar o aluno não só para


utilizar o computador, mas também para criar possibilidades de uso em função
de suas necessidades e demandas. Essa intenção pode ser considerada sob
dois pontos de vista: o do aprendizado como finalidade e o do aprendizado
como meio da ação educativa.

Outra intenção, que trata do uso de recursos informáticos projetados


especialmente para o ensino, aponta um conjunto de programas criados para
serem utilizados em situações de ensino-aprendizagem.

A última intenção, diz respeito ao uso das ferramentas básicas da informática


para o ensino da manipulação e organização da informação. São os editores
de texto, os programas de autoedição, os editores gráficos e de desenhos, que
possibilitam a confecção de textos, jornais, revistas e a inserção de gráficos,
desenhos e tabelas nos trabalhos produzidos pelos próprios alunos. São os
bancos de dados, que permitem a busca, a ordenação, a listagem e a

32
classificação de informação, e as planilhas de cálculos, que trabalham com
informações numéricas.

E por último recurso tecnológico, apontamos a internet. Esta é conhecida para


muitos como uma ―teia‖ mundial, uma rede virtual de interligação de
computadores, que propicia a obtenção e a troca de informações com
finalidades distintas, como por exemplo:

 Conversa em tempo real entre pessoas distantes fisicamente;


 Transferência de arquivos entre computadores;
 Acesso a servidores de informação;
 Troca de correspondência pelo correio eletrônico;
 Acesso a jornais e outras publicações eletrônicas;
 Participação em cursos on-line e em videoconferências.

Com relação às questões apresentadas, podemos considerar o seguinte: se


em muitos momentos os meios de comunicação se constituem em entraves
para a formação dos alunos, por outro lado representam poderosos meios de
divulgação de informações, que podem ser canalizadas para dentro da sala de
aula seja presencial ou virtual. Cabe ao professor/tutor orientar aprendizagem
dos alunos e capacitá-los para criticar as informações recebidas. É importante
ressaltar que usados de maneira adequada, os recursos de ensino possibilitam:

 Motivar e despertar o interesse dos alunos;


 Favorecer o desenvolvimento da capacidade de observação;
 Aproximar o aluno da realidade;
 Visualizar ou concretizar os conteúdos da aprendizagem;
 Oferecer informações e dados;
 Permitir a fixação da aprendizagem;
 Ilustrar noções mais abstratas;
 Desenvolver a experimentação concreta.

É importante nos conscientizarmos que: para que a tecnologia educacional


possa ser um recurso, é necessário que os professores tenham consciência de

33
que suas crenças e mitos devem ser substituídos pela ideia de que o recurso
―veio‖ para auxiliar e não para substituí-lo, pois, como vimos no primeiro
parágrafo, o primeiro recurso que facilita o aluno buscar a aprendizagem é o
professor/tutor.

De que forma o professor poderá utilizar as novas tecnologias para


melhorar o nível de ensino?

O que revelam as pesquisas em relação aos efeitos na aprendizagem


provocadas pela utilização dos recursos das novas tecnologias.

34
U NIDADE 6
Objetivo: Entender o computador e sua Ciência, como ferramenta educacional.

O Computador e sua Ciência, como Tecnologia Educacional

Tópico I: Tecnologia na Educação x Tecnologia da Educação: Diferenças


e Semelhanças

Tecnologia educacional tem um significado amplo, não se trata só do emprego


da tecnologia na Educação. Ela significa uma sinergia entre tecnologia,
métodos educacionais, informação, comunicação, psicologia, pedagogia,
políticas, enfim todos os meios para se alcançar um aprendizado consistente.

Para muitos teóricos existe uma distinção entre tecnologia na Educação e


tecnologia da Educação:

TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO TECNOLOGIA DA EDUCAÇÃO


Orienta-se para a utilização de Consiste na aplicação sistemática do
equipamentos e mensagens nas conhecimento científico à facilitação
atividades pedagógicas. do processo ensino-aprendizagem.

Apesar das aparentes diferenças, ambas as definições atribuem à tecnologia a


forma de ação humana sobre o meio, enquanto que, em uma concepção mais
dialética, a tecnologia não permite somente o agir sobre a natureza, mas é,
principalmente, uma forma de pensar sobre ela. Novos instrumentos,
máquinas, aparelhos e tecnologias da cultura que incluem formas simbólicas
tais como a linguagem oral, os sistemas de escrita, os sistemas numéricos, os
recursos icônicos e as produções musicais, permitem e exigem novas formas
de experiência que requerem outros tipos de habilidades e competências.

Segundo NETTO (2005, pg. 14) ―o auxílio da informática no atual sistema


educacional pode ser encarado com uma grande inovação no processo de
aprendizagem, desde que seus recursos sirvam para desenvolver uma melhor

35
compreensão e obtenção de conhecimento, pois, caso contrário, essa
ferramenta refletirá apenas o uso de uma tecnologia como finalidade de facilitar
tarefas, e não alcançará o objetivo de ser contribuinte ao processo de
transformação da realidade.‖ Podemos observar o pensamento de NETTO
nesta reportagem abaixo:

Folha Dirigida, 29/01/2008 - Rio de Janeiro RJ


Computador, auxiliar do professor Teresinha Oliveira Machado da Silva

O governo estadual Educação da Alerj, Comte ano da Educação no Estado


apresentou proposta para Bittencourt, assinala que dos do Rio.
comprar 30 mil "lap top" para 47% arrecadados pelo A questão do computador
distribuir aos professores. governo do estado, com também deveria ser vista
Trata-se de uma medida aumento de receita e pelo lado técnico. Trata-se
louvável, mas que não leva arrecadação, só 17% foram de uma mídia em constante
em conta os principais investidos em Educação. evolução, exigindo gastos
problemas enfrentados pela Assim como nós, o deputado com manutenção, entre
categoria. É evidente que o é contrário a compra de 30 outros. O ideal seria que o
computador pode ser um mil computadores para professor com salário
precioso instrumento auxiliar distribuir aos professores. condizente tivesse
do magistério, mas na forma Segundo o deputado Comte condições de comprar o
proposta será apenas um Bittencourt, 75% dos jovens computador de sua livre
paliativo diante da do ensino médio estão escolha. Quando o Estado
necessidade de efetiva excluídos do mundo digital, realiza esse tipo de
valorização do professor. 50% das escolas não têm investimento caro, não leva
Temos dito que sem uma computadores, os em conta a realidade de
solução para as questões laboratórios estão sendo grande número de escolas,
salariais, qualquer projeto fechados e os orientadores que necessitam de obras de
educacional tenderá ao sendo desviados de sua infraestrutura e o problema
fracasso. O quadro geral função orientadores, "como da grande falta de
entre o magistério é de a Secretaria quer comprar educadores. A Uppes
desmotivação, acarretada "lap top" para professor? realizou um encontro de
pela falta de condições para Eles merecem, mas eles profissionais que atuam em

36
arcar com as despesas merecem muito mais a bibliotecas públicas da rede
básicas necessárias para a qualificação e a melhoria estadual e a queixa foi geral,
sua sobrevivência. O salarial reivindicada há mais em torno da falta de livros
professor está endividado e de 10 anos." A nosso ver, o atuais e equipamentos.
também adoentado. Muitos gestor público muitas vezes Muitas escolas não contam
não contam com recursos acha que o papel do com biblioteca ou, quando
suficientes para participarem professor pode ser elas existem, funcionam de
de um curso de minimizado no processo maneira precária. Do ponto
aperfeiçoamento ou para educacional. Por isso, uma de vista pedagógico, os
compra de livros, por política de efetiva investimentos no livro são
exemplo. Lamentamos que valorização do professor é infinitamente mais baixos do
as iniciativas em Educação sempre deixada de lado. que os efetuados em
continuem sendo feitas de Também se manifestando produtos da indústria elétrica
forma improvisada, sem que sobre o assunto, o deputado e eletrônica. É preciso que
o governo ouça os Marcelo Freixo disse que a se tenha clareza dos reais
verdadeiros interessados: os compra de "lap top" é uma interesses do governo
professores.Tal equívoco visão equivocada de estadual nesse tipo de
ocorreu com o programa modernização. Para ele, não investimento. Fica ainda a
Nova Escola que resultou há coerência quando os pergunta: são mais de
em um grande fracasso. A laboratórios estão sendo 60.000 mil professores, qual
Uppes considera importante fechados e os professores será o critério para a
que os recursos sejam bem desviados de suas funções. distribuição de 30 mil "lap
aplicados. O presidente da Já a deputada Sheila Gama tops" que o governador está
Comissão de considerou 2007 como o pior adquirindo?

Na realidade a tecnologia educacional sempre existiu, pois ela tem como base
o desenvolvimento do ser humano, junto ao dinâmico processo de mudanças
na sociedade, através da busca de novos conceitos, técnicas, teorias e
princípios que visam uma nova visão do sistema educacional.

A primeira referência à tecnologia educativa são os cursos projetados para


especialistas militares, com recursos audiovisuais, durante a II Guerra Mundial.
Como campo de estudo, ela aparece, no mesmo período, como a disciplina

37
Educação Audiovisual da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Essa
identificação de tecnologia educacional com os recursos audiovisuais e o
desenvolvimento dessa disciplina em instituições de ensino superior marcaram
suas características, até os dias atuais.

Tópico II: O uso do computador como tecnologia

Empregar o computador e sua Ciência como ferramenta


educacional está sendo, de certa forma crescente.
Mesmo que o estabelecimento de ensino tenha vários
tipos de tecnologia, possui um enfoque maior para o uso
do computador.

Pessoas que desenvolveram estudos atribuem o crescimento do uso do


computador como tecnologia o mercado de trabalho ter suas rotinas diárias
alteradas pelo uso de equipamentos eletrônicos.

O uso de tecnologias educacionais torna o aprendizado e o ensino mais


produtivo. Sabe-se também, que esse tipo de aplicação não traz somente
vantagens e sim alguns problemas. Podemos citar alguns:

1. Acesso de alunos aos computadores quando os mesmos não possuem


condições sociais;
2. A utilização do computador por alunos com dificuldades deixa de ser
uma tecnologia para desenvolver o raciocínio e passa a ser um ―caderno
de exercícios‖;
3. Acesso de forma diferenciada dos alunos que usam o computador por
tempo mínimo referente ao período do aprendizado;
4. Não saber aplicar o uso do computador de forma correta.

Quando surgiu o trabalho de informática no ensino, o tipo de software para


trabalho era o tutorial e foi a partir da década de 60, que houve uma grande
evolução referente ao software utilizado, quando se passou a utilizar rotinas
desenvolvidas em linguagem de programação BASIC e LOGO.

38
A partir de 1975, aplicou-se o uso de computadores com fim didático. Surgiu
neste período a facilidade de comprar microcomputadores, e as rotinas
passaram a se chamar SOFTWARE EDUCATIVOS a atender disciplinas não
só de Matemática como Línguas, Ciências físicas e biológicas e Ciências
sociais. Para aplicar este tipo de tecnologia, é necessário ocorrer uma
adaptação entre os procedimentos didáticos e pedagógicos com o
conhecimento que transmite.

COMPUTADOR

PROFESSOR ALUNO

Tópico III - O Uso do Computador como Tecnologia

Nível Político-Pedagógico

Dando destaque para os dois pontos da tecnologia educacional, observaram-se


as seguintes referências:

 Concepção da sociedade;
 Relação com a Educação;
 Diferentes considerações sobre a introdução da tecnologia no ambiente
educacional;
 No aspecto histórico-social é destacada a determinação dos processos
de produção sobre a Educação expressada na introdução da tecnologia
no ensino.

Segundo Almeida, ―(...) a informática na Educação foi mais uma imposição do


estágio da industrialização e do debate político da sociedade global do que um
anseio dos meios educacionais. Quando muito, as grandes escolas que

39
adotaram uma posição mais próxima dos modelos mercantil-industriais foram
as que trouxeram para suas salas, o computador.‖ A citação refere-se ao
avanço social pressionando a Educação para que volte os seus objetivos para
aquele, ou seja, que o progresso beneficie a todos. O avanço tecnológico age
de forma ideológica na consciência, influenciando na forma de pensar.

Almeida, afirma: ―(...) a tecnocracia guarda uma relação estreita com o


totalitarismo da própria razão. Ele elimina todas as dimensões do real que não
caibam na ―ratio‖ técnica: ele opera fundamentalmente no plano ontológico e
epistemológico...‖

As dimensões do real que não são expressas pela razão técnica são a
subjetividade e as contradições sociais. Estes destaques não são
operacionalizados. Considera-se que o desenvolvimento tecnológico é um
ganho de toda sociedade e não de uma classe social específica e a utilização
do computador no ambiente educacional deve ser entendida dessa forma.

Em 1984, foi deduzido que o uso do computador, no ensino, implica uma


compreensão do real, reduzida à sua lógica. Tornou-se um instrumento, fruto
de trabalho humano acumulado, desprovido de características humanas.

Nível teórico-ideológico.

Destaca-se neste aspecto:

 Dividir o conteúdo a ser transmitido em diversos passos sequenciais;


 Exigir a interação do aluno;
 Feedback imediato do aluno.

Marcuse cita que a operacionalização de conceitos reduz as dimensões da


realidade àquela, fazendo coincidir pensamento e realidade imediata,
abstraindo o objeto do conhecimento da sua realidade material, tornando o
pensamento ajustado à realidade.

40
Nível Pedagógico

Devem-se observar os conteúdos para que o tratamento não perca o seu


sentido dentro do contexto educacional. Conteúdos diferentes não podem ter o
mesmo tratamento, logo os mesmos não são trabalhados separadamente. Seu
trabalho em conjunto colabora para definir seu sentimento.

O computador é uma ferramenta auxiliar que irá influenciar e colaborar para o


aprendizado, pois segundo Burke, ―(...) a questão, então, é como um sistema
de instrução dirigida por um computador pode ser humanizado para levar, cada
estudante, a seguir a sua própria inclinação, seus próprios objetivos, enquanto
provê a ele um sistema de atividade guiado.‖ É importante que o aluno tenha o
máximo de decisão possível, para que não se sinta preso a uma ―linha de
montagem‖.

Após observar que a intersubjetividade é utilizada para o aprendizado do


conteúdo escolar, surge à proposta de La Taille (1988) que defende o
isolamento do aluno para desenvolver os exercícios escolares, sendo que
aplica o computador como ferramenta com os objetivos:

 O aluno controla o seu tempo (ritmo individual);


 Feedback imediato da máquina;
 Retorno da ―resposta correta‖ em caso de fracasso do aluno.

Estes objetivos estão propostos na teoria de Skinner. O ambiente educacional


por sua impossibilidade de transmitir conteúdos ou formas de pensar contrárias
à realidade existente; torna-se massificador. De um lado, transmite conteúdos
sem sentidos, e de outro, avalia o aprendizado deste conteúdo pela sua
quantidade.

Respeitar o ritmo próprio do aluno é a transformação de alguns aspectos


administrativos, ou seja, o ritmo do aluno e as diferenças são pontos que
transformam os currículos dentro do ambiente educacional.

41
Segundo Boocock, ―(...) a significância de qualquer inovação educacional
particular está mais em como afetar a estrutura da situação de aprendizado do
que em seus detalhes puramente mecânicos. Se o novo meio terá, ou não,
qualquer impacto sobre as escolas, depende do educador. Tentar observá-lo
na presente estrutura de classe, usá-lo como meio de livrar-se do que é
absoluto, movendo-se para mais aprendizados autodirigidos ou orientado para
objetivos que os estudantes percebam como excitantes e relevantes...‖

Nível Técnico-Didático

Analisar os efeitos que são imputados ao computador, no ensino sobre o aluno


em algumas das utilizações propostas, mostra limites do computador, que
levam à transmissão do conhecimento formalizado.

De acordo com as teorias de Freud, Adorno e Horkheimer são importantes para


o pensamento e conhecimento, sendo a projeção entendida no sentido
psicanalítico. Não estimular a repetição e sim o entendimento.

Os produtos oferecidos neste nível devem ser claros e objetivos, pelo menos
estar condizente com a proposta implantada.

42
U NIDADE 7
Objetivo: Conhecer como o aluno percebe o computador em seu uso no ensino
e saber como orientá-lo na seleção dos trabalhos escolares.

Métodos de Ensino por Computadores

Tópico I – Computador, o Recurso mais Utilizado no Ensino

Com a entrada do computador na sala de aula, a didática vem utilizando-o com


promissores resultados, como podemos observar podemos na reportagem
abaixo:

Roberto Setton
A estudante do ensino médio Micaela
Monteiro, 16 anos, tem todos os seus
trabalhos escolares organizados em
arquivos no computador. Adepta dos
recursos tecnológicos desde a 3ª série, ela
utiliza seus aparelhos eletrônicos para
melhorar o desempenho na escola. Com
eles, Micaela arquiva seus documentos,
faz pesquisas na internet e incrementa
suas apresentações de trabalhos com
pequenos vídeos, montagens de
fotografias e música. "Não sei como se
estuda sem computador."

www.veja.com.br – Revista Veja de 16 de Janeiro de 2007

Segundo a reportagem da Revista VEJA, de 26 de setembro de 2003 ―Chegou


à hora de mudar o disco para quem passou os últimos anos se perguntando se
precisava mesmo comprar um computador. A pergunta que muita gente anda
se fazendo agora é outra: "Que tipo de computador devo comprar? ‖Não é
apenas uma daquelas tiranias típicas da sociedade de consumo em que, de

43
uma hora para outra, a pessoa é levada a se sentir miserável porque não tem
uma secretária eletrônica, um telefone sem fio ou uma agenda eletrônica. Não
saber usar um computador e não ter um, está-se tornando um transtorno de
proporções maiores no Brasil. Em algumas situações profissionais pode ser
quase como estar vestido inadequadamente ou falar errado. Mas os
computadores chegaram, e vão ficar: eles estão nos escritórios das grandes
empresas, nos bancos, nos consultórios médicos, nas escolas, nos estúdios de
arquitetos, nas bancas de advocacia‖.

O que aconteceu depois: ―Se na década de 80 comprar computador era muito


difícil no Brasil, na década de 90 o setor viveu uma enorme expansão. Nos
anos que antecederam a publicação da reportagem de VEJA, a melhor maneira
de obter uma máquina dessas era procurar um contrabandista. (...) As vendas
cresceram e os micros ganharam lojas especializadas. Depois, chegaram às
prateleiras dos supermercados. Cinco anos depois da reportagem, já
era possível comprar um computador sem sair de casa, pagando pela Internet
com cartão de crédito e recebendo a máquina pelo correio. (...) Além disso, a
produtividade do setor disparou no Brasil - na época em que a reportagem foi
publicada, cada operário brasileiro produzia 360 computadores por ano; dez
anos depois, cada operário já produzia 1.080 unidades.....‖.

Vimos que o computador é uma máquina eletrônica que busca imitar o


funcionamento dos processos mentais superiores do homem, por meio de
seleção, associação ou anulação de informes para os quais foi programado.

O computador, procurando trabalhar imitando o cérebro humano o faz com


uma velocidade simplesmente espantosa, tanto assim que é capaz de realizar
operações que levariam anos para serem efetuadas, com o simples auxílio de
lápis e papel...

Dessa forma os computadores, no ensino podem conter, em sua memória, o


estado de adiantamento de alunos nas disciplinas para as quais estejam
programados, podendo oferecer o ensino das mesmas da maneira que mais
lhes convenha. Assim, quando um educando solicitar estudo de uma disciplina,

44
o computador poderá oferecer o ensino do estado de adiantamento do
educando para diante.

Tópico II – Modalidades de Uso de um Computador no Ensino

O computador pode ser utilizado, para fins de ensino, de várias formas;


podemos citar algumas como: calculadora, (exemplo na unidade II), simulador,
dialogador e monitor de ensino, gerenciador de outros instrumentos, e como
banco de dados.

a) Uso do computador como calculadora, realizando desde os cálculos


mais simples, até os mais complexos, na modalidade ―científica‖, tais
como estatísticos, trigonométricos, logarítmicos, etc. Uma extensão
bastante útil, é o uso de planilhas de cálculo, como a do Microsoft Office
EXCEL®, que permite a realização de uma enorme variação de
aplicações para as mais variadas finalidades, como: de controle
financeiro, de estoques, etc. Ainda, o computador permite a visualização
e impressão ou plotagem de gráficos diversos.
b) O computador se presta à simulação de praticamente qualquer
fenômeno que possa ser expresso por funções matemáticas. Os
modelos assim montados levam a enorme vantagem de custarem bem
menos que os modelos físicos, além de não se estragarem por
experiências mal sucedidas. Assim, o uso do computador em pesquisa
deve ser incentivado desde o início da vida acadêmica do estudante e,
certamente, se perpetuará por sua carreira profissional.
c) A função de diálogo programada é largamente usada no ensino a
distância. O diálogo destina-se a fornecer instruções, emitindo ordens,
transmitindo conhecimentos, fazendo perguntas, aplicando testes e
respondendo a perguntas. O aluno estuda um tema e dialoga com a
máquina a respeito do mesmo. Nesta função, o computador substitui em
grande parte a aula presencial, funcionando como uma espécie de
monitor de ensino. Um bom sistema de ensino permitirá inclusive que,
com base na instrução programada, e tendo em vista os resultados

45
alcançados pelo aluno, haja alternativas mais adequadas para o
prosseguimento do ensino.
d) Na função de gerenciamento de sistemas multimídia, o computador
estará em rede com outros computadores, e com as diversas facilidades
propiciadas por impressoras multifunção, scanner, projetores de
imagens (data shows), aparelhos de TV, leitores e gravadores de
DVD/CD, pen drivers, etc.
e) Como banco de dados, podemos usar o computador em duas
modalidades. A primeira, quando se arquivam os dados na própria
máquina, seja usando um programa como o Microsoft Office Access®,
em que os dados são postos pelo próprio usuário, seja usando
programas do tipo enciclopédia ―eletrônica‖. A segunda, quando se
conecta a internet, dando acesso à hoje praticamente infinita base de
dados do conhecimento mundial. Desde que usadas com os devidos
cuidados, ambas as modalidades economizam tempo de pesquisa, que
poderá ser revertido para uma mais profunda reflexão sobre os
conteúdos consultados.

Tópico III – Método de Ensino com Auxílio de Computadores

Na maioria das vezes os alunos chegam para estudar no computador ou fazer


um curso e se fixam somente na informática, ou seja, usam o computador
como ferramenta. Os alunos não se dão conta que para além de aprender
informática, é necessário discutir o conteúdo de que está sendo estudado. Por
isso as atividades com o computador, devem ser discutidas no dia a dia. Sobre,
para que serve o computador e o fato de ser uma máquina programável.
Também importante, a turma fazer um levantamento do uso do computador no
seu contexto: os lugares onde usa e que lugares existem para o uso do
computador e internet, e começar a pensar sobre as consequências do avanço
da tecnologia.

46
O Computador como Ferramenta: sugestão de atividades para conscientização
do uso adequado da internet:

Veremos na UNIDADE XXIV - Internet: vilã ou aliada do ensino? A


preocupação dos educadores com o uso correto da internet pelos alunos. Para
tanto sugerimos atividades que possam auxiliar nesta possível conscientização.

Passo inicial: entrevista com os alunos.

 Vocês conhecem algum outro lugar em que a comunidade tenha acesso


a computadores? Onde?
 Você sabe o que é internet? Você já usou? Para quê?
 Para que serve a internet?
 Se você tivesse nesse momento na internet e pudesse escrever algo
importante para que o mundo soubesse, o que escreveria?
 O que o computador, a internet e as tecnologias em geral, nos trouxeram
de bom? E ruim?

Neste momento é importante o professor garantir que o grupo entenda os


motivos de cada pergunta, se sinta à vontade para questioná-las e que seus
questionamentos sejam valorizados e respondidos pelo grupo, mediado pelo
professor. Levante regras de vários tipos, como relacionamento, compromisso
consigo mesmo.

Podemos concluir esta unidade refletindo que o desafio metodológico é inserir,


no desenvolvimento das aulas, programas e projetos educacionais que
envolvam Tecnologias de Informação e Comunicação e Educação a distância,
na denominada terceira geração.

47
Para sua maior segurança no momento do debate procure responder a
entrevista se colocando no lugar do aluno e veja como você percebe o
computador no ensino.

48
U NIDADE 8
Objetivo: Situar a didática diante das novas tecnologias educacionais.

A Didática e as Situações de Aprendizagem

Tópico I - Conceito de Didática e sua Importância na Aprendizagem

―Didática‖ vem do grego, didaktiké, que quer dizer: arte de ensinar. Como arte,
a didática dependia do jeito de ensinar da intuição do professor, já que havia
muito pouco a aprender para ensinar. O jeito de ensinar advém da capacidade
de empatia do professor. Esta capacidade de empatia estreita a relação do
professor com o aluno, com maiores possibilidades de adequação de ação
didática, na orientação da aprendizagem.

Néricie, 1980, explica que a didática pode ser compreendida em dois sentidos:
amplo e pedagógica; vejamos então:

Sentido amplo – preocupa-se com os procedimentos que levem o ―educando a


mudar de comportamento ou a aprender algo, sem conotações sóciomorais‖.
Neste sentido a didática não se preocupa com valores. Tanto pode produzir
hábeis delinquentes como para formar autênticos cidadãos;

Sentido pedagógico – apresenta compromissos com o sentido sociomoral da


aprendizagem do educando, que é o de visar à formação de cidadãos
conscientes, eficientes e responsáveis.

Assim, ―didática é o estudo do conjunto de recursos técnicos que tem em mira


dirigir a aprendizagem do educando, tendo em vista levá-lo a atingir um estado
de maturidade que lhe permita encontrar-se com a realidade, de maneira
consciente, eficiente e responsável, para nela atuar como um cidadão
participante e responsável.‖ Dessa forma a didática pode ser focalizada assim:

49
Tabela 1 – Ação Didática

Do ponto de vista Do ponto de vista do Recursos


do Professor Educando
Quem ensina? Quem orienta a Professor
aprendizagem?
A quem ensina? Aluno
Quem aprende?
O que ensina? Objetivos
Para que aprende?
Como ensina? Conteúdo
O que aprende?
A Que nível Metodologia
ensina? Como aprende?
Fase evolutiva do aluno
Onde ensina? Como aprende?
Em casa, na escola, na
Em que nível aprende? oficina ou em outro local,
mas sempre vinculada à
Onde aprende?
realidade do meio.

Para entendermos a importância da didática para o ensino e aprendizagem é


interessante, sob o ponto vista didático, fazer uma distinção entre ensino e
aprendizagem:

Ensino – segundo Nérice, é toda e qualquer forma de orientar a aprendizagem


de outrem, desde a ação direta do professor até a execução de tarefas de total
responsabilidade do educando, previstas pelo professor.

Aprendizagem é o ato do educando modificar o seu comportamento, resultante


do seu envolvimento em um estímulo ou situação. A aprendizagem resulta do
educando numa situação ou tarefa espontânea ou prevista. A situação pode
ser prevista e enfrentada por procedimentos sugeridos pelo próprio educando
(autoensino) ou sugeridas pelo professor (ensino).

50
Para muitos estudiosos, a aprendizagem pode ser classificada segundo
critérios e estudada conforme algumas categorias, mas, quaisquer que sejam
os agrupamentos realizados, há elementos pertinentes que estão presentes em
todos os casos. Os mais importantes são: interesse, necessidade, experiência,
motivação. Vamos entender, então, cada elemento:

Interesse: Interessar-se é manifestar uma atenção própria a fatores que, de


algum modo, foram atraentes e provocaram a curiosidade do sujeito. É nesse
sentido que o interesse tem seu maior papel em relação à aprendizagem de
qualquer coisa. Sabe-se que há uma maior eficácia na aprendizagem quando
existe, na realidade, um interesse por parte do aprendiz, ou seja, este se volta
para a conquista daquela situação ou daquele objeto, afetivo ou cognitivo,
ainda estranho ao seu eu.

Necessidade: Como as necessidades são variadas, segundo as pessoas e as


culturas, preenchê-las é uma tarefa complexa. Identificar as reais necessidades
do aprendiz é de certa forma, conhecê-lo e também descobrir seus interesses,
pois há uma relação de reciprocidade entre o interesse e a necessidade, que
será fundamental no processo de aprendizagem. O interesse deriva da
percepção da necessidade, pois, ao reconhecer uma carência, o sujeito busca
resolvê-la: fica motivado para isso.

Experiência: Pode ser uma experiência direta ou indireta, mas a ideia de


experiência está intimamente ligada ao processo de aprendizagem. O ser
humano é dotado de sensores que lhe permitem captar estímulos provenientes
do meio que o cerca e decodificá-los adequadamente. Acontecem então as
sensações, como respostas específicas dadas por esses sensores, os
conhecidos órgãos sensoriais, a estímulos também específicos. Assim é que
ninguém saberá, por exemplo, qual é a cor de uma ficha de plástico posta
sobre sua língua, pois somente a visão tem a capacidade de responder a esse
estímulo. A experiência sensorial é a primeira e mais rudimentar forma de
aprendizagem que um sujeito vive, e se inicia ainda muito antes de seu
nascimento. Estudos mostram as respostas que um feto dá a diferentes
estímulos sonoros, por exemplo, ainda em sua vida intrauterina. É por meio das

51
experiências que as primeiras aprendizagens vão acontecendo e, por isso,
estas são chamadas de aprendizagens empíricas. Muita coisa que se pensa
ser natural ao ser humano nada mais é do que o resultado de alguma forma de
aprendizagem empírica. A todo instante estamos sendo submetidos a
estímulos que exigem nossas respostas, sejam elas auditivas, gustativas,
olfativas, táteis ou visuais e, assim, vamos construindo as aprendizagens
decorrentes dessas sensações.

Motivação: Quando se fala em motivação da aprendizagem, muitas vezes se


pensa na clássica dicotomia: motivação interna e motivação externa. Motivação
interna se refere às capacidades que o sujeito tem às disposições interiores, a
habilidades específicas, a estruturas já construídas e a experiências já
vivenciadas. Já a motivação externa engloba todos os incentivos provenientes
do mundo exterior ao sujeito. São os estímulos que poderão provocar no
sujeito os motivos para que realize o processo de aprendizagem. Pode-se, de
certa forma, entender que a motivação, conceituada quanto às suas
características internas ao próprio sujeito, seja mais coerente com as teorias
cognitivas porque estas explicam a aprendizagem a partir de estruturas
interiores do sujeito. No entanto, essas teorias não dispensam, de modo algum,
os estímulos externos, sejam eles alimentadores de insight, desequilibradores,
provocadores de intuições, mediadores ou despertadores da inteligência. Não
se pode pensar em aprendizagem cognitiva sem se levar em conta a motivação
completa, que reúne os elementos interiores do sujeito e aqueles que lhe são
chegados do meio.

Pode-se concluir, neste breve resumo, que a motivação é a mola básica


impulsionadora de toda atividade do sujeito no sentido de levá-lo a uma
aprendizagem, seja ela qual for.

Tópico II – Modelos de Ensino-Aprendizagem

Qual a relação entre aprendizagem e Educação? Com certeza a postura crítica


é indispensável, pois a partir de critérios definidos previamente podemos
discernir quais são as aprendizagens que realmente queremos que aconteçam

52
e quais são os modelos de aprendizagem válidos, a ponto de atraírem nossa
atenção e consumirem nossos esforços.

Este processo ensino-aprendizagem pode assumir a forma de alguns modelos,


dos quais os mais significativos são: colaborativo, cooperativa, cooperativa
mediada por computador, cooperativa distribuída, Interatividade.

a) Modelo de Aprendizagem Colaborativa:

A noção de colaboração parece ser uma valiosa maneira de encorajar o


acontecer do aprendizado em sala de aula. O termo colaboração, segundo
Paul Berna (1998, in Revista Brasileira de Informática na Educação), é visto
como um conjunto de possíveis relações entre os participantes. Envolve uma
atividade sincrônica, coordenada, que é resultado de uma contínua tentativa de
construir e manter uma concepção partilhada de um problema.

b) Modelo de Aprendizagem Cooperativa:

Técnica na qual os estudantes se ajudam no processo de aprendizagem,


atuando como parceiros entre si e com o professor e visando adquirir
conhecimento sobre um dado conteúdo. Refere-se ainda à troca de experiência
entre parceiros. O trabalho cooperativo é realizado através da divisão do
trabalho entre os participantes como uma atividade em que cada pessoa é
responsável por uma porção da solução do problema.

c) Modelo de Aprendizagem Cooperativa Mediada por Computador:

Área de estudos que trata das formas pelas quais a tecnologia pode apoiar os
processos de aprendizagem promovidos através de esforços cooperativos
entre estudantes que estão trabalhando em uma dada tarefa.

