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Elaborado pelo Professor: Orlando António Cavilula ‘’MarKell’’

A.1.6-Conservação da energia mecânica

Quando apenas forças conservativas realizam trabalho num sistema,este é denominado


conservativo.Neste caso,há ganho ou perda de energia potencial,isto é,transformação da energia
potencial em cinética,vice-versa,mais isso ocorre de tal maneira que a sua soma permanece
constante.

𝐸𝑀 = 𝐸𝑝 + 𝐸𝐶 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

Por exemplo,quando é lançado vertical para cima no vácuo,á medida que ele soube sua
energia potencial aumenta e sua energia cinética diminui em virtude da diminuição da sua
velocidade.Ao descrever a energia cinética aumenta e diminui a energia potencial
gravitacional.Durante a subida e descida o corpo fica apenas sujeita à acção da força peso
docorpo que é uma força conservativa.

Desse modo,podemos calcular o trabalho da força resultante,em função da variação da


energia cinética e da variação da energia potencial gravitacional docorpo.Logo:

𝑊𝐹⃗𝑅 = 𝑃⃗⃗ 𝑒 𝑊𝐹⃗𝑅 = 𝑊𝑃

𝑊𝐹𝑅 𝐴→𝐵 = 𝐸𝑐𝐵 − 𝐸𝑐𝐴 𝑒 𝑊𝑃 𝐴→𝐵 = 𝐸𝑝𝑔 − 𝐸𝑝𝑔


𝐴 𝐵

𝐸𝑐𝐵 − 𝐸𝑐𝐴 = 𝐸𝑝𝑔 − 𝐸𝑝𝑔 → 𝐸𝑐𝐴 + 𝐸𝑝𝑔 = 𝐸𝑐𝐵 + 𝐸𝑝𝑔


𝐴 𝐵 𝐴 𝐵

𝑬 𝑴𝑨 = 𝑬 𝑴𝑩
Portanto,a energia mecânica do corpo em A é igual à energia mecanica do corpo em B,isto é,a
energia mecânica é a mesma nos dois instantes de queda.

Um sistema conservativo é aquele em queo trabalho da resultante das forças é igual


apenas ao das forças conservativas.

Do exposto,podemos enunciar a lei da conservação da energia mecânica:

Num sistema conservativo,a energia mecânica total permanece constante para qualquer
ponto da trajectória, isto é, a energia mecânica do corpo se conserva, ou seja não há variação
de energia mecânica

∆𝑬𝑴 = 𝟎 ↔ 𝑬 𝑴𝒊 = 𝑬 𝑴𝒇

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O princípio geral de conservação de energiadiz:A energia pode ser transformada de uma


forma em outra, mas não pode ser criada nem destruída; a energia total é constante.

SUBTEMA 2: INTERACÇÃO ENTRE CORPOS

A.2.1-Quantidade de movimento ou momento linear

Uma interacção é uma acção mútua e simultâneaentre dois corpos.

Quando um automóvel e um camião que circulam a mesma velocidade chocam com um


obstáculo, por exemplo um muro, é evidente que os estragos nestes provocados pelo embate do
camião são superiores aos resultantes do embate do automóvel, apesar de os dois terem a mesma
velocidade pois a massa do camião é superior da massa de um automóvel normal.

Os efeitos resultantes da colisãoentre dois corpos dependem da massa e da velocidade


com que se movem os corpos ou a partícula. Assim define-se uma outra grandeza física que
mede o movimento ou a quantidade de um corpo denominada quantidade de movimento ou
⃗⃗ ).Ela relaciona a massa de um corpo com a sua velocidade.
momento linear ( 𝒑

A quantidade de movimento é proporcional ao produto da massa pela velocidade; isto é:

𝑝⃗ = 𝑚𝑣⃗

A.2.1- Características da quantidade de movimento

A quantidade de movimento é uma grandeza vectorial que tem a direcção e sentido da


velocidade e módulo: 𝑝 = 𝑚𝑣.

A unidade no SI do momento linear é o quilograma metro por segundo (𝒌𝒈𝒎𝒔−𝟏 ).

Se a velocidade do corpo variar (∆𝒗) também a sua quantidade de movimento varia.

∆𝑝 = 𝑚∆𝑣

A.2.1.1-Quantidade de movimento de um sistema de partículas materiais

⃗⃗𝒔𝒊𝒔𝒕 , é definida, para cada instante, como a soma


A quantidade de movimento do sistema, 𝒑
das quantidades de movimento de cada uma das partículas; isto é:

𝑝⃗𝑠𝑖𝑠𝑡 = 𝑚1 𝑣⃗1 + 𝑚2 𝑣⃗2 + 𝑚3 + 𝑚𝑣⃗3 + ⋯ + 𝑚𝑛 𝑣⃗𝑛


𝑛 𝑛

𝑝𝑠𝑖𝑠𝑡 = ∑ 𝑚𝑖 𝑣⃗𝑖 𝑜𝑢𝑝⃗𝑠𝑖𝑠𝑡 = ∑ 𝑝⃗𝑖


𝑖=1 𝑖=1

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A.2.2-Impulso de uma força

O início e fim do movimento de um corpo dependem da interacção com outro e duração


dessa interacção.

No chute de uma bola,o empurrão (impulso) que ele recebe depende da intensidade da
força do chute e o tempo em que o pé e a bola ficam em contacto.

Uma arma de cano longo é mais potente porque a pólvora em explosão actua por mais
tempo sobre a abala do que uma arma de cano curto,e assim o impulso é maior. Em cada
caso,temos a acção da força e o tempo de aplicação.

