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Our knowledge about stars has fundamentally advanced over the last century and today we can describe the
processes involved in their birth, evolution and death. However, the transposition of stellar scientific knowledge
into the classroom has not been done in a broad way or has been done in general in a fragmented and partial way.
We present here a survey of the work developed in recent decades for the teaching of Stellar Astrophysics (focused
on the material available in Portuguese) in order to organize and facilitate the work of expanding the approach to
this topic with students, particularly in basic education, in addition to some suggestions for applications that could
enrich the work of teachers. We also present a critical assessment of the panorama within Brazilian education.
Keywords: Stars, Survey, State-of-the-art, Teaching.
Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022 DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226
Paulucci et al. e20210226-3
DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226 Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022
e20210226-4 Levantamento de recursos e uma avaliação atual do Ensino de Astrofı́sica Estelar
Vemos assim a conveniência e oportunidade de in- disponı́veis em lı́ngua portuguesa e alguns em lı́ngua
troduzir temas das estrelas no Ensino Médio (ou até espanhola, além de serem considerados livros e mate-
antes preferencialmente). Pode-se argumentar que a rial em sites especializados. Aqueles que retornaram
Evolução Estelar é a herdeira mais profı́cua da Fı́sica com contribuições especı́ficas na temática do ensino
do século 20, fazendo deste tema um imperativo ci- relacionado a estrelas são apresentados nas Tabelas 1
entı́fico. Toda a estrutura e o ciclo da vida estelar estão e 2. Foram considerados apenas trabalhos completos.
fortemente fundamentados por modelos que aproveitam O número de trabalhos encontrados demonstra que o
o conjunto de conhecimentos da “Fı́sica Moderna e tópico desperta o interesse da comunidade, apesar de
Contemporânea” para construir um quadro coerente dos ainda ser relativamente pouco explorado e não fazer
mesmos. A Astrofı́sica Estelar e a Fı́sica são totalmente parte dos currı́culos escolares de forma explı́cita.
simbióticas neste sentido, e se alavancaram mutuamente Os conteúdos especı́ficos foram divididos em seis
por muitas décadas. Assim, apresentar as estrelas desde categorias, cobrindo toda a temática estelar. Estas cate-
pontos de vista histórico-filosófico e fı́sico é totalmente gorias que ajudam a classificar os textos se mostram na
coerente na Educação dos cidadãos do século 21. Como Tabela 3.
exatamente fazer isto é um problema complexo. Até A Tabela 4 mostra a designação dos trabalhos sele-
agora vemos que há “retalhos” introduzidos aqui e lá cionados a respeito do nı́vel educacional ao qual estão
nos currı́culos sugeridos, mas ainda falta uma unidade dirigidos. Também aqui notamos a possibilidade de mais
e uma interdisciplinaridade que está somente sugerida
de forma incipiente. Seguem neste trabalho subsı́dios
para o professor “preencher as lacunas” na medida da Tabela 1: Levantamento bibliográfico realizado entre periódicos
e contribuições em anais de eventos de educação em Fı́sica/
disponibilidade e oportunidade.
Astronomia, com o apontamento do perı́odo de cada publicação
Ao abordar o tema de Astronomia em sala de aula,
e do número de contribuições identificadas na temática estelar.
os alunos em geral demonstram interesse e se mos-
tram motivados durante o perı́odo das aulas. O ensino- Quantidade de
aprendizagem em Astronomia deve ser significativo e artigos na
temática
comprometido com o cotidiano e a visão básica dos
Periódico Perı́odo estelar
estudantes. É constatado que ao incorporar um as- Caderno Catarinense 1984–2002 6
sunto mais “lúdico” na prática docente, o conhecimento de Ensino de Fı́sica e e
se transforma em facilitador das áreas da Quı́mica, Caderno Brasileiro de 2002–2021
Fı́sica e Matemática, sendo assim, é possı́vel apoiar o Ensino de Fı́sica
ensino-aprendizagem considerando estratégias de pes- Ciência & Educação 1998–2021 2
quisas como estı́mulos na construção do conhecimento, Revista Brasileira de 1979–2021 30
favorecendo o desenvolvimento de diferentes habilidades, Ensino de Fı́sica
(RBEF)
tornando as aulas mais atrativas através da interdis-
Revista Brasileira de 2001–2021 0
ciplinaridade dos conteúdos. É claro que este caráter Pesquisa em Educação
lúdico é muito “menos leve” do que o esperado por em Ciências (RBPEC)
eles, especialmente se o professor avança para uma Revista Electrónica de 2002–2021 3
verdadeira interdisciplinaridade quali-quantitativa. Daı́ Enseñanza de las
a importância dos trabalhos acadêmicos aqui coletados, Ciencias (REEC)
que contemplam conteúdos astronômicos reforçando in- Revista 2004–2021 8
Latino-Americana de
formações e orientações educacionais desta vasta área de
Educação em
saberes em vários nı́veis. Os estudos permitem apresen- Astronomia (RELEA)
tar vários grandes temas da Astronomia e Astrofı́sica Simpósio Nacional de 2005–2019 43
Estelar sem que eles percam empatia sensorial com Ensino de Fı́sica
a observação e análise destes fenômenos, que estão (SNEF)
ligados aos pesquisadores, e eles podem traduzir como Simpósio Nacional de 2011–2019 31
aprendizado ligado a pesquisa através de uma variedade Ensino de Astronomia
de recursos tecnológicos. A utilização destes recursos (SNEA)
desenvolve nos alunos criatividade, raciocı́nio crı́tico,
aproximação com o método cientı́fico e as habilidades Tabela 2: Levantamento bibliográfico realizado entre teses,
impostas para o desenvolvimento da pesquisa. Esta dissertações e trabalhos de conclusão de cursos, com o aponta-
aproximação é um dos objetivos do presente texto. mento do número de trabalhos identificados na temática estelar.
