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Engenheiro de Minas, formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - EPUSP, em 1966; Pós-
graduado em Metalurgia Extrativa, pela Colorado School of Mines – EUA, em 1971; Docente da Escola de
Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, sendo responsável pela disciplina Geoestatística. Engenheiro
Sênior da Divisão de Lavra da Paulo Abib Engenharia S. A.
Engenheiro de Minas, formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - EPUSP, em 1960; Pós-
graduado em Tecnologia Mineral pela Escola Politécnica da USP; Docente da Escola Politécnica da USP, sendo
responsável pelos cursos “Manuseio de Minérios” e “Concentração por Flutuação”; Diretor de Processos Minerais
da Paulo Abib Engenharia.
ÍNDICE
1. Introdução pg 03
2. Metodologia para o Desenvolvimento de Projetos de Mineração pg 03
3. Pesquisa a Jazida pg 05
3.1. Elaboração do Plano de Pesquisa pg 05
3.2. Trabalhos de Pesquisa pg 05
3.3. Cálculo de Reservas pg 08
4. Caracterização Tecnológica do Minério pg 08
4.1. Programa para a Caracterização da Jazida pg 09
4.2. Trabalhos de Caracterização pg 09
4.3. Caracterização dos Produtos dos Processos de Concentração pg 10
4.4. Definição Final da Tipologia do Minério pg 10
5. Desenvolvimento de Processo pg 11
5.1. Programa de Desenvolvimento de Processo pg 11
5.2. Ensaios de Britagem pg 11
5.3. Ensaios de Peneiramento pg 12
5.4. Ensaios de Moagem pg 12
5.5. Ensaios de Classificação e Ciclonagem pg 12
5.6. Ensaios de Separação Gravimétrica pg 13
5.7. Ensaios de Separação Magnética e Eletrostática pg 13
5.8. Ensaios de Espessamento e Filtragem pg 13
5.9. Ensaios de Flotação pg 13
5.10. Usina Semi-Industrial pg 15
6. Anteprojeto de Lavra pg 15
6.1. Lavra a Céu Aberto pg 16
6.2. Lavra Subterrânea pg 16
7. Projetos de Processamento pg 17
7.1. Dados Básicos pg 17
7.2. Fluxograma de Processo pg 17
7.3. Dimensionamento de Equipamentos pg 18
7.4. Outros Elementos do Projeto pg 19
8. Levantamento de Dados Econômicos Preliminares pg 19
8.1. Caracterização de Dados Econômicos Preliminares pg 19
8.2. Estimativa de Investimento pg 20
8.3. Custos de Produção pg 23
8.4. Estudo de Mercado pg
8.5. Estudo de Rentabilidade pg
9. Plano de Bom Aproveitamento pg
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1 INTRODUÇÃO
Como o empreendimento mineiro compreende grande volume de capital e alta taxa de risco por repousar
em uma entidade (jazida), cujo conhecimento nunca é completo, e como são consideráveis os custos dos trabalhos
de pesquisa, é aconselhável que a evolução de um projeto mineiro se faça norteada por uma série de decisões
baseadas em um conjunto de dados levantados ou assumidos durante as diversas etapas de desenvolvimento dos
trabalhos de pesquisa.
Como uma evolução teoricamente correta do projeto, podemos dividi-lo em uma série de etapas, cada qual
iniciada por uma decisão baseada na anterior. Essas etapas seriam:
- Avaliação preliminar:
Conhecida a ocorrência, são feitos alguns trabalhos de levantamento geológico e alguns trabalhos
superficiais com algumas sondagens esporádicas. A qualidade do minério é avaliada através de algumas
análises químicas, alguns estudos mineralógicos e, eventualmente, de alguns ensaios de concentração de
bancadas. Com base nesses dados e considerando-se informações bibliográficas sobre mineração,
beneficiamento e mercado de jazidas semelhantes, faz-se uma Avaliação Preliminar do depósito. Devido
ao pequeno número de dados disponíveis e recomendáveis, nessa fase, um procedimento otimista e só
descartar-se a conveniência de estudos posteriores, caso haja evidências claras da total impossibilidade do
aproveitamento econômico da jazida.
Após uma avaliação preliminar é tomada a decisão de investir-se na pesquisa da jazida, constituindo-se
essa decisão no marco zero do desenvolvimento do projeto.
- Pesquisa da jazida:
Essa etapa já deve se desenvolver dentro de um planejamento cuidadoso dos trabalhos, da qual deverão
participar os técnicos das diversas especialidades envolvidas no projeto, de forma a poder aproveitar-se os
trabalhos de pesquisa para o levantamento do máximo número possível de informações. Durante a
execução dos trabalhos das diversas especialidades devem ser trocadas constantemente informações que
poderão vir, eventualmente, aconselhar algumas modificações ou adaptações dos trabalhos iniciais de
pesquisa. Nessa fase, devem ser realizados trabalhos de pesquisa geológica, de caracterização do minério,
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de estudos de concentração (principalmente trabalhos de bancada) e devem ser levantados alguns dados
sobre infra-estrutura local e condições de mercado. Os trabalhos realizados devem permitir elaborar um
Estudo Preliminar de Viabilidade cujo nível de precisão do orçamento de investimentos é da ordem de 40
%.
Após a conclusão desse estudo é tomada a decisão sobre a continuação do detalhamento das pesquisas.
- Pesquisa Detalhada da Jazida:
Passa-se a redução da malha de sondagem, à execução de galerias e ao detalhamento das informações de
caráter geotécnico. Paralelamente, devem ser detalhados os estudos de caracterização do minério com a
definição dos eventuais tipos de minério ocorrentes na jazida. São executados estudos de concentração,
tanto em bancadas quanto em planta contínua, de forma a definirem-se os balanços metalúrgicos e o
fluxograma indicado à concentração do minério, assim como para determinarem-se parâmetros para pré-
dimensionar os equipamentos de processo. Os trabalhos de pesquisa da jazida devem ser suficientes para
uma primeira definição do método de lavra a ser empregado, assim como para permitir um pré-
dimensionamento dos equipamentos de lavra. Devem ser detalhados os estudos de localização das
instalações e obtidas informações detalhadas sobre infra-estrutura local e dados de mercado. Esse conjunto
de informações já permite a elaboração de um anteprojeto que possibilite a elaboração de um estudo de
Viabilidade Econômica, que servirá para a decisão sobre a continuação do projeto com início da
elaboração do Projeto Básico. Esse Estudo de viabilidade econômica deve servir de suporte ao Plano de
Aproveitamento Econômico da Jazida.
