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Evolução Estelar
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Propriedades Físicas das Estrelas

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Edson Pereira Gonzaga

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Propriedades Físicas das Estrelas

Fonte: Getty Images


Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução;
• O Que São Estrelas?
• A Luz e Sua Informação para o Estudo das Estrelas;
• Radiação, Magnitude e Linhas Espectrais;
• Diagrama Hertzsprung-Russell (HR).

Objetivos
• Entender a composição das estrelas;
• Estudar a magnitude, a radiação estelar e a influência da luz;
• Compreender o Diagrama Hertzsprung-Russell (HR).

Caro Aluno(a)!

Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Propriedades Físicas das Estrelas

Contextualização
Antigamente, era muito comum olhar para o céu e cultuar as estrelas, já na atualida-
de, devido à poluição luminosa das grandes cidades, dificilmente as pessoas observam
o céu e, mesmo quando o fazem, existem tantos pontos brilhantes que geram dúvidas
com relação ao que de fato está sendo observado. Esses pontos podem ser aviões em
trânsito, satélites em órbita, estrelas, planetas, asteroides ou até mesmo a International
Space Station (ISS). Enfim, são muitos os pontos brilhantes observados no céu.

Ao realizarmos observações do céu noturno, mesmo que não estejamos familiariza-


dos com as ciências exatas, podemos perceber uma estreita relação entre variações de
cores e os pontos brilhantes observados (ARANY-PRADO, 2017).

As cores observadas no céu podem fornecer informações contidas nas estrelas por
meio da luz, portanto, compreender a radiação, a magnitude, as linhas espectrais e o
diagrama Hertzsprung-Russell (HR) serão itens necessários para responder à pergunta:
o que são as estrelas?

Conforme consta em Brasil (2006), é importante propiciar aos estudantes de Ensino


Médio (EM) uma visão cosmológica das ciências para situar nossa existência na escala de
tempo do Universo, é importante apresentar os instrumentos usados para acompanhar
e admirar as conquistas espaciais, as notícias sobre novas descobertas com o uso do te-
lescópio espacial Hubble, por exemplo, indagar sobre a origem do Universo ou o mundo
fascinante das estrelas e compreender as condições para a existência da vida como a
entendemos no planeta Terra. Arany-Prado (2017) menciona que:
Após a compreensão de alguns processos que ocorrem nos átomos
e entre os núcleos atômicos, foi possível entender a principal fonte
de geração de energia que sustenta as estrelas. Ou seja, foi o enten-
dimento dos elementos químicos que nos levou à compreensão do
funcionamento das estrelas. (ARANY-PRADO, 2017, p. 12)

Portanto, a ideia é proporcionar uma discussão sobre o tema por meio da literatura
existente, e, para isso, separamos aqui quatro unidades para tratar da Estrutura e Evo-
lução Estelar, sendo elas:
• Propriedades Físicas das Estrelas.
• Condições Físicas no Interior Estelar.
• Transporte e Produção de Energia nas Estrelas.
• Formação e Evolução Estelar e Sequência Principal.

Assim, desejamos uma boa leitura e bons estudos!

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Introdução
É importante informar que num dado estudo, Lachel (2011) realizou um levantamen-
to sobre os conhecimentos prévios em pesquisas relacionadas às estrelas e as concep-
ções de estudantes do EM, o autor destaca algumas afirmações correntes nas pesquisas,
como: o Sol também é uma estrela, o Sol produz energia, o Sol é maior que as outras
estrelas, o Sol é feito de fogo ou lava, estrelas e planetas se diferenciam por causa de sua
composição e tamanho, estrelas são objetos celestes pequenos, se comparados a outros,
e o brilho aparente da estrela indica sua distância em relação à Terra.

Por perceber que as concepções existentes estão muito longe do que é uma estrela,
buscaremos responder aos seguintes questionamentos: O que é uma estrela? O que o
seu brilho representa? O que dizer sobre sua temperatura? Sua temperatura é diferente
para diferentes estrelas? Qual a composição de uma estrela? Qual a relação das estrelas
com o Sol?