Quantidade de
trabalhos na
2. Metodologia Tipo de produção temática estelar
Trabalhos de conclusão de curso 7
Foram realizadas consultas a diferentes revistas, anais Dissertações 42
de conferências e repositórios de Teses e Dissertações Teses 3
Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022 DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226
Paulucci et al. e20210226-5
Tabela 3: Descrição dos conteúdos de Astrofı́sica estelar utili- Tabela 5: Descrição dos focos temáticos educacionais.
zados para a classificação dos trabalhos apresentados.
Categoria Focos Temáticos Educacionais
Categoria Conteúdos de Astrofı́sica Estelar D1 Currı́culos e Programas: Pesquisa sobre
E1 Observações básicas das estrelas princı́pios, parâmetros, diretrizes e
(magnitudes, cores, posições, etc.) e tipos/ fundamentos teórico-metodológicos em
associações estelares (aglomerados, binárias, relação às estrelas convencionalmente
etc.) atribuı́dos ao desenho curricular: objetivos
E2 Estrutura e composição das estrelas educacionais, conteúdos, estratégias,
E3 Evolução das estrelas (incluindo avaliação, etc. Avaliação de propostas
nucleossı́ntese) curriculares ou projetos educacionais.
E4 As estrelas nas culturas (incluindo as Proposição e desenvolvimento de programas
abordagens étnicas e constelações), aspectos ou propostas alternativas de ensino para
históricos, filosóficos e sócio-culturais das uma série, disciplina, semestre letivo ou
estrelas ciclo escolar completo.
E5 Formação das estrelas, Meio Interestelar D2 Formação e Caracterı́sticas de Professores:
E6 Explosões estelares e remanescentes Trabalhos que abordem a formação inicial,
(supernovas, anãs brancas, estrelas de continuada e/ou permanente de professores
nêutrons, buracos negros) nos temas estelares, assim como monitores e
divulgadores em planetários, observatórios,
museus ou outros espaços não-escolares.
Tabela 4: Descrição dos nı́veis educacionais utilizados na
D3 Conteúdo e Método: Estudos que se
classificação dos trabalhos.
dedicam à relação conteúdo-método no
Categoria Nı́vel Educacional ensino das estrelas.
EF Ensino Fundamental D4 Recursos Didáticos: Estudos de avaliação de
EM Ensino Médio materiais ou recursos didáticos no ensino
ES Ensino Superior das estrelas.
ENF Ensino Não Formal D5 Caracterı́sticas do Aprendente: Diagnóstico
dos aprendentes, sejam alunos ou público
não-escolar. Identificação (constatação) do
conhecimento prévio do aprendente, de sua
de um nı́vel educacional ser indicado, com a adaptação estrutura intelectual, modelos de
e ajuste necessários. pensamento ou de suas concepções sobre as
Finalmente na Tabela 5 são apresentados os classi- estrelas. Estudos das atitudes e
ficadores empregados para foco temático educacional, caracterı́sticas de um aprendente ou grupo
no contexto do processo de
desenvolvidos e adaptados a partir dos trabalhos de ensino-aprendizagem.
Megid Neto [5] e Bretones e Megid Neto [6]. O trabalho D6 História, Filosofia e Natureza da Ciência:
de Gonçalves, Bretones e Horvath [7] foi utilizado como Trabalhos que buscaram incluir abordagens
modelo. de fatos históricos nos processos de
ensino-aprendizagem das estrelas. Trabalhos
que abordam aspectos relativos à filosofia ou
3. Material Coletado epistemologia da ciência, tais como:
concepção de ciência, de cientista, de
Foram realizados levantamentos nos seguintes repo- método(s) cientı́fico(s) por meio do estudo
sitórios: Capes, USP, Unicamp, UFSCar, UFSC, Unesp, das estrelas. Formulação e desenvolvimento
Google Acadêmico. O material coletado é apresentado de teorias cientı́ficas, paradigmas e modelos
e classificado a seguir. Somos cientes da existência de cientı́ficos, desde que voltados ao ensino.