- Projeto Básico:
Nessa etapa, os trabalhos se concentram na elaboração de serviços de engenharia. Após a execução desse
projeto faz-se uma revisão dos estudos econômicos, agora com um grau de decisão muito maior. Com os
dados econômicos sobre investimentos, sobre custos de produção e sobre a economicidade do projeto, o
empresário chega ao último nó de decisão, sobre a execução ou não do projeto. O nível de erro na
estimativa do orçamento dos investimentos é de 15% (quinze por cento).
- Fase de Implantação:
Inicia-se com as compras de equipamentos e detalhamento do projeto; após a complementação do
detalhamento da engenharia é feita uma revisão do orçamento, a qual deverá ter um erro de previsão
menor do que 10% (dez por cento).
Deve-se observar que os fatores considerados em todas as avaliações econômicas são os mesmos; o que
difere é o grau de detalhe das informações disponíveis. É de todo aconselhável que a equipe envolvida no
desenvolvimento do projeto seja bastante experiente, visto ter que suprir com a experiência própria a falta
de informações.
A tabela I mostra a relação das equipes envolvidas nos trabalhos e sua participação nos mesmos.
O quadro n 1 mostra um exemplo de desenvolvimento da implantação de um empreendimento mineiro.
3 PESQUISA DA JAZIDA
Para a elaboração de um projeto é essencial a execução de um plano de pesquisa que deve fornecer as
seguintes informações: avaliação das reservas de minério parametrizadas segundo tipologia e teor; estrutura
geológica da jazida com a definição da posição e dos limites do corpo mineralizado características do minério
quanto à concentração; características geotécnicas do minério e da encaixante. Nível do lençol freático; etc.
O Plano de Pesquisa deve ser desenvolvido de acordo com o nível de detalhe desejado nas informações;
entretanto, já o planejamento inicial deve ser executado de forma que, na elaboração do plano dos trabalhos para
uma certa etapa do projeto, possam ser integralmente aproveitadas as informações levantadas nas etapas anteriores.
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Na elaboração do plano de pesquisa devem ser consideradas: as informações sobre a geologia do depósito;
informações sobre métodos de lavra possíveis de serem aplicados; informações sobre processo de beneficiamento;
quaisquer outras informações sobre fatores que possam vir a afetar a economicidade do projeto.
Assim, na elaboração do plano de pesquisa a Equipe de Geologia deve contar com o assessoramento das
demais equipes envolvidas no projeto, para que os trabalhos de pesquisa forneçam o máximo possível de
informações.
A definição das características da jazida é feita com o apoio de diversos trabalhos de pesquisa, como:
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3.2.5 Análises Químicas e Mineralógicas
Consideradas as características da jazida e os métodos de lavra e de beneficiamento são definidos os
intervalos de amostragem e a relação de elementos a serem analisados, assim como um programa de amostragem
para estudos de mineralogia e caracterização tecnológica, para os diversos trabalhos de pesquisa.
RQD, % QUALIDADE
Outro parâmetro que deve ser determinado para a lavra a céu aberto é a possibilidade de desmonte com
escarificador, o qual pode ser definido através de lavra experimental ou, eventualmente, avaliado através de ensaios
sísmicos.
A velocidade de furação das perfuratrizes pode ser avaliada através de operações experimentais, ou através
da observação da velocidade de perfuração dos marteletes nas galerias. Segundo alguns autores, essa velocidade
pode ser avaliada em função dos parâmetros de resistência mecânica.
O Índice de cavabilidade (cavability index) indica a possibilidade de desmonte de um maciço por “block-
caving”, segundo vários autores ele pode ser avaliado através do RQD.
Para a elaboração do projeto de lavra é necessária a avaliação do fator de empolamento.
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3.2.9 Parâmetros de infra-estrutura
Outros fatores que condicionam um projeto mineiro devem ser estudados durante a fase de pesquisa, tais como:
clima (temperatura, regime de chuvas, direção preferencial dos ventos); localização e infra-estrutura local
(distância dos mercados, proximidade e condições de núcleos urbanos mais próximos, vias de acesso); topografia e
condições geotécnicas para instalações industriais: disponibilidade de áreas para deposição de rejeitos;
disponibilidade e distância das fontes de suprimento de água e de energia; origens e custos de insumos industriais;
disponibilidade local de mão de obra; etc.
Para a determinação das características geotécnicas das áreas industriais e de construção de barragens deve ser
executado um programa de trabalhos que podem compreender: levantamento topográfico, mapeamento geológico,
estudos por métodos geofísicos, sondagens de percussão e rotativa, etc.
Concomitantemente, deve-se proceder a um estudo de mercado, com: levantamento de especificações de produtos
comerciais, da oferta e de demanda, assim como dos preços praticados. É importante, ainda, proceder-se a uma
avaliação das tendências futuras desse mercado.
Com base nas informações relativas a teores, mineralogia e tipologia do minério, procede-se aos trabalhos de
cálculo das reservas. Há diversos métodos aplicáveis a esse cálculo; modernamente, são os mais empregados os
métodos geoestatísticos. Nesses métodos são definidas as leis de variação das características do minério dentro da
jazida através da definição da função variograma.
Uma prática comum na avaliação de reserva é através da definição de teores de blocos tecnológicos de dimensões
convenientes, através do uso do variograma. Para cada bloco ter-se-á um teor definido; com isso, é possível definir
para a jazida as funções:
- - Reservas totais em função do teor de corte e
- - Teor médio em função do teor de corte.
As diferenças nas características de amostras de minério provindas de diversas partes da jazida podem ser
grosseiras, sendo visível mesmo a não especialistas. Outras vezes, porém, essas diferenças são muito sutis
(composição mineralógica, textura, liberação, condições superficiais, etc.) e podem levar a performances
totalmente distintas, face aos processos de concentração.
Por essa razão, é necessário que seja executado um programa bem planejado de caracterização tecnológica do
minério a ser realizado por pessoal especializado, de alto nível e que domine as técnicas de petrografia e de
mineralogia e disponha, ainda, de um razoável nível de conhecimento de geologia das características e limitações
dos processos de beneficiamento.
