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Departamento de Ciências Exatas – Engenharia

Termodinâmica – Aula 01

Energia e Trabalho
Prof. MSc. PhD. Alberto Lozéa Feijó Soares
E-mail: alberto.soares@fmu.br

08/09/2022 FMU - Termodinâmica V3.0 - Prof. A. Lozéa 1


Trabalho Mecânico (𝑾)
Ԧ sobre uma
Na Mecânica Newtoniana, um corpo que se move ao longo de uma trajetória 𝑆,
Ԧ
superfície sem ATRITO e que sofre ação de uma FORÇA RESULTANTE 𝐹,

𝐹Ԧ
𝜃
𝑚

0 𝑆Ԧ𝑖 𝑑𝑆Ԧ ∆𝑆 𝑆𝑓

Tem TRABALHO dado por:

𝑊 = 𝐹Ԧ ⋅ ∆𝑆 (1)

Onde a Eq. (1) é o PRODUTO ESCALAR (𝐹Ԧ ⋅ ∆𝑆 = 𝐹 ⋅ ∆𝑆 ⋅ cos 𝜃) entre a FORÇA e o


DESLOCAMENTO. Para um DESLOCAMENTO INFINITESIMAL 𝑑 𝑆, Ԧ o TRABALHO será:
𝑆𝑓
𝑊 = න 𝐹Ԧ ⋅ 𝑑 𝑆Ԧ (2)
𝑠𝑖
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Interpretação matemática da Integral
Matematicamente, a integração é o cálculo de uma ÁREA. Para uma função qualquer 𝐹(𝑆),
o TRABALHO realizado por uma FORÇA variável, será a ÁREA abaixo da curva no gráfico
𝐹 × 𝑆, onde 𝐹 é a intensidade da FORÇA aplicada e 𝑆 é o deslocamento do móvel.

𝐹(𝑆)
𝐹(𝑆)

𝑆𝑓
N
Ԧ
ÁREA 𝑊 = න 𝐹(𝑆)
= ⋅ 𝑑 𝑆Ԧ
𝑆𝑖

𝑆𝑖 𝑆𝑓 𝑆

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Interpretação matemática da Integral
Exemplo de uma função 𝑓(𝑥) qualquer sendo integrada da posição 𝑎 até 𝑏.

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Energia Cinética (𝑲𝑬)
Seja o mesmo corpo movendo-se ao longo de uma trajetória 𝑆Ԧ sem ATRITO, sob a ação de
uma FORÇA 𝐹Ԧ na mesma direção do deslocamento (𝜃 = 0). Esta FORÇA obedece a 2ª Lei
de Newton, ou seja, 𝐹 = 𝑚 ⋅ 𝑎. Logo, o TRABALHO MECÂNICO dado pela Eq. (2) será:
1
𝑆𝑓 𝑆𝑓 𝑆𝑓
𝑊 = න 𝐹Ԧ ⋅ 𝑑𝑆Ԧ ⇒ 𝑊 = 𝑚 න 𝑎Ԧ ⋅ 𝑑 𝑆Ԧ = 𝑚 න 𝑎 ⋅ 𝑑𝑆 ⋅ cos(0°)
𝑠𝑖 𝑠𝑖 𝑠𝑖
𝑆𝑓 𝑉𝑓 𝑉
𝑑𝑉
⇒ 𝑊 = 𝑚න ⋅ 𝑑𝑆 = 𝑚 න 𝑉 ⋅ 𝑑𝑉
𝑠𝑖 𝑑𝑡 𝑉𝑖
𝑉𝑓
1 2 1
𝑉
⇒𝑊=𝑚 อ = 𝑚𝑉𝑓 − 𝑚𝑉𝑖2 = 𝐾𝐸𝑓 − 𝐾𝐸𝑖 = ∆𝐾𝐸
2
2 2 2
𝑉𝑖
A GRANDEZA FÍSICA 𝐾𝐸 é chamada de ENERGIA CINÉTICA (kinetics energy em inglês):
1
𝐾𝐸 = 𝑚𝑉 2 (3)
2
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Energia Potencial Gravitacional (𝑼)
Seja uma massa 𝑚 que deve ser suspensa a uma altura ∆𝑧 e que sofre a ação da FORÇA
PESO 𝑃.
𝑧 Quanta ENERGIA gastamos ao elevar um corpo com massa 𝑚
da posição 𝑧𝑖 para a posição 𝑧𝑓 ?