outras fontes de qualidade que ficaram de fora, já que
é extremamente difı́cil realizar este levantamento de
3.2. Sites
forma a buscar todas as possı́veis fontes para prover uma
listagem absolutamente completa. O número final de 117 Existem vários sites que oferecem material gratuito
artigos e 52 Teses/Dissertações/TCC foi complementado de qualidade, de grande utilidade na montagem de
com alguns livros e sites disponı́veis que oferecem cur- sequências didáticas já que contém muito material
sos completos e uma abrangência de temas estelares. gráfico, animações e outros recursos. Uma seleção des-
Recomendamos um exame e estudo de algumas destas tes é
referências gerais antes de decidir a respeito de como
abordar os temas em sala de aula. INPE
Curso “Introdução à Astronomia e Astrofı́sica”, INPE
3.1. Livros didáticos http://www.inpe.br/ciaa2019/material-curso.php
Alguns livros didáticos para os vários nı́veis de Educação Apostila:
têm sido publicados no paı́s espaçadamente. Uma lista http://www.inpe.br/ciaa2019/arquivos/pdfs/apostila c
parcial compreende as obras de referência da Tabela 6. iaa 2019 completa-compactado.pdf
DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226 Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022
e20210226-6 Levantamento de recursos e uma avaliação atual do Ensino de Astrofı́sica Estelar
Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022 DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226
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evitando apresentar apenas o fenômeno sem maior A lista de trabalhos sugeridos e material que aborda
ponderação e explicação. diversas questões neste assunto, destacamos aqui dois de
2. O Diagrama HR como ideia-âncora para a orga- particular utilidade:
nização prévia no Ensino de Astronomia e Fı́sica. • Origem, evolução e morte das estrelas: uma
F. Duarte Calado e H. Luz Oliveira. Atas do Sequência Didática para os alunos do Ensino
XXI SNEF (Uberlândia, 2015) E1, E2, E3/ D1, Médio. W. Fernandes da Silva, Tabela A1 #110. O
D2/ EM – Material que tem potencial para ser trabalho de Fernandes da Silva enfatiza a estrutura
aplicado como itinerário formativo no novo Ensino estelar e a Fı́sica envolvida com a intenção de
Médio, a ideia âncora que propicia o desenvolvi- justificar e expor na sua totalidade esta relação,
mento das demais disciplinas no currı́culo de forma de grande interesse para colocar a seguir a ideia de
interdisciplinar ou possibilidade transdisciplinar. evolução nos alunos.
Pode-se relacionar além das Ciências da Natureza • A contextualização da Estrutura e Evolução Este-
e da Matemática, as Ciências Humanas. De fato, lar no ensino da Termodinâmica como ferramenta
a classificação de animais, elementos quı́micos motivadora dos alunos. J. Torres Lima e D.B.
etc. é um passo importante para sistematizar o Pavani. Atas do III SNEA (Curitiba, 2014) E2, E3/
conhecimento acumulado, e os esquemas decorren- D4, D5/ EM – Material que pode ser inserido em
tes (árvore da Vida, Tabela Periódica etc.) são aulas de Fı́sica no Ensino Médio, conciliando a Ter-
considerados fundamentais para esta organização. modinâmica que está pouco abordada no currı́culo
O professor poderá repensar e desenvolver estas do Estado de São Paulo, sendo contextualizada
articulações com seus pares. com a evolução estelar que já vem sendo abordada
3. Uma nova abordagem de conceitos de Fı́sica e no currı́culo do Ensino Fundamental.
Astronomia a partir do diagrama HR. A.A. Pe- A relação completa de outros artigos levantados na
reira Beloni. (Dissertação. Universidade Federal de Categoria E2 encontra-se na Tabela A2 do Apêndice A.
Mato Grosso. 2016) E1, E2, E3/ D1, D3, D4/ EM
– Material que pode ser trabalhado sob forma de E3: Evolução das estrelas (incluindo nucle-
apresentação em Feira de Ciências para propiciar ossı́ntese)
aos alunos a compreensão do tema, além de for-
necer a introdução para a Astrofı́sica presente nas A categoria E3 adiciona ainda uma dimensão temporal
relações e interligações com a Quı́mica e Biologia, (evolutiva) ao problema das estrelas. A própria ideia de
podendo ser um projeto para a área de ciências da nascimento, vida e morte estelares não está presente
natureza. no rol de conhecimentos da maior parte dos alunos,
ou possivelmente está mas de forma fragmentada e
A relação completa de outros artigos levantados na inconsistente. Enxergar a classificação do Diagrama HR
Categoria E1 encontra-se na Tabela A1 do Apêndice A. como decorrência das mudanças ao longo da vida estelar
é um objetivo importante, que liga indissoluvelmente
os itens E1 e E2 anteriores, e coloca as estrelas em
E2: Estrutura e composição das estrelas uma categoria de objetos dinâmicos, com transformações
Enquanto o item E1 pertence principalmente ao domı́nio importantes, desfazendo a visão de imutabilidade que
do empirismo, explorar com os estudantes a estrutura e ainda paira na cognição de muitos alunos.
a composição das estrelas propicia o debate não só de • M.B. da Fonseca Vieira, Tabela A2 #122. A Dis-
aspectos históricos e filosóficos, mas também fı́sicos (vide sertação de Fonseca Vieira propõe uma sequência
Introdução). Temos evidências para afirmar (Bastos da integrada com a Fı́sica para descrever as causas da
Silva, Tabela A1 #128”) que a passagem das observações Evolução Estelar como decorrência das mudanças
básicas aos modelos que explicam as caracterı́sticas das no interior, avaliando até que ponto os alunos con-
estrelas é difı́cil nas abordagens didáticas, causando seguem sintetizar os temas e reforçar mutuamente
nos alunos a proliferação de concepções alternativas e sua compreensão.
uma falta de percepção geral do que quer dizer um • Um jogo de RPG para ensinar sobre Astrofı́sica.
