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CARUARU
2016
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CARUARU
2016
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Ms. David Williams da Gloria Simão (Orientador)
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Profa. Ma. Giovanna Feitosa de Lima (Examinadora)
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CARUARU
2016
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
Obras de estruturas metálicas são compostas por diferentes tipos de elementos
estruturais, onde cada um deles desempenha uma função que garante estabilidade
e segurança do conjunto. Para isso, é necessário que exista uma correta união entre
estes elementos, o que envolve o uso de diferentes tipos de ligações, que podem
ser por meio de solda, parafusos ou mista. Dessa forma, as ligações apresentam um
papel significativamente importante no projeto da obra, pois estão relacionadas não
só com aspectos de estabilidade e segurança, mas também aos aspectos
econômicos, visto que elas têm uma boa representatividade no custo total da obra.
Este trabalho procura apresentar uma analise comparativa entre os custos diretos de
ligações soldadas, parafusadas e mistas entre vigas metálicas de perfis estruturais.
Com a finalidade de contribuir com dados para uma escolha mais consciente do
meio de ligação. O trabalho consistiu no dimensionamento de três modelos de
ligações para três diferentes solicitações, gerando um total de nove ligações
dimensionadas, sendo três soldadas, três parafusadas e três mistas. A partir do
dimensionamento foi levantado um quantitativo dos custos proveniente dos meios de
cada uma das ligações. Estes custos foram comparados através de gráficos e
proporções, onde foi evidenciado que os modelos de ligações soldadas
apresentaram custos significativamente mais baixos que os modelos parafusados e
mistos.
Palavras-chave: Estrutura metálica. Ligação soldada. Ligação parafusada.
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ABSTRACT
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 36
3.1 Classificação da pesquisa ............................................................................ 36
3.2 Universo e amostra ....................................................................................... 36
3.3 Procedimentos de coleta e análise dos dados ........................................... 36
3.3.1 Escolha dos modelos de ligações para análise ................................................ 36
3.3.2 Determinação das cargas e perfis das vigas .................................................... 37
3.3.3 Dimensionamento das ligações........................................................................ 37
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48
ANEXOS ................................................................................................................... 49
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1 INTRODUÇÃO
1.2 Hipótese
1.3 Objetivos
1.3.1 Geral
1.3.2 Específicos
1.4 Justificativa
Em um projeto de estrutura metálica, uma das etapas que se deve ter uma
atenção especial é a definição do tipo e do meio das ligações que serão utilizadas
entre os elementos estruturais, pois as mesmas representam um componente de
significativa importância no custo da estrutura, assim como nos aspectos técnicos
relacionados com resistência, qualidade e segurança (FILHO e SILVA, 2007). A
ABNT NBR 8800:2008 permite que o meio de união dessas ligações seja feito
através de solda ou de parafusos. Salvo alguns casos específicos, a maioria dos
modelos de ligações utilizadas são possíveis de serem realizadas por ambos os
meios.
Silva e Panonni (2010) falam que um projeto de ligações deve ser concebido
levando-se em consideração fatores como: o comportamento da ligação, limitações
construtivas, facilidade de fabricação, montagem, etc. Porém, em muitos casos, a
escolha do meio de ligação acaba sendo feita pela preferência e afinidade do
projetista ou do fabricante da estrutura e não sendo feita uma analise real sobre qual
seria a opção mais viável para seu projeto.
Assim sendo, este trabalho pretende apresentar uma análise da diferença de
custos existentes entre modelos comuns de ligação parafusadas e soldadas entre
vigas com perfis estruturais.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O aço
2.1.1 Generalidades
Assim como o ferro fundido, o aço é uma liga formada de ferro e carbono, mas
contém outros elementos residuais decorrentes do processo de fabricação, como
manganês, fosforo, silício e enxofre. O aço pode conter ainda outros elementos de
liga, que são adicionados com a finalidade de melhorar algumas de suas
propriedades.