Para estudar os efeitos de uma força levando em consideração o tempo de aplicação foi
criada a grandeza impulso.Assimimpulso éfazer umempurrão (força) sobre corpo num
intervalo de tempo.

O impulso de uma força ( 𝑰⃗) é uma grandeza física que relaciona a força resultante e o
intervalo de tempo de actuação.É proporcional ao produto da força resultante pelo intervalo de
tempo △ 𝒕 de actuação.

𝐼⃗ = 𝐹⃗𝑅 △ 𝑡

A.2.2.1-Característica do impulso de uma força

O impulso de uma força é uma grandeza vectorial que tem a direcção e sentido da força
resultante módulo dado pelo produto da intensidade da força pelo intervalo de tempo.

𝐼 = 𝐹. ∆𝑡

A unidade do impulso de uma força no SI é o Newton segundo (N s).

A.2.2.1.1-Teorema do impulso. Variação da quantidade de movimento

Quando há alteração da quantidade de movimento de uma partícula de massa constante a


sua velocidade é alterada; para que isto aconteça é necessário que a resultante das forças que
actuam sobre a partícula não seja nula.

⃗⃗𝟎 após se
Consideremos uma esfera, de massa 𝒎, que se desloca com velocidade inicial 𝒗
⃗⃗e consequentemente muda de sentido
chocar com a parede, ela adquire uma outra velocidade 𝒗
(ver a figura abaixo).

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Antes da colisão:𝑝⃗0 = 𝑚𝑣⃗0

Após a colisão: 𝑝⃗ = 𝑚𝑣⃗

A variação da quantidade do movimento durante a interacção é:

∆𝑝⃗ = 𝑝⃗ − 𝑝⃗0 ⟹△ 𝑝⃗ = 𝑚𝑣⃗ − 𝑚𝑣⃗0 ⟹△ 𝑝⃗ = 𝑚(𝑣⃗ − 𝑣⃗0 )

A resultante das forças que actuam sobre a partícula durante a interacção é:

𝐹⃗𝑅 = 𝑚𝑎⃗

Com
⃗⃗
△𝒗
⃗⃗ =
𝒂
△𝒕

△ 𝑣⃗
𝐹⃗𝑅 = 𝑚
△𝑡
Onde △ 𝑡 é duração da interacção (colisão com a parede)

𝐹⃗𝑅 △ 𝑡 = 𝑚∆𝑣⃗

A variação da quantidade de movimento de uma partícula depende da intensidade da força


resultante eo intervalo de tempo que dura a interacção.

Sabe-se que:

𝐼⃗ = 𝐹⃗𝑅 △ 𝑡

△ 𝑝⃗ = 𝑚∆𝑣⃗

𝑰⃗ =△ 𝒑
⃗⃗ ⇔ 𝑰⃗ = 𝒑
⃗⃗ − 𝒑
⃗⃗𝟎

A lei da variação da quantidade de movimento ou teorema do impulso diz: o impulso da


resultante das forças que actuam sobre uma partícula, durante o intervalo de tempo é igual a
variação da quantidade de movimento da partícula durante o mesmo intervalo de tempo.

Lei fundamental da dinâmica ou 2ª lei de Newton

△ 𝑝⃗ △ 𝑣⃗
𝐹⃗𝑅 = 𝑜𝑢 𝐹⃗𝑅 = 𝑚
△𝑡 △𝑡

A aceleração adquirida por um corpo é directamente proporcional a força resultante e


inversamente proporcional a massa.

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𝐹⃗𝑅 = 𝑚𝑎⃗

A.2.3-Lei da conservação da quantidade de movimento

O físicoinglês Isaac Newton nas suas experienciam concluiu que quando ocorre uma
interacção, uma força não actua sozinha. Nas interacções, as forças surgem sempre aos pares,
com igual intensidade mas sentido oposto, em corpos diferentes. Para qualquer acção há sempre
simultaneamente uma relação oposta e de igual intensidade.

A relação matemática que descreve esta situação é:

⃗𝑭⃗𝑨𝑩 = −𝑭
⃗⃗𝑩𝑨

3ª Lei de Newton (Lei da acção e reacção)

A acção e a reacção têm as seguintes características:

✓ Mesmadirecção e sentidos opostos;

✓ ⃗⃗𝑨𝑩 ‖ = ‖𝑭
Mesma intensidade (módulo ou valor numérico):‖𝑭 ⃗⃗𝑩𝑨 ‖

✓ Estão aplicadas em corpos diferentes.

As forças que actuam sobre um sistema de partículas podem ser: interiores ou exteriores.

Forças interiores: são aquelas que resultam da interacção entre as partículas do mesmo
sistema;

Forças exteriores: são aquelas aplicadas ao sistema por agentes que não pertencem a este
sistema.

Considere-se um sistema de duas partículas, de massas 𝑚1 𝑒 𝑚2 , que se deslocam com


velocidades 𝑣⃗1 𝑒 𝑣⃗2 , respectivamente, como mostra a figura abaixo.

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m 1 m 2
m m1 2

m 1 m 2

Durante o choque não há forças externas a actuar no sistema apenas forças interna
(exercida entre as duas partículas), há variação da quantidade de movimento de cada uma das
partículas,pois, estas exercem entre si forças simétricas num mesmo intervalo de tempo. Sendo:

𝐹⃗1 , a força exercida pela partícula 2 sobre a partícula 1 ;

𝐹⃗2 a força exercida pela partícula 1 sobre a partícula 2.