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4.1 PROGRAMA PARA A CARACTERIZAÇÃO DA JAZIDA
Esse programa é preparado através de informações sobre as características da jazida e da observação de amostras
obtidas em trabalhos preliminares. De acordo com as informações sobre as características dos processos aplicáveis
de beneficiamento e de informações sobre métodos de lavra aplicáveis, é preparado o programa dos trabalhos de
caracterização, que deve compreender: definição dos m elementos a serem analisados; definição dos critérios para
descrição dos testemunhos; definição da necessidade e da freqüência de determinações mineralógicas.
As informações conseguidas através dos trabalhos de caracterização são transmitidas às equipes de geologia e de
tratamento, e servirão para a reorientação dos planos de pesquisa da jazida e do beneficiamento. Por outro lado, a
atualização das informações provindas das demais equipes servirá para eventuais alterações no plano de
caracterização da jazida.
Com a conclusão do plano de caracterização dever-se-á dispor das informações sobre tipos de minério existentes,
com suas características principais e sua distribuição ao longo da jazida.
De acordo com o conhecimento genético da jazida, as descrições dos testemunhos e a observação cuidadosa dos
mesmos e os resultados das análises químicas e, tendo em consideração as características que devem ser estudadas
face ao processo de concentração previsto é realizada uma amostragem inicial para proceder-se a uma Avaliação
Mineralógica Quantitativa. Esses estudos, feitos em lupa e, eventualmente, com microscópio, são rápidos e de
baixo custo e, se executados por pessoal experiente, são capazes de fornecer uma soma considerável de
informações em relação às características do minério face ao processo de concentração. Apenas as informações
fornecidas por esse estudo (mineralogia qualitativa, minerais úteis, relacionamento entre os minerais,
granulometria dos minerais, estado da superfície) já é possível ao Técnico de Beneficiamento começar a formular
um plano para desenvolvimento dos processos de beneficiamento e, eventualmente, já prever os resultados
possíveis de serem atingidos.
Com base nos resultados dos estudos da Avaliação Mineralógica Qualitativa, consideradas as informações
adicionais sobre a jazida, obtidos com o prosseguimento dos trabalhos de pesquisa e, finalmente, levando se em
conta a distribuição espacial das diversas amostras estudadas procura-se definir uma tipologia preliminar do
minério na jazida, de acordo com suas possíveis respostas aos processos de concentração.
De acordo com essa tipologia é programado um plano de caracterização detalhada do minério. Os trabalhos de
caracterização detalhada devem ser executados com o minério moído na granulometria esperada de liberação ou do
processo. É determinada a distribuição granulométrica do minério e as concentrações dos minerais de interesse nas
diversas frações granulométricas do minério e as concentrações dos minerais de interesse nas diversas frações
granulométricas. A separação granulométrica, geralmente, é feita em peneiras até 325 ou 400#; abaixo dessa malha
o processo mais usual de separação é em Cyclosizer. A composição granulométrica é apresentada em tabelas ou na
forma de gráficos; para a representação gráfica são usados papéis graduados em funções analíticas, que conduzem
a um gráfico linear. As funções mais empregadas são: Equação Gates-Gaudin-Schumann, Função log Norma 1 e
Função de Rosin-Rammler, sendo que cada qual se aplica melhor a certas classes de produtos.
Cada fração granulométrica é submetida a separações minerais, através de diversos métodos; usualmente por
separações em líquidos densos e por separações magnéticas (preferencialmente executadas em separador Franz) e ,
às vezes, por separações eletrostáticas ou por ensaios padronizados de flotação. Cada fração separada é
cuidadosamente estudada em lupa e ao microscópio e analisada quimicamente.
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Com essa caracterização pode-se pode se conseguir um conhecimento muito bom a respeito das características dos
diversos minerais úteis e dos minerais de ganga, com o que se torna possível: visualizar processos de concentração
para obtenção de concentrados dos minerais úteis; confirmar a malha de liberação pré definida; prever dificuldades
na separação de minerais afins face a processo de concentração; prever as características do concentrado quanto a
teor de metal útil e quanto ao nível de impurezas nocivas; detectar necessidade de remoagem ou de atricionamento;
estimar a recuperação teoricamente possível do elemento útil; prever dificuldades de concentração do mineral
(propriedades de superfície, características cristalográficas, etc.).
Após a caracterização detalhada das amostras escolhidas é feita uma revisão da tipologia preliminar e é definida a
tipologia final do minério e sua distribuição ao longo da jazida. Essa tipologia orientará os estudos de
concentração, os quais deverão confirmá-la ou revisá-la. Técnicas matemáticas estatísticas, tais como análise
grupal, contribuem para o melhor entendimento da tipologia facilitando a consecução dos objetivos visados.
Após a execução dos trabalhos de caracterização e juntando-se as informações obtidas nos estudos de processo,
dados adicionais resultantes da evolução da pesquisa da jazida e considerações sobre as características do método
de lavra a ser empregado e, finalmente, definida a tipologia do minério na jazida e a distribuição de cada tipo é
determinada.
5 DESENVOLVIMENTO DE PROCESSO
O estudo do processo de concentração deve se iniciar com as primeiras informações sobre as características do
minério, através de um extenso levantamento bibliográfico sobre a concentração de minérios semelhante. Isso
permitirá à equipe de processos dar apoio às equipes de Geologia e de caracterização. Tão logo estejam disponíveis
amostras, devem ser iniciados trabalhos de laboratório para comprovação das informações bibliográficas.
De posse dos dados sobre a tipologia do minério e supondo–se que ocorra mais do que um tipo de minério, o
primeiro problema que surge é na escolha da amostra. Para tal escolha devem ser considerados os seguintes pontos:
grau de diferenciação entre os tipos; abundância de cada tipo; e possibilidade e conveniência do tratamento de cada
tipo em separado ou de misturas de tipos.
Há duas estratégias mais utilizadas nesse caso:
- Alternativa A -
O processo é desenvolvido para o tipo mais abundante; posteriormente, sua aplicação aos outros tipos é estudada;
ou
- Alternativa B –
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- O processo é desenvolvido para uma mistura dos tipos e, posteriormente, sua aplicação estudada aos
tipos mais abundantes.
-
Dadas as características do minério e com informações obtidas na literatura são verificadas todas as alternativas
possíveis de processo; é, então, conduzido um estudo comparativo entre as diversas alternativas e são escolhidas
para estudos as que se mostrarem mais viáveis.