O carbono aumenta a resistência do aço, deixando-o mais duro, porém mais
frágil. O teor de carbono pode variar desde 0,008% até 2,11%, quanto menor for
esse teor, menor será a resistência à tração do aço e mais dúctil ele será. Os aços
utilizados em estruturas têm suas resistências à ruptura por tração ou por
compressão iguais e variam entre limites que vão desde 300 Mpa até valores que
ultrapassam os 1200 Mpa (CHIAVERINE apud PFEIL e PFEIL, 2009).
2.1.2.1 Aços-carbonos
O aço-carbono é o tipo de aço mais usado. Ele pode ter sua resistência
aumentada de acordo com teor de carbono em relação ao ferro puro em sua
composição. Em função desse teor, existe uma classificação que os divide em três:
Os aços de baixa liga, também chamados de patináveis, são aços de baixo teor
de carbono (inferior a 0,25%) que recebem um acréscimo de uma pequena
quantidade de elementos de liga, como cobre, níquel e cromo. Eles são
caracterizados por apresentarem uma maior resistência à corrosão atmosférica
aliada a uma adequada resistência mecânica, apesar do seu baixo teor de carbono,
o que garante ainda ductilidade, tenacidade e soldagem satisfatórias.
Os aços patináveis, quando exposto as variações climáticas do meio ambiente,
desenvolvem em sua superfície uma camada compacta de oxido, que serve de
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Figura 2.1- Principais produtos laminados: (a) barras, (b) chapas, (c) perfis estruturais, (d) trilho, (e)
tubo quadrado, (f) tubo redondo.
2.2.2 Aplicações
Reservatórios de agua;
Plataformas;
Mezaninos;
Formas para concretagem;
Viadutos;
Hangares; e
Outros.
Custo mais elevado: A grande maioria das obras de estruturas metálicas pode ter
um custo mais elevado que as convencionais.
Necessidade de mão-de-obra especializada: Os profissionais devem ser
qualificados, principalmente para os serviços de soldagem.
Viabilidade somente para elementos lineares: Necessita de um sistema com lajes de
concreto ou mista (Chamberlaim, Ficanha e Fabeane, 2013).
Ligações rígidas: são aquelas que mantem o ângulo entre os elementos estruturais
unidos por elas praticamente constante, mesmo após a estrutura ser carregada.
Quando esse tipo de ligação for previsto, os detalhes construtivos daquela ligação
devem ser capazes de promover uma restrição da rotação de a o menos 90%.
Cisalhamento centrado.
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Cisalhamento excêntrico.
corrimãos, guarda-corpos, terças, etc (DIAS, 2008). Podem ainda, durante a fase de
montagem, ser usados temporariamente para manter as peças na posição até que a
solução permanente com parafusos de alta resistência ou soldagem seja executada.
(BELLEI, 2008).
Diferente dos comuns, eles são parafusos fabricados com aços tratados
termicamente (PFEIL e PFEIL, 2009). Apresentam alta resistência mecânica e
requerem cuidados especiais com relação ao controle do torque, ao acabamento
das superfícies em contato das partes ligadas e às arruelas (INSTITUTO AÇO
BRASIL, 2011). Devido ao controle de aperto, na sua utilização é considerado o
atrito entre as chapas que impede a movimentação das partes conectadas e
proporciona maior rigidez da ligação. Para controlar o aperto existem duas maneiras:
Através do controle da força, onde são usadas chaves calibradas, como
torquímetros ou chaves pneumáticas; Ou através do controle da deformação, onde é
feito o controle da rotação da porca usando-se chaves de braço longo.
Os parafusos de alta resistência são empregados nas ligações de maior
importância, sendo os mais usados os ASTM A-325 que possuem resistência à
ruptura por tração de 8.250 kgf/cm² para diâmetros de até uma polegada e 7.250
kgf/cm² para os com diâmetros acima de uma polegada. A utilização desses
parafusos gera uma economia de aço na estrutura, pois devido a sua maior
resistência são necessários menos parafusos nas ligações e com isso menores
chapas de ligações. (DIAS, 2008).
A norma ABNT NBR 8800:2008 estabelece em seu item 6.1.11.1, casos de
ligações, de qualquer que seja o tipo, que se deve, obrigatoriamente, executar por
meio de parafusos de alta resistência com protensão inicial ou solda. O quadro 1,
mostrado abaixo, apresenta os casos citados na referida norma.