53
d) Modelo de Aprendizagem Cooperativa Distribuída:

Consiste no desenvolvimento de atividades centradas na aprendizagem


cooperativa com o suporte das tecnologias da Internet ou Intranet. A
comunicação e a interação são pontos-chave, utilizando-se a tecnologia para a
troca e a busca da informação e, posteriormente, para a formação de um corpo
de conhecimento comum.

e) Modelo de Interatividade:

Fenômeno elementar das relações humanas, entre as quais estão as relações


educacionais. Depende da cultura do grupo. A interação não ocorre apenas
entre o aluno e o conteúdo, mas sim entre alunos entre si, entre aluno e
professor, entre alunos e o professor, entre alunos e a instituição de ensino e
ainda entre todos os elementos que compõem o universo do indivíduo inscrito
como aluno.

Consideramos que o processo educativo engloba situações de aprendizagem,


não toda e qualquer forma de aprendizagem, mas as aprendizagens que
elevam o ser humano e o tornam, cada vez mais, consciente de seus deveres e
direitos. São as formas de aprendizagem que realmente libertam o homem de
todas as suas formas instintivas, as quais o impelem para comportamentos
animais.

A aprendizagem da liberdade é um dos elementos fundamentais do processo


da educação. O ser humano aprende a ser livre, aprende a ter sentimentos
elevados, aprende a raciocinar, aprende a conviver com os demais seres.
Essas formas de aprendizagem constituem pontos fundamentais do processo
de educação. Pode-se dizer que o processo ensino-aprendizagem é o escopo
fundamental da Didática

Fechamos esta unidade entendo-o como de suma importância no ensino-


aprendizagem, de acordo com as distintas realidades sociais e regionais, uma

54
vez que o conteúdo de cada disciplina está diretamente ligado aos
conhecimentos e experiências da vida cotidiana dos alunos.

Discuta sobre os elementos presentes na Tabela 1 – Ação Didática no


acompanhamento de aprendizagem dos alunos. A partir dessa discussão
ou de sua reflexão pessoal, elabore uma ficha de acompanhamento.
Justifique a inclusão de cada item.

55
U NIDADE 9
Objetivo: Perceber a tecnologia educacional como ferramenta auxiliar da
aprendizagem.

Aprendizagem e Tecnologia

Tópico I - Ambientes de Aprendizagem

A tecnologia educacional deve ser vista como uma ferramenta de auxílio à


aprendizagem, e não como um recurso isolado, como um fim em si mesmo. O
valor de qualquer ferramenta não depende somente de suas qualidades, mas
principalmente do uso que será dado a ela. Maddux (1997) identifica alguns
requisitos para que uma ferramenta tenha valor:

Primeiramente, a ferramenta deve ser utilizada em tarefas importantes.


Segundo, deve-se utilizar a ferramenta para resolver os problemas para os
quais ela foi projetada e, por fim, seu custo não pode ser desproporcional, em
relação aos custos dos problemas que ela se propõe a resolver.

Cohen e Spenciner (1993) in Maddux, 1997, chamam a atenção para o fato de,
a maioria dos primeiros produtos de software educacional desenvolvidos não
ser nada mais do que livros eletrônicos, sem aproveitar as vantagens que o
computador poderia oferecer em comparação com os materiais tradicionais.
Qual seria o objetivo da utilização de um software desse tipo? Apenas estar
utilizando uma nova tecnologia? Nesse caso não estaríamos preocupados em
utilizar o computador como uma ferramenta de valor, e sim em inserir
tecnologia no ambiente de ensino, sem qualquer compromisso com a qualidade
desse ensino.

Podemos concluir, então, que o software educacional deve estar inserido num
contexto educacional e que o ensino/aprendizagem deve ser realizado num
ambiente de aprendizagem. Clunie (2000) define ambiente de aprendizagem
como: um cenário de trabalho onde o indivíduo interage com meios como

56
ferramentas e recursos materiais e/ou computacionais, em situações que
propiciem a descoberta e a construção do conhecimento, fundamentado em
uma teoria de aprendizagem e estratégias de trabalho que orientem o
desenvolvimento das distintas atividades.

A seguir, veremos as características dos ambientes de aprendizagem


fundamentados na teoria de ensino comportamentalista e os fundamentados na
teoria de aprendizagem construtivista.

Tópico II - Ambientes de Aprendizagem Comportamentalistas

Atualmente os sistemas educacionais de maior sucesso, fundamentados na


teoria comportamentalista, são os chamados sistemas integrados de
aprendizagem (Maddux, 1997). Esses sistemas podem ser definidos como
pacotes de software e hardware que têm como finalidade atingir determinados
objetivos educacionais. Existem diversos sistemas integrados de
aprendizagem, mas as seguintes características costumam ser comuns a todos
eles (MADDUX, 1997, in TAVARES, 1999):

 A avaliação e o diagnóstico do estágio de conhecimento atual do usuário


são dados pelo computador;
 A instrução é disponibilizada através de redes de computadores;
 O desempenho do aluno é continuamente monitorado, sendo a instrução
ajustada de acordo com esse desempenho;
 Os dados de desempenho de todos os alunos são processados para uso
dos professores e administradores.

Os sistemas integrados de aprendizagem geralmente se iniciam com uma


avaliação do nível de conhecimento atual do aluno.

A partir dessa avaliação, o software quebra o conteúdo a ser ensinado em


pequenas unidades, ensina uma determinada unidade, avalia o progresso do
aluno e, em caso de sucesso, passa para a próxima unidade. Caso o aluno não
passe pela avaliação, o sistema providencia uma remediação, continuando o
processo.

57
Tópico III - Ambientes de Aprendizagem Construtivistas

Tavares (1999), citando Silva (1997), define um ambiente construtivista de


aprendizagem como ―um lugar onde aprendizes podem trabalhar juntos e
apoiar uns aos outros à medida que utilizam uma variedade de ferramentas e
recursos de informação em sua busca por alcançar objetivos de aprendizagem
e em atividades de resolução de problemas‖. Por essa definição podemos
extrair vários requisitos para que um ambiente computacional seja
fundamentado na teoria construtivista. Primeiramente, o ambiente deve
suportar a cooperação e a comunicação para permitir o trabalho conjunto dos
aprendizes. Tavares (1999) vê a cooperação como um processo importante
porque faz com que ―precisemos testar nosso próprio conhecimento e próprio
entendimento sobre questões ou fenômenos particulares‖. Segundo Otsuka
(1997), um indivíduo que já trabalhou colaborativamente na tarefa de
planejamento e resolução de problemas é, em média, duas vezes mais bem-
sucedido do que um indivíduo que teve a mesma quantidade de experiência
trabalhando sozinho.

Segundo Costa (1997), os nossos esquemas de agir e pensar se desenvolvem


num processo interativo, permitindo ampliar e aprofundar nossa leitura do
mundo, sendo a interação uma condição necessária a toda construção do
conhecimento.

Outro requisito que podemos inferir é a existência de uma variedade de


ferramentas. Essa característica proporciona aos usuários uma liberdade de
escolha, facilitando a iniciativa e colocando o usuário na posição de sujeito
ativo. Além disso, é necessário possuir uma variedade de recursos de
informação, colocando o aluno frente a uma quantidade de informações
bastante grande. Assim, ele é incentivado a organizar seu pensamento de
forma independente, de maneira, a saber, selecionar e sintetizar as
informações pertinentes à resolução de seu problema. De acordo com Savery e
Duffy (1995) em Silva (1997), um dos pressupostos do construtivismo é que ―é
a partir de uma situação-problema que a aprendizagem é organizada e
conduzida‖. Esse pressuposto nos leva a mais um requisito para ambientes

58
construtivistas: ser capaz de auxiliar na resolução de problemas. Jonassen
(1994), em Maddux (1997), identifica oito características para os ambientes de
aprendizado construtivistas:

1. Proporcionam múltiplas representações da realidade;


2. As múltiplas representações refletem a complexidade do mundo real,
evitando uma supersimplificação;
3. Enfatizam a construção do conhecimento, ao invés da reprodução do
conhecimento;
4. Enfatizam o aprendizado contextualizado, proporcionando tarefas
significativas, ao invés de instruções abstratas, fora de contexto;
5. Proporcionam ambientes de aprendizagem que simulam o mundo real ou o
aprendizado baseado em estudo de casos, ao invés de sequências
predeterminadas de instrução;
6. Favorecem o pensamento reflexivo baseado na experiência;
7. Proporcionam a construção do conhecimento dependente do contexto e do
conteúdo;
8. Suportam a construção colaborativa do conhecimento através da
negociação social entre os participantes, ao invés da competição.

Além dessas características, Tavares (1999) também acrescenta:

 Facilitam a identificação, definição e resolução de problemas;


 Permitem que o aluno fique no controle de suas atividades;
 Utilizam a hipermídia como ferramenta cognitiva.

A tabela a seguir resume e relaciona os requisitos e pressupostos necessários


aos ambientes construtivistas. Nos ambientes construtivistas de aprendizagem
os estudantes parecem possuir muito mais responsabilidade sobre o
gerenciamento de suas tarefas que no modelo tradicional, e o papel do
professor passa a ser de orientador ou facilitador. Um critério que vem sendo
usado na literatura especializada para classificar os tipos de ambiente é o grau
de iniciativa permitido ao aluno ou o grau de direcionamento conferido a ele.

(Adaptado de Tavares, 1999)

59
Requisitos Pressuposto construtivista
Ser interativo Aprendiz como agente ativo.

Aprendizagem através da experiência.


Proporcionar múltiplas representações Aprendizagem como processo de
da realidade. construção do conhecimento.
Simular o mundo real Aprendizagem através de experiência
Proporcionar a construção do Aprendizagem através da construção do
conhecimento conhecimento.
Proporcionar estudo de casos Aprendizagem através da experiência.
Favorecer o pensamento reflexivo. Conhecimento construído através da
abstração reflexiva.
Suportar cooperação (comunicação e Aprendizagem facilitada pelo par
negociação) e coordenação.
mais capaz.
Permitir controle do aluno sobre suas Aprendiz como agente ativo.
atividades.
Utilizar hipermídia. Aprendiz como agente ativo.

Aprendizagem significativa.
Proporcionar aprendizagem Aprendizagem significativa
contextualizada.
Facilitar identificação, definição e Aprendizagem a partir de resolução
resolução de problemas
de problemas.
Possuir diversas ferramentas. Aprendiz como agente ativo

(gerencia suas atividades).


Proporcionar imersão do aluno. Aprendizagem através da experiência.
Possuir variedade de recursos de Aprendiz como agente ativo.
informação.

60
Os ambientes interativos de aprendizagem trouxeram à cena os princípios da
filosofia construtivista, em que a ênfase está na autonomia do aluno que
interage com o ambiente que, por sua vez, tem o foco no processo de
construção do conhecimento e não num domínio predefinido do conhecimento
a ser adquirido pelo aprendiz.

A visão construtivista é bem diferente da tradicional: um domínio de


conhecimento deve ser especificado, e o aprendiz deve ser encorajado a
buscar novos conhecimentos correlatos que sejam importantes para a questão.
Os domínios de conhecimento não estão efetivamente separados no mundo, e
informações de diversas fontes devem servir de base para a análise de
qualquer questão. O aluno deve ser encorajado a buscar novos pontos de
vista.

A visão construtivista também identifica as habilidades do aprendiz, porém,


como não dividimos o conteúdo em unidades de domínio, também não
procuramos por deficiências. O foco será na habilidade reflexiva, e não na
lembrança.

No desenvolvimento de ambientes de aprendizagem o ponto central incide na


possibilidade de encorajar a construção da compreensão sob múltiplas
perspectivas. Uma estratégia central para alcançar essas perspectivas é criar o
ambiente de aprendizagem colaborativo, cujo objetivo é desenvolver, comparar
e compreender múltiplas perspectivas de uma questão.

(anexo)

LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA: Atualizar ou Ajustar à Realidade


Educacional?

61
U NIDADE 10
Objetivo: conhecer as ações das políticas educacionais diante das novas
tecnologias.

As Políticas Educacionais ante a Revolução Tecnológica

Tópico I – Os caminhos para Implantação da Tecnologia na Escola

A UNESCO, em 1984, formulava uma dupla concepção do conceito de


tecnologia educacional, nos seguintes termos:

- Originalmente a tecnologia educacional foi concebida como uso para fins


educativos dos meios nascidos da revolução das comunicações, como os
meios audiovisuais e posteriormente os computadores;

- Em um sentido novo e mais amplo, o termo é entendido como o modo


sistemático de conceber, aplicar e avaliar o conjunto de processos de ensino-
aprendizagem, levando em consideração, ao mesmo tempo, os recursos
técnicos e humanos e as interações entre eles, como forma de obter uma
Educação mais efetiva.

As necessidades tecnológicas brasileiras anteriores aos anos 60, basicamente,


foram atendidas através da importação de máquinas e equipamentos, da
incorporação de imigrantes qualificados ao processo produtivo e da formação
no país de recursos humanos capacitados a trabalhar nas unidades industriais
existentes. A partir de 1960, com o desenvolvimento industrial, inicia-se um
esforço no sentido de estimular a entrada de capital estrangeiro e desenvolver
a política tecnológica no país. Na realidade nos anos 50/60 a tecnologia
educacional era vista como sinônimo de recursos didáticos, resumindo-se à
utilização dos equipamentos audiovisuais nas práticas educativas.

Nos anos 70, a utilização sistemática de conhecimentos voltados para a


resolução de problemas educacionais, com base na aplicação da psicologia da
aprendizagem, originou a instrução programada, proposta por Skinner. A

62
instrução programada, com o passar dos anos, foi aperfeiçoada por outros
estudiosos. No entanto, como ela não se revelou superior a outros os métodos
de ensino, surgiu à tecnologia educacional.

Na década de 1980, a difusão da Ciência computacional e a aplicação dos


sistemas de informação modificam o mundo acadêmico, inserido o computador
no meio educacional. A partir daí, tem seu crescimento baseado em projetos
governamentais e, em como a Educação apropria-se da tecnologia de
informática.

Em 1982, o MEC assumiu o compromisso de criar os mecanismos necessários


para desenvolver os projetos e permitir o desenvolvimento das primeiras
investigações na área.

Foi formada uma equipe intersetorial com representantes da SEI, MEC, CNPq
e FINEP, que reconheceu a necessidade de consultas permanentes à
comunidade técnico-científica nacional para discutir estratégias de
planejamento que refletissem as preocupações e os interesses dos cientistas
brasileiros. Para tanto foi realizado o I Seminário Nacional de Informática na
Educação, que resultou no nascimento do projeto EDUCOM. Este projeto
caracteriza-se como um experimento de natureza intersetorial de caráter
essencialmente educacional, onde cada entidade pública federal participa
custeando parte dos recursos estimados e também sua execução e avaliação.

Os objetivos específicos do Projeto EDUCOM eram: •

 implantar núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Informática na


Educação, com a finalidade de auxiliar na promoção de pesquisa
científica e tecnológica e de estabelecer diretrizes operacionais para a
implantação dos centros-piloto;
 promover a implantação de centros-piloto em instituições de reconhecida
capacidade científica e tecnológica nas áreas de Informática e
Educação;
 capacitar os recursos humanos envolvidos na implantação e na
implementação do Projeto EDUCOM, com a finalidade de atender às

63
necessidades do setor de Informática na Educação, suprindo-os das
competências técnico-científicas necessárias para o exercício de sua
atividade profissional;
 centros-
piloto participantes do experimento;
 disseminar os resultados produzidos pelos centros-piloto.

As contribuições do EDUCOM também foram decisivas para a criação do


projeto FORMAR, este destinado à capacitação de professores da rede
pública, e do projeto CIEd, voltado para o atendimento às escolas de ensino
fundamental e médio da rede pública de ensino O projeto FORMAR foi criado
com a pretensão de fazer um distinção entre os termos formação e
treinamento.

No período de 1988 e 1989, dezessete CIEds são implantados em diferentes


estados da Federação. Fica estabelecido que o CIEd deva ser um iniciativa do
Estado, enquanto ao MEC cabe a formação inicial dos professores indicados
pelas secretarias de educação.

O Ministério da Educação – MEC, por meio da Secretaria de Educação a


Distância – SEED atua como um agente de inovação tecnológica nos
processos de ensino e aprendizagem, fomentando a incorporação das
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) e das técnicas de Educação
a distância aos métodos didático-pedagógicos. Além disso, promove a
pesquisa e o desenvolvimento voltados para a introdução de novos conceitos e
práticas nas escolas públicas brasileiras.

O Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo) é um programa


educacional criado pela Portaria nº. 522, de 9 de abril de 1997, pelo Ministério
da Educação, para promover o uso pedagógico da informática na rede pública
de Ensino Fundamental e Médio. Este projeto é desenvolvido pela Secretaria
de Educação a Distância (SEED), por meio do Departamento de Infraestrutura
Tecnológica (DITEC), em parceria com as Secretarias de Educação, estaduais
e municipais.

64
O programa funciona de forma descentralizada, sendo que em cada Unidade
da Federação existe uma Coordenação Estadual do ProInfo, cuja atribuição
principal é a de introduzir o uso das tecnologias de informação e comunicação
nas escolas da rede pública, além de articular as atividades desenvolvidas sob
sua jurisdição, em especial as ações dos Núcleos de Tecnologia Educacional
(NTE’s).

Segundo o portal do MEC (http://www.mec.gov.br), o ProInfo tem na


preparação de recursos humanos, os professores, sua principal condição de
sucesso. Os professores multiplicadores capacitam os professores das escolas
nas bases tecnológicas do ProInfo nos estados. Os Núcleos de Tecnologia
Educacional (NTE) são estruturas descentralizadas de apoio ao processo de
informatização das escolas, auxiliando tanto no planejamento e na
incorporação das novas tecnologias quanto no suporte técnico e às equipes
administrativas das escolas. Visa, também, promover o desenvolvimento e o
uso da telemática como ferramenta de enriquecimento pedagógico,
pretendendo:

 Melhorar a qualidade do processo ensino-aprendizagem;


 Propiciar uma educação voltada para o progresso científico e
tecnológico;
 Preparar o aluno para o exercício da cidadania numa sociedade
desenvolvida;
 Valorizar o professor.

São metas do ProInfo:

 Atender 7,5 milhões de alunos em 6.000 escolas;


 Implantar 200 Núcleos de Tecnologia Educacional - NTE;
 Capacitar 1.000 professores multiplicadores formados em cursos de pós-
graduação lato sensu, realizados em parceria com universidades;
 Capacitar 25.000 professores das escolas para trabalhar com recursos
de telemática em sala de aula;

65
 Formar 6.600 técnicos de suporte às escolas e NTE especializados em
hardware e software;
 Instalar 105.000 computadores: 100.000 destinados às escolas públicas
selecionadas e 5.000 nos NTE.

O conceito de avaliação para o ProInfo significa o processo formativo e


participativo, com o propósito de verificar se está acontecendo o que foi
previsto e .medir as consequências do que está acontecendo. As etapas desse
processo são: estabelecer os objetivos e as metas; definir indicadores e
padrões de desempenho; elaborar procedimentos de medição; coletar e
analisar dados e informações; gerar conclusões; corrigir rumos e compartilhar
resultados.

Folha de São Paulo, 30/01/2008 - São Paulo SP


ProInfo leva micros à escola pública
DA REPORTAGEM LOCAL

A tecnologia chega as Segundo Carlos Eduardo Por isso é fundamental que


escolas públicas por meio Bielschowsky, secretário de isso seja acompanhado pela
do ProInfo (Programa Educação a Distância, o capacitação de professores‖,
Nacional de Informática na governo planeja instalar diz Bielschowsky. A secretaria
Educação), vinculado à laboratórios de informática prepara um portal na internet,
Secretaria de Educação a em mais 125 mil escolas. "É voltado para educadores, no
Distância. Desde 1997, difícil conseguir os qual será possível encontrar
180.720 micros foram computadores e conectá- conteúdo para aulas. (DA)
instalados em 15.119 los em rede.
escolas.

A Secretaria de Educação a Distância – SEED representa a clara intenção do


atual governo de investir na Educação a distância e nas novas tecnologias
como uma das estratégias para democratizar e elevar o padrão de qualidade
da Educação brasileira.

66
Os dados atualizados do Cadastro da Educação Superior do Inep revelam que
há 25.824 cursos superiores no país. Deste total, a maioria, 84,3% (21.769), é
de Cursos de Graduação Presencial. A seguir, vêm os Cursos Tecnológicos
Presenciais com 14,52% (3.750) desse universo. Os Cursos de Graduação a
Distância participam com 1,05% (271) e os Tecnológicos a Distância com
0,13% (34). (Ver o Gráfico 1).

A Secretaria desenvolve vários programas e projetos, a saber:

 Domínio Público (Biblioteca digital desenvolvida em software livre);


 DVD escola. E-proinfo;
 E-Tec Brasil;
 Formação pela Escola;
 Mídias na Educação;
 PAPED. Proinfo;
 Proformação;
 Pró-letramento;
 Pró-licenciatura;
 Rádio Escola;
 Rived;
 TV escola;

67
 Universidade do Brasil;
 Salto para o futuro;
 Webeduc;

Tópico II - Políticas do Estado do Espírito Santo para a Tecnologia


Aplicada à Educação

www.sedu.gov.br PROINFO – Programa de Informática Educativa no Estado


do Espírito Santo.

A informática educativa se faz presente no Estado do Espírito Santo. Ao


implementar a informática educativa nas escolas públicas, o governo
formalizou o compromisso de dar condições materiais, administrativas e
políticas para o fortalecimento do Sistema Público de Educação de nosso
Estado, consolidando, assim, o compromisso de coordenar a construção
coletiva de uma direção política para a educação.

Em 1998 houve a implantação/implementação em parceria com o MEC do


Programa de Informática Educativa – PROINFO, instalando no Espírito Santo
quatro NTE - Núcleos de Tecnologia Educacional, nos municípios de Cachoeiro
de Itapemirim, Vitória, Colatina e São Mateus, com um total de 124 micros (31
cada), além de impressoras, scanner e outros periféricos.

Cada Núcleo possui uma equipe de multiplicadores especialistas em


informática na Educação (seis, em cada NTE do interior e oito no NTE de
Vitória) e técnicos de suporte capacitados pelo MEC (no mínimo 02 em cada
NTE), responsáveis pela implantação, acompanhamento e avaliação do
Programa nas escolas, conforme Lei Complementar N. 121 - D.O 02/09/1998 e
Decreto Nº. 4.537 – N - D. O 31/12/1999. O NTE Metropolitano localizado na
Secretaria de Estado da Educação e Esportes - SEDU é o responsável pelo
suporte pedagógico e técnico aos NTE do interior, além de suas escolas de
abrangência. Os Núcleos do interior foram instalados através de parceria com
as Prefeituras Municipais, que custearam toda a infraestrutura necessária e
exigida pelo MEC.

68
Os NTE têm como ação macro a capacitação de professores para o uso das
tecnologias nas escolas e dos alunos técnicos para suporte a estes
professores. Entretanto, capacitar para o trabalho com novas tecnologias de
informática e telecomunicações não significa apenas preparar o indivíduo para
um novo trabalho docente. Significa, de fato, prepará-lo para o ingresso em
uma nova cultura, apoiada em tecnologia que suporta e integra processos de
interação e comunicação, redimensionando o papel que o professor deverá
desempenhar na formação dos alunos.

No período de 1999 a 2003, 5.937 profissionais da Educação foram


capacitados pelos quatro NTE nos cursos de Formação Continuada de 120 e
80h e até 40h (formação continuada). Neste mesmo período, 894 alunos foram
capacitados para suporte técnico nas escolas, com cursos de 80 h, de
informática avançada. Esta capacitação é contínua, uma vez que este curso
tem possibilitado a entrada de grande parte destes alunos ao mercado de
trabalho. E em 2003, o GESAC – Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento
ao Cidadão numa parceria com os Ministérios de Telecomunicação e Educação
instalaram linhas de internet em 54 escolas públicas de difícil acesso,
objetivando o atendimento às escolas e a comunidade dos quais foram
atendidas 4.037 pessoas.

A informática educativa inserida no processo educacional do Estado desde


1989 continua sendo um instrumento a serviço do movimento de renovação
pedagógica já existente, bem como pretende ser um pilar desencadeador de
vários movimentos de renovação pedagógica, tendo em vista a requalificação
profissional e a nova qualidade social que se pretende para a nossa prática
educativa.

69
Tópico III - A Tecnologia na Sala de Aula no Estado do Espírito Santo

www.sedu.gov.br Quadro Digital Interativo é aprovado por professores e alunos


do Colégio Estadual em 12/02/2008 - 09h42min

A Sala de Aula Digital é um programa que


está sendo instalado nos laboratórios de
informática das escolas da rede pública
estadual, possibilitando ao professor tornar
suas aulas mais dinâmicas e atrativas.

Kárita Lana/Sedu O quadro tem aproximadamente 80


polegadas, é conectado a um computador e
A meta é instalar a solução
tecnológica em 20 escolas de Ensino a uma tela sensível ao toque. O monitor
Médio da rede pública Estadual permite acesso à internet e, com isso,
captação de imagens e edição de vídeo-
aulas. Todos os trabalhos realizados no equipamento podem ser salvos e
enviados por e-mail aos estudantes.

O objetivo básico do programa é dinamizar o uso dos laboratórios de


informática, tornar as aulas mais atrativas, além de facilitar o acesso de
professores e estudantes a fontes de pesquisa da internet. A meta é instalar,
até abril deste ano, a solução tecnológica em 20 escolas de Ensino Médio da
rede.

Segundo Haroldo Rocha, essas ações tecnológicas são um estímulo tanto para
os alunos quanto para os professores. ―É importante oferecer o que há de
melhor a nossos alunos e professores. Os alunos certamente estarão
preparados para disputar o mercado de trabalho bem preparados. O
governador tem dito permanentemente que a Educação é uma prioridade em
seu governo e estamos mostrando isso na prática‖, ressaltou.

Já a TV Multimídia é um aparelho de tevê de 29 polegadas e que permite


conexões com outras mídias como DVD, aparelhos de reprodução de
videocassetes, CDs, pen drives e cartões de memória. O objetivo é transformar

70
as tradicionais salas de aula em ―Salas de Aula Digitais‖, possibilitando aos
professores a elaboração de aulas mais criativas, com uso de recursos de
imagem em movimento e som.

Alunos e professores que participaram da


aula inaugural do Quadro Digital Interativo,
pela manhã, no Colégio Estadual,
aprovaram a ação tecnológica que tem o
objetivo de dinamizar o uso dos laboratórios
de informática, tornar as aulas mais
Kárita Lana/Sedu
atrativas e facilitar o acesso de professores
Marcela Mattos acha que a nova
e estudantes a fontes de pesquisa via
tecnologia vai oferecer mais
oportunidades no dia a dia dos
internet.
alunos
Uma das mais empolgadas com o avanço
tecnológico nas salas de aula da rede pública estadual é a estudante Marcela
Mattos, moradora do bairro Estrelinha, em Vitória, e que está cursando o
segundo ano do Ensino Médio no Colégio Estadual. ―Realmente o quadro
digital é muito importante para nós que estudamos em escolas públicas. É a
alta tecnologia ao nosso alcance. Podemos estudar tendo acesso muito rápido
a uma quantidade enorme de informação. Não poderia ter uma novidade
melhor neste início de ano letivo‖, declarou Marcela Mattos.

A professora de Biologia do Colégio Estadual, Norma Suely Amarins, que


leciona há 30 anos, se mostra encantada com o Quadro Digital Interativo.
―Infelizmente, no nosso tempo, a gente jamais poderia sonhar com um avanço
como este. É algo que chega a emocionar. Fiz o treinamento para a utilização
do quadro e não vejo a hora de usá-lo na prática. Acredito que os alunos
ficarão encantados‖, diz a professora.‖

71
Tópico IV - Formação continuada dos professores no Estado do Espírito
Santo

A Equipe de Formação da SEDU pensou em um desenho organizacional para


melhor desempenho em desenvolver suas ações de formação, integrando às
demais equipes bem como a utilização dos recursos tecnológicos disponíveis
como articuladores para uma Educação prazerosa e significativa. Para tanto, é
necessário que haja uma formação permanente de professores com as
tecnologias e para as novas tecnologias, utilizando recursos como: TV, vídeo,
rádio, jornal, computador, Internet e biblioteca. As tecnologias podem ser
usadas para: formação inicial, formação continuada presencial; formação
continuada semipresencial e formação continuada a distância.

As ações explicitadas e a intencionalidade governamental demonstrada em


diferentes planos e/ou projetos revelam o destaque relevante que tem sido
dado à área de Educação na tecnologia, que passa a ser vista como uma das
principais vias para a democratização do conhecimento e do acesso às
tecnologias da Internet.

Para complementar seus estudos, pesquise e escreva: Quais são as


diretrizes das Políticas Educacionais, que você conhece, direcionadas
para a criatividade individual e para a propriedade intelectual?

72
U NIDADE 11
Objetivos: Conhecer quais ferramentas tecnológicas são direcionadas para
auxiliar o aluno com problemas de aprendizagem.

As Tecnologias diante de Alunos com Dificuldades de Aprendizagem

Tópico I - Relacionamento entre o uso de Tecnologia e os Problemas da


Aprendizagem

A aplicação de recursos tecnológicos pode ser uma ferramenta de auxílio no


processo de recuperação de alunos com problemas de aprendizagem. Sua
influência se faz presente, no crescimento, nas diferentes formas da construção
do conhecimento e no afetivo-social.

Hoje as crianças nascem dentro da tecnologia e seus


interesses e pensamento já estão voltados para este
universo. É neste momento, que se deve avaliar o papel
da escola e como a mesma vem desenvolvendo o
processo de ensino-aprendizagem, já que sabemos que
seu papel é preparar seres críticos e executores de
tarefas necessárias ao desenvolvimento da sociedade.

A escola não vai se atualizar tecnologicamente de forma científica e sim como


enriquecedora de atividades com o objetivo de desenvolver as funções
intelectuais do aluno, ativando a integração curricular e a quebra de barreiras
culturais.

O trabalho da tecnologia educacional é desenvolver o lado cognitivo do aluno.


É um auxílio para os alunos ―problemáticos‖ e um recurso para os outros. Deve
ser feita uma reflexão sobre o uso do recurso da tecnologia educacional
referente ao desenvolvimento global do aluno assim como, naqueles que
demonstram dificuldades de aprendizagem em sala de aula.

73
Tópico II - O Aluno com Dificuldade no Processo de Aprendizagem

A sociedade em que vivemos ainda não está preparada, em alguns aspectos,


para atravessar o momento da explosão tecnológica e ter como aspecto
educacional os elementos e conceitos da tecnologia. A resistência a esta
explosão não é dos alunos e sim de alguns profissionais da Educação. Estes,
na maioria dos casos, com muitos mitos e crenças, resistem à integração dos
conceitos educacionais às ferramentas da tecnologia. São profissionais
resistentes às mudanças e não conscientizados de que pode ser feito um
trabalho de qualidade, com resultados magníficos.

Deve-se ter em mente que não devemos negar os avanços tecnológicos e sim
utilizar o processo de mudança para colher frutos do trabalho.

O uso da tecnologia na escola não é para formar profissional tecnológico e sim


para oferecer uma ferramenta e o enriquecimento na conclusão das atividades
propostas.

O trabalho para aplicar tecnologia educacional deve ter seus objetivos traçados
para que não haja problemas na execução. A aplicação de forma incorreta no
processo de formação do raciocínio será mais um objeto de bloqueio do que
facilitador. O importante é refletir sobre a utilização deste recurso, verificar
efetivamente os pontos a favor e os contra, no aspecto do desenvolvimento do
aluno.

