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MARISE SARDENBERG
SALGADO DE CARVALHO
Graduada em História
Natural pela Universidade
do Estado do Rio de Janeiro.
Mestrado e Doutorado em Geologia pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Paleontóloga da CPRM - Serviço Geológico
do Brasil especializando-se em pesquisas
sobre Peixes do Cretáceo do Brasil e
Bacias sedimentares brasileiras.
Aposentou-se em 2007. Pesquisador
Associado do Departamento de Geologia
da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Guia de Identificação
de Peixes Fósseis das
Formações Crato e Santana
da Bacia do Araripe
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
Ministro de Estado
Carlos Eduardo de Souza Braga
Secretário Executivo
Márcio Pereira Zimmermann
Secretário de Geologia, Mineração
e Transformação Mineral
Carlos Nogueira da Costa Junior
DIRETORIA EXECUTIVA
Diretor-Presidente
Manoel Barretto da Rocha Neto
Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial
Thales de Queiroz Sampaio
Diretor de Geologia e Recursos Minerais
Roberto Ventura Santos
Diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento
Antônio Carlos Bacelar Nunes
Diretor de Administração e Finanças
Eduardo Santa Helena da Silva
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
GUIA DE IDENTIFICAÇÃO
DE PEIXES FÓSSEIS DAS
FORMAÇÕES CRATO E SANTANA
DA BACIA DO ARARIPE
RIO DE JANEIRO
2015
Publicação do
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL
COORDENAÇÃO
Cassio Roberto da Silva
AUTORES
Márcia Aparecida dos Reis Polck
Marise Sardenberg Salgado de Carvalho
Raphael Miguel
Valéria Gallo
REVISOR CIENTÍFICO
Dr. Francisco José Figueiredo (UERJ)
EDITORAÇÃO GRÁFICA
CPRM - DIEDIG / Divisão de Editoração Geral
Valter Barradas
Projeto Gráfico / Diagramação
Andréia Amado Continentino
Tratamento de Imagens
Juliana Colussi de Gouvea
APRESENTAÇÃO
PREFÁCIO
1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
ORIGEM E EVOLUÇÃO
DA BACIA DO ARARIPE
A estratigrafia aqui utilizada segue Martill & Wilby (1993), visto que
essa proposta divide a bacia de maneira mais didática, em especial a
Formação Santana, onde é possível destacar a unidade formada princi-
palmente por folhelhos e a que possui concreções calcárias, nos quais
são encontrados principalmente peixes fósseis.
A coluna sedimentar da Bacia do Araripe, a qual repousa sobre um
embasamento de rochas pré-cambrianas, é dividida, da base para o topo,
em: Grupo Vale do Cariri (Formação Cariri, Formação Missão Velha,
Formação Batateiras) e Grupo Araripe (Formação Crato, Formação Ipubi,
Formação Santana e Formação Exu) (Figura 2).
Figura 3: Afloramento
da Formação Crato
em uma mina de
exploração de calcário,
no Município de Nova
Olinda, Ceará.
Figura 4: Afloramento
da Formação Santana
na Mina Pedra
Branca, Ceará (seta
indicando os folhelhos
do Membro Pedra
Branca).
10 cm
CHONDRICHTHYES
CLASSE
Corpo comprimido dorso-
Chondrichthyes ventralmente, com as nadadeiras
peitorais soldadas ao corpo;
SUBCLASSE
Elasmobranchii
apresenta pequeno tamanho; parte
anterior do rostro de forma pontuda;
SUBDIVISÃO
longa cartilagem rostral (55-60%
Batoidea
do comprimento do crânio), que se
GÊNERO estende para a extremidade anterior
Iansan Brito & Seret, 1996 do rostro; radiais das nadadeiras
Iansan beurleni (Santos, 1968) peitorais alcançando o nível das
HOLÓTIPO cápsulas nasais; pequena cartilagem
EGP 2510 ântero-orbital com formato de
chifre; dentes muito pequenos
(Brito & Seret, 1996); sinarcual
unida ao neurocrânio, sem espaço
entre eles (Brito et al., 2013) (ver
seta vermelha da figura 7).
UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
ESPÉCIE É ENCONTRADA:
Formação Santana (Membro
Romualdo).
OBSERVAÇÃO: São muito raros.
