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Saiba mais
Astronomia é uma ciência natural que estuda corpos celestes (como estrelas, planetas,
cometas, nebulosas, aglomerados de estrelas, galáxias) e fenômenos que se originam fora
da atmosfera da Terra (como a radiação cósmica de fundo em micro-ondas). Preocupada
com a evolução, a física e a química de objetos celestes, bem como a formação e o
desenvolvimento do universo.
A astronomia é uma das mais antigas ciências. Culturas pré-históricas deixaram registrados
vários artefatos astronômicos, como Stonehenge, os montes de Newgrange e os menires. As
primeiras civilizações, como os babilônios, gregos, chineses, indianos, persas e maias
realizaram observações metódicas do céu noturno. No entanto, a invenção do telescópio
permitiu o desenvolvimento da astronomia moderna. Historicamente, a astronomia incluiu
disciplinas tão diversas como astrometria, navegação astronômica, astronomia
observacional e a elaboração de calendários. Durante o período medieval, seu estudo era
obrigatório e estava incluído no Quadrivium que, junto com o Trivium, compunha a
metodologia de ensino das sete Artes liberais.[1]
A Astronomia não deve ser confundida com a astrologia, sistema de crença que afirma que
os assuntos humanos, como a personalidade, estão correlacionados com as posições dos
objetos celestes. Embora os dois campos compartilhem uma origem comum, atualmente
eles estão totalmente distintos.[5]
História
O estudo da astronomia quase parou durante a Idade Média, à exceção do trabalho dos
astrónomos árabes. No final do século IX, o astrónomo árabe ou persa al-Farghani (Abu'l-
Abbas Ahmad ibn Muhammad ibn Kathir al-Farghani) escreveu extensivamente sobre o
movimento dos corpos celestes. No século XII, os seus trabalhos foram traduzidos para o
latim, e diz-se que Dante aprendeu astronomia pelos livros de al-Farghani.
No final do século X, um observatório enorme foi construído perto de Teerã, Irã, pelo
astrônomo al-Khujandi, que observou uma série de trânsitos meridianos do Sol, que permitiu-
lhe calcular a obliquidade da eclíptica, também conhecida como a inclinação do eixo da
Terra relativamente ao Sol. Como sabe-se hoje, a inclinação da Terra é de aproximadamente
23°34', e al-Khujandi mediu-a como sendo 23°32'19". Usando esta informação, compilou
também uma lista das latitudes e das longitudes de cidades principais.
Omar Khayyam (Ghiyath al-Din Abu'l-Fath Umar ibn Ibrahim al-Nisaburi al-Khayyami) foi um
grande cientista, filósofo e poeta persa que viveu de 1048 a 1131. Compilou muitas tabelas
astronômicas e executou uma reforma do calendário que era mais exato do que o Calendário
Juliano e se aproximava do Calendário Gregoriano. Um feito surpreendente era seu cálculo
do ano como tendo 365,24219858156 dias, valor esse considerando a exatidão até a sexta
casa decimal se comparado com os números de hoje, indica que nesses mil anos pode ter
havido algumas alterações na órbita terrestre.
O modelo heliocêntrico do Sistema Solar foi defendido, desenvolvido e corrigido por Galileu
Galilei e Johannes Kepler. Kepler foi o primeiro a desenvolver um sistema que descrevesse
corretamente os detalhes do movimento dos planetas com o Sol no centro. No entanto,
Kepler não compreendeu os princípios por detrás das leis que descobriu. Estes princípios
foram descobertos mais tarde por Isaac Newton, que mostrou que o movimento dos
planetas se podia explicar pela Lei da gravitação universal e pelas leis da dinâmica.
Constatou-se que as estrelas são objetos muito distantes. Com o advento da Espectroscopia
provou-se que são similares ao nosso próprio Sol, mas com uma grande variedade de
temperaturas, massas e tamanhos. A existência de nossa galáxia, a Via Láctea, como um
grupo separado das estrelas foi provada somente no século XX, bem como a existência de
galáxias "externas", e logo depois, a expansão do universo dada a recessão da maioria das
galáxias de nós. A Cosmologia fez avanços enormes durante o século XX, com o modelo do
Big Bang fortemente apoiado pelas evidências fornecidas pela Astronomia e pela Física, tais
como a radiação cósmica de micro-ondas de fundo, a Lei de Hubble e a abundância
cosmológica dos elementos.
Campos
Por ter um objeto de estudo tão vasto, a astronomia é dividida em muitas áreas. Uma
distinção principal é entre a astronomia teórica e a observacional. Observadores usam vários
meios para obter dados sobre diversos fenômenos, que são usados pelos teóricos para criar
e testar teorias e modelos, para explicar observações e para prever novos resultados. O
observador e o teórico não são necessariamente pessoas diferentes e, em vez de dois
campos perfeitamente delimitados, há um contínuo de cientistas que põem maior ou menor
ênfase na observação ou na teoria.