Portanto, nesta unidade trataremos das Propriedades Físicas das Estrelas, e, para
isso, precisamos entender a composição das estrelas, estudar a magnitude, a radiação
estelar, a influência da luz e compreender o Diagrama Hertzsprung-Russell (H-R).

As partes mais internas das estrelas funcionam como poderosos reatores de fusão nucle-
ar. Esses processos fundem núcleos de elementos transformando-os em novos elementos.
Sendo assim, os átomos a partir dos quais somos formados foram criados em estrelas?

O Sol, nossa fonte de luz e de vida, é a estrela mais próxima de nós e a que melhor
conhecemos. O Sol é, basicamente, uma enorme esfera de gás incandescente, que gera
energia por meio de reações termonucleares, ou seja, fusão nuclear. A energia gerada
pelo Sol é transmitida na forma de luz, é essa energia que alimenta, por exemplo, as
plantas ao realizarem a fotossíntese.

Assista ao vídeo Rockstar a origem do metal. Disponível em: https://youtu.be/wIEhSIt1oEI

O Que São Estrelas?


Podemos dizer que estrelas são bolas de gás que emitem grande quantidade de ener-
gia. Contudo, Mourão (1995) descreve em sua enciclopédia que estrela é:
Objeto celeste em geral de forma esferoidal, no interior do qual rei-
nam temperaturas e pressões elevadas, particularmente nas regiões
vizinhas do centro, onde se verificam reações termonucleares que libe-
ram considerável energia; esta se propaga, do centro para a periferia,
através das diversas camadas que a constituem até atingir o espaço sob
a forma de radiações eletromagnéticas [...] (MOURÃO, 1995, p. 284)

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Propriedades Físicas das Estrelas

Embora Mourão (1995) descreva a definição completa para as estrelas e para outros corpos
celestes em seu dicionário intitulado “Dicionário enciclopédico de Astronomia e Astronáu-
tica”, podemos dizer de uma maneira mais direta, que estrela é uma nuvem de gás, feita
principalmente de hidrogênio e hélio, com o núcleo tão quente e denso que ocorre fusão
nuclear, convertendo elementos leves em elementos mais pesados.

A fusão nuclear no interior das estrelas e outros processos podem criar muitos ele-
mentos em várias etapas de tipos diferentes de estrelas. Isso depende principalmente
da quantidade de matéria, que varia de estrela para estrela. As estrelas de maior massa
podem terminar sua existência com uma explosão, que é chamada de supernova. Nessa
explosão, é criada a maioria dos elementos que formam todos os corpos encontrados no
universo (ARANY-PRADO, 2017).

Assista ao vídeo Rockstar e o mistério da água. Disponível em: https://youtu.be/f4WR73u0Dyc

Como não possuímos tecnologia para nos aproximarmos de uma estrela, para en-
tender as informações contidas nelas, precisamos estudar uma característica que é facil-
mente observada, a luz emitida por cada uma.

Fisicamente, luz é radiação eletromagnética, ou seja, ondas que são compostas de


um campo elétrico e um campo magnético viajando simultaneamente e transportando
energia. Na Figura 1 podemos observar uma escala de comprimentos de onda, cada
marca representa uma variação do comprimento de onda e em suas extremidades os
limites são indefinidos.

Figura 1 – Espectro Eletromagnético


Fonte: HALLIDAY, 2009

Algumas regiões do espectro eletromagnético são identificadas por nomes, como,


por exemplo, o espectro visível ou simplesmente luz visível.

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O Sol, como a maioria das estrelas, não emite radiação apenas na faixa da luz visível,
mas em outros comprimentos de onda. Porém, o olho humano é capaz de perceber a
luz emitida pelo Sol e demais estrelas no céu, com variações de cores.

Acredita-se que o fato de o olho humano ser sensível, justamente à luz emitida pelo Sol,
não seja uma simples coincidência, mas possivelmente um fato evolucionário. Será que o
olho humano se adaptou a “enxergar” nessa região do espectro?

Assista ao vídeo sobre o Eletromagnetismo – Espectro Eletromagnético.


