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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE FÍSICA

DISCIPLINA: Óptica e Ondas

FICHAS DAS PRÁTICAS LABORATORIAIS REAIS

Elaboração:

Professor Doutor Carlos Abilio Alejandro Alfonso


Trabalho laboratorial 1: Onda estacionária. Ressonância em corda

Objectivo
Determinar a frequência de oscilação de um vibrador electromagnético.

Resumo teórico
A figura 1 mostra uma corda de comprimento L e densidade linear de massa ()
constante, que passa por uma polia e tem ambos extremos fixos: um unido a um prato
pequeno sobre o qual podem se colocar pesos e outro unido a um vibrador
electromagnético.

Ao conectar o vibrador na rede eléctrica, a lingueta do vibrador começa a oscilar


verticalmente imprimindo na corda um movimento oscilatório que se vá propagando
(movimento ondulatório) pelos pontos da corda até chegar na polia onde é reflectido
novamente para o vibrador.
O vibrador oscila continuamente quando o electroíman está ligado da rede. Em cada
ponto da corda e em cada instante coincidem duas perturbações ondulatórias que se
propagam em sentidos contrários, ambas com frequências (f) e amplitudes (A)
aproximadamente iguais. Para determinados valores da diferença de fase se forma na
corda uma onda estacionária que tem um perfil similar ao que se mostra na figura 2.

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Se nós consideramos um modelo onde a força de fricção do ar não seja considerada, o
movimento inicial estará descrito pela equação diferencial (1) correspondente a uma
onda transversal viajante.

Onde: (2)

Sendo: v - Velocidade de propagação da onda.

f - Frequência das oscilações dos pontos da corda.

- Comprimento de onda.

Te- Tensão da corda.

- Densidade linear de massa da corda.

A solução desta equação diferencial é:

Y (x, t) = A sen (k x ± wt + φo) (4)

K – Módulo do vector de onda

A- Amplitude das oscilações do vibrador

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w- Frequência angular das oscilações do vibrador.

Na situação em que a corda esta fixa nas duas extremidades então a perturbação é
reflectida nas duas extremidades e num determinado ponto da corda, num
determinado instante de tempo, teremos que somar as duas perturbações que aí se
encontram vindas de sentidos opostos obtendo que:

Y (x, t) = 2 ym sen (K x) cos (w t) (6)

A equação (6) descreve a onda estacionária que resulta da superposição.

De qualquer forma que oscilem os diferentes pontos da corda, os extremos terão que
manter-se sempre com elongação nula:

y (0, t) = 0 y (L, t) = 0

Além do extremo fixo, existem outros pontos da corda, que sempre estão em repouso:

sen (K x) = 0 Kx =nΠ (7)

Para que se satisfaça a segunda condição é preciso que:

Sen (K L) = 0

Então K L = n Π

Tendo presente a equação (5) temos que:

Como a solução depende de k e este pode tomar diferentes valores, segundo (7), então
podem existir diferentes elongações iniciais na corda, para as quais se satisfaça o
problema:

Tendo presente que:

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É fácil obter que:

A cada modo de vibração (n) corresponde uma frequência de oscilação (f n):

Na figura 3, mostra-se o modo fundamental (n=1) e os restantes modos (harmónicos)


até o quarto. Aos modos normais com n igual a 2, 3, 4, etc. Clama-se primeiro
harmónico, segundo harmónico, terceiro harmónico, etc.

Observe que a frequência é a mais baixa para uma tensão Te e uma densidade
linear de massa dadas.

Substituindo (2) e (11) em (10), elevando a quadrado ambos términos e utilizando a


condição (8) a seguinte relação pode ser obtida:
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Esta será a expressão de trabalho. Permite calcular a frequência f determinando a
tensão (Te) necessária para provocar uma onda estacionária de comprimento de onda
λn. Os valores de λn podem ser medidos directamente, tendo presente a ordem do
harmónico presente.

Quando a frequência da força oscilante (vibrador) coincide com a frequência de algum


dos modos de vibração da corda, a amplitude de tal vibração se incrementa
notavelmente, estamos então em uma situação de ressonância.

A figura 4 mostra uma foto dos dispositivos que utilizaremos nosso laboratório de
Óptica e Ondas:

O vibrador (1) alimenta-se da rede eléctrica (2) com tensão ≤ 6 volts. A extremidade (3)
do vibrador vai unida a uma corda. Com o dinamómetro (4) pode-se medir a força de
tensão da corda. A roldana (5) fixa a outra extremidade da corda.

A extremidade fixa (extremo da roldana) é sempre um nodo. O extremo perturbador


não pode ser nodo, mais podem ocorrer um ou mais nodos em outros pontos da corda,
se a frequência perturbadora é a suficientemente elevada. Fazendo variar a tensão Te
da corda, afastando ou aproximando ou suporte (6), os nodos se deslocam ao longo da
corda. Quando a frequência perturbadora f vem próximo a esse dos modos normais de
oscilação, a corda ressona e a amplitude torna-se relativamente grande. Assim, nestas
condições existe um nó perto, mais não coincide no extremo fixo do vibrador.

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Material Necessário
Fonte de alimentação, vibrador electromagnético, corda, dinamómetro, suporte e
régua.

Ordem de execução
1. Anotar o valor da massa e comprimento da corda.
2. Ligue o vibrador a rede eléctrica e verificar se a corda oscila.
3. Comentar com seu professor ou técnico do laboratório as medições que você fará
para determinar graficamente e analiticamente a frequência de oscilação da
extremidade do vibrador. Tenha presente utilizar a maior quantidade de harmónicos
possíveis.
4. Organize suas medições numa tabela. Determine um valor preliminar de frequência
e comente-o com seu professor. Tenha presente o Sistema Internacional de Unidades.

Orientações para o Relatório

1. Para cada harmónico determine o valor da frequência e depois o valor promédio


desta.
2. Mediante um gráfico apropriado pode ajustar a recta utilizando o método dos
mínimos quadrados e de sua inclinação determinar a frequência da corda.
3. Elabore um relatório do trabalho realizado, utilizando para o efeito o Modelo de
Relatório e a teoria de erros.

Referencias bibliográficas

 Alonso, M. e Finn, E. (1999). “Física”, Addison-Wesley, Espanha


 D. Halliday e R. Resnick (2005) “Fundamentos de Física”, Volume 2, Livros
Técnicos e Científicos. RJ , Brasil.
 Alejandro, C. e Miguel, N. (2007). Guia de Trabalhos Laboratoriais de Mecânica do
Departamento de Física U.EM.

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Trabalho laboratorial 2: Índice de refracção. Refractómetro de Abbe

Objectivo
Determinar o índice de refracção de vários líquidos utilizando o refractómetro de
Abbe.