Observou-se que alunos com baixo rendimento escolar, mostraram melhor


rendimento nas atividades propostas realizadas com recursos tecnológicos,
demonstrando, inclusive, maior participação e interesse. Outra observação feita
foi com o aluno hiperativo, que demonstrou no ambiente tecnológico maior
tranquilidade e concentração, porém, também, ocorreu que alguns alunos,
apresentaram uma agressividade súbita e dificuldade específica.

74
É importante analisar os aspectos reais da aplicação da tecnologia na
Educação e sua potencial influência sobre as crianças que farão este uso. Sua
aplicação para alunos com dificuldades de aprendizagem deve ter um
conhecimento geral e não o das expectativas da escola. Este conhecimento
deve ser feito com sensibilidade e se necessário solicitar assistência de outros
profissionais.

Caso o aluno, em trabalho, esteja sendo assistido por algum profissional o


mesmo deverá ser integrado no projeto educacional. Esta integração é feita
para desenvolver caminhos para desbloquear os problemas atuais e avaliar o
desenvolvimento apresentado. Neste caso a tecnologia e a terapia estão
trabalhando em paralelo. Não é permitido superproteção, pois as dificuldades
não podem ser obstáculos e sim atrativos desafios.

As dificuldades apresentadas por alunos, referente à tecnologia educacional,


são frutos de trabalhos elaborados de forma incorreta, desta forma são feitos
diagnósticos precipitados. É necessário observar conceitos desenvolvidos por
Piaget e Pappert para que sejam aplicados recursos que serão úteis no
desenvolvimento da aprendizagem. O ponto de destaque deve ser o desafio,
para que o aluno o tenha como uma potência. O espaço escolar deverá ser um
ambiente em que se possa desenvolver e criar hipóteses em relação ao seu
conhecimento. Deverá existir um amparo para os conflitos que irão surgir e
reflexões incentivadas, estimulando o desenvolvimento.

75
Fonte: Weiss, Alba Maria Lemme:1999:40

Vigotsky (1988) contribuiu para a elaboração do pensamento dando ênfase a


ação e ao meio onde ocorrerá a aplicação da atividade. Reforça ainda, que se
deve estimular e investigar a aquisição do conhecimento no aluno, o que
chamou de: Zona de Desenvolvimento Proximal. Este conceito trata do
princípio onde a distância entre o desenvolvimento real e a determinação é a
solução independente de problemas e, no Nível do Desenvolvimento Potencial,
a solução do problema ocorre com a orientação de um adulto ou a colaboração
dos companheiros mais desenvolvidos.

O sujeito que aprende terá alguns obstáculos que poderão aparecer no


processo de aprendizagem. As interferências apresentadas deverão ser
questionadas, sendo necessário saber:

 Quem aprende?
 Como aprende?
 Por que aprende?
 O que confirma sua aprendizagem?

76
 Quais os valores que estão sendo analisados no processo de
aprendizagem?

O aluno que está no processo de aprendizagem não é determinado pelo


cognitivo e sim pelo equilíbrio entre o aparelho biológico, estruturas
psicocognitiva e psicoafetiva, não esquecendo a interação com o meio social
em que vive. Suas dificuldades são provenientes de várias causas.

Nas dificuldades escolares o aparelho biológico, apresenta problemas onde a


indicação profissional não é um tecnólogo e sim um neurologista ou psiquiatra
ou outros profissionais de área médica. Este aspecto dispõe o sujeito a limitar,
ampliar, reduzir suas possibilidades nas construções e interações com o
ambiente. É neste aparelho que aparecem às primeiras aprendizagens.

Social

Aparelho Estrutura

Biológico Sujeito Psicoafetiva

Aprendente

Estrutura Psicocognitiva

Fonte: Weiss, Alba Maria Lemme: 1999:41

77
As dificuldades apresentadas através do aparelho
biológico irão determinar as diferentes modalidades de
interagir dentro do ambiente em que vive. Se não houver
identificação destes problemas e não for desenvolvido
um trabalho adequado, serão geradas ―perturbações‖ de
alto grau, tanto no aspecto afetivo quanto no
educacional. A não identificação destes problemas é o
que gera as perturbações frequentes no processo de
alfabetização que serão marcas na autoestima da criança, de caráter negativo.
Os problemas de aprendizagem, nesse aspecto, não é fator de articulação
entre o cognitivo e o afetivo, sendo observado que o afetivo possui reflexo
familiar.

Em pesquisa de campo realizada, encontraram-se vários problemas


responsáveis pelas dificuldades da aprendizagem. Um dos maiores fatores é a
pouca estimulação do ambiente e/ou questões afetivas. Outro problema
constante são os fatores de ordem psicomotora, onde a maior característica
são dificuldades, nos vários tipos, de coordenação. Deve-se observar com
destaque o aluno com atividades em demasia ou lentas nas atitudes.

Quanto à estrutura psicoafetiva, a abordagem é feita na estrutura subjetiva.


Observa-se que o homem desde que nasce depende do outro para fazer algo.
Segundo Zulema Yanes (1995), o aluno abre o intelecto através do
questionamento. O que é que o outro espera de mim? Este intelecto é
reafirmado com as perguntas sobre as diferenças encontradas, ao longo do
seu caminho.

As diversas formas de relacionamento no âmbito familiar são instaladas no


aluno, sendo seu referencial em relação a sua inclusão na sociedade que
ocorre, ao entrar na escola. Seu primeiro vínculo com o mundo externo é
através do professor que intervém com ele de forma positiva e colaborando
com o seu crescimento.

78
Outro pressuposto é o de Andey Setton Lopes de Souza (1995), que discute a
relação do aluno com o seu conhecimento. Ele coloca que ―uma das
revoluções introduzidas por Freud foi demonstrar que o indivíduo, desde a mais
tenra idade, pesquisa e busca conhecer o mundo à sua volta ou mais
especificamente, pesquisa no mundo os objetos ligados aos seus desejos.‖

O caminho para que o aluno chegue ao conhecimento é


longo e composto por dúvidas e angústias. A
alfabetização deste aluno será caracterizada através
deste desejar ter acesso ao mundo do conhecimento. A
instituição de ensino ocupa um lugar de modelo, uma
vez que se afirma: O aluno entra cada vez mais cedo na
escola e permanece a maior parte do dia nela!

Segundo Alícia Fernández (1990), o fracasso escolar responde as duas ordens


de causas: ―externas, a estrutura familiar e individual do sujeito que fracassa
em aprender; ou internas, a estrutura familiar e individual.‖

Na primeira afirmação, trata-se de um problema de aprendizagem reativo e na


segunda são sintoma e inibição. Quando o fracasso é proveniente de ―sintoma
e inibição‖, são interferências na estrutura subjetiva que fraturaram o processo
de aprendizagem e necessitam de um profissional de área médica como
interventor e o trabalho educacional será de colaboração não podendo agravar
questões. O problema de aprendizagem reativo acontece pela paralisia ou
deturpação do processo de construção do conhecimento, ocorrendo através de
vínculos equivocados com os objetos do conhecimento. Neste caso a
intervenção médica deverá ser especializada.

A aplicação da tecnologia pode funcionar como recurso preventivo desde que a


metodologia de trabalho seja correta. Na abordagem da estrutura
psicocognitiva, é a formação do entendimento sobre o processo de
aprendizagem ou construção do conhecimento bem diferente da valorização
única da forma de ensinar e aprender. Emília Ferreiro e Ana Teberosky,
afirmam que: ―Existem alunos que constroem seu próprio processo de

79
alfabetização, vivendo conflitos cognitivos progressivamente elaborados, até
chegar a conclusão do processo”. Este processo está dentro de uma lógica de
formulação de hipóteses onde as atividades promovidas serão de caráter
estimulador. O ambiente deve ser atrativo, para que o aluno coloque seus
conflitos e reflexões em evolução.

Freinet (1955) destaca que: ―O aspecto com o problema onde os alunos


possuem dificuldades na aprendizagem da escrita, é derivado da fragmentação
entre a escrita e a fala.‖

Os problemas apresentados não são de forma orgânica e sim, oriundos da má


formação do processo de alfabetização. Professores se preocupam mais em
trabalhar para que chegue a um resultado do que construir uma linha de
raciocínio para entender os resultados obtidos. Este tipo de trabalho
desenvolvido faz com que o aluno guarde a informação na memória e quando
passa para atividades que forçam o questionamento como uso de materiais
tecnológicos fracassam. É importante expor o aluno, seja qual for à disciplina
ou ensino, a situações em que possa ocorrer uma aprendizagem efetiva,
estimulando o questionamento e desenvolvimento de novos conhecimentos.

pedagógico social

produção escolar AB EPA

alteração do ensino SA

EPC

diminuição das possibilidades de aprendizagem

No contexto da sala de aula é necessário solucionar problemas de


aprendizagem através da observação de pontos críticos como: profissionais,

80
perfil didático e de funcionamento da instituição em conjunto com as
necessidades da mudança.

Quando for desenvolver as aulas com tecnologia educacional é necessário


trabalhar na filosofia pedagógica os seguintes pontos:

 Metodologia de ensino; sistema de avaliação; conteúdo curricular;


 Interdisciplinaridade; Atividade extraclasse;
 Organização do público alvo; integração social;
 Planejamento; recuperação de etapas, em paralelo.
 Não pode haver proposta de atividades com tecnologia educacional se a
filosofia pedagógica não for observada.

Explique, com as suas próprias palavras, quais as condições para que o


processo de ensino- aprendizagem ocorra normalmente?

81
U NIDADE 12
Objetivos: Descrever os procedimentos dos avanços tecnológicos para apoio à
Educação especial.

Tecnologia e Educação Especial

Tópico I – Os Avanços da Educação Especial nas Leis de Diretrizes e


Bases da Educação Nacional

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 5 4.024/61 apontava o


direito dos ―excepcionais‖ à Educação, preferencialmente dentro do sistema
geral de ensino. Em 1970 foi criado no MEC, o Centro Nacional de Educação
Especial – CENESP, responsável pela gerência da Educação especial no
Brasil, que sob a égide do discurso integracionista, impulsionou ações
educacionais voltadas às pessoas com deficiência e às pessoas com
superdotação.

A Lei de Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º graus, nº. 5.692/71, ao


referir-se a ―tratamento especial‖ para os alunos com ―deficiências físicas,
mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular
de matrícula e os superdotados‖, reforçou a organização da Educação Especial
de forma paralela à Educação comum, gerando o entendimento de que alunos
―atrasados‖, em relação à idade/série, eram deficientes mentais treináveis.

A Constituição Federal, 1988, é fundamentada na promoção do bem de todos,


sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação, e define, em seu artigo 205, a educação como um direito de
todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania
e a qualificação para o trabalho. Estabelece, ainda, no artigo 206, como um dos
princípios para o ensino, a igualdade de condições de acesso e permanência
na escola. No artigo 208, garante como dever do Estado, o acesso aos níveis
mais elevados do ensino, bem como a oferta do atendimento educacional
especializado.

82
O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº. 8069/90 reforça os
dispositivos legais, ao determinar que "os pais ou responsáveis têm a
obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino" (ECA,
2001, Art.55). Nessa década, documentos internacionais como a Declaração
Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994),
passam a influenciar a formulação das políticas públicas da Educação
brasileira.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9.394/96 define no artigo


58, a Educação especial como modalidade de Educação escolar, oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino para os educandos com
necessidades especiais. No seu artigo 59, preconiza que os sistemas de
ensino deverão assegurar aos alunos ―currículos, métodos, técnicas, recursos
educativos e organização específica para atender às suas necessidades" e a
aceleração de estudos para que alunos superdotados possam concluir em
menor tempo o programa escolar. Nesse sentido, o artigo 24 deixa claro a
―possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do
aprendizado‖, como uma tarefa da escola.

Podemos observar que a Educação Especial teve um olhar diferente na última


LDB, pois sabemos que crianças, adolescentes ou adultos são sujeitos com
possibilidades e necessidades independentes do contexto social do momento.
As crianças, adolescentes e adultos com qualquer deficiência,
independentemente de suas condições físicas, sensoriais, cognitivas
emocionais, são pessoas que têm as mesmas necessidades básicas de afeto,
cuidado e proteção, e os mesmos desejos e sentimentos das outras pessoas.
Eles têm a possibilidade de conviver, interagir, trocar, aprender, brincar e
serem felizes, embora, algumas vezes, de forma diferente, portanto são
necessárias ações pedagógicas que possibilitem, a essas pessoas, o
aprendizado para vida.

83
Evolução na Política de Atendimento

Tópicos II – Recursos Tecnológicos de Apoio à Educação Especial

Tem como objetivo garantir o acesso e a permanência dos alunos que integram
a modalidade de ensino – Educação Especial na escola regular e é constituído
das seguintes ações:

Apoio à Educação de Alunos com Deficiência Visual

Os Centros de Apoio para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual -


CAP’s instalados em parceria com os Estados e o Distrito Federal, são
equipados com computadores, impressora Braille e laser, fotocopiadora,
gravador e fones de ouvido, circuito interno de TV, CCTV e máquina de
datilografia Braille Perkins, e tem como proposta principal a geração de
materiais didáticos pedagógico como livros e textos em Braille, ampliados e

84
sonoros para distribuição aos alunos matriculados no ensino regular bem como
a organização de espaços educacionais que sirvam de apoio aos alunos com
visão subnormal.

Apoio à Educação de Alunos com Surdez

O Centro de Formação de Profissionais da Educação e de Atendimento às


Pessoas com Surdez (CAS) promove a formação continuada para professores,
intérpretes de Libras/Língua Portuguesa, Instrutores Surdos e demais
profissionais que atuam na área de surdez. O CAS é composto pelos seguintes
núcleos: núcleo de formação de profissionais da Educação, núcleo de apoio
didático pedagógico, núcleo de tecnologias e de adaptação de material didático
e núcleo de convivência.

Os centros estão equipados com computadores, projetor e tela de projeção,


estabilizador, retroprojetor, filmadora, câmera digital, televisores, videocassete,
adaptador de campainha, fones de ouvido, mobiliários e materiais didáticos,
como vídeos em Libras e legendados, dicionários de Português/Libras, textos,
mapas e jogos pedagógicos bilíngues em formato digital.

Apoio à Educação Infantil

Apoiar o trabalho pedagógico junto às crianças com necessidades


educacionais especiais;

Redimensionar o atendimento educacional especializado (estimulação


precoce);

Subsidiar a capacitação de professores e profissionais da Educação Infantil,


sobre as necessidades educacionais especiais;

Construir propostas educativas que respondam às necessidades específicas


das crianças e de seus familiares.

85
Apoio à Educação Profissional

Articulação com a Rede Federal de Educação Tecnológica, para inclusão dos


alunos com necessidades educacionais especiais nos cursos de qualificação
profissional e nos cursos técnicos e tecnológicos, com vistas ao ingresso no
mercado de trabalho.

Articulação com o Sistema "S" (SENAI, SENAC, SENAR, SENAT, SEBRAE,


SESI) com as ONG’s e demais escolas de Educação Profissional para inclusão
de alunos com necessidades educacionais especiais, nos cursos de
qualificação profissional.

Projeto de Informática na Educação Especial - PROINESP

De acordo com o site http://portal.mec.gov.br/seesp as novas Tecnologias de


Informação e Comunicação (TIC) vêm causando um impacto significativo no
processo de ensino-aprendizagem, abrindo-lhe perspectivas novas de acesso
ao conhecimento universal e possibilitando uma interessante maneira de
produzir conhecimentos em rede digital de comunicação. Essas tendências
expandiram o espaço da sala de aula para muito além de suas paredes físicas,
levando professores e alunos a mergulhar em novos conhecimentos bem mais
diversificados e atualizados.

O Projeto de Informática na Educação Especial - PROINESP é uma iniciativa


da SEESP com o objetivo de estender aos alunos com necessidades especiais
o acesso as novas oportunidades educacionais.

São contempladas com laboratórios de informática e capacitação de


professores a distância, as escolas públicas especializadas, escolas públicas
com atendimento inclusivo e instituições especializadas sem fins lucrativos que
registraram alunos no censo escolar.

86
Tópico III – Políticas de Inclusão no Estado do Espírito Santo

No site www.sedu.es.gov.br/ encontramos o artigo Educação Inclusiva, de


23/10/2006 - 15h31min, publicado por José Roberto Santana/Sed.

Neste artigo Anna Maria Marreco Machado nos esclarece: ―O direito à


Educação de todo cidadão é premissa básica da política
educacional do Estado.‖ O dever do Estado é garantir, por
meio de dispositivos materiais, legais e educacionais, o
acesso e a permanência do aluno na escola com qualidade
das aprendizagens, o que contempla também a Educação
Inclusiva de pessoas com necessidades especiais, com
suas diferenças, sempre contando com o apoio da família.

As escolas estaduais estão sendo construídas e adaptadas numa concepção


arquitetônica que elimina obstáculos, com rampas, elevadores e banheiros
favorecendo o acesso. Isso permite que elas cumpram a orientação de receber
todos os estudantes especiais no ensino regular. Essa inclusão é
complementada com ações pedagógicas específicas: por meio de salas de
recursos montadas em 62 escolas de 17 municípios são atendidos diariamente
mais de 1.800 estudantes; um Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente
Visual produz textos em Braille, promove a formação de professores, oferece
aos alunos estimulação visual e orientação sobre técnicas de mobilidade; para
atender aos deficientes auditivos, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu)
possui três centros especializados no ensino da linguagem labial e da Língua
Brasileira de Sinais (Libras); foi implantado o Programa de Atendimento ao
Aluno Talentoso com unidades em Guaçuí, Cachoeiro, Colatina e Vitória.

Na capital capixaba também está sendo montada a sede do Núcleo de


Atividades de Altas Habilidades/Superdotação. Em parceria com a Secretaria
Estadual de Saúde, o Estado mantém classes hospitalares nos hospitais:
Infantil e Dório Silva. Além de toda ação direta, a Sedu realiza atendimento
especializado por meio de parcerias com 33 unidades das entidades APAE, 35

87
unidades Pestalozzi, União dos Cegos e o Lar Irmã Sheila. Em 2008, o repasse
de recursos somou R$ 10 milhões, incluindo a cessão de 956 profissionais

Para complementar os seus estudos pesquise e assista no YouTube


Vídeos que contemplam “A inclusão digital para deficientes visuais”.

88
U NIDADE 13
Objetivo: Mostrar que a Educação a Distância tem um lugar definido no sistema
educacional.

Tecnologia da Educação a Distância (EAD)

Tópico I - Introdução

O Ministério da Educação – MEC, por meio da Secretaria de Educação a


Distância – SEED atua como um agente de inovação tecnológica nos
processos de ensino e aprendizagem, fomentando a incorporação das
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) e das técnicas de Educação
a distância aos métodos didático-pedagógicos. Além disso, promove a
pesquisa e o desenvolvimento voltados para a introdução de novos conceitos e
práticas nas escolas públicas brasileiras.

A Educação a distância, de maneira gradativa, vem contribuindo na


escolarização e qualificação de todas as camadas sociais. Sua característica
aponta para a capacidade de superar limitações tanto de ordem geográfica
quanto de recursos disponíveis e permitem, pelo menos, apresentar uma
alternativa para a democratização do ensino. As estratégias de ensino-
aprendizagem a distância possibilitam atender não apenas ao ritmo pessoal de
aprendizagem, como também às demandas diversificadas de estudo. Assim, é
possível incluir grupos de pessoas impedidas de estudar devido a limitações
geográficas, físicas, sociais e econômicas.

O estereótipo de que um curso da Educação a distância era dirigido somente


para pessoas que integram a população adulta que necessita de formação
continuada ao longo da vida, acabou. Hoje, a EAD abrange todas as fases da
vida. A clientela beneficiada tem sido bastante diversificada e, em sua maioria,
é composta de adultos com nível de escolarização variado.

89
Tópico II – Breve Histórico

Historicamente, foram se ampliando e diversificando as formas de ensinar e


estudar a distância. Assim, citamos, por exemplo:

 o ensino por correspondência, que se apóia em introduções ao estudo,


em livros didáticos e em tarefas comentadas;
 o ensino a distância clássico, que combina diversos componentes
didáticos material impresso, rádio, televisão, meios audiovisuais,
assistência tutorial domiciliar e/ou em centros de estudo;
 o ensino a distância grupal, que trabalha com programações didáticas
midiatizadas por rádio e televisão e desenvolve atividades presenciais
regulares;
 o ensino a distância autônomo, em que os estudantes planejam,
organizam e implementam seus estudos por si mesmos.

A tabela a seguir, sobre a Retrospectiva Histórica da Educação a Distância,


não pretende esgotar a relação de experiências na modalidade de EAD
desenvolvidas no nosso contexto, mas, principalmente, demonstrar a nossa
construção histórica de alternativas educativas nessa modalidade.

RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


1923/1925 Rádio Sociedade do RJ
1923 Fundação Roquete Pinto Radiodifusão
1939 Marinha e Exército. Cursos por correspondência Marinha e Exército.
1939 Marinha e Exército. Por correspondência
1941 Instituto Universal Brasileiro cursos por correspondência, formação
profissional básica
1950/1960 MEB. Educação de Base
1967/1974 Projeto Saci/ INPE. Teleducação via satélite, material de rádio e
impresso, para ensino fundamental e treinamento de professores.
1969 TVE do Maranhão, cursos de 5ª a 8ª série, com materiall televisivo,
impresso e monitores
1970 IOB - Informações Objetivas Publicações Jurídicas, ensino por

90
correspondência para o setor terciário
1970 Projeto Minerva, cursos transmitidos por rádio em cadeia nacional
1974 TVE do Ceará, cursos de 5ª a 8ª série, com materiall televisivo,
impresso e monitores
1976 SENAC. Sistema Nacional de Teleducação, cursos através de
material instrucionall (em 1995, já havia atendido 2 milhões de
alunos)
1979 Centro Educacional de Niterói. Módulos instrucionais com tutoria e
momentos presenciais, cursos de 1º e 2º graus para jovens e
adultos, qualificação de técnicos
1979 Colégio Anglo-Americano (RJ). Atua em 28 países, com cursos de
correspondência para brasileiros residentes no exterior em nível de
1º e 2º graus
1979/1979 UnB, cursos veiculados por jornais e revistas; em 1989 transforma
no Cead e lança o Brasil lEAD
1980 ABT - Associação Brasileira de Tecnologia Educacional programa
de aperfeiçoamento do magistério de 1º e 3º graus programa de
aperfeiçoamento do magistério de 1º e 3º graus
1991 Fundação Roquete Pinto. Programa Um Salto para o Futuro.
Formação continuada para professores do ensino fundamental
UFMT/FAE/Nead. Programas em nível de licenciatura plena em
Educação básica e Serviço de Orientação Acadêmica
1993 SENAI/RJ. Centro de EAD desenvolve cursos de Noções Básicas
em Qualidade Total, Elaboração de Material Didático Impresso (16
mil alunos), cursos a distância para empresas na Argentina e
Venezuela
1995 Secretaria Municipal de Educação. MultiRio (RJ) . Cursos de 5ª a 8ª
série, através de programas televisivos e material impresso
1995 Programa TV Escola. SEED/MEC
1995/1996 Laboratório de Ensino a Distância do Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Produção da UFSC
1996 UCB. Universidade Católica de Brasília. Cursos de especialização a

91
distância
1997 Escola Brasil. Programa de rádio AM/OC, ensino fundamental.
FUNDESCOLA/MEC
2000 UNIREDE. Rede de Educação Superior a Distância. Consórcio que
reúne 68 instituições públicas do Brasil
2000 PROFORMAÇÃO. Formação de professores de nível médio.
SEED/FUNDESCOLA/MEC
2001 RENADUC. Rede Nacional de Informação e Educação a Distância.
Gestão Escolar. UNDIME
2001 PROGESTÃO. Capacitação de gestores escolares, consórcio de 24
estados brasileiros
2002 Projeto Veredas. Formação de professores das séries iniciais em
nível superior Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais

A experiência brasileira com EAD até o advento das telecomunicações e da


informática enfatizou os cursos por correspondência, utilizados na Educação
não formal e no atendimento das necessidades de informação e atualização.

Tópico III – Cenário Atual

Os cursos à distância, no Brasil, até 2002, eram caracterizados por uma


clientela muito específica, formada por um grupo seleto de pessoas do meio
público ou empresarial, e não se destinavam ao ensino de nível superior.
Atualmente podemos conferir que de acordo com os dados atuais do Cadastro
da Educação Superior do Inep, o Nordeste possui o mesmo número de cursos
superiores a distância que o Sudeste: 92. O Sul vem a seguir, com um total de
71 cursos dessa modalidade. Já no Norte e no Centro-Oeste, os cursos
superiores a distância ainda não obtiveram crescimento similar ao verificado no
restante do País, uma vez que os números registrados foram, respectivamente,
28 e 22. Ver Gráfico 1.

92
Gráfico 1 – Cursos Superiores a Distância, por Região – Brasil – 2007

O Programa E-Tec Brasil sob o Decreto nº. 6.301, de 12 de Dezembro de 2007


Institui o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil, na modalidade a distância.

O termo ―aberta‖ significava, portanto, uma quebra de barreiras de acesso ao


ensino superior: Requisitos de qualificações prévias, ou locais e tempos
determinados para a frequência às aulas. Nas experiências pioneiras de
Educação aberta e a distância foi dada maior ênfase ao acesso proporcionado
pelo ensino para aqueles sem possibilidade de escolarização.

No âmbito da política de expansão da Educação profissionalizante, o Ministério


da Educação, por meio da articulação da Secretaria de Educação a Distância e
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, lança o Edital
01/2007/SEED/SETEC/MEC, dispondo sobre o Programa Escola Técnica
Aberta do Brasil.

Tal iniciativa constitui-se uma das ações do Plano de Desenvolvimento da


Educação. Trata-se, pois, de um passo importante para a democratização do
acesso ao ensino técnico público, através da modalidade de Educação a
distância, visando levar cursos técnicos a regiões distantes das instituições de
ensino técnico e para a periferia das grandes cidades brasileiras, incentivando
os jovens a concluírem o ensino médio.

93
A Educação a Distância é a modalidade educacional na qual a mediação
didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com
estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou
tempos diversos. Essa definição está presente no Decreto 5.622, de
19.12.2005 (que revoga o Decreto 2.494/98), que regulamenta o Art. 80 da Lei
9.394/96 (LDB).

O Cadastro da Educação Superior identificou 8.866 cursos de pós-graduação


lato sensu em funcionamento no país. Desse total, 8.801 são presenciais e os
65 restantes a distância.

Assim como ocorre nos cursos de graduação, a Região Sudeste também


concentra o maior número de cursos de pós-graduação lato sensu, 4.955
(55,9%). A novidade fica por conta da sua distribuição nas regiões Centro-
Oeste e Nordeste, que somam mais de 1.200 desses cursos em
funcionamento, número bem superior aos 951 registrados na Região Sul. Veja
Gráfico 1.

Gráfico 1 – Cursos de pós-graduação lato sensu, por Região – Brasil –2007

94
Do ponto de vista de MELLO, 2004, esta revolução tecnológica acabou com a
incompatibilidade entre o aluno e a escola. O estudante passou a concluir os
estudos onde estivesse se preparando ou se qualificando profissionalmente
para o mercado de trabalho por meio de disciplinas da área de informática. E
isto só aconteceu por intermédio de completos e modernos suportes didáticos
oferecidos pelos cursos à distância disponíveis hoje no mercado.

Tópico IV - Educação a Distância no Espírito Santo

A Educação a Distância tem uma longa história de experimentações, sucessos


e fracassos. Sua origem recente está nas experiências de educação por
correspondência iniciadas no final do século XVIII e com largo desenvolvimento
a partir de meados do século XIX, chegando, atualmente, a utilizar multimeios
que vão desde os impressos aos simuladores on-line, em rede de
computadores, avançando em direção da comunicação instantânea de dados,
voz-imagem via satélite ou por cabos de fibra óptica, com interatividade entre o
aluno e o centro produtor. Utiliza a inteligência artificial ou a comunicação
instantânea com professores e/ou monitores.

A Educação a Distância deverá estar a serviço da Educação Básica


maximizando a ação dos professores, completando-a e enriquecendo-a.

Em parceria com o Ministério da Educação (MEC) a Secretaria de Estado da


Educação e Esportes (SEDU) vem desenvolvendo, desde 1991, o Programa de
Capacitação Continuada de profissionais da Educação Básica, na modalidade
a distância.

Para efetivar as ações equipou, através da Secretaria de Educação a


Distância, do MEC, as escolas das redes públicas de ensino com antenas
parabólicas analógicas e digitais, televisores e vídeos, cuja utilização quebra as
barreiras de tempo e espaço na construção e socialização do saber.

95
Tópico V – Programas Desenvolvidos pela Educação a Distância – ES

Vídeo Escola - O Espírito Santo foi um dos 17 Estados pioneiros na


implantação e implementação deste projeto em 1989, numa parceria entre
Fundação Roberto Marinho (FRM), Fundação Banco do Brasil e Governo do
Estado. Cerca de 600 escolas foram equipadas com vídeo e televisão, porém
em 1995, o convênio com FRM não foi mantido, o Governo continuou o projeto
por considerá-lo de grande importância na complementação pedagógica.

Salto Para o Futuro – Implementado no Estado em agosto de 1991, em uma


experiência piloto, com mais cinco Estados da Federação como Jornal da
Educação – Edição do Professor, com o objetivo de capacitar professores do
Ensino Fundamental, beneficiou 100 professores do município da Grande
Vitória e 2.500 alunos. Avaliados os resultados da fase experimental do Projeto
e considerados positivos, veio à fase de expansão.

O Salto Para o Futuro é um programa de cunho pedagógico que possibilita a


reflexão e o debate entre especialistas e professores de todo o Brasil visando à
construção significativa de conhecimentos presentes na prática escolar do
cotidiano do professor.

A partir de 1995 o ―Salto‖ passou a compor a programação da TV Escola,


sendo o Programa referência para a Formação dos profissionais de Educação.
No período de 1999 a 2003 foram capacitados 87.433 profissionais.

TV Escola – Começou a veicular em caráter experimental, em 4 de setembro


de 1995, sendo oficialmente implantada a partir de 4 de março de 1996. É um
canal de televisão exclusivo da Educação, com transmissão digital dos
programas dirigidos às escolas públicas brasileiras, a programação é captada
por antena parabólica analógica e/ou digital e também por canais a cabo.

A TV Escola tem por objetivo contribuir para a qualificação, o aperfeiçoamento


e a valorização dos professores, apoiando o seu trabalho em sala de aula.

No período de 1999 a 2003 a TV Escola capacitou 7.157 profissionais.

96
Atualmente, o Espírito Santo participa com mais 6 estados do projeto piloto “TV
Escola Digital Interativa” - TVEDI. Lançado em 30 de outubro de 2003, pelo
Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação a Distância, a
TVEDI é um novo equipamento tecnológico que permite a convergência de
mídias (TV e computador) com potencialidade de armazenamento de
informações, possibilitando novos desafios do ponto de vista pedagógico, em
especial a produção de conteúdos e a formação de professores. Essa nova
tecnologia permite uma variedade de novos usos para a TV Escola, incluindo a
realização de cursos de formação a distância, pesquisas e avaliação dos
programas, consultas a grade de programação na própria televisão, e
integração com os laboratórios de informática existentes, valorizando a carreira
do professor, com consequente impacto na qualidade do ensino.

PROINFO – Programa de Informática Educativa

A informática educativa se faz presente na educação pública do Espírito Santo


(ES) desde 1989, num processo gradativo de implantação/implementação de
laboratórios. Nesse período, o Centro de Informática Educativa (CIED), criado
segundo as diretrizes do MEC/PRONINFE/SENETE, foi o responsável pela
coordenação, acompanhamento e avaliação do processo ensino e
aprendizagem, utilizando-se os recursos da informática.

Para aprimorar os seus conhecimentos, pesquise as propostas para a


educação a distância no site do MEC.