Nesta situação, a força que devemos superar, é a força PESO.


𝑧𝑓 Portanto o mínimo que a força externa deve fazer, para que o
corpo se eleve com velocidade constante, é:

𝐹𝐸𝑥𝑡 = 𝑃 = 𝑚 ⋅ 𝑔
𝐹𝐸𝑥𝑡
O TRABALHO será realizado por uma força negativa (−𝑃), pois
ela encontra-se no sentido contrário ao movimento.
𝑚
𝑧𝑖 Nesta caso, o TRABALHO realizado pela força externa, 𝐹𝐸𝑥𝑡 ,
também será negativo, e a energia transferida para o corpo
𝑃 fica armazenada (acumulada) na configuração espacial do
0 sistema, e poderá ser reutilizada depois. A isto chamamos
ENERGIA POTENCIAL.

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Energia Potencial Gravitacional (𝑷𝑬)
Para encontrar o TRABALHO da força externa, substituímos a FORÇA PESO 𝑃 na Eq. (2).
Lembrando que 𝑃 tem sentido contrário ao MOVIMENTO, logo, 𝜃 = 180°.
𝑧𝑓 𝑧𝑓 −1
𝑆
𝑊 = න 𝐹Ԧ ⋅ 𝑑 𝑆Ԧ ⇒ 𝑊 = 𝑚 න 𝑔Ԧ ⋅ 𝑑𝑧Ԧ = 𝑚 න 𝑔 ⋅ 𝑑𝑧 ⋅ cos(180°)
𝑠0 𝑧𝑖 𝑧𝑖
𝑧𝑓 𝑧𝑓
⇒ 𝑊 = −𝑚𝑔 න 𝑑𝑧 = −𝑚𝑔𝑧 ቚ = −𝑚𝑔(𝑧𝑓 − 𝑧𝑖 )
𝑧𝑖 𝑧𝑖

⇒ 𝑊 = − (𝑚𝑔𝑧𝑓 − 𝑚𝑔𝑧𝑖 ) = −(𝑃𝐸𝑓 − 𝑃𝐸𝑖 ) = −∆𝑃𝐸

A GRANDEZA FÍSICA 𝑃𝐸 é chamada de ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL:

𝑃𝐸 = 𝑚𝑔𝑧 (4)

A Eq. (4) está associada a FORÇA DA GRAVIDADE 𝑚𝑔 e a ALTURA 𝑧 que é uma


PROPRIEDADE EXTENSIVA, logo 𝑈 também é EXTENSIVA.

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Exemplo mecânico do princípio de
conservação de Energia Mecânica
𝑃𝐸4 = 1000 J

4 𝐾𝐸3 = 0 J

1 3 5

𝑃𝐸1 = 0 J 𝑃𝐸3 = 0 J 𝑃𝐸5 = 0 J 𝑀𝐸 = 𝐾𝐸 + 𝑃𝐸 = Const.


𝐾𝐸1 = 1000 J 𝐾𝐸3 = 1000 J 𝐾𝐸5 = 1000 J

𝑃𝐸2 = −2250 J
𝐾𝐸1 = 3250 J

Divirta-se com sua própria half-pipe simulada:


https://phet.colorado.edu/sims/html/energy-skate-park-basics/latest/energy-skate-
park-basics_pt_BR.html

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Leia mais: https://www.autodesk.com/products/eagle/blog/three-laws-thermodynamics/

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Princípio de conservação de Energia Mecânica
Quando a FORÇA RESULTANTE faz com que a elevação aumente, o corpo seja acelerado ou
ambos, o TRABALHO realizado pode ser interpretado como uma transferência de energia
para o corpo, onde ela é armazenada como ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL e/ou
ENERGIA CINÉTICA. Isso nos dá a noção que que a ENERGIA MECÂNICA 𝑀𝐸, ou seja, a
soma de 𝐾𝐸 e 𝑃𝐸, é conservada quando não há atrito.