Como as forças são simétricas,temos: 𝐹⃗1 = −𝐹⃗2

∆𝑝⃗1
∆𝑝⃗1 = 𝐹⃗1 ∆𝑡 ⇒ 𝐹⃗1 = (1)
∆𝑡

∆𝑝⃗1
∆𝑝⃗2 = 𝐹⃗2 ∆𝑡 ⇒ 𝐹⃗2 = (2)
∆𝑡
Substituindo as expressões 1 e 2 em 𝐹⃗1 = −𝐹⃗2 ,vem:

∆𝑝⃗1 ∆𝑝⃗2
=− ⇒ ∆𝑝⃗1 = −∆𝑝⃗2 ⇒ ∆𝑝⃗1 + ∆𝑝⃗2 = 0
∆𝑡 ∆𝑡

Sendo
∆𝑝⃗𝑠𝑖𝑡 = ∆𝑝⃗1 + ∆𝑝⃗2

∆𝑝⃗𝑠𝑖𝑡 = 0 ⇒ 𝑝⃗′ 𝑠𝑖𝑠𝑡 − 𝑝⃗𝑠𝑖𝑡 = 0 ⇒ 𝑝⃗′ 𝑠𝑖𝑠𝑡 = 𝑝⃗𝑠𝑖𝑡


′ ′
Antes do choque: ⃗⃗′ 𝒔𝒊𝒔𝒕 = 𝒎𝟏 ⃗⃗⃗⃗⃗
𝒑 𝒗𝟏 + 𝒎𝟐 ⃗⃗⃗⃗⃗
𝒗𝟐

⃗⃗𝒔𝒊𝒔𝒕 = 𝒎𝟏 𝒗
𝒑 ⃗⃗𝟏 + 𝒎𝟐 𝒗
⃗⃗
Após o choque:
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Esta expressão nos diz: se a resultante das forças exteriores que actuam sobre o sistema
de partícula for nula, a quantidade de movimento não se altera.

Durante a interacção de partículas que constituam um sistema isolado,a quantidade de


movimento de cadapartícula pode variar,mas a quantidade de movimento total do sistema
permanece constante.

A.2.4-Colisões entre partículas

Uma colisão entre as partículas é uma interacção, breve e forte, durante a qual, se a
resultante das forças exteriores ao sistema for nula, há conversação da sua quantidade de
movimento:

𝑝⃗𝑠𝑖𝑠𝑡 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

Numa colisão, a quantidade de movimento total do sistema permanece constante. Por não
se verificar o mesmo em relação à sua energia cinética, torna-se indispensável classificar as
colisões em: elásticas, inelásticas e completamente inelásticas.

A.2.4.1-Colisões perfeitamente elásticas

Numa colisão elástica há conservação da quantidade de movimento e conservação da


energia cinética do sistema de partículas:

⃗⃗𝟎 = 𝒑
𝒑 ⃗⃗ 𝒆 𝑬 𝒄𝟎 = 𝑬 𝒄

A quantidade de movimento do sistema antes da colisão é igual a quantidade de


movimento do sistema após a colisão.

Na colisãoelásticas os corpos são separados após a colisão.

Para se calcular os módulos das velocidades 𝑣´𝐴 e 𝑣´𝐵 após a colisão,será necessário
resolver um sistema de duas equações a duas icógnitas.

A primeira equação será obtida a partir da lei da conservação da quantidade de


movimento:

𝑝0 = 𝑝 ↔ 𝑚𝐴 𝑣𝐴 + 𝑚𝐵 𝑣𝐵 = 𝑚𝐴 𝑣´𝐴 + 𝑚𝐵 𝑣´𝐵

𝑚𝐴 (𝑣𝐴 − 𝑣´𝐴 ) = 𝑚𝐵 (𝑣´𝐵 − 𝑣𝐵 ) (1)


Já a segunda surge pelo facto de,na colisão elástica,haver conservação da energia cinética do
sistema:

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𝑚𝐴 𝑣 2𝐴 𝑚𝐵 𝑣 2 𝐵 𝑚𝐴 𝑣´𝐴 2 𝑚𝐴 𝑣´𝐵 2
𝐸𝑐0 = 𝐸𝑐 ↔ + = + /× 2
2 2 2 2

𝑚𝐴 𝑣 2𝐴 + 𝑚𝐵 𝑣 2 𝐵 = 𝑚𝐴 𝑣´𝐴 2 + 𝑚𝐵 𝑣´𝐵 2

𝑚𝐴 (𝑣 2𝐴 − 𝑣´𝐴 2 ) = 𝑚𝐵 (𝑣´𝐵 2 − 𝑣 2 𝐵 ) (2)


Sabe-se que

𝑎2 − 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏)

Onde

(𝑣 2𝐴 − 𝑣´𝐴 2 ) = (𝑣𝐴 − 𝑣´𝐴 )(𝑣𝐴 + 𝑣´𝐴 )

(𝑣´𝐵 2 − 𝑣 2 𝐵 ) = (𝑣´𝐵 − 𝑣𝐵 )(𝑣´𝐵 + 𝑣𝐵 )

𝑚𝐴 (𝑣𝐴 − 𝑣´𝐴 )(𝑣𝐴 + 𝑣´𝐴 ) = 𝑚𝐵 (𝑣´𝐵 − 𝑣𝐵 )(𝑣´𝐵 + 𝑣𝐵 ) (3)

Dividindo convenientemente a equação (3) pela equação (1),resulta

(3) 𝑚𝐴 (𝑣𝐴 − 𝑣´𝐴 )(𝑣𝐴 + 𝑣´𝐴 ) 𝑚𝐵 (𝑣´𝐵 − 𝑣𝐵 )(𝑣´𝐵 + 𝑣𝐵 )


: =
(1) 𝑚𝐴 (𝑣𝐴 − 𝑣´𝐴 ) 𝑚𝐵 (𝑣´𝐵 − 𝑣𝐵 )

