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CONCEÇÃO ESTRUTURAL
2023–2024
1. CENTRO DE MASSA
CONCEÇÃO ESTRUTURAL
1. CENTRO DE MASSA
Centro de massa dum sistema de massas pontuais.
Definição. Significado físico.
Analogia com o “ponto de equilíbrio” dum sistema de forças paralelas.
Centro de massa e centro de gravidade dum corpo.
𝒎𝟏 ∙ 𝑿𝟏 + 𝒎𝟐 ∙ 𝑿𝟐 + . . . . + 𝒎𝐧 ∙ 𝑿𝐧 ∑𝐢=𝟏,𝐧(𝒎𝐢 ∙ 𝑿𝐢 )
𝑿𝐆 = =
𝒎𝟏 + 𝒎𝟐 + . . . . + 𝒎𝐧 ∑𝐢=𝟏,𝐧(𝒎𝐢 )
• No caso dum sistema constituído, apenas, por duas massas (i.e., 𝑛 = 2),
𝒎𝟏 ∙ 𝑿𝟏 + 𝒎𝟐 ∙ 𝑿𝟐
𝒙𝐆 =
𝒎𝟏 + 𝒎𝟐
(Σ𝐹vert = 0) 𝑅 = 𝐹1 + 𝐹2 𝑭𝟏 ∙ 𝟎 + 𝑭𝟐 ∙ 𝑳 𝐹2
{ ⟶ 𝒅𝟏 = = ∙𝐿
(Σ𝑀A = 0) 𝐹1 ∙ 0 + 𝐹2 ∙ 𝐿 = 𝑅 ∙ 𝑑1 𝑭𝟏 + 𝑭𝟐 𝐹1 + 𝐹2
(Σ𝑀O = 0) 𝐹1 ∙ 𝑋1 + 𝐹2 ∙ 𝑋2 = (𝐹1 + 𝐹2 ) ∙ 𝑋G
𝑭 𝟏 ∙ 𝑿𝟏 + 𝑭 𝟐 ∙ 𝑿𝟐
⟶ 𝑿𝐆 =
𝑭𝟏 + 𝑭𝟐
ou seja, a posição do ponto 𝐺 (definida pela coordenada 𝑋G ) corresponde à média ponderada das posições dos pontos de
aplicação das forças, (coordenadas 𝑋1 , 𝑋2 , … , 𝑋n ), tomando como fatores de ponderação as intensidades das forças.
𝒎𝟏 ∙ 𝑿𝟏 + 𝒎𝟐 ∙ 𝑿𝟐 + . . . . + 𝒎𝐧 ∙ 𝑿𝐧 ∑(𝒎𝐢 ∙ 𝑿𝐢 )
𝑿𝐆 = =
𝒎𝟏 + 𝒎𝟐 + . . . . + 𝒎𝐧 ∑(𝒎𝐢 )
𝒎𝟏 ∙ 𝒀𝟏 + 𝒎𝟐 ∙ 𝒀𝟐 + . . . . + 𝒎𝐧 ∙ 𝒀𝐧 ∑(𝒎𝐢 ∙ 𝒀𝐢 )
𝒀𝐆 = =
{ 𝒎𝟏 + 𝒎𝟐 + . . . . + 𝒎𝐧 ∑(𝒎𝐢 )
Em geral, e tal como foi referido no contexto de sistemas de massas pontuais dispostas em linha, o centro de massa dum
sistema de massas pontuais corresponde à média ponderada das suas posições tomando como fatores de ponderação os
valores das próprias massas. Conforme a analogia estabelecida com um sistema de forças paralelas, este ponto tem um
significado de “ponto de equilíbrio” do conjunto de massas.
Formalmente, se em vez de massas forem considerados os respetivos pesos, o referido “ponto de equilíbrio” não é designado
por centro de massa mas antes por centro de gravidade (ou, também, baricentro). Na prática corrente, todas estas expressões
referenciam o mesmo ponto e é aceite que sejam utilizadas indiferenciadamente.