Resumo teórico
A luz se propaga com diferentes velocidades nos meios distintos e esta propriedade é
quantificada através do índice de refracção do meio, o qual se determina pela equação:

Onde c é a velocidade da luz no vácuo e v é a velocidade da luz no meio.


Evidentemente que o índice de refracção é sempre maior que 1, exceptuando ao vácuo.

O índice de refracção depende da temperatura, da pressão, da natureza da substância e


do comprimento de onda da luz.

Quando um feixe de luz representado pelo raio incidente (figura 1), incide na
superfície de separação de dois meios, parte da energia luminosa retorna ao primeiro
meio em forma de raio reflectido, a outra parte da energia luminosa passa ao segundo
meio em forma de raio refractado.

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Leis da reflexão da luz
1a lei: O raio incidente, o reflectido e a normal à superfície de separação dos meios,
estão em um mesmo plano (plano de incidência).

2a lei: O ângulo de incidência (ângulo formado pelo raio incidente e a normal à


superfície que separa os meios) é igual a ângulo reflectido (ângulo formado pelo raio
reflectido e a normal).

Leis da refracção da luz


1ra lei: O raio incidente, o raio refractado e a normal à superfície de separação dos
meios, estão em um mesmo plano (plano de incidência).

2da lei ou lei do Snell: Os senos dos ângulos de incidência e de refracção são
directamente proporcionais as velocidades das ondas nos meios onde elas estão.

Então, quando a luz propagando-se num meio menos denso (n1 < n2), a maior
velocidade, incide na interface com outro meio, o raio refractado aproximasse da
normal (θ2 < θ1). Se acontece o contrario, afastasse da normal (θ2 > θ1). Quando o ângulo
de refracção seja 90o

O comprimento de onda (λ) define-se como a distância percorrida pela onda num
tempo igual ao período de oscilação (T).

Considerando um sistema estático (fonte, receptor e meio parados) a frequência da


onda é constante ou seja não muda durante a refracção ou reflexão. Isto implica que
um material determinado apresenta diferentes índices de refracção segundo o
comprimento de onda da radiação utilizada. Para evitar ambiguidades, o índice de
refracção das substâncias refere-se para luz da chamada linha D de emissão das
lâmpadas de sódio (λ ≈ 589 nm). Neste caso o índice de refracção identifica-se com nD.

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A medida do índice de refracção é feita em refractómetros. O Refractómetro é um
instrumento óptico inventado por William Hyde Wollaston, em 1802, teve em Ernst
Abbe seu desenvolvedor para um modelo prático. Na figura 2 mostrasse alguns
modelos do refractómetro de Abbe.

As duas partes principais de dito aparelho são o prisma de iluminação e o prisma de


refracção (figura 3).

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Para medir o índice de refracção dum líquido se põem umas gotas dele sobre a cara
horizontal do prisma de refracção. Depois este prisma se cobre com o de iluminação
conseguindo-se uma finíssima película da amostra que fica entre ambos, como pode
apreciar-se na figura 3. Sobre dita película incidem raios de todas as direcções
possíveis. Na figura 4 representam-se dois de ditos raios. O raio AB experimenta a
maior refracção possível pois os demais entram no prisma de refracção com um ângulo
de incidência mais pequeno que θi. Então, na direita do ponto C (onde chega o raio BC)
haverá escuridão e na esquerda haverá luz.

Na prática utiliza-se luz branca e


apenas algumas gotas do líquido
em estudo. A luz branca
atravessa, com ângulo crítico de
incidência (90o), no meio cujo
índice de refracção se deseja
determinar e logo num prisma
de vidro de índice de refracção
elevado e conhecido. A luz
emergente passa por um
conjunto de prismas especiais
(prismas de Amici, figura 5), que
separam da luz branca, a
necessária linha D do sódio.

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Essa luz, assim seleccionada, e dirigida através de uma
luneta até uma ocular onde existe um retículo. A incidência
de 90o e obtida quando o campo do ocular se apresenta
dividido em duas partes (clara e escura), cuja separação
coincide exactamente com a intersecção das linhas do
reticulo. Atingida essa condição, o índice de refracção, entre
1,300 e 1,700 é lido na escala do aparelho. Na figura 6
apresenta uma foto do refractómetro de Abbe que
encontrará no seu posto de trabalho.

Material Necessário
Refratómetro de Abbe, Glicerina, Etanol, Água destilada e Mebrofonotalmina.

Ordem de execução
1. Escolha um dos líquidos que encontram-se no seu posto de trabalho.

2. Comente com seu professor o que pretende fazer para determinar o índice de
refracção de dito líquido.

Tenha presente que:

. O índice de refracção depende da temperatura.

. Ao observar pelo ocular do refractómetro as divisões e os números da escala fiquem


nítidos; ajustando a distância focal com a ocular do instrumento.

. Se a fronteira claro - escuro estiver colorida, acromatize-a girando o dispositivo que


compensa a dispersão da luz no líquido. Este ajuste deve tornar a fronteira em uma
linha de contornos bem definidos.

3. Determine o índice de refracção de cada um dos líquidos e compare com os valores


reportados em tabelas

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Orientações para o Relatório

Apresente uma tabela com os valores do índice de refracção medido e os respectivos


valores apanhados em tabelas.

Referências bibliográficas
 D. Halliday e R. Resnick. (2004). Física, Volume 4, 5ta Edição. LTC Editora.

 Landsberg G. S. (1984). Óptica, volume 1. Mir, Moscovo.

 Zemansky, S. e Freedman, Y. (2008). Física Universitaria, Volume II, Parte II. Novena
Edición, 1165 - 1188. La Habana. Félix Varela.

 Guia de Trabalhos Laboratoriais de Óptica e Ondas do Departamento de Física da U.EM


(versão antiga).

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Trabalho laboratorial 3: Lentes Convergentes e Divergentes.

Objectivo
Determinar a distância focal das lentes convergentes e divergentes.

Resumo Teórico
Para a obtenção de imagens nos aparelhos ópticos utilizam-se frequentemente as
lentes. Uma lente é um meio transparente limitado por duas superfícies refringentes.
As formas mais comuns de lentes são aquelas de faces esféricas, ou uma face plana e
outra esférica. Para efeito de classificação pode-se dividir as lentes em dois grupos: as
lentes convergentes e as lentes divergentes (figura 1). As lentes convergentes a) são
mais espessas na parte central [1, 2 e 3], ao passo que as divergentes b) [4, 5 e 6], o são
nas bordas

Quanto à forma, as principais lentes esféricas são: 1. biconvexa, 2. Plano-convexa, 3.


côncavo-convexa, 4. bicôncava, 5. plano-côncava e 6. convexo-concava, como ilustrado
na figura 1.