𝑣𝐴 + 𝑣´𝐴 = 𝑣´𝐵 + 𝑣𝐵 ↔ 𝑣𝐴 − 𝑣𝐵 = 𝑣´𝐵 − 𝑣´𝐴

Portanto,desejando-se determinar as velocidades dos corpos Ae B após uma colisão


elástica, basta resolver o sistema formado pelas equações:

(𝑰) 𝒎𝑨 𝒗𝑨 + 𝒎𝑩 𝒗𝑩 = 𝒎𝑨 𝒗´𝑨 + 𝒎𝑩 𝒗´𝑩

(𝑰𝑰)𝒗𝑨 − 𝒗𝑩 = 𝒗´𝑩 − 𝒗´𝑨

A.2.4.2- Colisões perfeitamente inelásticas

Nestas colisões, há conservação da quantidade de movimento, e não há conservação da


energia cinética do sistema de partículas, isto é, a energia cinética vária.

𝑝⃗0 = 𝑝⃗ 𝑒 𝐸𝑐0 ≠ 𝐸𝑐

Nestas colisões, há conservação da quantidade de movimento e não há conservação da


energia cinética do sistema, mas as partículas ficam juntas após a colisão; isto é após a colisão
adquira-se a mesma velocidade.

𝑝⃗0 = 𝑝⃗

𝑚1 𝑣⃗1 + 𝑚2 𝑣⃗2 = (𝑚1 + 𝑚2 )𝑣⃗

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TEMA B: TEORIA CINÉTICA DOS GASES

B.1- Termologia

A Física térmica trata dos fenómenos que envolvem a sensação de quente e frio. Para
tratar essa classe de fenómenos,criaram-se grandezas como temperatura e calor

A termologia é parte da física onde se investigam os fenómenos relacionados com calor


e suas manifestações de qualquer tipo de energia que é capaz de produzir aquecimento,
resfriamento ou mudanças de estado físico das substâncias.

Em todos esses fenómenos sempre aparece uma grandeza física que caracteriza o estado
térmico de um corpo denominado temperatura.

A parte da termologia que estuda os processos de medida e determinação da temperatura


dos corpos chama-se termometria

B.2- Noção de temperatura

Ao tocar alguns objectos com a mão, é possível dizer, de modo geral, quais estão mais
quentes ou quais são mais frios. Ao estudar Física, expressamos essas sensações dizendo que
os corpos mais quentes possuem temperaturas mais altas e que os corpos mais frios possuem
temperaturas mais baixas.

A primeira noção de temperatura é fisiológica, (o tato nos proporciona a sensação térmica


de quente ou de frio). Porém, o tacto não é confiável para definirmos o estado térmico de
umcorpo,pois corpos a mesma temperatura podem nas sensações diferentes.

Por exemplo, se considerar três recipientes contendo um deles água fria, o outro água
morna, e o terceiro, água quente, basta mergulhar uma de suas mãos na água fria, e a outra na
água quente. Após algum tempo, retire suas mãos desses recipientes e mergulhe-as na água
morna. A água morna comunicará uma sensação de estar mais quente à mão que estava
mergulhada na água fria, e de estar mais fria à mão que estava mergulhada na água quente.
Evidentemente, essas sensações estãolhe fornecendo informações errôneas, pois a água morna
se encontra em uma temperatura uniforme.

Para medir a temperatura, esse critério sensorial é impreciso, pois depende da pessoa que
sente e das condições nas quais se encontrava anteriormente. No entanto não podemos confiar
na sensação térmica.Assim sendo,precisamos criar um medidor de temperatura.
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A variação da temperatura deum corpo provoca mudanças em várias de suas propriedades


mais comuns tai como:dimensões,pressão,densidade, resistência,etc.Essas propriedades dos
corpos que variam com a temperatura são denominadas propriedades termométricas.

Para observarmos se a temperatura de um corpo está variando ou não,não basta verificar


se as suas propriedades termométricas estão variando.

Propriedades termométricas são as propriedades que variam com a temperatura.

Temperatura é a grandeza física que mede o grau de agitação térmicadasmoléculas que


constituem os corpos.

Portanto, a temperatura é uma grandeza física usada para indicar se um corpo está mais
quente ou mais frio do que outros tomado como referência.

B.3- Medida de temperatura.O termómetro

Os aparelhos que permitem medir a temperatura dos corpos chamam-se termómetros.


Existem vários tipos de termómetros, tais como: termómetros de mercúrio, de pressão, de
resistência e outros. O termómetro mais usado é o termómetro de variação do volume de
mercúrio.Quando a temperatura do termómetro aumenta, o mercúrio aumenta de volume e sobe
pelo tubo capilar.

B.3.1-Função termométrica

A expressão que relaciona os valores das grandezas termométricas com os respectivos valores
da temperatura é denominadafunção termométrica, sendo geralmente,que geralmente é do
primeiro grau.

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Nos termómetros de líquido,como os de mercúrio.a grandeza termométrica é volume do


líquido,ao variar,faz mudar altura da coluna.

A variação da temperatura é directamente proporcional à variação da


altura atingida pela colunamercúrio no termómetro.

𝑡 − 𝑡𝑜 ℎ − ℎ𝑜
=
𝑡𝑓 − 𝑡𝑜 ℎ𝑓 − ℎ𝑜

B.3.1.1. Escalas termométricas

Uma escala termométrica corresponde a um conjunto de valores numéricos, onde cada


um desses valores está associado a uma temperatura.