Astronomia observacional
Astronomia extragaláctica: exemplo de
lente gravitacional. Esta imagem, captada
pelo telescópio espacial Hubble, mostra
vários objetos azuis em forma de espiral
que, na verdade, são imagens múltiplas de
uma mesma galáxia. A imagem original da
galáxia é multiplicada pelo efeito de lente
gravitacional causado pelo aglomerado de
galáxias elípticas e espirais de cor amarela
que aparecem no centro da fotografia. A
lente gravitacional deve-se ao campo
gravitacional gerado pelo aglomerado, que
curva e distorce a luz de objetos mais
distantes.
Radioastronomia
A radioastronomia estuda a radiação com comprimento de onda maior que
aproximadamente 1 milímetro.[6] A radioastronomia é diferente da maioria das outras formas
de astronomia observacional pelo fato de as ondas de rádio observáveis poderem ser
tratadas como ondas ao invés de fótons discretos. Com isso, é relativamente mais fácil de
medir a amplitude e a fase das ondas de rádio.[6]
Apesar de algumas ondas de rádio serem produzidas por objetos astronômicos na forma de
radiação térmica, a maior parte das emissões de rádio que são observadas da Terra são
vistas na forma de radiação síncrotron, que é produzida quando elétrons ou outras partículas
eletricamente carregadas descrevem uma trajetória curva em um campo magnético.[6]
Adicionalmente, diversas linhas espectrais produzidas por gás interestelar, notadamente a
linha espectral do hidrogênio de 21 cm, são observáveis no comprimento de onda de
rádio.[6][7]
Astronomia infravermelha
A astronomia infravermelha lida com a detecção e análise da radiação infravermelha, cuja
frequência é menor do que a da luz vermelha. Exceto por comprimentos de onda mais
próximas à luz visível, a radiação infravermelha é na maior parte absorvida pela atmosfera, e
a atmosfera produz emissão infravermelha numa quantidade significante.
Consequentemente, observatórios de infravermelho precisam estar localizados em lugares
altos e secos, ou no espaço.
O espectro infravermelho é útil para estudar objetos que são muito frios para emitir luz
visível, como os planetas e discos circunstrelares. Comprimentos de onda infravermelha
maior podem também penetrar nuvens de poeira que bloqueiam a luz visível, permitindo a
observação de estrelas jovens em nuvens moleculares e o centro de galáxias.[8] Algumas
moléculas radiam fortemente no infravermelho, e isso pode ser usado para estudar a
química no espaço, assim como detectar água em cometas.[9]
Astronomia óptica
Historicamente, a astronomia óptica (também chamada de astronomia da luz visível) é a
forma mais antiga da astronomia.[10] Imagens ópticas eram originalmente desenhadas à
mão. No final do século XIX e na maior parte do século XX as imagens eram criadas usando
equipamentos fotográficos. Imagens modernas são criadas usando detectores digitais,
principalmente detectores usando dispositivos de cargas acoplados (CCDs). Apesar da luz
visível estender de aproximadamente 4 000 Å até 7 000 Å (400 nm até 700 nm),[10] o mesmo
equipamento usado nesse comprimento de onda é também usado para observar radiação de
luz visível próxima a ultravioleta e infravermelho.
Astronomia ultravioleta
A astronomia ultravioleta é normalmente usada para se referir a observações no
comprimento de onda ultravioleta, aproximadamente entre 100 e 3 200 Å (10 e 320 nm).[6] A
luz nesse comprimento de onda é absorvida pela atmosfera da Terra, então as observações
devem ser feitas na atmosfera superior ou no espaço.
Astronomia de raios-X
A astronomia de raio-X é o estudo de objetos astronômicos no comprimento de onda de raio-
X. Normalmente os objetos emitem radiação de raio-X como radiação síncrotron (produzida
pela oscilação de elétrons em volta de campos magnéticos), emissão termal de gases finos
(chamada de radiação Bremsstrahlung) maiores que 107 kelvin, e emissão termal de gases
grossos (chamada radiação de corpo negro) maiores que 107 kelvin.[6] Como os raio-X são
absorvidos pela atmosfera terrestre todas as observações devem ser feitas de balões de
grande altitude, foguetes, ou naves espaciais.
