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Tycho Brahe

Tycho Brahe
(14 December 1546 – 24 October 1601)

As novas ideias no campo da astronomia,


extrapolam o domínio puramente científico dos
fatos. É contra toda uma estrutura rigidamente
estabelecida ao longo dos séculos, em que se
acham interligados componentes de ciência,
filosofia e religião, que elas têm que se deparar.
Dentro desse cenário que confronta o novo e o
revolucionário com o velho e o tradicional,
também se encontra o astrônomo dinamarquês
Tycho Brahe (1546-1601), contemporâneo de
Giordano Bruno. Ele atuou como Astrônomo,
Astrólogo, médico....
Brahe foi um atento e pertinaz observador do
firmamento. Desde jovem, Tycho percebeu que
observações ocasionais e esporádicas dos corpos
celestes, uma prática até então empregada pelos
astrônomos, não propiciavam dados suficientemente
confiáveis para a elaboração de tabelas planetárias
precisas. Assim, juntamente com colaboradores,
desenvolveu um extenso programa de observação
sistemática do céu durante vários anos, o qual
culminou com o mapeamento de cerca de 1000
estrelas e o desenvolvimento de novas tabelas
para as posições dos planetas.
O espírito de precisão sempre norteou o seu
trabalho. Aliado a isso, ele desenvolveu uma
notável consciência acerca do fato de que
nenhuma medida pode resultar completamente
sem erro, não importando quão bom seja o
instrumento utilizado para obtê-la, e do significado
desta limitação no julgamento de uma teoria.
Ataques a teoria de Aristóteles?

SN 1572 foi uma supernova do


tipo Ia, na constelação de
Cassiopeia, uma das oito
supernovas visíveis a olho nu já
registradas na história da
astronomia. A explosão da
supernova foi observada em
novembro de 1572 e foi
observada independentemente
por vários indivíduos

Mapa estelar da constelação Cassiopeia mostrando a posição


da supernova de 1572; do Tycho Brahe's De nova stella
Ataques a teoria de Aristóteles?

Uma supernova é uma explosão


estelar poderosa e luminosa.
Este evento astronômico
transitório ocorre durante os
últimos estágios evolutivos de
uma estrela massiva ou quando
uma anã branca inicia uma
fusão nuclear descontrolada

Tycho noticed the “new” star on November 11, 1572, after


which it brightened to about the magnitude of Venus (–4)
and was visible during the day for about two weeks. The
supernova then slowly faded until it was no longer visible
with the naked eye in the night sky by March 1574.
Ataques a teoria de Aristóteles?

Brahe observa um cometa


em 1577 e pelos estudos de
sua trajetória, percebe que
este novo elemento se
movia no mundo
supralunar, através das
supostas esferas cristalinas
que continham os astros, o
que não deveria ser possível
segundo o modelo
Aristotélico
O Grande Cometa de 1577, visto sobre Praga em
12 de novembro. Gravura feita por Jiri Daschitzky.
A ordem de afastamento dos
planetas a partir do Sol é a
mesma que a proposta no
modelo copernicano. Com isso, a
relatividade do movimento Terra-
Sol permitiria a um observador
no Sol julgar-se centro do
movimento planetário, apontando
para a Terra uma órbita circular
entre as órbitas de Vênus e de
Marte.
A ordem de afastamento dos
planetas a partir do Sol é a
mesma que a proposta no
modelo copernicano. Com isso, a
relatividade do movimento Terra-
Sol permitiria a um observador
no Sol julgar-se centro do
movimento planetário, apontando
para a Terra uma órbita circular
entre as órbitas de Vênus e de
Marte.
O grande Feito

É baseado nos dados desse astrônomo dinamarquês


acerca das posições dos planetas que Kepler infere que
a eles se ajustam órbitas elípticas ao redor do Sol,
dando com isso um fim ao postulado secular grego do
movimento circular uniforme para os corpos celestes.