Indicando por 𝜸 o peso volúmico do material constituinte (i.e., o seu peso por
unidade de volume) e por 𝑨 a área da placa, o peso total da placa é dado por
𝑷 = 𝜸 ∙ (𝑨
⏟ ∙ 𝒕)
volume
A linha de ação da força correspondente ao peso da placa está localizada de
forma que esta força é estaticamente equivalente ao conjunto de forças que
correspondem aos pesos de 𝒏 “pequenas” placas (cujos valores de área e peso
são indicados genericamente por 𝑨𝐢 e 𝑷𝐢 , com 𝑖 = 1, 2, … , 𝑛) em que a placa
original seja “exatamente” subdividida – CENTRO DE GRAVIDADE (ponto 𝑮).
𝑃 ∙ 𝑿𝐆 = 𝑃1 ∙ 𝑋1 + 𝑃2 ∙ 𝑋2 + . . . . + 𝑃n ∙ 𝑋n ∴
Tomando momentos em relação ao eixo 𝑶𝒀,
p. ex., resulta a seguinte fórmula para 𝑿𝐆 : 𝑃1 ∙ 𝑋1 + 𝑃2 ∙ 𝑋2 + . . . . + 𝑃n ∙ 𝑋n (𝛾 ∙ 𝑡) ∙ ∑(𝐴i ∙ 𝑋i ) ∑(𝑨𝐢 ∙ 𝑿𝐢 )
𝑿𝐆 = = =
𝑃1 + 𝑃2 + . . . . + 𝑃n (𝛾 ∙ 𝑡) ∙ ∑(𝐴i ) ∑(𝑨𝐢 )
∑(𝑨𝐢 ∙ 𝒀𝐢 )
Da mesma forma, tomando momentos em relação ao eixo 𝑶𝑿 , obtém-se: 𝒀𝐆 =
∑(𝑨𝐢 )
CONCEÇÃO ESTRUTURAL
O centroide duma superfície plana corresponde ao centro de massa duma placa homogénea idealmente fina (“sem espessura”)
com a mesma forma da superfície. Tal como foi referido a respeito do centro de massa, é aceite utilizar as expressões “centro
de gravidade” e “baricentro” (que, em rigor, dizem respeito ao peso de corpos) para referenciar o centroide duma superfície.
𝑏 ℎ 𝑏 ℎ 4𝑅 4𝑅
𝑋G = , 𝑌G = 𝑋G = , 𝑌G = 𝑋G = 0 , 𝑌G = 𝑋G = 𝑌G =
2 2 3 3 3𝜋 3𝜋
(ponto de
(2 eixos de simetria) (inters. das medianas) (ponto de simetria) (eixo de simetria) (eixo de simetria) simetria)
SUPERFÍCIES COMPOSTAS – De forma análoga ao centro de massa dum sistema de massas pontuais, se uma dada superfície
for decomposta em 𝒏 superfícies mais simples cujos centroides tenham localizações conhecidas à partida – superfícies
“elementares” –, o centroide da superfície original (superfície “composta”) pode ser localizado estabelecendo as seguintes
médias ponderadas,
∑(𝑨𝐢 ∙ 𝑿𝐆𝐢 ) ∑(𝑨𝐢 ∙ 𝒀𝐆𝐢 )
𝑿𝐆 = 𝒀𝐆 =
∑(𝑨𝐢 ) ∑(𝑨𝐢 )
sendo 𝑨𝐢 a área da 𝑖 ésima superfície elementar e (𝑿𝐆𝐢 , 𝒀𝐆𝐢 ) as coordenadas do respetivo centroide.