Para graduação das escalas foram escolhidos dois pontos fixos para dois fenómenos que
se produzem sempre nas mesmas condições: a fusão do gelo e a ebulição da água, ambos sob
pressão normal:

𝟏º Ponto fixo: corresponde à temperatura de fusão do gelo e é chamado ponto do gelo


(PG)

𝟐º Ponto fixo: corresponde à


temperatura de ebulição da água e
é chamado ponto de vapor (PV)

Na figura ao lado temos três


escalas termométricas, a escala de
Celsius, a escala de Kelvin e a
escala de fahrenheit,
respectivamente. A escala de
Kelvin é também chamada de escala absoluta de temperatura.

Uma escala é dita absoluta quando os seus zero coincidem com o zero absoluto de
temperatura que corresponde a um estado térmico no qual a velocidade de agitação das
moléculas de um gás perfeito tenderia a zero,ou seja, cessaria o movimento molecular.Para
Kelvin a mínima temperatura que um corpo pode atingir é 𝟎𝑲 o que corresponde −𝟐𝟕𝟑℃.

𝑍𝑒𝑟𝑜 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 0 𝐾 = −273℃


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B.3.1.2. Relações entre as escalas de temperaturas

Das escalas citadas anteriormente, a mais usada é a escala Celsius.Nos pais de língua
inglesa usa-se a escala Fahrenheit.Nos trabalhos científicos usamos a escala Kelvin.

Em alguns casos é necessário transformar a temperatura dada em uma escala para


outra.Sejam três escalas de temperatura,𝑿,𝒀e 𝒁.

As varrições de temperatura nas três escalas são proporcionais:

𝑇𝑥 − 𝑇𝑜𝑥 𝑇𝑦 − 𝑇𝑜𝑦 𝑇𝑧 − 𝑇𝑜𝑧


= =
𝑇𝑓𝑥 − 𝑇𝑜𝑥 𝑇𝑓 𝑦 − 𝑇𝑜𝑦 𝑇𝑓 𝑧 − 𝑇𝑜𝑧

(𝑅𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝑓𝑢𝑛𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎𝑠 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎)

A equação que relacione as escalas de Celsius, Kelvin e Fahrenheité:

𝑇𝑐 − 0 𝑇𝑘 − 273 𝑇𝐹 − 32
= =
100 − 0 373 − 273 212 − 32
𝑇𝑐 𝑇𝑘 − 273 𝑇𝐹 − 32
= = /× 20
100 100 180
𝑻𝒄 𝑻𝒌 − 𝟐𝟕𝟑 𝑻𝑭 − 𝟑𝟐
= =
𝟓 𝟓 𝟗

𝑇𝑐 = 𝑇𝑘 − 273 ↔ 𝑇𝑘 = 𝑇𝑐 + 273

B.4- Comportamento térmico dos gases

As partículas constituintes de um gás estão em movimento desordenado. Esse movimento


desordenados é denominado de agitação térmica.Assim cada partícula constituinte do gás é
dotada de energia cinética própria.Asoma das energias cinéticas individuais de todas as
partículas constitui a energia térmica do gás.

Quanto mais intensa a agitação térmica,maior será a energia cinética de cada moléculae,
emconsequência, maior a temperatura.

Exemplo:Ao aquecer o gás, asmoléculas se agitam mais intensamente.

A energia cinética média por moléculas não deve ser confundida com a energia térmica
total do corpo. Assim, o facto de haver maior ou menor número de moléculas altera a energia
térmica do corpo, mas, se cada molécula continua com a mesma energia cinética que possuía,
o grau de agitação térmica é o mesmo consequentemente, a temperatura é mesma.

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Por exemplo:Imaginemos,um recipiente A contendo umgás, no qual cada molécula tem


uma energia de𝟒 ∙ 𝟏𝟎−𝟐𝟏 𝑱.Se o ligarmos a um recipiente B com o mesmo número de
moléculas,tendo cada um 4∙ 𝟏𝟎−𝟐𝟏 𝑱 de energia cinetica,a energia termica total (A+B)
aumentará,mas a temperaturas não irá aumentar.

Dois corpos podem apresentar temperaturas iguais (mesmo nível energético),mas possuir
energias térmicas totais diferentes.

B.4.1- O gás perfeito ou ideal

Nos gases, asmoléculas encontram-se bastante espaçadas, pelo que as forças


intermoleculares são de fraca intensidade, têm grande liberdade de movimentação e podem
deslocar-se incessantemente em todas direcções no interior do recipiente que os contem. Dos
choques das moléculas contra as paredes resulta a pressão do gás.

Devido á grande compressibilidade e expansibilidade, os gases não tem volume próprio,


ocupando sempre todo volume do recipiente destinados a eles.

Para o estudo dos gases, foi criado um modelo teórico denominado gás perfeito ou ideal.
Os gases designam-se por ideais ou perfeito se as forças intermoleculares são nulas.

Na natureza não existem gases ideais.Porém,a medida que as distancias entre as


moléculasaumentam, asinteracções se tornam cada vez menores. Em função disso, o
comportamento do gás real se aproxima do comportamento do gás ideal ou perfeito, àmedida
que o seu volume aumenta (diminui a pressão) e aumenta a temperatura.

Assim o comportamento de um gás real se aproxima do comportamento de um gás


perfeito ou ideal quando é submetida a baixas pressões e elevadas temperaturas.

Menor pressão significa menor número de moléculas que se chocam por unidade de
volume, enquanto o aumento de temperatura eleva a velocidade média das moléculas

Por exemplo, os gases monoatómicos ou gases raros como o hélio, o néon, o árgon, etc.
ainda os gases diatómicos como o oxigénio, azoto, hidrogénio, etc., todos aproximam-se muito
no modelo de gás perfeito.

Na teoria cinético-molecular chama-se gás perfeito ou ideal ao gás composto pornúmero


enorme de moléculas, entre as quais, não existeminteracções entre as partículas que o
constituem e queo volume das suas partículas é desprezível quando comparadas com o volume
que eles ocupam.