5 cm
ACTINOPTERYIGII
Corpo alongado e subcilíndrico;
CLASSE
Actinopteryigii cabeça prolongada por um
longo rostro afunilado; anel
INFRACLASSE
Actinopteri
circumorbital completo;
nadadeiras dorsal e anal situadas
SUPERDIVISÃO
bem posteriormente e quase
Neopterygii
opostas; escamas ganoides
DIVISÃO brilhantes do tipo diamante, com
Holostei
articulação “peg-and-socket”,
SUBDIVISÃO ornamentadas com numerosos
Ginglymodi tubérculos pequenos arredondados,
ORDEM dispostos de maneira irregular
Lepisosteiformes em torno de um espessamento
FAMÍLIA longitudinal no centro da escama;
Obaichthyidae nos flancos as escamas possuem
GÊNERO a mesma dimensão, sendo mais
Obaichthys Wenz & Brito, altas que largas, com um espinho
1992 robusto no centro; (Wenz & Brito,
Obaichthys decoratus Wenz & 1992, 1996; Grande, 2010)
Brito, 1992 (Figura 9).
HOLÓTIPO UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
DGM 1336-P ESPÉCIE É ENCONTRADA:
Formação Santana (Membro
Romualdo).
OBSERVAÇÃO: São muito raros.
3 cm
3 cm
ACTINOPTERYIGII
CLASSE
Peixe de médio porte variando de
Actinopteryigii 17 a 45 cm de comprimento total;
crânio largo, com formato circular;
INFRACLASSE
mandíbula inferior muito reduzida;
Actinopteri
ausência de dentes; interopérculo
SUPERDIVISÃO
pequeno e triangular, tendo seu
Neopterygii
contato com o pré-opérculo menor
DIVISÃO do que com o subopérculo; dois
Holostei pares de supratemporais; escamas
SUBDIVISÃO brilhantes em forma de diamante
Ginglymodi (Santos, 1990; Wenz et al., 1993)
ORDEM (Figura 12).
Semionotiformes UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
FAMÍLIA ESPÉCIE É ENCONTRADA:
Semionotidae Formação Crato e Formação
GÊNERO Santana (Membro Romualdo).
Araripelepidotes Santos, 1990 OBSERVAÇÃO: São comuns na
Araripelepidotes temnurus Formação Santana e raros na
(Agassiz, 1841) Formação Crato (Brito & Yabumoto,
HOLÓTIPO 2011).
BMNH P 7420
3 cm
CLASSE
Peixe de médio porte, com
Actinopteryigii aproximadamente 33 cm de
comprimento padrão; com
INFRACLASSE
Actinopteri
moderada elevação pré-dorsal
(corcova); subopérculo com
SUPERDIVISÃO
processo anterodorsal curto;
Neopterygii
opérculo quase duas vezes mais
DIVISÃO alto que largo; maxilar forte e com
Holostei dentes; escamas sem ornamentação;
SUBDIVISÃO ossos dérmicos ornamentados com
Ginglymodi vários e conspícuos tubérculos
ORDEM de ganoína (Brito & Gallo, 2003)
Semionotiformes (Figura 13).
FAMÍLIA UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
Semionotidae ESPÉCIE É ENCONTRADA:
GÊNERO Formação Crato e Formação
Lepidotes Agassiz, 1832 Santana (Membro Romualdo).
Lepidotes wenzae Brito & OBSERVAÇÃO: Não são muito
Gallo, 2003 comuns na Formação Santana e são
HOLÓTIPO raros na Formação Crato (Brito &
MNHN 387 Yabumoto, 2011).
4 cm
ACTINOPTERYIGII
CLASSE
Actinopteryigii
INFRACLASSE
Actinopteri
SUPERDIVISÃO
Neopterygii
DIVISÃO 2 cm
Holostei
Figura 15: Neoproscinetes penalvai (Santos,
SUBDIVISÃO 1970) do Membro Romualdo da Formação
Halecomorphi Santana (detalhe da dentição), DGM 118-P.
ORDEM
Pycnodontiformes
PRINCIPAIS CARACTERES
FAMÍLIA DIAGNÓSTICOS:
Pycnodontidae Corpo alto e comprimido
GÊNERO lateralmente; parte anterior do
Neoproscinetes Figueiredo & corpo convexa quando vista de
Santos, 1990 perfil, geralmente não ultrapassando
Neoproscinetes penalvai os 30 cm de comprimento total;
(Santos, 1970) dentição pavimentada, formando
HOLÓTIPO placas, com dentes grandes em
DGM 918-P forma de domo, dispostos em séries
longitudinais; pré-opérculo grande,
com forma quadrangular; opérculo
estreito e alongado; pequena
cavidade orbital; ossos do crânio,
face e opérculo ornamentados;
nadadeira caudal alta e fortemente
furcada (Santos, 1970; Figueiredo
& Santos, 1990; Nursall & Maisey,
1991; Wenz et al., 1993; Machado,
3 cm
2005) (Figuras 14 e 15).
UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
Figura 14: Neoproscinetes ESPÉCIE É ENCONTRADA:
penalvai (Santos, 1970) Formação Santana
do Membro Romualdo da
(Membro Romualdo).
Formação Santana (apenas a
cabeça), DGM 118-P. OBSERVAÇÃO: São raros.
28
Iemanja palma Wenz, PRINCIPAIS CARACTERES
1989 DIAGNÓSTICOS:
ACTINOPTERYIGII
HOLÓTIPO
MNHN BCE 166 a, b
(molde e contramolde)
ACTINOPTERYIGII
Peixe de grande porte, atingindo
CLASSE
Actinopteryigii até aproximadamente 140 cm de
comprimento total; boca ampla
INFRACLASSE
e grandes dentes em forma de
Actinopteri
cone, geralmente expostos; crânio
SUPERDIVISÃO largo, comumente encontrado
Neopterygii
em concreções isoladas, que
DIVISÃO pode estar preservado de forma
Holostei tridimensional ou achatado, com
SUBDIVISÃO aspecto triangular; escamas grandes
Halecomorphi e imbricadas; nadadeira caudal
ORDEM não furcada, possuindo a margem
Amiiformes posterior com forma quase vertical
FAMÍLIA (Taverne, 1974; Maisey, 1991b; Wenz
Amiidae et al., 1993). (Figuras 17, 18 e 19).
GÊNERO UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
Calamopleurus Agassiz, 1841 ESPÉCIE É ENCONTRADA:
Calamopleurus cylindricus Formação Crato e Formação
Agassiz, 1841 Santana (Membro Romualdo).
SÍNTIPOS OBSERVAÇÃO: São comuns na
BMNH P 7584 e
Formação Santana e raros na
BMNH P 15499
Formação
Crato (Brito
& Yabumoto,
2011).
Figura 17:
Calamopleurus
cylindricus Agassiz,
1841, do Membro
Romualdo da
Formação Santana,
(exemplar preservado
de forma achatada
8 cm dorso-ventralmente)
DGM 773-LE.
30
ACTINOPTERYIGII
3 cm
4 cm
ACTINOPTERYIGII
Grande, 2008 Peixe de médio porte, com
CLASSE
aproximadamente 70 cm de
Actinopteryigii comprimento total, nadadeira
dorsal única e muito longa;
INFRACLASSE
Actinopteri
parte mais alta do corpo situada
entre as nadadeiras peitoral e
SUPERDIVISÃO
anal; cabeça (incluindo a série
Neopterygii
opercular), atingindo cerca de ¼
DIVISÃO do comprimento total do corpo;
Holostei ornamentação pouco pronunciada
SUBDIVISÃO nos ossos dérmicos do crânio;
Halecomorphi nadadeira dorsal, que é mais longa
ORDEM que a de Calamopleurus cylindricus,
Amiiformes possui de 27 a 30 raios (Brito et al.,
FAMÍLIA 2008) (Figura 20).
Amiidae UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
GÊNERO ESPÉCIE É ENCONTRADA:
Cratoamia Brito, Yabumoto & Formação Crato.
Grande, 2008 OBSERVAÇÃO: São raros.
Cratoamia gondwanica Brito,
Yabumoto & Grande, 2008
HOLÓTIPO
MPSC-P 933 a, b (molde e
contramolde)
3 cm
HOLÓTIPO
Formação Santana (Membro
MN 5801-V Romualdo).
OBSERVAÇÃO: São muito raros.
5 cm
ACTINOPTERYIGII
Peixe pequeno, atingindo 13 cm
CLASSE
Actinopteryigii de comprimento padrão; corpo
alongado com a altura máxima
INFRACLASSE
entre a parte posterior do crânio
Actinopteri
e a primeira nadadeira dorsal,
SUPERDIVISÃO diminuindo a partir da parte
Neopterygii
posterior desta nadadeira;
DIVISÃO comprimento da cabeça atinge
Holostei ¼ do comprimento do corpo;
SUBDIVISÃO maxilas se estendendo até o meio
Halecomorphi da órbita, com um entalhe na
ORDEM margem posterior; mandíbula
Ionoscopiformes longa e delgada; processo oral com
FAMÍLIA dentes bem desenvolvidos dispostos
Ophiopsidae numa fileira única; presença de
placa gular; pré-opérculo em
GÊNERO
Placidichthys Brito, 2000 forma de meia-lua; presença de
Placidichthys bidorsalis Brito,
duas nadadeiras dorsais; pequena
2000. nadadeira anal; nadadeira caudal
furcada, com lobo superior mais
HOLÓTIPO
MPSC-P 288 a, b
longo que o inferior; corpo coberto
por escamas ganoides com forte
ornamentação em
formato denticulado no
bordo posterior (Brito,
2000) (Figura 22).