Uma importante simplificação no tratamento matemático das lentes é abstrair sua


espessura. Com este propósito cria-se a figura da lente delgada (a espessura da lente é
pequena em relação as distâncias envolvidas), isto é, uma lente cuja espessura pode ser
desprezada para todas as finalidades de formacao de imagem.

Na figura 2 mostran-se os elementos principais de toda lente delgada, seja ela


convergente ou divergente: um ponto situado no centro da lente (centro óptico) [O],
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um ponto onde a luz é focalizada (foco principal) [F], um centro de curvatura (C) e
uma recta que passa pelo centro de curvatura, o foco e o centro óptico (eixo principal).

Uma das características mais importantes das lentes é sua distância focal (f): Distância
entre a lente e o ponto focal. Na figura 3 um feixe de raios paralelos ao eixo principal,
incidindo numa lente convergente, refracta-se, convergindo para o foco F. Se o feixe
incidir numa lente divergente o feixe se refracta, divergindo de um ponto localizado no
mesmo lado do feixe incidente, formando o foco virtual

Para a determinação da distância focal de lentes simples usa-se a expressão (1),


denominada equação de Gauss.

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Onde:

. d0 chama-se distância objecto. Distância do objecto Y até centro óptico.

. di chama-se distância imagem. Distância da imagem até ao centro óptico.

. f é a distância focal da lente.

Uma maneira mais simples de utilizar a equação de Gauus mostrasse a continuação:

Conhecendo-se o tamanho do
objecto (O), sua distância até a
lente (do), e a direcção de
incidencia de dois dos três raios
principais, pode-se determinar
graficamente o tamanho da
imagem (I) e a distância em que
esta é formada em relação a lente
(di). Seguindo os principios da
óptica geométrica, na figura 4
mostra-se os três raios principais na formaçâo de uma imagem.

No caso de uma lente convergente os três raios principais são:

1. Um raio paralelo ao eixo principal refracta-se na lente passando pelo foco.

2. Um raio que passe pelo centro geométrico não sofre desvio (porque a lente é
delgada e o centro geométrico coincide com o centro óptico).

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3. Um raio que passe pelo foco refracta-se na lente e sai paralelo ao eixo principal.

Por convenção de sinal,


considerasse positiva as distâncias
obtidas medindo de esquerda
para a direita.
Para a determinação experimental
da distância focal de lentes utiliza-
se um banco óptico linear com
escala milimétrica, onde colocam-
se a fonte luminosa, objecto, a lente convergente e o anteparo (figura 5).

A equação 2 e as figuras 4 e 5 devem lhe permitir propor ao docente as medições que


você pretende fazer para determinar a distância focal da lente convergente.

A fim de obter a distância focal


de uma lente divergente é
preciso um objecto virtual. Para
se obter este objecto virtual
deve-se proceder da maneira
indicada na figura 6, onde para
simplificar a explicação não
representa-se a fonte luminosa e
o objecto substituísse por uma
vela.

Aproveite a montagem experimental anterior (figura 5) na qual permite determinar a


distância focal da lente convergente. Para uma dada posição do objecto (A), localize e
anote a posição B da imagem no anteparo e a distância imagem real da lente
convergente (diconv). Interponha, a seguir, como mostra a figura 6, uma lente
divergente entre a lente convergente e o anteparo. A posição da imagem real dada pela
lente convergente (posição B) será a posição do objecto virtual para a lente divergente.
Localize a imagem da lente divergente mudando a posição do anteparo (e da lente

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divergente se for necessário) para um ponto diferente (chamado B' na figura), e
determine a distancia imagem da lente divergente, didiv, que estando a direita da lente
é positiva. Nestas condições meça ℓ, a distância entre as lentes, obtendo a distância
objecto virtual da lente divergente, que é:

Voce pode experimental na formaçâo de imagens atraves da pratica virtual Refrexao


da luz disponivel no SIDEOO.
Material Necessário
Lente convergente, lente divergente, fonte luminosa, anteparo, banco óptico com escala
milimetrica e objecto.
Ordem de Execução
Primeiro partilhe com seu professor o procedimento e as medições que pretende fazer
para, auxiliando-se do banco óptico, determinar experimentalmente a distância focal
de uma lente convergente. Se for autorizado passe a implementá-lo. Uma vez
concluída a tarefa anterior explique o procedimento a seguir para determinar a
distância focal da lente divergente e posteriormente implemente-lo.

Orientações para o Relatório


Mostre em tabelas os resultados das medições realizadas e os valores encontrados pela
distancia focal das lentes (convergente e divergente).
Referências Bibliográficas
 Guião de laboratório de Óptica e Ondas do departamento de Física da UEM,
(versão antiga).

 Jearl, W. Resnik, R. & Halliday, D. (2007). Fundamentos de Física. Óptica e Física


Moderna. Vol. 4, 8va edição, Brasil.

 Zemansky, S. e Freedman, Y. (2008). “ Física Universitaria”, Volume II, Parte II. Novena
Edición, 1165 - 1188. La Habana. Félix Varela.

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Trabalho laboratorial 4: Polarização da luz. Lei de Malus.

Objectivo
Comprovar experimentalmente a Lei de Malus.

Resumo teórico
A polarização é uma característica de todas as ondas transversais.

Muitos fenómenos donde intervém a luz podem ser explicados satisfatoriamente pela
teoria electromagnética de Maxwell; segundo esta teoria, a luz é uma onda
electromagnética transversal caracterizada pelos vectores E (intensidade do campo
eléctrico) e B (indução magnética), que vibram em planos perpendicularmente entre si
e na direcção de propagação da energia luminosa (figura 1).

Em óptica nos
ocuparemos
fundamentalmente
do vector E, e o qual
chamaremos vector
óptico.
Denomina-se luz
natural (produzida
por lâmpadas
comuns e pelo sol)
aquela em que seu
vector óptico vibra com a mesma probabilidade em todas as direcções,
perpendiculares a direcção de propagação. Isso ocorre porque à medida que a luz
″caminha″ o plano de oscilação do vector óptico gira em torno de seu próprio eixo de
propagação.
Na luz linearmente polarizada existe uma direcção preferencial para a vibração do
vector óptico.

Existem dispositivos que permitem obter luz linearmente polarizada a partir da luz
natural. Estes dispositivos se denominam polarizadores e tem a característica de
permitir unicamente o passo daqueles componentes da onda cujos vectores eléctricos

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vibram paralelamente a seu eixo de transmissão; por tanto, a luz que atravessa um
destes dispositivos está linearmente polarizada ou plano polarizada.