𝑀𝐸 = 𝐾𝐸 + 𝑃𝐸 = Const. (5)

Até agora a teoria foi centrada em sistemas para os quais as FORÇAS aplicadas afetam
apenas a VELOCIDADE global e a POSIÇÃO. No caso de SISTEMAS TERMODINÂMICOS de
Engenharia, que interagem com a VIZINHANÇA de maneira bem mais complicada, fazem
com que outras PROPRIEDADES como PRESSÃO, VOLUME e TEMPERATURA sofram
variações.

Para analisar tais SISTEMAS, os conceitos de ENERGIA CINÉTICA e POTENCIAL e o


PRINCÍPIO DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA dado pelo Eq. (5) não são suficientes e devem
ser ampliados para incluir outras formas de interação com a VIZINHANÇA.

Veremos na próxima sessão essa extensão do conceito de ENERGIA e TRABALHO.

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Ampliando o conceito de Trabalho
O TRABALHO é uma forma de transferências de ENERGIA. Assim sendo, o TRABALHO não
se refere ao que está sendo transferido ou ao que é armazenado no SISTEMA. ENERGIA é
transferida e armazenada quando o TRABALHO é realizado. Por exemplo, na Figura abaixo
o sistema B transfere ENERGIA para o sistema A (através a FRONTEIRA) com a
movimentação das pás.

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Será possível ferver a água com um liquidificador?

Vídeo: “Can You Boil Water Just By Mixing it Really Fast?”, https://youtu.be/GjcOobt9Ef8.

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Ampliando o conceito de Trabalho
Na TERMODINÂMICA, o TRABALHO é definido como o efeito que um SISTEMA TÉRMICO
(gás ou uma misturas líquido + gás) provoca em sua VIZINHANÇA ou vice versa. Um
exemplo disso é a elevação de um PESO quando aquecemos um gás confinado em um
recipiente com a tampa móvel (pistão) em um PROCESSO ISOBÁRICO.

Estado 1 (𝑝1, 𝑉1, 𝑇1) 𝑊 realizado pelo Estado 2 (𝑝2, 𝑉2, 𝑇2)
gás (peso elevado)

Transformação isobárica
(𝑝1 = 𝑝2 )

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Ampliando o conceito de Trabalho
É conveniente diferenciar quando o TRABALHO é realizado pelo SISTEMA sobre a
VIZINHANÇA ou pela VIZINHANÇA sobre o SISTEMA.

𝐹 Trabalho realizado pelo


⟶ 𝑊>0
sistema (expansão)

𝐹 Trabalho realizado sobre


⟶ 𝑊<0
o sistema (compressão)

É conveniente diferenciar quando o TRABALHO é realizado pelo SISTEMA sobre a VIZINHANÇA ou


pela VIZINHANÇA sobre o SISTEMA. Cada um desses podem ser identificados pela expansão ou
compressão do sistema. No caso da expansão, o gás exerce trabalho sobre a VIZINHANÇA (𝑊 > 0) e
no caso da compressão, a VIZINHANÇA exerce trabalho sobre o gás (𝑊 < 0).

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Trabalho na expansão e compressão
Considere um gás (ou líquido) contido em um SISTEMA FECHADO composto por um
recipiente vedado com uma tampa (pistão) que pode mover-se livremente sem atrito e
que se expande ou contrai QUASE-ESTATICAMENTE conforme a Figura abaixo. O pistão
mover-se lentamente e o ESTADO TERMODINÂMICO do gás é modificado suavemente,
podemos descrever matematicamente o TRABALHO realizado por um gás em expansão.