UNIDADE ESTRATIGRÁFICA
ONDE A ESPÉCIE É
ENCONTRADA:
Formação Crato e
Formação Santana
(Membro Romualdo).
OBSERVAÇÃO: São raros.
3 cm
Atinge aproximadamente 60 cm
CLASSE
Actinopteryigii de comprimento total; rostro
alongado, com pré-dentário
INFRACLASSE
triangular mais curto que o
Actinopteri
pré-maxilar; pequena pré-dentição,
SUPERDIVISÃO com falta de dentes na parte
Teleosteomorpha
anterior da placa óssea; escamas
ORDEM brilhantes com ganoína, com
Aspidorhynchiformes articulação “peg-and-socket”;
FAMÍLIA lateralmente o corpo é coberto por
Aspidorhynchidae três fileiras de escamas muito altas
GÊNERO e retas; numerosos dentes finos e
Vinctifer Jordan, 1919 posteriores (Brito, 1997; Maisey,
Vinctifer comptoni (Agassiz, 1991d; Wenz et al., 1993; Brito &
1841) Suárez, 2003) (Figura 23).
LECTÓTIPO UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
BMNH P 47892 ESPÉCIE É ENCONTRADA:
Formação Santana (Membro
Romualdo e Membro Pedra
Branca).
OBSERVAÇÃO: São comuns e um dos
mais abundantes, em especial no
Membro Romualdo da Formação
Santana.
5 cm
ACTINOPTERYIGII
Actinopteryigii Tamanho médio alcançando
um comprimento de
INFRACLASSE
Actinopteri
aproximadamente 45 cm; rostro
muito longo (correspondendo
SUPERDIVISÃO
a aproximadamente metade do
Teleosteomorpha
comprimento total do corpo),
ORDEM com pré-dentário muito alongado;
Aspidorhynchiformes presença de supramaxilar posterior;
FAMÍLIA escamas e ossos dérmicos lisos
Aspidorhynchidae (Brito & Yabumoto, 2011).
GÊNERO Esse táxon foi identificado
Belonostomus Agassiz, 1834 anteriormente como Vinctifer
Belonostomus sp. longirostris Santos, 1990 e
encontrado nos folhelhos negros
(Membro Pedra Branca) da parte
inferior da Formação Santana
(Moody & Maisey, 1994; Brito,
1997) e na Formação Crato (Brito,
2007). Posteriormente, Brito &
Yabumoto (2011) analisaram o
exemplar de Vinctifer longirostris
da Formação Crato e atribuíram
ao gênero Belonostomus por vários
caracteres, como pré-dentário
muito alongado e presença de
um supramaxilar posterior,
restringindo a presença de V.
longirostris apenas para a Bacia
de Tucano, Bahia. Todavia, não
definiram a posição taxonômica
dos exemplares encontrados no
Membro Pedra Branca da Formação
Santana.
UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
ESPÉCIE É ENCONTRADA:
Formação Crato
OBSERVAÇÃO: São raros.
36
Cladocyclus gardneri PRINCIPAIS CARACTERES
Agassiz, 1841 DIAGNÓSTICOS:
ACTINOPTERYIGII
7 cm
ACTINOPTERYIGII
5 cm
4 cm
3 cm
CLASSE
Corpo alto, lateralmente
Actinopteryigii comprimido, atingindo
aproximadamente 23 cm de
INFRACLASSE
Actinopteri
comprimento total; cabeça
triangular, com o teto craniano
DIVISÃO
curto e inclinado; nadadeira dorsal
Teleostei incertae sedis
larga e alta, ocupando grande parte
FAMÍLIA do dorso; nadadeira pélvica ausente;
Araripichthyidae nadadeira anal alta e com base
GÊNERO longa; nadadeira caudal furcada;
Araripichthys Santos, 1985 escamas pequenas, cicloides e
Araripichthys castilhoi Santos, sobrepostas; nadadeiras providas
1985 de escamas, sendo que estas são
HOLÓTIPO menores que as escamas do corpo.
UERJ-IB, nº 21-P3 (Santos, 1985; Maisey & Blum,
1991a; Wenz et al., 1993) (Figura 28).
UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
ESPÉCIE É ENCONTRADA:
Formação Santana (Membro
Romualdo).
OBSERVAÇÃO: São raros.
Figura 28:
Araripichthys
castilhoi Santos,
1985,
do Membro
Romualdo
da Formação
4 cm Santana,
MCT 1462-P.
39
Brannerion Jordan, 1919 PRINCIPAIS CARACTERES
DIAGNÓSTICOS:
CLASSE
ACTINOPTERYIGII
Actinopteryigii Peixe de médio porte, com corpo
robusto e curto; cabeça cabendo
INFRACLASSE
cerca de 3 ½ no comprimento do
Actinopteri
corpo; diâmetro orbital atingindo
DIVISÃO cerca de ⅓ do comprimento da
Teleostei cabeça, indicando a presença de
SUBDIVISÃO olhos grandes e proeminentes
Elopomorpha localizados anteriormente; dentes
ORDEM trituradores no paresfenoide,
Albuliformes endopterigoide e basibranquiais,
FAMÍLIA e viliformes no vômer,
Albulidae dermopalatino, pré-maxilar,
GÊNERO
maxilar e dentário; presença
Brannerion Jordan, 1919 de placa gular; opérculo largo e
convexo; abertura oblíqua entre o
Brannerion latum (Agassiz,
1841) opérculo e o subopérculo; base da
nadadeira anal longa; quarto raio
Brannerion vestitum (Jordan
& Branner, 1908) das nadadeiras dorsal e anal muito
alongado, semelhante a uma vela
HOLÓTIPOS
de barco (Blum, 1991a; Wenz et al.,
Brannerion latum (Agassiz,
1841) - molde BMNH P 3984
1993; Forey & Maisey, 2010)
e contramolde BMNH P 1959 (Figuras 29, 30 e 31).
Brannerion vestitum (Jordan Blum (1991a) identificou duas
& Branner, 1908) – CR nº 11 espécies de Brannerion na Bacia do
5 cm
3 cm
ACTINOPTERYIGII
2010 Peixe medindo aproximadamente
CLASSE 16 cm de comprimento total;
Actinopteryigii crânio mais curto em relação aos
de outros Albuliformes; somente
INFRACLASSE
Actinopteri margem posterior do opérculo
ornamentada por cristas, enquanto
DIVISÃO
que entre os outros Elopomorpha,
Teleostei
como por exemplo, Paraelops,
SUBDIVISÃO o opérculo e subopérculo são
Elopomorpha
bem ornamentados por cristas
ORDEM e sulcos; bula ótica inflada na
Albuliformes parte lateral do crânio; processo
FAMÍLIA ectopterigoide bem desenvolvido;
Albulidae fossa subtemporal profunda;
GÊNERO esqueleto caudal com hipurapófise,
Bullichthys Mayrinck, Brito & paripurapófise e três epurais
Otero, 2010 (Mayrinck et al., 2010).
Bullichthys santanensis UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
Mayrinck, Brito & Otero, 2010 ESPÉCIE É ENCONTRADA:
HOLÓTIPO Formação Santana (Membro
UERJ-PMB 142 Romualdo).
OBSERVAÇÃO: São raros.
42
Paraelops cearensis PRINCIPAIS CARACTERES
Santos, 1971 DIAGNÓSTICOS:
ACTINOPTERYIGII
ACTINOPTERYIGII
Corpo fusiforme, cilíndrico,
CLASSE
Actinopteryigii atingindo aproximadamente 25 cm
de comprimento total; comprimento
INFRACLASSE
da cabeça corresponde a cerca de
Actinopteri
¼ do comprimento total; parte
DIVISÃO anterior da cabeça pontuda; quatro
Teleostei
ossos proeminentes formam a borda
ORDEM posterior da órbita, os infra-orbitais
Crossognathiformes (Io) 2, 3 e 4 e o dermesfenótico
SUBORDEM (Dsf); nadadeiras são pequenas,
Pachyrhizodontoidei com a pélvica localizando-se atrás
FAMÍLIA do nível da nadadeira dorsal;
Pachyrhizodontidae nadadeira anal localizada mais
GÊNERO próxima à caudal, comparada à
Rhacolepis Agassiz, 1841 pélvica, imediatamente atrás do anel
de escamas modificadas da cloaca;
Rhacolepis buccalis Agassiz,
1841 nadadeiras pélvicas e peitorais
geralmente se fossilizam com
HOLÓTIPO
raios bem separados em forma de
BMNH P 4314a
leque; escamas pequenas e ovoides
(Maisey, 1991f; Wenz et al., 1993); na
margem posterior do pré-opérculo
(POP) apenas 2 ossos são facilmente
4 cm
o sub-opérculo
(SOP), quando
o exemplar
está preservado
lateralmente,
visto que o
interopérculo
(IOP) é bem
3 cm
menor e
Figura 34: Rhacolepis buccalis localiza-se
Agassiz, 1841, mais abaixo (Figuras 33, 34 e 35).
do Membro Romualdo
da Formação Santana, UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
DGM 260-P. ESPÉCIE É ENCONTRADA:
Formação Santana (Membro
Romualdo).