Na figura 2, a luz não polarizada se


polariza linearmente e reduz sua
intensidade a metade depois de passar
através de uma lâmina polarizadora. As
linhas paralelas, que não são realmente
visíveis na lâmina, indicam sua direcção
de polarização.

É lógico que um feixe de luz


natural não pode atravessar
dois polaroides dispostos
cruzadamente (figura 3), isto é
quando suas direcções de
polarização formam um
ângulo de 90o nenhum feixe
será refractado e não haverá
formação de imagem. Logo, o
observador não verá nada.

A intensidade da luz
emergente do sistema
mostrado na figura 3 pode
ser medida indirectamente
mediante uma fotocélula,
como mostra-se na figura 4.

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Comprova-se que na medida em que se gira o eixo de transmissão do analisador a
intensidade da luz transmitida varia directamente proporcional ao coseno quadrado
do ângulo formado entre o plano de oscilação do vector óptico e o eixo de
transmissão do analisador. Matematicamente indica-se que:

No laboratório utilizaremos como fonte um laser de Hélio-Neônio (1) o qual emite luz
linealmente polarizada, um analisador (2) cujo eixo de transmisao é possivel girar de
0 á 900 ou de 0 á -900, uma fotocelula (3) que transforma em corrente electrica a luz
incidente sobre ela, e um multímetro (4) onde mede-se a intensidade da corrente
(figura 5).

Note que:

 Se a sala não está suficientemente escura, as radiações atingiram a fotocelula e o


multímetro registará corrente. Dita intensidade de corrente (i0) você deverá ter em
conta antes de ligar o laser.
 Não se conhece o ângulo que forma o plano de oscilação do vector óptico emitido
pelo laser. Então, é preciso encontrá-lo a partir do valor de máxima intensidade de
corrente registada (im)

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Material Necessário
Fonte laser, analisador, fotocélula, multímetro.

Ordem de Execução
1. Depois de ligar, a fonte laser e o multímetro, faça as medições possíveis para
comprovar a dependência entre a intensidade de corrente emitida pela fotocélula e o
ângulo do eixo de transmissão do analisador.

2. Organize os resultados das medições em forma de tabela e mostre ao seu professor


para confirmação (assinatura).

Orientações para o Relatório

1. Constrói o gráfico da intensidade de corrente (i – io) em função do ângulo Φ.

2. Constrói outro gráfico de intensidade de corrente normalizada em função


do cos2Φ. Onde im representa o valor máximo da intensidade de corrente.

3. Verificar o comprimento da Lei da Malus.

Referências bibliográficas

 D. Halliday e R. Resnick. (2004). Física, Volume 4, 5ta Edição. ( 224 – 239). LTC
Editora.

 Landsberg G. S. (1984). Óptica, volume 1. Mir, Moscovo.

 Alejandro, C. e Miguel, N. (2007). Guia de Trabalhos Laboratoriais de Óptica e


Ondas do Departamento de Física da U.EM.

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Trabalho laboratorial no 5: Interferência da luz. Interferômetro de
Michelson.

Objectivo
Caracterizar os padrões de interferência da luz emitida por um laser de He-Ne,
utilizando o interferômetro de Michelson.

Resumo teórico
Denomina-se interferência da luz ao feito de que ao sobrepor-se duas ou mais ondas
luminosas em um ponto, em certas condições, a iluminação nesse ponto não é igual à
soma das iluminações que teria se cada uma delas chegasse em ausência da outra ou as
restantes.

Quando se produz a interferência, nessa região a iluminação não é uniforme, aparece


uma sucessão de zonas claras e escuras chamadas patrão de interferência ou quadro
interferêncial.

Demonstra-se que:

As ondas luminosas, suas oscilações, as fontes ou suas oscilações, os feixes de luz em


geral são chamados coerentes. Portanto a interferência consiste na superposição de
ondas coerentes ou, pelo contrário, as ondas coerentes são as que dão lugar à
interferência.

A diferença de fase entre as ondas coerentes que interferem determina-se por:

Onde a diferença entre os caminhos ópticos das ondas (Δl) é a grandeza física a
procurar em cada caso. Por exemplo no dispositivo de Young da fenda dupla
demonstrasse que:

Δl = n d senθ (3).

Em lâminas delgadas:

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Interferómetros são configurações
que usam o fenómeno de
interferência para determinação de
algumas grandezas físicas. Existem
dois tipos de interferómetros:
interferómetros de divisão de frente
de onda (quando o feixe é dividido
ao passar por diferentes aberturas
colocadas lado a lado) e
interferómetros de divisão de
amplitude (quando o feixe é
dividido em superfícies
parcialmente reflectoras).

O interferómetro de Michelson é um caso de interferómetro de divisão de amplitude e


está esquematizado na figura 1.

Uma análise mais detalhada do percurso dos feixes que interferem no interferómetro
de Michelson aparece na figura 2.

Luz proveniente da fonte S chega a um


divisor de feixe D onde é dividida em
dois feixes, um dos feixes propaga-se até
ao espelho móvel M1, e o outro propaga-
se até ao espelho fixo M2. Ambos os feixes
retornam ao divisor de feixe e porções
destes dois feixes recombinam
propagando-se até ao ponto de
observação P. Quando utiliza-se uma
fonte quase monocromática não é preciso
a inclusão da lâmina compensadora C e a
lente convergente coloca-se entre a fonte
e o divisor de feixe.

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Para compreender melhor a interferência no interferómetro de Michelson suponha que
M2' é a imagem do espelho M2 dada pelo divisor de feixe. Sendo assim, o padrão de
interferência é semelhante as franjas de igual espessura, se M1 é M2' estiverem
exactamente paralelos (franjas circulares); ou semelhante ao padrão produzido por um
filme fino, se M1 é M2' não estiverem exactamente paralelos (franjas paralelas).
Na figura 3 representa-se um esquema do explicado anteriormente.

No laboratório de Óptica e Ondas será utilizado o aparelho mostrado na figura 4.

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Material Necessário
Interferómetro de Michelson, laser de He – Ne, lente convergente, banco óptico.

Ordem de execução
No laboratório você apanhará dois aparelhos similares ao mostrado na figura 4. O
técnico ligara o laser de um deles e se visualizará num anteparo distante, um dos
padrões de interferência descritos no resumo teórico desta prática. Depois de observar
cuidadosamente o interferómetro, explique a seu professor o mecanismo que propicia
dita imagem.
Posteriormente se efectuará o mesmo procedimento com o segundo interferómetro.
Novamente você deve explicar detalhadamente o que acontece.

Referências bibliográficas

 Jenkins, A. F. & White,H.E. (1972). Fundamentals of Optics. McGraw-Hill.

