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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

ENGENHARIA AEROESPACIAL

Renan Girão Evangelista

Trabalho 2
Aerodinâmica de Sistemas Aeroespaciais

Brasília - Faculdade do Gama


2022
Resumo 3

Introdução 3

Geometria 4

Malha 5

Simulações e convergências 7

Visualização 8

Resultados 17

Comparações 18

Referências 20

Anexos 20
Resumo

Este trabalho apresenta uma continuação do estudo sobre o aerofólio NACA 2415,
demonstrando como se comportam suas propriedades. O trabalho foi realizado utilizando o
software Ansys, mais especificamente o Ansys Fluent para obter os dados sobre o aerofólio, e
por meios desses, foi possível obter alguns valores importantes no estudo de aerofólios, tais
como os coeficientes de normal e axial, desempenho em voo, os coeficientes de pressão e
outros. Com essa análise, é possível ter uma base adequada para estudos mais complexos
sobre o comportamento de aeronaves.

Figura 1. Contorno do aerofólio Naca 2415


Fonte: Autor

Introdução

Os fluxos invíscidos não existe realmente mas, ou seja, é impossível um fluído não apresentar
alguma fricção mas em alguns casos esse fenômeno é tão pequeno que pode ser
desconsiderado, e ainda há outros casos em que o conceito de fluxo invíscido é considera
apenas para facilitar o estudo(Anderson, 2017). Um exemplo é a equação de Bernoulli, esta
considera um fluxo invíscido e incompreensível, essa apresenta uma constância entre uma
relação de pressão p, densidade ρ e velocidade V:
1 2
𝑝+ 2
· ρ · 𝑉 = const (1)
Para continuidade:
𝐴𝑉 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡 (2)
Essa equação é útil para o estudo do fluxo ao redor do aerofólio, uma vez que podemos
relacionar a pressão e a velocidade. Com essas considerações é possível chegar a equação de
Euler, essas são as equações de momento para fluxo invíscido :
𝑑𝑝 =− ρ𝑉 𝑑𝑉 (3)
A equação do momento usada quando o fluxo é invíscido e constante é dada por :

(4)
O caso em que o conceito de fluxo invíscido está diretamente ligado ao aerofólio é pelo
teorema em que relaciona a sustentação com a circulação, o teorema de Kutta-Joukowski:

(5)

Em que densidade:ρ∞; velocidade do fluxo 𝑉∞ do fluxo; e circulação .


O coeficiente de pressão 𝐶𝑝 pode ser dado como:
𝑉
𝐶𝑝 = 1 − ( 𝑉 ) (6)

Essas são algumas equações que existem ao redor do aerofólio quando consideramos o fluxo
invíscido.
Geometria
Para este trabalho foi necessário modelar a geometria do aerofólio assim como a geometria
que simulasse uma fonte distante do fluxo, por onde o fluxo entraria. Nesta geometria na
Figura 2. temos na parte mais escura o local por onde o fluxo ocorrerá e em branco temos o
aerofólio, em que o ao redor dele simula as paredes do aerofólio. Na Figura 3, temos uma
visão mais distante. Todas as imagens foram modeladas em 2D.

Figura 2. Geometria próximo ao aerofólio.


Figura 3. Geometria próximo ao aerofólio.

Malha
A malha obtida para este trabalho pode ser vista nas Figuras 4, 5, 6 e 7. O número de
elementos presentes nela é de 48960. O tamanho do elemento próximo ao aerofólio era de
aproximadamente 0,15 mm e o mais afastado de 15 cm. No bordo de ataque o número de
divisões de elementos é de 25, enquanto no bordo de fuga é de 50.
Figuras 4. Malha ao redor do aerofólio

Figuras 5. Malha no bordo de ataque


Figuras 6. Malha no bordo de fuga.

Figuras 7. Visão geral da malha.

Simulações e convergências
Foram realizadas 5 simulações no software Ansys, todas elas com um fluxo viscoso ao redor
do aerofólio. As simulações foram realizadas em 5 ângulos de ataque diferentes, são eles:-2°
que é o ângulo de ataque em que L=0, 0°, 5,33°, 10,67° e 16°, este último o ângulo de Stall.
Todas as 5 simulações convergiram:
Figura 8. Resíduos escalonados após a convergência.

Visualização
● -2°

Figura 9. Representação visual pressão para α𝐿=0.


Figura 10. Representação visual da magnitude de velocidade para α𝐿=0.

Figura 11. Representação de linhas pressão para α𝐿=0.

Figura 12. Representação de linhas da magnitude de velocidade para α𝐿=0.


Figura 13. Representação de vetor da magnitude de velocidade para α𝐿=0.
● 0°

Figura 14. Representação visual pressão para 0°.

Figura 15. Representação visual da magnitude de velocidade para 0°.


Figura 16. Representação de linhas pressão para 0°

Figura 17. Representação de linhas da magnitude de velocidade para 0°

Figura 18. Representação de vetor da magnitude de velocidade para 0°


● Stall(⅓)

Figura 19. Representação visual pressão para 5,33°(Stall(1/3)).