A maioria das fontes emissoras de raio gama são na verdade Erupções de raios gama,
objetos que produzem radiação gama apenas por poucos milissegundos a até milhares de
segundos antes de desaparecerem. Apenas 10% das fontes de raio gama são fontes não
transcendentes, incluindo pulsares, estrelas de nêutrons, e candidatos a buracos negros
como núcleos galácticos ativos.[6]
Raios cósmicos consistindo de partículas de energia muito elevada podem ser observadas
chocando-se com a atmosfera da terra.[12] No futuro, detectores de neutrino poderão ser
sensíveis aos neutrinos produzidos quando raios cósmicos atingem a atmosfera da Terra.[6]
A medição do paralaxe estelar de estrelas próximas provêm uma linha de base fundamental
para a medição de distâncias na astronomia que é usada para medir a escala do universo.
Medições paralaxe de estrelas próximas provêm uma linha de base absoluta para as
propriedades de estrelas mais distantes, porque suas propriedades podem ser comparadas.
A medição da velocidade radial e o movimento próprio mostra a cinemática desses sistemas
através da Via Láctea. Resultados astronômicos também são usados para medir a
distribuição de matéria escura na galáxia.[19]
Durante a década de 1990, as técnicas de astrometria para medir as stellar wobble foram
usados para detectar planetas extrasolares orbitando a estrelas próximas.[20]
Subcampos específicos
Astronomia planetária ou ciências planetárias: um
"dust devil" (literalmente, demônio da poeira)
marciano. A fotografia foi captada pela NASA
Global Surveyor em órbita à volta de Marte. A faixa
escura e longa é formada pelos movimentos em
espiral da atmosfera marciana (um fenómeno
semelhante ao tornado). O "dust devil" (o ponto
preto) está a subir a encosta da cratera. Os "dust
devils" formam-se quando a atmosfera é aquecida
por uma superfície quente e começa a rodar ao
mesmo tempo que sobe. As linhas no lado direito
da figura são dunas de areia no leito da cratera.
Astronomia solar
Localizada a uma distância de aproximadamente de oito minutos-luz da Terra, a estrela mais
frequentemente estudada é o Sol, uma típica estrela anã da sequência principal da classe
estrelar G2 V, com idade de aproximadamente 4,6 Gyr. O Sol não é considerado uma estrela
variável, mas passa por mudanças periódicas em atividades conhecidas como ciclo solar,
que se caracteriza por uma flutuação de cerca de 11 anos no número de mancha solares.
Manchas solares são regiões de temperatura abaixo da média que estão associadas a uma
intensa atividade magnética.[21]
A superfície externa visível do Sol é chamada fotosfera. Acima dessa camada há uma fina
região conhecida como cromosfera. Essa é envolvida por uma região de transição de
temperaturas cada vez mais elevadas, e então pela superquente corona.
No centro do Sol está a região do núcleo, um volume com temperatura e pressão suficientes
para uma fusão nuclear ocorrer. Acima do núcleo está a zona de radiação, onde o plasma se
converte o fluxo de energia através da radiação. As camadas externas formam uma zona de
convecção onde o gás material transporta a energia através do deslocamento físico do gás.
Se acredita que essa zona de convecção cria a atividade magnética que gera as manchas
solares.[21]
Um vento solar de partículas de plasma corre constantemente para fora do Sol até que
atinge a heliosfera. Esse vento solar interage com a magnetosfera da Terra para criar os
cinturões de Van Allen, assim como a aurora onde as linhas dos campos magnéticos da
Terra descendem até a atmosfera da Terra.[24]
Ciência planetária
Astronomia estelar
Astronomia galáctica
Astronomia extragaláctica
Cosmologia
Astronomia teórica
Tópicos estudados pelos astrônomos teóricos são: dinâmica e evolução estelar; formação e
evolução de galáxias; estrutura em grande escala da matéria no Universo; origem dos raios
cósmicos; relatividade geral e cosmologia física, incluindo Cosmologia das cordas e física
de astropartículas.
Campos interdisciplinares
A astronomia e astrofísica desenvolveram links significantes de interdisciplinaridade com
outros grandes campos científicos. Arqueoastronomia é o estudo das antigas e tradicionais
astronomias em seus contextos culturais, utilizando evidências arqueológicas e
antropológicas. Astrobiologia é o estudo do advento e evolução os sistemas biológicos no
universo, com ênfase particular na possibilidade de vida fora do planeta Terra.
Atuação profissional
No Brasil
Segundo o censo realizado pela Sociedade Astronômica Brasileira, em maio de 2011 havia
340 doutores em Astronomia atuando como pesquisadores no Brasil.[25] Em 2006 foi
instituída, no estado do Rio de Janeiro, a data de 2 de dezembro como o Dia do
Astrônomo.[26] A data coincide com o aniversário do imperador Dom Pedro II, que era um
conhecido incentivador da Astronomia.
Ferramentas astronômicas
Luneta
Telescópio
Computador
Radiotelescópio
Calculadora
Observatório
Observatório espacial
Ver também
Astrofotografia
Céu noturno
Referências
Ligações externas
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