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𝑺′ 𝑺
𝒙′ = 𝒙 − 𝒗𝒕 𝒙 = 𝒙′ + 𝒗𝒕′
𝒚′ = 𝒚 𝒚 = 𝒚′
𝒛′ = 𝒛 𝒛 = 𝒛′
𝒕′ = 𝒕 𝒕 = 𝒕′
evento
Só há movimento relativo em 𝒙
(sistema não rotacional)
Visto de 𝑺′ Visto de 𝑺
𝒖′𝒙 = 𝒖𝒙 − 𝒗 𝒖𝒙 = 𝒖′𝒙 + 𝒗
evento
𝒖′𝒚 = 𝒖𝒚 𝒖𝒚 = 𝒖′𝒚
𝒖′𝒛 = 𝒖𝒛 𝒖𝒛 = 𝒖′𝒛
Conclusão final: como 𝒎, 𝒕, 𝒂 e 𝑭 são invariantes pelas TG´s, não existe um referencial
privilegiado para medir estas grandezas. Em todos os referenciais elas são as mesmas! Até
aqui tudo bem!
Física Moderna - Prof. Jerias Batista, DEFIS – UFMA, 2023.1, aula 06 6
Transformações de Galileu para os campos 𝑬 e 𝑩
✓ Onda sonora se propaga no ar com 𝒗𝒔𝒐𝒎 = 𝟑𝟓𝟎 m/s.
Referência: um ponto do ar em repouso.
✓ Onda eletromagnética se propaga “em alguma coisa” com 𝒄 = 𝟑 × 𝟏𝟎𝟖 m/s no vácuo.
Referência: um ponto “dessa coisa” em repouso.
✓ Se existe 𝑺′ que se move com 𝒗 em relação ao éter, no sentido contrário ao da luz, podemos
ter: Isso é o que diz
𝒗′ = 𝒄 + 𝒗 ( > 𝒄 ? ? ? ) a Mecânica de
Newton
✓ Mas a luz viaja no éter (referencial em repouso absoluto) com velocidade máxima 𝒗′ = 𝒗 = 𝒄.
Isso é o que diz o
Eletromagnetismo
de Maxwell
▪ Aqui temos uma inconsistência entre Mecânica e Eletromagnetismo: as TGs não valem para
o Eletromagnetismo no éter, porque elas (as TGs) não dão um limite para a velocidade.
Física Moderna - Prof. Jerias Batista, DEFIS – UFMA, 2023.1, aula 06 7
Transformações de Galileu para os campos 𝑬 e 𝑩
Outra maneira de ver a inconsistência:
Poooxa! E agora?
i. Para Maxwell 𝒗𝒎á𝒙 = 𝒄𝑬𝑴 (= 𝒄 no éter estático). Ou a teoria de Newton
ou a de Maxwell está
ii. Além disso, aplicando as TG para a luz no vácuo, tem-se:
incompleta? Precisamos
rever tudo o que já
Isto prevê um
estudamos de Física até
𝒅 𝟐 𝑬 𝟏 𝒅𝟐 𝑬 fenômeno jamais
Em 𝑺: 𝟐
− 𝟐 𝟐 =𝟎 observado! agora, porque tudo que
𝒅𝒙 𝒄 𝒅𝒕
vimos ou era Mecânica ou
era Eletromagnetismo.
𝒅𝟐 𝑬′ 𝟏 𝒅𝟐 𝑬′ 𝟏 𝒅𝟐 𝑬′ 𝟐
𝒅 𝟐 𝑬′
E𝐦 𝑺′ : − 𝟐 + 𝟐𝒗 − 𝒗 =𝟎
𝒅𝒙′ 𝟐 𝒄 𝒅𝒕 ′ 𝟐 𝒄 𝟐 ′
𝒅𝒙 𝒅𝒕 ′
𝒅𝒙 ′ 𝟐
2) As TGs são válidas para toda a Física, mas o Eletromagnetismo precisa ser corrigido.
Não condiz com as experiências, e até hoje não foram encontrados desvios para as equações
de Maxwell!
3) As TGs e o eletromagnetismo são válidos, mas a Mecânica Clássica precisa ser corrigida.
As ideias de ‘tempo e espaço absolutos’ contidos nas TGs não parecem ser apropriadas em
alguns cenários! Lembra do tempo de vida dos mésons-μ?
Caramba!