“modelo” fı́sico das estrelas. Esta relação é fundamental F.L. Rommel e V. Scheibel. Atas do XXII SNEF.
em Ciências, já que o cientista pensa muito mais em (São Carlos, 2017) E3/ D3, D4/ EM. Material
termos dos modelos do que em termos positivistas do indicado para uso em sala de aula de ensino funda-
tipo “acumulativo”. Este tipo de falta de conexão entre mental, precisamente dos anos finais, com o uso de
os dados/observações e o quadro fı́sico que pretende jogo como meio de acesso a informações e interação
explicá-los se estende a outros assuntos importantes social. Esta abordagem favorece o desenvolvimento
em Ciências (por exemplo, a evolução do Universo, a de estudantes argumentativos e corrobora com
estrutura da Terra, etc.), e resulta portanto geral e a função mediadora do professor visando coletar
fundamental para qualquer abordagem, começando no evidências de desenvolvimento de procedimentos e
Ensino Fundamental com as devidas ressalvas. atitudes nos participantes do jogo.
DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226 Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022
e20210226-8 Levantamento de recursos e uma avaliação atual do Ensino de Astrofı́sica Estelar
A relação completa de outros artigos levantados na A relação completa de outros artigos levantados na
Categoria E3 encontra-se na Tabela A3 do Apêndice A. Categoria E4 encontra-se na Tabela A4 do Apêndice A.
(anãs brancas, estrelas de nêutrons e buracos negros) Tabela 7: Distribuição das 169 pesquisas por conteúdo.
constituem os estágios finais na evolução das estre- Categoria No. %
las, e representam estados extremos da matéria, pro- E1 111 66
porcionando condições para eventos de alta energia. E2 59 35
As abordagens apresentadas descrevem o processo de E3 48 28
evolução como um todo e caracterı́sticas básicas dos E4 40 24
E5 20 11
objetos compactos, como, por exemplo, em Tabela A1 E6 30 18
#109, Tabela A2 #115, #123 e #128, ou escolhem
o aprofundamento em um dos tópicos. Neste sentido,
as abordagens especı́ficas envolvendo supernovas, anãs
brancas e estrelas de nêutrons são muito menos fre- conteúdos especı́ficos foram classificados como “Recursos
quentes que as que envolvem buracos negros. Em al- Didáticos”, e não separados como feito no trabalho
gumas propostas, os buracos negros são o foco e se da Ref. [7]. A distribuição da amostra por conteúdo
pretende explicar aspectos que os distinguem de outros é mostrada na Tabela 7. Note-se que alguns trabalhos
objetos. estão incluı́dos em mais de uma categoria.
Observa-se que a distribuição por temas é muito
• Michell, Laplace e as estrelas negras: uma aborda- dı́spar, 2/3 dos trabalhos se referem aos aspectos básicos
gem para professores do Ensino Médio. R.R. Ma- das estrelas e muito poucos a sua formação (11%) ou
chado e A.C. Tort, RBEF 38, 0017 (2016) E6/ D6 seu fim (18%). Existe uma notória carência de mate-
/ EM. Neste artigo ganham destaque os aspectos rial variado particularmente nestes últimos temas, que
históricos para a proposta da existência de um requerem, desde um ponto de vista fı́sico, um maior
objeto de tamanha gravidade, capaz de aprisionar conhecimento. Somente como exemplo, é bem inco-
até raios luminosos. mum encontrar professores que conheçam a existência
• Astronomia no Ensino Médio: uma abordagem de estados densos da matéria que não são um gás
simplificada a partir da teoria da Relatividade ideal, onde a Mecânica Quântica aparece em toda sua
Geral. R. V. Lessa do Couto. (Dissertação. Uni- dimensão. Assim, expor e explicar anãs brancas ou
versidade de Brası́lia. 2020) E6 / D1, D3 / EM. estrelas de nêutrons se apresenta como impossı́vel, e em
Proposta de intervenção didática apoiada sobre a geral estes temas são colocados de lado. Já os buracos
teoria da aprendizagem significativa de Ausubel e negros aparecem com maior frequência, mas em boa
o programa de filosofia para crianças e adolescentes medida por causa de uma superexposição midiática
de Matthew Lipman no Ensino Médio com abor- que desperta a curiosidade dos alunos e força alguma
dagem dedicada aos buracos negros sob o ponto de referência a eles. Isto não implica em absoluto que o
vista da Relatividade Geral. básico destes “cadáveres estelares” seja compreendido
• Os conceitos da Teoria da Relatividade com uti- e assimilado, e menos ainda desde um ponto de vista
lização do Ensino Sob Medida. G. H. Garcia. (Dis- astronômico/evolutivo. Para piorar, uma boa dose de
sertação. Universidade Federal do ABC. 2019) E6/ “mistério” e insondabilidade é adicionada ao tema, e
D1, D3/ EM. Proposta ancorada na metodologia nunca paira a noção de serem mais um objeto co-
de ensino-aprendizagem do ensino sob medida, mum do zoológico estelar, abordado e pesquisado pelos
abordando a temática da teoria da relatividade e astrônomos profissionais de forma cotidiana.
