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R01.01.20180109.01
11 de maio de 2018
R01.01.20180109.01 - Relatório Final
Documento:
R01.01.20180109.01 - Relatório Final
Projeto:
Estudo Geológico e Geotécnico num Armazém na Rua Vasco da Gama, N.º 5, Portela
– Loures
Resumo Executivo:
É apresentado o Estudo Geológico e Geotécnico num Armazém na Rua Vasco da
Gama.
Consultor Principal:
_____________________________
Marco Rocha, Engº Geólogo OE n.º: 66888
Controlo do documento:
R01.01.20180109.01 11.05.2018
I
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II
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Índice
1 Introdução.............................................................................................................. 4
2 Trabalhos realizados ............................................................................................. 5
2.1 Reconhecimento de Superfície ....................................................................... 5
2.2 Sondagens Mecânicas ................................................................................... 5
3 Caracterização Geológica ...................................................................................... 9
3.1 Litostratigrafia ................................................................................................. 9
3.2 Hidrogeologia ............................................................................................... 10
3.3 Tectónica e Sismicidade ............................................................................... 10
4 Caracterização Geotécnica .................................................................................. 13
4.1 Resultados Obtidos ...................................................................................... 13
4.2 Zonamento Geotécnico ................................................................................ 13
4.3 Parâmetros Geotécnicos .............................................................................. 14
5 Autoria ................................................................................................................. 17
6 Anexos ................................................................................................................ 18
III
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1 Introdução
O presente relatório, elaborado por GEOTEST, LDA., a pedido da BROWNFIELD
ENGINEERING, destinado a B&B HOSPITALITY ESPAÑA, S.L. diz respeito ao
reconhecimento geológico e geotécnico dos terrenos interessados pelo armazém
localizado na Rua Vasco da Gama, N. º5, na Portela de Sacavém, em Loures.
No estudo que agora se apresenta são descritos e interpretados os trabalhos
desenvolvidos por GEOTEST, LDA., que constaram na execução de uma campanha de
prospeção geotécnica definida pelo Cliente, bem como na consulta e recolha de
elementos bibliográficos da especialidade existentes sobre o local.
O reconhecimento geotécnico da área em estudo compreendeu a realização de dez
sondagens mecânicas, acompanhadas da execução de ensaios de penetração
dinâmica (SPT). A realização dos ensaios SPT permitiu a recolha de amostras
remexidas para observação macroscópica dos terrenos ocorrentes e para
posterior execução de ensaios laboratoriais. Em determinados troços da furação
houve necessidade de avançar com recurso à rotação, com a recolha de
amostragem contínua. Num dos furos de sondagem procedeu-se à instalação de
tubo piezométrico, visando o controlo da posição do nível de água.
No presente relatório descrevem-se os trabalhos realizados, apresentam-se e
interpretam-se os resultados obtidos, indicando-se as características geomecânicas das
formações ocorrentes, tendo em vista a análise das condições de fundação das
estruturas a executar.
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2 Trabalhos realizados
2.1 Reconhecimento de Superfície
O estudo iniciou-se pela recolha e análise de elementos geológicos e topográficos,
existentes sobre a zona, sendo de destacar a Carta Geológica de Portugal, à escala
1:50 000, Folha 34-B (Loures) e respetiva Notícia Explicativa, publicada pelos Serviços
Geológicos de Portugal.
A localização do armazém em estudo consta na planta apresentada no Anexo I
(Desenho n.º G-1027-18-EG-01-01[0]), bem como na Figura 1 apresentada a seguir.
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A localização destes furos de sondagem seguiu todas as indicações dadas pelo Cliente
e consta no Desenho n.º G-1027-18-EG-01-01[0].
A realização destas sondagens visou o reconhecimento dos terrenos ocorrentes, a
execução de ensaios in situ e a colheita de amostras em profundidade destinadas à sua
observação visual e caracterização laboratorial.
No Quadro I indicam-se as profundidades máximas atingidas, o tipo de furação
empregue, o número de ensaios SPT efetuados em cada um dos furos de sondagem e
o comprimento do tubo piezométrico instalado.