Disponível em: https://youtu.be/-C2erXakQlQ

A Luz e Sua Informação


para o Estudo das Estrelas
Quando observamos as estrelas, mesmo que a olho nu, percebemos dois aspectos,
seu brilho e sua cor. Já os astrônomos observam vários outros aspectos, por trabalha-
rem com equipamentos sensíveis às ondas eletromagnéticas, assim, podemos apontar
três aspectos que os astrônomos, por meio da espectrometria, observam na região
espectral da luz visível: a luminosidade, as linhas espectrais e a distribuição da radiação.

É notório que quando olhamos para o céu, em uma noite com pouca interferência
de luz e sem nuvens, preferencialmente em noites com o clima mais seco e em regi-
ões mais altas, vemos muito mais estrelas e uma grande variação de cores, ainda que,
obviamente, essa variação seja sutil. Ao observarmos, por exemplo, a constelação de
Órion (Figura 2), podemos perceber duas estrelas muito brilhantes e com diferença de
cores, são elas: Betelgeuse, com cor “avermelhada” e Rigel, com cor “azulada”, ambas
indicadas na Figura 2.

Figura 2 – Constelação de Órion


Fonte: Adaptado de Getty Images

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Propriedades Físicas das Estrelas

Para ter ideia das informações que podemos obter ao analisarmos a luz emitida por
uma estrela, leia o que Mourão (1995) menciona sobre Betelgeuse e Rigel:
Betelgeuse. Estrela variável supergigante vermelha de diâmetro 300 a
400 vezes maior que o do Sol, e temperatura superficial de 3.000 °K.
Sua magnitude é zero e o tipo espectral M2; está situada a 270 anos-luz.
Suas flutuações luminosas, bastante fracas, só podem ser registradas com
auxílio de instrumentos ópticos especiais. Seu nome, de origem árabe,
iad-al- Gaouza, significa “a Mão dos Gêmeos”, alusão à constelação dos
Gêmeos, e, por uma leitura incorreta (confusão com o ár. beit-el-Gaouza,
“casa dos Gêmeos”), foi transcrita no Ocidente como Betelgeuse; Alpha
Orionis, Alpha de Órion (MOURÃO, 1995, p. 99).

Rigel. Estrela supergigante de tipo espectral B8 que se encontra si-


tuada à distância de 700 anos-luz. Esta estrela constitui, na realida-
de, um sistema de duas estrelas. A sua componente principal tem a
magnitude 0,34. O seu nome árabe designa a estrela que forma o pé
do gigante Hércules; Beta Orionis, Beta de Orion, Algebar, Elgebar,
Rijei, Rasaljeuse. (MOURÃO, 1995, p. 687)

Ano-Luz: é uma unidade de distância, portanto, precisamos ter cuidado para não confundir
com unidade de tempo. O Ano-Luz equivale à distância percorrida pela luz, no vácuo, em
um ano, correspondendo a cerca de 9 trilhões e 500 bilhões de quilômetros de distância.

Para medir o brilho de uma estrela em uma escala, os astrônomos definiram outra
grandeza: a Luminosidade.

De acordo com Arany-Prado (2017), toda radiação eletromagnética carrega energia.


Por exemplo, usamos um sistema fotoelétrico para captar energia solar por meio da
radiação de luz emitida pelo Sol, e o sistema transforma a luz em eletricidade.

A luminosidade depende fortemente da temperatura, além de depender do tamanho


de uma estrela, ou seja, a luminosidade é proporcional à quarta potência de temperatura
superficial e à segunda potência do raio da estrela (ARANY-PRADO, 2017).

A luminosidade de uma estrela é a quantidade de energia que ela emite, por unidade de
tempo. A relação entre a luminosidade aparente (le) de uma estrela (ou seja, a energia
medida aqui na Terra, por unidade de tempo) e sua magnitude aparente (m) é dada pela
equação: m = constante – 2,5 log le.