Nem o poder nem riqueza, só Arte e Ciência durarão


Tomb stone of the grave of Tycho Brahe being removed for exhumation in
November 2010
Antes:
De Aristóteles a Copérnico, a separação do mundo em duas
regiões distintas, a terrestre e a celeste, havia tornado sem
sentido qualquer indagação a respeito das causas físicas dos
movimentos dos astros. A distinção entre a física e a astronomia,
como campos independentes do conhecimento, restringia o
trabalho dos astrônomos, principalmente, à tarefa de observar,
descrever e predizer eventos, o que os conduzia

O sistema de Copérnico, tal como o ptolomaico, quatorze séculos


antes, limitava-se somente à descrição cinemática do movimento.
Antes:
A física do impetus, atribuída como causa da possível rotação da
Terra e de outros corpos celestes, por filósofos do século XIV,
estendia ao céu um conceito extraído do movimento quotidiano
terrestre, é bem verdade, mas representava uma ideia de
repercussão limitada junto ao meio acadêmico, pois a própria
questão da rotação da Terra não estava ainda resolvida,
permanecendo, para muitos, no campo da hipótese.

O “fim” do divórcio entre a astronomia e a física teve início com


Johannes Kepler (1571 - 1630)
As leis de Kepler do movimento
planetário

História da Física I

Prof. Wagner Jardim


Johannes Kepler

Alemão, nasceu em 27 de dezembro de 1571


faleceu em 15 de novembro de 1630.

Trabalhou basicamente com matemática,


astronomia e astrologia. Elaborou leis do
movimento descritas no livros Astronomia
nova e Harmonia do mundo.
Primeiras aproximações do
Céu e Terra

Um dos aspectos que influenciou na aproximação


entre a astronomia e a física teve início com Johannes
Kepler que, desde a mocidade, sentiu-se fortemente
atraído pelo sistema copernicano. Procurando
justificar por que as velocidades orbitais dos planetas
decrescem segundo a ordem em que distam do Sol,
Kepler considera o Sol não apenas fonte de luz e calor
e referencial para as órbitas planetárias, mas também o
agente responsável pelo movimento dos planetas
Primeiras aproximações do
Céu e Terra
Universalizando o conceito de força, isto é, aplicando ao
domínio celeste um conceito extraído da mecânica
terrestre, e procurando entendê-lo tanto qualitativa como
quantitativamente, Kepler reforça estudos de uma física
do sistema solar.

Ao fazer isso, ele vai contra a praxe secular de explicar


assuntos de astronomia de acordo com os métodos da
astronomia, que se situavam no campo da geometria e
da aritmética, sem relacioná-las com causas e hipóteses
físicas
Universo Extenso

O universo
kepleriano é
extenso, como
sustentam os que
advogam o
movimento orbital
da Terra, de modo a
explicar a ausência
de paralaxe estelar,
mas finito.
As crenças de Kepler

É em bases apriorísticas que Kepler considera


que o universo é um sistema sujeito a
regularidades que podem ser expressas em
termos quantitativos; que Deus organizou o
mundo segundo leis de harmonia matemática;
que todo conhecimento genuíno tem de ser
matemático.
Os sólidos perfeitos e a estrutura do universo
kepleriano
Ocorre que, desde os gregos antigos, sabia-se ser em número de cinco
os poliedros regulares, ou seja, os sólidos cujas faces poligonais são
todas iguais entre si. Conhecidos como sólidos perfeitos, dada a simetria
de suas faces, o tetraedro (pirâmide) é constituído por quatro triângulos
equiláteros; o hexaedro (cubo) por seis quadrados; o octaedro possui
oito faces que reproduzem triângulos equiláteros idênticos; doze
pentágonos constituem o dodecaedro e vinte triângulos equiláteros
formam o icosaedro.
Mysterium cosmographicum - 1596
Esfera de Saturno
Hexaedro regular (Cubo)
Esfera de Júpiter
Tetraedro regular (pirâmide)
Esfera de Marte
Dodecaedro regular
Esfera da Terra
Icosaedro regular
Esfera de Vênus
Octaedro regular
Esfera de Mercúrio
Mysterium cosmographicum - 1596

Evidentemente, Kepler não


acreditava na existência real
dessas esferas planetárias;
tampouco atribuía realidade
física aos sólidos que as
separavam

ele afirma, algumas páginas


depois, cautelosamente, que
se a determinação
astronômica das órbitas não
referendar a sua tese, “terão
sido inúteis todos os nossos
esforços prévios”
Tycho Brahe