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B.4.1.1.Conceito de mol. Número de Avogadro

Definição: 𝟏𝒎𝒐𝒍 é uma quantidade de materia que contém um número fixa e invariavel
de particulas (atomos,moleculas,electrões ions).Esse número é invariável de partículas
representado pelo número de Avogadro 𝑵𝑨

𝑵𝑨 = 𝟔, 𝟎𝟐𝟑. 𝟏𝟎𝟐𝟑

Portanto,uma mol de um gás é o conjunto de 𝟔, 𝟎𝟐 𝟑. 𝟏𝟎𝟐𝟑 moléculas desse gás.

O mol de hidrogénio (𝐻2 ) é constituído por 6,02 3. 1023 moléculas de hidrogénio, assim
sucessivamente.

O número de moles (plural de mol) 𝑛 contido em uma certa massa m (em grama) do gás
é obtida por regra de três simples:

1 𝑚𝑜𝑙 → 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑢𝑚 𝑚𝑜𝑙

𝑛 𝑚𝑜𝑙𝑠 → 𝑚
𝑚
𝑛=
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑚𝑜𝑙

A massa de um mol de moléculas em grama, isto é, 6,02 3. 1023 moleculas do gas,é


denominada molécula-gramado gás e representada por M(𝑔⁄𝑚𝑜𝑙 )
𝑚 𝑚
𝑛= 𝑜𝑢 𝑀 =
𝑀 𝑛

B.4.1.2. Equação de Clapeyron ou equação de estado de um gás

O estado de uma massa de gás é caracterizado pelos valores da pressão (p),volume (V) e
temperatura absoluta (T),que constituem as variáveis de estado

-Pressão (p):a pressão de um gás é o resultado de número de choques das moléculas do


gás com as paredes do recipiente;

-Volume (V):o volume de um gás é o volume dos recipientes que o contem;

-Temperatura absoluta (T):a temperatura mede o grau de agitação térmica molecular

As variáveis de estado de um gás ideal (p,V eT) estão relacionadas com a quantidade de
gás 𝑛.
𝒑𝑽
Físicofrancês PaulEmile Clapeyron (1799-1864) estabeleceu que que o quociente 𝑻 é

directamente proporcional ao número de moles do gás𝒏.


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Quando o gás esta sob pressão de 1 𝑎𝑡𝑚 e a temperatura de 0℃,dizemos que ele está em
condições normais de temperatura e pressão (CNTP).Assim:

𝑝 = 1 𝑎𝑡𝑚 = 105 𝑁⁄𝑚2

𝑇 = 0℃ = 273𝐾

𝑛 = 1 𝑚𝑜𝑙 𝑒 𝑉 = 22,4𝑙
𝒑𝑽
Para indicar que é directamente proporcional a 𝒏,escreve-se:
𝑻

𝑝𝑉
= 𝑅𝑛
𝑇

Onde R é um constante de proporcionalidade é 𝟎, 𝟎𝟖𝟐,igual para todos os gases


ideais.Assim,R não é uma constante característica do gás,mas uma constante universal.R é
chamada constante universal dos gases perfeito ou ideal e seu valor só depende das unidades
da pressão, volume e temperatura.

Se a pressão está em atmosferas (𝑎𝑡𝑚),o volume em litros (𝒍) e a temperatura absoluta


em Kelvin (𝒌), R vale:

Pressão em atmosfera:

𝒂𝒕𝒎 ∙ 𝒍
𝑹 = 𝟎, 𝟎𝟖𝟐
𝑲 ∙ 𝒎𝒐𝒍

Para o sistema internacional unidades (SI) R é expresso em 𝑱⁄𝑲 ∙ 𝒎𝒐𝒍

Como 1 𝑎𝑡𝑚 = 1,013 ∙ 105 𝑁⁄𝑚2 𝑒 1 𝑙 = 10−3 𝑚3

1,013 ∙ 105 𝑁⁄𝑚2 𝑎 ∙ 10−3 𝑚3


𝑅 = 0,082
𝐾 ∙ 𝑚𝑜𝑙

𝑹 = 𝟖, 𝟑𝟏 𝑱⁄𝑲 ∙ 𝒎𝒐𝒍

Retomando a fórmula de Clapeyron:

𝑝𝑉
= 𝑅𝑛 ↔ 𝒑𝑽 = 𝒏. 𝑹𝑻
𝑇

Essa fórmula é conhecida como equação de Clapeyron,sendo valida para gases ideais ou
perfeitos
𝒎
Como o número de mols 𝒏 = 𝑴,onde m é a massa do gás e M sua molécula-grama (massa

molecular ou molar) a equação de Clapeyron também pode ser escrita:


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𝒎
𝒑𝑽 = 𝑹𝑻
𝑴

B.4.1.3- Lei geral dos gases

Qualquer alteração que façamos em uma dasvariáveis de estado, dizemos que o gás sofreu
uma transformação gasosa.

Consideremos dois estados (1) e (2),diferente de uma mesma massa gasosa:

𝐸𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜 (1) ∶ 𝑝1 𝑉1 = 𝑛𝑅𝑇1 𝐸𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜 (2): 𝑝2 𝑉2 = 𝑛𝑅𝑇2

𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2
= 𝑛𝑅 = 𝑛𝑅
𝑇1 𝑇2

Os membros direitos das duas equações são iguais, logo os seus membros esquerdos
também, o são:

𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2
= (𝐿𝑒𝑖𝑔𝑒𝑟𝑎𝑙𝑑𝑜𝑠𝑔𝑎𝑠𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑎𝑖𝑠)
𝑇1 𝑇2

Esta equação é chamada de equação de Mendeleev – Clapeyron,relaciona dois estados


quaisquer de uma dada massa de um gás.