Ao observamos o espectro visível na Figura 1, notamos que o comprimento de onda


é maior na cor vermelha e menor na cor violeta, consequentemente, temos a cor indi-
cando a temperatura de uma estrela, como é o caso das estrelas vermelhas, que pos-
suem temperaturas menores que as estrelas azuis. O Sol é amarelo, com temperatura
aproximada de T = 5800 K, Betelgeuse é uma supergigante vermelha, com T = 3000 K
e Rigel é uma supergigante azul, com T = 12000 K.

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Então, duas estrelas com mesma temperatura superficial podem ter luminosidades di-
ferentes e duas estrelas com mesma luminosidade podem ter temperaturas superficiais
diferentes. A questão é que na primeira situação a maior emite mais luminosidade que a
menor, e na segunda situação a maior tem temperatura menor.

Leia textos atualizados no Grupo de Reelaboração do Ensino de Física.


Disponível em: http://bit.ly/2Juy2tK

Radiação, Magnitude e Linhas Espectrais


Sabendo que a temperatura das estrelas é definida pela radiação de cores na luz visí-
vel, vale a pena se aprofundar na pesquisa de Silva (2005), em que menciona de maneira
muito didática que estrelas mais vermelhas possuem menor temperatura, e estrelas mais
azuis possuem temperaturas mais altas. Observando a absorção das linhas espectrais e
suas variações de cores, o autor descreve as estrelas da seguinte maneira: as vermelhas,
na variação de temperatura próxima a 3600 K; na cor laranja, com temperatura aproxi-
mada de 5100 K; as amarelas, com cerca de 6000 K; as chamadas branco-amareladas,
na faixa de 7600 K; as estrelas brancas, com cerca de 11000 K; as azuis, com cerca de
25000 K e as violetas, com valores superiores a 25000 K.

Quando olhamos para as estrelas somos capazes de identificar estrelas mais brilhantes e
menos brilhantes. Isso significa que estrelas mais brilhantes são maiores e que estrelas
menos brilhantes são menores?

De acordo com Arany-Prado (2017), no ano de 134 a.C., Hipparcos apresentou um


catálogo com 1080 estrelas, as quais foram divididas em seis magnitudes conforme
seus brilhos, sendo a primeira magnitude de maior brilho. Em 1856, Norman Pogson
(1829-1891) propôs uma alteração na escala, de tal maneira que uma estrela de primeira
magnitude fosse 100 vezes mais brilhante que uma estrela de sexta magnitude.

Vimos que a relação entre a luminosidade de uma estrela e sua magnitude é de-
terminada pela equação: m = constante – 2,5 log le, agora resta definir magnitude.
De acordo com Mourão (1995):
Magnitude. Intensidade do fluxo de radiação que se recebe de um
astro. Tal vocábulo é o único utilizado para caracterizar o brilho de
um astro, e modernamente substitui a noção de grandeza dos anti-
gos astrônomos. A escala de magnitudes visuais foi determinada de
maneira a concordar com a escala de grandezas. A magnitude é ca-
racterizada por um número positivo ou negativo, que é tanto maior
quanto menor é o brilho do astro, e pode ser absoluta e aparente.
(MOURÃO, 1995, p. 498)

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Agora que sabemos a definição de magnitude, podemos pensar no brilho das estrelas
e em suas distâncias. Quando olhamos para uma estrela muito brilhante no céu pode-
mos ter a impressão de que ela é muito grande, no entanto, não sabemos se a estrela
brilha mais por estar mais próxima da Terra, ou porque é uma estrela muito grande.
Pensando nisso, os astrônomos trabalham com dois tipos de magnitudes, a magnitude
absoluta e a magnitude aparente.

A magnitude absoluta é definida adotando uma distância fictícia, equivalente a 10


parsec (pc) para todas as estrelas, enquanto a magnitude aparente é aquela observada.
Podemos utilizar a equação: M – m = 5 · (1 – log · dm), onde M é a magnitude absoluta,
m é a magnitude aparente e dm é a distância à estrela, e, para calcular as magnitudes, é
interessante saber que a magnitude absoluta do Sol é de 4,85.