Ao começar a Tycho Brahe, foi um


trabalhar com Tycho astrônomo
Brahe, em 1600, dinamarquês. Teve
Kepler recebeu deste um observatório
conceituado chamado
astrônomo a difícil Uranienborg na ilha
tarefa de determinar a de Ven, no Öresund,
1546-1601
órbita do planeta entre a Dinamarca e
Marte. a Suécia
Kepler e Brahe
Sendo um copernicano, Kepler, a
contragosto, iniciou a sua missão
adotando como
referencial teórico o modelo
tychoniano, um meio termo entre o
sistema copernicano e o
ptolomaico, “recomendado a todos
que relutavam em antagonizar a
ciência acadêmica mas que desejavam
salvar os fenômenos”
Mantendo o círculo da astronomia
grega, Kepler buscou o acordo com os
dados utilizando o modelo do
equante, refutado por Copérnico.
Kepler e Brahe
Sendo um copernicano, Kepler, a
contragosto, iniciou a sua missão
adotando como
referencial teórico o modelo
tychoniano, um meio termo entre o
sistema copernicano e o
ptolomaico, “recomendado a todos
que relutavam em antagonizar a
ciência acadêmica mas que desejavam
salvar os fenômenos”
Mantendo o círculo da astronomia
grega, Kepler buscou o acordo com os
dados utilizando o modelo do O modelo do equante, utlilizado por
equante, refutado por Copérnico. Kepler na procura de uma órbita
circular para Marte.
Leis de Kepler
1ª Lei de Kepler: Qualquer planeta gira em torno do Sol, descrevendo
uma forma elíptica da qual o Sol ocupa um dos focos.

Periélio Afélio
Excentricidade

Dos planetas conhecidos até Kepler, Mercúrio é o que apresenta a maior


excentricidade (e = 0,206). Seguem-se, em ordem decrescente, Marte (e = 0,093),
Saturno (e = 0,056), Júpiter (e = 0,048), Terra (e = 0,017) e Vênus (e = 0,007)
Leis de Kepler
2ª Lei de Kepler: A reta que une um planeta ao Sol "varre" áreas iguais em tempos iguais.

Planeta

D
VMáx A2 A1 V Mín
C

B
Leis de Kepler
2ª Lei de Kepler: A reta que une um planeta ao Sol "varre" áreas iguais em tempos iguais.

VMáx

V Mín
Leis de Kepler
2ª Lei de Kepler: A reta que une um planeta ao Sol "varre" áreas iguais em tempos iguais.
Leis de Kepler
As duas primeiras leis de Kepler foram publicadas em 1609, em seu
livro “Nova astronomia”. Somente em 1618 é que resulta divulgada a
sua terceira lei, na obra Harmonice mundi (A harmonia dos mundos).
3ª Lei de Kepler “A razão entre o cubo da distância média de um planeta ao
Sol e o quadrado do seu período de revolução é a mesma para todos os
planetas do sistema solar.”:

2
T
3
= K OU T2 = K . R3
R
T: período de revolução do planeta
R: raio da órbita do planeta
A terceira lei de Kepler nos diz que quanto mais afastado estiver o
planeta do Sol, maior o tempo que leva para dar uma volta completa
(maior o período), e vice-versa.

Só para você ter uma ideia: "A Terra leva um ano para dar uma
volta ao redor do Sol e o raio de sua órbita é igual á 1,000 u.a.
(uma unidade astronômica = 150 000 000 km), enquanto Plutão,
que era considerado o planeta mais afastado do Sol, leva 248
anos para dar uma volta completa e o raio da sua órbita é igual à
39,4 u.a."
O que move os mundos?

Mas, e quanto à causa do movimento planetário? Isto é, que tipo de


força proveniente do Sol vincula os planetas a órbitas elípticas e faz
com que as suas velocidades orbitais decresçam segundo a ordem
em que dele distam? Qual o mecanismo de ação dessa força e como
ela varia com a distância Sol-planeta?

Ao lidar com essas questões, Kepler foi influenciado pela obra do


físico inglês William Gilbert (1540-1603) sobre o magnetismo, De
Magnete, publicada em 1600: Para Gilbert, a Terra era um gigantesco
ímã envolto por uma camada superficial de água,
solo e rochas.

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