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Centro de massa de um sistema de

partículas
Centro de massa de uma sistema de partículas

Um sistema de partículas (como um corpo extenso) terá movimento de translação se as


suas partículas descreverem igual trajetória, que pode ser retilínea ou curvilínea e, no
mesmo instante, todas tiverem igual velocidade.

Corpo com movimento de translação retilínea. Corpo com movimento de translação curvilínea.
Centro de massa de uma sistema de partículas

Um corpo (sistema de partículas) só com movimento de translação pode ser


representado pelo seu centro de massa, CM.

Centro de massa, CM:


O centro de massa de um sistema mecânico é o ponto onde se considera
concentrada toda a massa do sistema e onde são aplicadas todas as forças que nele
atuam

3
Centro de massa de uma sistema de partículas

Podemos reduzir um objeto extenso e complexo a um só ponto, o chamado centro de


massa (CM) do sistema, que se move, em cada instante, com velocidade igual à de cada
partícula do sistema.
Centro de massa de uma sistema de partículas

O centro de massa de um sistema de partículas é o ponto ao qual se associa a massa do


sistema e onde se considera aplicada a resultante das forças exercidas sobre o sistema.
Centro de massa de uma sistema de partículas

Muitos movimentos são uma combinação de translação e de


rotação. Por exemplo, numa roda de bicicleta há uma
translação retilínea do centro de massa e uma rotação em
torno do eixo que passa pelo centro de massa.

Bicicleta em movimento.

Num sistema de partículas que só tem movimento de translação basta estudar uma só
partícula, pois todas têm igual movimento. Se, simultaneamente, forem desprezáveis as
variações de energia interna do sistema, então o sistema será redutível a uma partícula.
Centro de massa de uma sistema de partículas

Num sistema de partículas que só tem movimento de


translação basta estudar uma só partícula, pois todas têm
igual movimento. Se, simultaneamente, forem desprezáveis
as variações de energia interna do sistema, então o sistema
será redutível a uma partícula.
Centro de massa de uma sistema de partículas

Nos sistemas com elevada simetria, e cuja massa esteja


uniformemente distribuída (sistema homogéneo), o centro de
massa localiza-se no centro geométrico do corpo.

Numa bola oca, num pneu ou num anel, com a massa


homogeneamente distribuída, o centro de massa é o centro
geométrico, mas não se localiza no corpo.

Se o sistema não tiver simetria, o centro de massa estará na região onde se concentrar
a maior parte da massa.
Centro de massa de uma sistema de partículas

O centro de massa
de um corpo com
elevada simetria
encontra-se no
centro geométrico
do corpo.
Centro de massa de uma sistema de partículas

m1 x1  m2 x 2
xCM 
m1  m2

Center Of Mass Simulator (unl.edu) Balançando 1.1.27 (colorado.edu)


Centro de massa de uma sistema de partículas

Para qualquer sistema de massa total m


contendo N partículas de massas m1, m2, …,
e respetivos vetores posição, num dado
referencial, a posição do centro de massa é
a média da posição de todas as partículas,
ponderada pelas massas (ponderada
significa que as partículas com maior massa
contribuem mais).
Centro de massa de uma sistema de partículas

As coordenadas da posição do centro de massa são dadas pelas equações escalares:

𝑚1 𝑥 1+ 𝑚2 𝑥 2 +…
𝑥 𝐶𝑀 =
𝑚1+ 𝑚2 +…

𝑚1 𝑦 1 +𝑚2 𝑦 2 + …
𝑦 𝐶𝑀 =
𝑚1 +𝑚2 +…

𝑚1 𝑧 1+ 𝑚2 𝑧 2 +…
𝑧 𝐶𝑀 =
𝑚1+ 𝑚2 +…
Centro de massa de uma sistema de partículas

Se um corpo não tiver simetria, mas puder ser


dividido em partes homogéneas com simetria,
o centro de massa do corpo pode ser
determinado calculando o centro de massa de
cada uma das partes e, em seguida, a posição
do centro de massa do sistema de partículas
equivalentes aos centros de massa
determinados.

Physics Simulation: Center of Mass (physicsclassroom.com)


Centro de massa de uma sistema de partículas

As coordenadas da posição do centro de massa de uma placa homogénea é a


média das posições dos centros de massa das secções assinaladas, ponderadas
pelas respetivas áreas:

𝐴 A 𝑥 A + 𝐴 B 𝑥 B + 𝐴 C 𝑥 C +…
𝑥 𝐶𝑀 =
𝐴 A + 𝐴B + 𝐴C + …

𝐴 A 𝑦 A + 𝐴B 𝑦 B + 𝐴C 𝑦 C + …
𝑦 𝐶𝑀 =
𝐴 A + 𝐴 B + 𝐴 C +…
Centro de massa de uma sistema de partículas

Determinaremos experimentalmente a posição do centro de massa (CM) de um corpo


rígido com espessura uniforme.
• Pendura-se o objeto por um ponto qualquer da sua periferia, ponto A, e marca-se
a linha vertical que passa por esse ponto.
Centro de massa de uma sistema de partículas

Determinaremos experimentalmente a posição do centro de massa (CM) de um corpo


rígido com espessura uniforme.
• Pendura-se depois o objeto por um outro ponto, B, e marca-se a linha
vertical que passa por B.