buracos negros, com extenso material de apoio para Em resumo, é notável a grande concentração de tra-
aprofundamento do professor no tópico. balhos nos tópicos E1 (observações básicas das estrelas e
• A utilização do filme Interestelar para o ensino de tipos/associações estelares) e E2 (estrutura e composição
Fı́sica Moderna no Ensino Médio. L.F. de Melo, das estrelas) enquanto que os tópicos E5 (formação das
D.F. Rodrigues, R.C. de Castro, C. J. Ferreira, estrelas e meio interestelar) e E6 (explosões estelares
A.N.S. Farias, C. de F. B. de Oliveira e T.S.O. e remanescentes) contam com poucas abordagens (um
Alvez. Atas do XXII SNEF (São Carlos, 2017) destaque para este último se dá pelo interesse em buracos
E6/ D3, D4/ EM. Este trabalho utiliza a temática negros, como já descrevemos, e pode ser verificado pelo
da gravitação como foco, com buracos negros número de trabalhos especı́ficos na listagem). Somente
ilustrando conceitos dentro da Relatividade Geral, 2 trabalhos em E5 e 4 em E6 foram dirigidos ao
valendo-se de recursos audiovisuais na forma do EF, onde seria ideal a introdução com força da ideia
filme Interestelar, para discutir a gravitação. de evolução (nascimento, vida e morte) das estrelas
A relação completa de outros artigos levantados na (embora há na escola uma ênfase enorme nos “ciclos de
Categoria E6 encontra-se na Tabela A6 do Apêndice A. vida” das plantas e outros). Batista, Silva e Silva [8]
já apontavam para este fato ao analisar os trabalhos
4. Análise da Amostra do ENPEC sobre ensino de Astronomia, com grande
concentração em temas relativos ao sistema Terra-Sol-
A amostra coletada foi analisada desde os pontos de Lua e posicionamento das estrelas, no lugar de temáticas
vista quantitativo e qualitativo. Cabe esclarecer que os associadas à Astrofı́sica.
DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226 Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022
e20210226-10 Levantamento de recursos e uma avaliação atual do Ensino de Astrofı́sica Estelar
Tabela 8: Distribuição das 169 pesquisas por nı́vel educacional. estimulando a produção de pesquisas que resultam em
Nı́vel No. % Dissertações e muitas vezes também em comunicações e
EF 44 26 artigos.
EM 128 75 Apesar deste incentivo advindo da criação de novos
ES 43 25 cursos dedicados à abordagem de Fı́sica e Astronomia
ENF 14 8 em sala de aula, os motivos que suportam este cenário
de falta de aprofundamento em aspectos relacionados aos
itens classificados como E3–E6 são diversos e incluem
a falta de disciplinas obrigatórias de Astronomia nas
grades curriculares dos cursos de Licenciatura em Fı́sica
(como evidenciado por uma rápida pesquisa presente
na referência da Tabela A6 #158, p. 3), o que, obvia-
mente, traz bastante insegurança aos professores para
a abordagem destes tópicos em sala de aula, apesar
do grande interesse dos alunos [9]. Isso é ainda mais
evidente no Ensino Fundamental, em que as abordagens
relacionadas à Astronomia tipicamente concentram-se
em questões mais básicas, como astronomia de posição,
as estações do ano e o ciclo da Lua. Além disso, soma-se
o fato de que a maior parte dos professores de Ciências
Figura 3: Os trabalhos publicados por ano de aparecimento.
do ensino fundamental não são formados em Fı́sica e
não tem em sua formação treinamento especı́fico para
a abordagem da temática estelar [10] e dependem do
conteúdo presente nos livros didáticos, que abordam
Na Tabela 8 vemos justamente a distribuição das apenas o básico e, muitas vezes, com qualidade ques-
abordagens didáticas por nı́vel educacional. Estas tionável [11]. No entanto, é notório que estes são tópicos
percentagens estão em linha com o que acontece com que, apesar de importantes, não atraem tanto a atenção
outros temas de Fı́sica Moderna e Contemporânea e dos alunos em comparação com aqueles associados a
Astrofı́sica/Cosmologia, 75% dos trabalhos são dirigidos temáticas avançadas, como exposto por Gomes Varella
ao Ensino Médio. Uma constatação adicional é a de que (Tabela A1 #103). Ainda que este cenário mude com os
o número de abordagens sobre Evolução Estelar é muito docentes que ministram a disciplina de Fı́sica no Ensino
reduzido, em particular para o Ensino Fundamental onde Médio, dados do censo escolar realizado em 2019 [12]
somente 5 trabalhos foram identificados. apontam que mais da metade dos professores (52,1%)
Ao observamos a distribuição temporal na publicação responsáveis por ministrar a disciplina aos jovens não
dos trabalhos selecionados nesta amostra (Figura 3), são bacharéis ou licenciados em Fı́sica.