Quadro I - Principais Características das Sondagens Mecânicas
Sondagem Profundidade Rotary (m) Rotação (m) Ensaios SPT Piezómetro (m)
N.º (m)
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RQD Qualidade
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F2 60 a 200 Afastadas
F3 20 a 60 Medianamente afastadas
F4 6 a 20 Próximas
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3 Caracterização Geológica
3.1 Litostratigrafia
De acordo com a Carta Geológica de Portugal anteriormente referida, o local em estudo
situa-se numa formação do Miocénico Marinho, habitualmente designada por “Calcários
de Marvila” (M4VIc) e atribuída ao Serravaliano terminal e Tortoniano inferior.
Os “Calcários de Marvila” são formados por biocalcarenitos grosseiros, ricos de
moluscos (em regra de grandes dimensões), passando a arenitos finos de cor
amarelada clara e a argilas cinzentas ricas de ossos de cetáceos, atingindo cerca de 12
m de espessura. Segundo a Notícia Explicativa da Folha 2, Loures, da Carta Geológica
dos Arredores de Lisboa, esta formação é constituída por calcários gresosos ou
margosos e grés calcários, em regra muito fossilíferos, e por alguns níveis de argila. As
bancadas compactas alternam com outras mais argilosas.
A cartografia geológica das formações ocorrentes consta na Figura 2.
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3.2 Hidrogeologia
As condições hidrogeológicas são essencialmente dominadas pela natureza litológica
dos materiais presentes e pela estrutura geológica, apresentando-se, de seguida, as
características hidrogeológicas das formações ocorrentes no lote de terreno em estudo.
No que se refere aos depósitos de aterro, verifica-se que a permeabilidade depende
quer da percentagem de finos existente, quer da granulometria e natureza dos materiais
grosseiros presentes. Em termos gerais, como a granulometria fina é predominante nos
aterros ocorrentes neste local, em conjunto com alguma componente arenosa e a
presença de fragmentos líticos, estes depósitos em geral possuem uma baixa a
moderada permeabilidade. Estas condições favorecem uma eventual percolação nestes
materiais, com caudais pouco significativos, podendo estes vir a funcionar como
aquitardos.
Na zona em estudo os “Calcários de Marvila” são constituídos, sobretudo, por
biocalcarenitos muito alterados a decompostos e muito fraturados, pelo que na sua
maioria adquirem um caráter areno-siltoso e areno-argiloso a argilo-arenoso. Por sua
vez, nas bancadas biocalcareníticas menos fraturadas e menos alteradas, a circulação
de água faz-se essencialmente através das superfícies de descontinuidade, de forma
que a permeabilidade dependerá do seu estado de fracturação, das características
geométricas das fraturas (orientação, espaçamento entre fraturas e continuidade) e do
tipo de material do preenchimento. Assim, este complexo miocénico tanto possui
permeabilidade por porosidade (primária), como também apresenta permeabilidade de
fissura (secundária) nas camadas mais carbonatadas e menos fraturadas.
Deste modo, este complexo miocénico apresenta uma permeabilidade moderada a alta,
podendo dar azo à circulação de água.
Visando o controlo da posição do nível de água procedeu-se à instalação de um
piezómetro, em tubo PVC rígido, de 2’’ de diâmetro, devidamente crepinado e envolvido
por material drenante, no furo de sondagem S4. Após a conclusão dos trabalhos de
campo, no dia 2018-04-27, o nível de água neste piezómetro mostrou-se posicionado
aos 5.1 m de profundidade e no furo de sondagem S9 aos 4.0 m. Os restantes furos de
sondagem ficaram sem água (secos) após a conclusão dos trabalhos de campo.
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Parâmetros
Tipos de
Descrição do Perfil Estratigráfico
Terreno
νs,30 (m/s) NSPT cu (kPa)
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4 Caracterização Geotécnica
4.1 Resultados Obtidos
De acordo com a prospeção realizada verifica-se a existência de um horizonte superior
de aterros até profundidades a variar entre cerca de 3.0 e 6.0 m. Trata-se de aterros
heterogéneos, formados por argilas castanho-avermelhadas e castanho-escuras, com
alguma componente arenosa e fragmentos calcareníticos; blocos de calcarenito com
intercalações argilosas acastanhadas e por areias finas a médias, de tons alaranjado,
castanho-amarelado, acastanhado e castanho-avermelhado, com fragmentos de
calcarenito, brita calcária e restos de alvenaria.
Neste horizonte recente foram realizados ensaios de penetração dinâmica, SPT, onde
foram obtidos valores de NSPT situados entre 4 e 60, contudo considera-se que os
valores de NSPT representativos variam entre 4 e 27. Assim, os valores de NSPT mais
elevados deverão corresponder à presença de elementos líticos de maior dimensão.