• A interseção das duas linhas indica a posição do centro de massa (claro que o
centro de massa está no interior do objeto e não na sua superfície!).
Centro de massa de uma sistema de partículas

Determinaremos experimentalmente a posição do centro de massa (CM) de um corpo


rígido com espessura uniforme.
• Para confirmar, pode escolher-se outro ponto, C, e pendurar de novo o objeto,
traçando a linha vertical que passa por C. Essa linha tem de intersetar as outras
duas no mesmo ponto (CM).
Centro de massa de uma sistema de partículas

A localização do centro de massa é determinante para a estabilidade de um corpo.

A estante, cuja forma se pode variar porque não


é rígida, só se mantém sem cair quando a
vertical que passa pelo seu centro de massa
(coincidente com o fio suspenso) cai dentro da
sua base de sustentação.

Estante
Questões (Resolução)

1. Determine as coordenadas do centro de massa do sistema apresentado admitindo


que mA = 200 g , mB = 100 g e mC = 600 g.

No referencial da figura as coordenadas da posição


𝑦 do centro de massa de cada um destes corpos são:
2 cm C
Corpo A – (1, 3) cm
Corpo B – (5, 1) cm
A
Corpo C – (5, 5) cm
R = 3 cm 0 , 200×1+0 ,100 × 5+0 ,600 × 5
𝑥 𝐶𝑀 = =4, 1 𝑐𝑚
6 cm

0 , 200+0 ,100+0 ,600


B 0 , 200 ×3 +0 , 100 ×1+ 0 , 600 ×5
2 cm

𝑦 𝐶𝑀 = =4 ,1 𝑐𝑚
0 ,200 +0 , 100+ 0 , 600
3 cm 𝑥
As coordenadas do centro de massa do sistema são (4,1; 4,1) cm
Velocidade e aceleração do centro de massa.

A velocidade do centro de massa é a média das velocidades das partículas, ponderada


pelas respetivas massas:
𝑚1 ⃗
𝑣1 +𝑚 2 ⃗
𝑣 2 +…
⃗ CM =
𝑣
𝑚1 +𝑚 1+ …

A aceleração do centro de massa obtém-se derivando, em ordem ao tempo, a


velocidade do centro de massa:
⃗ 1 +𝑚2 ⃗
𝑚1 𝑎 𝑎 2+ …
⃗ CM =
𝑎
𝑚1 +𝑚1 +…
Forças Interiores e Forças Exteriores
3.1
Considerar um corpo como uma única partícula nem sempre é possível.
Genericamente, a dimensão do corpo e o ponto de aplicação das forças
devem ser consideradas.

Forças exteriores – representam a ação de outros corpos sobre o corpo rígido


em análise.

𝐹❑


𝐹𝑔

𝑁1 ⃗
𝑁2

Considerando o sistema constituído unicamente pelo camião (corpo


rígido), todas as forças representadas são exteriores ao sistema
Forças Interiores e Forças Exteriores
3.1

Forças interiores – todas as aquelas que se estabelecem entre as partículas do


sistema e que são, por exemplo, responsáveis pela coesão do sistema
(corpo rígido).


𝐹 𝑣𝑒𝑟 / 𝑎𝑧
⃗ ⃗𝐹 𝑎𝑚/ 𝑎𝑧
𝐹 𝑎𝑧 /𝑣𝑒𝑟𝑚

𝐹 𝑎𝑚/ 𝑣𝑒𝑟⃗
𝐹 𝑎𝑧 /𝑎𝑚

𝑁𝐹

2
𝑣𝑒𝑟 / 𝑎𝑚


𝑁1

As circunferências coloridas representam partículas constituintes de um corpo rígido (sistema). As


interações esquematizadas a verde representam as forças interiores, ao passo que as
representadas a preto esquematizam as forças exteriores
Forças Interiores e Forças Exteriores
COMO REPRESENTAR AS FORÇAS APLICADAS NUM CORPO RÍGIDO

• O ponto de aplicação de uma força aplicada num corpo rígido não é relevante,
mas sim a sua linha de ação.

• As forças e são forças equivalentes

Princípio da transmissibilidade – as condições de equilíbrio ou de movimento não


se alteram com a deslocação de uma força ao longo da sua linha de ação
Forças Interiores e Forças Exteriores
COMO REPRESENTAR AS FORÇAS APLICADAS NUM CORPO RÍGIDO

• Pelo Princípio da Transmissibilidade, a deslocação do ponto de aplicação da


força para o pára-choques traseiro não altera o movimento ou as
restantes forças que actuam na carrinha.