notamos um máximo proeminente e súbito no ano de
2011, seguido de um aumento consistente da média
de trabalhos nos anos seguintes. O máximo parece 5. Considerações Finais
estar relacionado à realização da Assembleia Geral da
União Astronômica Internacional, que levou à realização, Ao apreciar o panorama na sua generalidade poderı́amos
por exemplo, do primeiro SNEA (Simpósio Nacional afirmar que a “demanda” contemporânea no tema está
de Educação em Astronomia) em 2011 na UNIRIO, muito desfasada da “oferta” educacional existente, o que
como uma reunião satélite. Deste modo, a realização nem é tão estranho dado que a maior parte dos conteúdos
desta importante reunião da comunidade astronômica astronômicos foram introduzidos nos currı́culos escolares
internacional no Brasil foi também bem direcionada há quase 1 século, quando toda a Astrofı́sica atual
como um incentivo aos trabalhos de divulgação e ensino estava nos primórdios ou nem existia. Os alunos, por
do tópico no paı́s. Já a tendência de aumento dos sua vez, são hoje expostos a um mundo de informação
trabalhos nos anos seguintes apresenta correlação com e fenômenos espetaculares, e resulta natural que isto
a criação de mestrados profissionais na área: Mestrado os estimule a compreender mais a respeito, enquanto
Profissional em Ensino de Astronomia (MPEA), no a escola se mantém muito alheia, apesar das atua-
IAG-USP, Mestrado Profissional em Astronomia, na lizações que também não resolvem o enorme problema
UEFS, e Mestrado Nacional Profissional em Ensino de da formação do professor antes mencionado. No Estado
Fı́sica (MNPEF), de abrangência nacional contando com de São Paulo apenas após a implantação da proposta
cerca de 60 polos em todas as regiões brasileiras, todos Curricular em 2008 é que o Ensino de Astronomia passou
com suas primeiras turmas de ingressantes em 2013, efetivamente a fazer parte do Currı́culo do Ensino Médio
entre outras iniciativas em vários lugares do Brasil. Isso dentro do tema: Universo, Terra e Vida, causando de
permitiu uma disseminação de trabalhos com foco no passagem uma disparidade entre o que era ensinado
Ensino básico, com assuntos e metodologias variados, nas licenciaturas e o que é solicitado desde então.
Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022 DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226
Paulucci et al. e20210226-11
Anteriormente isto dependia apenas da iniciativa do ser estudado por seu interesse intrı́nseco. Cabe a nós
professor e/ou do livro didático adotado. É importante decidirmos, no contexto particular de cada um, como
que a ilustração cientı́fica interaja com a nova cultura fazer para que o aluno “integre” coisas que a priori nada
do aluno, aproximando, assim, a pesquisa da sala de tem a ver na sua cabeça. Quais SDs construir e aplicar, e
aula. A ligação da ciência com o cotidiano dos alunos, baseadas em quê, com o intuito de aproveitar as janelas
atribui sentido para esse conhecimento, fortalecendo abertas para estes temas?
a construção de novas experiências. Sendo assim, o Diferentes linhas de pesquisas foram realizadas no
ponto de partida para enriquecer a temática, é propor ensino-aprendizagem de conteúdos cientı́ficos especı́ficos
pesquisas a longo prazo apoiadas por uma didática no ensino de Astrofı́sica como discutido, por exemplo,
empı́rica firmada para o ensino de todas as Ciências. por Lijnse [18]. Estas análises têm o propósito de
As reformas curriculares em nosso paı́s mostram que desenhar uma SD e refletir a respeito de como tal
a evolução pedagógica é difı́cil, pois falta conhecimento conhecimento é utilizado para a sua construção (com
didático necessário. Mesmo o assunto estando disponı́vel a ideia dos chamados grãos finos) que ocorre de forma
nos currı́culos, parâmetros e bases nacionais, o ensino coerente, proporcionando a pesquisa cumulativa, maxi-
de Astronomia ocorre por ciclos, dificultando assim mizando a aprendizagem e estabelecendo a comunicação
qualquer aproximação pedagógica. Seguindo essa linha, de forma mais explı́cita. Embora somente apontemos
é possı́vel afirmar que é proposto o ensino de Astronomia aqui uma visão muito geral, ao desenvolver uma SD, é de
para os ensinos Fundamental e Médio, porém não se extrema importância o planejamento dessas abordagens
aprofundam nestes assuntos. Falta material necessário, comunicativas e de como serão usadas, do que o professor
preparo docente e uma articulação mais eficiente no deve estar ciente e da motivação dos alunos nos assuntos
tempo e na metodologia, para que o professor possa que serão ensinados. Aqui temos de novo o problema
utilizar na construção da aprendizagem de forma con- da formação do professor, que vai muito além da falta
ceitual, para que, ao final, os alunos consigam descrever de conhecimento dos conteúdos especı́ficos. Para Leach,
um relato detalhado da natureza e a evolução das Ametller e Scott [19], por exemplo, o professor exerce um
estrelas. Aproximar a ciência do cotidiano dos alunos papel fundamental na introdução de ideias cientı́ficas,
permite a interação com uma nova perspectiva. As utilizando a aprendizagem especı́fica, diferenciando o
vivências escolares através das práticas investigativas, modo de pensamento cotidiano e cientı́fico. Nota-se
proporcionam inovação e desenvolvem argumentação e o contraste com as abordagens construtivistas mais
raciocı́nio crı́tico. Os estudos nesta modalidade enrique- radicais.