B.4.1.4- Transformações gasosas. Aplicação da lei geral dos gases

Certa quantidade de gás sofre transformação de estado quando se modifica pelo menos
duas das variáveis de estado.
𝑝𝑉
É impossível a variação de apenas uma variável,pois pela relação = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑇

quando variar uma das grandezas,necessariamente deve-se alterar pelo menos outa variável.

Vamos estudar as transformações em que uma das variáveis mantém-se


constante,variando portanto as outras duas.Assim, temos:

B.4.1.4.1.Transformação isocórica ou Iso volúmica (isométrica)

Quando um gás,confinado em um recipiente indultável,é aquecido ou resfriado,o seu


volume permanece constante.Essa transformação é chamada transformação isocórica ou iso-
volúmica (isométrica)

De 𝑖𝑠𝑜 = 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑜𝑠 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒

Na lei geral dos gases perfeito:a pressão e a temperatura variam.

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Elaborado pelo Professor: Orlando António Cavilula ‘’MarKell’’

𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2
=
𝑇1 𝑇2
Como
𝑉1 = 𝑉2
𝑝1 𝑝2
=
𝑇1 𝑇2

Sob o volume constante,a pressão exercida pelo gás é directamente proporcional à sua
temperatura absoluta.

Essa relação foi descoberta por dois físicos:o francês Jacks Charls (1746-1823) e o inglês
Joseph Louis Gay-Lusssac (1778-1850) e é conhecida como Lei de Charles e Gay-Lussac para
transformação isocórica

Gráfico.

B.4.1.4.2-Transformação isobárica

Uma transformação gasosa na qual o volume e a temperatura absoluta variam e pressão é


mantida constante é chamadatransformação isobárica.

De 𝐼𝑠𝑜 = 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙; 𝑏𝑎𝑟𝑜𝑠 = 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜

Como a pressão do gás é resultado dos choques das moléculas contra as paredes do
recipiente, àmedida que a temperatura aumenta, o volume deve aumentar para que a pressão
permaneça constante. Se o gás é resfriado isobaricamente, à medida que a temperatura diminui,
o volume deve diminuir na mesma proporção pera que a pressão permaneçaconstante. Na lei
geral dos gases perfeito: o volume e a temperatura absoluta variam:

𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2
=
𝑇1 𝑇2

Como 𝑝1 = 𝑝2

𝑉1 𝑉2
=
𝑇1 𝑇2

Sob pressão constante, o volume ocupado pelo gás é directamente proporcional à sua
temperatura absoluta.

É conhecida como Lei de Charles para transformação isobárica

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Elaborado pelo Professor: Orlando António Cavilula ‘’MarKell’’

B.4.1.4.3-Transformação isotérmica

Uma transformação gasosa na qual a pressão e volume variam e a temperatura é mantida


constante é chamada transformação isotérmica

De 𝑖𝑠𝑜 = 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙; 𝑡ℎ𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎

Na lei geral dos gases perfeito: o volume e a temperatura absoluta variam:

𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2
=
𝑇1 𝑇2

Como 𝑇1 = 𝑇2

𝑝1 𝑉1 = 𝑝2 𝑉2

𝑃𝑉 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

Sob temperatura constante,o volume ocupado pelo gás é inversamente proporcional


àpressão.

Quando a pressão aumenta,o volume decresce na mesma proporção e vice-versa.

Para este processo o gráfico é uma hipérbole. Esta curva chama-se isotérmica

B.5- TEORIA CINÉTICA - MOLECULAR DOS GASES

As moléculas de gás estão em movimento desordenado (caótico), denominado agitação


térmica partir dessa noção de movimento molecular,propõe-se a teoria cinética dos gases. Esta
teoria apresenta um modelo microscópico para o gás ideal que explica seu comportamento
global

A teoria cinética dos gases, aceita o facto de as leis da Mecânica sem aplicáveis ao
movimento molecular supõe as seguintes hipótese fundamentais de aplicação:

1ª:Um gás é constituído por um número enorme de moléculasidênticas;

2ª As moléculas se encontram em movimento desordenado, istoé, movem-se em todas as


direcções, regido pelos princípios fundamentais da MecânicaNewtoniana.

3ª: As moléculas não exercem forças umas das outras,excepto quando colidem entre si e
contra as paredes do recipiente que os contém. Dessemodo, entre as colisões, asmoléculas
realizam MRU

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Elaborado pelo Professor: Orlando António Cavilula ‘’MarKell’’

4ª: As colisões das moléculas entre si e contra as paredes do recipiente são perfeitamente
elásticas e de duração desprezível.

Então, há conservação da energia cinética e de quantidade de movimento. Por isso tem


movimento incessante.

5ª: As moléculas têm dimensões desprezíveis em comparação com os espaços vazios


entre eles sem muito grande.

Assim,consideramos que o volume do gás é o volume do espaço entre as moléculas,que


corresponde ao volume do recipiente onde o gás se encontra

B.5.1. Equação fundamental da teoria cinético – molecular dos gases

É uma equação que relaciona a pressão de um gás de massa𝒎que ocupa um


volume 𝑉 com a velocidade média de suas moleculas 𝑣̅ com o numero total de moleculas que
contém o gás 𝑁.

vamos considerar uma amostra de gá com N moleculas encerrada num recipeinte


cubico.Obedecendo os seguintes postulados:

As moléculas movem-se desordenadamente em todas as direcções do recipiente com a


mesma velocidade (𝑣𝑥 = 𝑣𝑦 = 𝑣𝑧 ).Seu movimento é regido pelos princípios da mecânica
newtoniana.