OBSERVAÇÃO: São comuns e um dos
mais abundantes.
1 cm
1841 DIAGNÓSTICOS:
ACTINOPTERYIGII
Peixe grande e fusiforme, atingindo
CLASSE
Actinopteryigii aproximadamente 60 cm de
comprimento total; dentes finos
INFRACLASSE
e proeminentes; apresenta três
Actinopteri
grandes ossos atrás da órbita,
DIVISÃO os infraorbitais (Io) 2 e 3 e o
Teleostei
dermesfenótico (Dsf); nadadeira
ORDEM caudal profundamente furcada
Crossognathiformes com um pequeno sulco (entalhe) na
SUBORDEM margem posterior (setas vermelhas
Pachyrhizodontoidei das figuras 36 e 37) (Taverne, 1976;
FAMÍLIA Maisey, 1991g; Wenz et al., 1993); na
Notelopidae margem posterior do pré-opérculo
GÊNERO
observam-se apenas dois ossos, o
Notelops Woodward, 1901 opérculo (OP) e o sub-opérculo
Notelops brama Agassiz, 1841 (SOP), quando o exemplar está
preservado lateralmente, visto que o
HOLÓTIPO
interopérculo (IOP) é bem menor e
BMNH P 15490
localiza-se mais abaixo (Figuras 36,
37 e 38).
UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
ESPÉCIE É ENCONTRADA:
Formação Santana (Membro
Romualdo).
OBSERVAÇÃO: São comuns.
4 cm
1 cm
3 cm
ACTINOPTERYIGII
Peixe pequeno, comprimento total
CLASSE
Actinopteryigii de aproximadamente 4,5 cm; cabeça
grande em relação ao corpo, mais
INFRACLASSE
comprida que alta; abertura da boca
Actinopteri
ligeiramente inclinada; dentição
DIVISÃO reduzida; pré-opérculo grande,
Teleostei
com formato semilunar; opérculo
SÉRIE trapezoide e estriado na margem
Otophysi inferior; nadadeira dorsal atrás
FAMÍLIA da nadadeira pélvica; nadadeira
Incertae sedis anal pequena e recuada, localizada
GÊNERO próxima à base da nadadeira caudal;
Santanichthys Santos, 1995 nadadeira caudal homocerca;
Santanichthys diasii (Santos, escamas cicloides. (Santos, 1958,
1958) 1995; Filleul & Maisey, 2004)
HOLÓTIPO (Figura 39).
DGM 647-P UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
ESPÉCIE É ENCONTRADA:
Formação Crato e Formação
Santana (Membro Romualdo e
Membro Pedra Branca).
OBSERVAÇÃO: São raros.
1 cm
Figura 39:
Santanichthys diasii
(Santos, 1958) do
Membro Romualdo da
Formação Santana,
DGM 647-P.
48
Beurlenichthys PRINCIPAIS CARACTERES
ouricuriensis Figueiredo DIAGNÓSTICOS:
ACTINOPTERYIGII
2 cm
ACTINOPTERYIGII
Azevedo, 2009 Peixe pequeno e delgado,
com aproximadamente 7 cm de
CLASSE
Actinopteryigii comprimento total; cabeça alongada
com focinho proeminente; ossos
INFRACLASSE
do crânio sem ornamentação;
Actinopteri
órbita reduzida; maxilas edêntulas;
DIVISÃO pré-opérculo com formato de
Teleostei bumerangue e com ramo direito
COORTE vertical; nadadeira dorsal pequena
Clupeocephala com a base curta e posicionada no
SUBCOORTE meio do dorso; nadadeiras pélvicas
Euteleostei se originam ligeiramente anterior
FAMÍLIA à origem da nadadeira dorsal;
Incertae sedis nadadeira caudal profundamente
GÊNERO
furcada; sem escamas no corpo,
Santanasalmo Gallo, exceto na linha lateral (Gallo et al.,
Figueiredo & Azevedo, 2009 2009) (Figura 41).