 McKelvey J. & Grotch, H. (2003). Física 4. Harbra-Harper.São Paulo.

 Facão, M. (1999). Interferómetro de Michelson. Princípios e aplicações.


Universidade de Aveiro. Departamento de Física.

 Guia de Trabalhos Laboratoriais de Óptica e Ondas do Departamento de Física da


U.EM (versão antiga).

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Trabalho laboratorial real n 6: Difracção da luz. Redes de Difracção.

Objectivos

1. Caracterizar a difracção da luz policromática com ajuda de uma rede de difracção


transparente.
2. Determinar os parâmetros da rede utilizando as características do espectro de emissão.

Resumo teórico
A difracção é o desvio para uma nova direcção das ondas que encontram um objecto
(uma barreira ou uma abertura) em seu caminho. É um fenómeno que ocorre para
todos os tipos de ondas. Por exemplo, as ondas de som são difractadas por objectos
ordinários, e como resultado podemos escutar sons uniformes quando não estamos em
linha recta a sua fonte. Para que seja presente a difracção, o tamanho do objecto deve
ser do mesmo ordem de grandeza que o comprimento de onda das ondas incidentes;
quando o comprimento de onda é muito menor que o tamanho do objecto, em geral, a
difracção não se observa e o objecto forma uma sombra definida. Os padrões de
difracção constam de bandas claras e escuras semelhantes aos padrões de interferência.

Uma rede de difracção é um dispositivo muito valioso no estudo de espectros, sobre tudo pelo
seu poder de resolução (poder separador). As redes se usam frequentemente para medir os
comprimentos de onda e para estudar a estrutura e intensidade das linhas do espectro.

Uma rede está constituída em princípio por um grande número de fendas ou aberturas (N)
distribuídas em um espaço muito pequeno.

A figura 1 mostra um esquema de uma rede de


difracção idealizada. Cada fenda possui uma
largura (b), e entre os centros de duas fendas
consecutivas qualquer existe uma distância (d)
chamada constante ou período da rede.

Podemos ter redes com 200 fendas/mm; 300


fendas/mm; 400 fendas/mm; etc.

Então, para determinar a constante da rede


pode-se dividir o comprimento pelo número de
fendas contidas em dito comprimento, por

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exemplo:

Fica claro que um aumento no número de fendas por mm, conduz a uma diminuição do período da rede.

Quando uma onda plana de comprimento de onda λ incide perpendicularmente sobre uma
rede, cada fenda age como uma fonte pontual. Numa tela disposta opôs a rede, as ondas
difractadas interferem, dando lugar ao padrão ou espectro. Cada máximo principal que obtém-
se pode identificar-se mediante a expressão:

O número inteiro m se chama ordem do espectro. Quando m = 0, os máximos de intensidade,


para todos os comprimentos de onda da luz incidente estão no ângulo θ = 0 e, por isso, somam-
se.

Para estudar um espectro se deve conhecer outros parâmetros espectrais das redes de difracção,
como sua dispersão angular e seu poder de resolução .

A dispersão angular de uma rede é uma medida da separação angular produzida entre duas
raias ou linhas (máximos) cujos comprimentos de onda diferem em um pequeno intervalo.

Utilizando a equação (1) teremos:

A dispersão angular de uma rede melhora com a diminuição de seu período.

Multiplicando (3) por podemos obter:

Também, como substituindo em (3) e utilizando (1) teremos:

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Para poder estabelecer uma diferença clara entre duas linhas cujos comprimentos de onda são
muito próximos, é preciso um poder de resolução (R) elevado, definido como a diferencia
mínima entre os comprimentos de onda de dos máximos muito próximos para que ainda
possam observar-se separados no espectro. É possível demonstrar que:

Onde:

O poder de resolução de uma rede pode determinar-se


mediante o critério de Rayleigh: Para que num determinado
ordem do espectro (m = 1, 2, 3, . . .), dois máximos principais
estejam no limite de ser separados, devem ter uma separação angular tal que o centro de um
coincida com o mínimo do outro (figura 2).

R=mN (8)

Então, para que uma rede consiga separa duas linhas de


comprimento de onda muito próximo, seu poder de resolução
tem que ser igual o maior que o mínimo necessário:

As redes de difracção formam parte dos espectrómetros (figura


3), que são aparelhos que dispersam a luz emitida por uma
fonte a fim de determinar seus comprimentos de onda λ.

A luz da fonte passa por um colimador do qual os raios


luminosos emergem paralelos através de uma fenda estreita.
Estes raios devem incidir normalmente sobre a rede onde são difractados, originando na região
adiante da rede uma figura de intensidade variável (padrão de interferência). Os máximos

Departamento de Física / laboratório de Óptica e Ondas / Março de 2022 29


principais são chamados de raias ou linhas espectrais porque quando a fonte de luz é uma
fenda estreita, eles se tornam linhas claras e estreitas num anteparo. O conjunto das diversas
linhas é conhecido como espectro da substância que emitiu a luz (figura 4).

A posição angular (θ) de cada linha


pode ser medido mediante a escala
circular graduada em graus
sexagesimais gravado no corpo do
goniómetro. Para a leitura precisa se
usa adicionalmente dois vernier e se
proceder similarmente como se mede
com o paquímetro. Na figura 5 se
mostra um exemplo de leitura. O
valor da leitura é 1910, 30' ou 191, 50.

Na figura 6 se mostra uma foto do equipamento que temos no laboratório. A fonte (1) é
alimentada pelo transformador (2). A luz que sai da fonte passa pelo colimador (3), e incide
perpendicularmente sobre a rede (4). O espectro completo pode observar-se girando em uma e
outra direcção o telescópio (5). A posição angular de cada linha mede-se na escala que contem
o disco em baixo da rede.

Departamento de Física / laboratório de Óptica e Ondas / Março de 2022 30


Material Necessário
Goniómetro, Ocular simples, Lâmpadas de: mercúrio e hélio. Transformador de
controlo, Redes de difracção de: 80 fendas/mm; 300 fendas/mm; 500 fendas/cm e de
600 fendas/mm.

Ordem de Execução
Exercício 1: Determinação do centro do padrão de difracção.

Observando as indicações do fabricante (quantidade de fendas por milímetro) determine o


valor teórico do período de cada uma das redes que tem no seu posto de trabalho.

Proponha ao docente com qual fonte de luz e com qual rede vai iniciar seu trabalho. Explique o
por quê de sua escolha. Solicite que sejam incorporadas ao espectrómetro e ligada a fonte.
Espere que a lâmpada tome a intensidade necessária. Mova o telescópio para um lado e para o
outro para comprovar que o espectro se observa adequadamente para a medição.