𝐹❑ ⃗
𝐹❑


𝐹𝑔 ⃗
𝐹𝑔

𝑁1 ⃗
𝑁2 ⃗ ⃗
𝑁1 𝑁2
Segunda lei de newton aplicada a um sistema de partículas

A zona representada a amarelo constitui um sistema onde se esquematizam


algumas partículas constituintes do mesmo.
Estão ainda representadas as interações que se estabelecem entre as
partículas A e C. Entre todas as partículas estabelecem-se interações
semelhantes às esquematizadas (forças internas)

A força resultante é igual à soma vetorial


de todas as forças, internas e externas,
que atuam no sistema. Logo:

𝐹 R =∑ ⃗
𝐹 int + ∑ ⃗
𝐹 ext

Somatório das
forças interiores ao Somatório das
sistema forças exteriores
ao sistema
Segunda lei de newton aplicada a um sistema de partículas


𝐹 R =∑ ⃗
𝐹 int + ∑ ⃗
𝐹 ext

De acordo com a Terceira Lei de Newton,


conhecida por Lei da Ação-reação, as forças
exercidas entre quaisquer duas partículas do
sistema têm o mesmo módulo, a mesma
direção e sentidos opostos.
Logo,

∑ int do sistema é sempre igual a
𝐹 = ⃗
0 A soma das forças internas

zero

Assim, a força resultante que


atua no sistema é dada pela
soma das forças exteriores:

𝐹 R =∑ ⃗
𝐹 ext
Segunda lei de newton aplicada a um sistema de partículas


𝐹 R =∑ ⃗
𝐹 ext

Aplicando a Segunda Lei de Newton para


um sistema de N partículas:


𝐹 𝑅= 𝑀 ⃗
𝑎 CM

Massa do sistema que corresponde à


Aceleração do Centro
ou soma das massas de todas as
de massa do sistema
partículas do sistema.

O centro de massa de um sistema de partículas move-se como uma partícula de


massa M, massa do sistema, na qual se consideram aplicadas todas as forças
exteriores que atuam sobre o sistema.
Exercício:
Um par de patinadores sobre o gelo estão em repouso, virados um para o
outro e com as mãos encostadas. Subitamente, os patinadores empurram-
se mutuamente. Cada um dos patinadores desliza, de costas, afastando-se
um do outro.
A patinadora tem massa igual a 56 kg e, após o empurrão, fica sujeita a
uma aceleração de 1,5 m s-2.
Sendo a massa do patinador igual a 70 kg, determine a aceleração a que o
mesmo ficou sujeito após o empurrão mútuo.

A B As forças estabelecidas entre patinadores (constituintes do sistema) são


internas, pelo que a sua soma é nula.
A soma das forças é igualmente nula, pois os patinadores encontram-se em
repouso.
𝑚 𝐴 ⃗𝑎 𝐴 +𝑚 𝐵 ⃗𝑎𝐵 0=
𝑚 𝐴 𝑎 𝐴 +𝑚 𝐵 𝑎 𝐵
x 𝑎⃗ CM = logo 𝑚 𝐴 +𝑚 𝐵
𝑚 𝐴 +𝑚𝐵
De acordo com o referencial adotado, a aceleração do centro de massa da patinadora será: .

56 × ( − 1, 5 )+ 70× 𝑎 𝐵 84
0= ⇔70 𝑎 𝐵= 56 ×1 ,5 ⇔ 𝑎 𝐵 = ⇔ 𝑎 𝐵 =1 , 2𝑚 𝑠− 2
56+70 70
Exercício:
Um canhão de duas toneladas, colocado num
pequeno monte, disparou na horizontal um projétil x
de 6,0 kg, com uma velocidade inicial de 300 m s -1.
Determine a velocidade de recuo do canhão.

Resolução

- Antes de disparo, o canhão estava em repouso,


pelo que . 𝑚𝐶 ⃗
𝑣 𝐶 +𝑚 𝑃 ⃗
𝑣𝑃
⃗ 𝐶𝑀 =
𝑣
- A explosão que gerou o disparo do projétil é 𝑚𝐶 +𝑚 𝑃
responsável pela a atuação de forças internas do (𝑚 ¿ ¿ 𝐶 +𝑚 𝑃 )× 0=𝑚𝐶 𝑣 𝐶 +𝑚 𝑃 𝑣 𝑃 ¿
sistema (canhão + projétil).

- No momento do disparo não há forças externas 0=2000 × 𝑣 𝐶 + 6 , 0 × 300


novas

Assim:
⃗𝐹 =∑ ⃗𝐹 =0⃗
∑ ⃗𝐹int =⃗0 R ext
Logo, a velocidade do centro de massa não sofre
alteração no momento do disparo
Links úteis

Vídeo do youtube
https://youtu.be/2u7PkTVDLX0?t=720

Simuladores online

Center Of Mass Simulator (unl.edu)

Balançando 1.1.27 (colorado.edu)

Physics Simulation: Center of Mass (physicsclassroom.com)

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