Santanasalmo elegans Gallo, UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE A
Figueiredo & Azevedo, 2009 ESPÉCIE É ENCONTRADA:
HOLÓTIPO Formação Santana (Membro Pedra
Pz.UERJ 518 Branca).
OBSERVAÇÃO: São raros.
2 cm
3 cm
ACTINOPTERYIGII
Peixe de tamanho médio, atingindo
CLASSE
Actinopteryigii
cerca de 21 cm de comprimento
total; corpo ligeiramente alongado;
SUBDIVISÃO
cabeça grande e pontuda; boca
Teleostei
pequena, mandíbulas não se
COORTE estendendo além da margem anterior
Clupeocephala
da órbita, sem dentes; opérculo
SUBDIVISÃO grande e liso, mais alto que largo;
Ostarioclupeomorpha nadadeira dorsal triangular, curta
ORDEM e alta inserida um pouco além
Gonorynchiformes do meio do corpo, com os dois
FAMÍLIA primeiros raios simples e curtos,
Chanidae os demais longos e numerosos,
GÊNERO articulados distalmente; nadadeiras
Dastilbe Jordan, 1910 peitorais bastante desenvolvidas,
Dastilbe crandalli Jordan, opostas a dorsal, com raios longos;
1910 nadadeira pélvica no lado oposto
HOLÓTIPO da nadadeira dorsal, inserida quase
CM 5247/91 abaixo da origem da nadadeira
dorsal; nadadeira anal próxima à
nadadeira caudal; nadadeira caudal
homocerca e longa com raios fortes
e bem articulados, sendo os dois
grandes raios que a limitam simples e
os outros ramificados
(Blum, 1991c; Wenz
et al., 1993; Davis &
Martill, 1999; Brito &
Amaral,2008)
(Figura 43).
UNIDADE
ESTRATIGRÁFICA
2 cm ONDE A ESPÉCIE É
ENCONTRADA:
Figura 43: Formação Crato.
Dastilbe crandalli Jordan, 1910,
da Formação Crato, OBSERVAÇÃO: Comuns. Gênero mais
DGM 176-P. abundante na Formação Crato.
52
Santanaclupea PRINCIPAIS CARACTERES
silvasantosi Maisey, 1993 DIAGNÓSTICOS:
ACTINOPTERYIGII
1 cm
SARCOPTERYGII
Woodward 1907 Peixe de grande porte, podendo
CLASSE
alcançar 5 m; ossos do teto craniano
Sarcopterygii e angular espessos, ornamentados
com rugosidades grosseiras e cristas
INFRACLASSE
Actinistia
proeminentes; escudo parieto-nasal
estreito e longo, atingindo cerca
ORDEM
de uma vez e meia o comprimento
Coelacanthiformes
do escudo pós-parietal; dois pares
FAMÍLIA de parietais alongados; opérculo
Mawsoniidae triangular com a face externa
GÊNERO ornamentada com cristas radiais e
Mawsonia Woodward in delicadas; dentário sem dentes, com
Mawson & Woodward 1907 grande extensão posterior; passagem
Mawsonia gigas Woodward in do canal sensorial mandibular bem
Mawson & Woodward 1907 marcada por numerosos poros
HOLÓTIPO pequenos; nadadeiras peitorais
BMNH P 10355 e nadadeira dorsal anterior com
raios longos, espessos, bifurcados
na base e segmentados nos ⅔
distais; nadadeiras pélvicas situadas
sob a primeira nadadeira dorsal;
costelas pleurais delgadas; escamas
delgadas, com borda
posterior arredondada,
ornamentadas com
pequenas cristas
paralelas, dispostas
longitudinalmente
(Campos & Wenz, 1982;
Maisey, 1986; Carvalho,
2002) (Figuras 46, 47 e 48).
5 cm
UNIDADE ESTRATIGRÁFICA
Figura 46: Mawsonia gigas ONDE A ESPÉCIE É
Woodward in Mawson & ENCONTRADA:
Woodward 1907, do Membro Formação Santana (Membro
Romualdo da Formação Santana Romualdo).
(crânio em vista lateral),
MN 5736-V. OBSERVAÇÃO: São raros.