Para medir as magnitudes, os astrônomos utilizam técnicas fotométricas, para as


quais são feitas correções nas linhas espectrais da absorção da luz devido à poeira do
meio interestelar e à atmosfera terrestre.

O parsec é uma unidade de medida de distância equivalente a 3,26 Anos-luz, ou seja, cerca
de 3,09 × 1013 km.

Ao observamos um prisma fracionando à luz (Figura 3), podemos nos perguntar:


como se formam suas cores? Separar a luz em várias componentes e detectar como
os átomos interagem com a luz é um método que utiliza a espectroscopia. O espectro
visível que vimos na Figura 1 mostra as cores que o olho humano é capaz de detectar,
no entanto, é a luz branca que contém todas as cores.

Figura 3 – Luz em um prisma


Fonte: Getty Images

Se passarmos o espectro da luz do Sol em um telescópio, veremos o espectro cheio


de linhas escuras, isso significa que as cores foram removidas, deixando apenas as linhas
de absorção. Cada elemento químico apresenta um padrão próprio de linhas de absor-
ção, portanto, é através dessas linhas espectrais que podemos detectar a composição
química de uma estrela.

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Ao passarmos a luz branca por um prisma, como na figura 3, observamos um espec-
tro contínuo de cores. Porém, se a luz atravessa um gás frio, linhas escuras aparecerão
no espectro, porque o gás frio absorverá a luz em determinadas cores.

A partir do estudo das linhas espectrais, principalmente do hidrogênio, chegou-se a


uma classificação espectral, a partir da temperatura superficial de uma estrela, sendo de-
signadas pelas letras: O, B, A, F, G, K, M. De acordo com Arany-Prado (2017), a ordem
da classificação espectral está da maior temperatura para a menor. A autora menciona
ainda que, normalmente, os estudantes de astronomia gravam a sequência de letras por
meio da frase: Oh! Be A Fire Girl, Kiss Me, que na tradução para nossa língua é “Oh!
Seja uma garota legal, beije-me”.

Essa classificação teve uma atualização e as letras passaram a ser subdivididas em 10


números, quanto menor o número, maior temperatura, por exemplo, estrelas do tipo B0
são mais quentes que estrelas B2.

Espectro de emissão do hidrogênio | Estrutura eletrônica de átomos | Química | Khan Academy.


Disponível em: https://youtu.be/bi_-Wl08sAM

Diagrama Hertzsprung-Russell (HR)


O Sol é a estrela mais próxima da Terra, e, por esse motivo, é a que melhor conhe-
cemos. Podemos dizer que o Sol é uma estrela comum. A energia gerada no centro do
Sol escapa na forma de luz emitida pelas suas camadas mais externas, a que chamamos
de atmosfera solar.

A superfície solar ejeta constantemente o chamado vento solar, com partículas eletri-
camente carregadas, que chegam à Terra, interagem com o campo magnético terrestre,
seguindo principalmente pelos pólos, causando as auroras Boreal e Austral. O vento solar
resulta da interação do gás quente da atmosfera do Sol com o seu campo magnético.
Tempestades solares provocam as proeminências, como pode ser observado na Figura 4.

Figura 4 – Sol
Fonte: Getty Images

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Na classificação espectral das estrelas, o Sol e Alfa Centauro estão na mesma cate-
goria, sendo assim, os astrônomos precisaram elaborar uma forma de informar mais
propriedades físicas das estrelas, surgindo então o diagrama H-R.

Em 1911, Ejnar Hertzsprung (1873-1967) percebeu uma ordenação ao colocar dados


de luminosidade das estrelas por cores, conforme figura 5, onde cada ponto represen-
ta uma estrela. O mais incrível é que, em 1913, isto também foi percebido por Henry
Norris Russell (1877-1957) e, a partir daí, passou se a chamar de diagrama Hertzsprung-
-Russell, ou diagrama H-R.

Figura 5 – Diagrama H-R


Fonte: nasa.gov

Veja o diagrama H-R mais detalhado em: http://bit.ly/2XcaEH1

Note que a temperatura decresce da esquerda para direita. Isso acontece porque no
diagrama original estavam as cores das estrelas, antes de ser conhecida sua conexão
com a temperatura.