São, então, programados os ensaios para estudos desses processos que compreendem ensaios de bancada para
algumas operações e ensaios de bancada e contínuos, para outras.
Um processo de concentração é um conjunto de operações unitárias. Algumas dessas operações dispensam ensaios
enquanto que outras exigem a execução desses ensaios.
Em geral, as operações de britagem não são testadas em ensaios específicos; o dimensionamento de equipamentos
e a previsão de produtos são feitos com base em informações contidas na literatura técnica. Apenas casos em que a
operação seja crítica (produção de finos na Usina da Petrosix) os ensaios são justificados; nesse caso, o ensaio é
feito em operações industriais. Outro caso que recomenda a execução de ensaios é a britagem de material de
características peculiares (por exemplo, para testar a aplicação de britador cônico em material contendo uma certa
fração argilosa). Outro caso que justifica a execução de ensaios é a britagem do minério de ferro para determinar a
granulometria do produto, a qual vai definir o dimensionamento dos demais equipamentos à jusante e a proporção
entre “natural pellet-ore”, “sinter-feed” e “pellet-feed”.
Somente são efetuados em condições muito especiais como, por exemplo, para estudar o comportamento de
minério úmido em peneira de telas fina, para determinar umidade máxima tolerável e para otimizar condições de
operação.
De modo geral, o dimensionamento de peneiras é feito de acordo com fórmulas apresentadas em literatura técnica.
Para a moagem de carvão são executados ensaios de moagem no moinho Hardgrove, com os quais se obtém o
Índice Hardgrove do carvão através do qual se determina a potência requerida, através de dados de fornecedores de
equipamentos. Há sérios problemas no “scale-up” por esse método; ele funciona razoavelmente bem , desde que
aplicado por pessoal experiente.
Para a determinação da mobilidade do minério é usual a determinação do “Work Index” de Bond. A determinação
desse índice pode ser feita em ensaio padronizado de laboratório (Moinho de Bond).
O WI pode, também, ser calculado através de ensaios contínuos em plantas-piloto.
O WI é a energia em KWH necessária para produzir uma tonelada curta de material de tamanho infinito a 80%
passante em 100µm. Esse índice é utilizado para dimensionamento de moinhos usando a fórmula de Bond.
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W = 10WI − , em que
P F
WI = “Work Index”
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P e F = Granulometria em µm em que passam, respectivamente, 80% do produto da alimentação.
Para o dimensionamento do moinho há diversas correções, que devem ser aplicadas à fórmula básica; é necessário
que esse dimensionamento seja feito por pessoa experiente.
Modernamente, estão sendo desenvolvidos novos processos para dimensionamento de moinhos baseados em
teorias cinéticas do processo de moagem. Para aplicação desses métodos de dimensionamento são necessários
ensaios para a determinação dos correspondentes parâmetros (velocidade de quebra, função de seleção, etc.). Esses
métodos não têm, ainda, aplicação generalizada, porém a tendência é de se tornarem mais usados.
Para o dimensionamento de moinhos autógenos é necessária a execução de ensaios em planta-piloto em moinho
com diâmetro mínimo de 5pés, com o qual é feito o “scale-up”.
Para o caso do carvão em que os líquidos densos são baratos, são realizados ensaios se separação em líquidos de
várias densidades com o que é definida a curva de lavabilidade.
Para o caso de mineiro, a curva de lavabilidade até densidade 3,2 pode ser feita em suspensão de FeSi em cone de
separação.
Tendo as curvas de lavabilidade a previsão da separação dos minerais, pode ser feita através de de simulação da
partição usando-se fatores de imperfeição próprios dos equipamentos a serem utilizados; esses fatores de
imperfeição são contidos na literatura técnica.
São realizados, ainda, ensaios de jigagem e de mensagem em equipamentos de laboratório, sendo o ‘scale-up’ feito
através de dados de fornecedores e constantes da literatura.
Ensaios se separação em meio denso, em ciclone ou ‘Dyna whirlpool’ são feitos em equipamentos industriais,
sendo o ‘scale-up’ feito de forma direta.
Ensaios de concentração em espirais de Humphreys são realizados em equipamentos industriais, sendo o ‘scale-up’
feito de forma direta.
Ensaios geralmente são feitos em equipamentos de laboratório. Os fatores para ‘scale-up’ para unidades industriais
são obtidos dos fabricantes de equipamentos.
São feitos ensaios de bancada com pequenas amostras através de procedimento e equipamentos padronizados
descritos na literatura. Através desses ensaios pode-se dimensionar os equipamentos e prever-se sua performance;
para tal é necessária grande experiência do engenheiro.
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5.9 ENSAIOS DE FLOTAÇÃO
Os ensaios de flotação, devido ao grande número de variáveis envolvidas, são os mais difíceis de executar e de
padronização muito problemática.
Apenas com uma rota indicativa desses ensaios descreveremos, abaixo, as diversas etapas que um desenvolvimento
de um processo de flotação pode conter.
Pesquisa Bibliográfica
Deve-se indicar as condições usuais para processos semelhantes e as variáveis mais importantes. De
acordo com essa pesquisa define-se o esquema básico de processo e elabora-se o programa para avaliação
das variáveis mais importantes.
Ensaios de Seletividade
São ensaios de curta duração, realizados em bancadas, para uma primeira avaliação de efeitos das
variáveis. Uma forma comum de realizar esses ensaios é através da adição estagiada de coletor e
recolhimento estagiado de concentrado, de forma a pode-se definir a curva de recuperação × teor do
concentrado para um determinado conjunto de condições. Após esses ensaios já se restringe o campo de
variação das condições a serem estudadas em trabalhos posteriores.
Ensaios Descontínuos
São realizados, por exemplo, em flotações rougher, scavenger e quantas flotações de limpeza forem
necessárias. Esses ensaios dão informação quanto as características do concentrado, do rejeito e dos
”middlings”.É importante, nesses ensaios, caracterizar-se muito bem as características dos ’middlings’,
para se poder o resultado do ensaio.
São realizadas séries de ensaios com variações das diversas condições de processo, na medida do possível
utilizando métodos estatísticos de flotação. Inicialmente, o campo de variação das variáveis é extenso; em
uma segunda etapa já se programam os ensaios para procurar determinar os pontos ótimos.
Ao fim desse programa, já se dispõem de informações sobre os resultados a se esperar e os reagentes a
serem utilizados.