4) A Mecânica Clássica e as TGs precisam ser corrigidas! Usamos 𝑭 = 𝒎𝒂 por 300 anos
Única opção compatível experimentalmente! e estava indo tudo tão bem!
Agora temos 𝑭 = ?
Lembre-se dos mésons-μ de novo!
Física Moderna - Prof. Jerias Batista, DEFIS – UFMA, 2023.1, aula 06 9
Então, mãos à obra: hora de corrigir a Mecânica Clássica!
Em busca do éter
✓ Uma das premissas para o éter: repouso no espaço absoluto de Newton. Mas Newton não
atribuiu propriedades físicas ao espaço e nem ao tempo (“eles são absolutos e existem por
si mesmos”). Espaço e tempo para Newton não são objetos físicos, mas apenas a arena onde
as coisas acontecem. Por isso que eles entram na teoria como postulados.
𝒅 𝟐𝝅 ∙ 𝟏𝟒𝟗 × 𝟏𝟗𝟗 𝒎
✓ Velocidade da Terra dentro do éter: 𝒗 = = ≅ 𝟑𝟎 𝒌𝒎/𝒔
∆𝒕 𝟑𝟔𝟓 ∙ 𝟐𝟒 ∙ 𝟔𝟎 ∙ 𝟔𝟎 𝒔
𝒗 𝟑𝟎 𝒌𝒎/𝒔
= = 𝟏𝟎−𝟒
𝒄 𝟑𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝒌𝒎/𝒔
✓ Para medir o “vento do éter” Fresnel e Lorentz calcularam que o experimento precisava ser
sensível até a ordem de: Isso vem da composição
𝒗𝟐 de velocidades relativas
~𝟏𝟎 −𝟖
com movimento paralelo
𝒄𝟐 e perpendicular.
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Medida de velocidades relativas
Aplicação: velocidade do ar em relação ao solo
Solo → Éter
Vento → Terra
Som → Luz
mesma fase
𝒍𝟏
𝒍𝟏
𝒍𝟏
𝒍𝟐
𝒍𝟐
𝒍𝟐
Comprimento
de onda 𝜹
∆𝒕 =
𝒄
𝝀
𝒎 = 𝟎, ±𝟏, ±𝟐, …
𝒎 − ordem da difração
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Breve revisão sobre interferometria (Física 4)
Onde estão as franjas?
𝒚
Da figura: 𝒕𝒈𝜽 = ≈ 𝒔𝒆𝒏𝜽 (𝜽 𝐩𝐞𝐪𝐮𝐞𝐧𝐨)
𝑳
Da condição de interferência:
𝒚𝒄 𝝀𝑳
𝒅𝒔𝒆𝒏𝜽𝒄 ≈ 𝒅 = 𝒎𝝀 → 𝒚𝒄 ≈ 𝒎
𝑳 𝒅
𝒚𝒅 𝟏 𝝀𝑳 𝟏
𝒅𝒔𝒆𝒏𝜽𝒅 ≈ 𝒅 = 𝒎+ 𝝀 → 𝒚𝒅 ≈ 𝒎+
𝑳 𝟐 𝒅 𝟐
Distância entre franjas vizinhas:
𝝀𝑳
𝒚 𝒎 + 𝟏 − 𝒚 𝒎 ≡ ∆𝒚 =
𝒅
𝝀𝑳 𝟐𝝅 𝝀𝑳
A fase 𝜹 controla a interferência: 𝜹 ≡ 𝒌∆𝒚 − 𝝎∆𝒕 = 𝒌 − 𝟐𝝅𝒇∆𝒕 = − 𝟐𝝅𝒇∆𝒕
𝒅 𝝀 𝒅
𝑳
𝒔𝒆𝒏 𝜹 → 𝒔𝒆𝒏 𝒌∆𝒚 − 𝝎∆𝒕 = 𝒔𝒆𝒏 𝟐𝝅 − 𝒇∆𝒕 𝐓𝐞𝐦𝐨𝐬: 𝑳, 𝒅 𝐞 𝒇. Falta achar ∆𝒕!
