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URBANIZAÇÃO DE CÓXI
Arruamentos | Dimensionamento de Pavimento
28 de fevereiro de 2023
0014.PE.ARR.MD-rev02_CÓXI-ANGOLA.docx
Ficheiro Projeto
0014.PE.ARR.MD-rev02_CÓXI-ANGOLA INFRAESTRUTURA MUXIMA URBANIZAÇÃO DE CÓXI
Tipo de Documento Nº Projeto
Memória Descritiva e Justificativa P.0014
Dimensionamento de Pavimento
Fase de Projeto Especialidade
Execução Arruamentos | Dimensionamento de Pavimento
DADOS DE BASE
De acordo com as informações do cliente, os arruamentos em estudo estarão sujeitos a pouco tráfego de
veículos e o CBR do solo de fundação encontra-se num intervalo de 15% a 29%, pelo que se conclui que
a situação em estudo se enquadra nos parâmetros que permitem a utilização do manual SATCC.
SOLICITAÇÕES DE TRÁFEGO
O catálogo de dimensionamento da SATCC tem por base a definição do número de passagens de eixos
padrão equivalentes de 80 KN.
O manual SATCC adota de forma simplificada o conceito do fator de agressividade médio que converte
um número de veículos pesados diretamente num número de passagens equivalentes do eixo padrão, de
acordo com os valores indicados na tabela infra.
(1 + 𝑖)𝑝 + 1
𝑁𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 = 𝑇𝑀𝐷𝐴𝑝 × 365 × 𝐹 ×
𝑖
Onde:
Nprojeto – Número de Passagens de Eixos Padrão;
Obtendo-se, assim, o número total de eixos padrão de todo o espectro de tráfego que irá solicitar o
pavimento durante toda a sua vida útil: Nprojeto = 76 573 (0,08E+06)
Desta forma, no caso em estudo define-se a classe de tráfego medida em Eixos-Padrão equivalente de
80KN durante o período de dimensionamento como T1.
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
Outro dos fatores a ter em consideração no dimensionamento dos pavimentos flexíveis é a temperatura
ambiente. Com efeito, o módulo de deformabilidade de uma mistura betuminosa depende da temperatura
a que o pavimento se encontra.
Com base nestes dados é estabelecida a classe de betume a adotar em camadas de desgaste e camadas
de regularização: Betume 50/70.
Face ao exposto, constata-se que o caso em estudo se enquadra numa região seca.
CONDIÇÕES DE FUNDAÇÃO
A resistência dos solos de fundação é um fator preponderante no bom dimensionamento dos pavimentos.
Deve ser garantido em obra que o solo de fundação in situ apresenta um grau de compactação
correspondente a 98% de compactação do ensaio Proctor Modificado.
No manual SATCC, os solos de fundação são classificados em função do índice CBR do material que
assim representa as condições a que o solo de fundação irá estra sujeito.
De acordo com a informação facultada pelo cliente, o CBR das amostras de solos de empréstimo a utilizar
no leito do pavimento é de cerca de 26% (expansão relativa a 95% CR) e de cerca de 38% (expansão
relativa de 100% CR), pelo que vamos considerar que a classe do solo de fundação do caso em estudo a
será S5 ou S6.
No catálogo de estruturas da SATCC (função do tráfego e do tipo de região), a solução estrutural é definida
com base no número de passagens de eixo padrão equivalente de 80KN no período de vida da estrutura
e na classe de fundação.
Na imagem infra pode consultar-se o catálogo de pavimentos para a região D1 (camada de base e sub-
base granular e região seca).
Legenda:
MATERIAIS DE PAVIMENTAÇÃO
Materiais granulares
Na tabela infra encontram-se os módulos de deformabilidade dos materiais granulares a adotar segundo
o SATCC. No catálogo da SATCC não se faz referência sobre o valor do coeficiente de Poisson a utilizar,
contudo o valor referente a estes materiais é de 0,35.