Explique ao docente as medições a realizar para determinar a posição do centro de padrão de


interferência.

Exercício 2: Determinação do comprimento de onda das linhas espectrais.

Explique ao docente as medições que deve fazer para calcular o comprimento de onda de cada
uma das linhas no espectro de primeira ordem (m =1) característico do material presente em
uma das lâmpadas disponíveis. Tenha presente a teoria de erros.

Exercício 3: Cálculo da dispersão angular e do poder separador.

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Considerando que o comprimento iluminado da rede é 3,3 cm, utilize o dublete amarelo; para
várias ordens e proponha as medições a realizar para achar a dispersão angular e o poder
separador da rede de difracção utilizada.

Troque a rede de difracção e coloque outra. Observe e compare as características do padrão de


interferência que se obtém em relação ao anterior.

Peça trocar a lâmpada e analise as modificações que observa.

Organize os resultados das medições em forma de tabela e mostre ao seu professor para
confirmação (assinatura).

Orientações para o Relatório

1. Determine o comprimento de onda de cada um dos máximos principais da primeira

ordem. Compare com os valores reportados na literatura.

2. Calcular a dispersão angular e o poder de resolução da primeira rede.

3. Elabore o relatório. Utilize a teoria de erros.

Referências bibliográficas
 Zemansky, S. e Freedman, Y. (2008). “ Física Universitaria”, Volume II, Parte II. Novena
Edición, 1165 - 1188. La Habana. Félix Varela.

 Landsberg G. S. (1983). “ Òptica ”, 1, 181 – 237. Moscú. Mir.

 Alejandro, C. e Miguel, N. (2007). Fecha de Trabalhos Laboratoriais de Óptica e Ondas.


Departamento de Física. UEM.

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Trabalho laboratorial 7: Radiação térmica. Leis de Lambert.

Objectivos
- Medir a intensidade de iluminação de uma lâmpada, em função da distancia.

- Determinar a intensidade luminosa de uma lâmpada.

Resumo Teórico
No estudo sobre a natureza da luz, certas ideias tomaram corpo e constituíram os
modelos explicativos dos fenómenos luminosos. Sendo a óptica parte da física que
trata dos fenómenos luminosos, o ramo que se dedica ao estudo das medições do fluxo,
das características das fontes luminosas e dos corpos iluminados tem o nome de
fotometria (do grego”Photos”=luz). Este ramo da óptica é caracterizado por grandezas
tais como: Fluxo luminoso, intensidade da radiação e intensidade luminosa.

Fluxo luminoso (Φ)

Para avaliação do efeito exercido pelas radiações luminosas no olho humano aproveita-
se a noção do fluxo luminoso:

. Radiação total emitida em todas as direcções por uma fonte luminosa, que pode
produzir estímulo visual. Trata-se da radiação total da fonte luminosa entre os limites
de comprimento de onda (380 e 780 nm)

. Energia emitida por uma fonte ou recebida por uma superfície, por unidade de
tempo, que pode produzir estímulo visual.

Identifica-se pela letra grega Φ (FI) e representa-se pela equação 1

Onde:

– Fluxo luminoso

- Energia

t – tempo

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A unidade do fluxo denomina-se lúmen. Símbolo lm.
Um lúmen é a unidade de potência correspondente a 1/680 Watt emitidos no intervalo
de comprimento de onda de 555 nm, no qual a sensibilidade do olho é máxima.

Intensidade de iluminação (E)

Por intensidade de iluminação entende-se a razão entre o fluxo luminoso de uma


fonte de luz que incide sobre uma superfície S, situada a uma certa distância, e o valor
dessa superfície.

Na prática, é a quantidade de luz dentro de um ambiente, e pode ser medida com


o auxílio de um luxímetro. Como o fluxo luminoso não é distribuído
uniformemente, a intensidade de iluminação não será a mesma em todos os
pontos da área em questão.

É representada pela equação:

Onde:

E- intensidade de iluminação

– Fluxo luminoso

S – superfície

A unidade da intensidade de iluminação denomina-se lux. Símbolo lx

Tendo em conta a equação 2 verifica-se que:

No caso de existir várias fontes incidindo num ponto, a intensidade de iluminação total
é dada pela soma algébrica de todas intensidades.

Intensidade luminosa (I)

Departamento de Física / laboratório de Óptica e Ondas / Março de 2022 34


Se a fonte luminosa irradiasse a luz uniformemente em todas as direções, o fluxo
luminoso se distribuiria na forma de uma esfera. Tal facto, porém, é quase
impossível de acontecer, razão pela qual é necessário medir o valor dos lúmens
emitidos em cada direção.

Por intensidade luminosa entende-se a energia irradiada por um corpo, numa dada
direccao específica, em cada segundo.

Caracteriza a variação do fluxo produzido por uma dada fonte luminosa em função do
sentido de propagação das radiações. Avalia-se pelo fluxo luminoso que uma dada
fonte de dimensões reduzidas emite para o interior do ângulo sólido Ω (ómega). A
intensidade luminosa é representada por:

A candela, cujo símbolo é cd, é a unidade do Sistema Internacional da intensidade


luminosa. Esta unidade pode ser definida como 1/60 da intensidade luminosa por cm 2
irradiada por um corpo negro à temperatura de fusão da platina e à pressão de 101325
Pa.

Uma fonte de luz de uma candela,


que irradie uniformemente em
todas as direcções, centrada numa
esfera de 1 metro de raio, ilumina
cada m2 da superfície esférica com
um fluxo luminoso de um lúmen, e
a intensidade de iluminação sobre
essa área é de um lux.

Na figura 1 mostra-se, de forma


esquemática, uma comparação
entre os conceitos luminotécnicos
descritos anteriormente.

Quando as dimensões de uma

Departamento de Física / laboratório de Óptica e Ondas / Março de 2022 35


fonte luminosa são pequenas quando comparadas a distância entre essa fonte e um
receptor dessa luz, pode-se considerar que a fonte luminosa em questão é pontual.

Uma maneira de testar os limites de validade dessa aproximação é medir a queda de


intensidade de iluminação que chega a um determinado ″ponto”, aumentando -se a
distância entre a fonte e o medidor, mantendo a intensidade luminosa da fonte fixa
(figura 2). Para a determinação da intensidade de iluminação foi criado o luxímetro
(aparelho capaz de medir a intensidade de iluminação através de um sensor.