Subjacentemente ocorre o maciço miocénico dos “Calcários de Marvila”,
essencialmente formado, neste local, por biocalcarenitos cinzento-claros a amarelo-
claros, muito alterados a decompostos (W 4-5) e muito fraturados (F5-4) e por arenitos
finos, amarelados, micáceos. Quando decompostos, os níveis biocalcareníticos
apresentam-se como areias siltosas e areias argilosas a argilas arenosas, de tons
laranja a amarelado-claro, com fragmentos calcareníticos.
Nos ensaios SPT realizados neste complexo miocénico foram registados valores de
NSPT de 56 e da ordem e acima de 60. Nas bancadas biocalcareníticas foram registados
valores da percentagem de recuperação compreendidos entre 20 e 100% e índice RQD
entre 0 e 20%, correspondendo a um maciço rochoso de qualidade muito fraca.
Após a conclusão dos trabalhos de campo, no dia 2018-04-27, foi detetada a presença
de nível de água à profundidade de 5.1 m no piezómetro instalado na S4.
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Formação ’ E’
Zona Geotécnica NSPT
Geológica (º) (MPa)
ZG1 Recente 4 - 27 25 - 28 5 - 10
ZG2A Miocénico 23 - 32 30 - 32 30 - 60
descomprimido
ZG2
ZG2B Miocénico 56 - 60 35 - 38 100 - 120
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Condições de Fundação
Face à génese recente dos depósitos de aterro e às suas fracas características
resistentes, considera-se que estes não deverão servir como horizonte de fundação de
estruturas sensíveis à ocorrência de assentamento. Deste modo, considera-se que as
fundações de novas estruturas a construir, deverão ficar assentes na formação
miocénica ocorrente em profundidade.
Desconhecem-se as características da estrutura/estruturas a construir, pelo que na
presente análise se admite que se poderá optar por uma solução de fundação direta,
por sapatas, assentes na formação miocénica.
De seguida apresenta-se a metodologia adotada para a estimativa das tensões
admissíveis, que poderá ser considerada no dimensionamento das fundações. Chama-
se, no entanto, a atenção para o facto dos cálculos que se apresentam serem gerais,
constituindo os seus resultados apenas ordens de grandeza, devendo os mesmos ser
aferidos com base nas condições específicas de cada caso.
O cálculo da tensão admissível, para além do conhecimento da geometria da fundação
e da cota de implantação, requer o conhecimento das características do carregamento
induzido pela estrutura. Desconhecendo-se quais as características deste
carregamento, admite-se, simplificadamente, que se pretende transmitir uma carga
vertical e centrada, permitindo assim ter uma ordem de grandeza do valor de tensão
admissível a tomar no cálculo da fundação.
O cálculo da tensão admissível para fundações diretas é feito segundo a metodologia
proposta pelo Eurocódigo 7 (EC7), admitindo os coeficientes parciais de segurança
previstos para a Abordagem de Cálculo 1, combinações 1 e 2.
A capacidade de carga é calculada através da seguinte expressão:
1
qult = c dNc ds c + qdNqds q + BNds
2
sendo,
cd – valor de cálculo da coesão (kPa);
qd – valor de cálculo da tensão acima da cota de fundação (kPa);
B – largura da fundação (m);
– peso volúmico do solo (kN/m3);
Ncd, Nqd, Nd – fatores da capacidade de carga, função do valor de cálculo do ângulo d;
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A determinação da tensão admissível de uma fundação deve ter em atenção, para além
da verificação à rotura, a questão da deformabilidade. Como tal, o valor da tensão
admissível é ainda limitado pelo máximo assentamento admitido para a estrutura em
estudo.
O assentamento é estimado com base na Teoria da Elasticidade utilizando a formulação
que consta de Winterkorn e Fang (1975):
1 − ν2
s = σ B cd
E
sendo,
s – assentamento (m);
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5 Autoria
Desenvolvimento Verificação
Sandra Brito
Geóloga
____________________
GEOTEST, Lda
Marco Rocha
Engº Geólogo OE n.º: 66888
Rita Martins
Brownfield Engineering, Lda
Engª. Civil
GEOTEST, Lda
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6 Anexos
Anexo I – Planta – Desenho n.º G-1027-18-EG-01-01[0];
Anexo II – Boletins das Sondagens;
Anexo III – Perfis – Desenho n.º G-1027-18-EG-01-02[0];
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