• Coordenada 𝒀𝐆
50 20
∑(𝑨𝐢 ∙ 𝒀𝐆𝐢 ) (30 × 50) × ( 2 ) + (110 × 20) × (50 + 2 )
𝒀𝐆 = = = 𝟒𝟓, 𝟖 𝐜𝐦
∑(𝑨𝐢 ) 3700
Composição 1 (aditiva)
Composição 2 (subtrativa)
Componente 𝑨𝐢 [cm2] 𝑿𝐆𝐢 [cm] 𝒀𝐆𝐢 [cm] 𝑨𝐢 ∙ 𝑿𝐆𝐢 [cm3] 𝑨𝐢 ∙ 𝒀𝐆𝐢 [cm3]
1 20 × 100 = 2000 20/2 = 10 100/2 = 50 20 000 100 000
2 1/2 × 60 × 30 = 900 20 + 1/3 × 60 = 40 50 + 2/3 × 30 = 70 36 000 63 000
3 60 × 20 = 1200 20 + 60/2 = 50 80 + 20/2 = 90 60 000 108 000
Somas ( Σ ) 𝟒𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟏𝟔 𝟎𝟎𝟎 𝟐𝟕𝟏 𝟎𝟎𝟎
Componente 𝑨𝐢 [cm2] 𝑿𝐆𝐢 [cm] 𝒀𝐆𝐢 [cm] 𝑨𝐢 ∙ 𝑿𝐆𝐢 [cm3] 𝑨𝐢 ∙ 𝒀𝐆𝐢 [cm3]
1 10 × 50 = 500 10/2 = 5 50/2 = 25 2 500 12 500
2 60 × 30 = 1800 10 + 60/2 = 40 30/2 = 15 72 000 27 000
3 −𝜋 ∙ 202 /2 = −628 10 + 20 = 30 30 − 4 × 20/(3𝜋) = 21,5 −18 850 −13 516
Somas ( Σ ) 𝟏𝟔𝟕𝟐 𝟓𝟓 𝟔𝟓𝟎 𝟐𝟓 𝟗𝟖𝟒
O MOMENTO DE INÉRCIA duma superfície plana em relação a um EIXO é uma propriedade geométrica cujo valor é proporcional
ao momento, segundo esse eixo, que é necessário aplicar a uma placa homogénea de espessura constante e com a forma da
superfície de modo a produzir um movimento de rotação da placa (em torno do referido eixo) com uma dada aceleração angular.
EXEMPLO MI.1 Cálculo dos valores de 𝑰𝐱 relativos aos quatro retângulos indicados (com igual área, 𝑨)
CONCLUSÃO: Se bem que os quatro retângulos tenham igual área, registam-se diferenças substanciais entre os valores de 𝐼x
– em particular, o valor de 𝑰𝐱 relativo à figura 1 é dezasseis vezes superior ao valor relativo à figura 4 (conforme será detalhado
mais oportunamente, esta questão é importante, p. ex., relativamente à definição da secção transversal de vigas e pilares).
NOTA: Os momentos de inércia de superfícies são expressos em [unidade de comprimento]4 (no quadro acima, é adotado m4).
O momento de inércia duma superfície plana em relação a um PONTO no seu plano é igual à soma dos momentos de inércia da
superfície em relação a quaisquer duas retas perpendiculares, contidas no plano da superfície, que se intersetem nesse ponto.
𝑨 𝑏∙ℎ 𝜋 ∙ 𝑅2 ≈ 2𝜋 ∙ 𝑅 ∙ 𝑡
𝑏 ∙ ℎ3 ℎ2 ℎ ∙ 𝑏3 𝑏2 𝜋 ∙ 𝑅4 𝑅2
𝑰𝐱 , 𝑰𝐲 𝐼x = =𝐴∙ 𝐼y = =𝐴∙ 𝐼x = 𝐼y = =𝐴∙ 𝐼x = 𝐼y = 𝐼G /2 ≈ 𝜋 ∙ 𝑅3 ∙ 𝑡
12 12 12 12 4 4
2 2
𝑏 +𝑏 𝑏 + 𝑏2
2
𝜋 ∙ 𝑅4 𝑅2
𝑰𝐆 = 𝑰𝐱 + 𝑰y (𝑏 ∙ ℎ ) ∙ =𝐴∙ =𝐴∙ ≈ 𝐴 ∙ 𝑅2 ≈ 2𝜋 ∙ 𝑅3 ∙ 𝑡
12 12 2 2
Em geral, os momentos de inércia duma superfície podem ser expressos na forma 𝑰 = 𝑨 ∙ 𝒊𝟐 , sendo 𝒊 = √ 𝑰/𝑨 uma
grandeza com dimensão de comprimento e que é designada por RAIO DE GIRAÇÃO (relativamente ao eixo ou ponto em causa).