Quadro 1 – Casos em que se deve utilizar parafuso de alta resistência com pretensão inicial ou solda,
segundo a ABNT NBR 8800:2008.
a) Emendas de pilares nas estruturas de andares múltiplos com mais de 40 metros de altura;
b) Ligações de vigas com pilares e com quaisquer outras vigas das quais dependem o sistema de
contraventamento, nas estruturas com mais de 40 metros de altura;
c) Ligações e emendas de treliças de coberturas, ligações de treliças com pilares, emendas de pilares,
ligações de contraventamento de pilares, ligações de mãos francesas ou mísulas usadas para reforço
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de pórticos e ligações de peças-suporte de pontes rolantes, nas estruturas de pontes rolantes com
capacidade superior a 50 kN;
d) Ligações de peças sujeitas a ações que produzam impactos ou tensões reversas.
Nota: Para os casos não citados, as ligações podem ser feitas com parafusos de alta resistência sem protensão
inicial ou com parafusos comuns.
Figura 2.8 – Tipos de ligações parafusadas quanto a forma que os esforços são transmitidos.
Vantagens Desvantagens
- Rapidez nas ligações de campo. - Necessidade de verificação de área liquida e
esmagamento das peças, o que muitas vezes
exige reforço destas partes.
- Economia em relação ao consumo de energia, - Necessidade de previsão antecipada, para
podendo ser empregada em locais onde há evitar falta de parafusos na obra.
pouca ou nenhuma energia disponível.
- Necessidade de poucas pessoas, não muito - Necessidade, em alguns casos, de se realizar
qualificadas. uma pré-montagem de fábrica para casamento
perfeito dos furos.
- Melhor resposta às tensões de fadiga. - Acrescenta mais peso a estrutura.
São as ligações onde as peças são unidas por meio de algum processo de
soldagem. A soldagem é uma técnica que utiliza máquinas para união de peças
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Figura 2.13 - diagrama esquemático do processo de soldagem elétrico com proteção gasosa.
melhor acabamento visual e ajuda a diminuir efeitos que podem causar fadiga no
material, contudo, sua aplicação é mais cara e trabalhosa devido à necessidade de
preparação da superfície e das extremidades das peças que ainda apresentam
menor tolerância para ajustes (DIAS, 2008).
A figura 2.15 a seguir apresenta no detalhe a solda do tipo e a solda do tipo
entalhe.
Fonte: ( DIAS,2008).
Vantagens Desvantagens
- Economia de material, a soldagem permite - Redução no comprimento em soldas de
redução de um grande percentual das chapas de grandes extensões devido aos efeitos
ligação; acumulativos de retração;
- Maior rigidez, devido a união das partes serem - Necessidade de energia elétrica, mesmo que
feitas diretamente umas nas outras; de geradores no local de montagem;
- Facilidade de realizar modificações nos - Exige maior analise de fadiga que as ligações
desenhos das peças e corrigir erros durante a parafusadas, podendo, em muitos casos, reduzir
montagem com custos menores que as as tensões admissíveis a níveis muito baixos.
parafusadas;
- Menor tempo de detalhamento, fabricação e
montagem, devido a menor quantidade de
peças.
3 METODOLOGIA
Como se sabe, este trabalho trata das ligações nas estruturas metálicas, sendo
assim este o seu universo. O mesmo tem como objeto principal de estudo as
ligações soldadas e parafusadas entre vigas de perfis estruturais, mais
especificamente os modelos comuns de ligações flexíveis, que foram a amostra
desta pesquisa.
O trabalho foi realizado seguindo algumas etapas as quais serão abordadas nas
sessões a seguir.
Modelo M1 M2 M3
Tipo Ligação Soldada com Ligação Parafusada Ligação Mista com
dupla cantoneira. com dupla cantoneira. chapa simples.