A maioria das estrelas, incluindo o Sol, pertence à sequência principal onde as es-
trelas realizam a queima normal de hidrogênio. Essas estrelas passam a maior parte de
sua existência nessa categoria, antes de evoluir na escala. Por exemplo, o Sol e Sirius,
estrelas anãs muito brilhantes e luminosas e geralmente mais brilhantes que a maioria
das estrelas gigantes.

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As demais estrelas não fazem parte da sequência principal, algumas começaram a
evoluir para gigante ou supergigante e se encontram na região do diagrama chamada de
subgigante. Alguns exemplos são Alnair e Muphrid.

Estrelas de baixa massa no final de sua existência, que se tornaram estrelas gigantes,
estão posicionadas na região das gigantes normais, que estão evoluindo para o supergi-
gantes. Alguns exemplos são Arcturus e Aldebaran.

Sargas e Alphard são exemplos de estrelas que possuem uma luminosidade entre as
estrelas gigantes e supergigantes, elas estão posicionadas na região das gigantes brilhantes.

As estrelas supergigantes são muito massivas e luminosas perto do fim de sua exis-
tência. Elas são subclassificadas como Ia ou Ib, com Ia representando a mais brilhante.
Essas estrelas são muito raras. A estrela supergigante mais próxima é Canopus, a cerca
de 310 Anos-luz de distância da Terra. Outras supergigantes são: Betelgeuse, Antares
e Rigel.

Notamos que as estrelas não estão fixadas em suas categorias, pois, à medida em que
o hidrogênio vai esgotando o núcleo estelar, as estrelas mudam um pouco sua localiza-
ção na sequência principal.

Assista ao vídeo Hertzsprung Russell Diagram. Disponível em: https://youtu.be/_EtlJCfaxdc

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Sociedade Brasileira de Física
Leia textos atualizados na Sociedade Brasileira de Física.
http://bit.ly/2olisJA
Sociedade Astronômica Brasileira
Fique por dentro das principais pesquisas no Brasil, por meio da Sociedade Brasileira
de Astronomia.
http://bit.ly/2PrhwhS
The Hertzsprung Russell Diagram
Veja o diagrama H-R mais detalhado.
http://bit.ly/2XcaEH1
Simulador – Diagrama Hertzsprung-Russell
Veja o simulador para o diagrama H-R do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
http://bit.ly/2CFGzXd

Vídeos
Espectros Estelares
Assista ao vídeo da Prof.ª Dr.ª Graziela Keller que apresenta a separação da luz em
suas componentes.
https://youtu.be/0_oYrsVzoao
Universo – Uma Estrela Muito Especial
O programa em que Mônica Teixeira conversou com o astrônomo e professor da USP,
Augusto Damineli sobre a Estrela Eta Carinae.
https://youtu.be/SGeXnyqKhyo

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Referências
ARANY-PRADO, L. I. À Luz das Estrelas. São Paulo: Editora DP&A, 2017.

BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnologia. PCN+, Orientações curriculares


para o Ensino Médio: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.

HALLIDAY, D. Fundamentos de física, óptica e física moderna. David Halliday, Robert


Resnick, Jearl Walker. tradução e revisão técnica Ronaldo Sérgio de Biasi. v. 4, 9. ed.
Rio de Janeiro: LTC. 2009.

IACHEL, G. O conhecimento prévio de alunos do ensino médio sobre as estrelas. Revista


Latino-Americana de Educação em Astronomia – RELEA, n. 12, p. 7-29, 2011.

MOURÃO, R. R. F. Dicionário enciclopédico de astronomia e astronáutica. Rio de


Janeiro: Nova Fronteira, 1995.

OLIVEIRA FILHO, K. de S.; SARAIVA, M. de F. O. Astronomia e Astrofísica.


Departamento de Astronomia – Instituto de Física, Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Porto Alegre, 2014.

SILVA, A. G. Origem e evolução das estrelas. Monografia: Universidade Federal de


Uberlândia faculdade de física – FAFIS, 2005.

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