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Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física –

MNPEF Polo 25 UFMT_Cuiabá

NIUARA HECK

Trabalho apresentado a Prof. Dr.


Sérgio Roberto de Paulo na disciplina
de Marcos no desenvolvimento da
Física do Mestrado Nacional
Profissional em Ensino de Física –
Polo 25 UFMT_Cuiabá.

CUIABÁ – MT, Julho/2015


1. Na sua opinião, quais foram os principais desenvolvimentos da
ciência entre 2.000 a.C. e 1.800 d.C.? Quais foram os pensadores
e/ou cientistas envolvidos? Como se caracterizaram? Em quais
filosofias se encaixam dentre aquelas que estudamos (empirismo,
idealismo, experimentalismo e racionalismo)?
Historicamente vaias pessoas contribuíram para o desenvolvimento da
ciência, algumas até sem nem fazer relação, ou de certo morreram sem saber
da importância que tiveram para os avanços da ciência.
Tales de Mileto (624 – 546 a.C) de acordo com Cherman, foi o primeiro
a reconhecer a água como a matéria-prima de tudo que existia no planeta.
Além de ser o primeiro a observar fenômenos eletromagnéticos, claro sem
saber a importância que isso teria no futuro.
Em seguida Pitágoras (578 – 475 a.C), que não defendia nenhuma
destas teorias deu um passo fundamental para a ciência Ocidental, pois pela
primeira fez utilizaram a matemática para explicar os fenômenos naturais.
Podemos iniciar citando Aristóteles ( 384 a.C. – 322 a. C.), um
racionalista, sua teoria geocêntrica, a qual a Terra seria o centro do Universo
e que haveria algumas esferas girando ao redor da Terra inclusive o Sol,
apesar de não estar correta, fez com que outros filósofos se propusessem a
pensar se essa seria mesmo verdade.
Outro conhecimento construindo e que foi importante para o progresso
da ciência, foi o modelo de Universo de Erastóstenes (276 a.C.). Eratostenes
viveu maior parte de sua vida em Alexandria, onde foi diretor da famosa
biblioteca e foi reconhecido por determinar matematicamente, a circunferência
da Terra. Utilizou o seguinte procedimento: Percebeu que ao meio dia, numa
cidade ao sul de Alexandria, os raios solares não faziam nenhuma sombra
nesta cidade e no mesmo horário em Alexandria, onde Eratostenes morava,
os raios solares faziam sombra com um certo ângulo. Diante dessa descoberta,
deduziu que isso não seria possível se a Terra fosse plana. Eratostenes mediu
a distância entre Alexandria e esta cidade, verificando uma distância de
aproximadamente 800 KM e de posse dessas valiosas informações, conseguiu
através da Geonimetria, determinar a medida da circunferência do planeta
Terra. Filosoficamente, Eratostenes é caracterizado como um
experimentalista, considerando que utilizou técnicas geométricas para calcular

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essa circunferência, desmistificando a ideia de Terra plana, comprovando
cientificamente que a Terra é redonda.
E na mesma linha de estudos anos mais tarde aparece Nicolau
Copérnico (1473-1543), considerado o fundador da astronomia moderna,
desenvolveu conhecimentos nos campos da matemática, geografia e
astronomia. Sua teoria heliocêntrica afirmava que a Terra e os demais planetas
se moviam ao redor de um ponto vizinho ao Sol, sendo, este, o verdadeiro
centro do Sistema Solar. E é claro que sua teoria criou grande rebuliço na
época e incomodou um bocado a igreja.
1269 o francês Pèlerin de Maricourt descobre o funcionamento dos
dois pólos magnéticos de um imã.
Destacamos ainda Tycho Brahe (1546 – 1601), astrônomo, observou
um eclipse parcial do sol e iniciou alguns estudos sobre astronomia,
construindo observatórios com o objetivo de determinar de forma precisa os
movimentos dos objetos celestes. De acordo com Sérgio et ali. (2010) suas
hipóteses aceitavam o movimento dos planetas em torno do Sol, mas este,
juntamente com a Lua, orbitava a Terra, ainda ponto central. Tycho Brahe
contemporâneo de Galileu pertenceu à corrente do experimentalismo,
objetivando construir suas práticas científicas, as quais influenciaram o avanço
tecnológico da astronomia.
Discípulo de Tycho Brahe, Johannes Kepler (1571 - 1627 ),
matemático, construiu três Leis sobre o movimento planetário e as distâncias
orbitais. Conforme Sergio et ali. (2010) a ferramenta que dominava tão bem,
seria a peça fundamental para explicar essa nova visão do Universo. Kepler é
um matemático que utilizou seus conhecimentos para descrever o movimento
dos planetas e é caracterizado como um Experimentalistas, considerando que
testou seu modelo por intermédio de medidas.
Galileu Galilei (entre 1550 e 1609), contribuiu de forma efetiva para o
progresso na ciência na Idade Moderna, através da consolidação de
conhecimento como Movimento de queda livre, Plano Inclinado e
Melhoramento do telescópio. Galilei foi um cientista que tinha uma visão
contrária à filosofia de Aristóteles que acreditava que um determinado corpo
só permanecia em movimente com a atuação de alguma força. Galileu Galilei,
por sua vez, mostrou que a teoria de Aristóteles estava incorreta, e realizou
experiências com extremo rigor e precisão, identificando quer a força de atrito