Para que fosse possível fazer uma melhor análise e se gerar uma maior
quantidade de informações, cada um dos modelos de ligação foi dimensionado para
três solicitações de cálculo diferentes. As solicitações de cálculo, assim como os
perfis utilizados estão apresentados no quadro 3.1 abaixo.
Quadro 3.1 – valores das solicitações para quais as ligações foram dimensionadas .
Solicitação S1 S2 S3
Carga Vd 45 KN Vd 230 KN Vd 430 KN
Perfil das W 200 x 19,3 W 410 x 75 W 610 x 174
vigas
finitos. Ele possibilita uma analise completa da ligação, gerando uma memória de
cálculo completa com todas as verificações de perfis, chapas, parafusos e soldas.
Os detalhes de cada ligação dimensionada estão apresentados nas figuras 3.1,
3.2, 3.3, 3.4, 3.5, 3.6, 3.7, 3.8 e 3.9. Já os relatórios com memória de cálculo,
gerados pelo software, encontram-se nos Anexos deste trabalho.
E70xx E70xx
E70xx E70xx
E70xx E70xx
Parafusos ø ½” x 1 ½”
Figura 3.5 - Detalhe da ligação com dupla cantoneira parafusada para solicitação 02.
Parafusos ø 5/8” x 2”
Parafusos ø 5/8” x 2 ¼”
Parafusos ø 7/8” x 2 ¼”
E70xx
Solicitação 01 02 03
Comprimento da solda 66,4 cm 126,4 cm 208,4 cm
Perna da solda 0,3 cm 0,5 cm 0,4 cm
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Solicitação 01 02 03
Quantidade de parafusos 6 (1/2” x 1 ½”) 9 (5/8” x 2”) 15 (5/8” x 2 ¼”)
Custo dos parafusos R$ 12,762 R$ 40,455 R$ 72,297
Quantidade de porcas 6 unidades 9 unidades 15 unidades
Custo das porcas R$ 7,082 R$ 19,013 R$ 31,688
Quantidade de arruelas 12 unidades 18 unidades 30 unidades
Custo das arruelas R$ 10,578 R$ 18,353 R$ 30,588
Custo do KG do aço R$ 3,95 R$ 3,95 R$ 3,95
Quantidade de furos 14 furos 21 furos 35 furos
Custo dos furos R$ 110,600 R$ 165,900 R$276,500
Custo total R$ 141,02 R$ 243,72 R$ 411,07
Fonte: Autor
Solicitação 01 02 03
Comprimento da solda 31,0 cm 61,0 cm 91,0 cm
Perna da solda 0,3 cm 0,5 cm 0,5 cm
Área da secção da solda 0,045 cm² 0,125 cm² 0,125 cm²
Volume da solda 1,395 cm³ 7,625 cm³ 11,375 cm³
Custo do KG do aço R$ 3,95 R$ 3,95 R$ 3,95
Custo da solda R$ 3,857 R$ 21,083 R$ 31,452
Quantidade de parafusos 2 (5/8” x 1 ½”) 4 (7/8” x 2” ) 6 (7/8” x 2 ¼”)
Custo dos parafusos R$ 7,475 R$ 37,410 R$ 66,544
Quantidade de porcas 2 unidades 4 unidades 6 unidades
Custo das porcas R$ 4,225 R$ 24,600 R$ 36,900
Quantidade de arruelas 4 unidades 8 unidades 12 unidades
Custo das arruelas R$ 4,078 R$ 11,554 R$ 17,330
Quantidade de furos 4 furos 8 furos 12 furos
Custo dos furos R$ 31,600 R$ 63,200 R$ 94,800
Custo total R$ 51,23 R$ 157,84 R$ 247,02
Fonte: Autor
A partir dos dados dos quadros pôde-se elaborar um gráfico (Gráfico 4.1)
comparando os custos totais das ligações de acordo com o modelo e a solicitação.
Dessa forma observa-se que existe uma diferença de custo bem significativa entre
os modelos. Onde o modelo M1, que é exclusivamente soldado tem custos muito
mais baixo que os modelos M2 e M3, que são os modelos parafusado e misto
respectivamente.
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Fonte: Autor
Fonte: Autor
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Fonte: Autor
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANEXOS
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