cem e propiciam conhecimento, tanto para o professor Para alcançar uma aprendizagem significativa é pre-
quanto para aos alunos. ciso reflexão ao construir uma SD que deve ocorrer
A abordagem em sala de aula da Astronomia e de forma bastante minuciosa, para que as possı́veis
Astrofı́sica Estelar passa de forma concreta pela cons- abordagens ocorram através de uma perspectiva de-
trução e avaliação de Sequências Didáticas, temas de senvolvida em que seja possı́vel descrever o uso da
interesse da área do Ensino de Ciências há bastante fala/discurso durante a sequência de ensino. A SD
tempo [13]. Vista como unidade, a Sequência Didática deve ser interpretada de maneira ampla, planejando
(SD) é uma importante ferramenta de ensino. Embora quais abordagens comunicativas serão usadas, incluindo
historicamente (tanto no cenário nacional e internacio- conversas professor-aluno, gestos e discussões entre co-
nal) as SDs tenham sido utilizadas como instrumentos legas (vide por exemplo [20]). Muitas vezes estas ob-
de planejamento do ensino, são também objetos de servações parecem irrealizáveis na escola pública, sujeita
pesquisa em si próprios, e têm como objetivo criar a urgências temporais e com um contexto desfavorável à
condições favoráveis para os alunos se apropriarem de experimentação. Porém, a introdução de um tema como
ferramentas culturais próprias da comunidade cientı́fica, o das estrelas necessariamente deve passar por estes
ou seja, dos praticantes da disciplina [14]. Assim, a SD estágios de elaboração reflexiva a risco de serem inócuos
auxilia na compreensão da ciência de referência e da sua ou até prejudiciais para a formação e cognição do aluno.
apresentação no nı́vel escolar [15]. Estes instrumentos de Salientamos uma possibilidade de se aplicar as SDs ou
planejamento podem auxiliar nas “atividades ordenadas, mesmo abordagens de estrelas como projeto integrador
estruturadas e articuladas para a realização de certos no novo Ensino Médio, produzindo a articulação apre-
objetos educacionais, que têm um princı́pio conhecido sentada entre áreas do conhecimento e em consonância
tanto pelo professor como pelos alunos” (Ref. [16], p. 18), com a BNCC.
fundamentando e direcionando a SD. A questão da Por fim, reconhecemos que o problema da introdução
didática [17] também deve ser ponderada com cuidado, de temas de Astronomia e Astrofı́sica contemporâneas é
afinal, não é por acaso que os problemas recorrentes na uma preocupação de longa data no campo internacional.
compreensão do sistema Sol-Terra-Lua e outros similares Somente como exemplo, em Fraknoi [21] a Astronomia é
assombram a escola há muito tempo. A assimilação e caracterizada como interdisciplinar, porque interage com
integração de conteúdos, no caso das estrelas, lúdicos, praticamente todas as disciplinas. Segundo este autor,
complexos e interdisciplinares ao mesmo tempo, pode ela está presente nas Ciências Naturais, nas Ciências
DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226 Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022
e20210226-12 Levantamento de recursos e uma avaliação atual do Ensino de Astrofı́sica Estelar
Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022 DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226
Paulucci et al. e20210226-13
Tabela A1: Continued 23. As constelações e seus mitos: E1, E4/ EF,
Obra Cat.-Foco N.Educ. o que sonham as crianças quando D3, D5 ENF
14. Avaliação de uma Sequência E1/ D4, EM olham para o céu estrelado? A.R.
Didática sobre nossa posição no D6 Barreda e R.K. Kimura. Atas do
Universo aplicada a alunos do V SNEA (Londrina, 2018)
Ensino Médio. T. Pereira da 24. O uso do software Stellarium E1/ D3, EM,
Silva e S. Mascarello Bisch. Atas no Ensino de Astronomia: um D4 ES
do III SNEA (Curitiba, 2014) estudo teórico. M. Hilgert
15. Desvendando as estrelas: um E1, E2, EM Pacheco, Jr. de Lima, M.
jogo colaborativo para o Ensino E3, E5, Schmitt Zanella. Atas do V
Médio. A. Queiroz Agostinelli E6/ D3 SNEA (Londrina, 2018)
Ribeiro. (Dissertação. 25. Baixando estrelas: uma E1/ D4 EF,
Universidade Federal do ABC. proposta de aplicativo móvel EM,
2018) acessı́vel para Ensino de ES
16. A observação do céu: da E1, E4/ EM Astronomia a pessoas com
História para entender o Ensino D6 deficiência visual. A.C. S.
dentro da Teoria Frizzera, D. V. C. Sondermann,
Histórico-Cultural. T.F. Genzini A. Caetano, V. R. Passose, G. B.