Área 𝐴
𝑑𝑥
Variação do volume infinitesimal 𝑑𝑉 = 𝐴𝑑𝑥

Gás à pressão 𝑝
Δ𝑥
Onde 𝐴 é a seção reta do pistão, 𝑝 é a pressão interna do gás, Δ𝑥 é o deslocamento do
pistão e 𝐹 é a força exercida pelo gás sobre o pistão.
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Trabalho na expansão e compressão
Enquanto o pistão move-se lentamente por uma distância 𝑥, o TRABALHO realizado (𝑊 <
0) pelo gás sobre o pistão será dado por:

𝑊Gás = 𝐹Ԧ ⋅ ∆𝑥Ԧ (6)

No caso de um deslocamento infinitesimal (pequeno) Δ𝑥 → 0, temos:

𝛿𝑊Gás = 𝐹Ԧ ⋅ 𝑑 𝑥Ԧ = 𝐹 ⋅ 𝑑𝑥 ⋅ cos 0° = 𝑝 ⋅ 𝐴 ⋅ 𝑑𝑥
⇒ 𝛿𝑊Gás = 𝑝 ⋅ 𝑑𝑉 (7)

A Eq. (7) representa a contribuição do TRABALHO para uma pequena variação do VOLUME
𝑑𝑉 do gás. Para o volume total, devemos somar todas a contribuições infinitesimais do
VOLUME INICIAL 𝑉𝑖 ao VOLUME FINAL 𝑉𝑓, o que conhecemos na Matemática como
integral definida:
𝑉𝑓
𝑊Gás = න 𝑝 ⋅ 𝑑𝑉 (8)
𝑉𝑖

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Gráfico 𝒑 × 𝑽
Logo, o TRABALHO realizado pelo ou sobre o gás, dado pela Eq. (8), que pode ser
interpretado como a área sobre a curva de PRESSÃO versus VOLUME da na Figura abaixo.
Assim sendo, a área sombreada é igual ao TRABALHO relacionado ao PROCESSO.

Caminho ou processo
termodinâmico

Pressão ⟶ Área infinitesimal

𝑉𝑓
N
Á𝐑𝐄𝐀 = 𝑊Gás = න 𝑝 ⋅ 𝑑𝑉
𝑉𝑖
Volume

Líquido
ou Gás

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Gráfico 𝒑 × 𝑽
A interpretação da área no diagrama 𝑝 × 𝑉 na EXPANSÃO ou COMPRESSÃO em QUASE-
EQUIÍBRIO de um gás sugere que o TRABALHO depende do PROCESSO. Suponha que um
gás em uma montagem pistão-cilindro vá de um ESTADO INICIAL 1 até um ESTADO FINAL
2 por dois caminhos diferentes A e B.

Área = Trabalho 𝑊𝐴
para o processo A

Como a área abaixo da curva é diferente no dois diagramas 𝑝 × 𝑉, o TRABALHO também


será diferente para dois caminhos diferentes A e B.
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Casos particulares
a) Transformação Isobárica (𝒑 = 𝐂𝐨𝐧𝐬𝐭.)

𝑝
𝑉𝑓 𝑉𝑓
𝑝𝑖 𝑝𝑓
𝑊 = න 𝑝 ⋅ 𝑑𝑉 = 𝑝 න 𝑑𝑉
𝑉𝑖 𝑉𝑖
𝑉𝑓
𝑊 = 𝑝 ⋅ 𝑉ቚ = 𝑝 ⋅ (𝑉𝑓 − 𝑉𝑖 )
𝑉𝑖

𝑉𝑖 𝑉𝑓 𝑉 𝑊 = 𝑝 ⋅ ∆𝑉 (9)

Na Eq. (9), para um COMPRESSÃO, ou seja, Δ𝑉 < 0 o 𝑊 < 0 e no caso de uma EXPANSÃO,
ou seja, Δ𝑉 > 0 e 𝑊 > 0. Geralmente a PRESSÃO 𝑝 é dada em atm e o volume 𝑉 em
litros, logo é necessário um fator de conversão:

(10)

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Casos particulares
b) Transformação Isocórica ou Isométrica (𝑽 = 𝐂𝐨𝐧𝐬𝐭.)

Uma TRANSFORMAÇÃO ISOCÓRICA acorre sem variação de VOLUME. Logo, o a área


abaixo da curva no gráfico 𝑝 × 𝑉 será nula.