97
U NIDADE 14
Objetivos: Compreender os aspectos pedagógicos, organizacionais e
institucionais que desafiam a proposta da Educação a Distância.

Aspectos Pedagógicos, Organizacionais e Institucionais da Educação a


Distância.

Tópico I - Aspectos Pedagógicos

Incluem a identificação das metas de aprendizagem, o


reconhecimento das mudanças filosóficas no processo de
ensino e aprendizagem, o novo papel do professor e do
aluno, avaliação do instrutor ou tutor. As questões para a
implantação deste trabalho geralmente são: Quais são as
metas educacionais e as pessoas do curso? Qual é o
propósito do curso?

Duchastel sugere uma sequência contínua que ajuda o instrutor a repensar o


modelo tradicional de sala de aula, de modo a adaptá-lo melhor aos processos
eletrônicos e recursos globais.

Segundo Smith, o aprendizado ativo é uma coisa boa, sendo que o contato
frequente com colegas de classe e colegas em todo o mundo promove o
aprendizado ativo.

Conforme a citação, a proposta de aplicação desta tecnologia poderá optar por


reestruturar ou criar um curso novo. Mas não é indicado transportar o curso
antigo para esta metodologia sem que os pontos e objetivos principais não
sejam atualizados. A sua estrutura, o papel do professor e o planejamento
precisam ser reconceituados conforme as necessidades educacionais e
pessoais.

Deve haver o aprendizado ativo e independente, e o organizador terá que


determinar as ações que irão promover esse tipo de aprendizado. Por meio

98
das teorias de aprendizagem de adultos, sabemos que a aprendizagem
autêntica, os materiais relevantes e os acordos negociados são requisitos para
assegurar a participação, o envolvimento e a ação necessários. Esta é uma
oportunidade ideal para criar uma equipe de desenvolvimento composta por
especialista no assunto, um entendedor de ensino instrucional e no mínimo
uma pessoa com experiência em Educação a distância.

Outro tópico de destaque é que o acompanhamento do curso deverá ser


constante e contínuo. Os trabalhos devem ser por meio de atividades
educacionais. A opinião do aluno sobre o curso também é primordial,
sugerindo-se é o preenchimento de um questionário anônimo sobre o
progresso do mesmo.

Tópico II – Avaliação do MEC para o Ensino a Distância

A escolha do tipo de avaliação a ser adotado, dos aspectos e técnicas


enfocados, assim como dos sujeitos envolvidos, depende, antes de tudo, do
que pretendemos com a avaliação, inclusive do uso que faremos dela. É
possível combinar uma série de aspectos e técnicas em função da natureza de
cada material, assim como é possível envolver diferentes sujeitos no processo
de avaliação para ampliar a percepção que se tem do trabalho a ser
desenvolvido. É claro, que ao desenvolvermos um planejamento participativo,
iremos propor estratégias participativas de avaliação, pois ambos os processos
estarão fundamentados numa mesma concepção de Educação, a que se fará
presente na proposta de Educação a Distância a ser desenvolvida. Vejamos o
resultado da avaliação do MEC para Educação a Distância:

99
Educação

Ensino à distância tem boa avaliação do MEC

www.veja.com.br - Revista Veja de 10 de Setembro de 2007

O Enade, exame do MEC que avalia o ensino superior, comparou pela primeira
vez o desempenho de estudantes do ensino à distância com os de ensino
presencial. E para surpresa de muitos especialistas, na maioria das áreas
focadas, os estudantes a distância estão se saindo melhor do que os
estudantes que fazem o mesmo curso de maneira tradicional. Em sete dos 13
cursos onde essa comparação é possível, alunos da modalidade a distância se
saíram melhores do que os demais, de acordo com reportagem do jornal Folha
de S. Paulo. A Educação a Distância é aquela em que a maior parte do curso
não é realizada em sala de aula, com um professor.

Quando a análise é feita apenas levando em conta os alunos que ainda estão
na fase inicial do curso, o quadro é ainda mais favorável ao ensino a distância:
em nove das 13 áreas o resultado foi melhor. Nesses casos, Turismo e
Ciências Sociais apresentaram a maior vantagem, favorável aos cursos a
distância. Geografia e História tiveram melhor desempenho no ensino
tradicional.

A análise só dos concluintes ainda é limitada porque apenas quatro áreas de


nível superior - Administração, Formação de professores, Matemática e
Pedagogia - já têm concluintes em número suficiente para que seja tirada uma
média e comparada com a dos demais.
Entre os concluintes, o melhor desempenho para estudantes a distância foi
verificado em Administração e Matemática, enquanto em Pedagogia e
Formação de Professores o resultado foi inverso.

Segundo o último Censo da Educação Superior do MEC, relativo a 2005,


haviam 115.000 alunos matriculados em cursos de graduação a distância - o

100
total de universitários foi de 4,5 milhões. O censo mostra que os cursos
despertam pouco interesse. Em 2005, foram oferecidas 423.000 vagas, mas
apenas 234.000 estudantes se inscreveram em processos seletivos e, desses,
somente 127.000 efetivamente ingressaram nos cursos.

Tópico III Aspectos Organizacionais

Velocidade do curso, inclusão de componentes, número


de participantes, pré-requisitos para realização do curso
e a criação de uma estrutura para interação do grupo
são preocupações tão importantes quanto às
pedagógicas. Este critério, velocidade, é importante
numa sociedade que vivencia rápidas mudanças.
Devemos considerar que a opção por determinados
meios implica maior custo de produção muitas vezes,
demora na disponibilidade do material.

Outro item a ser definido é se o curso será pela internet ou em rede apenas,
podendo apresentar trabalhos somente on-line ou semipresenciais. Deverão
ser definidos os tipos de tarefas, projetos a serem desenvolvidos durante o
período e o número de atividades simultâneas. Foi observado em pesquisas
que o número ideal de participantes deverá ser entre 15 a 20 (número
máximo). É importante que o aluno receba no início do curso uma lista de
atividades, leituras e o que se espera dele, no decorrer do curso, como
resultado. As regras para o trabalho on-line devem ser definidas pelo grupo.
São necessários estrutura cuidadosa, moderadores experientes e
monitoramento. A interação é apoiada e facilitada sob novas formas.

Segundo Moore,

“... Considerando que alunos interagem com o conteúdo, com o


responsável como educador e com outros alunos, temos
consciência de que o volume de interatividade pode variar
muito...”.

101
Tópico IV - Aspectos Institucionais

Devem-se considerar questões como: incentivar professores,


acesso e igualdade, decisões de crédito, avaliação constante
e apoio contínuo para alunos e professores. O apoio
instrucional para as práticas inovadoras é essencial, porém exige dedicação de
tempo para planejamento e desenvolvimento. Sendo assim, o planejamento a
ser desenvolvido deve estar articulado às políticas educacionais, ao contexto
institucional, às formas assumidas pela organização do trabalho na instituição e
aos impasses cotidianos apresentados pela prática pedagógica. À medida que
o planejamento articula esses elementos, ele possibilita a construção do projeto
político pedagógico do programa a ser implementado em EAD. Dessa forma, o
planejamento não pode ser algo à parte do fazer pedagógico ou algo
burocrático a ser cumprido, mas sim uma tarefa que deve ser considerada
como o elemento articulador das ações cotidianas dos diversos sujeitos
envolvidos no processo ensino-aprendizagem.

Tópico V - Estilos de Aprendizado

Nesta prática, não é a forma do indivíduo processar e


relembrar informações e sim determinar o que precisam
fazer para tomar decisões acertadas sobre o curso,
considerar seus hábitos de aprendizagem, determinar
padrões de trabalho e área de conforto. Muitas vezes
transferimos ―velhas‖ práticas pedagógicas para tecnologias ―novas‖, ou
desenvolvemos práticas pedagógicas inovadoras utilizando ―tecnologias
velhas‖. A proposta de ensino deve considerar que existem profundas
diferenças pedagógicas na utilização dos recursos tecnológicos, sendo
necessário adequar os meios aos diferentes tipos de aprendizagem.

102
Tópico VI - Desafios e Oportunidades

O desafio permanente da Educação a Distância consiste


em não perder de vista o sentido político original da oferta,
em verificar se os suportes tecnológicos utilizados são os
mais adequados para o desenvolvimento dos conteúdos,
em identificar a proposta de ensino e a concepção de
aprendizagem subjacente e em analisar de que maneira os desafios da
―distância‖ são tratados entre alunos e docentes e entre os próprios alunos.
Nenhum bom programa de Educação a Distância resolveu da melhor maneira,
mesmo empregando tecnologia de ponta, a convivência dos estudantes em um
―campus real‖ ou a longa e produtiva conversação face a face com um docente.
Nem esse é um desafio a que se propõe. O verdadeiro desafio continua sendo
seu sentido democratizante, a qualidade da proposta pedagógica e de seus
materiais.

Tipos de atividades consideradas pelo Ministério da Educação para


combinação da Educação a Distância ao ensino on-line.

 ir ao encontro das necessidades dos aluno;


 programas de níveis avançados nos graus de Educação mais elevados;
 alcançar grande número de alunos com interesses, formação e
necessidades diferentes;
 distribuir informações atualizadas rapidamente;
 criar um senso de comunidade entre alunos geograficamente dispersos;
 remediar situações em que faltem profissionais qualificados;
 oferecer MBA e cursos avançados para profissionais de todos os países;
 providenciar treinamento adequado e atualizado.

O ideal é a criação de um centro de estudos eletrônico para os alunos do curso


e as seguintes sugestões devem ser observadas.

Criar uma equipe de organizadores que possua um técnico, um especialista e


um designer instrucional; dar tempo para que a equipe explore, experimente e

103
avalie a sua atividade completamente; começar com um número pequeno de
cursos e projetos e ir aumentando gradativamente; recompensar os primeiros
inovadores pela sua disposição em assumir riscos.

Descreva, em dois parágrafos, como foi sua formação educacional e


profissional no ensino presencial. Escolha dois depoimentos de colegas e
comente os aspectos convergentes e divergentes dessas vivências em
relação à sua própria experiência.

104
U NIDADE 15
Objetivo: Explorar a tecnologia educacional como fator importante na aquisição
do conhecimento pelo aluno.

A Tecnologia Educacional e a Transformação da Informação em Saber

Tópico I - Os Objetivos da Tecnologia Educacional

A tecnologia educacional, através de seus diversos meios, tenta coroar o


processo fabril na educação. Seu ingresso foi feito de um lado pela relação
economia e educação e, por outro, pela inovação da escola pensar num
processo de racionalização social.

Candau entende que a tecnologia educacional é uma inovação e não um fim


em si. Desta forma, que o ―por que‖ e o ―para quê‖ passam a ser guias
estratégicos.

Segundo La Taile, a tecnologia é uma solução para os problemas


educacionais, desde que seja feita abstração dos conflitos educacionais.

Os objetivos da tecnologia educacional variam conforme sua definição


aplicada. Sua classificação poderá ser de forma técnico-científico ou histórico-
social.

“Libertando a tecnologia educacional da rigidez de modelo de


inovação global busca-se, assim, uma adequação real entre o
problema e a solução...”

Fonte: XJ Seminário brasileiro de tecnologia educacional; 1986

105
Tópico II - A Evolução, em Salas de Aula, com Tecnologia

A maior dificuldade percebida nos professores é ter que


trabalhar com o aluno de uma forma mais flexível, ou seja,
deixar com que o aluno possa desenvolver sozinho.

A tecnologia na sala de aula transforma, de forma rápida, o espaço físico e o


que os professores e alunos esperam. Outros aspectos em destaques são: o
uso dos computadores com interação com a sala de aula e a mudança do
papel do professor e aluno, sendo que estes outros aspectos mudaram ou
ainda estão mudando, mas de forma lenta.

A introdução das tecnologias na sala de aula despertou uma expectativa muito


grande de que a tecnologia propiciaria um tipo de transformação não
observada em outras áreas onde não é utilizada.

Com o uso da tecnologia educacional as expectativas do processo fundamental


de aprendizagem estão mudando constantemente.

Os reformadores educacionais reagiram com otimismo à introdução da


tecnologia educacional. O primeiro momento da introdução do uso dos
computadores foi visto como uma inovação, mas não foi pensado de que forma
a tecnologia seria integrada na instrução e influenciaria na avaliação.

O acréscimo de recursos tecnológicos na sala de aula destacou a mudança,


porém a sua contribuição foi claramente medida por questões humanas,
organizacionais e educacionais. Foi preciso encontrar formas estratégicas de
utilizar a tecnologia. Sua aplicação na aprendizagem mudou à medida que os
próprios professores mudaram. Foi necessário que as crenças dos professores
fossem modificadas.

Inicialmente ficavam receosos em adotar a prática da informática como


tecnologia por não terem sido submetidos ao teste do tempo. À medida que se
esforçavam para integrar a tecnologia em suas atividades cotidianas com os

106
alunos, antigos hábitos de ensino levaram tempo e foram precisos êxitos
repetidos.

A evolução do uso da tecnologia geralmente ocorre em cinco estágios:

1. Exposição – trabalha com textos e ferramentas como quadro-negro,


livro-texto, caderno de exercícios e retroprojetores. Estas ferramentas
eram utilizadas em combinação para apoiar a aula expositiva;
2. Adoção – conversas, relatórios e fitas de áudio ou vídeo. Este estágio
preocupa-se em como integrar a tecnologia na educação;
3. Adaptação – as aulas tradicionais continuam em destaque, sendo que
alguns aplicativos e programas chamados de CAI (instruções assistidas
por computadores) são usados;
4. Apropriação – trabalha com mudanças de atitudes pessoais em relação
à tecnologia. É o ponto em que o indivíduo passa a entender a
tecnologia e a utiliza, como ferramenta, sem esforços;
5. Inovação – Os professores experimentam novos padrões de se
relacionar com os alunos e outros professores, ou seja, utilizam a
tecnologia para desenvolver atividades de forma diferente.

A tecnologia é um recurso para mudanças nos processos de sala de aula. A


mudança do contexto sugere formas alternativas de operação. Devem-se
incluir situações de construção de conhecimento. Estas mudanças só ocorrerão
se houver uma mudança nas crenças dos professores sobre sua prática.

O desafio reside em achar formas de ajudar os professores a controlar suas


crenças instrucionais.

Formas Contextuais de Apoio - O que apoiou as inovações?

1. Professores trazem suas crenças ao nível consciente;


2. Administradores devem estar dispostos a implementar mudanças
estruturais e programáticas.

107
As oportunidades para reflexão dos professores complementam estas
mudanças contextuais e promovem ainda mais a mudança por parte do
professor.

Passos Graduais para Alterar os Contextos

Apoio para a evolução instrucional em salas de aula ricas em tecnologia

Fase Expectativa Apoio


Entrada Equipe voluntária Tempo para o planejamento das rotinas
para desenvolver visão e prática
Massa crítica de tecnologia
compartilhada.
Adoção Uso do teclado Fornecer treinamento

Uso dos editores de textos

Uso de IAP para repetição e


prática de habilidades
Adaptação Trabalhar com atividades básicas Utilizar um cronograma flexível,
Pedagogia Alternativa
Apropriação Trabalhar com instruções Estratégias alternativas
interdisciplinares
Invenção Currículo integrado Incentivo de cooperação

Reconhecendo que a mudança é evolutiva, sugerimos uma abordagem gradual


para alterar os contextos e dar apoio necessário. Os tipos de treinamento,
atividades e apoio ocorrem ao longo dos cinco estágios citados anteriormente.

Os professores precisam de mais oportunidades e estas devem ser variadas


para observarem outros professores, confrontarem suas ações e examinarem
seus motivos e refletir de maneira crítica sobre as consequências de suas
escolhas.

A mudança instrucional pode avançar somente com uma mudança


correspondente nas crenças sobre a instrução e aprendizagem.

108
Para o observador que espera evidências rápidas na eficácia das inovações
dos recursos tecnológicos, o processo poderá ser frustrante e inconclusivo.
Para aqueles que se dedicam o suficiente para assumir um compromisso, o
processo pode ser muito mais recompensador.

Tópico III - Ambiente Educacional Rico em Tecnologia

A introdução de recursos tecnológicos em ambientes


educacionais alterou de maneira significativa seu
contexto. Produziram mudanças no ambiente físico,
mudanças no comportamento e no papel dos
professores e problemas técnicos que acompanhariam a nova tecnologia.
Durante os três primeiros estágios de evolução instrucional, os professores
lidam com preocupações de gerenciamento do AMBIENTE escolar.

Até que ponto você acha que a tecnologia interfere como fator motivador
na educação?

109
U NIDADE 16
Objetivo: Apresentar a importância da televisão educativa como recurso
motivador para desenvolvimento das pessoas, promovendo a responsabilidade
cidadã e a qualidade vida.

Educação e Comunicação: Experiência Brasileira em Televisão Educativa.

Televisão educativa é o Serviço de Radiodifusão de Sons e Imagens (TV)


destinado à transmissão de programas educativo e culturais, que, além de
atuar em conjunto com os sistemas de ensino de qualquer nível ou modalidade,
vise a educação básica e superior, a educação permanente e formação para o
trabalho, além de abranger as atividades de divulgação educacional, cultural,
pedagógica e de orientação profissional.

Tópico I - As Razões da Criação de uma Televisão Educativa Brasileira

No site www.tvebrasil.com.br encontramos que foi no início da década de 60,


que os educadores brasileiros começaram a conscientizar-se do valor da TV
para a educação e iniciaram a criação de uma televisão educativa brasileira.
Assim é que, em 1961, a Fundação João Baptista do Amaral (TV Rio) instituída
em 18/04/61, registrada como personalidade jurídica em 21/11/61 e
reconhecida pelo MEC em 21/11/61, produziu um curso destinado à
alfabetização de adultos sob a direção da Professora Alfredina de Paiva e
Souza. Esse curso permaneceu no ar até 1965 e foi a primeira iniciativa em
favor de uma TV voltada para a educação e a cultura. Em 1962, Dr. Gilson
Amado conseguiu um horário, às 22h 30 min., na TV Continental (canal 9) para
uma programação intitulada "Mesas Redondas", no qual lançou a ideia da
Universidade de Cultura Popular, que, como ele definia, era "uma universidade
sem paredes capaz de atender aos milhões de brasileiros maiores de 16 anos
que perderam, na época própria, a oportunidade de acesso à escola".

110
Em outubro de 1964, uma comissão oficiosa, constituída de funcionários do
MEC, funcionários do CONTEL (Conselho Nacional de Telecomunicações) e
educadores, começou a estudar a elaboração de um projeto, criando, sob a
forma de Fundação, um Centro Brasileiro de TV Educativa.

Destacam no site www.tvebrasil.com.br que foi no dia 2/4/1984 que teve início
a emissão do "Qualificação Profissional", no Rio de Janeiro e em Alagoas e, no
mês seguinte, no Amazonas e no Espírito Santo.

O projeto de "Qualificação Profissional" foi transmitido, em recepção isolada,


confirmada por correspondência recebida, num total de 414 professores para:
Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás,
Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima,
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.

O projeto de "Qualificação Profissional" visava atingir os 60.591 professores


leigos, com (o então chamado) segundo grau, completo ou incompleto, ou com
formação para o magistério incompleta, e os 147.851 professores que não
ultrapassaram o (então chamado) primeiro grau ou sequer o completaram.

Tópico II - Televisão Universitária: TV Educativa em Terceiro Grau

De acordo com o site www.universia.com.br podemos ter o conhecimento que


a Televisão Universitária não é apenas o segmento mais novo da televisão
brasileira. É também o de mais rápido crescimento. A partir de 1995, quando
tomaram impulso as iniciativas nas instituições de ensino superior (IES), de se
organizarem para a produção e veiculação regular de conteúdos educativos e
culturais por televisão, nada menos que 34 canais surgiram no país, em
diversas operadoras de TV a cabo - uma média impressionante de quase três
canais por ano. Somando-se a eles as emissoras educativas tradicionais, de
sinal aberto, que são controladas por IES, o número de canais em operação

111
sobe para 49. Já são cerca de 100 as IES que têm alguma atividade de
produção de vídeo no Brasil e 87 delas utilizam-se de canais universitários.

A Televisão Universitária na percepção da maioria, tanto no mundo


universitário quanto na mídia brasileira, é uma televisão laboratorial, produzida
por estudantes sob a orientação de professores, visando tão somente a sua
capacitação profissional, para o ingresso no mercado de trabalho. Tratar-se-ia,
portanto, segundo essa concepção, de uma televisão necessariamente
imatura, tecnicamente limitada, cuja ambição não poderia transcender as
fronteiras do processo formativo de estudantes de comunicação, devendo ela
conformar-se com uma permanente subalternidade, mesmo no contexto da
televisão educativa, já percebida como subalterna à TV comercial.

Outra visão da Televisão Universitária é aquela que ainda a identifica


exclusivamente com o público estudantil, mas que o vê não como produtor de
conteúdos e sim como receptor. Uma televisão para estudantes, em suma, com
a programação voltada ao seu deleite e informação, sendo indiferente, ou
irrelevante, se tal programação é produzida diretamente pelo alunado de
comunicação, ou se é feita por profissionais já tarimbados. Nesse modelo estão
quase todas as emissoras universitárias estrangeiras, como a CTN-College
Television Network e a CSTV-College Sport Television, norte-americanas; a
Nexus TV e a Campus Television, inglesas, ou suas similares francesas,
escocesas, alemãs e suecas

Uma terceira visão já admite que a Televisão Universitária possa ser mais do
que um meio de expressão dos estudantes, ou de acesso a seu universo de
interesses e preocupações. Admite que a Universidade é uma instituição
composta por, pelo menos, três segmentos perfeitamente distintos -
estudantes, professores e funcionários - e que uma televisão que dela surja, ou
a ela se destine, não pode perder de vista que a sua unidade provém
exatamente dessa trindade. No entanto, por originar-se da mesma
Universidade, o templo do conhecimento, o repositório do saber, a Televisão
Universitária tem missão estritamente educativa, devendo se ater aos

112
conteúdos formadores e informativos, sem desperdiçar tempo e recursos com o
entretenimento.

Tópico III – FUTURA: Uma Proposta Multimídia em Educação

Futura, O canal do Conhecimento - segundo PINTO, 2004, este canal é eixo


fundamental do projeto, é a primeira rede de televisão privada, líder em sua
área, comprometida em projetos educacionais. É a primeira televisão privada
no Brasil, dedicada exclusivamente à Educação. Desde seu lançamento em
setembro de 1997, sua programação de linguagem audiovisual clara e simples
foi dirigida a crianças, jovens, estudantes, trabalhadores, de nível técnico,
pequenos empresários, educadores e comunidade. Seu principal objetivo é
contribuir para o desenvolvimento das pessoas, promovendo a
responsabilidade cidadã e a qualidade de vida.

Através do site www.futura.org.br vamos conhecer as ações da Futura para


Educação:

A Cor da Cultura - É um projeto de valorização da história e da cultura afro-


brasileiras, fruto da parceria com a Petrobrás, SEPPIR - Secretaria Especial de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial, CIDAN - Centro de Documentação
do Artista Negro, TV Globo. Este projeto conta, também, com o apoio do MEC;

Amigos do Futuro - Fruto da parceria do Futura com o Instituto Votorantim, o


―Amigos do futuro‖ tem o objetivo de mobilizar comunidades nas áreas de
atuação da Votorantim para o enfrentamento das principais demandas sociais
da região;

Educação nos Trilhos - O ―Educação nos trilhos‖ transforma a ferrovia num


veículo de Educação, estimulador de ações de cidadania;

Fórum TV & Universidade - O projeto promove encontros com pesquisadores


de várias universidades para discutir a pertinência da produção televisiva em
relação a temas trabalhados no universo acadêmico. Uma parceria do Futura
com a Rede Globo;

113
Geração Futura - O projeto é uma iniciativa do Canal Futura voltada para
jovens, com ênfase na experimentação audiovisual, na produção de TV e na
formação de redes de articulação e comunicação.

Tópico IV – TELECURSO 2000

Retiramos do www.telecurso2000.org.br informações básicas sobre esse


tópico:

Tudo começou em janeiro de 1978; a Fundação Roberto Marinho e a Fundação


Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura de São Paulo, assinaram
convênio para a realização de um projeto pioneiro de teleducação: o Telecurso
2º Grau. Pela primeira vez, a máquina de uma rede comercial de TV – a TV
Globo – era usada para um projeto educativo.

Em 1981, a Fundação Roberto Marinho, em parceria com a Fundação


Bradesco, colocou no ar o Telecurso 1º Grau, destinado às quatro últimas
séries do Ensino Fundamental, com o apoio do MEC e da Universidade de
Brasília.

Em 1994, a Fundação Roberto Marinho lançou, em parceria com a Federação


das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o que viria a se tornar, o mais
ousado e bem-sucedido projeto de Educação a Distância da América: o
Telecurso 2000, uma proposta educacional inovadora voltada para milhões de
brasileiros que não concluíram, por algum motivo, os Ensinos Fundamental e
Médio.

O Telecurso 2000 foi criado quando o país tinha aproximadamente 150 milhões
de habitantes, dos quais 66 milhões eram maiores de 15 anos com
escolaridade inferior à 5ª série / 6º ano do Ensino Fundamental. Em paralelo ao
cenário de baixa escolaridade, 80% dos domicílios do país possuíam aparelhos
de televisão. Nesse contexto, cientes de suas responsabilidades sociais, a
FIESP, contando com a experiência educacional de mais de 50 anos do Sesi e
do Senai, e a Fundação Roberto Marinho, com notória competência na
produção de telecursos, uniram-se para ajudar a reverter esse quadro.

114
Hoje, o Telecurso 2000 é reconhecido mundialmente como uma metodologia
que promove um salto de qualidade na educação de jovens e adultos, tendo
beneficiado mais de 5,5 milhões de pessoas nas 27.714 telesalas em todo o
Brasil.

Os livros e os vídeos constituem um dos principais suportes da metodologia do


Novo Telecurso. A combinação dessas multimídias com diferentes
procedimentos didáticos incentiva a leitura crítica, a reflexão, o debate, a
expressão individual e coletiva, uma vez que o vídeo tem um caráter
mobilizador, provocador e facilitador do processo de construção do
conhecimento. Sua utilização nos módulos abre caminho para que o cinema, o
teatro, a música, o jornal e outros textos também cheguem à sala de aula.

Podemos fechar esta unidade entendo que a televisão - que ocupa


cotidianamente a atenção de milhões de pessoas no mundo - está influindo, dia
a dia, em nossa visão do mundo, em nossas pautas culturais e na constituição
do tecido social do Planeta. O atual processo de globalização e de
desenvolvimento tecnológico que vivemos está aumentando esta influência.
Todo o planeta parece ter-se convertido, do ponto de vista da TV, em um
mercado único. A concentração da propriedade da indústria da TV aumentou e
o processo de mercantilização da programação televisiva, e com ele da cultura
- com os riscos que comporta - parece avançar. Mas, precisamente neste
contexto, convém chamar a atenção sobre um fato fundamental: a TV, como
meio de comunicação, tem tal importância para a humanidade que seu
desenvolvimento hoje acompanha a própria evolução a sociedade. Por isto se
faz necessário, hoje em dia mais que nunca, criar condições efetivas para que
este meio poderoso que é a TV contribua, autêntica e ativamente, para a
realização dos valores essenciais da humanidade.

Reforçarmos o parágrafo anterior com o que PINTO, 2004, escreve: ―Nos


últimos anos, presenciamos um processo de reação a essa visão. Medidas e
normativas governamentais, iniciativas de apoio e patrocínio à Educação,
mobilização comunitária e dos meios de comunicação em torno do tema são
parte integrante desse processo. Hoje, dezenas ou até centenas de projetos

115
educativos surgem a cada dia, procurando melhorar a qualidade de nossa
Educação”.

Como você percebe a contribuição da televisão educativa como recurso


motivador no ensino?

116
U NIDADE 17
Objetivo: Discutir a mudança do papel do professor quando a tecnologia
eletrônica é utilizada como recurso de ensino.

Relacionamento do Professor com a Tecnologia Educacional

Só existirá essência no trabalho construído se a tecnologia estimular de forma


integrada ao contexto das atividades o desafio ao aluno construindo o
conhecimento com o outro. O aluno é fator ativo na construção do
conhecimento.

Fatores importantes:

1. trabalho em grupo;
2. conexão entre a categoria do pensamento e os conteúdos significativos;
3. liberdade para criar, pensar e inventar;
4. valorização da criatividade do aluno e professor.

O trabalho não é uma aplicação da tecnologia educacional apenas, também é


uma forma de apresentar rotinas de aula mais agradáveis aos educandos.

Tópico I - Proposta de trabalhos

Planejamento

 Necessidade e interesse da turma;


 Participação ativa em grupo;
 Favorecimento aos com dificuldades;
 Interdisciplinaridade;
 Trabalho com a realidade da criança;
 Possibilidade do raciocínio;
 Troca de ideias.

117
Término

 O que poderia ter sido feito?


 O que deu certo?
 O que consegui fazer?
 O rendimento do grupo e individual.
 Grau de satisfação pelo trabalho proposto.

Os questionamentos de término devem ser feitos de forma individual e em


grupo.

Tópico II - Trabalho em Grupo

Sugere-se que o trabalho desenvolvido com tecnologia educativa seja em


grupo. É importante não deixar que o ambiente de trabalho se torne frio, devido
ao excesso de tecnologias e não esquecer que o trabalho do professor
continua sendo indispensável, para que o trabalho em conjunto seja promovido.
O professor será o modelo ideal, desde que respeite o espaço do educando.

Tópico III- Pontos Importantes para o Trabalho em Grupo

 promover viabilidade na construção do pensamento, a socialização e a


cooperação;
 observação dos grupos quanto às atividades propostas;
 apurar resultados das observações;
 manter troca constante entre os elementos do grupo;
 observar o comportamento de uma criança com outra;
 não usar de atitudes de domínio único;
 rodízio no material e atividade;
 dar oportunidades de trabalho a todos

Para promover a tecnologia educativa, tem-se que valorizar o trabalho do


professor. O profissional deve estar seguro do seu papel, sabendo que seu

118
dever é de aprender e ensinar. O professor não é neutro e sim consciente
quanto a possibilidades, preferências e limitações que farão parte do seu
contexto de trabalho; é necessário que haja uma reflexão sobre o papel que o
profissional desempenha. Não se pode deixar de citar que existe uma
necessidade que os profissionais das diversas áreas se integrem e
compartilhem atividades. O professor que for desenvolver a proposta do uso
de tecnologia na Educação tem que observar aspectos técnicos e pedagógicos.

A formação do profissional deve ser adequada para que os princípios


tecnológicos não sejam aplicados de forma incorreta. Este profissional não é o
dono de toda situação e sim o facilitador para construção de ações do
conhecimento. Sua maior ação é ouvir mais do que falar e, se apareceram
resistências por parte de profissionais ou de algum departamento da escola,
estas devem ser sanadas com inteligência.

Pontos que devem ser tratados:

 o uso de recursos tecnológicos não pode ser uma determinação, e sim,


uma escolha em conjunto;
 a tecnologia deve trabalhar dentro dos limites educacionais;

Os recursos tecnológicos trabalham com a pedagogia do


erro, o aluno constrói soluções até achar a mais correta.
Permite que o pensamento seja construído de forma física,
concreta e mental. Atualizar o professor não é exigir cursos
e sim conscientizá-lo e prepará-lo para trabalhar com tecnologia educacional.

Pesquisas mostram que o profissional adequado é o tecnólogo, sendo


necessário trazê-lo para realidade didática.

É importante observarmos o ciclo de aprendizagem. Para que o profissional


execute um bom trabalho é necessário: capacitação; exercitar o que for
absorvido e planejar com mudanças, porém não se pode esquecer a
necessidade de atualização constante.

119
Tópico IV - Aulas Preparadas para um Ambiente Tecnológico

No planejamento, devem constar os objetivos, conteúdos e as estratégias para


alcançá-lo, bem como, os recursos trabalhados e a avaliação utilizada.