Ensaios Cinéticos
São realizados ensaios com coleta parcelado do concentrado nas condições indicadas anteriormente ; são
determinadas as curvas de recuperação dos minerais úteis e da ganga , em função do tempo .Com esse
ensaio e dentro de condições bem restritas é possível definir-se os tempos de flotação e os estágios
necessários.Esse teste permite simulações que são úteis na comparação de circuitos alternativos.
Para fazer-se ‘scale-up’do tempo de flotação definido nos ensaios descontínuos é necessário multiplicá-los
por certos fatores cujos valores dependem da experiência de cada um.Através desses tempos é possível o
dimensionamento das células de flotação da unidade industrial.
Ensaios Cruzados
Quando não se dispõe de quantidade suficiente de amostra para a realização de ensaios contínuos pode ser
aconselhável a realização de ensaios cruzados com a recirculação de ‘middlings’, especialmente quando
de prevejam eventuais problemas na recirculação desses ‘middlings’. São esses ensaios demorados, de
difícil execução e de excessivo manuseio de produtos intermediários, o que pode ocasionar erros muito
grandes . É aconselhável dispensá-los só executando-os como última alternativa.
Ensaios Contínuos
Com essas informações dos ensaios descontínuos monta-se a planta-piloto e elabora-se o programa de
ensaios.
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Inicialmente, realizam-se ensaios de curta de duração (mais ou menos 2 horas em regime) para testar-se os
campos favoráveis das diversas variáveis.
Em seguida ,são executados ensaios mais prolongados(4 a 8 horas em regime),com amostragens
periódicas para otimização de condições.
Em uma última etapa, os ensaios são de longa duração (12 a 24 horas) durante as quais são amostrados
produtos intermediários para permitir a elaboração de balanços completos de massas .
Com base nesses ensaios, são dimensionados os volumes das células e de condicionadores e são estimados
os consumos de água e de reagentes . Em geral, a estimativa de consumo dos reagentes ,feita através de
ensaios de planta-piloto são mais elevadas do que o consumo industrial; isso se deve a que , na planta-
piloto se opera com polpa mais diluída.
- Estudo da Água Disponível
Os estudos de processo são feitos com água do laboratório.É necessário programar-se uma série de ensaios
para verificar o eventual efeito do uso da água disponível no local em comparação com o uso da água do
laboratório .
Se houver necessidade de recirculação de água na planta industrial,deve-se poder contar com essa
recirculação nos ensaios descontínuos.
O ‘scale-up’, a partir de USI é muito mais preciso,principalmente porque já são usadas máquinas comerciais.
Outras vantagens de se contar com USI é a possibilidade de treinamento de operadores e produção de quantidades
substanciais de concentrados para testes. Os consumos de energia, água e reagentes são muito mais próximos da
Unidade Industrial do que os da UP; com isso, o estudo de viabilidade econômica ganha bastante em precisão ,
servindo como uma ferramenta importante de demonstração dessa viabilidade para empresários. Quando o
processo é totalmente novo ou exige equipamentos não convencionais , a operação de uma USI se torna impositiva
.
Como desvantagens da construção e operação da USI são:
- Elevado custo de investimento;
- Grande atraso no cronograma de implantação;
- Grande possibilidade de haver o tratamento de minério não representativo, se a frente não for aberta em
locais convenientes, o que nem sempre é fácil de se conseguir.
6 ANTEPROJETO DE LAVRA
De posse das informações sobre as características da jazida (tipologia, estrutura, reservas) e sobre a capacidade
requerida de produção da mina, pode-se elaborar o anteprojeto de lavra .
Inicia-se a elaboração do anteprojeto, através da elaboração de um estudo de alternativas, cujo resultado é tão
significativo quanto maior for o nível de informações disponíveis.
Ás vezes deve-se proceder, inicialmente, a um estudo comparativo entre lavra subterrânea e lavra a céu aberto.
Nesse estudo ás vezes se conclui ser um método misto-subterrânea / céu aberto, o mais conveniente; nesse caso
determina-se a profundidade limite da lavra a céu aberto. Essa profundidade é aquela a qual se igualam aos custos
da extração por lavra a subterrânea e por lava a céu aberto.
No caso de lavra a céu aberto, considerando-se ângulo de talude recomendável pela geotecnia, define-se a relação
estéril/minério limite que é aquela que iguala os custos de produção do concentrado ao valor do mesmo. Tendo-se
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definido a relação estéril/minério limite, elabora-se o plano de exaustão chegando-se a definição da cava final.
Após esse estudo, pode-se então recalcular as reservas agora denominadas reservas lavráveis, o seu teor médio e a
relação estéril/minério média.
Esses parâmetros irão permitir definirem-se os parâmetros básicos para dimensionamento dos equipamentos de
mina e das instalações de beneficiamento. Ainda no caso da lavra a céu aberto, deve-se estudar a possibilidade e
conveniência de proceder-se uma lavra seletiva, o que irá influir na escolha e dimensionamento de equipamentos
Outro fator a ser considerado é a possibilidade ou não de conveniência ou não de blendar diversos tipos de minério
ocorrentes na jazida,o que irá influir, também, no dimensionamento de equipamentos. É importante, ainda, a
escolha da localização da britagem e depósito de estéril e estudo para da alternativa de transporte.
Em uma etapa mais avançada do projeto se faz um planejamento da lavra ao longo do tempo; nos estudos iniciais,
geralmente, trabalha-se apenas em termos de médias.
Consta do anteprojeto para a avaliação dos investimentos os trabalhos de preparação da mina para a lavra e a
implantação da rede de transporte de estéril e de minério.
Através de estimativas feitas durante a fase de pesquisa avalia-se a necessidade de furação com o correspondente
equipamento, assim como o consumo de explosivos. São avaliadas as distâncias de transporte pela a distância de
do centro de massa da jazida aos locais da britagem e da deposição de estéril.
O Anexo I mostra o fluxo normal das atividades de elaboração de um projeto básico de lavra em mina a céu aberto.
Anteprojeto de lava subterrânea inicia-se com a escolha do método mais apropriado, em função das
características do corpo de minério, estabilidade da encaixante, escalas de produção prevista, conveniência de
proceder-se a uma lavra seletiva para diminuir o grau de diluição do teor de minério,etc.