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que influencia o corpo entrar em repouso. Galileu, foi um cientista voltado ao
experimentalismo e chegou a conclusões relevantes que influenciou outros
cientistas e revolucionou a ciência na idade Moderna.
Blaise Pascal em 1648, faz importantes pesquisas sobre a pressão
gerada pelo peso dos gases e da água.
Isaac Newton (1642 - 1727) unificou os trabalhos de Galileu e Kepler
na segunda metade do século XVIII, com a formulação das três leis de Newton,
conhecidas como: Princípio da Inércia, Princípio fundamental da Dinâmica e
Princípio da Ação e Reação. Isaac Newton é um legítimo representante da
filosofia empirista em que se utiliza a experiência como a única fonte do
conhecimento.
Já o físico holandês Christiaan Huygens, em 1678, foi o primeiro a
defender a ideia de que a luz se propaga como se fosse uma onda.
Alessandro Volta (1745 – 1827) foi um dos pioneiros no estudo da
eletricidade e mesmo não sendo considerada uma pessoa muito inteligente
pelos seus familiares, criou a pilha, invenção essa que é utilizada até hoje.
Em 1752, o pesquisador norte-americano Benjamim Franklin divulga
suas pesquisas sobre raios, demonstrando que existem dois tipos de cargas
elétricas, a negativa e a positiva, e em 1800, o astrônomo inglês William
Herschel faz uma importante descoberta sobre o Sol. O astro emite raios
infravermelhos.
Estes foram alguns filósofos, físicos, matemáticos, pensadores entre
outros que contribuíram de maneira significativa para os avanços da ciência no
período de 2000 a. C. – 1800 d. C..

2. Na época de Eratóstenes (Século III a.C.) a matemática estava já avançada


nos campos da geometria e trigonometria (graças principalmente ao
trabalho de Euclides). O número , por exemplo, já era plenamente
conhecido. Assista ao primeiro episódio da série Cosmos, de Carls Sagan
(disponível no youtube -
https://www.youtube.com/watch?v=aUOXaykWIMg) e descreva como
Eratóstenes determinou o raio da Terra. Sagan denominou o trabalho de
Eratóstenes de experimental. Por que não pode ser considerado
simplesmente empírico? A partir da medida do raio da Terra, descreva

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como Eratóstenes poderia ter medido a distância e tamanho da Lua e do
Sol, utilizando dados de observações de eclipses parciais e totais.
Erastóstenes viveu no Egito no século III a.C. na cidade de Alexandria
onde vivia e era bibliotecário chefe da famosa biblioteca. Ao ler um pergaminho
da Biblioteca, encontrou um relato curioso que dizia: “bem ao sul, no posto de
fronteira de Syene, no dia mais longo do ano, algo de notável acontecia, em
21 de junho a sombra de uma coluna ou de uma vareta encurtava com a
aproximação do meio dia, com o passar das horas os raios do sol deslizavam
pela parede de um poço que nos outros dias não era iluminado, então
precisamente ao meio dia as colunas não projetavam sombra e o sol brilhava
diretamente no fundo do poço, naquele momento o sol estava exatamente
abrindo”.
Foi uma observação que qualquer outra pessoa teria ignorado varetas,
sombras, reflexos em poços, a posição do sol, assunto simples do dia a dia
que importância possível poderia ter? Mas Erastóstenes era cientista e sua
contemplação desses assuntos caseiros mudou o mundo de certo modo por
ter tido a presença de espirito de experimentos.
Erastóstenes se perguntou, como podia no mesmo instante uma vareta
em Syene não projetar sombra e uma vareta em Alexandria 800 km ao norte
projeta uma sobre diferente? Foi por intermédio dessa problemática que
Eratóstenes construiu o conhecimento científico relacionado à circunferência
da Terra. Eratóstenes decidiu fazer um experimento. Ele mediu o comprimento
da sombra em Alexandria ao meio-dia de 21 de junho, quando a vareta em
Syene não produzia sombra, obtendo um ângulo de 7,2 0 graus
aproximadamente. Erastóstenes sabia que essa distância valia cerca de 800
km e então pensou: 7,2° graus são aproximadamente 1/50 de uma
circunferência (360°). E isso corresponde a cerca de 800 km. Oitocentos
quilômetros vezes cinquenta são quarenta mil quilômetros, de modo que
deve ser este o valor da circunferência da Terra. Matematicamente, utilizou o
seguinte formalismo:

𝑆𝐴 𝜆 800 𝐾𝑀 𝜆
= → = → 𝜆 = 40.000 𝐾𝑀
7,2° 360° 7,2° 360°

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Respondendo ao segundo questionamento, vejo que não pode ser
considerado empírico em função de Erastóstenes utilizar aspectos
experimentalistas uipara calcular a circunferência da Terra, considerando que
utilizou técnicas geométricas, desmistificando a ideia de Terra plana,
comprovando cientificamente que a Terra é redonda.
Com relação ao terceiro questionamento, Eratóstenes poderia ter
utilizado o seguinte procedimento geométrico para identificar as distâncias e o
tamanho da Lua e do Sol: no decorrer de um eclipse lunar em que a Lua é
ocultada totalmente ou parcialmente pela sombra da Terra, considerando o
tempo gasto nessa ocultação, Eratostenes com seus conhecimentos de
Geometria, poderia calcular o diâmetro do cone de sombra da Terra, na altura
da Lua e a partir dos centros da Lua, da Terra e do Sol e os respectivos raios,
utilizar a relação de semelhança de triângulos para calcular as distâncias e o
tamanho da Lua e do Sol, considerando que a geometria nesse período estava
em processo de ascensão.

3. Você acredita que se pode afirmar que, na época de Eratóstenes, a


cinemática estava desenvolvida, mas não a dinâmica? Por que?
Quando surge a dinâmica na história da ciência? A partir de quais
desenvolvimentos tecnológico-experimentais foi possível medir
força (isto é, quando o conceito quantitativo de força foi
desenvolvido)?
Na época de Eratóstenes a cinemática estava em processo de
desenvolvimento e veio a consolidar-se no início da Idade Moderna, através
do Astrônomo Johannes Kepler, discípulo de Tycho Brahe e que formulou as
Leis de Kepler que nos dá uma visão cinemática de todo o universo.
A dinâmica é um ramo da mecânica que estuda o movimento de um
corpo e as causas desse movimento, foi enunciado por Isaac Newton, através
da formulação das três leis que regem a mecânica clássica e que até hoje
influencia a humanidade.
A força F, representa a segunda Lei de Newton e é um dos principais
conceitos da Mecânica Clássica, ou seja, é o produto da massa pela
aceleração, isto é, uma grandeza que tem a capacidade de vencer a inércia de
uma corpo, modificando a sua velocidade.

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4. Qual é o tópico de Física que você tem maior dificuldade em lidar
em sala de aula? Por que?

Vejo o ensino de física muito monótono para os alunos, assim em


algumas salas, alguns tópicos são proveitosos e em outras aparecem as
dificuldades. A parte de física mais complexa para mim e a qual acaba sendo
nem trabalhada é a Mecânica quântica, pois geralmente trabalhamos
eletromagnetismo antes, esta já em alguns momentos causa dificuldades,
como por exemplo ao aluno entender campo eletromagnético, diante disso
acabamos tendo tempo reduzido ou não possuindo mais tempo para trabalhar
mecânica quântica.
Como a disciplina é ao mesmo tempo realidade do mundo
moderno e abstrata para os alunos, acabamos apenas trabalhando textos
relacionados e não o conteúdo duro da disciplina.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HARDOIM, Edna Lopes. As Ciências Naturais no Contexto Medieval, Edna


Lopes Hardoim, et al, 2 ed. Cuiabá: UAB/UFMT, 2010.

NETO, Miguel Jorge. As Ciências Naturais na Modernidade, Miguel Jorge Neto


et al. 2 ed. Cuiabá: UAB/UFMT, 2010.

PAULO, Sérgio Roberto de et al. Idade Antiga e Primitiva, Cuiabá, UAB/UFMT,


2009;

CHERMAN, A., Sobre os ombros de gigantes. Uma história da física. Rio de


Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

Site: http://www.suapesquisa.com/fisica/ Acessado em 25/06/2015.

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