𝒅
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Experiência de Michelson/Morley (1887)
Vamos encontrar o ∆𝒕 a partir do atraso entre os raios de luz 𝒓𝟏 e 𝒓𝟐 no interferômetro:
𝐯𝐢𝐬ã𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚
𝒍⊥ 𝒗≠𝟎
𝐯𝐢𝐬ã𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚
𝒗=𝟎
éter
Por Pitágoras:
𝟐 𝟐
𝒄∆𝒕⊥ 𝒗∆𝒕⊥ 𝟐𝒍⊥ 𝟏 𝟐𝒍⊥ 𝜸
= + 𝒍𝟐⊥ → ∆𝒕⊥ = =
𝟐 𝟐 𝒄 𝒗 𝟐 𝒄
𝟏− 𝟐
𝒄
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Experiência de Michelson/Morley (1887)
✓ Tempo de atraso entre a chegada dos feixes (fazer 𝒍∥ = 𝒍⊥ ≡ 𝒍 ≡ ∆𝒔):
𝟐𝒍 𝟐 𝟐𝒍 𝟐𝒍 𝟐
∆𝒕𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = ∆𝒕∥ − ∆𝒕⊥ = 𝜸 − 𝜸 = 𝜸 −𝜸
𝒄 𝒄 𝒄
~𝟏𝟎𝟒 ~𝟏𝟎𝟖 𝟏
−𝒏
Para 𝒗 ≪ 𝒄 → 𝟏−𝒙 = 𝟏 + 𝒏𝒙 + 𝒏(𝒏 − 𝟏)𝒙𝟐 + ⋯
𝟐
−𝟏/𝟐
𝒗𝟐 𝟏 𝒗𝟐 𝟑 𝒗𝟒
𝜸= 𝟏− 𝟐 ≈𝟏+ 𝟐
+ 𝟒
+⋯
𝒄 𝟐𝒄 𝟖𝒄
𝟐 −𝟏
𝒗 𝒗𝟐 𝒗𝟒
𝜸𝟐 = 𝟏 − 𝟐 ≈𝟏+ 𝟐 + 𝟒 +⋯
𝒄 𝒄 𝒄
Diferença no tempo de
𝟐𝒍 𝒗𝟐 𝟏 𝒗𝟐 𝒍 𝒗𝟐 chegada dos raios para a
∆𝒕𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 ≅ 𝟏+ 𝟐 −𝟏− → ∆𝒕𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 ≅ mesma distância 𝒍!
𝒄 𝒄 𝟐 𝒄𝟐 𝒄 𝒄𝟐
∆𝒕𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 → associado com as distâncias 𝒍 percorridas pelos dois raios de luz no espectrômetro!
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Experiência de Michelson/Morley (1887)
𝒗𝟐
✓ Separação espacial entre os feixes de luz: ∆𝒔𝟏 = 𝒄∆𝒕𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝒍 𝟐
𝒄
✓ Este resultado precisa ser comparado com algum valor padrão.
Dica: um ∆𝒔 com a Terra parada! Mas isso é impossível! ∆𝑠1
✓ Que tal girar o equipamento em 𝟗𝟎𝟎 ? Por que isso? Porque apenas a dimensão paralela ao
movimento deve ser afetada pelo meio etéreo.
𝒗𝟐
✓ Fazendo os mesmo cálculos: ∆𝒔𝟐 = 𝒄∆𝒕𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = −𝒍 𝟐
𝒄
𝒗𝟐
Acabamos de ver
✓ Tomando a diferença: ∆𝒔 𝟎𝟎 − ∆𝒔 𝟗𝟎𝟎 = ∆𝒔𝟏 − ∆𝒔𝟐 = 𝟐𝒍 𝟐 isso para o padrão
𝒄 de interferência
E o que o deslocamento das franjas do interferômetro tem a ver com isso?
Valor encontrado: ∆𝒎 = 𝟎, 𝟎 ± 𝟎, 𝟎𝟏 !!
O posição da franja deve
Vamos Pensar? se deslocar 37 % de sua
Precisão do instrumento: 𝟎, 𝟎𝟏 O que significa isso? largura à meia altura.
Que o equipamento Isso é facilmente
❖ Consequências deste resultado: consegue detectar observado.
deslocamentos acima de 1 %.
▪ Não existe éter A teoria previu 37 % !
▪ Existe éter, mas não foi identificado nesta experiência
▪ Existe éter, mas não pode ser identificado por nenhuma experiência Quer 1 pontinho?
Resumo 1: Em busca do nada: considerações sobre os argumentos a favor e contra o vácuo.
Roberto de Andrade Martins, Trans/Form/Ação, São Paulo, 16 : 7-27, 1993