Uma vez escolhido o método de lavra, deve-se ser feita uma avaliação da recuperação da lavra, do grau de diluição
do teor de minério e, com isso, são calculadas as reservas lavráveis e o teor médio do minério que irá alimentar a
usina de concentração.
São estudadas alternativas de transporte de minérios.
È importante no projeto da lavra uma definição sobre a convivência dispo-se de um grande número de frentes de
produção para contar-se com uma certa blendagem de tipos de minérios na alimentação da usina.
Através de parâmetros estimados avaliam-se a furação necessária, o consumo de explosivos e a distância de
transporte.
Para a avaliação de investimentos iniciais e para uma estimativa de tempo mínimo necessário, para ter-se a mina
em produção, é estimado o volume necessário de trabalhos preparatórios (metros de poços, metros de galerias, etc.)
7 PROJETOS DE PROCESSAMENTO
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Por outro lado, quando o nível de investimento em relação ao custo de produção é elevado, como ocorre nas usinas
de flotação é usual a operação em quatro turnos, isto é três turnos diário de 8 horas, sem paralização aos domingos.
No caso das plantas que operam a quatro turnos, podem se esperar um total de horas anuais trabalhadas da ordem
de 8.000 t/a
No caso da britagem primária é usual operar-se 20 turnos/semana com 1 turno /semana para manutenção No caso
da britagem primaria deve-se considerar turnos de 7 horas de trabalho, com um coeficiente de disponibilidade de
90%, o que vai corresponder a um fator de trabalhos de 78,5% (setenta e oito vírgula cinco por cento). Deve-se
considerar, ainda, que durante este intervalo, há tempos que o britador não funciona por falta de caminhão. O
tempo efetivo de britagem vai depender desse fator de existência de minério para o britador operar. A falta de
caminhão no pátio de britagem é tanto menor quanto o superdimensionado dos equipamentos da mina. Para
equipamentos bem dimensionados tem-se um fator de existência de rocha no britador da ordem de 85% (oitenta e
cinco por cento). Assim, o tempo efetivo de britagem é de 55 a 60% do tempo escalado.
Quando não existe estoque entre britagem primária nem a secundaria, esta ultima também tem que ser
surperdinsionada. Havendo estoque intermediário pode-se calcular o tempo efetivo de britagem na britagem
secundaria da ordem de 85%(oitenta e cinco por cento) das horas escaladas.
Entre britagem secundária/terciária a usina deve dispor de estocagem de grande capacidade para não comprometer
o funcionamento das instalações. Nos projetos mais modernos tem-se usados pátios de estocagem com tempo de
estocagem de três dias a uma semana que, alem de estocar minério, serve ainda, para homogeneização do mesmo,
antes de ser alimentado na Usina.
Com as informações sobre as características do minério a ser produzido pela mina, se acordo com planejamento da
lavra e usando-se os dados obtidos nos estudos de desenvolvimento de processo, elabora-se o fluxograma de
processo, que deve constar do estabelecimento de um conjunto de operações unitárias da forma mais simples,
objetiva e econômica.
Para desenvolver um projeto de processamento é necessário conhecer-se, através de estudos de
desenvolvimento de processos, as operações unitárias necessárias a serem empregadas. Por outro lado, é necessário
grande experiência em relação às operações unitárias, de forma que o conjunto complexo das mesmas constitua um
todo coerente e com as diversas operações unitárias coerentes entre si.
O projeto de processamento, geralmente, depende de uma serie de estudos de alternativas de fluxogramas,
de localizações de unidades e de capacidade de estocagens, os quais devem ser orientados por elementos de grande
experiência.
O fluxograma de processos recebe o nome de fluxogramas de massas quando são acrescentados no mesmo
as informações sobre as grandezas de fluxos (massas, vazões, teores, etc.). O fluxograma de massas é essencial no
projeto de processamento por sintetizar todas as partições de massa que o minério sofre ao longo do processo
gerando os diversos produtos, dentre os quais: o concentrado e os rejeitos.
Das informações geradas na pesquisa de processo, como visto, chega-se à elaboração dos fluxogramas de
processo de massas. Da obtenção destes documentos, a especificação dos equipamentos de processos auxiliares
industriais, percorre uma área na engenharia que é uma das fundamentais para elaboração do projeto da unidade
industrial. É preciso, nesta fase de estudos, e a partir de parâmetros e informações geradas a nível de laboratório,
transferir estes dados à escala industrial.
Para cada operação unitária de processo industrial urge que se disponha de dados e parâmetros de
engenharia que são levados em escala de laboratório. Na experimentação e pesquisa de processo, portanto, é
necessário que o pesquisador tenha isso em mente, para levantar, devida e completamente, os dados necessários.
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Para dimensionar equipamentos de processo, conta-se, em geral, com ensaios específicos que obedecem a
condições e normas especificas. Para dimensionar uma unidade de moagem, por exemplo, é indispensável avaliar-
se o consumo especifico de energia na moagem, o que pode ser feito em laboratório, através de ensaios
padronizados para determinação do índice de mobilidade (ou índice de Bond, ou Work Index). Esse parâmetro e
informações outras geradas na experimentação, como granulometria, composição mineralógica, etc., formam o
conjunto de dados de entradas para o calculo de “scale up” da unidade industrial.
Outros exemplos, que podem ser citados, e muitos freqüentes em projetos de usinas de beneficiamento
mineral, são os dimensionamentos de espessadores e filtros. Para o primeiro, é indispensável a realização de testes
de sedimentação com amostras respectivas do produto de particular fluxo do processo que será espessado.
Observe-se, portanto que se é importante o conhecimento da razão de espessamento do produto em questão, muito
mais será a representatividade desse produto e, conseqüentemente, a sua obtenção. Para o dimensionamento de
filtros, ensaiam específicos ditam qual a razão de filtragem do projeto em questão.
Não só, portanto o conhecimento de parâmetros de processos e engenharia são necessários para se projetar
uma unidade industrial. É necessário dispo-se de características dos fluxos, produtos, etc., que se manipula.
Num calculo de “scale up”, ao se levar um processo do nível de escala de laboratório, ou mesmo do papel,
ao nível de uma unidade industrial, é importante, também, conhecer os princípios de funcionamento de cada
equipamento. No dimensionamento de peneiras, por exemplo, a forma do grão influi no calculo de área, assim
como a unidade e a espessura da camada sobre a tela. Saber como certas características do equipamento podem
tornar a operação mais eficiente, para o caso particular que se estuda, é, pois, fator decisivo para a escolha do
equipamento e com características as mais favoráveis quanto à operacionalidade, simplicidade e, também,
economicidade.