Se a intensidade de iluminação diminuir com


o inverso do quadrado desta distância,
podemos considerar que a fonte é pontual.
Pode-se argumentar também que a densidade
de raios luminosos (quantidade de raios que
atravessam uma determinada área dividido
pelo valor desta área) que se propagam
dentro de um dado ângulo formado a partir
de fonte diminui a medida que nos afastamos
da fonte (figura 3). Repare que a densidade
superficial de raios luminosos diminui com a
distância ao quadrado. Como a área da esfera
aumenta com r2 (onde r é a distancia entre a
fonte e o medidor), a densidade de raios
luminosos, e também a intensidade de

Departamento de Física / laboratório de Óptica e Ondas / Março de 2022 36


iluminação, é proporcional a r-2.

Aqui temos um assunto de grande relevância na física, principalmente no


entendimento de alguns modelos, entre os quais a lei de gravitação universal de
Newton, a Lei de Coulomb da electrostática e as leis de Lambert.

1ª Lei da Lambert

A intensidade de iluminação produzida por uma fonte luminosa pontual que faz incidir os seus
raios perpendicularmente é directamente proporcional a intensidade luminosa da fonte e
inversamente proporcional ao quadrado da distância que a separa da superfície iluminada.

2ª Lei da Lambert

A intensidade de iluminação em uma dada superfície, produzida por um feixe de raios paralelos,
torna-se directamente proporcional ao cosseno do ângulo de incidência dos raios nesta
superfície.

Na figura 4 mostra-se uma foto do aparelho que encontrara em seu posto de trabalho.

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Material Necessário
Lâmpada de 6 v, fonte de tensão, luximetro, sensor (fotocélula) e banco óptico com
suportes deslizantes.

Ordem de Execução
1. As figuras 2 e 4 conjuntamente com a equação 5 devem-lhe permitir elaborar um
procedimento para demonstrar (gráficamente e analiticamente) que a fonte luminosa
disponível no seu posto de trabalho pode ser considerada pontual. Comente-o com seu
professor e posteriormente faça as medições pertinentes.

2. É possível também determinar (gráficamente e analiticamente) a intensidade


luminosa da fonte. Explique ao professor como procederá.

Referências bibliográficas
 Guia de Trabalhos Laboratoriais de Óptica e Ondas do Departamento de Física da
U.EM (versão antiga).

 Halliday, D e Resnick., R (2004). Física, Volume 4, 5ta Edição. LTC Editora. Phywe
Physics http://www.phywe-es.com/1004/apg/4/Física.htm

 Landsberg G. S. (1984). Óptica, volume 1. Mir, Moscovo.

 Zemansky, S. e Freedman, Y. (2008). Física Universitaria, Volume II, Parte II.


Novena Edición, 1165 - 1188. La Habana. Félix Varela.

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Trabalho laboratorial 8: Efeito fotoelétrico

Objectivo
Determinar a constante de Planck e a função trabalho característica da fotocélula.

Resumo teórico

Em 1887, quando fazia suas experiências com ondas electromagnéticas, Heinrich Hertz
verificou que uma centelha passava de uma esfera metálica para outra quando suas
superfícies carregadas eram iluminadas pela luz de outra centelha.

Quando a luz incide sobre uma superfície metálica, alguns electrões próximos à
superfície absorvem energia suficiente para superar a força que os mantém na
superfície, em virtude da atracão dos íons positivos do metal, e escapam para o espaço
das vizinhanças.

A quantidade mínima de energia necessária que um electrão precisa absorver para


escapar de uma dada superfície é chamada de função trabalho dessa superfície,
designada por Wo.

O efeito fotoelétrico foi investigado em detalhe pelos físicos alemães Wilhelm


Hallwachs e Philipp Lenard durante os anos 1886 – 1900; seus resultados foram
bastante inesperados. Descreveremos esse efeito com base em um dispositivo chamado
válvula fotoeléctrica (Figura 1).

Os eléctrodos condutores (o ânodo e o cátodo)


encontram-se no interior de um tubo de vidro no qual
existe o vácuo. A bateria (ε ) cria um campo eléctrico
orientado do ânodo para o cátodo. O feixe de luz
incidente sobre a superfície do cátodo arranca eletroes.
Por causa de suas cargas negativas são a seguir,
empurrados pelo campo eléctrico para o ânodo,
produzindo uma corrente no circuito externo; essa
corrente é medida pelo galvanómetro (G).

Hallwachs e Lenard verificaram que, se a frequência


da luz monocromática incidente sobre o cátodo, é
menor do que a chamada frequência de corte,
nenhum electrão é emitido.
Essa frequência mínima, abaixo da qual não ocorre
emissão de electrão, é uma característica do material
do cátodo.

Departamento de Física / laboratório de Óptica e Ondas / Março de 2022 39


Quando a frequência f e maior do que a frequência de
corte, alguns electrões são emitidos do cátodo com
velocidade inicial elevada. Isso pode ser mostrado
invertendo-se a polaridade da bateria (Figura 2) de
modo que a força eléctrica opõe-se ao movimento do
electrão. Quando o módulo do campo eléctrico não é
muito elevado, os electrões com velocidades mais altas
continuam a atingir o ânodo e ainda assim existe uma
corrente.
Pode-se ajustar o potencial, de modo que seu valor
negativo seja suficiente para fazer a corrente se anular.
Este valor é o chamado potencial de corte (Vc).
A energia cinética máxima dos eletroes coincide com a
energia potencial electrostática (equação 1).

Portanto, medindo o potencial de corte podemos determinar a energia cinética máxima


com a qual os electrões deixam o cátodo.

A figura 3 mostra um gráfico da diferença de


potencial entre ânodo e cátodo (VAC) para um
feixe de luz com frequência constante e duas
intensidades diferentes. Quando VAC é
suficientemente grande e positivo, as curvas
atingem um nível constante mostrando que
todos os electrões emitidos são colectados
pelo ânodo. A diferença de potencial Vc
invertida, necessária para reduzir a corrente a
zero, é indicada.

Se a intensidade da luz aumenta, mas a frequência permanece constante, as curvas


atingem um nível mais elevado proporcional à intensidade, mostrando que um
número maior de electrões é emitido por unidade de tempo. Contudo, verifica-se que o
potencial de corte permanece constante.

As experiências também mostram que os electrões são emitidos instantaneamente após


a incidência na superfície de qualquer luz com frequência superior na frequência de
corte.

Departamento de Física / laboratório de Óptica e Ondas / Março de 2022 40


Os resultados anteriores não podem ser explicados pela física clássica.

A análise correcta do efeito fotoelétrico foi feita por Albert Einstein em 1905.
Desenvolvendo uma hipótese apresentada cinco anos antes por Max Planck. Einstein
postulou que um feixe de luz era constituído por pequenos pacotes de energia,
chamados fotões. A energia de um fóton é igual a uma constante h vezes a frequência
da radiação (equação 2).