O trabalho deve ser com experiências do aluno e relações cotidianas,


procurando desenvolver atividades significativas, tais como:

 Apresentar desafios e eliminar aulas mecânicas;


 Integrar aulas de sala com realidade tecnológica;
 Trabalhar práticas sociais.

Nesse sentido se faz necessário que o professor fale sobre sua comunidade
para que se possam levantar várias opções, por exemplo, pesquisar
oportunidades de parcerias, e de participação em eventos sobre uma questão
social, levantar e conceber experiências sobre economia solidária, etc.

Leitura do artigo: A representação social de professor sob o ponto de vista


do aluno: um estudo introdutório.

Lúcia Martins Barbosa 1

Denise Melo Paiva 2

José Luiz de Paiva Bello 2

Sônia Grácia Pucci Medina 2

120
U NIDADE 18
Objetivo: Entender o papel do professor e do aluno como grandes aliados
diante das novas tecnologias.

Redefinindo os Papéis do Professor e do Aluno

Tópico I - Papel do Aluno Frente às Novas Tecnologias

À medida que os professores modificam suas visões


sobre o ensino e a aprendizagem os alunos tem de
ajustar seus pensamentos sobre o seu papel em um
ambiente educacional.

Segundo NETTO (2005) o papel do aluno frente às novas tecnologias é o


seguinte: “O aluno deverá estar constantemente interessado no aprimoramento
de suas ideias e habilidades e solicitar do sistema educacional a criação de
situações que permitam esse aprimoramento. Portanto, deve ser ativo: sair da
passividade de quem só recebe para se tornar ativo caçador da informação, de
problemas para resolver e de assuntos para pesquisar. Isso implica ser capaz
de assumir responsabilidades, tomar decisões e buscar soluções para
problemas complexos que não foram pensados anteriormente e que não
podem ser atacados de forma fragmentada. Finalmente, ele deve desenvolver
habilidades, como ter autonomia, saber pensar, criar, aprender a aprender, de
modo que possa continuar o aprimoramento de suas ideias e ações, sem estar
vinculado a um sistema educacional. Ele deve ter claro que aprender é
fundamental para sobreviver na sociedade do conhecimento e das novas
tecnologias de informação e comunicação.”

Para NETTO o papel dos alunos possui duas novas características:

 Primeiramente compartilhar seus conhecimentos com várias pessoas;


 Em segunda posição, passam a auxiliar seus colegas nas confecções e
entendimentos das atividades.

121
O aumento da interação e da colaboração entre alunos traz muitos benefícios
para dentro do ambiente educacional. Os professores observam que existe um
entusiasmo muito grande dos alunos quando estes desenvolvem suas
atividades com recursos tecnológicos. Ficam empolgados, querem aprender e
ficam decepcionados por não terem todas às aulas com estes recursos. Este
alto nível de entusiasmo trouxe uma série de benefícios para o ambiente
escolar. Alunos aprendem mais rapidamente e seus interesses reforçam os
esforços dos professores.

Antes que alguém possa identificar o que cada educador está fazendo para
implementar a tecnologia educacional é necessário identificar as habilidades,
os conhecimentos e assim as experiências que devem possuir para serem
capazes, com sucesso, de utilizar a tecnologia para ensinar.

Para tanto o professor necessita ser valorizado e reconhecer seu papel de


facilitador de aprendizagem e como modelo. É necessário que o professor,
para ocupar seu novo lugar em um ambiente educacional, possua intimidade
com a tecnologia e tenha liberdade para criar. Essa liberdade tanto deve ser
dada pelo espaço escolar como pelos seus processos internos. O professor
deve estar seguro do seu prazer de ensinar e de aprender para que possa
proporcionar o mesmo aos seus alunos.

O professor deve perceber que não é neutro no momento em que se


estabelece a relação ensino-aprendizagem. Tem que estar consciente de suas
possibilidades, preferências e limitações que estarão obrigatoriamente no seu
contexto da aprendizagem. Estas características serão suas ferramentas.

Tópico II - Papel do Professor Frente às Novas Tecnologias

NETTO (2005), em relação ao papel do professor frente às novas tecnologias


sinaliza que:

“O papel do professor deixará de ser o de total entrega da informação


para ser o de facilitador, supervisor, consultor do aluno no processo de
resolver o seu problema. Essa “consultoria” deverá se concentrar em

122
propiciar ao aluno a chance de converter a enorme quantidade de
informação que ele adquire em conhecimento aplicável na resolução de
problemas de sue interesse, embora, em alguns momentos, possa
simplesmente fornecer a informação ao aluno. O professor deverá
incentivar o processo de melhorias contínuas e ter consciência de que a
construção do conhecimento se dá por meio do processo de depurar o
conhecimento de que o aluno já dispõe. Para tanto, o professor deverá
conhecer os seus alunos, incentivando a reflexão e crítica e permitindo
que eles passem a identificar os próprios problemas, buscando soluções
para eles. Caberá ao professor saber desempenhar um papel de
desafiador, mantendo vivo o interesse do aluno em continuar a buscar
novos conceitos e estratégias de uso para eles. Deverá incentivar
relações sociais de modo que os alunos possam aprender uns com os
outros a trabalhar em grupo. Será, ainda, um modelo de aprendiz, com
um profundo conhecimento dos pressupostos teóricos que embasam os
processos de construção de conhecimento e das novas tecnologias de
informação e comunicação que podem facilitar esses processos.
Portanto, o professor, nesse novo paradigma, deverá trabalhar entre
extremos de um espectro que vai desde transmitir a informação até
deixar o aluno totalmente isolado, descobrindo tudo ou “reinventando a
roda”. Ambos os extremos são ineficientes como abordagem
educacional. Onde se posicionar nesse espectro e em que momento é a
grande dificuldade, o grande desafio que o professor terá de vencer para
ser efetivo nesse novo ambiente educacional. Para a intervenção efetiva
não existe uma receita, e o que é ser efetivo é polêmico, pois depende
de um contexto teórico, do estilo do professor e das limitações culturais
e sociais que se apresentam em uma determinada situação. Esses
fatores nunca são exatamente os mesmos, variando de um ambiente
para o outro e para cada aluno no mesmo ambiente. Assim, é importante
que o professor desenvolva mecanismos como o constante
questionamento e a reflexão sobre os resultados do trabalho com o
aluno, para poder depurar e aprimorar a efetividade de sua atuação no
novo ambiente de aprendizagem.”

123
De acordo com o Ministério da Educação, os padrões fundamentais para os
educadores, incluem os conceitos, operações básicas de comportamento, uso
pessoal e profissional, uso instrucional e questões de impacto social, ético e
humano. Além do conhecimento desses itens, os educadores devem ter
habilidade para empregar seu conhecimento de modo eficiente, sentir-se à
vontade para experimentar ferramentas, serem capazes de integrar, avaliar,
encontrar e usar recursos para ensinar de forma adequada e eficiente.

Geralmente nas instituições, o desenvolvimento profissional é considerado


como desenvolvimento de todo corpo docente.

Segundo Maurer & Davidson, ―... desenvolvimento do corpo docente é um


processo para orientar o aperfeiçoamento da instrução...‖

Foram identificados quatro tipos de atividades que devem ser realizadas no


trabalho educacional.

 Apresentação da teoria;
 Teoria e demonstração;
 Teoria, demonstração e prática;
 Teoria, demonstração, prática e acompanhamento.

O aprendizado tecnológico é muito diferente de outros aprendizados, modifica


a vida quantitativamente e revoluciona o ensino tradicional.

É bem mais demorado de aprender sua aplicação para uso pessoal;

É essencial que tenha acesso aos equipamentos;

O uso das tecnologias é muito mais trabalhoso que qualquer plano anual ou de
aula;

Os usuários de tecnologia educacional devem identificar seus interesses e


treinamento adaptado às necessidades e metas definidas pelos próprios.

124
Grande parte dos projetos não se desenvolve conforme esperado devido aos
educadores não terem tempo, acesso, apoio e estímulo suficientes para se
sentirem à vontade com computadores.

Hoje seria essencial abordar e oferecer o treinamento sobre tecnologia na


Educação antes dos educadores começarem suas carreiras. Essa aplicação
seria uma forma de modificar o ensino tradicional.

Considerando o professor como principal recurso de ensino, como você


descreve seu papel diante das novas tecnologias?

125
U NIDADE 19
Objetivo: Conhecer as diversas tecnologias que auxiliam o ensino como forma
de alcançar o desenvolvimento social.

As Tecnologias de Comunicação, de Informação e de Educação no


Desenvolvimento Social.

Tópico I - Tecnologia da Comunicação

O cenário da telecomunicação modificou-se nos fins dos anos 90, com o


investimento na modernização nas linhas telefônica. Graças a este
investimento por meio das tecnologias RDSI e ADSL, linhas digitais e de banda
larga, simultaneamente tivemos as TVs a cabo que se tornam uma alternativa
para o acesso à internet. O acesso à infinita informação vem influenciando
todos os setores da sociedade, e seus reflexos se manifestam em novas
maneiras de trabalhar, divertir-se, interagir, pensar, enfim, viver.

A disseminação da Internet tem motivado cada vez mais o interesse por


ambientes virtuais de aprendizagem para motivar e complementar o ensino
presencial, assim como para facilitar o acesso estreitar as diversas informações
necessárias a trabalho em escolas e à pesquisa. Esta é uma característica bem
vinda, já que exige uma nova postura em relação à busca do conhecimento. O
aluno/usuário sente a necessidade de filtrar a informação, selecionar, analisar,

126
comparar, sintetizar e contextualizar, o que é bastante relevante para seu
processo de formação.

Através da internet a informação é usada, absorvida, assimilada, manipulada,


transformada, produzida e disseminada no mundo interconectado. Na chamada
tecnologia da comunicação, o tempo e as distâncias estão cada vez mais
reduzidos pela velocidade com que às informações são transmitidas.

Rapidamente a Internet ultrapassa os limites da comunidade científica. Sua


expansão e o desenvolvimento da tecnologia web abrem a grande
possibilidade de uso desse canal de comunicação para a disseminação do
conhecimento num contexto global. Com esse objetivo começam a ser criadas
novas tecnologias: bancos de dados on-line, motores de busca, bibliotecas
digitais, bibliotecas e museus virtuais, thesaurus on-line, periódicos eletrônicos,
aproximando da realidade de um sonho.

A melhoria da infraestrutura de telecomunicação, a evolução da informática e a


redução significativa dos custos de transmissão a distância no Brasil têm
difundido o uso da teleconferência, nas escolas, em empresas e em vários
segmentos da sociedade.

Embora esteja ressaltando a Internet como uma das maiores tecnologias, não
podemos esquecer que tecnologias da Informação e da Comunicação fazem
parte de um conjunto de tecnologias microeletrônicas, informáticas e de
telecomunicações e que essas permitem a aquisição, produção,
armazenamento, processamento e transmissão de dados na forma de imagem,
vídeo, texto ou áudio. Entretanto, deve-se estar atento que antigas tecnologias
como a televisão, por exemplo, podem vir a ser incorporadas ao conceito de
―novas tecnologias‖, na medida em que passarem a interagir com essas.

127
Tópico II - Tecnologia da Informação

No texto de ALECRIM, 2004, a computação era tida como um mecanismo que


tornava possível automatizar determinadas tarefas em grandes empresas e nos
meios governamentais. Com o avanço tecnológico, as "máquinas gigantes"
começaram a perder espaço para equipamentos cada vez menores e mais
poderosos. A evolução das telecomunicações permitiu que, aos poucos, os
computadores passassem a se comunicar. Como consequência, tais máquinas
deixaram de simplesmente automatizar tarefas e passaram a lidar com
informação. Criava-se assim a informática, que se disseminou a tal ponto que
hoje é, inclusive, um fator que pode determinar a sobrevivência ou a
descontinuidade das atividades de uma empresa. E isso não é difícil de ser
entendido. Basta imaginar o que aconteceria se uma instituição financeira
perdesse todas as informações relativas aos seus clientes. O mesmo problema
poderá vir a ocorrer com disseminação do uso da informática na escola e em
outros segmentos, pois as aplicações para Tecnologia da Informação são
tantas que estão ligadas às mais diversas áreas – e por isso existem várias
definições e nenhuma consegue determiná-la por completo.

Sendo a informação um bem que agrega valor individual, é necessário fazer


uso de recursos de Tecnologia da Informação de maneira apropriada, ou seja,
é preciso utilizar ferramentas, sistemas ou outros meios que façam das
informações um diferencial para o seu crescimento pessoal e profissional, pois
tudo gira em torno da informação. Portanto quem souber reconhecer a
importância disso, certamente se tornará um profissional com qualificação para
as necessidades do mercado.

128
Para ilustrar o que falamos vejamos a matéria da Folha de São Paulo abaixo.

Folha de São Paulo, 30/01/2008 - São Paulo.

Aula ganha continuidade on-line

Por meio de blogs, sites e listas de discussão, professores dão extensão ao que é
ensinado nos colégios.

DA REPORTAGEM LOCAL

Se o uso de equipamentos digitais e interativos já é realidade em escolas


particulares de São Paulo, a articulação entre professores e alunos dá seus
primeiros passos. Usando ferramentas sociais, como blogs e listas de discussão, os
times tentam aprender a mesma lição: como usar a internet para dar continuidade
ao assunto abordado na escola e estimular trocas e discussões. No blog da Escola
Dinah (dinahbrotas.blogspot.com), feito por alunos e professores de Brotas (245 km
a noroeste de SP), há trechos de aulas, dicas de atividades extras e textos sobre
fatos históricos. A ideia foi do professor de artes Paulo César Antonini de Souza.
"No começo, eu coletava o material com os professores. Depois, eles e os alunos
começaram a trabalhar também", diz. Por meio de um cronograma, textos e fotos de
diferentes disciplinas são postados em dias específicos. A professora Fátima
Franco mantém dois blogs educativos, o Internet na Educação
(internetnaeducacao.blogspot.com) e o Leitura e Escrita na Escola
(leituraescola.blogspot.com), onde apresenta informações, metodologias e
sugestões de atividades. "É um espaço para estar mais próxima de professores que
estão começando a usar recursos da informática na Educação", diz. Ela mantém,
ainda, uma lista de discussão (br.groups.yahoo.com/group/blogs_educativos), na
qual cerca de 400 professores de todo o Brasil trocam experiências. "Professores
podem usar a rede digital para se comunicar com outros professores. Quanto mais
troca, mais espaço eles constroem entre si -no Orkut, no MySpace- melhor vão
enfrentar o desafio", diz Gilson Schwartz, da Cidade do Conhecimento
(cidade.usp.br). (DA)

129
Com esta matéria podemos conferir que segundo MARTINEZ, 2004,

―O uso de novas tecnologias de (inf) formação na educação deve servir,


portanto, à construção do processo de conceituação dos alunos, buscando a
possibilidade da aprendizagem, o desenvolvimento de habilidades importantes
para que eles participem da sociedade do conhecimento e da promoção de
mudanças no processo educativo. Dessa forma, os professores e o os alunos
podem utilizar as novas tecnologias para estimular o acesso à informação e a
pesquisa, favorecendo o incremento da interação entre eles, e para tornar mais
prazerosa à construção do conhecimento‖.

Tópico III - Tecnologia da Educação

De acordo com a pesquisa do INEP (Instituto Nacional de Pesquisa) a


tecnologia educacional e o mesmo que tecnologia instrucional. É uma área do
conhecimento humano que engloba pesquisa, teorização, disciplina e prática.
É um modo, segundo o qual, se combinam os fatores de produção da
Educação para obtenção dos seguintes produtos finais: alcance, pelo aluno, de
mudanças comportamentais esperadas, medido em função de objetivos
específicos previamente estabelecidos. É também forma sistemática de
planejar, implementar e avaliar o processo total de aprendizagem e de
instrução em termos de objetivos específicos, baseados em pesquisas sobre
aprendizagem humana e comunicação, congregando recursos humanos e
materiais, de modo a tornar a instrução mais efetiva.

O INEP analisa que a tecnologia educacional envolve fases de planejamento,


de administração, de realização e de avaliação do processo ensino-
aprendizagem e que também esta tecnologia pode ser definida por quatro
grandes características que se interpenetram, se ligam e se completam, a
saber:

 aplicação sistemática em educação, ensino e treinamento de princípios


científicos, devidamente comprovados em pesquisas, derivados da
análise experimental do comportamento de outros ramos do
conhecimento científico;

130
 conjunto de materiais e equipamentos mecânicos ou eletromecânicos
empregados para fins de ensino;
 ensino em massa (uso dos meios de comunicação de massa em
educação);
 sistemas homem-máquina. ―TECNÓLOGO‖.

Pode-se dizer que a influência das novas tecnologias de informação e


comunicação na educação, é de tal ordem que vem provocando mudanças nas
posturas da aquisição do conhecimento e do próprio comportamento, o que
realça a sua importância para o desenvolvimento social. Por isto a escola tem
que se adaptar às transformações que estão ocorrendo na sociedade. De que
modo as escolas, focando a educação básica, precisam atualizar-se às rápidas
transformações dos tempos atuais, que exigirão dos alunos capacidade de
raciocínio, habilidades verbais e numéricas, maior poder de reflexão e criação
de novas formas de conhecimento? Esta é a grande questão a ser respondida.

Retire dos tópicos uma concepção sobre tecnologia educacional tendo


como base as tecnologias da comunicação, informação e da educação
como tecnologia social e justifique-as como referência de suas ações e
projetos.

131
U NIDADE 20
Objetivo – Inserir o aluno no contexto histórico da sociedade da comunicação e
a Educação.

Sociedade da Comunicação e a Educação

Tópico I – A Influência dos Meios de Comunicação na Sociedade


Contemporânea.

Texto: Sociedade da Comunicação e Educação

Ao longo da História, paralelamente à evolução da linguagem, identificamos a


evolução dos meios de comunicação, em função do desenvolvimento de
tecnologias específicas. Desde os livros, no século XV, divulgados a partir dos
tipos móveis de Gutenberg, e o jornal periódico, no século XVII, a indústria
gráfica associou-se às invenções da mecânica, da química, da eletrônica, até
chegar às impressoras computadorizadas, capazes de receber sinais
transmitidos por satélites e imprimir edições inteiras de livros e jornais, ao
mesmo tempo e em vários lugares distintos. A difusão da comunicação foi
assegurada de maneira definitiva pela invenção dos meios eletrônicos, com
base no conhecimento dos diversos tipos de ondas para transmitir signos: o
telégrafo, o telefone, o rádio no século XIX, e a televisão, o satélite, o
computador no século XX.

Os progressos na área das Ciências da informação e da comunicação datam


do início do século XX, mas se tornaram particularmente substanciais a partir
dos anos 40, com a Teoria Matemática da Informação, até os modernos
avanços da tecnologia dos satélites e do raio laser, passando pelo advento e
aperfeiçoamento da televisão e da informática. As teorias e experimentações
em comunicação de massa passaram por revoluções e contribuíram
consideravelmente para a mudança de hábitos, concepções de vida e para a
própria cultura, no seu sentido mais amplo. Segundo Moran (1991), os veículos
de comunicação ―refletem, recriam e difundem o que se torna importante

132
socialmente, tanto em nível dos acontecimentos (informação) como do
imaginário (ficção)‖.

Entendemos que a revolução causada pelos recursos da comunicação


audiovisual, após a II Guerra Mundial, e pelos computadores, a partir dos anos
70, ainda é tão recente que não temos distanciamento suficiente para criar
parâmetros que possibilitem analisá-la com profundidade. De acordo com Lévy
(1997), essa revolução teve início muito antes, quando ainda no século XVIII
ocorreu uma mutação antropológica comparável à revolução neolítica. Essa
revolução, que se inicia na segunda metade do século XVIII, se propaga até o
desaparecimento do mundo exclusivamente agrícola. Isso fez surgir uma rede
urbana onipresente, com um novo imaginário do espaço e do tempo sob a
influência dos meios de transportes mais velozes e da organização industrial do
trabalho, da crescente atividade econômica do setor terciário e da influência
cada vez mais direta da investigação científica sobre as atividades produtivas e
modos de vida.

Fruto dessa revolução, a sociedade tecnológica volta-se para o consumo e


para a utilização dos meios de comunicação de massa. Muitos historiadores e
filósofos atribuem o fim da Modernidade ao advento da Sociedade da
Comunicação. A Pós-Modernidade é caracterizada pela geração dos mass-
media, determinantes para o processo de disseminação das grandes narrativas
da modernidade. Essa sociedade de comunicação, generalizada, e de
pluralidade cultural, caótica e complexa, possibilita experiências outras,
confronto de diferentes culturas, vivência de outros mundos possíveis em
busca da emancipação humana (VATIMO, 1989).

Nesse cenário, está sendo criada uma nova subjetividade, por conta da
familiaridade crescente das gerações jovens com a experiência audiovisual e
com as tecnologias da informação. À cultura ―letrada‖, linear, sobrepõe-se a
cultura da ―fragmentação‖, multifacetada e polissêmica. As possibilidades de
múltiplas interpretações de diferentes linguagens que se apresentam e se
sobrepõem através de vários suportes midiáticos geram novas formas de

133
construção do conhecimento, com implicações diretas nas atuais condições de
aprendizagem.

Devido ao avanço dos meios de comunicação, tem sido difícil definir o que é
real e o que é ficção. Quantas vezes fatos da vida real estão imbricados nos
enredos das ficções televisivas ou do cinema? A televisão, especialmente,
alterou, em muito, as relações entre o existente e o inventado, entre o distante
e o próximo, e mesmo entre os valores morais e estéticos. Até o tempo,
cronologicamente controlado, mudou sua estrutura ao manifestar-se na tela. O
tempo linear do texto escrito cedeu lugar ao texto fragmentado e recortado do
vídeo, em que o tempo psicológico, não mensurável, consegue se objetivar por
meio de diferentes efeitos e recursos de computação. Exemplos disso são o
flashback, quando a linearidade temporal do texto é recortada por histórias ou
lembranças vividas no passado, ou as gravações em velocidade lenta, que
enfatizam determinados momentos no texto gravado.

O processo de visualização por computador vem revolucionando a linguagem,


criando uma realidade paralela à vida humana. Por trás da tela, representa-se
e modifica-se o real cada vez com maior perfeição, cada vez com maior
rapidez. Os ―mundos‖ simulados são desafios aos sentidos. Eles ampliam e
refinam nossa capacidade sensorial de perceber formas, cores e texturas. Eles
sacodem a realidade, geralmente embotada pela rotina do cotidiano,
desvelando outras possibilidades. As simulações de objetos tridimensionais
criam situações propícias à experimentação. Elas constituem espaços virtuais
puramente ilusórios: um universo perceptivo topológico, adimensional, imaterial
e atemporal. Compreender, inferir e transformar conjuntos de fatos virtuais
múltiplos com o maior número possível de sentidos exigirá, talvez, o
desenvolvimento de novos paradigmas perceptivos e novos padrões de
sensibilidade. E isso as novas gerações já estão nos mostrando, quando atuam
em videogames e jogos eletrônicos.

Ao lado dessa construção informacional, a mídia opera uma


desconstrução/reconstrução cultural que, gradativamente, substitui identidades
e ideologias por estereótipos e padrões impostos, quase sempre regidos pela

134
lógica do mercado econômico e pelas manipulações políticas. A mídia,
contudo, não é o único nem inexorável determinante na formação desses
―sujeitos‖: se ela tem ressonância concreta na vida das pessoas e dos grupos
sociais é porque responde às suas reais necessidades, expectativas e desejos.
O entendimento da relação mídia/sujeito passa necessariamente pelos
processos e possibilidades de aprendizagem; pelas condições e estratégias de
ensino, diretamente relacionadas à educação.

Mesmo nos cursos de atualização e formação profissional existe uma distância


enorme entre o que se ensina e a vivência dos alunos: a grande maioria dos
professores e tutores pauta seu trabalho em realidades distanciadas dos
alunos e apresenta materiais produzidos em e para outros contextos.

A velocidade desordenada das transformações é evidente em todas as áreas.


Há um clima de transitoriedade e de impermanência muitas vezes maléfico
para os valores éticos e para a vida social. O ritmo acelerado das pesquisas,
invenções e descobertas, especialmente de produtos consumíveis, não permite
utilizações muito conscientes, e somos compelidos a consumir as novidades,
muitas vezes reedificando o próprio ser humano. Muitos suportes
comunicacionais não conseguem informar de modo atualizado, não
acompanham a velocidade dos fatos e das mudanças. Isso acontece com os
livros de pesquisa e os livros didáticos e até com os jornais periódicos diários:
quantas vezes lemos uma notícia que já ficou velha, em vista de informes mais
atualizados, transmitidos pelo rádio, TV ou correio eletrônico!

Se a evolução humana foi 100 mil vezes mais rápida, a partir da escrita, como
afirmam alguns historiadores, imagine o que ocorrerá com o advento das
tecnologias da informação! A tecnologia da descoberta do fogo levou 500
séculos para chegar a todos os homens e para que qualquer um fosse capaz
de acendê-lo e conservá-lo aceso. Hoje, levamos apenas alguns segundos
para conhecer fatos ocorridos do outro lado do planeta. Apesar de termos
consciência de que esse acesso não está disponível para todas as pessoas,
essa possibilidade depende quase exclusivamente de fatores econômicos e
políticos, e não tecnológicos. Nessas condições, a escola deveria ser a

135
instituição social que garantiria a aproximação dos conhecimentos científicos e
culturais para a maioria da população. Infelizmente, os suportes de
comunicação presentes nos processos de ensino-aprendizagem, sejam
presenciais ou a distância, não acompanham o ritmo dessas transformações.
Vygostky afirma que ―as tecnologias da comunicação são os utensílios com os
quais o homem constrói realmente a representação, que mais tarde será
incorporada mentalmente, se interiorizará. Desse modo, nossos sistemas de
pensamento seriam fruto da interiorização de processos de mediação
desenvolvidos por e em nossa cultura (COLL, 1994‖).

Com essa afirmação, Vygostky evidencia a interdependência entre o


pensamento humano e seus sistemas de representações simbólicas, mediados
pelas tecnologias da comunicação.

É inevitável a interferência da comunicação na aprendizagem humana. É


teórica e praticamente impossível dizer onde começam e terminam a
comunicação e a aprendizagem. São processos multifacetados, que podem
ocorrer simultaneamente e em vários níveis. A comunicação é condição básica
do homem social. Ela se confunde com a própria vida e é o canal pelo qual os
padrões culturais são transmitidos e possibilitam sua internalização e
aprendizagem. Quando falamos em comunicação, ultrapassamos a discussão
sobre os meios de comunicação, que representam, apesar de toda a sua
importância, apenas uma parte da comunicação humana.

A revitalização da Educação depende, em grande parte, dos vínculos feitos


com as tecnologias da comunicação e da informação, especialmente com a
inclusão, em sua estrutura curricular, do audiovisual, da alfabetização na e para
a imagem.

136
Faça uma analogia entre o ato bidirecional de fotografar e a utilização dos
meios de comunicação na Educação?

137
U NIDADE 21
Objetivo: Demonstrar a importância do material impresso no cotidiano escolar.

Tecnologia e Material Impresso

Tópico I – Material Impresso – A Tecnologia Dominante.

Esse vínculo – impresso e Educação – é histórico. A difusão da escrita com a


imprensa de Gutenberg (1440) associou-se, no decorrer dos séculos, ao
modelo de implementação da instrução pública, em que os livros-textos
uniformizavam leituras e informações como garantia da transmissão de
conteúdos básicos para a formação de cidadãos burgueses. O modelo escolar
conhecido, desde então, não se dissocia dos materiais impressos, dos manuais
e das cartas de instrução, das cartilhas e dos posteriores livros didáticos.
Mesmo as críticas feitas a esses livros, já no século XX, e bem recentes, não
questionavam o material em si, e sim a abordagem e o seu conteúdo, desde
valores e posições ideológicas até sua atualidade e comprovação científica.

Podemos classificar os materiais impressos considerando os objetivos de sua


concepção, começamos pelo:

LIVRO

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Livro é um volume transportável, composto por páginas, sem contar as capas[1],


encadernadas, contendo texto manuscrito ou impresso e/ou imagens e que
forma uma publicação unitária (ou foi concebido como tal) ou a parte principal
de um trabalho literário, científico ou outro.

Em ciência da informação o livro é chamado monografia, para distingui-lo de


outros tipos de publicação como revistas, periódicos, teses, tesauros, etc.

138
O livro é um produto intelectual e, como tal, encerra conhecimento e
expressões individuais ou coletivas. Mas também é, nos dias de hoje, um
produto de consumo, um bem e sendo assim a parte final de sua produção é
realizada por meios industriais (impressão e distribuição). A tarefa de criar um
conteúdo passível de ser transformado em livro é tarefa do autor. Já a
produção dos livros, no que concerne em transformar os originais em um
produto comercializável, é tarefa do editor, em geral contratado por uma
editora. Uma terceira função associada ao livro é a coleta e organização e
indexação de coleções de livros, típica do bibliotecário.

O livro tem aproximadamente seis mil anos de história para ser contada. O
homem utilizou os mais diferentes tipos de materiais para registrar a sua
passagem pelo Planeta e difundir seus conhecimentos e experiências

Os sumérios guardavam suas informações em tijolo de barro. Os indianos


faziam seus livros em folhas de palmeiras. Os maias e os astecas, antes do
descobrimento das Américas, escreviam os livros em um material macio
existente entre a casca das árvores e a madeira. Os romanos escreviam em
tábuas de madeira cobertas com cera.

Os egípcios desenvolveram a tecnologia do papiro, uma planta encontrada às


margens do rio Nilo, suas fibras unidas em tiras serviam como superfície
resistente para a escrita hieróglifa. Os rolos com os manuscritos chegavam a
20 metros de comprimento. O desenvolvimento do papiro deu-se em 2.200 a.C
e a palavra papiryrus, em latim, deu origem a palavra papel.

Segundo dados históricos, em 1442, foi impresso o primeiro exemplar em uma


prensa. A partir daí o mundo não seria mais o mesmo. A partir do século 19,
aumenta a oferta de papel para impressão de livros e jornais, além das
inovações tecnológicas no processo de fabricação. O papel passa a ser feito de
uma pasta de madeira, em 1845. Aliado à produção industrial de pasta
mecânica e química de madeira - celulose - o papel deixa de ser artigo de luxo
e torna-se mais barato.

139
As histórias, poesias, contos, cálculos matemáticos, ideias e ideais poderiam, a
partir de agora, percorrer mares e terras e chegar às mãos de povos que seus
autores jamais imaginariam.

A elaboração de material didático (livros, apostilas, cartilhas e cadernos de


atividades) pode ser feita tanto pelos sistemas de ensino quanto por editoras,
que são especializados para atender a temas ou faixas etárias específicas.

Já a utilização didática de impressos produzidos na sociedade (jornais,


revistas, periódicos, cartazes, propagandas, folhetos, manuais) pode
enriquecer o tratamento dos conteúdos, incorporando ao ensino maior
atualidade dos temas estudados, pesquisas, avanços científicos e do mundo do
trabalho.

Quando falamos em ―livro‖, não estamos nos referindo apenas à sua forma em
papel, mas também às possibilidades eletrônicas que começam a ser
produzidas, como:

Livro didático - Material impresso e versão on-line.

Consta de uma apresentação do conteúdo a ser trabalhado, formatado por


professor autor, de acordo com a metodologia do curso. Abordagem
instrucional voltada para o perfil da clientela selecionada. Distribuição via
correio e também disponível via Internet, quando o curso utilizar Espaço Virtual
de Aprendizagem.

Caderno de Atividades - Material impresso e versão on-line

É um caderno de atividades de aprendizagem dos alunos, com os exercícios e


simulações que devem ser feitos para maior apreensão dos conhecimentos e
habilidades trabalhados no curso. Este caderno geralmente é encaminhado
pelos alunos para ser corrigido nos grupos. Distribuição via correio e também
disponíveis via Internet, quando o curso utiliza o Espaço Virtual de
Aprendizagem.

140
Instrumento de Avaliação - Material impresso e versão on-line

Instrumentos utilizados para as etapas de avaliação presencial, elaborados de


acordo com o perfil de cada curso desenvolvido. Distribuição a todos os alunos
em etapas presenciais.