Ao longo da elaboração do projeto básico e de anteprojetos, outros documentos são produzidos como: fluxograma
de engenharia, arranjos básicos das instalações e planos diretor geral do empreendimento. O fluxograma de
engenharia é o documento obtido pela inclusão no fluxograma de processos de informações sobre número e
características dos equipamentos, tubulações de transporte de polpa e água, instrumentação, equipamentos e
elementos de transparência, etc.
Os arranjos básicos são elaborados mediante o fluxograma de engenharia e informações sobre características de
montagem dos equipamentos.
No plano-diretor do empreendimento locam-se as diversas unidades industriais e administrativas e vias de acesso e
de ligação.
Dependendo da precisão desejada nas estimativas de investimentos e de custos operacionais muitos dados
econômicos são adotados por comparação com plantas semelhantes. Daremos, a seguir, a forma usual de
levantamento de dados econômicos para a elaboração de um Estudo de Viabilidade Econômica, necessário à
preparação de um Plano de Bom Aproveitamento.
- Na Jazida
• Calculo de reservas parametrizadas;
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• Disposição da tipologia do minério na jazida.
•
- Anteprojeto de Lavra
• Teor de corte e teor médio;
• Desenho preliminar da cava com relação estéril/minério;
• Capacidade da mina (t/dia);
• Localização aproximada do britador e do bota-fora;
• Altura das bancadas;
• Escolha e dimensionamento dos equipamentos. Relação dos mesmos;
• Avaliação dos serviços de preparação da mina.
-
- Anteprojeto de Beneficiamento
• Fluxograma de processos ou de engenharia simplificados;
• Relação de equipamentos;
• Desenhos preliminares de arranjos das unidades industriais;
• Esquemas dos edifícios industriais;
• Lista de diagramas e diagrama unifilar.
Máquinas e Equipamentos
O custo é orçado através do levantamento de preços das máquinas e equipamentos constantes da lista de
equipamentos mecânicos e elétricos, elaborada no anteprojeto. Esses preços podem ser conseguidos através de uma
atualização dos dados constantes do banco de dados ou através de consultas diretas a fornecedores.
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Tubulação
Quando houver o fluxograma de engenharia simplificado é realizado um levantamento de comprimento
para os diversos diâmetros das linhas principais. O peso total é calculado, considerando-se as linhas secundárias
como uma porcentagem , em relação ao total.
O orçamento é feito considerando-se custos unitários que englobam os tubos e acessórios. Freqüentemente ,
quando não se dispõe do fluxograma de engenharia simplificado , o custo das tubulações é orçado através de um
fator aplicado ao custo total de equipamentos mecânicos e a estimativa de peso é feita a posteriori.
Instalações Elétricas
O custo de materiais para instalações elétricas é estimado com base no levantamento de potências e pontos
de ligação, através de aplicação de custos unitários estimados com base no banco de dados. A esse custo
,deve ser acrescido o custo das linhas de transmissão entre as subestações.Note-se que o custo dos painéis ,
motores , transformadores , etc., já devem constar no item Máquinas e Equipamentos.
Instrumentação
O custo é orçado como uma porcentagem de item Máquinas e Equipamentos. Essa porcentagem depende do grau
de instrumentação desejado, do porte de planta e da natureza da mesma.
Terraplanagem, Estradas
Com base no plano diretor é feita uma estimativa do volume de terraplenagem, da área pavimentada e da área
com obras de drenagem , sendo orçado seus custos através de estimativas de custos unitários.
Preparação da Mina
Com base no anteprojeto de lavra é estimado o volume total de movimentação de material para a preparação
da mina, seja em lavra a céu aberto , seja em mina subterrânea. Através da aplicação de respectivos custos
unitários estimado é elaborado o orçamento.
Fretes e Seguros
São estimados com base no custo dos equipamentos e das instalações.
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Capital de Giro
É orçado pela estimativa de: Material de reposeção, calculado como porcentagem sobre o valor dos
equipamentos; Estoque de produtos e semi –acabados: Financiamento e compradores; Estoque de materiais
de consumo.
Deve ser abatido, do capital de giro, o financiamento conseguido de fornecedores.
Engenharia e Projeto
Este item, compreendendo: projetos, suprimentos de equipamentos e de materiais, contratação e fiscalização
de empreiteiras, controle de prazos e de custos, é orçado como uma porcentagem em relação ao custo global
do projeto.
Inversões Prévias
Compreende os investimentos já feitos na pesquisa da jazida, estudo de processos, elaboração de anteprojeto ,
etc.
Posta-em-Marcha
Orçado através da previsão dos gastos com pessoal durante o treinamento e a posta-em-marcha dos custos
operacionais durante a planta. Desses custos deve ser abatido o valor do produto que se prevê produzir nesse
período.
Nota
Como se pode observar, o orçamento dos investimentos, ainda, na fase de estudos de viabilidade é pouco
baseado em dados concretos, sendo mais estimado com base na experiência e no banco de dados disponível à
Equipe de Estudos Econômicos. Por essa razão, a precisão da estimativa do orçamento depende muito da
experiência da equipe que o elabora. Outro fator muito importante, é um bom conhecimento das condições
locais que devem ser levantadas, previamente durante a fase de pesquisa.
A determinação dos custos de produção é baseada em alguns dados a serem levantados e suportada em muitas
estimativas de números-índice e de custos unitários, que dependem muito da experiência e do banco de dados da
equipe de Estudos Econômicos. Para um estudo de viabilidade econômica é descrito, abaixo, um procedimento
geral para elaboração de custos de produção.
Energia Elétrica
Através de carga instalada são feitas estimativas de consumo e demanda com o que é orçado o custo, tendo,
como base, os preços da concessionária local.
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Explosivos
O consumo de explosivos é calculado com base em anteprojetos de plano de fogo e o orçamento é feito
através dos preços dos materiais.
Ferramental de Furação
De acordo com plano de fogo projetado , calcula-se o comprimento total, anula ,de furação.Através de
estimativa de vida útil de hastes e de “bits” são calculados os consumos anuais.