ℎ 𝑏
• retângulo de lados 𝑏 × ℎ 𝑖x = √ 𝐼x /𝐴 = 𝑖y = √ 𝐼y /𝐴 =
√12 √12
𝑅
• círculo de raio 𝑅 𝑖x = 𝑖𝑦 =
2
• anel circular fino (𝑡 << 𝑅) 𝑖G = 𝑅
TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS – O momento de inércia duma superfície plana em relação a um eixo genérico EF (𝑰𝐄𝐅 )
é igual à soma do seu momento de inércia em relação ao eixo baricêntrico paralelo ao eixo em causa (𝑰𝐆∥ ) com o produto da sua
área pelo quadrado da distância entre os eixos (𝑨 ∙ 𝒅𝟐 ), ou seja,
𝑰𝐄𝐅 = 𝑰𝐆∥ + 𝑨 ∙ 𝒅𝟐
COROLÁRIO: Uma vez que a parcela (𝑨 ∙ 𝒅𝟐 ) é sempre não negativa, conclui-se que, para cada direção, a reta que passa no
centroide da superfície é a reta em relação à qual o momento de inércia da superfície regista o valor mínimo.
EXEMPLO MI.2 Cálculo do momento de inércia do retângulo representado na figura em relação aos eixos
que contêm os lados menores (é indicado, apenas, o eixo “inferior”, 𝐵𝐵′)
• momento de inércia em relação ao eixo baricêntrico paralelo ao eixo 𝐵𝐵′ (eixo 𝐺𝑥)
0,25 × 0,503
𝐼x = = 2,60 × 10−3 m4
12
𝐼x
𝑰𝐱 ≈ 0,110 × 804 = 4,51 × 106 mm4 → 𝒊𝐱 = √ = 21,2 mm
𝐴
• momentos de inércia
e raios de giração
𝜋 × 804 𝐼y
𝑰𝐲 = = 16,08 × 106 mm4 → 𝒊𝐲 = √ = 40,0 mm (= R/2)
{ 8 𝐴
NOTAS: O valor do momento de inércia 𝑰𝐲 do semicírculo corresponde a metade do momento de inércia dum círculo, com o
mesmo raio, em relação a um eixo diametral, ou seja: 𝑰𝐲 = (1/2) ∙ (𝜋 ∙ 𝑹𝟒 /4) = 𝜋 ∙ 𝑹𝟒 /8
Em relação do momento de inércia 𝑰𝐱 , a fórmula 𝑰𝐱 ≈ 0,110 ∙ 𝑹𝟒 pode ser obtida com base na fórmula para o
momento de inércia dum círculo com raio 𝑅 em relação a um eixo diametral e no teorema dos eixos paralelos.
𝜋 ∙ 𝑅4 𝜋 ∙ 𝑅2 4𝑅 2 𝜋 8
𝐼OX = 𝑰𝐱 + 𝐴 ∙ 𝑑 2 ⟹ 𝑰𝐱 = − ∙ ( ) = ( − ) ∙ 𝑅4 ≈ 0,110 ∙ 𝑹𝟒
8 2 3𝜋 8 9𝜋
SUPERFÍCIES COMPOSTAS
O momento de inércia em relação a um eixo (ou ponto) duma superfície “composta”
é igual à soma dos momentos de inércia em relação ao mesmo eixo (ou ponto) de 𝑛
superfícies componentes em que seja decomposta – superfícies “elementares”.
EXEMPLO MI.4 Considera-se a secção transversal dum perfil HEA 280 (tipo de perfil de aço laminado a quente).
OBJETIVO ‒ Assimilando os banzos e a alma do perfil a chapas retangulares, estimar a área, os momentos de inércia 𝑰𝐱 e 𝑰𝐲
e os respetivos raios de giração da secção transversal do perfil (vd. figura).