Controle de Processo - Material impresso e versão on-line.

Questionário aplicado ao final de cada disciplina, para aferir com os


participantes a qualidade dos instrumentos utilizados e a performance dos
profissionais envolvidos. Distribuição via correio e também disponível via
Internet, quando o curso utiliza Espaço Virtual de Aprendizagem.

Manual do Aluno - Material impresso e versão on-line.

Guia de orientação para a aprendizagem a distância. Orientação e técnicas de


autoestudo.

O Jornal

Saiu no Jornal Escolar!

[Trabalho coletivo, 8º ano, Jornal "Conquistando um espaço" nº 46,


Maranguape/CE]

Leia os Jornais que estão circulando

141
["Informação pra já" nº 13, EMEF Manoel Cordeiro, Maranguape/CE]

Ter jornal na sala de aula significa trazer o mundo para dentro da escola. O uso
desta ferramenta propicia a interação do aluno, do professor, de escola com
grandes temas da atualidade e também acesso à informação.

O uso de jornais é um recurso a mais para a prática didática, é atualizado,


dinâmico, proporciona atividades desafiadoras que propiciam a integração de
assuntos, levando o aluno a conhecer diferentes posturas ideológicas diante de
um fato, a tomar posições fundamentadas e respeitar diferentes pontos de
vista.

O uso do jornal como material didático - pedagógico deve ultrapassar a ideia de


seu caráter técnico – utilitário. Isso exige do professor a reflexão e a criação de
suas próprias estratégias, de acordo com o interesse dos alunos.

142
Mesmo assim, considerando as possibilidades de acesso da maioria da
população mundial a esses recursos que exigem uma sofisticada tecnologia,
entendemos que o velho objeto-livro, que pode ser transportado para qualquer
lugar e que dispensa energia para funcionar, ainda vai ser útil por muitas
gerações.

Considerando as teorias de aprendizagem, que explicam o conhecimento por


meio da interação do sujeito com o ambiente físico e social, e as novas
tecnologias da informação, em que a informática pode criar condições para
uma maior interação entre os sujeitos envolvidos e o objeto a ser conhecido, a
cultura do material impresso está presente, ocupando um lugar garantido nos
processos de ensino-aprendizagem.

Como associar a utilização de material impresso como recurso didático na


Educação a Distância?

143
U NIDADE 22
Objetivos: Mostrar os recursos audiovisuais como grande motivador na
aprendizagem.

Recursos Audiovisuais na Aprendizagem: Tecnologia e Mídia

Tópico I: O Universo da Comunicação Audiovisual

Reforçando a UNIDADE XII - Recursos Tecnológicos e Aprendizagem,


vimos que hoje, o universo da comunicação audiovisual está presente no
cotidiano das pessoas. Não se pode negar que todas as pessoas, incluindo
aquelas com comprometimentos audiovisuais, se consideram capazes de
avaliar ou emitir uma opinião sobre um programa de TV, um filme ou uma
mensagem do correio eletrônico.

Os recursos audiovisuais são aqueles que estimulam à visão e/ou a

audição. Estes recursos e outros, como ser exemplo, outdoors,


letreiros, propagandas, livros, revistas, panfletos, embalagens, fotografias,
videogames, multimídia, imagens em movimento, imagens associadas a sons e
luz, a palavras e textos coloridos, colaboram para aproximar a aprendizagem
de situações da vida.

Tópico II – Descrição de Alguns desses Recursos

A) Rádio e Televisão

Como já vimos o rádio e a televisão já são utilizados para fins educacionais


durante muitos anos e ainda hoje permanecem como alguns dos recursos
importantes para motivar, acomodar e assimilar determinados conteúdos de
certas disciplinas.

144
Os principais pontos fortes e uso da transmissão são:

Podem ser usados para ouvir e assistir palestras, perguntas dos ouvintes ou
telespectadores e discussões em painéis;

Ajudam a manter os alunos interessados e proporcionam segurança quanto a


disciplinas;

Os programas podem proporcionar aos alunos uma percepção de que fazem


parte de uma comunidade de pessoas envolvidas com os mesmo temas;

No caso da televisão os programas podem ser visto e ouvidos por tipo de


assunto e discutido por todos na sala;

A transmissão, especialmente pela televisão, se destaca porque ajuda a criar


uma imagem positiva da escola na mente do público em geral.

O rádio tem algumas vantagens em relação à televisão:

 por ser uma mídia flexível, permitindo uma reportagem com informações
de qualquer lugar do mundo;

 proporciona uma atualização rápida de material a custos técnicos


reduzidos.

Segundo MOORE e KEARSLEY (2005, páginas 84 e 85) Um produtor sênior


do Centro de Produção da BBC Universidade Aberta do Reino Unido iniciou
quatro princípios básicos para orientar a decisão de usar a Transmissão pela
TV. São eles:

 Integração. O material precisa ter relação próxima com o restante do


curso. ―Radcliff (1990) escreve:‖ A não ser que esteja realmente
atendendo a necessidade de ensino muito específicas, por mais atraente
e bem elaborado que seja não valerá a pena investir dinheiro nesse tipo
de transmissão e, portanto, deve haver uma integração próxima com o
restante do material do curso, incluindo o sistema de avaliação‖.

145
 Especialização. É importante usar a televisão somente para aquilo que
ela pode fazer com perfeição – e por menor custo, e não o que pode
igualmente ser feito na forma impressa ou por outra tecnologia;

Qualidade. Os programas para transmissão devem ser produzidos com os


padrões mais elevados de qualidade e ter uma grande duração, a fim de
recuperar os custos. Isso significa que devem durar muitos anos e ser usados
diversas vezes, o que requer tomar decisões cuidadosas a respeito do
conteúdo de um programa evitando imprimir ou transmitir, por áudio, conteúdo
que não terá muita validade com o passar do tempo.

Custo compatível. Devem ser criados programas somente quando existir uma
justificativa pedagógica e quando eles puderem ser usados para um número
suficiente de alunos, a fim de terem um custo compatível.

a.1) Serviço Fixo de Televisão Educativa (ITFS – Instruccional Television Fixed


Service)

NO ITFS (htp: www.ifts.org) geralmente é usada uma conexão telefônica para


permitir que os alunos tenham contato de áudio com o instrutor durante o
programa para formular ou responder a perguntas.

a.2) Televisão a cabo (CATV) - envolve a distribuição de sinais de televisão por


meio de um cabo coaxial ou de fibra óptica conectado diretamente ao aparelho
de televisão do usuário. Muitas escolas, empresas e faculdades possuem em
suas instalações sistemas de circuito fechado que são usados para distribuir
internamente programas produzidos ou transmissões externas.

a.3) Satélites de Transmissão Direta (DBS) – Direct Broadcast Satellites - Os


Satélites de transmissão direta (DBS) utilizam uma antena parabólica pequena
e barata tornando-a viável para os alunos receberem diretamente programas
em sua casa ou escritório.

146
a.4)Vídeo Transmissível - Com o surgimento da Word Wide Web (www) tornou-
se possível uma nova forma de disseminação por vídeo, denominada vídeo
transmissível. Isso envolve colocar o vídeo em formato digital e permitir que as
pessoas façam o download na forma compactada a partir de um servidor da
web.

Tópico III -Teleconferência para a Educação Médica.

B) Teleconferência - É uma forma de tecnologia de telecomunicação interativa.


Existem mais três tipos diferentes dessa tecnologia: Audioconferência,
Audiográfico, Videoconferência,

b1) Audioconferência – os participantes são conectados por linhas telefônicas.


Os participantes individuais podem utilizar seus telefones usuais, ao passo que
os grupos podem usar um fone ou kits de alto-falantes e microfone.

b2) Audiográfico – esta tecnologia agrega imagens visuais ao áudio e, também,


é transmitida por linhas telefônicas. Existem diversos sistemas baseados em
computador que permitem a transmissão de imagens gráfica e de dados.

b3) Videoconferência – também conhecida por televisão interativa. Permite a


transmissão nos dois sentidos de imagens televisadas, via satélite ou cabo.

Tópico IV – Aprendizado Baseado em Computador

Refere-se a programa de estudo autogerenciados no qual o aluno usa sozinho,


de maneira pessoal, sendo o programa educacional disponibilizado em um CD-
Rom. A principal vantagem da instrução por computador é poder oferecer uma
oportunidade de alta qualidade para o aluno interagir com a disciplina sob seu
controle integral.

De acordo com a tabela elaborada por MOORE E KEARSLEY (2005, página


93) podemos visualizar os pontos fortes e fracos de cada tecnologia
apresentada, até então, nesta unidade.

147
Pontos Fortes Pontos Fracos
Dinâmicas/Proporciona Muito tempo de
experiência desenvolvimento/custo
indireta/Controladas pelo elevado.
Gravações em
alunos.
áudio
Dinâmica/Imediatos/Distribuição Temo de
em massa desenvolvimento/custos
Rádio/televisão
elevados para se obter
qualidade/programável.
Teleconferência Interativa/Imediata/participativa Complexidade/Não
confiável/programável
Aprendizado por Interativo/Controlado pelo Tempo de
computador e aluno/Participativo desenvolvimento/custos
baseado na web elevados/Necessidade
de equipamento/falta de
confiabilidade.

MOORE E KEARSLEY (2005) ressalta que “nenhuma tecnologia isoladamente


tem possibilidade de atender a todos os requisitos de ensino e aprendizado de
todo um curso ou programa completo, satisfazer as necessidades dos
diferentes alunos ou atender às variações em seus ambientes de aprendizado”.

Podemos então concluir que para além de conhecer o detalhamento de cada


tecnologia de construção da linguagem audiovisual, se faz também necessário
utilizá-la pedagogicamente, e fazer dela instrumento de criação, expressão e
comunicação na Educação.

148
U NIDADE 23
Objetivo: Demonstrar a importância do rádio como veículo de Educação de
massa.

A Tecnologia do Rádio

Tópico I - O Rádio como Instrumento Educativo

Acontece

Reportagem da Veja, noite de segunda-feira, 19 de novembro de 2001

O DIA INTEIRO

Rádio da Universidade comemora o aniversário com tributo pela paz

Durante toda a segunda-feira a rádio vai transmitir shows musicais,


espetáculos e aulas abertas com entrada franca no estúdio-auditório da
emissora. Uma Segunda-feira dedicada à paz é a proposta da Rádio
Universidade da UFRGS na comemoração do seu aniversário. São 44 anos
transmitindo informação e cultura na cidade e, nada melhor do que celebrar a
data, com fazendo arte em nome da paz. Durante todo o dia a Rádio
Universidade vai transmitir pelo 1.080 AM shows musicais, rádio-novela e aulas
abertas. Quem quiser conferir de perto pode passar no estúdio-auditório da
emissora a partir das 9h30min da manhã. A programação termina às 19 horas
com show do grupo vocal De Quina Pra Lua. Entre os convidados estão Hard
Working, The Darma Lovers, The Beatles Fun Club Band, Ivone Pacheco e
Moacyr Scliar. A entrada é franca.O Rádio Educativo no Brasil: de Roquette-
Pinto a Luís Inácio Lula da Silva

http://www.jornalismo.ufsc.br/

149
―O Rádio Educativo no Brasil surgiu quando Edgar Roquette-Pinto fundou a
primeira emissora de rádio brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em
1923. Lá se vão 80 anos. Desde então, muita coisa mudou no rádio brasileiro.
A Rádio Sociedade se transformou na Rádio MEC ao ser doada, em 1936, para
o então Ministério da Educação e Saúde, do governo de Getúlio Vargas, com a
condição de que a Rádio Sociedade permanecesse fiel ao seu tema cultural e
educativo, sem vinculação comercial, política ou religiosa. E assim foi...

A Rádio MEC, em seus 80 anos, foi um palco privilegiado para grandes


momentos da poesia e da música brasileira. Lá recitaram seus poemas Cecília
Meirelles, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. E a música rolou
solta, na descontração de bambas como Jacob do Bandolim e Altamiro
Carrilho; na técnica privilegiada de eruditos como Villa-Lobos e Francisco
Mignone e na versatilidade de Guerra Peixe e Radamés Gnatalli.

O rádio, como veículo de Educação de massa, tem sua principal vantagem


sobre outros veículos de comunicação no que diz respeito ao custo e sua
penetração. Durante muitos anos, os programas educativos de rádio e TV
foram produzidos em muitos países. Em 1970 foi lançada uma programação
educativa e cultural, nas emissoras de rádio de todo o país. Através do Projeto
Minerva, uma homenagem à Deusa da Sabedoria, a escola passou a ir até o
aluno, ao invés do aluno ir até a escola.

O Projeto Minerva destinava-se à complementação do trabalho de sistemas


educativos tradicionais, à educação supletiva de adolescentes e adultos e à
Educação Continuada. Podia abranger qualquer nível de escolaridade,
divulgação ou orientação educacional pedagógica e profissional. Os programas
eram produzidos e veiculados para as diferentes regiões brasileiras.

Com o fim do Projeto Minerva, a Rádio MEC, pertencente à extinta Fundação


Roquette-Pinto, manteve-se como principal produtora de programas educativos
e culturais. Nos últimos anos, foram produzidas muitas séries visando à difusão
cultural das diferentes regiões brasileiras e séries educativas visando a atender
diferentes públicos, da criança ao idoso, passando pelos jovens, deficientes e

150
professores. Programas de literatura, teatro, poesia, festivais de músicas e
muitos outros estão sempre presentes na grade da Rádio MEC. Nos últimos 6
anos, a Rádio MEC sofreu com mudanças políticas, desde que deixou de
pertencer ao MEC e passou a ser ligada à Secretaria de Comunicação da
Presidência da República, no Governo Fernando Henrique. Com o novo
governo, após anos de sucateamento e com sua programação educativa quase
toda extinta, a Rádio MEC hoje, pertencente à ACERP, Associação de
Comunicação Educativa Roquette-Pinto, volta a priorizar em sua programação
a boa música popular e de concerto e uma programação educativa voltada
para cidadania e programas para diferentes públicos.‖

Complementando o texto acima – (GT História das Mídias Educativa


apresentada no II Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho
Florianópolis, de 15 a 17 de abril de 2004, podemos ainda esclarecer que foi no
decorrer das duas guerras mundiais que o áudio, isto é, o rádio, começou a
ganhar força e surgiu como meio de comunicação sistemático. Inicialmente, ele
não tinha alto-falantes, e os ouvintes usavam fones individuais para receber
suas mensagens. Eram os rádios de galena. A tecnologia dos receptores à
válvula foi assimilada pela sociedade em meados dos anos 20, ocasião em que
o rádio adquiriu suas atuais características: mudança de volume, alto-falantes e
recepção compartilhada. Sua evolução sempre esteve associada a interesses
tanto comerciais quanto políticos. Ele foi o primeiro meio de comunicação
imediata, de forte apelo e penetração popular. Seu poder de falar com todos
produziu um grande impacto na sociedade e logo foi absorvido politicamente.
Este é o caso dos franquistas espanhóis, dos fascistas italianos e dos nazistas
alemães, que realizaram emissões de rádio utilizando-o como meio de
propaganda, de penetração ideológica e de difusão de ideias.

Brecht, dramaturgo alemão, expressa sua admiração por essa tecnologia da


seguinte forma:

Pequena caixinha que carreguei quando em fuga

Para que suas válvulas não pifassem,

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Que levei de casa para o navio e o trem

Para que os meus inimigos continuassem a falar-me

Perto de minha cama, e para minha angústia,

As últimas palavras da noite e as primeiras da manhã

Sobre suas vitórias e sobre meus problemas

– Prometa-me não ficar muda de repente.

As ondas sonoras transportam os sons através do espaço e são recebidas na


mesma sequência temporal em que são transmitidas, o que caracteriza a
linearidade e a temporalidade da mensagem radiofônica. Uma das
desvantagens da utilização do rádio em projetos educativos é que o ouvinte
não tem condições de mudar a ordem das informações, nem estabelecer
prioridades, diferentemente do uso que faz do material impresso ou eletrônico,
quando pode selecionar a ordem do que lê. No máximo, pode mudar de
estação, o que também não faz com tanta frequência como quando usa a
televisão. A mensagem do rádio é unidirecional, as possibilidades de
participação dos ouvintes são mínimas, apenas com eventuais interferências
associadas a outros meios, como telefone, carta, fax e, raramente, ao vivo, nos
estúdios de gravação.

Outra desvantagem é que o seu texto, apenas sonoro, é resultado da


construção simbólica linguística e da voz e suas diferentes modulações,
texturas, entonação, tom, sotaque, humor, solenidade, complementado com
músicas e efeitos sonoros. A percepção, apenas auditiva, descentraliza a
atenção humana. Simultaneamente à escuta, as pessoas ficam suscetíveis a
outras percepções e podem realizar, ao mesmo tempo, outras atividades.
Essas características acentuam o caráter efêmero das mensagens radiofônicas
e justificam a redundância e a repetição de seus conteúdos, principalmente em
projetos educativos. Geralmente as campanhas transmitidas pelo rádio

152
possuem peças de curta duração, veiculadas muitas vezes e de diversas
formas, na grade de programação.

Seu amplo alcance, diversificação e baixo custo fazem com que o rádio seja o
meio utilizado com mais frequência nos projetos de desenvolvimento social.
Com os recentes avanços das tecnologias da informação, sua
operacionalização exige cada vez menos especialização, o que vem
possibilitando a diferentes instituições e grupos sociais a criação de rádios
comunitárias, ampliando o acesso e permitindo ao usuário desenvolver uma
postura crítica para a compreensão do meio. A análise das suas características
de transmissão, produção e recepção, da forma como se pode construir e
transmitir e receber a informação, permitirá desenvolver ferramentas
conceituais para uma escuta reflexiva, como podemos conferir na reportagem
abaixo.

Acontece

Reportagem da Veja de Sexta-feira, 18 de Outubro de 2002.

FILMES

Uma Onda no Ar relembra a história da Rádio Favela de Belo Horizonte

A exemplo de Cidade de Deus, o mineiro Helvécio Ratton (Amor & Cia.)


preferiu trabalhar com atores amadores nesta fita baseada em fatos reais.
Trata do surgimento de uma rádio que, em um conjunto de favelas de Belo
Horizonte, levava informação a cerca de 80.000 moradores.

Miguel Barbieri Jr., da Veja São Paulo

Com programação diferenciada e linguagem popular, a Rádio Favela surgiu


nos anos 80. Na mira da polícia, foi diversas vezes fechada. Atrás do
microfone, quatro jovens idealistas: Jorge (papel de Alexandre Moreno, melhor
ator no Festival de Gramado), Roque (Babu Santana), Zequiel (Adolfo Moura) e
Brau, interpretado por Benjamim Abras.

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Experiência que vale a pena passar

Internet Rádio educativa

A professora Gladis Leal dos Santos (ao centro) e


seus alunos: estímulo ao envolvimento com a
escola.

Alunos do CAIC Mariano Costa, em Joinville,


Foto: Cléber Gomes/AN montam programa que mistura informação e
entretenimento.

Marlise Groth em Joinville

Informação, entretenimento e música. Essa é a proposta da Rádio Web que


neste semestre entrou em funcionamento no Centro de Atendimento Integral à
Criança (CAIC) Mariano Costa, em Joinville. Nas ondas do rádio, mas numa
tecnologia voltada à internet, um grupo de 12 alunos da sexta série / 7ºano e
da oitava série / 9º ano tem expandido o conhecimento da sala de aula para
além dos muros e trocado experiências com estudantes de outros Estados.
Estreitando o caminho da comunicação que antes levaria semanas pelo
correio, do outro lado do oceano eles também são ouvidos, pela net, por
crianças de uma escola em Portugal.

A iniciativa de desenvolver uma rádio pela internet foi da professora Gladis Leal
dos Santos. Responsável pela sala informatizada, no começo deste ano ela fez
um curso on-line sobre Podcast num site educacional. Aprendeu a usar as
ferramentas e resolveu levar o projeto da rádio à orientadora pedagógica. "No
passado o CAIC tinha um projeto de rádio interno que foi interrompido com o
furto das caixas de som", conta. "Percebi que a rádio na web era uma boa
ferramenta para reativar a proposta e estimular o envolvimento das crianças".
Bem recebido pela coordenação, o projeto foi divulgado nas salas de aula em
busca de voluntários. Os interessados foram chamados para reuniões no
período vespertino onde receberam informações adicionais sobre o trabalho,
oportunidades e desafios. Divididos em duplas, os próprios estudantes

154
estabeleceram um cronograma de atividades que os trouxe à escola à tarde.
Sem obrigatoriedade, a presença dos 12 estudantes é constante na sala
informatizada. E o resultado de 50 dias de trabalho já está no ar. O programa
piloto, desenvolvido e editado pelos adolescentes, com idades entre 11 e 14
anos, pode ser conferido pelo endereço http://caicmariano.podOmatic.com.
Além de ouvir ao piloto, de 38 minutos, o visitante pode assistir a uma
entrevista feita pelas crianças com um grupo de estudantes de Pedagogia que
foi até o CAIC conhecer o projeto. "Pode parecer pouco um programa em dois
meses de trabalho, mas é um avanço se levarmos em conta as reuniões, o
conhecimento da tecnologia, a pesquisa em busca de conteúdo e o
envolvimento com o universo de uma rádio‖.

Oportunidades apesar da desconfiança dos pais

A história de "trabalhar em uma rádio" em princípio causou estranhamento


entre os familiares dos estudantes. "A minha mãe perguntou como uma
'mixuruquinha' como eu ia trabalhar nisso se não conhecia nada sobre rádio.
Pediu bilhetinho da professora Gladis e depois de tudo explicado se empolgou
com a ideia", recorda entre risos a pequena Danielle Galdino, 11 anos. Aluna
da sexta série / 7º ano é ela quem conduz a entrevista que pode ser assistida
na página da internet onde está o programa; A mãe de Renan Bruno
Heidemann, 14, da oitava série, também foi até ao CAIC para saber mais. "Veio
aqui e aprovou, disse que fica tranquila em saber que estou na escola e
desenvolvendo algo bom para o meu futuro", relata. Na casa de Wagner Luís
de Andrade, 14, o apoio veio de imediato. "Eles já falavam que a minha voz era
boa e disseram que eu deveria investir nessa oportunidade", conta. E as
oportunidades realmente não faltam.

O grupo também foi com a professora visitar uma emissora de rádio local,
conhecer e acompanhar o trabalho dos locutores e dos técnicos que
desenvolvem vinhetas e montam a programação. "A gente aprende, se distrai e
se diverte de uma forma positiva", resume Jaqueline Adriana de Oliveira, 14
anos que junto com Érica Cristine Müller, 13, e Ivanessa Klem, 14, se divide
entre reportagem, edição e locução. De acordo com a professora Gladis Leal

155
dos Santos, outros centros de ensino podem aproveitar a ferramenta para
outras dinâmicas interdisciplinares. O site que hospeda o projeto é gratuito,
assim como o programa Audacity, empregado para a edição. O CAIC Mariano
Costa também utiliza a internet para desenvolver escritas colaborativas. Nelas,
crianças joinvilenses desenvolvem textos coletivos junto com estudantes
portugueses. "Integração é o que não falta", resume Gladis.

http://caicmariano.podomatic.com.

http://www.jornalismo.ufsc.br/

http://an.uol.com.br/2006/jun/16/0ane.jsp#1

156
U NIDADE 24
Objetivo: Aprender a utilizar a internet para ampliar conhecimentos necessários
ao crescimento pessoal e profissional.

Internet: Vilã ou Aliada da Educação.

Tópico I – Internet

A rede que abraça todo o planeta

O que dizia a reportagem da revista VEJA, em 1º de março de 1995.

Mudanças radicais do cotidiano, mesmo em áreas mais visíveis como a moda


ou a arquitetura, nunca chocam muito porque no começo aparecem aos
poucos e depois as pessoas se acostumam e não reagem mais. Com a Internet
será difícil acostumar-se. Se você ainda não notou, tenha a certeza de que,
muito em breve, vai ser obrigado a perceber. O susto, acredite, será muito
grande. Até a semana passada, a rede interligava mais de 40 milhões de
pessoas em mais de 100 países. O mais espetacular nem é o tamanho, e sim
o ritmo de propagação dessa onda. A Internet terá provavelmente 400 milhões
de usuários até o final deste ano. Além desse horizonte, ninguém se arriscaria
a prever. Seria certamente o maior negócio do planeta se alguém pudesse
dominá-la sozinho. As redes comerciais estão numa corrida desenfreada para
ver quem oferece mais serviços da Internet.

A Internet é uma experiência humana rara, é a concretização da profecia da


aldeia global. A rede mundial representa uma das raras janelas que a
tecnologia moderna abriu e que se descortina com a mesma amplitude para os
países ricos e pobres.

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O que aconteceu depois:

Na virada do século, a Internet já era uma realidade nos cotidianos de centenas


de milhões de pessoas no mundo todo. Com o acesso facilitado pelo
surgimento dos grandes provedores comerciais e pela popularização dos
browsers para navegação na web, a rede também se transformou, como a
reportagem de VEJA, previa num negócio de proporções monumentais. A
economia tradicional teve de acolher a chegada de novas gigantes, como
America Online, Yahoo e Amazon. O surgimento da nova economia, no
entanto, não teve o impacto esperado. No início da década seguinte, depois de
um período de investimentos bilionários e disparada no valor das ações de
empresas de Internet, a "bolha" deste novo mercado estourou. Como resultado,
a economia global assistiu a milhares de demissões, centenas de falências e
dezenas de grandes fusões entre empresas de mídia e tecnologia. Apesar
disso, a rede viria para ficar: com mais de meio bilhão de usuários, a Internet
consolidou-se como meio fundamental para o comércio eletrônico, atividades
intelectuais, educacionais e empresariais e, claro, a ferramenta de
comunicação pessoal de maior impacto no mundo. Apenas uma previsão não
se concretizou: ao contrário do que se esperava; ricos e pobres não tiveram as
mesmas oportunidades na rede, e os países em desenvolvimento ainda estão
muito atrás dos desenvolvidos no número de pessoas com acesso à Internet.

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Ainda nesta edição de VEJA Internet, encontramos:

BANDEIRA ATUAL - Em breve, a maioria dos computadores estará plugada na


Internet, cujo potencial é tamanho que a rede mundial hoje parece muito mais
uma solução à procura de um problema. Para os países pobres, onde o que
não falta são problemas, a Internet pode oferecer inúmeras soluções. Sua
aplicação na Educação parece mais do que óbvia. Nos países ricos, onde há
recursos de multimídia de sobra nas escolas, à rede mundial ainda não colou
como ferramenta didática. O mais recente levantamento do Centro para a
Criança e a Tecnologia dos Estados Unidos descobriu que apenas 4% das
escolas utilizam a Internet em salas de aula e apenas 22% dos professores se
dizem familiarizados com a rede embora 73% concordem que a Internet é
potencialmente útil para o ensino.

Um computador ligado à Internet em cada sala de aula de escola pública


brasileira. Eis uma bandeira de luta adequada aos tempos atuais. Quem achar
utópico que dê um desconto. Um computador em cada sala dos professores.
Custaria uma fração do orçamento do Ministério da Educação e muito menos
do que se gasta, por exemplo, com avaliações do método Paulo Freire, que só
dá certo em países que dão errado como Moçambique e Cuba. Professor não
come bits nem a Internet é a solução para todos os problemas, mas a rede
mundial representa uma das raras janelas que a tecnologia moderna abriu e
que se descortina com a mesma amplitude para os países ricos e pobres.

Para NETTO, 2005, ―A criação da Internet representa o surgimento de uma


rede de computadores que interliga milhões de usuários em todo o mundo. O
número de usuário é bastante variável, uma vez que mais de uma pessoa pode
utilizar um mesmo número de protocolo da Internet, em um imenso espaço
virtual.‖ Para ratificar o que Netto escreve, leia a seguir a reportagem abaixo:

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Tópico II – Internet

Brasil já ultrapassa os 20 milhões de usuários


31 de Outubro de 2007

O Ibope/NetRatings divulgou nesta quarta-feira que o número de usuários de


internet residenciais ativos no Brasil atingiu 20,1 milhões em setembro de 2007,
crescimento de 47% em relação ao mesmo mês do ano passado.

De acordo com o instituto, o número total de pessoas com acesso à internet no


Brasil já é de 36,9 milhões, considerando residências, trabalho e locais públicos
gratuitos e pagos.

Ainda segundo os levantamentos do mês de setembro, os brasileiros são os


que ficam mais tempo navegando na internet: o tempo de uso residencial é de
22 horas mensais por pessoa, enquanto americanos navegam 18 horas e 54
minutos por mês; e os japoneses, 18 horas e 21 minutos. Em setembro de
2006, o tempo de navegação domiciliar dos brasileiros era de 20 horas.

Crianças e os adolescentes de ambos os sexos são os que mais contribuem


para a expansão da internet residencial: 53% por ano. No quesito intensidade
de uso, mulheres de 18 a 24 anos aumentaram, em um ano, em 25% a
quantidade de páginas vistas.

Férias - Entre setembro de 2006 e setembro de 2007, a categoria de maior


crescimento porcentual foi Casa e Moda, com 73%; Viagens e Turismo tiveram
evolução da audiência de 67%; e a categoria Automotiva, cresceu 57%. Sites
de gastronomia, venda de imóveis e sobre assuntos de beleza foram os que
mais cresceram na categoria Casa e Moda; enquanto em Viagens voltou a
aumentar a navegação em sites de mapas, além de sites que oferecem
pacotes turísticos e passagens aéreas.

Em tempo de navegação por usuário, a categoria Buscadores, Portais e


Comunidades passaram para a primeira posição. Esse movimento está
relacionado ao aumento do tempo on-line em comunidades. Por causa do

160
maior interesse por redes sociais e por blogs, o tempo on-line mensal do
usuário de Comunidades passou de 3h39min em setembro de 2006 para
4h40min em setembro de 2007 (crescimento de 29%).

Vimos que hoje a internet representa o surgimento de uma rede de


computadores que interligam milhões de usuários em todo o mundo. Mas
afinal, para que serve a internet?

Do ponto de vista educacional, a internet pode ser empregada com os


seguintes propósitos:

 Para a troca de mensagens eletrônicas (e-mail) entre todas as partes do


mundo;
 Para o compartilhamento de informações e para a busca de apoio à
solução de problemas;
 Para a participação em discussões entre membros da comunidade
Internet;
 Para acesso a arquivos de dados, incluindo som, imagem e textos;
 Para a consulta a uma vasta biblioteca virtual de alcance mundial,
permitindo o acesso a uma quantidade de informações sem
precedentes.

Podemos entender que a Internet já modificou a forma de ensinar e de


aprender. Ela impulsiona o aluno a buscar informações de seu interesse, sem
precisar da orientação do professor.

161
Tópico III - Acesso à Internet em Escolas Pode se Tornar Obrigatório

www.abt-br.org.br em -09/02/2007 às 19h22min.

Reportagem da Revista Tecnologia Educacional

A Câmara dos Deputados analisa projeto de lei do senador Aloizio Mercadante


(PT-SP) que torna obrigatória, até 2013, a universalização do acesso a redes
digitais de informação, inclusive à internet, em estabelecimentos de ensino de
todo o país. A medida deve alcançar tanto instituições públicas quanto
particulares, do ensino básico até o superior. A proposta obriga ainda a oferta
de um computador com acesso à internet, em cada turno da escola, para cada
dez alunos.

A exigência passa a constar da Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional (LDB), a Lei 9.394/96. O projeto altera ainda a lei que instituiu o
Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), para
estipular que 75% dos recursos arrecadados pelo Fundo, de 2008 a 2013,
sejam aplicados no acesso a redes digitais. A reserva de recursos para
implementação das redes beneficia também instituições de saúde e bibliotecas
públicas. O atendimento já era previsto na legislação do Fust (Lei 9.998, de
2000), porém não havia a previsão de aplicação de recursos mínimos.

Na mesma margem de 75% se enquadra outra finalidade do fundo: a redução


do valor das contas de serviços de telecomunicações dos estabelecimentos de
ensino e das bibliotecas, especialmente dos frequentados pela população
carente. O projeto será analisado por uma comissão especial. Se aprovado,
segue para a votação no plenário.