Materiais de Desgaste
Neste item, estão incluídos: revestimentos de britadores, de moinhos , de ciclones, de bombas e de rotores
de células , de condicionadores ,e de bombas.O consumo anual desses componentes é estimado mediante
uma previsão de vida média que depende muito da abrasividade do minério e das condições da polpa.
A estimativa do consumo de barras e de bolas de moinhos é feita considerando-se um fator de consumo em g/kWh
aplicados na moagem , condizentes com abrasividade do minério e a qualidade do material.
Nota-se que a estimativa de custos deste item depende muito da experiência do orçamentista, em relação a planta e
minérios semelhantes.
Pessoal Administrativo
É elaborado um quadro de pessoal, desde a administração superior até a administração direta das operações,
incluindo o departamento de engenharia porventura existente.
Gastos Diversos
É feita uma previsão de uma verba para cobrir: transporte de pessoal, despesas de viagens, refeições,
materiais de limpeza, matérias de escritório, comunicações, impostos, taxas, etc...
Seguros
É estimada uma verba anual em relação ao valor dos equipamentos e edificações.
Amortização e Depreciação
São calculadas de acordo com a legislação
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Para o cálculo de viabilidade econômica é realizado um estudo de mercado que, ao lado da oferta, implica
na consulta aos órgãos de classe quanto à situação atual e previsão futura. Quanto às informações sobre o consumo
são, também, consultados órgãos oficiais e entidades de classe. Deve ser feito um levantamento dos preços
praticados e estudado o comportamento desses preços no passado, para tentar-se fazer uma previsão quanto às
tendências futuras.
Com base nas estimativas de faturamento, de custos industriais e de amortizações de empréstimos, elabora-
se uma planilha para demonstração do fluxo de caixa. Através desse fluxo de caixa podem ser calculados diversos
índices de rentabilidade do empreendimento. Dentre esses os mais comuns são:
Outro índice econômico, frequentemente determinado, é o ponto de equilíbrio do projeto, que é a produção
para o qual o lucro se anula, sendo essa produção expressa como porcentagem da capacidade da planta.
São usuais, ainda, os estudos das determinações da sensibilidade dos índices econômicos do projeto, em
função de variações de estimativas de custos e preços dos fatores principais.
Dentro do regime de autorização e concessão, a maneira de se obter direito de lavra sobre um bem mineral, que é
hoje conferido através de uma portaria ministerial (antes era através de um decreto presidencial) é, primeiramente,
ter ou obter direitos sobre a jazida pesquisada e com relatório aprovado pelo DNPM e, em segundo lugar, submeter
ao MME o denominado Plano de Aproveitamento Econômico do empreendimento que deve detalhar, na maioria
dos casos, os seguintes itens:
Introdução
Concepção do Projeto;
Dados técnicos sobre o projeto;
Caracterização do Proponente
Histórico da empresa;
Razão Social;
Ramos de atividade da empresa;
Constituição do capital social;
Estudo de Mercado
Especificação dos produtos;
Estudos da oferta e demanda;
Preços praticados;
Prospectivas.
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Descrição da Jazida
Localização e Acesso;
Clima;
Vegetação e Meio Ambiente;
Hidrografia;
Fisiografia e Geomorfologia;
Descrição Geológica
Geologia regional;
Geologia Local;
Aspectos Tectônicos e Estruturais;
Geologia da Mina;
Paragênese e Zoneamento;
Mineralogia do Minério;
Tipologia Observada.
Gênese do Depósito;
Reservas Minerais;
Trabalhos de Pesquisa Geológica
Sondagem;
Aberturas Subterrâneas;
Amostragem do Minério;
Análise Química;
Determinações Mineralógicas
- (Seções delgadas, Seções polidas, Difração de Raios X; Microscopia Eletrônica, etc.).
Pesquisa Tecnológica
Caracterização do Minério e Produtos
Análise granulométrica;
Separação em Meio Denso;
Separação Eletromagnética;
Ensaios de Bancada;
Ensaios cíclicos ou fechados;
Planta – Piloto;
Ensaios Industriais
Densidade e Umidade;
Características mecânicas do minério e encaixantes;
Estudos de alternativas de beneficiamento
Projeto de Lavra
Dados Básicos;
Métodos de lavra;
Seleção e Dimensionamento de Equipamentos;
Planos de Exaustão e Seqüenciais de Lavra
Projeto de Beneficiamento
Dados Básicos;
Fluxograma de Processos e Balanços de Massas;
Instrumentação e Controle;
Descrição do Processo e Operação
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Engenharia Ambiental
Deposição dos Estéreis e reconstituição da topografia original;
Deposição dos rejeitos de lavra;
Neutralização dos efluentes do processamento mineral
Investimentos
Pré-Investimentos;
Aquisição de terras;
Engenharia, Consultoria e Administração;
Obras Civis;
Máquinas e Equipamentos;
Materiais;
Montagem;
Despesas Gerais de Implantação e Pré-Operação;
Indiretas do Investimento;
Capital de Giro
Custos Operacionais
Custos Diretos;
Custos Indiretos
Cronograma de Desembolso
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T A B E LA N 1
E Q U IPE S PA R T IC IPA N T E S
Prospecção E P
A valiação Prelim inar P P P P E -
Pesquisa E E E E E -
V iabilidade Prelim inar P P P P E -
D etalham ento de Pesquisa E E E E E E
V iabilidade Econôm ica P P P P E P
Projeto B ásico P P E E - E
R elatório do Projeto B ásico P P P P E P
D etalham ento do Projeto P P E E - E
R eavaliação do O rçam ento P P P P E P
E =E X E C U T A
P=PA R T IC IPA
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QUADRO N.º 1
26
IMPLANTAÇÃO UM EMPREENDIMENTO DE MINERAÇÃO
Plano De investimento
Econômico
Pesquisa Geológica estudos geotécnicos Pesquisa para Lavra
Pesquisa Ecologica Detalhada
Preliminar
Preparação de Mina
Aquisição de Equipamentos
Caracterização do
minerio e da
Jazida
Estudos Minerio e
Processo de
Desenvolvimento do processo de Anteprojeto Projeto Usina Detalhamento Projeto usina
Concentração concentração Usina Concentração Concentração
Aquisição de Equipamentos
(Anexo 1)
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BIBLIOGRAFIA
Simons C. S. The Interface Between the Reseach Laboratory And a Profitable Metals
Processing Plant – publicado em International Symposium on
Hydrometalurgy – SME/AIME – Capítulo 28
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