Em que h é uma constante universal chamada de constante de Planck.

Quando um fóton atinge uma superfície é absorvido por um electrão. Uma parte da
energia incidente e utilizada para sair do metal (Wo) e a outra fica como energia
cinética máxima (equação 3).

Também:

Variando a frequência f (ou o comprimento de onda λ) da radiação que ilumina a


superfície do cátodo pode-se obter um conjunto de valores do potencial de corte Vc.
Levados a um gráfico obterá uma serie de pontos (Vc vs 1/λ) que se aproximam a uma
linha recta. De ela pode-se encontrar o valor experimental da constante de Plack e
também a função trabalho do metal.

A função trabalho e as energias dos electrões


são geralmente expressas em electrõn-volt (eV).

A tabela 1 lista algumas funções trabalho de


elementos comuns. Esses valores são
aproximados porque os elementos são muito
sensíveis a impurezas existentes nas superfícies.
Quanto maior for a função trabalho, maior

Departamento de Física / laboratório de Óptica e Ondas / Março de 2022 41


deverá ser a frequência mínima necessária para a emissão de fotoelectrones.

Material Necessário

No laboratório de Óptica se dispõe de um dispositivo experimental específico do efeito


fotoelétrico, com cátodo semicondutor de sulfato de chumbo (figura 4). A diferença da
montagem tradicional, descrito anteriormente; a tensão de corte (Vc) não se mede em
função da intensidade da corrente eléctrica.

A montagem do experimento, mostrado na figura 4, esta conformada por:

1. Fotocélula com cátodo de sulfato de chumbo (PbS), montada em suporte com janela
de entrada contendo obturador.
2. Amplificador de alta impedância de entrada (>1013 Ω) e ganho variável (x 1 a x 10 5),
com controle de offset de entrada e constante de tempo.
3. Multímetro de alta precisão.
4. Fonte de emissão óptica com lâmpada espectral de baixo vapor de mercúrio.
5. Fonte de tensão de 220 V para alimentação da lâmpada espectral.
6. Filtros ópticos, na faixa de comprimento de onda de 300 a 800 nm.

Os electrões arrancados do cátodo alcançam o ânodo carregando-o negativamente. A


diferença de potencial entre ânodo e cátodo aumenta até que se estabeleça um valor
limite correspondente à condição de que a barreira de energia potencial a ser vencida
pelos electrões seja igual à máxima energia cinética com que os electrões s são
arrancados do cátodo.

Departamento de Física / laboratório de Óptica e Ondas / Março de 2022 42


O par cátodo – ânodo representa um capacitor cuja diferença de potencial corresponde
ao valor da tensão de corte desejada. Essa diferença de potencial é medida através de
um circuito amplificador com alta impedância de entrada.

O trabalho de extracção (Wo) depende muito do processo de obtenção do


semicondutor, não tendo o significado de um parâmetro físico característico do
material; como ocorre com os metais.

CUIDADOS QUE DEVEM SER TOMADOS EM LABORATÓRIO

1. Evite a incidência de luz excessiva sobre a fotocélula; quando não estiver em uso,
mantenha-a com a janela fechada.
2. Manipule com cuidado a fotocélula e os filtros ópticos, dada a sua fragilidade, e
jamais toque nas superfícies transparentes dos filtros.
3. Evite olhar directamente para a l6ampada espectral acesa, o que pode causar danos
permanentes ao sistema visual do observador devido à presença de radiação
ultravioleta no espectro da l6ampada de Hg.

Ordem de execução
5. Adapte um filtro à janela da fotocélula ou à saída da lâmpada. Anota as
especificações de cada filtro para determinação do comprimento de onda da radiação
monocromática que o atravessa.
6. As medidas de tensão de corte (VC) são efectuadas directamente no multímetro
conectado à saída do amplificador de medição, estando este conectado à fotocélula. O
amplificador deve ser ajustado com as seguintes configurações: (I) modo de operação
como electrômetro; (II) impedância de entrada > 1013 Ω; (III) amplificação = 10 0 e (IV)
constante de tempo = 0. O multímetro digital deve ser colocado na função de
voltímetro e inicialmente posicionado no fundo de escala de 2 V dc.
3. Antes de cada série de medidas, onde você percorrerá a sequência de filtros
disponível no laboratório, descarregue o capacitor conectando à entrada do
amplificador de medição pressionando o botão indicado com ”0” (botão branco, o
primeiro à esquerda no amplificador), tomando o cuidado de manter a janela de
abertura da fotocélula fechada. Mantendo esse botão pressionado, verifique o ajuste de
zero do amplificador observando a leitura do voltímetro e faça o ajuste adequando no
botão central para zerar a leitura do voltímetro.
4. Com o filtro apropriadamente posicionado, abra a janela da fotocélula, desconecte o
terminador de 50 Ω e aguarde a leitura do voltímetro atingir um valor estável (isso
requer de 1 a 1 ½ minuto). Registe essa leitura e feche a janela.
5. Antes de trocar o filtro, reconecte o resistor terminador, pois essa conexão
descarregará quase que instantaneamente a fotocélula, de modo a não prejudicar a

Departamento de Física / laboratório de Óptica e Ondas / Março de 2022 43


próxima leitura. Troque de filtro e repita os procedimentos acima para o conjunto de
filtros disponíveis. Mantenha o padrão de espera.
6. Repita a sequência de medidas acima no mínimo duas vezes, sendo o ideal se fazer
um total de cinco séries, reposicionando cada filtro e procurando não alterar a
dist6ancia entre a l6ampada e a fotocélula.

Orientações para o Relatório

1. Organize em tabelas os valores de Vc medidos para os diferentes comprimentos de


onda da lâmpada de Hg. Apresente todos os dados medidos em laboratório e os
médios calculados a partir dos três ou mais conjuntos de medidas efectuadas em cada
caso.
2. Determine, graficamente e analiticamente, o valor da constante de Planck e a função
trabalho.
3. Elabore um relatório do trabalho realizado, utilizando para o efeito o Modelo de
Relatório.

Referencias bibliográficas

 Young, H., e Freedman, R. (2009). Física IV. Ótica e Física Moderna. 12a Edição.

Pearson e Addison Wesley. São Paulo


 D. Halliday e R. Resnick (2005) “Fundamentos de Física”, Volume 2, Livros Técnicos

e Científicos. RJ , Brasil.
 Freitas, J. e Suave, R. Laboratório de Física Moderna. Experiências históricas sobre

quantização na Física. Efeito fotoelétrico. Disponível em:


https://fisica.ufes.br/sites/fisica.ufes.br/files/field/anexo/a3_-_efeito_fotoeletrico.pdf

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