Tópico IV - Para não concluir

Podemos considerar este assunto como inesgotável, mas temos que ter em
vista que a Educação Digital é um dos novos papéis da escola na atual
Sociedade da Informação. A função do educador é ensinar ao aluno que esta

162
ferramenta tem que ser utilizada para cidadania; com ética; como propriedade
intelectual; assegurando sua privacidade e segurança on-line, preparando
indivíduos adaptáveis e criativos que lidem facilmente com a rapidez na
fluência de informações para um novo mercado de trabalho cujas exigências
tendem a ser maiores que as atuais.

Problemas com Orkut, predadores on-line, crackers, assédio digital, conteúdos


inapropriados a menores, desinformação sobre as consequências legais do
mau uso da Internet, crimes cometidos sob a falsa impressão de anonimato,
inabilidade de pensamento crítico quanto a informações falsas e verdadeiras
disponíveis na rede, plágio, pirataria, e até uso indevido da marca da instituição
são apenas alguns dos assuntos dos quais a escola tem que dar a devida
atenção.

Podemos concluir afirmando que: A internet, em si, não é vilã nem aliada da
Educação, sendo apenas um instrumento, depende do uso que dela se fizer.
Com educadores preparados para aproveitar ao máximo os recursos providos
pela tecnologia, dentro dos limites legais, trabalhando para assegurar que os
alunos tenham uma experiência positiva on- line, a internet, sem dúvida,
contribuirá em muito para a melhoria da Educação.

163
U NIDADE 25
Objetivos: conhecer os termos mais utilizados na web para facilitar o acesso ao
mundo virtual.

Termos mais Utilizados na Web.

Tópico I Portais Educacionais

Os portais educacionais, em uma visão simples, nada mais são do que a


reunião de mecanismos de comunicação, de ferramentas para gerenciamento
do conteúdo e da interação usuário/ferramentas pedagógicas. As ferramentas
de comunicação possibilitam a interatividade do portal e destinam-se à
comunicação síncrona e assíncrona. Para a comunicação síncrona utiliza-se o
chat; para a comunicação assíncrona o e-mail, o fórum, o jornal mural. As
ferramentas pedagógicas referem-se aos mecanismos que apresentam o
conteúdo, modelam situações de ensino, realizam a análise das interações e
das concepções dos alunos diante de um conteúdo e mecanismos como
biblioteca virtual e outros que possibilitam utilizar diferentes estratégias
pedagógicas. Cabe salientar que os portais educacionais podem congregar
diferentes conteúdos ou podem ser portais temáticos.

Tópico II – Glossário dos termos mais utilizados na Web

 Aplicativos: produtos de software. Podem ser processadores de texto,


sistemas de autoria, programas de desenho, pintura, ilustrações ou
planilhas eletrônicas, entre outros;
 Barras de links: um conjunto de botões de texto ou elementos gráficos
representando hiperlinks para páginas do seu site e para sites externos;
 Biblioteca virtual: coleção de livros, textos e informações textuais
representadas de diferentes formas e disponíveis de maneira organizada,

164
catalogada segundo padrões especificados pela Ciência da Informação na
rede de telecomunicações;
 Browser (navegador): aplicativo que permite a procura, na rede, de textos,
imagens ou gráficos de maneira aleatória ou sistemática;
 CD-ROM: dispositivo de armazenamento de informações de forma digital;
 Chat ou sessão bate-papo: é um sistema em que são permitidas conversas
on-line, situação em que uma ou mais pessoas participam ao mesmo tempo
de uma conversa;
 Comunicação síncrona e/ou assíncrona: comunicação realizada on-line que
pode ser em tempo real (síncrona), isto é, simultânea, ou com uma
defasagem de tempo, isto é, de forma assíncrona;
 Correio eletrônico de voz ou voice e-mail: sistema similar ao correio
eletrônico que permite o envio e a recepção de arquivos de voz digitalizados
via rede, o que faz melhorar a comunicação;
 E-mail ou correio eletrônico: correspondência que se pode enviar e/ou
receber diretamente no computador através de um endereço na Internet.
Esta ferramenta permite transferência de manuscritos entre autores,
revisores e editores aumentando com isso, a igualdade entre participantes,
reduz tempo de produção científica, economiza postagem, melhora
qualidade de pesquisa, reduz atrito de trabalho colaborativo;
 FAQ (Frequently asked questions): lista de perguntas e respostas relativas
às dúvidas mais comuns sobre determinado assunto;
 Ferramentas: mecanismos disponíveis on-line para facilitar a comunicação
entre os usuários da rede. Exemplos: programas de mecanismo de busca
de informação, programas para comunicação como e-mail, fórum, entre
outro;.
 Fórum: discussão aberta em que uma ou mais pessoas possuem o
conhecimento do assunto em questão e um grupo inteiro participa;
 Grupos de discussão e/ou e-groups ou newsgroups: ferramenta que permite
a troca pública de mensagens sobre os mais variados assuntos e que
possibilita o armazenamento das mensagens em determinado local;
 Hardware: equipamento, partes físicas de um computador, como mouse,
monitor, teclado, entre outros;

165
 Home Page: página inicial de qualquer endereço eletrônico que possibilita a
conexão ou hyperlinks para outros servidores da Internet;
 MSN: este serviço permite troca de informação on-line, com conhecimento
de quais usuários estão na rede em dado momento;
 Interface: constitui o meio pelo qual se realiza a interação entre o usuário e
o software no qual ele interage. A interface é o que se vê, assim, no caso de
uso educacional é fundamental uma interface agradável entre o aluno e o
ambiente de aprendizagem mediado por novas tecnologias. O termo
interface designa um elemento discreto e tangível através do qual o usuário
permite a informação e sua manipulação em um sistema computacional. É a
forma de representação do modelo organizacional da informação, uma
forma de visualização do conteúdo e o meio que permite o acesso a este
mesmo conteúdo;
 Internet vídeo: videoconferência via Internet. Esta ferramenta oferece
palestras, seminários e cursos com a vantagem de se ver os participantes;
 Intranet: uma rede dentro de uma organização que usa tecnologias da
Internet (como o protocolo HTTP ou FTP). Usando hiperlinks, é possível
explorar objetos, documentos, páginas e outros destinos na intranet;
 Hiperlink: texto ou elemento gráfico colorido e sublinhado no qual você clica
para ir até um arquivo, um local de um arquivo, uma página da Web no
World Wide Web ou uma página da Web em uma intranet. Os hiperlinks
podem também levar a grupos de notícias e sites Gopher, Telnet e FTP;
 Lista de discussão: sistema de armazenamento e distribuição de
mensagens eletrônicas para grupos específicos sobre determinado tema,
no qual todos os participantes recebem a mesma mensagem;
 Login: nome do usuário para acessar a rede;
 Moderador: função exercida por um integrante de uma lista de discussão
com a finalidade de evitar que aquele fórum tenha seus objetivos
desvirtuados. Geralmente um moderador interfere quando as discussões
resvalam para a agressividade ou a lista começa a receber muitas
mensagens cujo teor não coincide com o assunto em foco;
 Modem: dispositivo que adapta um computador a uma linha telefônica,
convertendo os pulsos digitais do computador para frequências de áudio

166
(analógicas) do sistema telefônico e as frequências de volta para pulsos no
lado receptor;
 Multimídia/hipermídia: os sistemas hipermídia/multimídia caracterizam-se
pelo tipo de informação que é especificada, manipulada, editada,
armazenada e recuperada. Em seu sentido mais amplo o termo refere-se à
apresentação de informações através da integração de distintas mídias
(textuais, visuais, sonoras e animadas) em uma única apresentação. É, na
verdade, um método de integrar e projetar tecnologias de computador em
uma só plataforma, de maneira a permitir ao usuário final inserção, criação,
manipulação e utilização com o uso de uma só interface;
 Mural ou quadro de avisos: é um serviço on-line em que são colocadas
mensagens que ficam à disposição da comunidade para leitura. Em
comparação com o correio eletrônico, o mural eletrônico oferece a
vantagem de a mensagem existir sob forma de cópia única, mais
econômica em termos de espaço ocupado e permanecendo exposta, por
certo tempo, no site para todos os usuários do serviço;
 Netiqueta ou Netiquette: termo que se refere às boas maneiras no uso da
Internet, como não enviar mensagens que possam ofender alguém ou
escrever com letras maiúsculas, por exemplo;.
 Sala de aula eletrônica: múltiplas janelas para disponibilizar a informação
sobre o conteúdo que está sendo ensinado/ aprendido e sobre o ambiente
de trabalho do aluno e do professor. Em geral, cada aluno tem uma sala de
trabalho pessoal que está interligada em rede com os outros componentes
do grupo. Emulando uma sala de aula tradicional, o sistema permite que o
professor apresente uma lição on-line aos alunos nas estações de trabalho
remotas. Os alunos e o professor possuem janelas com lista de presença,
perguntas e comentários dos participantes, além de ferramentas como chat,
mural e agenda, entre outras;
 Software: conjunto de linhas de código com um propósito definido,
configurando um programa para computador;
 Site: é o endereço eletrônico (URL). Que direciona, em geral a, uma home
page, que remete a várias páginas especificar, conforme o interesse de
quem acessa.

167
 WWW – Word Wide Web: Rede Mundial – pesquisa e recuperação de
documentos em hipertexto e multimídia de acesso público. Esta ferramenta
oferece cursos em portais, home page, sites, acessar artigos multimídia
(texto, som, imagens, gráficos), criar atalhos entre pessoas com interesse
comuns, melhorar a qualidade da pesquisa, aumentar a produtividade da
pesquisa.

168
U NIDADE 26
Objetivo: Orientar o aluno a selecionar as informações que melhor irão auxiliá-
lo em suas pesquisas educacionais.

Multimídia: O uso do YouTtube no Processo Educativo.

Tópico I - Primeiros Passos - O que é multimídia

O que é Multimídia?

Sistema de computador que privilegia o uso dos diversos sentidos (visão,


audição, tato) no diálogo entre o homem e a máquina. Este tipo de tecnologia
abrange diversas áreas de informática tradicional: processamento gráfico,
processamento e análise de sons, acesso e recuperação de mídias de alta
capacidade de armazenamento (discos ópticos ou grandes winchesters, p.ex.),
e unidades de entrada não
Montagem com foto de Tony Avelar/AP
convencionais (canetas,
joysticks...), preocupando-se
com a convivência e a
padronização de troca de
informática entre mídias. Este
tipo de sistema não é um fim
em si próprio, uma vez que
servirá como ferramenta para
criar software, em qualquer

Cenas do acervo inesgotável do YouTube, e área do conhecimento, que


os inventores do site: revolução da imagem seja mais fácil de usar e mais
atraente do ponto de vista do
usuário leigo em informática. (Autores: Pedro Luis Kantek Garcia Navarro e
Maria Alexandra V. C. da Cunha /www.pr.gov.br/).

Podemos entender que multimídia é uma combinação de áudio, vídeo, texto e


imagens gráficas em aplicativos de computadores, como usado no YouTube.

169
Recentemente pesquisas no âmbito da tecnologia educacional apontam que,
brevemente, o termo ―multimidia‖ desaparecerá, pois será confundido com a
própria tecnologia educacional. Podemos afirmar que multimídia ultrapassa a
condição de recursos tecnológicos. Trata-se de um verdadeira revolução
conceitual na didática e nas metodologia. A integração, elemento fundamental
dos sistemas ―multimidiáticos‖, garante um comunicação de mão dupla no
processo ensino-aprendizagem, possibilitando uma relação multidmensional,
em que tanto o emissor como receptor geram uma rede de representações
que, ao mesmo tempo que sustenta e subverte os vínculos sociais, estabelece
outras formas de comunicação e de aprendizagem.

O YouTube é um site na internet que permite que seus usuários carreguem,


assistam e compartilhem vídeos em formato digital. Foi fundado em fevereiro
de 2005 por três pioneiros do PayPa, um famoso site da internet ligado a
gerenciamento de doações.

O YouTube utiliza o formato Macromedia Flash para disponibilizar o conteúdo.


É o mais popular site do tipo (com mais de 50% do mercado em 2006) devido à
possibilidade de hospedar quaisquer vídeos (exceto materiais protegidos por
copyright, apesar deste material ser encontrado em abundância no sistema).
Hospeda uma grande variedade de filmes, videoclipes e materiais caseiros. O
material encontrado no YouTube pode ser disponibilizado em blogs e sites
pessoais através de mecanismos (APIs) desenvolvidos pelo site.

Possivelmente interessado em expandir o mercado de publicidade de videos


através de seu AdSense e também em se consolidar como um dos maiores
serviços de internet do mundo, foi anunciada em 9 de Outubro de 2006 a
compra do YouTube pelo Google, pela quantia de US$1,65 bilhão em ações. O
resultado desta aquisição pode unificar o serviço com o Google Video.

A revista americana Time (edição de 13 de novembro de 2006) elegeu o


YouTube a melhor invenção do ano por, entre outros motivos, ―criar uma nova
forma para milhões de pessoas se entreterem, se educarem e se chocarem de
uma maneira como nunca foi vista‖(Wilipedia, a Enciclopédia Livre)

170
Na revista Veja, na Edição de 1973, de 13 de setembro de 2006.

Especial A nova era da televisão

O Youtube, o site de vídeos mais popular da internet, está transformando a


relação do espectador com o mundo da imagem. É uma revolução que marca o
fim da TV como se conhecia até hoje

“O surgimento de sites como o YouTube só foi possível graças aos avanços recentes
nas tecnologias do vídeo. Com a chegada ao mercado de câmeras digitais mais
potentes e baratas, além dos celulares dotados de câmeras, nunca foi tão simples
dar uma de cineasta amador. Mais que qualquer coisa, contudo, o que contribuiu
para a popularização do vídeo na internet foi a evolução das tecnologias de
transmissão e compressão de dados – e o que se vê hoje é só o começo. Mas ainda
há gargalos dramáticos a vencer. A pergunta que os analistas se fazem é como o
YouTube passará de uma comunidade cultuada a um negócio lucrativo. Os custos
de manutenção do site, como já dito, são estratosféricos. De acordo com um
concorrente ouvido pela revista inglesa The Economist, os gastos do site para
manter uma conexão de banda larga que dê conta de sua demanda e servidores
com capacidade para armazenar seu acervo ficam na casa dos 500.000 dólares
mensais. Seus fundadores ainda buscam um jeito de ganhar dinheiro com ele. Há
duas semanas, foi veiculada sua primeira campanha oficial de propaganda: uma
página com conteúdo pago pela gravadora da patricinha e dublê de cantora Paris
Hilton para divulgar o novo disco da moça. A questão que se impõe é como faturar
sem afugentar um usuário que toma parte sem pudor nas correntes de "marketing
viral", mas é avesso ao assédio da publicidade convencional.”

“Outra dúvida que paira sobre o YouTube diz respeito aos direitos autorais. O site
tem como conduta retirar do ar os vídeos que geram reclamações de empresas e
artistas, mas parece uma missão impossível filtrar tudo o que é postado nele. Os
mais céticos apostam que ele poderá tornar-se para o mercado de vídeo na internet
aquilo que o Napster representou para a troca de música na rede: uma iniciativa
pioneira que se afundou numa enxurrada de processos. Pode até ser. Mas, assim
como o Napster mudou a indústria da música, a revolução do YouTube já estará
consumada. ―

171
Com reportagem de Anna Carolina Mello,

Carlos Rydlewski e Jerônimo Teixeira

Notícias que precisamos saber:

Jornal a Gazeta de 12 de Fevereiro de 2008;

Tópico II - YouTube Agora Cabe no seu Celular

Gustavo Jreige

O que você faz enquanto está naquela interminável fila de banco? Que tal
assistir aos vídeos do YouTube utilizando seu aparelho celular? Isso é possível
com o YouTube Mobile, que tem milhões de vídeos à disposição. Agora ele fala
português e certamente fará o tempo passar bem mais depressa enquanto
você espera a sua vez de ser atendido

Basta ter um aparelho com acesso à Internet e suporte a transmissões de


vídeo em streaming (em tempo real) para poder conferir o acervo do site
através do próprio navegador de Internet do seu celular, em uma interface
especialmente desenvolvida para esse tipo de dispositivo.

Dá ainda para acessar a sua conta do YouTube, reproduzir as playlists que


você montou e até fazer comentários, como se estivesse em frente à tela do
PC.

O YouTube Mobile conserva o que há de melhor em sua versão para


computador: a simplicidade de navegação e o amplo conteúdo. Seu grande
problema é o mesmo de quase todos os serviços para celular: o alto custo do
tráfego de dados.

172
Apesar de ser gratuito como o YouTube, o Móbile consome um grande número
de dados para conseguir transmitir os vídeos, o que pode elevar os gastos com
sua operadora de celular.

A Tim fechou uma parceria com o Google, o dono do YouTube, e agora, além
de oferecer os serviços do site por meio de seu portal WAP, também possui
uma tarifação diferenciada para seus vídeos - mas, ainda assim, a brincadeira
pode sair cara.

Sabemos que existe uma grande diversidade de vídeos que podem ser
utilizados com finalidades educativas. Podemos até chegar a considerar que
todo programa audiovisual é passível de ser trabalhado pedagogicamente, se
isso for feito de modo crítico. Podemos afirmar ainda que a Educação constitui,
hoje, um grande mercado consumidor de recursos audiovisuais, mesmo que
não tiremos deles todo o proveito. Um dos aspectos fundamentais da
incorporação dos recursos audiovisuais à Educação é a exigência de uma
maior sintonia entre a área de produção dos programas e a escola.

Existem ainda os vídeos indicados para algumas faixas etárias específicas,


como os programas infantis e os programas para jovens, que a cada dia
ganham mais espaço e patrocinadores. Esses formatos podem, também, ser
classificados em função de seus objetivos: produtos educativos,
documentários, teleaulas, religiosos, de entretenimento, musicais, entrevistas,
shows de variedade e jornalísticos, entre outros. Diante dessa quantidade de
programas de vídeos de diversos formatos, é difícil selecionar os mais
apropriados para garantir a aprendizagem dos alunos. É preciso construir um
olhar crítico capaz de selecionar os programas adequados.

Para finalizarmos é importante entendermos que a questão do audiovisual não


está apenas relacionada a uma simples escolha de recursos tecnológicos, mas
a uma expressão audiovisual, significativa e constante na sociedade. Com o
telefone, o rádio, a televisão e o computador, o homem satisfaz o seu desejo
de se comunicar ao vivo e a distância, por meio da linguagem e do som, e,
paradoxalmente, vai se tornando mais e mais seu dependente. A era da

173
comunicação de massa criou uma nova sociedade, ávida pela velocidade e
instantaneidade da informação. Hoje, podemos reunir Televisão + Vídeo e
termos este acesso em qualquer lugar da nossa casa e fora dela. O que
devemos fazer com esta gama informações é filtrá-las.

Sabemos que hoje podemos acessar ao YouTube até no celular. Se por um


lado essa tecnologia é uma grande ferramenta para educação, por outro lado
sabemos que existem muitas outras informações desnecessárias e impróprias
para determinadas faixas etárias de nossos alunos, como
também informações contendo conceitos ou valores distorcidos. Como você
conduziria seus alunos para uma correta utilização do YouTube e outros sites
similares?

174
U NIDADE 27
Objetivos: Conhecer o software educativo como um dos recursos de tecnologia
educacional.

O Software - Um dos Métodos mais Aplicados

Tópico I - O computador e o software educativo

O software que é utilizado como recurso de Tecnologia Educacional é um


ponto muito crítico no projeto. Deve haver um equilíbrio entre a Filosofia da
Educação e a filosofia da escola.

Houve influências de grande peso no estudo de elaboração dos softwares


utilizados como recursos educacionais.

A primeira coisa que temos de ter em mente é o conceito técnico de software.

 Software – é a parte lógica de um sistema de computação. São os


programas.

Outro conceito que deve ser observado é o de educativo.

 Educativo – que educa; que serve para educar. Instrutivo.

Do ponto de vista técnico o software educativo tem que possuir sua qualidade e
abrangência. Ainda não se tem o conceito do software ideal o que se sabe é o
que o programa tem que ser interdisciplinar.

Software educativo é o tipo da tecnologia educacional que permite uma


integração entre o aluno e o material. Segundo Schaefermeyer, os atributos
necessários no software educativo são:

 Planejamento das atividades de aprendizagem;


 Identificação do programa junto ao currículo escolar;
 Identificação da modalidade instrucional;

175
 Ramificação;
 Acesso ao menu e possibilidade de gerenciamento a partir do
menu;
 Relacionamento entre gráfico e conteúdo;
 Uso de sugestões e prompt;
 Garantia do controle de aprendizagem pelo aluno;
 Gerenciamento da instrução;
 Feedback apropriado;
 Geração randônica de atividades;
 Combinação do tempo de execução das instruções e o tempo de
aula;
 Manual do professor e do aluno;
 Uso de técnica que permitam respostas rápidas;
 Fornecimento de resultados e / ou avaliação dos alunos.

Porém Branson define que o programa deve atender a um paradigma que


molde o projeto às necessidades apresentadas, e segundo ele os requisitos
necessários são:

 Melhoria do autoconceito da criança;


 Otimizar o tempo de utilização;
 Aumentar a qualidade e quantidade de feeedback;
 Melhoria na qualidade do material instrucional;
 Melhoria das habilidades de gerenciamento da criança;
 Incorporação de uma progressão do aluno baseado em seu
desempenho;
 Integrar o software ao currículo de forma horizontal e vertical;
 Acumulação da evolução e/ou progresso do aluno através da avaliação
e revisão do trabalho.

O uso da Informática como Tecnologia Educacional trabalha com quatro


paradigmas educacionais onde o software é inserido.

176
Tópico II - Paradigmas da Educação

PARADIGMA DEFINIÇÃO
Conjuntural O computador constrói e avalia modelos.
Emancipatório O computador é uma ferramenta para
manipulação, tratamento e recuperação da
Informação tendo como finalidade concentrar
as crianças no processo de aprendizagem.
Instrucional O computador trabalha com instrução
programada e exercício e prática
Revelatório Através de simulações faz descobertas.

Nomes importantes na aplicação ou desenvolvimento do software educativo


são:

SKINNER – afirma que a aprendizagem é definida como uma


mudança observável. A estrutura interna do raciocínio e o
processo de aprendizagem é irrelevante ao processo de
instrução. Skinner considera o ser humano como resultado da
herança genética e das experiências que adquire na interação com o ambiente,
não rejeita os reflexos que são representações dos eventos mentais internos.

Segundo Oliveira e Chadwick (1984), ―Skinner afirma que o que ocorre na


mente não causa o comportamento , mas é um resultado periférico ou colateral
do comportamento.‖ (p. 83)

Para Skinner, o software educativo tem que dar uma sequência ao ensino, ou
seja, a criança tem que ser capaz de responder às instruções de forma
acertada ao que lhe é pedido.

Esta sequência necessita de uma estrutura na qual a criança possa ter


participação ativa e que haja um reforço a cada atividade sugerida. O que é
sugerido por Skinner é que esta sequência seja efetiva e para que isso ocorra é

177
necessário que as ajudas e orientações dadas às crenças sejam minimizadas
para que cheguem ao final das atividades com condições próprias. A definição
dada segundo Skinner, a sequência efetiva é de uma aprendizagem
multidimensional.

GAGNÉ – determina uma variedade de tipos de


aprendizagem e o relacionamento com a instrução de forma
bem elaborada.

Segundo Oliveira e Chadwick (1984) ―a aprendizagem é um


processo que permite a organismos vivos modificarem seus comportamentos
de maneira rápida e mais ou menos permanente, de forma que a mesma
modificação não tenha que se repetir a cada situação. A prova de que a
aprendizagem ocorreu consiste na verificação de uma mudança
comportamental relativamente persistente. Interfere-se dessa observação que
o organismo procedeu a uma mudança interna e, portanto, que aprendeu.‖ (p.
47)

Gagné, afirma que a aprendizagem é um processo e que é necessário


observar às condições internas da criança. De acordo com seus princípios, o
software educativo tem de trabalhar a aprendizagem e a memória como
processamento de informação.

178
Tópico III - Modelo de Aprendizagem

e Controle executivo Expectativas

a e

m t Gerador de

b o respostas

i r

e e

n s
Memória Memória

t de curto De Longo
prazo Prazo
e receptores registro sensorial prazo

Chadwick e Oliveira, 1984

O software terá que atender as 8 fases internas do processo de aprendizagem,


São elas: motivação, apreensão, aquisição, retenção, lembrança
generalização, desempenho e feedback.

A relação entre as fases e o que se deseja com a aprendizagem é necessário


para que o resultado seja promovido observar dois tipos de condições, eventos
internos e eventos externos.

179
Tópico IV - Eventos e ações

EVENTOS AÇÕES
Internos Atenção, motivação, grau de desenvolvimento intelectual.
Externos O ensino propriamente dito.

Para cada tipo de aprendizagem os eventos da instrução são diferentes.

BRUNER – não possui uma teoria de aprendizagem completa. Tem como


ponto de partido a participação ativa da criança formando a aprendizagem por
descoberta. O crescimento intelectual depende do domínio de certas técnicas
e não pode ser trabalhado de forma isolada. A observação será feita em cima
das formas elementares do raciocínio humano e os conceitos adquiridos com
as condições práticas de manipulação de materiais que a criança deve
desenvolver sozinha.

Tópico V - Estágios de desenvolvimento mental

Representação Definição
Inativa representar eventos passados através de respostas motoras
apropriadas
Icônica eventos interpretados através da organização seletiva de percepção e
imagens por meios de estruturas especiais, temporais e conotativas
como as crianças percebem o ambiente e o transformam em imagem
Simbólica os elementos do ambiente não precisam estar presentes no tempo e em
ordem. Seu ambiente é interno e inclui a historicidade e arbitrariedade

O objetivo do software educativo segundo a teoria descrita deve promover a


descoberta como objetivo final, sendo que vários fatores serão analisados e
observados. Para Brunner, o modelo do currículo aplicado é em espiral.

Para que haja a obtenção dos pontos positivos na proposta implantada com
informática educativa, são necessários seis fatores.

180
1. Organizar seqüências de instruções de maneira que o aluno perceba a
estrutura dos materiais por indução de instâncias particulares.
2. Promover a transferência, quando esta for esperada como pressuposto
da aprendizagem.
3. Usar contraste nas sequências.
4. Evitar simbolização prematura oferecendo imagens.
5. Possibilitar que o aluno adquira prática permitindo dois tipos de
experiência: incursões genéricas sobre o material e aprofundamento de
tópicos de interesse.
6. Promover revisões periódicas dos conceitos e atividades já aprendidas
aplicando novas e complexas condições (currículo especial).

PIAGET – conceitua a aprendizagem como uma aquisição


realizada em função de experiência ao longo do tempo.
Observou-se nesta teoria que o conceito de aprendizagem não
depende somente de dados fornecidos pela experiência externa
e sim como se organiza as características dos níveis diferentes do
aprendizado. Aplica que o conhecimento é através da maturação biológica e o
aprendizado é dado em duas formas.

1. desenvolvimento da inteligência ;
2. aquisição de novas respostas a situações específicas e/ou aquisição de
novas estruturas para determinadas operações mentais.

O software educativo escolhido deve trabalhar com diferentes estilos de


aprendizagem e a sua prática deve estar vinculada à filosofia pedagógica da
escola. O material irá abranger os conceitos de cognição, pedagogia e
informática de uma única forma.

Tópico VI - Tipos de Software Educacional

 Exercício e prática – suplementa o ensino de sala de aula.


 Tutorial – função de apoio ou reforço.
 Simulação e modelagem – modelo simbólico e representativo da
realidade.

181
 Jogos educativos – recreação com propostas de aprendizagem.
 Hipertexto – forma linear de armazenamento e recuperação de
informações.
 Sistema baseado em conhecimento – aplicações de inteligência artificial
e ciência cognitiva em educação.

Através de análises feitas, o ideal é que a instituição trabalhe com várias


teorias e a partir deste ponto, comecem a construir o seu programa de forma
personalizada atendendo sua comunidade e paralelamente a filosofia
pedagógica. Outro aspecto observado foi a relação custo benefício quanto a
aquisição do software educativo. A plataforma lógica é tão importante quanto à
física.

Taylor em 1980 foi quem classificou o software educativo pela primeira vez.
Sua principal finalidade é ser uma ferramenta para construção do aprendizado.

(anexo) O uso de softwares de geometria dinâmica como auxílio ao


desenvolvimento do processo de visualização geométrica.

182
U NIDADE 28
Objetivo: Conhecer os softwares exercício e prática e o tutorial e sua
aplicabilidades na educação.

Modalidade de Software Educacional na Web e Ambientes de


Aprendizagem –

PARTE I – Exercício e Prática / Tutorial.

Tópico I - Exercício e Prática

Forma tradicional na qual os computadores têm sido utilizados em Educação. É


o tipo de software mais fácil de ser desenvolvido e utilizado porque visa à
aquisição de uma habilidade ou à aplicação de um conteúdo já conhecido pelo
aluno, mas não inteiramente dominado. Pode ser utilizado a fim de suplementar
o ensino de conteúdos e aumentar e/ou automatizar habilidades básicas. Em
geral, utiliza feedback positivo e não julga as respostas erradas. Os alunos
trabalham com uma seleção randômica de problemas, repetindo o exercício
quantas vezes forem necessárias para atingir os objetivos determinados no
programa. As respostas erradas são rapidamente detectadas, o que reduz a
possibilidade de reforço em procedimentos errôneos.

Tópico II - Características do Exercício e Prática

 Ser fácil de usar;


 Fornecer variadas modalidades de práticas de habilidades;
 Explorar capacidades da tecnologia - som, cor, animação;
 Incluir elementos de jogo;
 Considerar variáveis e preferências do aluno;
 Ter pequena duração, para não se tornar cansativo;
 Fornecer instruções claras, orientando para a tarefa e informando as
expectativas de desempenho;
 Motivar o aluno para o melhor desempenho;

183
 Focalizar uma ou duas habilidades, bem definidas em vez de várias
habilidades simultaneamente;
 Permitir que o aluno selecione o nível de dificuldade;
 Apresentar um pequeno número de itens, dependendo do grau de
dificuldade e da clientela;
 Organizar aleatoriamente os itens, evitando que o aluno trabalhe com o
mesmo conjunto de itens ou substituindo-o por novos itens;
 Conter um mecanismo de pré-teste para diagnosticar o nível do aluno;
 Exigir respostas breves;
 Reforçar respostas corretas e ajudar o aluno a identificar e corrigir as
respostas incorretas,
 Oferecer feedback para cada resposta;
 Interromper se o desempenho estiver abaixo de determinado limite, não
permitindo que o aluno vá até o final sem proveito e encaminhando-o
para atividades mais adequadas ao seu nível;
 Apresentar resumo do desempenho do aluno ao final da tarefa;
 Selecionar quantidade e complexidade dos itens e ritmo de
apresentação;
 Oferecer relatórios de desempenho de cada aluno e do grupo.

Tópico III - Tutorial

Os programas tutoriais são muito utilizados para introduzir conceitos novos,


apresentar habilidades, facilitar a aquisição de conceitos, princípios e/ou
generalizações através da transmissão de determinado conteúdo ou da
proposição de atividades. Eles também servem como apoio ou reforço para
aulas, para preparação ou revisão de atividades, entre outros aspectos.