𝑝
Área abaixo da curva é ZERO!

𝑝𝑖
(11)
𝑝𝑓

𝑉𝑖 ≡ 𝑉𝑓 𝑉

Se não há deslocamento do ∆𝐿 pistão, ou seja, se não há variação de volume (Δ𝑉 = 0),


não há TRABALHO sendo feito sobre o sistema ou pelo sistema.

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Casos particulares
c) Transformação Isotérmica (𝑻 = 𝐂𝐨𝐧𝐬𝐭.)

Na TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA a TEMPERATURA permanece constante, enquanto


PRESSÃO e VOLUME variam em uma curva isoterma.
𝑝
A pressão depende do volume  𝒑 𝑽  curva isoterma

𝑝𝑖
𝑉𝑓
𝑊 = න 𝑝(𝑉) ⋅ 𝑑𝑉
𝑝𝑓 𝑉𝑖
𝑊

𝑉𝑖 𝑉𝑓 𝑉
Para encontrar a dependência da pressão 𝑝 com o volume 𝑉, usamos a equação de estado
para um GÁS IDEAL:

(12)

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Casos particulares
c) Transformação Isotérmica (𝑻 = 𝐂𝐨𝐧𝐬𝐭.)
𝑝

𝑉𝑓
𝑝𝑖
𝑊 = න 𝑝(𝑉) ⋅ 𝑑𝑉
𝑉𝑖
𝑝𝑓 𝑉𝑓 𝑉𝑓
𝑊 𝑛𝑅𝑇 𝑑𝑉
=න ⋅ 𝑑𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 න
𝑉𝑖 𝑉𝑓 𝑉𝑖 𝑉 𝑉𝑖 𝑉
𝑉
𝑉𝑓
= 𝑛𝑅𝑇 ⋅ ln 𝑉 ቚ = 𝑛𝑅𝑇 ⋅ (ln 𝑉𝑓 − ln 𝑉𝑖 )
𝑉𝑖

𝑉𝑓 𝑉𝑓
⇒ 𝑊 = 𝑛𝑅𝑇 ⋅ ln ou 𝑊 = 𝑝𝑖 𝑉𝑖 ⋅ ln (13)
𝑉𝑖 𝑉𝑖
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Casos particulares
c) Transformação Isotérmica (𝑻 = 𝐂𝐨𝐧𝐬𝐭.)

No caso de uma TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA o formato das curvas isotermas são


sempre as mesmas, mas com TEMPERATURAS diferentes.

Isotermas


𝑇5 > 𝑇4
𝑇4 > 𝑇3
𝑇3 > 𝑇2
𝑇2 > 𝑇1
𝑇1

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Casos particulares
d) Transformação Politrópica

A transformação generalizada politrópica também pode ser uma transformação adiabática


e/ou isentrópica dependendo do aspecto estudado. Graficamente temos:

𝑝 Para esta transformação vale a Lei:


Isoterma

𝑝𝑖
Adiabática
𝑝𝑖 ⋅ 𝑉𝑖𝑛 = 𝑝𝑓 ⋅ 𝑉𝑓𝑛 = Const.

Onde a constante 𝑛 = 𝑐𝑝 /𝑐𝑣 é chamado


𝑻𝒊 coeficiente politrópico, de modo que:
𝑝𝑓 𝑊
𝑻𝒇 Const.
𝑝 𝑉 = (14)
𝑉𝑖 𝑉𝑓 𝑉 𝑉𝑛
Para encontrarmos o TRABALHO substituímos a Eq. (14) na Eq. (8)
𝑉𝑓
𝑊 = න 𝑝(𝑉) ⋅ 𝑑𝑉
𝑉𝑖
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Casos particulares
d) Transformação Politrópica

Notamos que a Eq. (14) é um polinômio com coeficiente negativo, o que é facilmente
integrado.
𝑉𝑓 𝑉𝑓 𝑉𝑓
Const. 𝑑𝑉
𝑊=න 𝑛
⋅ 𝑑𝑉 = Const. න 𝑛
= Const. න 𝑉 −𝑛 𝑑𝑉
𝑉𝑖 𝑉 𝑉𝑖 𝑉 𝑉𝑖