Misturas betuminosas
É de referir que o SATCC não tem em consideração as condições de temperatura que se fazem sentir na
região, sendo que nos valores indicados na tabela abaixo não é indicada nenhuma metodologia de cálculo
para a previsão do módulo de deformabilidade em misturas betuminosas, nem como deve ser considerada
a influência da temperatura na sua definição, nem se indicam os valores de velocidade de circulação dos
veículos pesados para as quais foram definidos os módulos de deformabilidade indicados de seguida:
É de referir que, apesar do método indicado ser bastante expedito, não tem em consideração as
condições de temperatura que se fazem sentir na região, verificando-se também que as tipologias
são definidas para uma gama de valores de deformabilidade do solo de fundação e dos materiais
granulares e para condições de tráfego muito alargadas.
- CRITÉRIOS DE RUÍNA -
A determinação dos limites admissíveis para as extensões (deformações) a diferentes níveis do pavimento
é realizada tendo por base as leis da fadiga, as características de cada material (Tab, Vb, Em) e o número
de repetições de carga esperadas durante a vida do projeto (N80).
Sendo assim, tendo por base os dois critérios habitualmente utilizados nos critérios de ruína nos
pavimentos flexíveis – limitação do fendilhamento por fadiga das camadas betuminosas (Ɛt) e limitação da
As leis que foram consideradas no dimensionamento deste pavimento flexível seguem os métodos
empírico-mecanicistas, nomeadamente as recomendações do método de Nottingham, que correlacionam
os efeitos da fadiga nas camadas betuminosas e da deformação excessiva no solo de fundação com as
características dos materiais constituintes das diferentes camadas.
Para estas camadas seguiu-se o critério de limitar a extensão máxima de tração na zona inferior das
camadas betuminosas, tendo em vista impedir a rotura por fadiga em tração das camadas betuminosas
durante o seu período de dimensionamento. Devido a esse efeito adotaram-se as expressões seguintes:
Lei de fadiga proposta pelo método de Nottingham (Ɛt):
Ɛ𝑡𝑎𝑑𝑚 = 471 μm
No que diz respeito à fundação do pavimento flexível, seguiu-se o critério de limitação da extensão vertical
de compressão no topo da fundação do pavimento, no sentido de minimizar a possibilidade de ocorrência
de deformações permanentes e consequente formação de cavados de rodeira.
Adotou-se, mais uma vez, o método empírico-mecanicista através da expressão recomendada pelo
método de Nottingham.
Onde:
Ɛvadm – extensão de compressão no topo do solo de fundação (μm);
A – constante de ruína (A = 451,29);
N80 - número acumulado de eixos padrão 80 kN (em milhões);
fr – fator de indução de assentamento (fr = 1,5);
cl – constante de ruína (cl = 0,28).
Para o eixo padrão de 80 kN obtém-se:
451,29
Ɛ𝑣𝑎𝑑𝑚 =
0,08 0,28
( )
1,5
Ɛ𝑣𝑎𝑑𝑚 = 1038 μm
Resultados
No quadro seguinte apresentam-se os resultados das extensões admitidas relativos ao pavimento flexível
dimensionado.
Deformação
permanente Ɛvadm Fundação 1038
(μm)
De forma sucinta, como comparação das extensões admissíveis e das instaladas, elaborou-se o quadro
infra, onde se pode verificar que todas as extensões instaladas são inferiores às admissíveis.
Esp. Em Ɛ𝐭 𝐚𝐝𝐦 Ɛ𝐭 𝐢𝐧𝐬𝐭 Ɛ𝒗𝒂𝒅𝒎 Ɛ𝒗𝒊𝒏𝒔𝒕
Camada Material
(m) (MPa) (microns) (microns) (microns) (microns)
Desgaste AC14 surf 50/70 (BB) 0,05 3000 471 270,5 - -
Face ao exposto, considera-se adequada a seguinte estrutura de pavimento a utilizar para os arruamentos
a executar na Urbanização Cóxi, em Angola, no caso de serem confirmadas/garantidas em obra as
condições a seguir resumidas/explanadas:
3. EQUIPA
Departamento Técnico:
Elza Mendes – OE nº45363
Alfredo Aguiar – OE nº22733