Tópico IV - Características do Tutorial

 Usar estratégias para que a atividade seja reconhecida pelo aluno como
significativa, agradável ou apropriada para suas necessidades;
 Ganhar a atenção pelo uso de gráficos, som, cor, animação e humor,
usados com critério para não distrair a atenção do aluno;

184
 Mostrar uma breve descrição da finalidade da lição e o valor do
conhecimento οu habilidade a ser aprendida;
 Expressar os objetivos a serem alcançados ao final do programa e
exemplos do desempenho solicitado ao aluno;
 Relembrar os pré-requisitos através do uso de questões de revisão,
exemplos e definições;
 Apresentar estímulos, que podem consistir em definições, exemplos e
contra-exemplos;
 Fornecer orientação, incluindo pistas e diretrizes para facilitar a
aprendizagem e apresentando questões para ajudar o aluno a descobrir
regras ou conceitos;
 Promover aplicação das habilidades aprendidas, como classificar novos
exemplos e contra-exemplos de um;
 conceito ou aplicar uma regra a novos problemas;
 Fornecer feedback, analisando as respostas incorretas e encaminhando
para a resposta certa;
 Permitir que cada lição seja usada independentemente de outras,
escolhida pelo professor ou pelo aluno;
 Analisar as repostas do aluno para determinar os estímulos adequados a
serem apresentados em seguida, podendo encaminhá-lo para material
corretivo ou passar para um nível de maior dificuldade;
 Avaliar o desempenho do aluno para determinar se ele alcançou os
objetivos da lição, registrando e apresentando relatório dos resultados;
 Facilitar retenção e transferência, dando exemplos e sugerindo outras
práticas;
 Incluir elementos, como a prática com as estratégias usadas em
exercícios e atividades de simulação, se for necessária uma experiência
realística, estratégias de jogo para ganhar e manter a atenção do aluno.

185
(Anexo)

A construção coletiva com crianças em ambientes virtuais.

186
U NIDADE 29
Objetivos: Introduzir os games educativos como recursos didáticos
pedagógicos.

Modalidade de Software Educacional na Web e Ambientes de


Aprendizagem – Parte II - Jogos Educativos

Tópico I - Games Educativos - Desenvolvendo o Lúdico na Aprendizagem

A busca por novos métodos de ensino-aprendizagem, que estejam mais


integrados com as tecnologias digitais de que dispomos e com as quais
interagimos diariamente, tem despertado o interesse pela utilização de
suportes computacionais em Educação. Dentre eles, é notável uma tendência
para a pesquisa no uso games.

Esse interesse se justifica, na medida em que os games possibilitam


experiências com o conhecimento de forma interativa, ou seja, aprender sobre
um assunto a partir de sua inserção no contexto desse assunto (imersão),
causando e recebendo ―feedback‖ a cada ação que fizer (interação).

Um game é um produto de software cujo desenvolvimento envolve uma equipe


interdisciplinar formada por roteiristas, programadores e designers. O papel
desempenhado pelo game designer é fundamental, pois o sucesso dos games
está alicerçado na qualidade dos gráficos e do roteiro, fatores decisivos na
motivação em jogar. Por outro lado os jogos tem o objetivo de despertar
determinadas habilidades importantes no crescimento integral do homem como
exemplo:

Desenvolvimento pessoal e social: o desenvolvimento pessoal e social inclui as


aptidões necessárias para que a criança compreenda e saiba lidar com seus
sentimentos, interagir com outras pessoas, e firmar-se como pessoa. O
desenvolvimento pessoal e social da criança baseia-se no seu relacionamento
com os pais e outras pessoas. Abrange o que a criança acha de si mesma,

187
como se vê como aprendiz, e o seu senso de responsabilidade perante si e os
outros.

Raciocínio matemático: o fundamental para a aprendizagem da matemática é


saber entender os números, medidas, padrões e formas. As crianças precisam
usar na prática esses conceitos básicos de solução de problemas para
trabalharem com a matemática elementar.

Raciocínio científico: o raciocínio científico envolve explorar o ambiente e


aprender a importância de fazer perguntas. É preciso dar oportunidade para
que as crianças investiguem o mundo através de observação, descrição,
questionamento, formulação de explicações e de conclusões.

Estudos sociais: os estudos sociais referem-se à forma como a criança


compreende o mundo à sua volta. Eles começam a entender que são pessoas
distintas, a reconhecer e apreciar as diferenças entre as pessoas e a reparar
em outras culturas e no mundo que as cerca.

As artes: as artes incluem a participação da criança em dança, teatro, belas


artes e música. Envolve a participação ativa da criança e aprender a dar valor
ao que está vendo.

Desenvolvimento físico e saúde: desenvolvimento físico e a saúde incluem


aptidões como: segurar um lápis para desenhar e escrever, correr e pular, e
saber como ficar longe do perigo. Isto é ser sadio.

Com jogos aprende-se a negociar, a persuadir, a cooperar, a respeitar a


inteligência dos adversários, a projetar consequências de longo prazo em um
cenário, a ver o todo mais do que as partes (FONSECA JR., 1993).

188
Tópico II – Características dos Jogos Educativos

 Fornecer instruções claras para os participantes; os objetivos do jogo


devem ser perfeitamente compreendidos pelo aluno, os procedimentos
bem definidos;
 Enfatizar respostas frequentes e facilmente geradas;
 Atrair e manter o interesse e o entusiasmo;
 Promover interações para facilitar o alcance do objetivo;
 Dar o controle ao jogador, tanto da interação, quanto da continuação do
jogo, do nível de dificuldade, da taxa de avanço e da possibilidade de
repetir segmentos;
 Incorporar o desafio, que pode ser desenvolvido por interações que
levem a um objetivo evidente, níveis, variáveis de solução do problema,
feedback do progresso, resultado incerto, registro dos pontos,
velocidade da resposta e randomização da sequência;
 Explorar a fantasia, que pode ser criada pelo uso de habilidades
específicas que afetem o progresso do jogo ou a situação a ser
solucionada;
 Despertar a curiosidade pelo uso de feedback construtivo randômico
para facilitar o aumento do conhecimento do jogador e promover sua
precisão;
 Explorar efeitos auditivos e visuais para aumentar a curiosidade e a
fantasia;
 Explorar a competição;
 Informar o sentido das atividades, os papéis que podem ser
desempenhados, as relações entre as ações do aluno e as
consequências no jogo;
 Fornecer instruções inequívocas, exceto quando a descoberta de regras
for uma parte integrante do jogo;
 Fornecer as diretrizes no início e mantê-las disponíveis durante o jogo,
especialmente naqueles longos e complexos;

189
 Identificar a relação causa-efeito entre as respostas do aluno e as
consequências no jogo com as respostas corretas ou incorretas que
causam modificações no cenário;
 Utilizar mecanismos para corrigir os erros e melhorar o desempenho;
 Informar os alunos do nível de seu desempenho durante o jogo e do seu
desempenho global ao final.

O enfoque de resolução de problemas no ensino por computador se baseia na


hipótese de que o esforço mental necessário para escrever um programa ajuda
o desenvolvimento da técnica de resolução de problemas em geral. A filosofia
subjacente nesse enfoque, segundo O’Shea e Self (1985), consiste na crença
do que poderia ser resumido em aprender fazendo, enquanto a simulação
corresponderia a um aprender observando. Bitter e Camuse (1984), no entanto,
ressaltam que o software para resolução de problemas requer uma estratégia
por parte do aluno. Uma situação problema é apresentada ao aluno-usuário e
ele deve resolvê-la. Os conceitos não são ensinados, e os alunos utilizam o
que já sabem, aprendem com seus erros e redefinem padrões à medida que
atingem o domínio de determinadas técnicas.

190
U NIDADE 30
Objetivos: Conhecer o hipertexto e hiperdocumentos como ferramentas
educacionais no ambientes de redes.

Modalidade de Software Educacional na Web e Ambientes De


Aprendizagem – Parte III - Hipertexto e Hiperdocumentos no Ambiente de
Redes

Tópico I – Hipertexto Significado da Palavra

"Conjunto de nós, que podem ser palavras, páginas, imagens,


gráficos, sequências sonoras, documentos, ligados por conexões
entre textos, permitindo focalizar as inter-relações entre diversas
áreas do conhecimento. (Veja: verbete "“ Hipertexto"", no Dic.
Houaiss)"

O Hipertexto é também comumente definido como uma forma não linear de


armazenamento e recuperação de informações. Isso significa que a informação
pode ser examinada em qualquer ordem, através da seleção de tópicos de
interesse. Vendo por este ângulo, um hipertexto tem como principal
característica a capacidade de interligar pedaços de textos ou outros tipos de
informação entre si através do uso de palavras-chave.

Para COSCARELLI, 2006, o hipertexto não é capaz de mudar por si só a


aprendizagem descontextualizada e fragmentada da escola. Mas pode
contribuir para o estabelecimento de múltiplas relações entre as informações.
Pode ainda estimular o pensamento crítico e autônomo do estudante. Mas para
que isso aconteça, é preciso que o hipertexto seja alvo de um trabalho
colaborativo criado e discutido por professores e alunos.

191
Tópico II – Tipos de Hipertextos

O produto de hipermídia consiste em sistemas que tornam possível a


disponibilidade de uma grande quantidade de material de aprendizagem
estruturado. Esse material é acessível a partir de uma máquina e navegável
através de ligações explícitas. O material de aprendizagem armazenado no
produto de hipermídia envolve comunicação de instruções baseada em
diferentes canais (texto, gráficos, áudio, vídeo, etc.).

Esses ambientes de desenvolvimento podem ser utilizados por profissionais


como sistemas de autoria para desenvolver software educacional como
tutorais, testes, exercícios entre outros. Um típico software de hipertexto
consiste em um editor gráfico, uma base de dados e uma ferramenta de
browsing para uma visão tridimensional.

A forma mais simples de hipertexto é a do tipo nó de ligação, que consiste na


estrutura básica que funciona como um glossário de acesso aleatório,
favorecendo um acesso direto a qualquer nó do programa.

O hipertexto do tipo estruturado consiste em um conjunto de nós. Cada


conjunto é ligado a outro conjunto, sendo chamados de contextos. Cada
contexto pode consistir em um arquivo de texto ou uma base de dados. Nesse
caso, o hipertexto funciona como uma metabase de dados controlando o
acesso a cada base.

Já o hipertexto hierárquico representa um projeto mais estruturado que o


anterior. A diferença se situa no tipo de grau da estrutura. A distribuição do
conteúdo dentro do hipertexto é hierárquica, com conceitos detalhados
subsumidos nos conceitos mais gerais.

TÓPICO III – Características do Hipertexto

 Uso de recursos sonoros e visuais;


 Enfatizar respostas frequentes e facilmente geradas;

192
 Representação, de figuras, diagramas ou ícones das estruturas de
informação e dos comandos;
 Uso de dispositivos para interação, como mouse, tela sensível ao toque;
 Uso dos menus;
 Utilização de tela gráfica com alta resolução;
 Facilidade e rapidez de acesso à informação;
 Conectividade do texto;
 Facilidade de navegação;
 Estruturação da informação em hierarquias simples, múltiplas ou em
redes;
 Possibilidade de documentos personalizados;
 Modularidade da informação;
 Possibilidade de trabalho cooperativo;
 Possibilidade de estruturação de documentos multidimensionais;
 Desdobramento da informação em pequenas unidades;
 Construção de estruturas de informação, a partir da criação, edição e
ligações das unidades;
 Granularidade de centralização, descentralização e reagrupamento da
informação;
 Possibilidade de diferentes níveis e estilos de aprendizagem.

Tópico IV - Hiperdocumentos no Ambiente de Redes

A Internet vem sendo utilizada no apoio à Educação, em particular à Educação


a Distância, devido, principalmente, à natureza de seus serviços, sua
abrangência e seu custo. Entre todos os serviços de acesso a informações
oferecidos pela Internet, a World Wide Web (WWW), é aquela que, atualmente,
possibilita a maior difusão de aplicações educacionais.

A WWW foi concebida como um integrador de textos, imagens e sons baseado


em hipermídia. Ela permite ao usuário buscar e recuperar informações
distribuídas por diversos computadores que integram a rede e que suportam

193
esse serviço. A WWW torna irrelevante para o usuário a localização física dos
documentos recuperados.

Devido à grande quantidade de informações disponibilizadas pela rede, faz-se


necessária a utilização de ferramentas que auxiliem a seleção dessas
informações. O ato de conectar-se a diferentes computadores da rede em
busca de informações é denominado navegação, e os softwares através dos
quais se realiza a navegação são conhecidos como browsers. Tais softwares
isolam o usuário de detalhes técnicos.

A navegação educativa na Internet amplia significativamente os recursos de


apoio à Educação em todos os níveis de ensino, podendo ser utilizada para
obtenção de artigos e publicações, informações sobre programas educativos,
cursos on-line e, até mesmo, para conduzir o usuário a ambientes virtuais
(museus, lugares históricos, centros de pesquisa, etc.). As potencialidades da
Internet na Educação não se limitam apenas à busca de informações, pois a
Internet surge como um novo instrumento com o qual é possível ensinar,
aprender, discutir e construir.

As informações disponibilizadas na WWW são estruturadas como hipertextos


através da associação entre termos pré-selecionados pelo autor e outros
documentos. Esses documentos são constituídos de textos, imagens, vídeos,
sons e gráficos. A associação depende do autor e pode possuir objetivos
diversos, tais como explicar ou detalhar um conceito, definir um termo, ilustrar
um fato, apresentar uma informação correlata, etc. O autor necessita, portanto,
de uma linguagem de autoria que lhe permita preparar os documentos
estabelecendo os links (associações) entre os termos pré-selecionados com os
demais documentos. As linguagens atualmente mais utilizadas para construir
documentos para o ambiente WWW são: HTML (Hyper Text Markup Language)
e JAVA. Existe também a VRML (Virtual Reality Markup Language), utilizada
para construção de objetos e ambientes tridimensionais.

194
Tópico V - Características dos Hiperdocumentos no Ambiente de Redes

 Os hiperdocumentos no ambiente de redes dispõem das seguintes


características:
 Facilidade de entendimento da estrutura;
 Alterabilidade corretiva;
 Clareza das informações e dos comandos;
 Eficiência de utilização e sequenciação;
 Adequação do vocabulário ao nível do usuário;
 Existência de recursos motivacionais;
 Facilidade de leitura de textos na tela;
 Agilidade para acionar links;
 Uso de ilustrações, de animação, de vídeo e recursos sonoros;
 Uso de marcas especiais e de ícones;
 Suporte para múltiplas janelas;
 Seleção de auxílio;
 Tutorial para leitura;
 Rapidez na transmissão de informações pela rede.

195
(Anexo)

Pré-autoria em um ambiente adaptativo de ensino via web

Atividade Dissertativa

Elabore a partir dos estudos da unidade e de seus conhecimentos, um texto


dissertativo opinativo sobre O uso da Informática na vida do estudante seja:
nos espaços da sala de aula, domésticos ou profissionais.

O texto deverá conter entre 20 e 30 linhas utilizando fonte: Arial ou Times;


tamanho 12 - espaçamento entre linhas simples.

196
G LOSSÁRIO

Caso haja dúvidas sobre algum termo ou sigla utilizada, consulte o link
glossário em sua sala de aula, no site da ESAB.

A
Acessibilidade-Permite que uma página da web seja lida e navegada por qualquer
pessoa, apta ou inapta.

Acrônimo- Acrônimos são abreviações que se tornaram palavras amplamente usadas


na Internet, principalmente em grupos e listas de discussões.

AD - Anúncio ou banner de publicidade.

Administrador de ambiente de ensino virtual - Faz controle e administração sobre


os recursos de um ambiente educacional virtual.

Agenda-Página em ambiente educacional virtual, contendo a programação do dia.

Ambiente de Aprendizagem-Software desenvolvido para proporcionar a possibilidade


de aprendizado com a utilização da Internet e das TIC’s (tecnologias de informação e
de comunicação).

Ambiente Onground -Ambiente tradicional de sala de aula (presencial).

Animações-Figuras ou ilustrações com animações utilizadas para compor material


didático.

Apache-Programa servidor de páginas HTML, escrito originalmente para ambientes


UNIX, depois LINUX.

Aplicativo- Geralmente chamado de software, é um programa que o usuário ativa


para ser utilizado em seu computador.

Aprendizagem híbrida- Combinação num mesmo curso, de diversas modalidades de


ensino e aprendizagem. Ex.: curso oferecido tanto através de tecnologias para e-
learning, como métodos tradicionais do ensino presencial.

Audioconferência- Conexão entre pontos distantes com interação através de voz.

Aula virtual- Aula que utiliza recursos das TIC’s (tecnologias de informação e de
comunicação), além de um ambiente educacional virtual com ferramentas específicas.

Auto-aprendizagem- Modalidade em que o aprendiz, a partir de material didático


disponível e orientações pedagógicas específicas, aprende de acordo com seu próprio
ritmo e organização de tempo.

AVI (Audio Video Interleave)-Padrão para arquivos de áudio e vídeo.

197
A/V -Abreviatura para áudio e vídeo.

Backbone (Espinha dorsal)


Parte de uma rede de comunicação que carrega a maior parte do tráfego de
informações. Suporte básico ao sistema, conecta múltiplos ususários.

Background (Fundo)
Propriedade que define a cor ou imagem que será apresentada como fundo de uma
página ou de uma tabela.

Backup
Cópia de segurança para arquivos armazenados em um sistema computacional ou
cópia de segurança de um curso já encerrado que tenha sido ministrado a distância.

Bate-papo (Chat)
Ferramenta que permite conversa em tempo real entre alunos e professores em
horários previamente agendados.

Biblioteca virtual
Armazena e organiza documentos digitais, os quais podem ser consultados via web.

Binário -Linguagem de computador que utilizam apenas os dígitos de 0 e 1 para


transmitir informações.

Bit -A menor unidade de informação digital. Conforme o código binário, cada bit é
designado como 1 ou 0. Todas as informações armazenadas em computadores são
compostas por combinações de bits.

Blog -Página web desenvolvida com a finalidade de abrigar informações pessoais,


podendo conter materiais como fotos, currículo e outros dados.

Body (Corpo)-Em uma página HTML, marca o início do corpo da página onde é
inserido o conteúdo que é efetivamente é apresentado pelo navegador

Boletim-Publicação com periodicidade determinada ou não, podendo tratar de forma


resumida um assunto específico ou não.

Bookmarks
Lista de sites preferidos em antigos navegadores web. Ver Hotlist.

Border -Na linguagem HTML é a propriedade que define a espessura da borda que
delimita um elemento em uma página.

Browser-Software que permite verificar vários recursos da Internet, principalmente


hiperdocumentos HTML.

Cassete (Fita, áudio)-Invólucro fechado com fita magnética, onde se gravam registros
sonoros.

198
CD-ROM - Disco compacto apenas para leitura de mídia. Pode armazenar mais que
600 megabytes de informações digitais para leitura.
Chat- Conversação on-line através de texto e em tempo real, isto é, de forma
síncrona.

CMS -Sistema de gerenciamento de conteúdos. Software que simplifica a produção e


o envio de conteúdos para páginas web.
Comunicação assíncrona-Comunicação em que a mensagem emitida por uma
pessoa é recebida e respondida mais tarde por outras. Ex.: e-mail, fórum e lista de
discussão, blog.

Comunicação síncrona-Comunicação em tempo real. A mensagem emitida por uma


pessoa é recebida e respondida instantaneamente por outras. Ex.: telefone,
messenger, chat, participação em audio e videoconferências.
Courseware- Qualquer tipo de software instrucional ou educacional.

Diário de bordo-Ferramenta que designa o espaço que o aluno utiliza para colocar a
descrição sobre seu processo de aprendizagem, registros importantes e experiências
vivenciadas.

Dinâmica do curso-Ferramenta que designa o espaço onde o professor disponibiliza


informações sobre a metodologia e a organização do curso.

Download- Processo que permite uma pessoa copiar em seu próprio computador um
arquivo eletrônico localizado em computadores distantes. É um dos principais usos em
redes de computadores como a Internet, sendo considerado um fator importante no
atual crescimento do uso da EaD.

DV-Sinal de vídeo digital (multimídia).

Educação a distância (EaD)-Situação educativa em que instrutores e alunos


encontram-se separados em relação ao tempo e espaço. Cursos de EAD geralmente
alcançam lugares remotos de forma síncrona ou assíncrona.
Eixo temático- Assunto ou tema principal a partir do qual todas as atividades são
desenvolvidas em um curso.
e-Learning -Modalidade de ensino visando aprendizagem através da Internet,
Extranet ou Intranet, por meio de aulas virtuais, colaboração digital e uso de diversos
conteúdos como textos, CD-ROM, áudio, vídeo, transmissão via satélite, TV interativa
etc.

E-Mail- Mensagem, geralmente textual, enviada de uma pessoa para outra por meio
do computador.

Ethernet- Tipo de rede local originalmente desenvolvida pela Xerox, em que a


comunicação entre computadores ocorre por sinais de freqüência de rádio enviados
através de cabos coaxiais.

199
Ferramentas de administração-São ferramentas inseridas no ambiente educacional
virtual, permitindo a coordenadores e formadores de um curso a distância
acompanharem atividades diversas, como por exemplo a freqüência dos alunos ao
ambiente.

Ferramentas de coordenação- Permitem ao coordenador atuar no ambiente


educacional virtual, principalmente no que diz respeito a atribuições especiais como
abrir e fechar áreas de trabalho, inserir formadores e outras funções realizadas com
login e senhas especiais.

Firewall-Método que permite acesso à Internet ao usuário, enquanto mantém a


segurança interna da rede.

Formador-Pessoa responsável, em conjunto com a coordenação, pela condução de


um curso a distância Fórum de discussão-Ferramenta que permite debater
assincronamente temas relevantes de um curso a distância realizado em ambiente
educacional virtual.

GB -Termo usado para quantidades de bytes acima de um bilhão.

Gestão do Conhecimento-Consiste na captura, organização e memorização de


conhecimentos e experiências de alunos e grupos de alunos dentro de uma
organização, armazenando esse conteúdo em uma base de dados denominada "base
de conhecimento".

Grupo de discussão-Ferramenta que permite troca de mensagens entre um grupo de


usuários na Internet.

Hacker-essoa com grande conhecimento em informática, que se utiliza desses


conhecimentos para ―entrar‖ em servidores de rede (Internet ou fora dela), sem
autorização dos responsáveis. Isto acarreta ao indivíduo (hacker), grande sensação de
poder.

Head-Cabeça-cabeçalho - Marca o cabeçalho de uma página HTML.

Hardware- Componentes físicos de um sistema computacional.

Hiperlink-Palavras e/ou figuras que aparecem em destaque nas páginas web que
levam a outros lugares na rede.
Hipertexto- As páginas que aparecem na janela dos browsers são resultado de código
em hipertexto. Homepage- Termo criado para designar página (hiperdocumento
HTML) que o browser utiliza quando é inicializado.
http
Protocolo de comunicação de dados. Possibilita a transferência de hiperdocumentos
na web.

IE (Internet Explorer)-Navegador desenvolvido pela Microsoft.

200
Instrutor- Transmite a instrução, ensina.

Intermap- Ferramenta que oferece formas visuais de verificar a interação entre os


participantes de um curso a distância.

Internet- Rede mundial de computadores, inicialmente utilizada nos EUA para


conectar dados educacionais e redes de pesquisas.
Internet Explorer- Exemplo de browser que permite visitas a homepages e outras
páginas na web.

Intranet - Qualquer rede que fornece, dentro de uma empresa ou organização,


serviços similares aos da web.

Java- Linguagem de programação desenvolvida pela Sun MicroSystems. Linguagem


portátil, requer pouca memória e não é dependente de um hardware específico.
JPEG -Formato específico para fotografias. Possui uma das maiores taxas de
compressão de dados.

K
KBPS-Unidade de medida que representa um milhar de bits por segundo
L
LDB- Lei de diretrizes e bases da educação nacional (Lei n. 9.394/96).

Learning Object (Objeto de aprendizagem)-Unidade reutilizável de informação


independente dos meios. Bloco modular de conteúdo em cursos on-line.

Lista de discussão- Ferramenta que permite discussão de assuntos específicos, via


eletrônica.

Lixeira -Ferramenta disponível no ambiente educacional virtual, que tem a finalidade


de receber e armazenar arquivos deletados.

Macromedia Flash- Ferramenta para desenvolvimento de animações, componentes e


páginas para sites na Internet.

Message- Mensagem enviada ou recebida na educação a distância, podendo se


transformar em material didático.

Metodologia- Maneira de ordenar a ação segundo certos princípios: ordem seguida


na investigação; modo de agir com disciplina técnica e organização.

Navegação- Ato de ir visitando diversas páginas da Internet, não necessariamente


seguindo um ―mapa da viagem‖. A navegação pela web é sempre feita através de um
browser, e dá-se pelo clicar em palavras ou frases especialmente marcadas (links).

201
Navegador-Software que permite a navegação entre os conteúdos disponibilizados na
Internet.

Objeto de aprendizagem (Learning object)- Unidade reutilizável de informação


independente dos meios. Bloco modular de conteúdo em cursos on-line.

Obra anônima-Quando não se indica o nome do autor, por sua vontade ou por ser
desconhecido.

Obras protegidas- São obras intelectuais protegidas as criações do espírito,


expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível.
Off-Line- Termo que designa o estado de um computador quando este não está ligado
a outro, mas encontra-se executando tarefas semelhantes, exceto quanto a consultas
(queries) e atualizações.

On-Line-Termo que designa o estado de um computador quando este está ligado a


outro pertencente ou não a uma rede, seja via placa de rede, seja – como é mais
comum – através de modem.

Open Education- Sistemas de educação que estão baseados em princípios de


aprendizagem aberta.

Open Office- Pacote de aplicativos de escritório, gratuito e de código-fonte aberto.

PDF -Arquivo para a troca eletrônica de documentos.

Perfil- Ferramenta que permite que participantes de cursos baseados em ambiente


educacional virtual, possam conhecer-se e desencadear ações entre si.

Perguntas freqüentes (FAQ)-Ferramenta de coordenação do ambiente educacional


virtual, que permite ao formador ir organizando na forma de assuntos e sub-assuntos.

Planejamento de conteúdos-Etapa integrante de um projeto pedagógico. Destaca-se


pela forma de oferecimento dos materiais didáticos a serem disponibilizados aos
aprendizes em cursos presenciais ou a distância.

Plano de ensino-Prevê a inclusão de calendário do curso, unidades de


aprendizagem, recursos pedagógicos que serão utilizados, expectativas quanto às
participações de professores e alunos, e avaliações que serão adotadas.

Plug-in-Software que é acoplado ao browser e que serve para ampliar sua capacidade
funcional.

Pop-up-Pequena janela que aparece sem ser clicada, em geral chamando a atenção
do internauta para algum assunto ou propaganda.

Portfólio-Ferramenta que permite aos participantes de um curso que utilizam o


ambiente educacional virtual, disponibilizarem seus trabalhos para correção e
comentários individualmente ou em grupo.

202
PowerPoint-Software da Microsoft para a produção de apresentações gráficas.

Profissional de EaD- Pessoa com formação e experiência fundamentalmente em


duas áreas de atuação - educacional/pedagógica e informática.

Projeto pedagógico- Formas de acesso ao aprendizado, utilizando-se de


metodologias, estratégias e meios para que sejam atingidos os objetivos acadêmicos
ou profissionais nele previstos.

PS -Linguagem de descrição de páginas criada pela Adobe, padrão de editoração


eletrônica.

Publicação-Oferecimento de obra literária, artística ou científica ao conhecimento do


público, com consentimento do autor, ou de outro titular de direito do autor, por
qualquer forma ou processo.

Quicktime-Tecnologia (Apple) para gravar e reproduzir áudio e imagens em vídeos.

Radio broadcast- Rádio difusão.

RAM (Random Access Memory)-Memória de acesso randômico. Memória temporária


para dados e instrução de programas.

RCA-Padrão do mercado para conectores de áudio e vídeo.

Real Audio-Programa que habilita a escuta de estações de rádio de uma conexão à


Internet.

Red Hat-Linux mantido pela Red Hat Software.

Rede-Interconexão entre computadores por meio de cabos, rádio ou satélite.

Remote Access-Acesso remoto por um terminal a computadores em rede ou Internet.

S
Senha -Conjunto de dígitos alfanuméricos atribuídos ao usuário de sistema
computacional, que permitem o acesso a esse sistema.

Servidor-Numa rede, é um computador que administra e fornece programas e


informações para outros computadores conectados.

Shareware- Software distribuído livremente, desde que seja mantido seu formato
original, sem modificações, e seja dado o devido crédito monetário ao seu autor.

Sistema de Informação- Conjunto dos métodos de comunicação de uma


organização.

Site- Local indicado por um computador, normalmente um servidor web, que contém
informações disponíveis através do uso de diversos programas. Na Internet, é a

203
página ou seqüência de páginas que uma empresa, universidade, repartição, entidade
ou mesmo uma pessoa mantêm na web.

Software- Conjunto de instruções para um sistema computacional (programa de


computador).

Software livre-Sistema que permite ao usuário executar, produzir cópias ou modificar


um software.

StarOffice-Aplicativo de software para escritórios, mantido pela SUN.

Suporte técnico em EaD-Equipe preparada para atender a todas as necessidades


dos usuários de EaD, sejam esses auxílios vindos de pendências pedagógicas ou
tecnológicas.

Tag-Conjunto de caracteres que identificam os elementos e os comandos no HTML.


Teleconferência- Termo genérico para toda e qualquer forma de comunicação em
tempo real entre pessoas distantes, através de video ou audioconferência.

TELEDUC-Ambiente educacional virtual desenvolvido pelo NIED e utilizado na


UNICAMP.

T.I.C.-Tecnologia de Informação e Comunicação.

Transmissão-Transferência de dados nas modalidades analógica, serial, assíncrona e


síncrona por um canal de comunicação.

Tutor- Elemento importante em muitos sistemas de educação a distância, sendo o


principal responsável pelo processo de acompanhamento e controle do ensino e
aprendizagem.

USB -Padrão para portas que aceitam a conexão de diversos tipos de dispositivos
como mouse, teclado, scanner e câmeras.

UML-Metodologia orientada a modelagem de objetos de forma padrão, podendo-se


especificar classes e objetos através de associações e responsabilizações.

Upload-Ato de carregar uma cópia de um programa, de uma página web ou de todo


um site para um servidor.

Usabilidade-Facilidade e adaptabilidade com a qual um produto pode ser utilizado na


realização das tarefas para as quais foi projetado

Versão-Identificação atribuída a uma fase de determinado software.

204
Videoconferência-Utilização de equipamentos de áudio e vídeo para conectar
participantes que estão em lugares remotos.

Vi (Visual)-Editor de texto.

Vírus- Em computação, designa um programa contendo em seu código rotinas


cuja finalidade básica é a de disseminar algo, como seu homônimo biológico.
Visão do aluno-Condição que estabelece ao aluno de curso em ambiente
educacional virtual, acesso limitado às funcionalidades desse nível.

Visão do formador-Chave (funcionalidade) do ambiente educacional virtual


que permite acesso a outras funcionalidades reservadas à condição de
formador.

XML-ferramenta de software concebida com a finalidade de facilitar a troca de


documentos entre diferentes sistemas computacionais.

W
WAN -Rede área larga. É uma rede de computadores que interliga ente si
diversas redes locais.
Webcam- Câmera digital ligada a um PC que proporciona a captação de
imagens que podem ser transmitidas na rede em tempo real.

Webcrawler-Site na web que funciona como um diretório de endereços URL.

Webmail-Serviço de e-mail em que o acesso se dá através de um browser (de


um PC ligado à Internet).

205
Webmaster -Profissional responsável por manter a estrutura e funcionamento
de um website.

Wireless-Transmissão sem fio, transmissão via ondas de rádio ou satélite, sem


a necessidade de conexão física por meio de cabos.

Wiki-Software livre que proporciona a possibilidade de pessoas que não


tenham muitos conhecimentos de informática, criarem páginas na Internet.

Zipar-Processo de compactação de arquivos.

206
B IBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Maria Lucia Pacheco de. Como elaborar monografias. 4.ed.


Belém/PA: Cejup, 1996.

ALVES, Rubem. Filosofia da ciência. São Paulo: Ars Poetica, 1996.


ALVES-MAZZOTTI, A. J., GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências
naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira,
1998.

ANDRADE, Maria Terezinha Dias de. Técnica da pesquisa bibliográfica. 3.ed.


São Paulo: USP-Faculdade de Saúde Pública, 1972.

ASTI VERA, Armando. Metodologia da pesquisa científica. Trad. Maria Helena


Guedes e Beatriz Marques Magalhães. Porto Alegre: Globo, 1976.

BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico: contribuição para uma


psicanalise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1994.

207

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