Figura 20. Representação visual da magnitude de velocidade para 5,33°(Stall(1/3)).

Figura 21. Representação de linhas de pressão para 5,33°(Stall(1/3)).


Figura 22. Representação visual da magnitude de velocidade para 5,33°(Stall(1/3)).

Figura 23. Representação de vetor da magnitude de velocidade para 5,33°(Stall(1/3)).


● Stall (2/3)

Figura 24. Representação visual pressão para 10,67°(Stall(2/3)).

Figura 25. Representação visual da magnitude de velocidade para 10,67°(Stall(2/3)).

Figura 26. Representação de linhas de pressão para 10,67°(Stall(2/3)) .


Figura 27. Representação de linhas da magnitude de velocidade para 10,67°(Stall(2/3)).

Figura 28. Representação de vetor da magnitude de velocidade para 10,67°(Stall(2/3)).

● Stall

Figura 29. Representação visual pressão para 16°(Stall).


Figura 30. Representação visual da magnitude de velocidade para 16°(Stall).

Figura 31. Representação de linhas de pressão para 16°(Stall).

Figura 32. Representação de vetor da magnitude de velocidade para 16°(Stall).


Figura 33. Representação de vetor da magnitude de velocidade para 16°(Stall).

Resultados
Os dados obtidos nas simulações estão apresentados na Tabela 1. Nas simulações temos o
valor do coeficiente de normal e do axial, cn e ca respectivamente, por meio deles foram
obtidos os coeficientes de sustentação e de arrasto, por meio das fórmulas:

𝑐𝑙 = 𝑐𝑛 · 𝑐𝑜𝑠(α) − 𝑐𝑎 · 𝑠𝑒𝑛(α) (7)


𝑐𝑑 = 𝑐𝑛 · 𝑠𝑖𝑛(α) − 𝑐𝑎 · 𝑐𝑜𝑠(α) (8)

α[graus] cn ca cl cd cm
-2° 0,003 0,001 0,003 0,001 -0,043
0° 0,158 0,014 0,158 0,014 -0,048
5,33° 0,617 0,067 0,608 0,124 -0,048
10,67° 0,965 0,162 0,918 0,338 -0,033
16° 0,839 0,430 0,688 0,644 -0,027

Tabela 1. Valores adquiridos nas simulações.


Os valores de centro de pressão são obtidos pela fórmula:
𝑐𝑚,𝑐/4
𝑥𝑐𝑝 = 0, 25 − 𝑐𝑙
(9)
α
𝑥𝑐𝑝(x/c)

0° 0,554
5,33° 0,329
10,67° 0,286
16° 0,289
Tabela 2. Centro de Pressão em função de α

Comparações

As comparações com os dados do Trabalho 1 só serão possíveis nos ângulos de ataque de 0° e


-2°, uma vez que são os ângulos que coincidiu de utilizar no Trabalho 2. Os demais valores
foram adquiridos das mesmas fontes do Trabalho 1 e serão comparadas.
A primeira comparação será do coeficiente de pressão (cp), nela podemos ver que houve uma
diferença considerável na quantidade mas o perfil é semelhante. Os dados foram retirados do
XLFR5, na figura 34, representados em linhas verdes e em azul os dados das simulações.

Figura 34. Tabela comparativa entre cp do XLFR5 (em tons de verde) e o cp das simulações
(em tons de azul)
Comparando o coeficiente de pressão temos que houve um erro considerável, com o
asterisco dos valores obtidos nas simulações.

α cl cl* ε
-2° -0,002 0,003 1,667
0° 0,19 0,158 0,203
5,33° 0,7 0,608 0,151
10,67° 1,3 0,918 0,416
16° 1,6 0,688 1,326
Tabela 3. Comparação entre os coeficientes de sustentação.

Ao comparar o coeficiente de arrasto também podemos perceber uma diferença, em


asterisco os dados da simulação:
α cd cd* ε
-2° 0,006 0,001 5,000
0° 0,006 0,014 0,571
5,33° 0,008 0,124 0,935
10,67° 0,011 0,338 0,967
16° 0,02 0,644 0,969
Tabela 4. Comparação entre os coeficientes de sustentação.

Comparando o coeficiente de momento, em asterisco os dados da simulação:


α cm cm* ε
-2° -0,05 -0,043 0,163
0° -0,048 -0,048 0,000
5,33° -0,043 -0,048 0,104
10,67° -0,044 -0,033 0,333
16° -0,025 -0,027 0,074
Referências
SELIG, M.S. Summary of Low-Speed Airfoil Data.Vol 2. Virginia Beach:SoarTech
Publications, 1996.

ANDERSON, J.D., Fundamentals of aerodynamics, 6 ed. New York: McGraw-Hill, 2017.

ABBOT, Ira H., Theory of wing sections: Including a Summary of Airfoil Data, 1 ed. New
York: DOVER, 1959

Anexos

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