54
SARCOPTERYGII
10 cm
1 cm
SARCOPTERYGII
Peixe de grande porte, podendo
CLASSE
Sarcopterygii alcançar 2 m; ossos do crânio com
rugosidades; rostro mais afilado do
INFRACLASSE
que em Mawsonia; presença de um
Actinistia
elemento suplementar médio (extra-
FAMÍLIA escapular) na margem posterior do
Mawsoniidae crânio; o angular mais alto no quarto
GÊNERO anterior onde aparece o processo
Axelrodichthys Maisey, 1986 dorsal levemente arredondado;
Axelrodichthys araripensis passagem do canal sensorial
Maisey, 1986 mandibular bem marcada por meio
HOLÓTIPO de poucos poros grandes e alongados
AMNH 1759 (Maisey, 1986, 1991h; Wenz et al.,
1993) (Figuras 48 e 50).
UNIDADE ESTRATIGRÁFICA ONDE
A ESPÉCIE É ENCONTRADA:
Formação Santana (Membro
Romualdo).
OBSERVAÇÃO: São relativamente
comuns na Formação Santana,
1 cm todavia, foram encontrados
exemplares juvenis de
Figura 49: Axelrodichthys sp., Axelrodichthys sp. na Formação
da Formação Crato, (exemplar
juvenil), MPSC-P 287.
Crato (Brito & Martill, 1999; Brito &
Yabumoto, 2011; Yabumoto & Brito,
2013).
5 cm
19a - Escamas lisas se sobrepondo, boca com grande abertura ---- 20.
19b - Escamas pequenas, ornamentadas com cristas finas, lembrando
um “sabugo de milho”, boca com pequena abertura = Tharrhias.
Tribodus limae
Iansan beurleni
Stahlraja sertanensis
Obaichthys decoratus
Dentilepisosteus laevis
Obaichthyidae
Araripelepidotes temnurus
Lepidotes wenzae
Neoproscinetes penalvai
Iemanja palma
Calamopleurus cylindricus
Cratoamia gondwanica
Oshunia brevis
Placidichthys bidorsalis
Vinctifer comptoni
Belonostomus sp.
Cladocyclus gardneri
Araripichthys castilhoi
Brannerion
Bullichthys santanensis
61
TÁXON\UNIDADE FM. SANTANA FM. SANTANA
FM. CRATO
ESTRATIGRÁFICA (MB ROMUALDO) (MB P. BRANCA)
Paraelops cearensis
Rhacolepis buccalis
Notelops brama
Santanichthys diasii
Beurlenichthys ouricuriensis
Santanasalmo elegans
Tharrhias araripis
Dastilbe crandalli
Santanaclupea silvasantosi
Mawsonia gigas
Axelrodichthys araripensis
Axelrodichthys sp.
Figuras 6, 7, 8, 12, 14, 15, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 30, 31, 32, 33, 34,
35, 36, 37, 38, 39, 42, 43, 47, 48 e 49 - Fotografias de Márcia A. dos Reis Polck.
VALÉRIA GALLO
Bacharel e Licenciada em
Ciências Biológicas, Mestra
em Geologia e Doutora em
Geociências. Atualmente,
é Bolsista de Produtividade em Pesquisa
do CNPq e Professora Associada da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
com experiência na área de Zoologia, com
ênfase em Paleozoologia, atuando
principalmente nos temas Biogeografia
Histórica, Sistemática, Ictiologia,
Mesozoico e Paleovertebrados.
RAPHAEL MIGUEL –
Bacharel e licenciado em
GUIA DE IDENTIFICAÇÃO MÁRCIA APARECIDA DOS
REIS POLCK - Bacharel e
Ciências Biólogicas,
mestrado em Biociências
DE PEIXES FÓSSEIS DAS Licenciada em Ciências Bio-
lógicas pela Universidade do
pela Universidade do Estado
do Rio de Janeiro e doutorando em
FORMAÇÕES CRATO E SANTANA Estado do Rio de Janeiro,
mestrado em Geologia pela Universidade
Ecologia e Evolução na Universidade do Federal do Rio de Janeiro, doutorado em
Estado do Rio de Janeiro, com início em
DA BACIA DO ARARIPE Geologia pela Universidade do Estado do
março de 2012. É sócio da Society of Rio de Janeiro. Paleontóloga do Departa-
Vertebrate Paleontology. Com experiência Márcia Aparecida dos Reis Polck mento Nacional de Produção Mineral.
na área de Paleozoologia, com ênfase nos Marise Sardenberg Salgado de Carvalho Com experiência na área de Geociências,
temas: Sistemática, Biogeografia Histórica com ênfase em Paleontologia e Estra-
Raphael Miguel
e Sistemática de peixes Sarcopterygii tigrafia, atuando principalmente nos
Valéria Gallo
(Actinistia). temas paleoictiologia, análise de bacias
sedimentares, ensino e divulgação de
paleontologia.