𝑉𝑓
𝑉 −𝑛+1 𝑉𝑓1−𝑛 − 𝑉𝑖1−𝑛 Const. 𝑉𝑓1−𝑛 − Const. 𝑉𝑖1−𝑛
= Const. อ = Const. =
−𝑛 + 1 1−𝑛 1−𝑛
𝑉𝑖

A constante nessa expressão pode ser calculada em qualquer ESTADO do processo, ou


seja, Const. = 𝑝𝑖 𝑉𝑖𝑛 = 𝑝𝑓 𝑉𝑓𝑛 . Deste modo, a expressão do TRABALHO se torna:

𝑝𝑓 𝑉𝑓𝑛 𝑉𝑓1−𝑛 − 𝑝𝑖 𝑉𝑖𝑛 𝑉𝑖1−𝑛 𝑝𝑓 𝑉𝑓 − 𝑝𝑖 𝑉𝑖


𝑊= 𝑊= (15)
1−𝑛 1−𝑛

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Um pouco mais sobre transformações politrópicas
Para 𝑛 = 𝛾. Fonte: Processos adiabáticos - Equações de Poisson.

Figura 2.8: Ilustração das diferenças entre expansão adiabática e isotérmica. a) diagrama 𝑝𝑉𝑇,
caminho adiabático na superfície dos estados permitidos para um gás perfeito; b) diagrama 𝑝𝑉.

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Um pouco mais sobre transformações politrópicas
Para processos adiabáticos com 𝑛 = 𝛾, temos as Equações de Poisson.

𝑇𝑉 𝛾−1 = Const.
𝑝𝑉 𝛾 = Const.
𝑇 𝛾 𝑝1−𝛾 = Const.

Desde que 𝛾 > 1, o processo adiabático (ou politrópico), mostra uma inclinação mais acentuada do
que em um processo isotérmico (cf. Fig. 2.8 ).

O valor de 𝛾 depende da natureza molecular do gás perfeito:

❑ gás perfeito monoatômico, 𝛾 = 5/3~1,7;


❑ gás perfeito diatômico, 𝛾 = 7/5~1,4 (desprezando as oscilações*).

*A razão de calor específico ou índice adiabático 𝛾, está relacionado aos graus de liberdade (𝑓) de uma molécula de gás pela equação,

𝑓+2
𝛾=
𝑓
As moléculas monoatômicas de gás possuem apenas 3 graus de liberdade de translação, enquanto os gases diatômicos possuem 3 graus
de liberdade de translação e 2 graus de liberdade rotacionais próximo às condições padrão de pressão e temperatura. À medida que a
temperatura aumenta para um gás, aumentando assim os graus de liberdade das moléculas nas dimensões rotacionais e vibracionais, a
razão de calor específico diminui para a mesma molécula. Fonte: Specific heat ratio / Adiabatic index.

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Vídeo-aulas recomendadas
[1] “Aula 2.2 - Trabalho de compressão em fluidos”, Canal TermodinâmicaUFF, último
acesso em 31/08/2020 às 22:18, https://youtu.be/JV2Xgc9t1G8

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Vídeo-aulas recomendadas
[2] “Aula 2.3 - Processos isotérmicos e adiabáticos, aplicação a gases ideais”, Canal
TermodinâmicaUFF, último acesso em 31/08/2020 às 22:21, https://youtu.be/dAseRlhTysE

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Vídeo-aulas recomendadas
[3] “Transformação adiabática quase-estática e o tal do PV gama”, Canal
Física com Douglas Gomes, último acesso em 29/08/2022 às 22:10, https://youtu.be/V-Xl_v4EEcw

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Vídeo-aulas recomendadas
[4] “Trabalho realizado em uma transformação adiabática”, Canal EXATAS DIGITAL,
último acesso em 29/08/2022 às 22:14, https://youtu.be/kPEGnnIZFXM

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