Os choques entre as moléculas com as paredes e entre as moléculas (vaivém) são


perfeitamente elásticos (há conservação de energia cinética e quantidade de movimento).

Analisemos inicialmente o caso em que uma molécula de


massa 𝑚𝑜 tem velocidade inicial𝑣0 𝑥 antes da colisão orientada para
o eixo𝑥. Colide com a parede e volta na mesma direcção com a
mesma velocidade 𝑣𝑥 = −𝑣0 𝑥 . Assim temos:

A quantidade de movimento antes da colisão é 𝑝𝑜 = 𝑚𝑜 𝑣0 𝑥 e


apósa colisão 𝑝 = −𝑚𝑜 𝑣𝑥 O impulso transmitido pela parede na molecula é igual avariação da
quantidade de movimento: ∆𝑝 = 𝑝 − 𝑝𝑜

∆𝑝 = −𝑚𝑜 𝑣𝑥 − 𝑚𝑜 𝑣𝑥 ⇒ ∆𝑝 = −2𝑚𝑜 𝑣𝑥

𝐼´ = ∆𝑝 = −2𝑚𝑜 𝑣𝑥
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Elaborado pelo Professor: Orlando António Cavilula ‘’MarKell’’

Porém,o que nos interessa não é a reacção da parede sobre a molécula mas sim a acção
da molécula sobre a parede que é igual e oposta da parede sobre a molécula de acordo com a
3ª leide Newton (açõa e reação).

𝐼 = ∆𝑝 = 2𝑚𝑜 𝑣𝑥 (2)

𝐼 = 𝐹. ∆𝑡 ↔ 𝐹. ∆𝑡 = 2𝑚𝑜 𝑣𝑥 (3)

A partícula tem um movimento de vaivém, logo ela percorre dois deslocamentos com a
mesma velocidade (movimento uniforme) num intervalo de tempo∆𝑡 entre dois choques
consecutivos:𝑑 = 2𝑥

𝑑 = 𝑣∆𝑡

2𝑥
2𝑥 = 𝑣𝑥 ∙ ∆𝑡 ⇒ ∆𝑡 = (4)
𝑣𝑥

Substituindo (4) em (3),vem:

2𝑥 𝑚𝑜 𝑣𝑥2
𝐹∙ = 2𝑚𝑜 ∙ 𝑣𝑥 ⇒ 𝐹 = (5)
𝑣𝑥 𝑥
A força F exercida pela molecula por unidade de superfície do recipiente corresponde a pressão
exercida pelo gás,é dado por:

𝐹
𝑝= (6)
𝑠
𝑚𝑜 𝑣𝑥2
𝑥 𝑚𝑜 𝑣𝑥2
𝑝= ⇒𝑝=
𝑠 𝑠. 𝑥

𝑠. 𝑥 = 𝑉
𝑚𝑜 𝑣𝑥2
𝑝= (7)
𝑉
A velocidade média,𝑣̅ ,de todas as moléculasé igual a soma dos quadrados das velocidades da
molécula em cada uma das direcções:

⃗⃗
𝑣⃗ = 𝑣𝑥 𝑖⃗ + 𝑣𝑦 𝑗⃗ + 𝑣𝑧 𝑘

E em módulo 𝑣̅ 2 = 𝑣𝑥2 + 𝑣𝑦2 + 𝑣𝑧2 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑣𝑥 = 𝑣𝑦 = 𝑣𝑧

1
𝑣̅ 2 = 𝑣𝑥2 + 𝑣𝑥2 + 𝑣𝑥2 ⇒ 𝑣̅ 2 = 3𝑣𝑥2 ⇒ 𝑣𝑥2 = 𝑣̅ 2 (8)
3
Subtituindo (8) em (7)

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Elaborado pelo Professor: Orlando António Cavilula ‘’MarKell’’

1
𝑚𝑜 3 𝑣̅ 2 𝟏 𝒎𝒐 𝟐
𝑝= ⇒𝒑= ∙ ̅
∙𝒗
𝑉 𝟑 𝑽
Esta é a equação fundamental da teoria cinética dos gases para uma molécula.

Para um gásconstituído por N moléculas do gás:

𝟏 𝑵𝒎𝒐 𝟐
𝒑= ∙ ̅
∙𝒗
𝟑 𝑽

A densidade do gás

𝑁𝑚 1
𝜌= 𝑝 = . 𝜌. 𝑣̅ 2
𝑉 3

A pressão no SI é o pascal (𝑃𝑎)

Outras unidades de pressão são:atmosfera e milímetro de mercúrio (𝑚𝑚𝐻𝑔 )

1 𝑎𝑡𝑚 = 1,013. 105 𝑃𝑎

1 𝑎𝑡𝑚 = 760 𝑚𝑚𝐻𝑔

B.5.2.Energia cinética de um gás

A energia cinética do gás é a soma das energias cinética de suas moléculas e é dado por:

1 2𝐸𝑐
𝐸𝑐 = 𝑚𝑣̅ 2 → 𝑣̅ 2 = (1)
2 𝑚

Sendo
1 𝑚𝑜 2 3𝑝𝑉
𝑝= ∙ ∙ 𝑣̅ → 𝑣̅ 2 = (2)
3 𝑉 𝑚
2𝐸𝑐 3𝑝𝑉 3𝑝𝑉
= 𝐸𝑐 = 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑃𝑉𝑛𝑅𝑇
𝑚 𝑚 2
𝟑
𝑬𝒄 = 𝒏𝑹𝑻
𝟐

Desse modo,a energia cinética de um gás é directamente proporcional a sua


temperatura absoluta.

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