𝐼x 130,0 × 106
𝑖x = √ ≈√ = 118,7 mm
𝐴 9,232 × 103
• raios de
giração
𝐼y 47,6 × 106
𝑖y = √ ≈√ = 71,8 mm
{ 𝐴 9,232 × 103
• (Nota complementar) Avaliação do peso por unidade de comprimento (𝑔) dum perfil HEA 280
Peso volúmico do aço 𝛾aço = 77 kN/m3 → 𝑔 = (𝛾aço ∙ 𝐴) ≈ 77 [kN/m3 ] × 9,232 × 10−3 [m2 ] = 0,71 kN/m
(valor exato = 0,75 kN/m)
• Componente 2
110 × 203
𝐼x,2 = +⏟
(110 × 20) × ( ⏟ ⏟ )2
(50 + 20/2) − 45,8
12 𝑠
área (𝐴2 ) 𝑠y,2 y,G
Componente 𝑰𝐱∥,𝐢 [cm4] 𝒅𝐢 = 𝒀𝐆𝐢 − 𝒀𝐆 [cm] (𝑨𝐢 ∙ 𝒅𝟐𝐢 ) [cm4] 𝑰𝐱,𝐢 = 𝑰𝐱∥,𝐢 + 𝑨𝐢 ∙ 𝒅𝟐𝐢 [cm4]
80 × 603
Em relação aos 1 = 1,440 × 106 7,21 249 × 103 1,689 × 106
momentos de 12
inércia 𝑰𝐱 e 𝑰𝐲 : 2 −0,110 × 304 = −89 × 103 24,48 −847 × 103 −936 × 103
CONCEÇÃO ESTRUTURAL
ANEXO
a) MASSA PONTUAL
Considere-se uma massa pontual (𝒎) ligada por uma biela de massa desprezável a um eixo de
rotação localizado à distância 𝒓 (ponto 𝑂), e que segundo esse eixo é aplicado um momento
constante (𝑴). Nestas condições, a massa descreve uma trajetória circular de raio igual a 𝑟.
Por outro lado, indicando a aceleração angular por 𝜶 , regista-se que 𝒂𝐭 = 𝒓 ∙ 𝜶 (da mesma
forma que o comprimento dum arco de circunferência, 𝑠 , está relacionado com o respetivo
ângulo ao centro, 𝜃 , através de 𝑠 = 𝑟 ∙ 𝜃). Conjugando estas fórmulas “simples”, obtém-se:
𝑴 = 𝐹I ∙ 𝑟 = (𝑚 ∙ 𝑎t ) ∙ 𝑟 = (𝒎 ∙ 𝒓𝟐 ) ∙ 𝜶
Assim, conclui-se que se 𝑀 for constante (em conjunto com 𝑚 e 𝑟), o mesmo sucederá quanto à aceleração angular 𝛼 (ou seja,
o movimento de rotação é uniformemente acelerado). Conclui-se, também, que o valor de 𝜶 produzido por um momento 𝑴
é inversamente proporcional ao fator (𝒎 ∙ 𝒓𝟐 ). Este fator, indicado por 𝑰𝐎 , é designado por MOMENTO DE INÉRCIA da massa 𝑚
em relação ao eixo de rotação (e, mais genericamente, em relação a qualquer ponto 𝑂 localizado à distância 𝑟 da massa 𝑚).
Por aplicação dum momento de intensidade constante (𝑴) segundo esse eixo (𝑮𝒙),
a placa apresenta um movimento de rotação com aceleração angular constante
(movimento uniformemente acelerado) – cada ponto da placa descreve uma
trajetória circular de raio igual à sua distância ao eixo de rotação (neste caso, essa
distância coincide com a coordenada 𝑦); designando por 𝜶 a aceleração angular do
Distribuição das acelerações tangenciais (𝑎t )
– rotação em torno de 𝐺𝑥 com acel. angular 𝛼 movimento, a aceleração tangencial registada num ponto é dada por 𝒂𝐭 = 𝒚 ∙ 𝜶 .