de Carvalho e J. Lopes de K. Lopes. Atas do V SNEA
Almeida Pacca. Atas do III (Londrina, 2018)
SNEA (Curitiba, 2014) 26. Análise de espectros E1, E2/ EM
17. Um modelo com E1/ D4 EM utilizando um espectroscópio D4
representação tridimensional do caseiro. M.A. Amorim, D. Alves
Cruzeiro do Sul como atividade de Farias, E.M. dos Anjos, E.C.
para o Ensino de Astronomia. Viana Nascimento e W.F. da
D.S. Garcia e H.P.S. Corrêa. Atas Silva. Atas do V SNEA
do III SNEA (Curitiba, 2014) (Londrina, 2018)
18. Luz em 7 tons: E1/ D1, EF 27. Proposta experimental para a E1/ D4 EM
Desenvolvimento de atividades D4 determinação da cintilação das
com a temática luz para a estrelas. C.M. Sitko, A. Alves
educação infantil. E. Bezerra de Mesquita e R. de Almeida. Atas
Lima. (Dissertação. Instituto do V SNEA (Londrina, 2018)
Federal de Educação, Ciência e 28. Uma proposta de observação E1/ D3, EF,
Tecnologia do Rio Grande do do céu. T. Permino Rogério e S. D4 EM,
Norte. 2018) Mascarello Bisch. Atas do V ENF
19. Potencialidades do Ensino de E1, E4/ EF, SNEA (Londrina, 2018)
Astronomia para uma formação D1, D2 EM 29. Astrofı́sica escolar: brincando E1, E2/ EM
pautada na diversidade cultural: com dados observacionais. H.D. D1, D3,
os céus dos povos indı́genas no Navone, M. Scancich e D4
Brasil. M. de Souza Rodrigues e R.A.Vázquez. RELEA 11, 81
C. Leite. Atas do III SNEA (2011)
(Curitiba, 2014) 30. O conhecimento prévio de E1–E6/ EM
20. Ensino de Fı́sica por meio de E1, E2, EM alunos do Ensino Médio sobre as D5
atividades de Ensino E3/ D1, estrelas. G. Iachel. RELEA 12, 7
Investigativo e experimentais de D3, D4 (2011)
Astronomia no Ensino Médio. R. 31. Simulando medidas de E1/ D4 EM,
Assenso (Dissertação. distâncias a estrelas em ES
Universidade Federal do ABC. laboratório. R. dos Santos
2017) Menezes Jr., N.O.L. de Oliveira e
21. Representações sobre as E1/ D4 ENF C.L. Pereira. RELEA 24, 7
estruturas do Universo em uma (2017)
visita ao planetário: um estudo 32. Os múltiplos sóis: a E1, E4/ EM,
exploratório. B.R. Gomes dos Arte-Ciência da Astronomia e da D3 ENF
Santos e A.S. de Medeiros Ficção Cientı́fica na difusão da
Germano. Atas do IV SNEA Ciência. R.K. Kimura e L.P.
(Goiânia, 2016) Piassi. RELEA 25, 7 (2018)
22. Modelos mentais sobre E1, E2, EF 33. Estrelas variáveis no contexto E1, E2, EM
estrelas elaborados por estudantes E3/ D3, educacional: uma proposta E3/ D4
do 7mo ano do Ensino D5 envolvendo a observação de
Fundamental a partir da cefeidas clássicas no Ensino
literatura infantil. E. Freitas Médio. D.I. Machado. RELEA
Moraes Borges, P.H. de Azevedo 28, 7 (2019)
Sobreira e J. P.Machado Ribeiro. (Continued)
Atas do V SNEA (Londrina,
2018)
DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226 Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022
e20210226-14 Levantamento de recursos e uma avaliação atual do Ensino de Astrofı́sica Estelar
Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022 DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226
Paulucci et al. e20210226-15
DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226 Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022
e20210226-16 Levantamento de recursos e uma avaliação atual do Ensino de Astrofı́sica Estelar
Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022 DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226
Paulucci et al. e20210226-17
DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226 Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022
e20210226-18 Levantamento de recursos e uma avaliação atual do Ensino de Astrofı́sica Estelar
Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022 DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226
Paulucci et al. e20210226-19
DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226 Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022
e20210226-20 Levantamento de recursos e uma avaliação atual do Ensino de Astrofı́sica Estelar
Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022 DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226
Paulucci et al. e20210226-21
DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0226 Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, vol. 44, e20210226, 2022
e20210226-22 Levantamento de recursos e uma avaliação atual do Ensino de Astrofı́sica Estelar
Tabela A6: Continued [12] INEP. Censo da Educação Básica 2019: Resumo
Obra Cat.-Foco N.Educ. Técnico, disponı́vel em: http://portal.inep.gov.br/inf
166. Cem anos de buracos negros: E6/ D1 ES ormacao-da-publicacao/-/asset publisher/6JYIsGM
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Schwarzschild. A.Saa, RBEF 38, [13] M. Giordan, Y.A.F. Guimarães e L. Massi. Encontro
0191 (2016) Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências 8, 1
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