Em cada ponto da placa, a força de inércia associada ao movimento tem direção tangente à trajetória e uma intensidade, por
unidade de volume da placa, que é dada por 𝒇𝐈 = 𝝆 ∙ 𝒂𝐭 . Em cada instante, o momento, em torno do eixo de rotação,
resultante das referidas forças de inércia deve igualar o momento 𝑴 aplicado – condição de equilíbrio de momentos.
Assim, se a superfície da placa for decomposta “exatamente” em inúmeras (𝑛) superfícies elementares de “pequena” área,
obtém-se a fórmula seguinte (sendo 𝐴i a área da 𝑖 ésima superfície elementar e 𝑦i a coordenada-𝑦 do respetivo ponto “central”):
2
(𝜌 ∙ 𝑦i ∙ 𝛼) ∙ (𝐴i ∙ 𝑡) ∙ (𝑦
𝑴= ∑ ⏟ ⏟ i ) = (𝜌 ∙ 𝑡 ∙ 𝛼) ∙ ∑ (𝐴i ∙ 𝑦i )
𝑖=1,𝑛 𝐟𝐨𝐫ç𝐚 𝐫𝐞𝐬𝐮𝐥𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞 "𝐛𝐫𝐚ç𝐨" 𝑖=1,𝑛
Nas condições descritas, a carga distribuída 𝒑𝐈 = (𝑓I ∙ 𝑏 ∙ 𝑡), que corresponde à resultante das forças de inércia por unidade de
comprimento segundo a direção do eixo 𝐺𝑦 , é uma função linear da coordenada 𝑦 , expressa por 𝒑𝐈 (𝒚) = (𝝆 ∙ 𝒃 ∙ 𝒕) ∙ 𝒚 ∙ 𝜶 .
Uma vez que o momento resultante da carga distribuída 𝑝I (𝑦) deve igualar o momento 𝑀,
(condição de equilíbrio), tem-se que:
2ℎ 1 ℎ 2ℎ ℎ2 𝒉𝟐
𝑴=𝐹∙ = [ ∙ (𝜌
⏟ ∙ 𝑏 ∙ 𝑡) ∙ (ℎ/2 ∙ 𝛼) ∙ ] ∙ = (𝜌
⏟ ∙ 𝑏 ∙ ℎ ∙ 𝑡) ∙ ∙ 𝛼 = (𝒎 ∙ )∙𝜶
3 2 2 3 12 ⏟ 𝟏𝟐
|𝒑𝐈 (𝒚=±𝒉/𝟐)| 𝐦𝐚𝐬𝐬𝐚 𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥,𝒎
= 𝑰𝐱
Conclui-se, assim, que o valor de 𝜶 produzido por um dado momento 𝑴 é inversamente proporcional ao fator (𝒎 ∙ 𝒉𝟐 /𝟏𝟐),
sendo 𝒎 a massa total da placa, dada por 𝑚 = 𝜌 ∙ (𝑏 ∙ ℎ ∙ 𝑡), e 𝒉 a sua dimensão na direção perpendicular à do eixo de rotação.
Este fator, indicado por 𝑰𝐱 , é designado por MOMENTO DE INÉRCIA da placa em relação ao eixo 𝐺𝑥. 𝑰𝐱 = 𝒎 ∙ 𝒉𝟐 /𝟏𝟐
QUESTÃO: Se a totalidade da massa da placa for concentrada num ponto, a que distância do eixo 𝐺𝑥 deve ser posicionado
esse ponto para que os momentos de inércia da massa pontual e da placa, em relação ao referido eixo, sejam iguais?
𝒉𝟐 𝑰𝐱 𝒉
Indicando a referida distância por 𝒊𝐱 , obtém-se a fórmula seguinte: 𝑰𝐱 = 𝒎 ∙ = 𝒎 ∙ 𝒊𝟐𝐱 ∴ 𝒊𝐱 = √ =
𝟏𝟐 𝒎 √𝟏𝟐
O comprimento 𝒊𝐱 assim determinado, 𝒊𝐱 = √𝑰𝐱 /𝒎 , é designado por RAIO DE GIRAÇÃO da placa em relação ao eixo 𝐺𝑥.